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A cauda longa do jornalismo

É curioso como a humanidade tende a tratar transições e evoluções de de forma


apocaliptica, foi assim com a chegada do radio, da TV, e não poderia ser diferente com a
Internet. O tema ficou em "banho maria" por alguns anos, pois além de não haver uma
penetração consideravel, ainda não haviam soluções que dessem margem ao jornalismo
colaborativo, ou melhor ao jornalismo crowdsourcing. Os anos se passaram, e a população
conectada cresceu de forma surpreendente, nos Estados Unidos 95% dos jovens estão
conectados, e no Brasil praticamente 20% da população acessa a Internet. Este crescimento
associado a ferramentas como blogs, microblogging, fotologs, videologs, mapas, mashups e
tudo isto potencializado pela computação cada vez mais ubiqua, deu espaço a um novo
jornalismo, ao jornalismo crowdsourcing. E consequentemente ao interminável debate entre
o jornalismo tradicional e o jornalismo crowdsourcing, o primeiro argumenta que o segundo
é imaturo, e este que o jornalismo tradicional é jurássico.

É uma comparação impossível, é preciso levar em consideração que uma grande mudança
nas relações pessoais e econômicas foi provocada pela internet. Esta mudança foi
sistematizada por Chris Anderson, em seu best seller "A Cauda Longa". A internet
possibilitou uma capilaridade nunca antes vista, atingindo nichos renegados e muitas vezes
totalmente desconhecidos. A principio o estudo de Anderson provocou surpresa, mostrando
a todos que a cauda longa é maior do que o mainstream, e engorda cada vez mais por
conta daqueles que viviam no mainstream e agora podem se juntar às suas tribos. É preciso
levar em conta que a imprensa tradicional esta focando no mainstream, e que a imprensa
social na cauda longa.

É como se os leitores de fanzines habitassem a cauda longa, e os leitores dos grande


jornais, a cabeça da cauda, o mainstream, e isto não quer dizer que esta relação seja
excludente. Na prática, a capilaridade da Internet permitiu conectar nichos com interesses
similares, formando os mega-nichos, que habitam o inicio da cauda, próximo ao
mainstream, quanto maior o nicho mais genérica a informação. A tendência do crescimento
dos mega-nichos, tanto em quantidades, como em tamanho, provoca dois movimentos na
cauda: Ela engorda e se alonga. Engorda por conta crescimento dos mega-nichos e se
alonga por conta dos novos nichos que surgem.
Existe um outro elemento importante, que é a informação, abundante no ciberespaço, é o
catalizador da evolução. O crowdsourcing é a personificação desta evolução. O cidadão
conectado tem pressa, muita pressa, a instantaneidade é o resultado, ele quer saber agora,
o que acontece agora, quer interagir com a noticia. O Jornalismo cidadão é visto como ruído
pelo público mainstream, mas é extremamente eficiente para seus apreciadores, e isto a
velha mídia precisa entender e estudar.

A questão da confiabilidade
Constantemente a credibilidade do jornalismo social é posta em xeque, os veiculos
tradicionais defendem que somente eles estão aptos a noticiarem com credibilidade, e que o
Jornalismo Social não é confiavel. Trata-se de uma meia verdade, uma vez que os veiculos
tradicionais cometem verdadeiras gafes, como o caso do "Homem que diminui o dedo para
usar o iPhone" noticiado pelo Estadão. A confiabilidade do Jornalismo social é diretamente
proporcional ao número de fontes, ou a credibilidade conquistada por algumas delas. Um
grande número de fontes permite ao leitor avaliar por amostragem o que é ou não
confiavel, e assim construir a sua percepção de confiabilidade de algumas fontes. Muitos
blogs publicam matérias de alta qualidade e confiabilidade, uma vez que para alguns, o blog
é uma fonte de status e/ou receita e o leitor é o seu mais valioso ativo.

Em termos de número de fontes, velocidade e interação, o micro-blogging revelou-se um


grande aliado do Jornalismo social, e o Twitter é de longe a mais popular ferramenta de
micro-blogging. O caso do incêndio na California, foi notório mas não o único coberto via
Twitter. A grande "sacada" é que em micro-blogging o texto é limitado a 140 caracteres e o
celular é uma potencial ferramenta jornalistica. Textos via SMS para o Twitter, fotos e
videos via e-mail para o Flickr e YouTube respectivamente e na outra ponta temos a noticia
em qualquer dispositivo, é o verdadeiro crowdsourcing jornalístico.
Conectando os dois mundos
Existem diversos projetos, com o objetivo de conectar os dois mundos, o mais notório deles
é o OhmyNews, que é um jornal colaborativo, com "cara" de jornal. Outro projeto
interessante é o Reportwitters, com uma formatação um pouco diferente, tende a fomentar
o jornalismo colaborativo. No Brasil temos o próprio Jornalistas da Web, o Jornal de Debates
e as redes de blogs que estão se formando, numa tendência à universalizar o jornalismo
crowdsourcing.

João Carlos Rebello Caribé


Consultor de negócios em midias sociais
http://entropia.blog.br

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