Linhas de Trabalho: Formação Docente – Formação Continuada
1. CONTEXTO DO RELATO:
O presente relato está centrado na minha formação continuada como professora
de Química, numa escola estadual, onde leciono faz 14 anos, nas turmas de 1º ano do Curso Normal e 1º, 2º e 3º do Ensino Médio, embora atualmente eu trabalhe apenas com os 1º anos, de ambos os cursos. E, também se refere ao período em que trabalhei com a disciplina de Ciências, em uma escola municipal. Aliado ao trabalho que fiz e faço nas referidas escolas, atualmente retornei a Universidade do Rio Grande para participar de mais um aprimoramento em minha vida profissional, faço parte do PIBID (Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência), onde participo de um grupo de colegas, alunos e coordenadores, atuando como professora supervisora das alunas do Curso de Química, que desde o ano de dois mil e oito fazem a cadeira de Estágio realizando observações e trocando experiências na escola onde trabalho. Sendo estas o meu principal foco, juntamente com meus alunos das duas escolas que ministro aulas, pois sempre busquei este caminho através de diversos encontros, palestras, debates, entre outras coisas que colaborem para meu crescimento, uma vez que é consenso na atualidade, à afirmação da necessidade que todo profissional possui de se aperfeiçoar e se atualizar constantemente.
2. DETALHAMENTO DAS ATIVIDADES:
Ao iniciar o curso de Ciências Licenciatura Plena Habilitação Química, em
1991 recebi conteúdos das três disciplinas: Química, Física e Biologia. As aulas eram práticas, buscando do aluno um “despertar” para uma dessas áreas do conhecimento. Considerando a diversidade e as frequentes propostas de mudanças de grades curriculares, investi em cursos de diversas áreas. Inscrevi-me primeiramente em um curso do Departamento de Oceanografia, devido a pouca base teórica oferecida no primeiro ano da disciplina de Biologia. Com o objetivo de maior qualificação na área de ciências. Desta forma, participei do Curso “Eco-Fisiologia Animal Comparada”, atividade de extensão de âmbito estadual. Este curso me deu base para ciências, através do conteúdo programático de análise e interpretação da evolução de forma e função dos organismos, sistemas nervoso, reprodutor, entre outros. Participei também do Encontro Estadual de Educação Ambiental e Ciclo de Palestra sobre Saúde do Escolar. Com foco na educação contínua, participei do Ciclo de Debates sobre a Educação Escolarizada e Didática, através de painéis expostos por Professores Doutores da Universidade do Rio Grande. No segundo ano do curso, encantei-me pela Ciência que estuda a transformação da matéria e procurei bases teóricas para o me aperfeiçoar, como o Projeto “Melhoria da Qualidade de Ensino: 1ª, 2ª e 3ª Graus – Discussão de uma Proposta Alternativa de Química no Cotidiano”. Este encantamento continua simplesmente por que a Química é um dos vários instrumentos que interligam as pessoas, com tudo aquilo que está ocorrendo no mundo neste exato momento. Contribuindo para meu crescimento, participei de vários EDEQ (Encontros de Debates sobre o ensino de Química), em vários municípios, como Porto Alegre, Novo Hamburgo, Pelotas e Rio Grande. No XIX EDEQ em Pelotas, tive o prazer, com o apoio de colegas, de elaborarmos um Ciclo de debates com o seguinte tema: “É a Internet uma Tecnologia Interativa de Ensino que Acomoda o Estudante?” Também contribuiu com minhas experiências na qualidade de ministrante no mini curso “Proposta de ensino de Química para 8ª série do 1ª grau a partir dos componentes de um Aquário”, promovido pelo Centro de apoio à Melhoria de Ensino de Ciências – CEAMECI/DECC/Supext. Esta proposta foi aplicada em meu estágio final e posteriormente nas turmas na qual trabalhava. Após adquirir experiências profissionais, percebo que o processo de formação docente se constrói na articulação entre o que é posto na sociedade como ideal a ser atingido e o que é a realidade da escola, em termos de seus projetos profissionais e organizacionais. Assim, participei de Jornadas Pedagógicas com o intuito de atingir o mais próximo do esperado pelo corpo discente. No curso: “Construindo um caminho em Educação Química”, muitos temas que foram tratados já faziam parte da minha caminhada, como Radioatividade e Solubilidade. Anos depois de ter ministrado o mini curso com tema de internet para os educandos, revendo minha trajetória educacional, percebi a necessidade de atualizar-me quanto ao meu aprendizado na área de informática, participando de um curso: “Informática Educativa Básico I”,elaborado pela 18ª Coordenadoria de Educação. Toda aprendizagem recebida neste curso, serve como apoio para utilização do laboratório de informática da escola. Com a intenção de qualificar-me no processo de ensino e aprendizagem, e gerar condições aos educandos para a aquisição, desenvolvimento e o domínio dos conteúdos, ingressei em uma pós-graduação: “Ecologia Aquática Costeira”, em nível de Especialização, promovido pelo Departamento de Oceanografia. A pesquisa foi realizada diretamente com os alunos da 8ª série do ensino fundamental, tendo a monografia como tema “Uma abordagem interdisciplinar no ensino de Química”. Tendo como meta instrumentar as alunas do Curso Normal, fornecendo conteúdos necessários à formação do futuro docente, propondo atividades apropriadas para séries iniciais, resolvi participar do curso: “Discutindo Práticas Pedagógicas para os anos iniciais do ensino fundamental”, promovido pela FURG/CEAMECIM, a fim de auxiliá-las no estágio obrigatório do curso de Magistério. Pude ratificar a importância da inter-relação do educador com o educando presente na escola, pois estou aplicando neste ano letivo uma nova proposta do ensino de Química iniciando pela Tabela Periódica, aplicada por uma aluna concluinte do Curso de Química (estágio V) no ano 2008.
3. ANÁLISE E DISCUSSÃO DO RELATO:
O processo ensino-aprendizagem em Química inicia, com algumas reflexões que
fundamentam a tomada de importantes decisões: o que ensinar, como ensinar e porque ensinar. Ao saber da existência de um curso especifico de práticas pedagógicas, não medi esforços para participar, já que percebi que meus educandos iriam perder tal oportunidade. Mesmo com uma carga horária de trabalho bastante exaustiva, dediquei- me ao máximo para levar até a sala de aula melhorias em minha prática pedagógica. Outro fato relevante foi à escolha do tema da monografia do Curso de Especialização em Ecologia Aquática Costeira, pois consegui fazer uma interdisciplinaridade, trazendo para a sala de aula animais aquáticos que os alunos costumam ver na 6ª série, relacionando com a Função Química Sal, vista na 8ª série. Com isso pude tirar da mente dos alunos a idéia de que os conteúdos de cada série não se relacionam. Geralmente no último ano do ensino fundamental o conteúdo de Ciências parece que perde um pouco de sua identidade, pois os professores acabam somente antecipando os conteúdos que serão vistos no ensino médio. Hoje o PIBID, trouxe para minha vida profissional algo inovador, que são as oficinas de escrita, oportunizando a construção de reflexões coletivas entre licenciandos e licenciados, porque para uma professora de ciências exatas, que em geral não tem o hábito de oferecer aos alunos além da parte concreta, oportuniza uma possibilidade de evolução, pois de nada vale um conhecimento, se este é incapaz de produzir uma transformação pessoal e social. Com o curso, aprendi a valorizar a construção do conhecimento pelo aluno, sempre oportunizando, após temas abordados em aula, questões para debates e reflexões.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS:
A formação continuada exerce um papel preponderante na boa qualidade de um
professor e também para os alunos. Isto, porque é a única maneira de um profissional ou mesmo estudante, atualizar- se, mantendo-se sempre interado as mudanças que são necessárias em seu meio e discutindo assuntos relevantes, onde os conteúdos devem ser instrumentos de cidadania e competência social, para que os alunos possam viver e sobreviver, circulando com desenvoltura nesta nossa sociedade científico-tecnológica cada vez mais exigente de conhecimento. Sempre procuro sugerir aos meus colegas nas escolas que trabalho, a aderir à formação continuada. E para convencê-los desta importância, procuro comentar sobre os cursos que participo o que aprendo e o que utilizo nas minhas aulas, mostrando a eles o quanto meus alunos crescem com minhas experiências. O Curso de Licenciatura em Química da FURG está num caminho diferenciado e progressivo, realizando estes cursos, e inserindo o licenciando na escola, bem antes deles assumirem a turma. À medida que o corpo discente tem a oportunidade de poder observar, escrever sobre o que observou, refletir e praticar ao lado do professor regente, a possibilidade de realizar um bom estágio será bem maior.
5. REFERÊNCIAS
GALIAZZI, M.C.; AUTH, M.; MORAES, R. & MANCUSO, R. Aprender em rede na
Educação em Ciências. Ijuí: Ed. Unijuí, 2008. p. 304.