Sie sind auf Seite 1von 106

APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

indiretas a outros autores através de citações. Esse tipo de recurso deno-


LÍNGUA PORTUGUESA mina-se INTERTEXTO.

Interpretação de Texto INTERPRETAÇÃO DE TEXTO - o primeiro objetivo de uma interpretação


Como interpretar textos de um texto é a identificação de sua idéia principal. A partir daí, localizam-
Texto literário e não-literário se as idéias secundárias, ou fundamentações, as argumentações, ou
explicações, que levem ao esclarecimento das questões apresentadas na
Linguagem verbal e não-verbal prova.
Gêneros Textuais
Tipologia textual Normalmente, numa prova, o candidato é convidado a:
Variação Linguística
Coesão e coerência 1. IDENTIFICAR – é reconhecer os elementos fundamentais de uma
Articulação do Texto: Pronomes e Expressões, argumentação, de um processo, de uma época (neste caso, procuram-se
Referenciais, Nexos, Operadores Sequenciais. os verbos e os advérbios, os quais definem o tempo).
Modos de Organização do Texto
2. COMPARAR – é descobrir as relações de semelhança ou de diferenças
Ponto de vista do autor
entre as situações do texto.
Reescritura de frases e parágrafos do texto
Estrutura do Parágrafo 3. COMENTAR - é relacionar o conteúdo apresentado com uma realidade,
Intertextualidade opinando a respeito.
Significado Implícito e Explícito
Adequação vocabular 4. RESUMIR – é concentrar as idéias centrais e/ou secundárias em um só
O parágrafo parágrafo.
Fonética e Fonologia
Ortografia Oficial 5. PARAFRASEAR – é reescrever o texto com outras palavras.
Acentuação Gráfica EXEMPLO
Pontuação
Crase
Significação das Palavras TÍTULO DO TEXTO PARÁFRASES
Estrutura e Formação das Palavras A INTEGRAÇÃO DO MUNDO
Emprego das Classes de Palavras: Substantivo, Adjeti- A INTEGRAÇÃO DA HUMANIDADE
"O HOMEM UNIDO
A UNIÃO DO HOMEM
vo, Numeral, Pronome, Verbo, Advérbio, Preposição, ”
HOMEM + HOMEM = MUNDO
Conjunção (Classificação e Sentido Que Imprimem Às A MACACADA SE UNIU (SÁTIRA)
Relações Entre As Orações).
Sintaxe da Oração e do Período
Concordância Nominal e Verbal CONDIÇÕES BÁSICAS PARA INTERPRETAR
Regência Nominal e Verbal
Fazem-se necessários:
Colocação Pronominal (próclise, mesóclise, ênclise)
Figuras de Linguagem a) Conhecimento Histórico – literário (escolas e gêneros literários, estrutura
Discurso Direto. Discurso Indireto. Discurso Indireto do texto), leitura e prática;
Livre
Funções da Linguagem b) Conhecimento gramatical, estilístico (qualidades do texto) e semântico;
Redação Oficial OBSERVAÇÃO – na semântica (significado das palavras) incluem-se:
homônimos e parônimos, denotação e conotação, sinonímia e antonímia,
INTERPRETAÇÃO DE TEXTO polissemia, figuras de linguagem, entre outros.

c) Capacidade de observação e de síntese e


Como interpretar textos
d) Capacidade de raciocínio.
É muito comum, entre os candidatos a um cargo público a preocupação
com a interpretação de textos. Isso acontece porque lhes faltam informa-
ções específicas a respeito desta tarefa constante em provas relacionadas INTERPRETAR x COMPREENDER
a concursos públicos.
INTERPRETAR SIGNIFICA COMPREENDER SIGNIFICA
Por isso, vão aqui alguns detalhes que poderão ajudar no momento de
responder as questões relacionadas a textos.
- EXPLICAR, COMENTAR,
TEXTO – é um conjunto de idéias organizadas e relacionadas entre si, JULGAR, TIRAR CONCLU- - INTELECÇÃO, ENTENDIMENTO,
formando um todo significativo capaz de produzir INTERAÇÃO COMUNI- SÕES, DEDUZIR. ATENÇÃO AO QUE REALMENTE
- TIPOS DE ENUNCIADOS ESTÁ ESCRITO.
CATIVA (capacidade de CODIFICAR E DECODIFICAR). • Através do texto, INFERE-SE - TIPOS DE ENUNCIADOS:
que... • O texto DIZ que...
CONTEXTO – um texto é constituído por diversas frases. Em cada uma • É possível DEDUZIR que... • É SUGERIDO pelo autor que...
delas, há uma certa informação que a faz ligar-se com a anterior e/ou com • O autor permite CONCLUIR • De acordo com o texto, é CORRE-
a posterior, criando condições para a estruturação do conteúdo a ser que... TA ou ERRADA a afirmação...
transmitido. A essa interligação dá-se o nome de CONTEXTO. Nota-se que • Qual é a INTENÇÃO do autor • O narrador AFIRMA...
o relacionamento entre as frases é tão grande, que, se uma frase for ao afirmar que...
retirada de seu contexto original e analisada separadamente, poderá ter
um significado diferente daquele inicial.
ERROS DE INTERPRETAÇÃO
INTERTEXTO - comumente, os textos apresentam referências diretas ou

Português para Concursos 1 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
É muito comum, mais do que se imagina, a ocorrência de erros de interpre- necessitar de um bom léxico internalizado.
tação. Os mais frequentes são:
As frases produzem significados diferentes de acordo com o contexto
a) Extrapolação (viagem) em que estão inseridas. Torna-se, assim, necessário sempre fazer um
Ocorre quando se sai do contexto, acrescentado idéias que não estão no confronto entre todas as partes que compõem o texto.
texto, quer por conhecimento prévio do tema quer pela imaginação.
Além disso, é fundamental apreender as informações apresentadas
b) Redução por trás do texto e as inferências a que ele remete. Este procedimento
É o oposto da extrapolação. Dá-se atenção apenas a um aspecto, esque- justifica-se por um texto ser sempre produto de uma postura ideológica do
cendo que um texto é um conjunto de idéias, o que pode ser insuficiente autor diante de uma temática qualquer.
para o total do entendimento do tema desenvolvido.
Denotação e Conotação
c) Contradição Sabe-se que não há associação necessária entre significante (expres-
Não raro, o texto apresenta idéias contrárias às do candidato, fazendo-o são gráfica, palavra) e significado, por esta ligação representar uma con-
tirar conclusões equivocadas e, consequentemente, errando a questão. venção. É baseado neste conceito de signo linguístico (significante +
significado) que se constroem as noções de denotação e conotação.
OBSERVAÇÃO - Muitos pensam que há a ótica do escritor e a ótica do O sentido denotativo das palavras é aquele encontrado nos dicioná-
leitor. Pode ser que existam, mas numa prova de concurso qualquer, o rios, o chamado sentido verdadeiro, real. Já o uso conotativo das palavras
que deve ser levado em consideração é o que o AUTOR DIZ e nada mais. é a atribuição de um sentido figurado, fantasioso e que, para sua compre-
ensão, depende do contexto. Sendo assim, estabelece-se, numa determi-
COESÃO - é o emprego de mecanismo de sintaxe que relacionam pala- nada construção frasal, uma nova relação entre significante e significado.
vras, orações, frases e/ou parágrafos entre si. Em outras palavras, a coe-
são dá-se quando, através de um pronome relativo, uma conjunção (NE- Os textos literários exploram bastante as construções de base conota-
XOS), ou um pronome oblíquo átono, há uma relação correta entre o que tiva, numa tentativa de extrapolar o espaço do texto e provocar reações
se vai dizer e o que já foi dito. diferenciadas em seus leitores.

OBSERVAÇÃO – São muitos os erros de coesão no dia-a-dia e, entre eles, Ainda com base no signo linguístico, encontra-se o conceito de polis-
está o mau uso do pronome relativo e do pronome oblíquo átono. Este semia (que tem muitas significações). Algumas palavras, dependendo do
depende da regência do verbo; aquele do seu antecedente. Não se pode contexto, assumem múltiplos significados, como, por exemplo, a palavra
esquecer também de que os pronomes relativos têm, cada um, valor ponto: ponto de ônibus, ponto de vista, ponto final, ponto de cruz ... Neste
semântico, por isso a necessidade de adequação ao antecedente. caso, não se está atribuindo um sentido fantasioso à palavra ponto, e sim
ampliando sua significação através de expressões que lhe completem e
Os pronomes relativos são muito importantes na interpretação de tex- esclareçam o sentido.
to, pois seu uso incorreto traz erros de coesão. Assim sedo, deve-se levar
em consideração que existe um pronome relativo adequado a cada cir- Como Ler e Entender Bem um Texto
cunstância, a saber:

QUE (NEUTRO) - RELACIONA-SE COM QUALQUER ANTECEDENTE. Basicamente, deve-se alcançar a dois níveis de leitura: a informativa e
MAS DEPENDE DAS CONDIÇÕES DA FRASE. de reconhecimento e a interpretativa. A primeira deve ser feita de maneira
QUAL (NEUTRO) IDEM AO ANTERIOR. cautelosa por ser o primeiro contato com o novo texto. Desta leitura, extra-
QUEM (PESSOA) em-se informações sobre o conteúdo abordado e prepara-se o próximo
CUJO (POSSE) - ANTES DELE, APARECE O POSSUIDOR E DEPOIS, O nível de leitura. Durante a interpretação propriamente dita, cabe destacar
OBJETO POSSUÍDO. palavras-chave, passagens importantes, bem como usar uma palavra para
COMO (MODO) resumir a ideia central de cada parágrafo. Este tipo de procedimento aguça
ONDE (LUGAR) a memória visual, favorecendo o entendimento.
QUANDO (TEMPO)
QUANTO (MONTANTE) Não se pode desconsiderar que, embora a interpretação seja subjeti-
va, há limites. A preocupação deve ser a captação da essência do texto, a
EXEMPLO: fim de responder às interpretações que a banca considerou como pertinen-
tes.
Falou tudo QUANTO queria (correto)
Falou tudo QUE queria (errado - antes do QUE, deveria aparecer o de- No caso de textos literários, é preciso conhecer a ligação daquele texto
monstrativo O ). com outras formas de cultura, outros textos e manifestações de arte da
época em que o autor viveu. Se não houver esta visão global dos momen-
• VÍCIOS DE LINGUAGEM – há os vícios de linguagem clássicos (BAR- tos literários e dos escritores, a interpretação pode ficar comprometida.
BARISMO, SOLECISMO,CACOFONIA...); no dia-a-dia, porém , existem Aqui não se podem dispensar as dicas que aparecem na referência biblio-
expressões que são mal empregadas, e, por força desse hábito cometem- gráfica da fonte e na identificação do autor.
se erros graves como:
A última fase da interpretação concentra-se nas perguntas e opções
- “ Ele correu risco de vida “, quando a verdade o risco era de morte. de resposta. Aqui são fundamentais marcações de palavras como não,
- “ Senhor professor, eu lhe vi ontem “. Neste caso, o pronome correto exceto, errada, respectivamente etc. que fazem diferença na escolha
oblíquo átono correto é O . adequada. Muitas vezes, em interpretação, trabalha-se com o conceito do
- “ No bar: “ME VÊ um café”. Além do erro de posição do pronome, há o "mais adequado", isto é, o que responde melhor ao questionamento pro-
mau uso. posto. Por isso, uma resposta pode estar certa para responder à pergunta,
Fonte: http://www.tudosobreconcursos.com/como-interpretar-textos mas não ser a adotada como gabarito pela banca examinadora por haver
uma outra alternativa mais completa.
-o0o-
Ainda cabe ressaltar que algumas questões apresentam um fragmento
Os concursos apresentam questões interpretativas que têm por finali- do texto transcrito para ser a base de análise. Nunca deixe de retornar ao
dade a identificação de um leitor autônomo. Portanto, o candidato deve texto, mesmo que aparentemente pareça ser perda de tempo. A descon-
compreender os níveis estruturais da língua por meio da lógica, além de textualização de palavras ou frases, certas vezes, são também um recurso
para instaurar a dúvida no candidato. Leia a frase anterior e a posterior

Português para Concursos 2 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
para ter ideia do sentido global proposto pelo autor, desta maneira a res- nagem: as planas: que são definidas por um traço característico, elas não
posta será mais consciente e segura. alteram seu comportamento durante o desenrolar dos acontecimentos e
tendem à caricatura; as redondas: são mais complexas tendo uma dimen-
Podemos, tranquilamente, ser bem-sucedidos numa interpretação de são psicológica, muitas vezes, o leitor fica surpreso com as suas reações
texto. Para isso, devemos observar o seguinte: perante os acontecimentos.

 Sequência dos fatos (enredo): Enredo é a sequência dos fatos, a


01. Ler todo o texto, procurando ter uma visão geral do assunto; trama dos acontecimentos e das ações dos personagens. No enredo
02. Se encontrar palavras desconhecidas, não interrompa a leitura, vá podemos distinguir, com maior ou menor nitidez, três ou quatro estágios
até o fim, ininterruptamente; progressivos: a exposição (nem sempre ocorre), a complicação, o climax, o
03. Ler, ler bem, ler profundamente, ou seja, ler o texto pelo monos desenlace ou desfecho.
umas três vezes ou mais;
04. Ler com perspicácia, sutileza, malícia nas entrelinhas; Na exposição o narrador situa a história quanto à época, o ambiente,
05. Voltar ao texto tantas quantas vezes precisar; as personagens e certas circunstâncias. Nem sempre esse estágio ocorre,
06. Não permitir que prevaleçam suas ideias sobre as do autor; na maioria das vezes, principalmente nos textos literários mais recentes, a
07. Partir o texto em pedaços (parágrafos, partes) para melhor com- história começa a ser narrada no meio dos acontecimentos (“in média”), ou
preensão; seja, no estágio da complicação quando ocorre e conflito, choque de
08. Centralizar cada questão ao pedaço (parágrafo, parte) do texto cor- interesses entre as personagens.
respondente;
09. Verificar, com atenção e cuidado, o enunciado de cada questão; O clímax é o ápice da história, quando ocorre o estágio de maior ten-
10. Cuidado com os vocábulos: destoa (=diferente de ...), não, correta, são do conflito entre as personagens centrais, desencadeando o desfecho,
incorreta, certa, errada, falsa, verdadeira, exceto, e outras; palavras que ou seja, a conclusão da história com a resolução dos conflitos.
aparecem nas perguntas e que, às vezes, dificultam a entender o que se  Os fatos: São os acontecimentos de que as personagens partici-
perguntou e o que se pediu; pam. Da natureza dos acontecimentos apresentados decorre o
11. Quando duas alternativas lhe parecem corretas, procurar a mais gênero do texto. Por exemplo o relato de um acontecimento cotidi-
exata ou a mais completa; ano constitui uma crônica, o relato de um drama social é um ro-
12. Quando o autor apenas sugerir ideia, procurar um fundamento de mance social, e assim por diante. Em toda narrativa há um fato
lógica objetiva; central, que estabelece o caráter do texto, e há os fatos secundá-
13. Cuidado com as questões voltadas para dados superficiais; rios, relacionados ao principal.
14. Não se deve procurar a verdade exata dentro daquela resposta,
 Espaço: Os acontecimentos narrados acontecem em diversos lu-
mas a opção que melhor se enquadre no sentido do texto;
gares, ou mesmo em um só lugar. O texto narrativo precisa conter
15. Às vezes a etimologia ou a semelhança das palavras denuncia a
informações sobre o espaço, onde os fatos acontecem. Muitas ve-
resposta;
zes, principalmente nos textos literários, essas informações são
16. Procure estabelecer quais foram as opiniões expostas pelo autor,
extensas, fazendo aparecer textos descritivos no interior dos tex-
definindo o tema e a mensagem;
tos narrativo.
17. O autor defende ideias e você deve percebê-las;
 Tempo: Os fatos que compõem a narrativa desenvolvem-se num
18. Os adjuntos adverbiais e os predicativos do sujeito são importan-
determinado tempo, que consiste na identificação do momento,
tíssimos na interpretação do texto.
dia, mês, ano ou época em que ocorre o fato. A temporalidade sa-
Ex.: Ele morreu de fome.
lienta as relações passado/presente/futuro do texto, essas rela-
de fome: adjunto adverbial de causa, determina a causa na realização
ções podem ser linear, isto é, seguindo a ordem cronológica dos
do fato (= morte de "ele").
fatos, ou sofre inversões, quando o narrador nos diz que antes de
Ex.: Ele morreu faminto.
um fato que aconteceu depois.
faminto: predicativo do sujeito, é o estado em que "ele" se encontrava
quando morreu.;
O tempo pode ser cronológico ou psicológico. O cronológico é o tempo
19. As orações coordenadas não têm oração principal, apenas as idei-
material em que se desenrola à ação, isto é, aquele que é medido pela
as estão coordenadas entre si;
natureza ou pelo relógio. O psicológico não é mensurável pelos padrões
20. Os adjetivos ligados a um substantivo vão dar a ele maior clareza
fixos, porque é aquele que ocorre no interior da personagem, depende da
de expressão, aumentando-lhe ou determinando-lhe o significado. Eraldo
sua percepção da realidade, da duração de um dado acontecimento no seu
Cunegundes
espírito.
ELEMENTOS CONSTITUTIVOS
 Narrador: observador e personagem: O narrador, como já disse-
TEXTO NARRATIVO mos, é a personagem que está a contar a história. A posição em
 As personagens: São as pessoas, ou seres, viventes ou não, for- que se coloca o narrador para contar a história constitui o foco, o
ças naturais ou fatores ambientais, que desempenham papel no desenrolar aspecto ou o ponto de vista da narrativa, e ele pode ser caracteri-
dos fatos. zado por :
- visão “por detrás” : o narrador conhece tudo o que diz respeito às
Toda narrativa tem um protagonista que é a figura central, o herói ou personagens e à história, tendo uma visão panorâmica dos acon-
heroína, personagem principal da história. tecimentos e a narração é feita em 3a pessoa.
- visão “com”: o narrador é personagem e ocupa o centro da narrati-
O personagem, pessoa ou objeto, que se opõe aos designos do prota- va que é feito em 1a pessoa.
gonista, chama-se antagonista, e é com ele que a personagem principal - visão “de fora”: o narrador descreve e narra apenas o que vê, a-
contracena em primeiro plano. quilo que é observável exteriormente no comportamento da perso-
nagem, sem ter acesso a sua interioridade, neste caso o narrador
As personagens secundárias, que são chamadas também de compar- é um observador e a narrativa é feita em 3a pessoa.
sas, são os figurantes de influencia menor, indireta, não decisiva na narra-  Foco narrativo: Todo texto narrativo necessariamente tem de a-
ção. presentar um foco narrativo, isto é, o ponto de vista através do
qual a história está sendo contada. Como já vimos, a narração é
O narrador que está a contar a história também é uma personagem, feita em 1a pessoa ou 3a pessoa.
pode ser o protagonista ou uma das outras personagens de menor impor-
tância, ou ainda uma pessoa estranha à história. Formas de apresentação da fala das personagens
Como já sabemos, nas histórias, as personagens agem e falam. Há
Podemos ainda, dizer que existem dois tipos fundamentais de perso- três maneiras de comunicar as falas das personagens.

Português para Concursos 3 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
 Descrição Técnica: Ela apresenta muitas das características ge-
 Discurso Direto: É a representação da fala das personagens atra- rais da literatura, com a distinção de que nela se utiliza um voca-
vés do diálogo. bulário mais preciso, salientando-se com exatidão os pormenores.
Exemplo: É predominantemente denotativa tendo como objetivo esclarecer
“Zé Lins continuou: carnaval é festa do povo. O povo é dono da verda- convencendo. Pode aplicar-se a objetos, a aparelhos ou meca-
de. Vem a polícia e começa a falar em ordem pública. No carnaval a cida- nismos, a fenômenos, a fatos, a lugares, a eventos e etc.
de é do povo e de ninguém mais”.
TEXTO DISSERTATIVO
No discurso direto é frequente o uso dos verbo de locução ou descen- Dissertar significa discutir, expor, interpretar ideias. A dissertação
di: dizer, falar, acrescentar, responder, perguntar, mandar, replicar e etc.; e consta de uma série de juízos a respeito de um determinado assunto ou
de travessões. Porém, quando as falas das personagens são curtas ou questão, e pressupõe um exame critico do assunto sobre o qual se vai
rápidas os verbos de locução podem ser omitidos. escrever com clareza, coerência e objetividade.

 Discurso Indireto: Consiste em o narrador transmitir, com suas A dissertação pode ser argumentativa - na qual o autor tenta persuadir
próprias palavras, o pensamento ou a fala das personagens. E- o leitor a respeito dos seus pontos de vista ou simplesmente, ter como
xemplo: finalidade dar a conhecer ou explicar certo modo de ver qualquer questão.
“Zé Lins levantou um brinde: lembrou os dias triste e passados, os
meus primeiros passos em liberdade, a fraternidade que nos reu- A linguagem usada é a referencial, centrada na mensagem, enfatizan-
nia naquele momento, a minha literatura e os menos sombrios por do o contexto.
vir”.
Quanto à forma, ela pode ser tripartida em :
 Discurso Indireto Livre: Ocorre quando a fala da personagem se  Introdução: Em poucas linhas coloca ao leitor os dados fundamen-
mistura à fala do narrador, ou seja, ao fluxo normal da narração. tais do assunto que está tratando. É a enunciação direta e objetiva
Exemplo: da definição do ponto de vista do autor.
“Os trabalhadores passavam para os partidos, conversando alto.  Desenvolvimento: Constitui o corpo do texto, onde as ideias colo-
Quando me viram, sem chapéu, de pijama, por aqueles lugares, cadas na introdução serão definidas com os dados mais relevan-
deram-me bons-dias desconfiados. Talvez pensassem que esti- tes. Todo desenvolvimento deve estruturar-se em blocos de ideias
vesse doido. Como poderia andar um homem àquela hora , sem articuladas entre si, de forma que a sucessão deles resulte num
fazer nada de cabeça no tempo, um branco de pés no chão como conjunto coerente e unitário que se encaixa na introdução e de-
eles? Só sendo doido mesmo”. sencadeia a conclusão.
(José Lins do Rego)  Conclusão: É o fenômeno do texto, marcado pela síntese da ideia
central. Na conclusão o autor reforça sua opinião, retomando a in-
TEXTO DESCRITIVO trodução e os fatos resumidos do desenvolvimento do texto. Para
Descrever é fazer uma representação verbal dos aspectos mais carac- haver maior entendimento dos procedimentos que podem ocorrer
terísticos de um objeto, de uma pessoa, paisagem, ser e etc. em um dissertação, cabe fazermos a distinção entre fatos, hipóte-
se e opinião.
As perspectivas que o observador tem do objeto são muito importan- - Fato: É o acontecimento ou coisa cuja veracidade e reconhecida;
tes, tanto na descrição literária quanto na descrição técnica. É esta atitude é a obra ou ação que realmente se praticou.
que vai determinar a ordem na enumeração dos traços característicos para - Hipótese: É a suposição feita acerca de uma coisa possível ou
que o leitor possa combinar suas impressões isoladas formando uma não, e de que se tiram diversas conclusões; é uma afirmação so-
imagem unificada. bre o desconhecido, feita com base no que já é conhecido.
- Opinião: Opinar é julgar ou inserir expressões de aprovação ou
Uma boa descrição vai apresentando o objeto progressivamente, vari- desaprovação pessoal diante de acontecimentos, pessoas e obje-
ando as partes focalizadas e associando-as ou interligando-as pouco a tos descritos, é um parecer particular, um sentimento que se tem a
pouco. respeito de algo.

Podemos encontrar distinções entre uma descrição literária e outra


O TEXTO ARGUMENTATIVO
técnica. Passaremos a falar um pouco sobre cada uma delas:
Baseado em Adilson Citelli
 Descrição Literária: A finalidade maior da descrição literária é
transmitir a impressão que a coisa vista desperta em nossa mente
A linguagem é capaz de criar e representar realidades, sendo caracte-
através do sentidos. Daí decorrem dois tipos de descrição: a sub-
rizada pela identificação de um elemento de constituição de sentidos. Os
jetiva, que reflete o estado de espírito do observador, suas prefe-
discursos verbais podem ser formados de várias maneiras, para dissertar
rências, assim ele descreve o que quer e o que pensa ver e não o
ou argumentar, descrever ou narrar, colocamos em práticas um conjunto
que vê realmente; já a objetiva traduz a realidade do mundo obje-
de referências codificadas há muito tempo e dadas como estruturadoras do
tivo, fenomênico, ela é exata e dimensional.
tipo de texto solicitado.
 Descrição de Personagem: É utilizada para caracterização das
personagens, pela acumulação de traços físicos e psicológicos, Para se persuadir por meio de muitos recursos da língua é necessário
pela enumeração de seus hábitos, gestos, aptidões e tempera- que um texto possua um caráter argumentativo/descritivo. A construção de
mento, com a finalidade de situar personagens no contexto cultu- um ponto de vista de alguma pessoa sobre algo, varia de acordo com a
ral, social e econômico . sua análise e esta dar-se-á a partir do momento em que a compreensão do
 Descrição de Paisagem: Neste tipo de descrição, geralmente o conteúdo, ou daquilo que fora tratado seja concretado. A formação discur-
observador abrange de uma só vez a globalidade do panorama, siva é responsável pelo emassamento do conteúdo que se deseja transmi-
para depois aos poucos, em ordem de proximidade, abranger as tir, ou persuadir, e nele teremos a formação do ponto de vista do sujeito,
partes mais típicas desse todo. suas análises das coisas e suas opiniões. Nelas, as opiniões o que faze-
 Descrição do Ambiente: Ela dá os detalhes dos interiores, dos mos é soltar concepções que tendem a ser orientadas no meio em que o
ambientes em que ocorrem as ações, tentando dar ao leitor uma indivíduo viva. Vemos que o sujeito lança suas opiniões com o simples e
visualização das suas particularidades, de seus traços distintivos e decisivo intuito de persuadir e fazer suas explanações renderem o conven-
típicos. cimento do ponto de vista de algo/alguém.
 Descrição da Cena: Trata-se de uma descrição movimentada, que
se desenvolve progressivamente no tempo. É a descrição de um Na escrita, o que fazemos é buscar intenções de sermos entendidos e
incêndio, de uma briga, de um naufrágio. desejamos estabelecer um contato verbal com os ouvintes e leitores, e

Português para Concursos 4 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
todas as frases ou palavras articuladas produzem significações dotadas de Linguagem Verbal - Existem várias formas de comunicação. Quando o
intencionalidade, criando assim unidades textuais ou discursivas. Dentro homem se utiliza da palavra, ou seja, da linguagem oral ou escrita,dizemos
deste contexto da escrita, temos que levar em conta que a coerência é de que ele está utilizando uma linguagem verbal, pois o código usado é a
relevada importância para a produção textual, pois nela se dará uma palavra. Tal código está presente, quando falamos com alguém, quando
sequência das ideias e da progressão de argumentos a serem explanadas. lemos, quando escrevemos. A linguagem verbal é a forma de comunicação
Sendo a argumentação o procedimento que tornará a tese aceitável, a mais presente em nosso cotidiano. Mediante a palavra falada ou escrita,
apresentação de argumentos atingirá os seus interlocutores em seus expomos aos outros as nossas idéias e pensamentos, comunicando-nos
objetivos; isto se dará através do convencimento da persuasão. Os meca- por meio desse código verbal imprescindível em nossas vidas. ela está
nismos da coesão e da coerência serão então responsáveis pela unidade presente em textos em propagandas;
da formação textual.
em reportagens (jornais, revistas, etc.);
Dentro dos mecanismos coesivos, podem realizar-se em contextos em obras literárias e científicas;
verbais mais amplos, como por jogos de elipses, por força semântica, por na comunicação entre as pessoas;
recorrências lexicais, por estratégias de substituição de enunciados. em discursos (Presidente da República, representantes de classe,
candidatos a cargos públicos, etc.);
Um mecanismo mais fácil de fazer a comunicação entre as pessoas é e em várias outras situações.
a linguagem, quando ela é em forma da escrita e após a leitura, (o que Linguagem Não Verbal
ocorre agora), podemos dizer que há de ter alguém que transmita algo, e
outro que o receba. Nesta brincadeira é que entra a formação de argumen-
tos com o intuito de persuadir para se qualificar a comunicação; nisto,
estes argumentos explanados serão o germe de futuras tentativas da
comunicação ser objetiva e dotada de intencionalidade, (ver Linguagem e
Persuasão).

Sabe-se que a leitura e escrita, ou seja, ler e escrever; não tem em


sua unidade a mono característica da dominação do idioma/língua, e sim o
propósito de executar a interação do meio e cultura de cada indivíduo. As
relações intertextuais são de grande valia para fazer de um texto uma Observe a figura abaixo, este sinal demonstra que é proibido fumar em
alusão à outros textos, isto proporciona que a imersão que os argumentos um determinado local. A linguagem utilizada é a não-verbal pois não utiliza
dão tornem esta produção altamente evocativa. do código "língua portuguesa" para transmitir que é proibido fumar. Na
figura abaixo, percebemos que o semáforo, nos transmite a idéia de
A paráfrase é também outro recurso bastante utilizado para trazer a atenção, de acordo com a cor apresentada no semáforo, podemos saber
um texto um aspecto dinâmico e com intento. Juntamente com a paródia, a se é permitido seguir em frente (verde), se é para ter atenção (amarelo) ou
paráfrase utiliza-se de textos já escritos, por alguém, e que tornam-se algo se é proibido seguir em frente (vermelho) naquele instante.
espetacularmente incrível. A diferença é que muitas vezes a paráfrase não
possui a necessidade de persuadir as pessoas com a repetição de argu-
mentos, e sim de esquematizar novas formas de textos, sendo estes
diferentes. A criação de um texto requer bem mais do que simplesmente a
junção de palavras a uma frase, requer algo mais que isto. É necessário ter
na escolha das palavras e do vocabulário o cuidado de se requisitá-las,
bem como para se adotá-las. Um texto não é totalmente auto-explicativo,
daí vem a necessidade de que o leitor tenha um emassado em seu históri-
co uma relação interdiscursiva e intertextual.

As metáforas, metonímias, onomatopeias ou figuras de linguagem, en-


Como você percebeu, todas as imagens podem ser facilmente
tram em ação inseridos num texto como um conjunto de estratégias capa-
decodificadas. Você notou que em nenhuma delas existe a presença da
zes de contribuir para os efeitos persuasivos dele. A ironia também é muito
palavra? O que está presente é outro tipo de código. Apesar de haver
utilizada para causar este efeito, umas de suas características salientes, é
ausência da palavra, nós temos uma linguagem, pois podemos decifrar
que a ironia dá ênfase à gozação, além de desvalorizar ideias, valores da
mensagens a partir das imagens. O tipo de linguagem, cujo código não é a
oposição, tudo isto em forma de piada.
palavra, denomina-se linguagem não-verbal, isto é, usam-se outros
códigos (o desenho, a dança, os sons, os gestos, a expressão fisionômica,
Uma das últimas, porém não menos importantes, formas de persuadir
as cores)
através de argumentos, é a Alusão ("Ler não é apenas reconhecer o dito,
mais também o não-dito"). Nela, o escritor trabalha com valores, ideias ou Fonte: www.graudez.com.br
conceitos pré estabelecidos, sem porém com objetivos de forma clara e
concisa. O que acontece é a formação de um ambiente poético e sugerível,
capaz de evocar nos leitores algo, digamos, uma sensação... GÊNEROS TEXTUAIS

Texto Base: CITELLI, Adilson; “O Texto Argumentativo” São Paulo SP, Gêneros textuais são tipos específicos de textos de qualquer natureza,
Editora ..Scipione, 1994 - 6ª edição. literários ou não. Modalidades discursivas constituem as estruturas e as
funções sociais (narrativas, dissertativas, argumentativas, procedimentais e
Texto literário e não-literário exortativas), utilizadas como formas de organizar a linguagem. Dessa
forma, podem ser considerados exemplos de gêneros textuais: anúncios,
Texto Literário: expressa a opinião pessoal do autor que também é convites, atas, avisos, programas de auditórios, bulas, cartas, comédias,
transmitida através de figuras, impregnado de subjetivismo. Ex: um ro- contos de fadas, convênios, crônicas, editoriais, ementas, ensaios, entre-
mance, um conto, uma poesia... vistas, circulares, contratos, decretos, discursos políticos
Texto não-literário: preocupa-se em transmitir uma mensagem da
A diferença entre Gênero Textual e Tipologia Textual é, no meu enten-
forma mais clara e objetiva possível. Ex: uma notícia de jornal, uma bula
der, importante para direcionar o trabalho do professor de língua na leitura,
de medicamento.
compreensão e produção de textos1. O que pretendemos neste pequeno
Linguagem verbal e não-verbal ensaio é apresentar algumas considerações sobre Gênero Textual e Tipo-
logia Textual, usando, para isso, as considerações feitas por Marcuschi

Português para Concursos 5 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
(2002) e Travaglia (2002), que faz apontamentos questionáveis para o Travaglia mostra o seguinte:
termo Tipologia Textual. No final, apresento minhas considerações a conjugação tipológica = um texto apresenta vários tipos
respeito de minha escolha pelo gênero ou pela tipologia. intercâmbio de tipos = um tipo usado no lugar de outro

Convém afirmar que acredito que o trabalho com a leitura, compreen- Aspecto interessante a se observar é que Marcuschi afirma que os gê-
são e a produção escrita em Língua Materna deve ter como meta primordi- neros não são entidades naturais, mas artefatos culturais construídos
al o desenvolvimento no aluno de habilidades que façam com que ele historicamente pelo ser humano. Um gênero, para ele, pode não ter uma
tenha capacidade de usar um número sempre maior de recursos da língua determinada propriedade e ainda continuar sendo aquele gênero. Para
para produzir efeitos de sentido de forma adequada a cada situação espe- exemplificar, o autor fala, mais uma vez, da carta pessoal. Mesmo que o
cífica de interação humana. autor da carta não tenha assinado o nome no final, ela continuará sendo
carta, graças as suas propriedades necessárias e suficientes5.Ele diz,
Luiz Antônio Marcuschi (UFPE) defende o trabalho com textos na es- ainda, que uma publicidade pode ter o formato de um poema ou de uma
cola a partir da abordagem do Gênero Textual Marcuschi não demonstra lista de produtos em oferta. O que importa é que esteja fazendo divulgação
favorabilidade ao trabalho com a Tipologia Textual, uma vez que, para ele, de produtos, estimulando a compra por parte de clientes ou usuários
o trabalho fica limitado, trazendo para o ensino alguns problemas, uma vez daquele produto.
que não é possível, por exemplo, ensinar narrativa em geral, porque,
embora possamos classificar vários textos como sendo narrativos, eles se Para Marcuschi, Tipologia Textual é um termo que deve ser usado pa-
concretizam em formas diferentes – gêneros – que possuem diferenças ra designar uma espécie de sequência teoricamente definida pela natureza
específicas. linguística de sua composição. Em geral, os tipos textuais abrangem as
categorias narração, argumentação, exposição, descrição e injunção
Por outro lado, autores como Luiz Carlos Travaglia (UFUberlândia/MG) (Swales, 1990; Adam, 1990; Bronckart, 1999). Segundo ele, o termo Tipo-
defendem o trabalho com a Tipologia Textual. Para o autor, sendo os logia Textual é usado para designar uma espécie de sequência teorica-
textos de diferentes tipos, eles se instauram devido à existência de diferen- mente definida pela natureza linguística de sua composição (aspectos
tes modos de interação ou interlocução. O trabalho com o texto e com os lexicais, sintáticos, tempos verbais, relações lógicas) (p. 22).
diferentes tipos de texto é fundamental para o desenvolvimento da compe-
tência comunicativa. De acordo com as ideias do autor, cada tipo de texto é Gênero Textual é definido pelo autor como uma noção vaga para os
apropriado para um tipo de interação específica. Deixar o aluno restrito a textos materializados encontrados no dia-a-dia e que apresentam caracte-
apenas alguns tipos de texto é fazer com que ele só tenha recursos para rísticas sócio-comunicativas definidas pelos conteúdos, propriedades
atuar comunicativamente em alguns casos, tornando-se incapaz, ou pouco funcionais, estilo e composição característica.
capaz, em outros. Certamente, o professor teria que fazer uma espécie de
levantamento de quais tipos seriam mais necessários para os alunos, para, Travaglia define Tipologia Textual como aquilo que pode instaurar um
a partir daí, iniciar o trabalho com esses tipos mais necessários. modo de interação, uma maneira de interlocução, segundo perspectivas
que podem variar. Essas perspectivas podem, segundo o autor, estar
Marcuschi afirma que os livros didáticos trazem, de maneira equivoca- ligadas ao produtor do texto em relação ao objeto do dizer quanto ao
da, o termo tipo de texto. Na verdade, para ele, não se trata de tipo de fazer/acontecer, ou conhecer/saber, e quanto à inserção destes no tempo
texto, mas de gênero de texto. O autor diz que não é correto afirmar que a e/ou no espaço. Pode ser possível a perspectiva do produtor do texto dada
carta pessoal, por exemplo, é um tipo de texto como fazem os livros. Ele pela imagem que o mesmo faz do receptor como alguém que concorda ou
atesta que a carta pessoal é um Gênero Textual. não com o que ele diz. Surge, assim, o discurso da transformação, quando
o produtor vê o receptor como alguém que não concorda com ele. Se o
O autor diz que em todos os gêneros os tipos se realizam, ocorrendo, produtor vir o receptor como alguém que concorda com ele, surge o discur-
muitas das vezes, o mesmo gênero sendo realizado em dois ou mais tipos. so da cumplicidade. Tem-se ainda, na opinião de Travaglia, uma perspecti-
Ele apresenta uma carta pessoal3 como exemplo, e comenta que ela pode va em que o produtor do texto faz uma antecipação no dizer. Da mesma
apresentar as tipologias descrição, injunção, exposição, narração e argu- forma, é possível encontrar a perspectiva dada pela atitude comunicativa
mentação. Ele chama essa miscelânea de tipos presentes em um gênero de comprometimento ou não. Resumindo, cada uma das perspectivas
de heterogeneidade tipológica. apresentadas pelo autor gerará um tipo de texto. Assim, a primeira pers-
pectiva faz surgir os tipos descrição, dissertação, injunção e narração. A
Travaglia (2002) fala em conjugação tipológica. Para ele, dificilmente segunda perspectiva faz com que surja o tipo argumentativo stricto sensu6
são encontrados tipos puros. Realmente é raro um tipo puro. Num texto e não argumentativo stricto sensu. A perspectiva da antecipação faz surgir
como a bula de remédio, por exemplo, que para Fávero & Koch (1987) é o tipo preditivo. A do comprometimento dá origem a textos do mundo
um texto injuntivo, tem-se a presença de várias tipologias, como a descri- comentado (comprometimento) e do mundo narrado (não comprometimen-
ção, a injunção e a predição4. Travaglia afirma que um texto se define to) (Weirinch, 1968). Os textos do mundo narrado seriam enquadrados, de
como de um tipo por uma questão de dominância, em função do tipo de maneira geral, no tipo narração. Já os do mundo comentado ficariam no
interlocução que se pretende estabelecer e que se estabelece, e não em tipo dissertação.
função do espaço ocupado por um tipo na constituição desse texto.
Travaglia diz que o Gênero Textual se caracteriza por exercer uma
Quando acontece o fenômeno de um texto ter aspecto de um gênero função social específica. Para ele, estas funções sociais são pressentidas
mas ter sido construído em outro, Marcuschi dá o nome de intertextualida- e vivenciadas pelos usuários. Isso equivale dizer que, intuitivamente,
de intergêneros. Ele explica dizendo que isso acontece porque ocorreu no sabemos que gênero usar em momentos específicos de interação, de
texto a configuração de uma estrutura intergêneros de natureza altamente acordo com a função social dele. Quando vamos escrever um e-mail,
híbrida, sendo que um gênero assume a função de outro. sabemos que ele pode apresentar características que farão com que ele
“funcione” de maneira diferente. Assim, escrever um e-mail para um amigo
Travaglia não fala de intertextualidade intergêneros, mas fala de um in- não é o mesmo que escrever um e-mail para uma universidade, pedindo
tercâmbio de tipos. Explicando, ele afirma que um tipo pode ser usado no informações sobre um concurso público, por exemplo.
lugar de outro tipo, criando determinados efeitos de sentido impossíveis, na
opinião do autor, com outro dado tipo. Para exemplificar, ele fala de descri- Observamos que Travaglia dá ao gênero uma função social. Parece
ções e comentários dissertativos feitos por meio da narração. que ele diferencia Tipologia Textual de Gênero Textual a partir dessa
“qualidade” que o gênero possui. Mas todo texto, independente de seu
Resumindo esse ponto, Marcuschi traz a seguinte configuração teóri- gênero ou tipo, não exerce uma função social qualquer?
ca:
intertextualidade intergêneros = um gênero com a função de outro Marcuschi apresenta alguns exemplos de gêneros, mas não ressalta
heterogeneidade tipológica = um gênero com a presença de vários ti- sua função social. Os exemplos que ele traz são telefonema, sermão,
pos romance, bilhete, aula expositiva, reunião de condomínio, etc.

Português para Concursos 6 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
uma unidade linguística concreta que é tomada pelos usuários da lín-
Já Travaglia, não só traz alguns exemplos de gêneros como mostra o
gua em uma situação de interação comunicativa específica, como uma
que, na sua opinião, seria a função social básica comum a cada um: aviso,
unidade de sentido e como preenchendo uma função comunicativa reco-
comunicado, edital, informação, informe, citação (todos com a função
nhecível e reconhecida, independentemente de sua extensão (p. 03).
social de dar conhecimento de algo a alguém). Certamente a carta e o e-
mail entrariam nessa lista, levando em consideração que o aviso pode ser
dado sob a forma de uma carta, e-mail ou ofício. Ele continua exemplifi- Travaglia afirma que distingue texto de discurso levando em conta que
cando apresentando a petição, o memorial, o requerimento, o abaixo sua preocupação é com a tipologia de textos, e não de discursos. Marcus-
assinado (com a função social de pedir, solicitar). Continuo colocando a chi afirma que a definição que traz de texto e discurso é muito mais opera-
carta, o e-mail e o ofício aqui. Nota promissória, termo de compromisso e cional do que formal.
voto são exemplos com a função de prometer. Para mim o voto não teria Travaglia faz uma “tipologização” dos termos Gênero Textual, Tipolo-
essa função de prometer. Mas a função de confirmar a promessa de dar o gia Textual e Espécie. Ele chama esses elementos de Tipelementos.
voto a alguém. Quando alguém vota, não promete nada, confirma a pro- Justifica a escolha pelo termo por considerar que os elementos tipológicos
messa de votar que pode ter sido feita a um candidato. (Gênero Textual, Tipologia Textual e Espécie) são básicos na construção
das tipologias e talvez dos textos, numa espécie de analogia com os ele-
Ele apresenta outros exemplos, mas por questão de espaço não colo- mentos químicos que compõem as substâncias encontradas na natureza.
carei todos. É bom notar que os exemplos dados por ele, mesmo os que
não foram mostrados aqui, apresentam função social formal, rígida. Ele Para concluir, acredito que vale a pena considerar que as discussões
não apresenta exemplos de gêneros que tenham uma função social menos feitas por Marcuschi, em defesa da abordagem textual a partir dos Gêneros
rígida, como o bilhete. Textuais, estão diretamente ligadas ao ensino. Ele afirma que o trabalho
com o gênero é uma grande oportunidade de se lidar com a língua em
Uma discussão vista em Travaglia e não encontrada em Marcuschi7 é seus mais diversos usos autênticos no dia-a-dia. Cita o PCN, dizendo que
a de Espécie. Para ele, Espécie se define e se caracteriza por aspectos ele apresenta a ideia básica de que um maior conhecimento do funciona-
formais de estrutura e de superfície linguística e/ou aspectos de conteúdo. mento dos Gêneros Textuais é importante para a produção e para a com-
Ele exemplifica Espécie dizendo que existem duas pertencentes ao tipo preensão de textos. Travaglia não faz abordagens específicas ligadas à
narrativo: a história e a não-história. Ainda do tipo narrativo, ele apresenta questão do ensino no seu tratamento à Tipologia Textual.
as Espécies narrativa em prosa e narrativa em verso. No tipo descritivo ele
mostra as Espécies distintas objetiva x subjetiva, estática x dinâmica e O que Travaglia mostra é uma extrema preferência pelo uso da Tipo-
comentadora x narradora. Mudando para gênero, ele apresenta a corres- logia Textual, independente de estar ligada ao ensino. Sua abordagem
pondência com as Espécies carta, telegrama, bilhete, ofício, etc. No gênero parece ser mais taxionômica. Ele chega a afirmar que são os tipos que
romance, ele mostra as Espécies romance histórico, regionalista, fantásti- entram na composição da grande maioria dos textos. Para ele, a questão
co, de ficção científica, policial, erótico, etc. Não sei até que ponto a Espé- dos elementos tipológicos e suas implicações com o ensino/aprendizagem
cie daria conta de todos os Gêneros Textuais existentes. Será que é possí- merece maiores discussões.
vel especificar todas elas? Talvez seja difícil até mesmo porque não é fácil
dizer quantos e quais são os gêneros textuais existentes. Marcuschi diz que não acredita na existência de Gêneros Textuais i-
deais para o ensino de língua. Ele afirma que é possível a identificação de
Se em Travaglia nota-se uma discussão teórica não percebida em gêneros com dificuldades progressivas, do nível menos formal ao mais
Marcuschi, o oposto também acontece. Este autor discute o conceito de formal, do mais privado ao mais público e assim por diante. Os gêneros
Domínio Discursivo. Ele diz que os domínios discursivos são as grandes devem passar por um processo de progressão, conforme sugerem Sch-
esferas da atividade humana em que os textos circulam (p. 24). Segundo neuwly & Dolz (2004).
informa, esses domínios não seriam nem textos nem discursos, mas dari-
am origem a discursos muito específicos. Constituiriam práticas discursivas Travaglia, como afirmei, não faz considerações sobre o trabalho com a
dentro das quais seria possível a identificação de um conjunto de gêneros Tipologia Textual e o ensino. Acredito que um trabalho com a tipologia teria
que às vezes lhes são próprios como práticas ou rotinas comunicativas que, no mínimo, levar em conta a questão de com quais tipos de texto
institucionalizadas. Como exemplo, ele fala do discurso jornalístico, discur- deve-se trabalhar na escola, a quais será dada maior atenção e com quais
so jurídico e discurso religioso. Cada uma dessas atividades, jornalística, será feito um trabalho mais detido. Acho que a escolha pelo tipo, caso seja
jurídica e religiosa, não abrange gêneros em particular, mas origina vários considerada a ideia de Travaglia, deve levar em conta uma série de fato-
deles. res, porém dois são mais pertinentes:
a) O trabalho com os tipos deveria preparar o aluno para a composi-
Travaglia até fala do discurso jurídico e religioso, mas não como Mar- ção de quaisquer outros textos (não sei ao certo se isso é possível.
cuschi. Ele cita esses discursos quando discute o que é para ele tipologia Pode ser que o trabalho apenas com o tipo narrativo não dê ao a-
de discurso. Assim, ele fala dos discursos citados mostrando que as tipolo- luno o preparo ideal para lidar com o tipo dissertativo, e vice-versa.
gias de discurso usarão critérios ligados às condições de produção dos Um aluno que pára de estudar na 5ª série e não volta mais à escola
discursos e às diversas formações discursivas em que podem estar inseri- teria convivido muito mais com o tipo narrativo, sendo esse o mais
dos (Koch & Fávero, 1987, p. 3). Citando Koch & Fávero, o autor fala que trabalhado nessa série. Será que ele estaria preparado para produ-
uma tipologia de discurso usaria critérios ligados à referência (institucional zir, quando necessário, outros tipos textuais? Ao lidar somente com
(discurso político, religioso, jurídico), ideológica (discurso petista, de direita, o tipo narrativo, por exemplo, o aluno, de certa forma, não deixa de
de esquerda, cristão, etc), a domínios de saber (discurso médico, linguísti- trabalhar com os outros tipos?);
co, filosófico, etc), à inter-relação entre elementos da exterioridade (discur- b) A utilização prática que o aluno fará de cada tipo em sua vida.
so autoritário, polêmico, lúdico)). Marcuschi não faz alusão a uma tipologia
do discurso. Acho que vale a pena dizer que sou favorável ao trabalho com o Gêne-
ro Textual na escola, embora saiba que todo gênero realiza necessaria-
Semelhante opinião entre os dois autores citados é notada quando fa- mente uma ou mais sequências tipológicas e que todos os tipos inserem-se
lam que texto e discurso não devem ser encarados como iguais. Marcuschi em algum gênero textual.
considera o texto como uma entidade concreta realizada materialmente e
corporificada em algum Gênero Textual [grifo meu] (p. 24). Discurso para Até recentemente, o ensino de produção de textos (ou de redação) era
ele é aquilo que um texto produz ao se manifestar em alguma instância feito como um procedimento único e global, como se todos os tipos de
discursiva. O discurso se realiza nos textos (p. 24). Travaglia considera o texto fossem iguais e não apresentassem determinadas dificuldades e, por
discurso como a própria atividade comunicativa, a própria atividade produ- isso, não exigissem aprendizagens específicas. A fórmula de ensino de
tora de sentidos para a interação comunicativa, regulada por uma exteriori- redação, ainda hoje muito praticada nas escolas brasileiras – que consiste
dade sócio-histórica-ideológica (p. 03). Texto é o resultado dessa atividade fundamentalmente na trilogia narração, descrição e dissertação – tem por
comunicativa. O texto, para ele, é visto como base uma concepção voltada essencialmente para duas finalidades: a

Português para Concursos 7 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
formação de escritores literários (caso o aluno se aprimore nas duas pri- Comumente relatamos sobre um acontecimento, um fato presenciado
meiras modalidades textuais) ou a formação de cientistas (caso da terceira ou ocorrido conosco, expomos nossa opinião sobre determinado assunto,
modalidade) (Antunes, 2004). Além disso, essa concepção guarda em si ou descrevemos algum lugar pelo qual visitamos, e ainda, fazemos um
uma visão equivocada de que narrar e descrever seriam ações mais “fá- retrato verbal sobre alguém que acabamos de conhecer ou ver.
ceis” do que dissertar, ou mais adequadas à faixa etária, razão pela qual
esta última tenha sido reservada às séries terminais - tanto no ensino É exatamente nestas situações corriqueiras que classificamos os
fundamental quanto no ensino médio. nossos textos naquela tradicional tipologia: Narração, Descrição e
Dissertação.
O ensino-aprendizagem de leitura, compreensão e produção de texto Para melhor exemplificarmos o que foi dito, tomamos como exemplo
pela perspectiva dos gêneros reposiciona o verdadeiro papel do professor um Editorial, no qual o autor expõe seu ponto de vista sobre determinado
de Língua Materna hoje, não mais visto aqui como um especialista em assunto, uma descrição de um ambiente e um texto literário escrito em
textos literários ou científicos, distantes da realidade e da prática textual do prosa.
aluno, mas como um especialista nas diferentes modalidades textuais,
orais e escritas, de uso social. Assim, o espaço da sala de aula é transfor- Em se tratando de gêneros textuais, a situação não é diferente, pois se
mado numa verdadeira oficina de textos de ação social, o que é viabilizado conceituam como gêneros textuais as diversas situações
e concretizado pela adoção de algumas estratégias, como enviar uma carta sociocomunciativas que participam da nossa vida em sociedade. Como
para um aluno de outra classe, fazer um cartão e ofertar a alguém, enviar exemplo, temos: uma receita culinária, um e-mail, uma reportagem, uma
uma carta de solicitação a um secretário da prefeitura, realizar uma entre- monografia, e assim por diante. Respectivamente, tais textos classificar-se-
vista, etc. Essas atividades, além de diversificar e concretizar os leitores iam como: instrucional, correspondência pessoal (em meio eletrônico),
das produções (que agora deixam de ser apenas “leitores visuais”), permi- texto do ramo jornalístico e, por último, um texto de cunho científico.
tem também a participação direta de todos os alunos e eventualmente de Mas como toda escrita perfaz-se de uma técnica para compô-la, é
pessoas que fazem parte de suas relações familiares e sociais. A avaliação extremamente importante que saibamos a maneira correta de produzir esta
dessas produções abandona os critérios quase que exclusivamente literá- gama de textos. À medida que a praticamos, vamos nos aperfeiçoando
rios ou gramaticais e desloca seu foco para outro ponto: o bom texto não é mais e mais na sua performance estrutural. Por Vânia Duarte
aquele que apresenta, ou só apresenta, características literárias, mas
aquele que é adequado à situação comunicacional para a qual foi produzi- O Conto
do, ou seja, se a escolha do gênero, se a estrutura, o conteúdo, o estilo e o
É um relato em prosa de fatos fictícios. Consta de três momentos perfeita-
nível de língua estão adequados ao interlocutor e podem cumprir a finali-
mente diferenciados: começa apresentando um estado inicial de equilíbrio;
dade do texto.
segue com a intervenção de uma força, com a aparição de um conflito, que
dá lugar a uma série de episódios; encerra com a resolução desse conflito
Acredito que abordando os gêneros a escola estaria dando ao aluno a
que permite, no estágio final, a recuperação do equilíbrio perdido.
oportunidade de se apropriar devidamente de diferentes Gêneros Textuais
socialmente utilizados, sabendo movimentar-se no dia-a-dia da interação Todo conto tem ações centrais, núcleos narrativos, que estabelecem entre
humana, percebendo que o exercício da linguagem será o lugar da sua si uma relação causal. Entre estas ações, aparecem elementos de recheio
constituição como sujeito. A atividade com a língua, assim, favoreceria o (secundários ou catalíticos), cuja função é manter o suspense. Tanto os
exercício da interação humana, da participação social dentro de uma núcleos como as ações secundárias colocam em cena personagens que as
sociedade letrada. cumprem em um determinado lugar e tempo. Para a apresentação das
1 - Penso que quando o professor não opta pelo trabalho com o gêne- características destes personagens, assim como para as indicações de
ro ou com o tipo ele acaba não tendo uma maneira muito clara pa- lugar e tempo, apela-se a recursos descritivos.
ra selecionar os textos com os quais trabalhará.
2 - Outra discussão poderia ser feita se se optasse por tratar um pou- Um recurso de uso frequente nos contos é a introdução do diálogo das
co a diferença entre Gênero Textual e Gênero Discursivo. personagens, apresentado com os sinais gráficos correspondentes (os
3 - Travaglia (2002) diz que uma carta pode ser exclusivamente des- travessões, para indicar a mudança de interlocutor).
critiva, ou dissertativa, ou injuntiva, ou narrativa, ou argumentativa. A observação da coerência temporal permite ver se o autor mantém a linha
Acho meio difícil alguém conseguir escrever um texto, caracteriza- temporal ou prefere surpreender o leitor com rupturas de tempo na apre-
do como carta, apenas com descrições, ou apenas com injunções. sentação dos acontecimentos (saltos ao passado ou avanços ao futuro).
Por outro lado, meio que contrariando o que acabara de afirmar,
ele diz desconhecer um gênero necessariamente descritivo. A demarcação do tempo aparece, geralmente, no parágrafo inicial. Os
4 - Termo usado pelas autoras citadas para os textos que fazem pre- contos tradicionais apresentam fórmulas características de introdução de
visão, como o boletim meteorológico e o horóscopo. temporalidade difusa: "Era uma vez...", "Certa vez...".
5 - Necessárias para a carta, e suficientes para que o texto seja uma Os tempos verbais desempenham um papel importante na construção e na
carta. interpretação dos contos. Os pretéritos imperfeito e o perfeito predominam
6 - Segundo Travaglia (1991), texto argumentativo stricto sensu é o na narração, enquanto que o tempo presente aparece nas descrições e
que faz argumentação explícita. nos diálogos.
7 - Pelo menos nos textos aos quais tive acesso. Sílvio Ribeiro da Sil-
va O pretérito imperfeito apresenta a ação em processo, cuja incidência chega
ao momento da narração: "Rosário olhava timidamente seu pretendente,
TIPOLOGIA TEXTUAL enquanto sua mãe, da sala, fazia comentários banais sobre a história
familiar." O perfeito, ao contrário, apresenta as ações concluídas no passa-
do: "De repente, chegou o pai com suas botas sujas de barro, olhou sua
A todo o momento nos deparamos com vários textos, sejam eles filha, depois o pretendente, e, sem dizer nada, entrou furioso na sala".
verbais e não verbais. Em todos há a presença do discurso, isto é, a ideia
intrínseca, a essência daquilo que está sendo transmitido entre os A apresentação das personagens ajusta-se à estratégia da definibilidade:
interlocutores. são introduzidas mediante uma construção nominal iniciada por um artigo
indefinido (ou elemento equivalente), que depois é substituído pelo defini-
Esses interlocutores são as peças principais em um diálogo ou em um do, por um nome, um pronome, etc.: "Uma mulher muito bonita entrou
texto escrito, pois nunca escrevemos para nós mesmos, nem mesmo apressadamente na sala de embarque e olhou à volta, procurando alguém
falamos sozinhos. impacientemente. A mulher parecia ter fugido de um filme romântico dos
anos 40."
É de fundamental importância sabermos classificar os textos dos quais
travamos convivência no nosso dia a dia. Para isso, precisamos saber que O narrador é uma figura criada pelo autor para apresentar os fatos que
existem tipos textuais e gêneros textuais. constituem o relato, é a voz que conta o que está acontecendo. Esta voz
pode ser de uma personagem, ou de uma testemunha que conta os fatos

Português para Concursos 8 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
na primeira pessoa ou, também, pode ser a voz de uma terceira pessoa suas sílabas; a sinérese, que une em uma sílaba duas vogais que não
que não intervém nem como ator nem como testemunha. constituem um ditongo; a sinalefa, que une em uma só sílaba a sílaba final
de uma palavra terminada em vogal, com a inicial de outra que inicie com
Além disso, o narrador pode adotar diferentes posições, diferentes pontos vogal ou h; o hiato, que anula a possibilidade da sinalefa. Os acentos
de vista: pode conhecer somente o que está acontecendo, isto é, o que as finais também incidem no levantamento das sílabas do verso. Se a última
personagens estão fazendo ou, ao contrário, saber de tudo: o que fazem, palavra é paroxítona, não se altera o número de sílabas; se é oxítona,
pensam, sentem as personagens, o que lhes aconteceu e o que lhes soma-se uma sílaba; se é proparoxítona, diminui-se uma.
acontecerá. Estes narradores que sabem tudo são chamados oniscientes.
A rima é uma característica distintiva, mas não obrigatória dos versos, pois
A Novela existem versos sem rima (os versos brancos ou soltos de uso frequente na
É semelhante ao conto, mas tem mais personagens, maior número de poesia moderna). A rima consiste na coincidência total ou parcial dos
complicações, passagens mais extensas com descrições e diálogos. As últimos fonemas do verso. Existem dois tipos de rimas: a consoante (coin-
personagens adquirem uma definição mais acabada, e as ações secundá- cidência total de vogais e consoante a partir da última vogal acentuada) e a
rias podem chegar a adquirir tal relevância, de modo que terminam por assonante (coincidência unicamente das vogais a partir da última vogal
converter-se, em alguns textos, em unidades narrativas independentes. acentuada). A métrica mais frequente dos versos vai desde duas até
dezesseis sílabas. Os versos monossílabos não existem, já que, pelo
A Obra Teatral acento, são considerados dissílabos.
Os textos literários que conhecemos como obras de teatro (dramas, tragé- As estrofes agrupam versos de igual medida e de duas medidas diferentes
dias, comédias, etc.) vão tecendo diferentes histórias, vão desenvolvendo combinadas regularmente. Estes agrupamentos vinculam-se à progressão
diversos conflitos, mediante a interação linguística das personagens, quer temática do texto: com frequência, desenvolvem uma unidade informativa
dizer, através das conversações que têm lugar entre os participantes nas vinculada ao tema central.
situações comunicativas registradas no mundo de ficção construído pelo
texto. Nas obras teatrais, não existe um narrador que conta os fatos, mas Os trabalhos dentro do paradigma e do sintagma, através dos mecanismos
um leitor que vai conhecendo-os através dos diálogos e/ ou monólogos das de substituição e de combinação, respectivamente, culminam com a cria-
personagens. ção de metáforas, símbolos, configurações sugestionadoras de vocábulos,
metonímias, jogo de significados, associações livres e outros recursos
Devido à trama conversacional destes textos, torna-se possível encontrar estilísticos que dão ambiguidade ao poema.
neles vestígios de oralidade (que se manifestam na linguagem espontânea
das personagens, através de numerosas interjeições, de alterações da TEXTOS JORNALÍSTICOS
sintaxe normal, de digressões, de repetições, de dêiticos de lugar e tempo. Os textos denominados de textos jornalísticos, em função de seu portador (
Os sinais de interrogação, exclamação e sinais auxiliares servem para jornais, periódicos, revistas), mostram um claro predomínio da função
moldar as propostas e as réplicas e, ao mesmo tempo, estabelecem os informativa da linguagem: trazem os fatos mais relevantes no momento em
turnos de palavras. que acontecem. Esta adesão ao presente, esta primazia da atualidade,
As obras de teatro atingem toda sua potencialidade através da representa- condena-os a uma vida efêmera. Propõem-se a difundir as novidades
ção cênica: elas são construídas para serem representadas. O diretor e os produzidas em diferentes partes do mundo, sobre os mais variados temas.
atores orientam sua interpretação. De acordo com este propósito, são agrupados em diferentes seções:
Estes textos são organizados em atos, que estabelecem a progressão informação nacional, informação internacional, informação local, socieda-
temática: desenvolvem uma unidade informativa relevante para cada de, economia, cultura, esportes, espetáculos e entretenimentos.
contato apresentado. Cada ato contém, por sua vez, diferentes cenas, A ordem de apresentação dessas seções, assim como a extensão e o
determinadas pelas entradas e saídas das personagens e/ou por diferentes tratamento dado aos textos que incluem, são indicadores importantes tanto
quadros, que correspondem a mudanças de cenografias. da ideologia como da posição adotada pela publicação sobre o tema
Nas obras teatrais são incluídos textos de trama descritiva: são as chama- abordado.
das notações cênicas, através das quais o autor dá indicações aos atores Os textos jornalísticos apresentam diferentes seções. As mais comuns são
sobre a entonação e a gestualidade e caracteriza as diferentes cenografias as notícias, os artigos de opinião, as entrevistas, as reportagens, as crôni-
que considera pertinentes para o desenvolvimento da ação. Estas nota- cas, as resenhas de espetáculos.
ções apresentam com frequência orações unimembres e/ou bimembres de
predicado não verbal. A publicidade é um componente constante dos jornais e revistas, à medida
que permite o financiamento de suas edições. Mas os textos publicitários
O Poema aparecem não só nos periódicos como também em outros meios ampla-
Texto literário, geralmente escrito em verso, com uma distribuição espacial mente conhecidos como os cartazes, folhetos, etc.; por isso, nos referire-
muito particular: as linhas curtas e os agrupamentos em estrofe dão rele- mos a eles em outro momento.
vância aos espaços em branco; então, o texto emerge da página com uma Em geral, aceita-se que os textos jornalísticos, em qualquer uma de suas
silhueta especial que nos prepara para sermos introduzidos nos misterio- seções, devem cumprir certos requisitos de apresentação, entre os quais
sos labirintos da linguagem figurada. Pede uma leitura em voz alta, para destacamos: uma tipografia perfeitamente legível, uma diagramação cui-
captar o ritmo dos versos, e promove uma tarefa de abordagem que pre- dada, fotografias adequadas que sirvam para complementar a informação
tende extrair a significação dos recursos estilísticos empregados pelo linguística, inclusão de gráficos ilustrativos que fundamentam as explica-
poeta, quer seja para expressar seus sentimentos, suas emoções, sua ções do texto.
versão da realidade, ou para criar atmosferas de mistério de surrealismo,
relatar epopeias (como nos romances tradicionais), ou, ainda, para apre- É pertinente observar como os textos jornalísticos distribuem-se na publi-
sentar ensinamentos morais (como nas fábulas). cação para melhor conhecer a ideologia da mesma. Fundamentalmente, a
primeira página, as páginas ímpares e o extremo superior das folhas dos
O ritmo - este movimento regular e medido - que recorre ao valor sonoro jornais trazem as informações que se quer destacar. Esta localização
das palavras e às pausas para dar musicalidade ao poema, é parte essen- antecipa ao leitor a importância que a publicação deu ao conteúdo desses
cial do verso: o verso é uma unidade rítmica constituída por uma série textos.
métrica de sílabas fônicas. A distribuição dos acentos das palavras que
compõem os versos tem uma importância capital para o ritmo: a musicali- O corpo da letra dos títulos também é um indicador a considerar sobre a
dade depende desta distribuição. posição adotada pela redação.
Lembramos que, para medir o verso, devemos atender unicamente à A Notícia
distância sonora das sílabas. As sílabas fônicas apresentam algumas
diferenças das sílabas ortográficas. Estas diferenças constituem as cha- Transmite uma nova informação sobre acontecimentos, objetos ou
madas licenças poéticas: a diérese, que permite separar os ditongos em pessoas.

Português para Concursos 9 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
As notícias apresentam-se como unidades informativas completas, que informação. Todos eles são recursos que servem para fundamentar os
contêm todos os dados necessários para que o leitor compreenda a infor- argumentos usados na validade da tese.
mação, sem necessidade ou de recorrer a textos anteriores (por exemplo,
não é necessário ter lido os jornais do dia anterior para interpretá-la), ou de A progressão temática ocorre geralmente através de um esquema de
ligá-la a outros textos contidos na mesma publicação ou em publicações temas derivados. Cada argumento pode encerrar um tópico com seus
similares. respectivos comentários.

É comum que este texto use a técnica da pirâmide invertida: começa pelo Estes artigos, em virtude de sua intencionalidade informativa, apresentam
fato mais importante para finalizar com os detalhes. Consta de três partes uma preeminência de orações enunciativas, embora também incluam, com
claramente diferenciadas: o título, a introdução e o desenvolvimento. O frequência, orações dubitativas e exortativas devido à sua trama argumen-
título cumpre uma dupla função - sintetizar o tema central e atrair a atenção tativa. As primeiras servem para relativizar os alcances e o valor da infor-
do leitor. Os manuais de estilo dos jornais (por exemplo: do Jornal El País, mação de base, o assunto em questão; as últimas, para convencer o leitor
1991) sugerem geralmente que os títulos não excedam treze palavras. A a aceitar suas premissas como verdadeiras. No decorrer destes artigos,
introdução contém o principal da informação, sem chegar a ser um resumo opta-se por orações complexas que incluem proposições causais para as
de todo o texto. No desenvolvimento, incluem-se os detalhes que não fundamentações, consecutivas para dar ênfase aos efeitos, concessivas e
aparecem na introdução. condicionais.

A notícia é redigida na terceira pessoa. O redator deve manter-se à mar- Para interpretar estes textos, é indispensável captar a postura ideológica
gem do que conta, razão pela qual não é permitido o emprego da primeira do autor, identificar os interesses a que serve e precisar sob que
pessoa do singular nem do plural. Isso implica que, além de omitir o eu ou circunstâncias e com que propósito foi organizada a informação exposta.
o nós, também não deve recorrer aos possessivos (por exemplo, não se Para cumprir os requisitos desta abordagem, necessitaremos utilizar
referirá à Argentina ou a Buenos Aires com expressões tais como nosso estratégias tais como a referência exofórica, a integração crítica dos dados
país ou minha cidade). do texto com os recolhidos em outras fontes e a leitura atenta das
entrelinhas a fim de converter em explícito o que está implícito.
Esse texto se caracteriza por sua exigência de objetividade e veracidade:
somente apresenta os dados. Quando o jornalista não consegue compro- Embora todo texto exija para sua interpretação o uso das estratégias
var de forma fidedigna os dados apresentados, costuma recorrer a certas mencionadas, é necessário recorrer a elas quando estivermos frente a um
fórmulas para salvar sua responsabilidade: parece, não está descartado texto de trama argumentativa, através do qual o autor procura que o leitor
que. Quando o redator menciona o que foi dito por alguma fonte, recorre ao aceite ou avalie cenas, ideias ou crenças como verdadeiras ou falsas,
discurso direto, como, por exemplo: cenas e opiniões como positivas ou negativas.

O ministro afirmou: "O tema dos aposentados será tratado na Câmara dos A Reportagem
Deputados durante a próxima semana . É uma variedade do texto jornalístico de trama conversacional que, para
O estilo que corresponde a este tipo de texto é o formal. informar sobre determinado tema, recorre ao testemunho de uma figura-
chave para o conhecimento deste tópico.
Nesse tipo de texto, são empregados, principalmente, orações
enunciativas, breves, que respeitam a ordem sintática canônica. Apesar A conversação desenvolve-se entre um jornalista que representa a publi-
das notícias preferencialmente utilizarem os verbos na voz ativa, também é cação e um personagem cuja atividade suscita ou merece despertar a
frequente o uso da voz passiva: Os delinquentes foram perseguidos pela atenção dos leitores.
polícia; e das formas impessoais: A perseguição aos delinquentes foi feita A reportagem inclui uma sumária apresentação do entrevistado, realizada
por um patrulheiro. com recursos descritivos, e, imediatamente, desenvolve o diálogo. As
A progressão temática das notícias gira em tomo das perguntas o quê? perguntas são breves e concisas, à medida que estão orientadas para
quem? como? quando? por quê e para quê?. divulgar as opiniões e ideias do entrevistado e não as do entrevistador.

O Artigo de Opinião A Entrevista

Contém comentários, avaliações, expectativas sobre um tema da atualida- Da mesma forma que reportagem, configura-se preferentemente mediante
de que, por sua transcendência, no plano nacional ou internacional, já é uma trama conversacional, mas combina com frequência este tecido com
considerado, ou merece ser, objeto de debate. fios argumentativos e descritivos. Admite, então, uma maior liberdade, uma
vez que não se ajusta estritamente à fórmula pergunta-resposta, mas
Nessa categoria, incluem-se os editoriais, artigos de análise ou pesquisa e detém-se em comentários e descrições sobre o entrevistado e transcreve
as colunas que levam o nome de seu autor. Os editoriais expressam a somente alguns fragmentos do diálogo, indicando com travessões a mu-
posição adotada pelo jornal ou revista em concordância com sua ideologia, dança de interlocutor. É permitido apresentar uma introdução extensa com
enquanto que os artigos assinados e as colunas transmitem as opiniões de os aspectos mais significativos da conversação mantida, e as perguntas
seus redatores, o que pode nos levar a encontrar, muitas vezes, opiniões podem ser acompanhadas de comentários, confirmações ou refutações
divergentes e até antagônicas em uma mesma página. sobre as declarações do entrevistado.
Embora estes textos possam ter distintas superestruturas, em geral se Por tratar-se de um texto jornalístico, a entrevista deve necessariamente
organizam seguindo uma linha argumentativa que se inicia com a identifi- incluir um tema atual, ou com incidência na atualidade, embora a conver-
cação do tema em questão, acompanhado de seus antecedentes e alcan- sação possa derivar para outros temas, o que ocasiona que muitas destas
ce, e que segue com uma tomada de posição, isto é, com a formulação de entrevistas se ajustem a uma progressão temática linear ou a temas deri-
uma tese; depois, apresentam-se os diferentes argumentos de forma a vados.
justificar esta tese; para encerrar, faz-se uma reafirmação da posição
adotada no início do texto. Como ocorre em qualquer texto de trama conversacional, não existe uma
garantia de diálogo verdadeiro; uma vez que se pode respeitar a vez de
A efetividade do texto tem relação direta não só com a pertinência dos quem fala, a progressão temática não se ajusta ao jogo argumentativo de
argumentos expostos como também com as estratégias discursivas usadas propostas e de réplicas.
para persuadir o leitor. Entre estas estratégias, podemos encontrar as
seguintes: as acusações claras aos oponentes, as ironias, as insinuações, TEXTOS DE INFORMAÇÃO CIENTÍFICA
as digressões, as apelações à sensibilidade ou, ao contrário, a tomada de Esta categoria inclui textos cujos conteúdos provêm do campo das ciências
distância através do uso das construções impessoais, para dar objetividade em geral. Os referentes dos textos que vamos desenvolver situam-se tanto
e consenso à análise realizada; a retenção em recursos descritivos - deta- nas Ciências Sociais como nas Ciências Naturais.
lhados e precisos, ou em relatos em que as diferentes etapas de pesquisa
estão bem especificadas com uma minuciosa enumeração das fontes da Apesar das diferenças existentes entre os métodos de pesquisa destas
ciências, os textos têm algumas características que são comuns a todas

Português para Concursos 10 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
suas variedades: neles predominam, como em todos os textos informati- Estes textos empregam, com frequência, esquemas taxionômicos, nos
vos, as orações enunciativas de estrutura bimembre e prefere-se a ordem quais os elementos se agrupam em classes inclusivas e incluídas. Por
sintática canônica (sujeito-verbo-predicado). exemplo: descreve-se "mamífero" como membro da classe dos vertebra-
dos; depois, são apresentados os traços distintivos de suas diversas varie-
Incluem frases claras, em que não há ambiguidade sintática ou semântica, dades: terrestres e aquáticos.
e levam em consideração o significado mais conhecido, mais difundido das
palavras. Uma vez que nestas notas há predomínio da função informativa da lingua-
gem, a expansão é construída sobre a base da descrição científica, que
O vocabulário é preciso. Geralmente, estes textos não incluem vocábulos a responde às exigências de concisão e de precisão.
que possam ser atribuídos um multiplicidade de significados, isto é, evitam
os termos polissêmicos e, quando isso não é possível, estabelecem medi- As características inerentes aos objetos apresentados aparecem através
ante definições operatórias o significado que deve ser atribuído ao termo de adjetivos descritivos - peixe de cor amarelada escura, com manchas
polissêmico nesse contexto. pretas no dorso, e parte inferior prateada, cabeça quase cônica, olhos
muito juntos, boca oblíqua e duas aletas dorsais - que ampliam a base
A Definição informativa dos substantivos e, como é possível observar em nosso exem-
Expande o significado de um termo mediante uma trama descritiva, que plo, agregam qualidades próprias daquilo a que se referem.
determina de forma clara e precisa as características genéricas e diferenci- O uso do presente marca a temporalidade da descrição, em cujo tecido
ais do objeto ao qual se refere. Essa descrição contém uma configuração predominam os verbos estáticos - apresentar, mostrar, ter, etc. - e os de
de elementos que se relacionam semanticamente com o termo a definir ligação - ser, estar, parecer, etc.
através de um processo de sinonímia.
O Relato de Experimentos
Recordemos a definição clássica de "homem", porque é o exemplo por
excelência da definição lógica, uma das construções mais generalizadas Contém a descrição detalhada de um projeto que consiste em manipular o
dentro deste tipo de texto: O homem é um animal racional. A expansão do ambiente para obter uma nova informação, ou seja, são textos que
termo "homem" - "animal racional" - apresenta o gênero a que pertence, descrevem experimentos.
"animal", e a diferença específica, "racional": a racionalidade é o traço que
nos permite diferenciar a espécie humana dentro do gênero animal. O ponto de partida destes experimentos é algo que se deseja saber, mas
que não se pode encontrar observando as coisas tais como estão; é ne-
Usualmente, as definições incluídas nos dicionários, seus portadores mais cessário, então, estabelecer algumas condições, criar certas situações
qualificados, apresentam os traços essenciais daqueles a que se referem: para concluir a observação e extrair conclusões. Muda-se algo para cons-
Fiscis (do lat. piscis). s.p.m. Astron. Duodécimo e último signo ou parte do tatar o que acontece. Por exemplo, se se deseja saber em que condições
Zodíaco, de 30° de amplitude, que o Sol percorre aparentemente antes de uma planta de determinada espécie cresce mais rapidamente, pode-se
terminar o inverno. colocar suas sementes em diferentes recipientes sob diferentes condições
de luminosidade; em diferentes lugares, areia, terra, água; com diferentes
Como podemos observar nessa definição extraída do Dicionário de La Real fertilizantes orgânicos, químicos etc., para observar e precisar em que
Academia Espa1ioJa (RAE, 1982), o significado de um tema base ou circunstâncias obtém-se um melhor crescimento.
introdução desenvolve-se através de uma descrição que contém seus
traços mais relevantes, expressa, com frequência, através de orações A macroestrutura desses relatos contém, primordialmente, duas categorias:
unimembres, constituídos por construções endocêntricas (em nosso exem- uma corresponde às condições em que o experimento se realiza, isto é, ao
plo temos uma construção endocêntrica substantiva - o núcleo é um subs- registro da situação de experimentação; a outra, ao processo observado.
tantivo rodeado de modificadores "duodécimo e último signo ou parte do
Zodíaco, de 30° de amplitude..."), que incorporam maior informação medi- Nesses textos, então, são utilizadas com frequência orações que começam
ante proposições subordinadas adjetivas: "que o Sol percorre aparente- com se (condicionais) e com quando (condicional temporal):
mente antes de terminar o inverno". Se coloco a semente em um composto de areia, terra preta, húmus, a
As definições contêm, também, informações complementares relacionadas, planta crescerá mais rápido.
por exemplo, com a ciência ou com a disciplina em cujo léxico se inclui o Quando rego as plantas duas vezes ao dia, os talos começam a mostrar
termo a definir (Piscis: Astron.); a origem etimológica do vocábulo ("do lat. manchas marrons devido ao excesso de umidade.
piscis"); a sua classificação gramatical (s.p.m.), etc.
Estes relatos adotam uma trama descritiva de processo. A variável tempo
Essas informações complementares contêm frequentemente abreviaturas, aparece através de numerais ordinais: Em uma primeira etapa, é possível
cujo significado aparece nas primeiras páginas do Dicionário: Lat., Latim; observar... em uma segunda etapa, aparecem os primeiros brotos ...; de
Astron., Astronomia; s.p.m., substantivo próprio masculino, etc. advérbios ou de locuções adverbiais: Jogo, antes de, depois de, no mesmo
O tema-base (introdução) e sua expansão descritiva - categorias básicas momento que, etc., dado que a variável temporal é um componente essen-
da estrutura da definição - distribuem-se espacialmente em blocos, nos cial de todo processo. O texto enfatiza os aspectos descritivos, apresenta
quais diferentes informações costumam ser codificadas através de tipogra- as características dos elementos, os traços distintivos de cada uma das
fias diferentes (negrito para o vocabulário a definir; itálico para as etimolo- etapas do processo.
gias, etc.). Os diversos significados aparecem demarcados em bloco O relato pode estar redigido de forma impessoal: coloca-se, colocado em
mediante barras paralelas e /ou números. um recipiente ... Jogo se observa/foi observado que, etc., ou na primeira
Prorrogar (Do Jat. prorrogare) V.t.d. l. Continuar, dilatar, estender uma pessoa do singular, coloco/coloquei em um recipiente ... Jogo obser-
coisa por um período determinado. 112. Ampliar, prolongar 113. Fazer vo/observei que ... etc., ou do plural: colocamos em um recipiente... Jogo
continuar em exercício; adiar o término de. observamos que... etc. O uso do impessoal enfatiza a distância existente
entre o experimentador e o experimento, enquanto que a primeira pessoa,
A Nota de Enciclopédia do plural e do singular enfatiza o compromisso de ambos.
Apresenta, como a definição, um tema-base e uma expansão de trama A Monografia
descritiva; porém, diferencia-se da definição pela organização e pela
amplitude desta expansão. Este tipo de texto privilegia a análise e a crítica; a informação sobre um
determinado tema é recolhida em diferentes fontes.
A progressão temática mais comum nas notas de enciclopédia é a de
temas derivados: os comentários que se referem ao tema-base constituem- Os textos monográficos não necessariamente devem ser realizados com
se, por sua vez, em temas de distintos parágrafos demarcados por subtítu- base em consultas bibliográficas, uma vez que é possível terem como
los. Por exemplo, no tema República Argentina, podemos encontrar os fonte, por exemplo, o testemunho dos protagonistas dos fatos, testemu-
temas derivados: traços geológicos, relevo, clima, hidrografia, biogeografia, nhos qualificados ou de especialistas no tema.
população, cidades, economia, comunicação, transportes, cultura, etc.

Português para Concursos 11 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
As monografias exigem uma seleção rigorosa e uma organização coerente sua construção, predominam recursos linguísticos que asseguram a conec-
dos dados recolhidos. A seleção e organização dos dados servem como tividade temporal: advérbios, construções de valor semântico adverbial
indicador do propósito que orientou o trabalho. Se pretendemos, por exem- (Seus cinco primeiros anos transcorreram na tranquila segurança de sua
plo, mostrar que as fontes consultadas nos permitem sustentar que os cidade natal Depois, mudou-se com a família para La Prata), proposições
aspectos positivos da gestão governamental de um determinado persona- temporais (Quando se introduzia obsessivamente nos tortuosos caminhos
gem histórico têm maior relevância e valor do que os aspectos negativos, da novela, seus estudos de física ajudavam-no a reinstalar-se na realida-
teremos de apresentar e de categorizar os dados obtidos de tal forma que de), etc.
esta valorização fique explícita.
A veracidade que exigem os textos de informação científica manifesta-se
Nas monografias, é indispensável determinar, no primeiro parágrafo, o nas biografias através das citações textuais das fontes dos dados apresen-
tema a ser tratado, para abrir espaço à cooperação ativa do leitor que, tados, enquanto a ótica do autor é expressa na seleção e no modo de
conjugando seus conhecimentos prévios e seus propósitos de leitura, fará apresentação destes dados. Pode-se empregar a técnica de acumulação
as primeiras antecipações sobre a informação que espera encontrar e simples de dados organizados cronologicamente, ou cada um destes
formulará as hipóteses que guiarão sua leitura. Uma vez determinado o dados pode aparecer acompanhado pelas valorações do autor, de acordo
tema, estes textos transcrevem, mediante o uso da técnica de resumo, o com a importância que a eles atribui.
que cada uma das fontes consultadas sustenta sobre o tema, as quais
estarão listadas nas referências bibliográficas, de acordo com as normas Atualmente, há grande difusão das chamadas "biografias não autorizadas"
que regem a apresentação da bibliografia. de personagens da política, ou do mundo da Arte. Uma característica que
parece ser comum nestas biografias é a intencionalidade de revelar a
O trabalho intertextual (incorporação de textos de outros no tecido do texto personagem através de uma profusa acumulação de aspectos negativos,
que estamos elaborando) manifesta-se nas monografias através de cons- especialmente aqueles que se relacionam a defeitos ou a vícios altamente
truções de discurso direto ou de discurso indireto. reprovados pela opinião pública.
Nas primeiras, incorpora-se o enunciado de outro autor, sem modificações, TEXTOS INSTRUCIONAIS
tal como foi produzido. Ricardo Ortiz declara: "O processo da economia
dirigida conduziu a uma centralização na Capital Federal de toda tramita- Estes textos dão orientações precisas para a realização das mais diversas
ção referente ao comércio exterior'] Os dois pontos que prenunciam a atividades, como jogar, preparar uma comida, cuidar de plantas ou animais
palavra de outro, as aspas que servem para demarcá-la, os traços que domésticos, usar um aparelho eletrônico, consertar um carro, etc. Dentro
incluem o nome do autor do texto citado, 'o processo da economia dirigida - desta categoria, encontramos desde as mais simples receitas culinárias até
declara Ricardo Ortiz - conduziu a uma centralização...') são alguns dos os complexos manuais de instrução para montar o motor de um avião.
sinais que distinguem frequentemente o discurso direto. Existem numerosas variedades de textos instrucionais: além de receitas e
manuais, estão os regulamentos, estatutos, contratos, instruções, etc. Mas
Quando se recorre ao discurso indireto, relata-se o que foi dito por outro, todos eles, independente de sua complexidade, compartilham da função
em vez de transcrever textualmente, com a inclusão de elementos subordi- apelativa, à medida que prescrevem ações e empregam a trama descritiva
nadores e dependendo do caso - as conseguintes modificações, pronomes para representar o processo a ser seguido na tarefa empreendida.
pessoais, tempos verbais, advérbios, sinais de pontuação, sinais auxiliares,
etc. A construção de muitos destes textos ajusta-se a modelos convencionais
cunhados institucionalmente. Por exemplo, em nossa comunidade, estão
Discurso direto: ‘Ás raízes de meu pensamento – afirmou Echeverría - amplamente difundidos os modelos de regulamentos de co-propriedade;
nutrem-se do liberalismo’ então, qualquer pessoa que se encarrega da redação de um texto deste
tipo recorre ao modelo e somente altera os dados de identificação para
Discurso indireto: 'Écheverría afirmou que as raízes de seu pensamento introduzir, se necessário, algumas modificações parciais nos direitos e
nutriam -se do liberalismo' deveres das partes envolvidas.
Os textos monográficos recorrem, com frequência, aos verbos discendi Em nosso cotidiano, deparamo-nos constantemente com textos instrucio-
(dizer, expressar, declarar, afirmar, opinar, etc.), tanto para introduzir os nais, que nos ajudam a usar corretamente tanto um processador de ali-
enunciados das fontes como para incorporar os comentários e opiniões do mentos como um computador; a fazer uma comida saborosa, ou a seguir
emissor. uma dieta para emagrecer. A habilidade alcançada no domínio destes
Se o propósito da monografia é somente organizar os dados que o autor textos incide diretamente em nossa atividade concreta. Seu emprego
recolheu sobre o tema de acordo com um determinado critério de classifi- frequente e sua utilidade imediata justificam o trabalho escolar de aborda-
cação explícito (por exemplo, organizar os dados em tomo do tipo de fonte gem e de produção de algumas de suas variedades, como as receitas e as
consultada), sua efetividade dependerá da coerência existente entre os instruções.
dados apresentados e o princípio de classificação adotado. As Receitas e as Instruções
Se a monografia pretende justificar uma opinião ou validar uma hipótese, Referimo-nos às receitas culinárias e aos textos que trazem instruções
sua efetividade, então, dependerá da confiabilidade e veracidade das para organizar um jogo, realizar um experimento, construir um artefato,
fontes consultadas, da consistência lógica dos argumentos e da coerência fabricar um móvel, consertar um objeto, etc.
estabelecida entre os fatos e a conclusão.
Estes textos têm duas partes que se distinguem geralmente a partir da
Estes textos podem ajustar-se a diferentes esquemas lógicos do tipo especialização: uma, contém listas de elementos a serem utilizados (lista
problema /solução, premissas /conclusão, causas / efeitos. de ingredientes das receitas, materiais que são manipulados no experimen-
Os conectores lógicos oracionais e extra-oracionais são marcas linguísticas to, ferramentas para consertar algo, diferentes partes de um aparelho,
relevantes para analisar as distintas relações que se estabelecem entre os etc.), a outra, desenvolve as instruções.
dados e para avaliar sua coerência. As listas, que são similares em sua construção às que usamos habitual-
A Biografia mente para fazer as compras, apresentam substantivos concretos acom-
panhados de numerais (cardinais, partitivos e múltiplos).
É uma narração feita por alguém acerca da vida de outra(s) pessoa(s).
Quando o autor conta sua própria vida, considera-se uma autobiografia. As instruções configuram-se, habitualmente, com orações bimembres, com
verbos no modo imperativo (misture a farinha com o fermento), ou orações
Estes textos são empregados com frequência na escola, para apresentar unimembres formadas por construções com o verbo no infinitivo (misturar a
ou a vida ou algumas etapas decisivas da existência de personagens cuja farinha com o açúcar).
ação foi qualificada como relevante na história.
Tanto os verbos nos modos imperativo, subjuntivo e indicativo como as
Os dados biográficos ordenam-se, em geral, cronologicamente, e, dado construções com formas nominais gerúndio, particípio, infinitivo aparecem
que a temporalidade é uma variável essencial do tecido das biografias, em acompanhados por advérbios palavras ou por locuções adverbiais que

Português para Concursos 12 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
expressam o modo como devem ser realizadas determinadas ações (sepa- deração . . . / despeço-me de vós respeitosamente . ../ Saúdo-vos com o
re cuidadosamente as claras das gemas, ou separe com muito cuidado as maior respeito), e às frases feitas com que se iniciam e encerram-se estes
claras das gemas). Os propósitos dessas ações aparecem estruturados textos (Dirijo-me a vós a fim de solicitar-lhe que ... O abaixo-assinado,
visando a um objetivo (mexa lentamente para diluir o conteúdo do pacote Antônio Gonzalez, D.NJ. 32.107 232, dirigi-se ao Senhor Diretor do Institu-
em água fria), ou com valor temporal final (bata o creme com as claras até to Politécnico a fim de solicitar-lhe...)
que fique numa consistência espessa). Nestes textos inclui-se, com fre-
quência, o tempo do receptor através do uso do dêixis de lugar e de tempo: As solicitações podem ser redigidas na primeira ou terceira pessoa do
Aqui, deve acrescentar uma gema. Agora, poderá mexer novamente. Neste singular. As que são redigidas na primeira pessoa introduzem o emissor
momento, terá que correr rapidamente até o lado oposto da cancha. Aqui através da assinatura, enquanto que as redigidas na terceira pessoa identi-
pode intervir outro membro da equipe. ficam-no no corpo do texto (O abaixo assinado, Juan Antonio Pérez, dirige-
se a...).
TEXTOS EPISTOLARES
A progressão temática dá-se através de dois núcleos informativos: o pri-
Os textos epistolares procuram estabelecer uma comunicação por escrito meiro determina o que o solicitante pretende; o segundo, as condições que
com um destinatário ausente, identificado no texto através do cabeçalho. reúne para alcançar aquilo que pretende. Estes núcleos, demarcados por
Pode tratar-se de um indivíduo (um amigo, um parente, o gerente de uma frases feitas de abertura e encerramento, podem aparecer invertidos em
empresa, o diretor de um colégio), ou de um conjunto de indivíduos desig- algumas solicitações, quando o solicitante quer enfatizar suas condições;
nados de forma coletiva (conselho editorial, junta diretora). por isso, as situa em um lugar preferencial para dar maior força à sua
apelação.
Estes textos reconhecem como portador este pedaço de papel que, de
forma metonímica, denomina-se carta, convite ou solicitação, dependendo Essas solicitações, embora cumpram uma função apelativa, mostram um
das características contidas no texto. amplo predomínio das orações enunciativas complexas, com inclusão tanto
de proposições causais, consecutivas e condicionais, que permitem desen-
Apresentam uma estrutura que se reflete claramente em sua organização volver fundamentações, condicionamentos e efeitos a alcançar, como de
espacial, cujos componentes são os seguintes: cabeçalho, que estabelece construções de infinitivo ou de gerúndio: para alcançar essa posição, o
o lugar e o tempo da produção, os dados do destinatário e a forma de solicitante lhe apresenta os seguintes antecedentes... (o infinitivo salienta
tratamento empregada para estabelecer o contato: o corpo, parte do texto os fins a que se persegue), ou alcançando a posição de... (o gerúndio
em que se desenvolve a mensagem, e a despedida, que inclui a saudação enfatiza os antecedentes que legitimam o pedido).
e a assinatura, através da qual se introduz o autor no texto. O grau de
familiaridade existente entre emissor e destinatário é o princípio que orienta A argumentação destas solicitações institucionalizaram-se de tal maneira
a escolha do estilo: se o texto é dirigido a um familiar ou a um amigo, opta- que aparece contida nas instruções de formulários de emprego, de solicita-
se por um estilo informal; caso contrário, se o destinatário é desconhecido ção de bolsas de estudo, etc.
ou ocupa o nível superior em uma relação assimétrica (empregador em
relação ao empregado, diretor em relação ao aluno, etc.), impõe-se o estilo Texto extraído de: ESCOLA, LEITURA E PRODUÇÃO DE TEXTOS, Ana
formal. Maria Kaufman, Artes Médicas, Porto Alegre, RS.

A Carta VARIAÇÃO (LINGUÍSTICA)


As cartas podem ser construídas com diferentes tramas (narrativa e argu- Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
mentativa), em tomo das diferentes funções da linguagem (informativa,
expressiva e apelativa). A variação de uma língua é o modo pelo qual ela se diferencia,
sistemática e coerentemente, de acordo com o
Referimo-nos aqui, em particular, às cartas familiares e amistosas, isto é, contexto histórico, geográfico e sócio-cultural no qual os falantes dessa
aqueles escritos através dos quais o autor conta a um parente ou a um língua se manifestam verbalmente.
amigo eventos particulares de sua vida. Estas cartas contêm acontecimen-
tos, sentimentos, emoções, experimentados por um emissor que percebe o Conceito
receptor como ‘cúmplice’, ou seja, como um destinatário comprometido Variedade é um conceito maior do que estilo de prosa ou estilo de
afetivamente nessa situação de comunicação e, portanto, capaz de extrair linguagem. Alguns escritores de sociolinguística usam o termo leto,
a dimensão expressiva da mensagem. aparentemente um processo de criação de palavras para termos
Uma vez que se trata de um diálogo à distância com um receptor conheci- específicos, são exemplos dessas variações:
do, opta-se por um estilo espontâneo e informal, que deixa transparecer dialetos (variação diatópica), isto é, variações faladas
marcas da oraljdade: frases inconclusas, nas quais as reticências habilitam por comunidades geograficamente definidas.
múltiplas interpretações do receptor na tentativa de concluí-las; perguntas
que procuram suas respostas nos destinatários; perguntas que encerram idioma é um termo intermediário na distinção dialeto-linguagem e é
em si suas próprias respostas (perguntas retóricas); pontos de exclamação usado para se referir ao sistema comunicativo estudado (que poderia ser
que expressam a ênfase que o emissor dá a determinadas expressões que chamado tanto de um dialeto ou uma linguagem) quando sua condição em
refletem suas alegrias, suas preocupações, suas dúvidas. relação a esta distinção é irrelevante (sendo, portanto, um sinônimo
para linguagemnum sentido mais geral);
Estes textos reúnem em si as diferentes classes de orações. As enunciati-
vas, que aparecem nos fragmentos informativos, alternam-se com as socioletos, isto é, variações faladas por comunidades socialmente
dubitativas, desiderativas, interrogativas, exclamativas, para manifestar a definidas
subjetividade do autor. Esta subjetividade determina também o uso de linguagem padrão ou norma padrão, padronizada em função da
diminutivos e aumentativos, a presença frequente de adjetivos qualificati- comunicação pública e da educação
vos, a ambiguidade lexical e sintática, as repetições, as interjeições.
idioletos, isto é, uma variação particular a uma certa pessoa
A Solicitação
registros (ou diátipos), isto é, o vocabulário especializado e/ou
É dirigida a um receptor que, nessa situação comunicativa estabelecida a gramática de certas atividades ou profissões
pela carta, está revestido de autoridade à medida que possui algo ou tem a
possibilidade de outorgar algo que é considerado valioso pelo emissor: um etnoletos, para um grupo étnico
emprego, uma vaga em uma escola, etc.
ecoletos, um idioleto adotado por uma casa
Esta assimetria entre autor e leitor um que pede e outro que pode ceder ou
Variações como dialetos, idioletos e socioletos podem ser distinguidos
não ao pedido, — obriga o primeiro a optar por um estilo formal, que recor-
não apenas por seu vocabulário, mas também por diferenças na gramática,
re ao uso de fórmulas de cortesia já estabelecidas convencionalmente para
na fonologia e naversificação. Por exemplo, o sotaque de palavras tonais
a abertura e encerramento (atenciosamente ..com votos de estima e consi-
nas línguas escandinavas tem forma diferente em muitos dialetos. Um

Português para Concursos 13 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
outro exemplo é como palavras estrangeiras em diferentes socioletos Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação
variam em seu grau de adaptação à fonologia básica da linguagem.
Toda língua possui variações linguísticas. Elas podem ser entendidas
Certos registros profissionais, como o chamado legalês, mostram uma por meio de sua história no tempo (variação histórica) e no espaço (varia-
variação na gramática da linguagem padrão. Por exemplo, jornalistas ou ção regional). As variações linguísticas podem ser compreendidas a partir
advogados inglesesfrequentemente usam modos gramaticais, como de três diferentes fenômenos.
o modo subjuntivo, que não são mais usados com frequência por outros
falantes. Muitos registros são simplesmente um conjunto especializado de 1) Em sociedades complexas convivem variedades linguísticas diferen-
termos (veja jargão). tes, usadas por diferentes grupos sociais, com diferentes acessos à educa-
ção formal; note que as diferenças tendem a ser maiores na língua falada
É uma questão de definição se gíria e calão podem ser considerados que nalíngua escrita;
como incluídos no conceito de variação ou de estilo
2) Pessoas de mesmo grupo social expressam-se com falas diferentes
Espécies de variação de acordo com as diferentes situações de uso, sejam situações formais,
informais ou de outro tipo;
Variação histórica
3) Há falares específicos para grupos específicos, como profissionais
Acontece ao longo de um determinado período de tempo, pode ser de uma mesma área (médicos, policiais, profissionais de informática,
identificada ao se comparar dois estados de uma língua Portuguêsa. O metalúrgicos, alfaiates, por exemplo), jovens, grupos marginalizados e
processo de mudança é gradual: uma variante inicialmente utilizada por um outros. São as gírias e jargões.
grupo restrito de falantes passa a ser adotada por indivíduos
socioeconomicamente mais expressivos. A forma antiga permanece ainda Assim, além do português padrão, há outras variedades de usos da
entre as gerações mais velhas, período em que as duas variantes língua cujos traços mais comuns podem ser evidenciados abaixo.
convivem; porém com o tempo a nova variante torna-se normal na fala, e
finalmente consagra-se pelo uso na modalidade escrita. As mudanças Uso de “r” pelo “l” em final de sílaba e nos grupos consonantais: pran-
podem ser de grafia ou de significado. ta/planta; broco/bloco.

Variação geográfica Alternância de “lh” e “i”: muié/mulher; véio/velho.

Trata das diferentes formas de pronúncia, vocabulário e estrutura Tendência a tornar paroxítonas as palavras proparoxítonas: ar-
sintática entre regiões. Dentro de uma comunidade mais ampla, formam- ve/árvore; figo/fígado.
se comunidades linguísticasmenores em torno de centros polarizadores , Redução dos ditongos: caxa/caixa; pexe/peixe.
política e economia, que acabam por definir os padrões linguísticos
utilizados na região de diferentes lugares de sua influência e as diferenças Simplificação da concordância: as menina/as meninas.
linguísticas entre as regiões são graduais, nem sempre coincidindo. Ausência de concordância verbal quando o sujeito vem depois do ver-
Variação social bo: “Chegou” duas moças.

Agrupa alguns fatores de diversidade:o nível sócio-econômico, Uso do pronome pessoal tônico em função de objeto (e não só de su-
determinado pelo meio social onde vive um indivíduo; o grau de educação; jeito): Nós pegamos “ele” na hora.
a idade e o gênero. A variação social não compromete a compreensão Assimilação do “ndo” em “no”( falano/falando) ou do “mb” em “m” (ta-
entre indivíduos, como poderia acontecer na variação regional; o uso de mém/também).
certas variantes pode indicar qual o nível sócio-econômico de uma pessoa,
e há a possibilidade de alguém oriundo de um grupo menos favorecido Desnasalização das vogais postônicas: home/homem.
atingir o padrão de maior prestígio.
Redução do “e” ou “o” átonos: ovu/ovo; bebi/bebe.
Variação estilística
Redução do “r” do infinitivo ou de substantivos em “or”: amá/amar; a-
Considera um mesmo indivíduo em diferentes circunstâncias de mô/amor.
comunicação: se está em um ambiente familiar, profissional, o grau de
Simplificação da conjugação verbal: eu amo, você ama, nós ama, eles
intimidade, o tipo de assunto tratado e quem são os receptores. Sem levar
ama.
em conta as graduações intermediárias, é possível identificar dois limites
extremos de estilo: o informal, quando há um mínimo de reflexão do Variações regionais: os sotaques
indivíduo sobre as normas linguísticas, utilizado nas conversações
imediatas do cotidiano; e o formal, em que o grau de reflexão é máximo, Se você fizer um levantamento dos nomes que as pessoas usam para
utilizado em conversações que não são do dia-a-dia e cujo conteúdo é a palavra "diabo", talvez se surpreenda. Muita gente não gosta de falar tal
mais elaborado e complexo. Não se deve confundir o estilo formal e palavra, pois acreditam que há o perigo de evocá-lo, isto é, de que o de-
informal com língua escritae falada, pois os dois estilos ocorrem em ambas mônio apareça. Alguns desses nomes aparecem em o "Grande Sertão:
as formas de comunicação. Veredas", Guimarães Rosa, que traz uma linguagem muito característica
do sertão centro-oeste do Brasil:
As diferentes modalidades de variação linguística não existem
isoladamente, havendo um inter-relacionamento entre elas: uma variante Demo, Demônio, Que-Diga, Capiroto, Satanazim, Diabo, Cujo, Tinho-
geográfica pode ser vista como uma variante social, considerando-se a so, Maligno, Tal, Arrenegado, Cão, Cramunhão, O Indivíduo, O Galhardo,
migração entre regiões do país. Observa-se que o meio rural, por ser O pé-de-pato, O Sujo, O Homem, O Tisnado, O Coxo, O Temba, O Azara-
menos influenciado pelas mudanças da sociedade, preserva variantes pe, O Coisa-ruim, O Mafarro, O Pé-preto, O Canho, O Duba-dubá, O
antigas. O conhecimento do padrão de prestígio pode ser fator de Rapaz, O Tristonho, O Não-sei-que-diga, O Que-nunca-se-ri, O sem grace-
mobilidade social para um indivíduo pertencente a uma classe menos jos, Pai do Mal, Terdeiro, Quem que não existe, O Solto-Ele, O Ele, Carfa-
favorecida no, Rabudo.

Bibliografia Drummond de Andrade, grande escritor brasileiro, que elabora seu tex-
to a partir de uma variação linguística relacionada ao vocabulário usado em
CAMACHO, R. (1988). A variação linguística. In: Subsídios à proposta uma determinada época no Brasil.
curricular de Língua Portuguesa para o 1º e 2º graus. Secretaria da
Educação do Estado de São Paulo, p. 29-41. Antigamente

O modo de falar do brasileiro "Antigamente, as moças chamavam-se mademoiselles e eram todas


mimosas e muito prendadas. Não faziam anos: completavam primaveras,
Alfredina Nery em geral dezoito. Os janotas, mesmo sendo rapagões, faziam-lhes pé-de-
alferes, arrastando a asa, mas ficavam longos meses debaixo do balaio."

Português para Concursos 14 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Como escreveríamos o texto acima em um português de hoje, do sé- necessariamente presente a aplicação destes conhecimentos na situação
culo 21? Toda língua muda com o tempo. Basta lembrarmos que do latim, real da sala de aula.
já transformado, veio o português, que, por sua vez, hoje é muito diferente
daquele que era usado na época medieval. Nesse sentido, este trabalho pretende apresentar sugestões de aplica-
ção na prática docente quotidiana das teorias da pragmática linguística no
Língua e status campo da coerência textual, tendo em conta as conclusões avançadas no
Nem todas as variações linguísticas têm o mesmo prestígio social no referido seminário.
Brasil. Basta lembrar de algumas variações usadas por pessoas de deter-
minadas classes sociais ou regiões, para perceber que há preconceito em Será, no entanto, necessário reter que esta pequena reflexão aqui a-
relação a elas. presentada encerra em si uma minúscula partícula de conhecimento no
vastíssimo universo que é, hoje em dia, a teoria da pragmática linguística e
Veja este texto de Patativa do Assaré, um grande poeta popular nor- que, se pelo menos vier a instigar um ponto de partida para novas refle-
destino, que fala do assunto: xões no sentido de auxiliar o docente no ensino da língua materna, já terá
cumprido honestamente o seu papel.
O Poeta da Roça
Sou fio das mata, canto da mão grossa, Coesão e Coerência Textual
Trabáio na roça, de inverno e de estio. Qualquer falante sabe que a comunicação verbal não se faz geralmen-
A minha chupana é tapada de barro, te através de palavras isoladas, desligadas umas das outras e do contexto
Só fumo cigarro de paia de mío. em que são produzidas. Ou seja, uma qualquer sequência de palavras não
constitui forçosamente uma frase.
Sou poeta das brenha, não faço o papé
De argun menestré, ou errante cantô Para que uma sequência de morfemas seja admitida como frase, tor-
Que veve vagando, com sua viola, na-se necessário que respeite uma certa ordem combinatória, ou seja, é
Cantando, pachola, à percura de amô. preciso que essa sequência seja construÍda tendo em conta o sistema da
Não tenho sabença, pois nunca estudei, língua.
Apenas eu sei o meu nome assiná.
Meu pai, coitadinho! Vivia sem cobre, Tal como um qualquer conjunto de palavras não forma uma frase,
E o fio do pobre não pode estudá. também um qualquer conjunto de frases não forma, forçosamente, um
texto.
Meu verso rastero, singelo e sem graça,
Não entra na praça, no rico salão, Precisando um pouco mais, um texto, ou discurso, é um objeto materi-
Meu verso só entra no campo e na roça alizado numa dada língua natural, produzido numa situação concreta e
Nas pobre paioça, da serra ao sertão. pressupondo os participantes locutor e alocutário, fabricado pelo locutor
(...) através de uma seleção feita sobre tudo o que é dizível por esse locutor,
numa determinada situação, a um determinado alocutário1.
Você acredita que a forma de falar e de escrever comprometeu a emoção
transmitida por essa poesia? Patativa do Assaré era analfabeto (sua filha é Assim, materialidade linguística, isto é, a língua natural em uso, os có-
quem escrevia o que ele ditava), mas sua obra atravessou o oceano e se digos simbólicos, os processos cognitivos e as pressuposições do locutor
tornou conhecida mesmo na Europa. sobre o saber que ele e o alocutário partilham acerca do mundo são ingre-
dientes indispensáveis ao objeto texto.
Leia agora, um poema de um intelectual e poeta brasileiro, Oswald de
Andrade, que, já em 1922, enfatizou a busca por uma "língua brasileira". Podemos assim dizer que existe um sistema de regras interiorizadas
por todos os membros de uma comunidade linguística. Este sistema de
Vício na fala regras de base constitui a competência textual dos sujeitos, competência
Para dizerem milho dizem mio essa que uma gramática do texto se propõe modelizar.
Para melhor dizem mió
Para pior pió Uma tal gramática fornece, dentro de um quadro formal, determinadas
Para telha dizem teia regras para a boa formação textual. Destas regras podemos fazer derivar
Para telhado dizem teiado certos julgamentos de coerência textual.
E vão fazendo telhados.
Quanto ao julgamento, efetuado pelos professores, sobre a coerência
Uma certa tradição cultural nega a existência de determinadas variedades nos textos dos seus alunos, os trabalhos de investigação concluem que as
linguísticas dentro do país, o que acaba por rejeitar algumas manifestações intervenções do professor a nível de incorreções detectadas na estrutura
linguísticas por considerá-las deficiências do usuário. Nesse sentido, vários da frase são precisamente localizadas e assinaladas com marcas conven-
mitos são construídos, a partir do preconceito linguístico. cionais; são designadas com recurso a expressões técnicas (construção,
conjugação) e fornecem pretexto para pôr em prática exercícios de corre-
ção, tendo em conta uma eliminação duradoura das incorreções observa-
COESÃO E COERÊNCIA das.

Diogo Maria De Matos Polónio Pelo contrário, as intervenções dos professores no quadro das incorre-
ções a nível da estrutura do texto, permite-nos concluir que essas incorre-
Introdução ções não são designadas através de vocabulário técnico, traduzindo, na
Este trabalho foi realizado no âmbito do Seminário Pedagógico sobre maior parte das vezes, uma impressão global da leitura (incompreensível;
Pragmática Linguística e Os Novos Programas de Língua Portuguesa, sob não quer dizer nada).
orientação da Professora-Doutora Ana Cristina Macário Lopes, que decor-
reu na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. Para além disso, verificam-se práticas de correção algo brutais (refa-
zer; reformular) sendo, poucas vezes, acompanhadas de exercícios de
Procurou-se, no referido seminário, refletir, de uma forma geral, sobre recuperação.
a incidência das teorias da Pragmática Linguística nos programas oficiais
de Língua Portuguesa, tendo em vista um esclarecimento teórico sobre Esta situação é pedagogicamente penosa, uma vez que se o professor
determinados conceitos necessários a um ensino qualitativamente mais desconhece um determinado quadro normativo, encontra-se reduzido a
válido e, simultaneamente, uma vertente prática pedagógica que tem fazer respeitar uma ordem sobre a qual não tem nenhum controle.

Português para Concursos 15 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Ex.: Deixe-me confessar-lhe isto: este crime impressionou-me. Ou ain-
Antes de passarmos à apresentação e ao estudo dos quatro princípios da: Não me importo de o confessar: este crime impressionou-me.
de coerência textual, há que esclarecer a problemática criada pela dicoto-
mia coerência/coesão que se encontra diretamente relacionada com a Teremos, no entanto, que ter cuidado com a utilização da catáfora, pa-
dicotomia coerência macro-estrutural/coerência micro-estrutural. ra nos precavermos de enunciados como este:
Ele sabe muito bem que o João não vai estar de acordo com o Antó-
Mira Mateus considera pertinente a existência de uma diferenciação nio.
entre coerência textual e coesão textual.
Num enunciado como este, não há qualquer possibilidade de identifi-
Assim, segundo esta autora, coesão textual diz respeito aos processos car ele com António. Assim, existe apenas uma possibilidade de interpreta-
linguísticos que permitem revelar a inter-dependência semântica existente ção: ele dirá respeito a um sujeito que não será nem o João nem o António,
entre sequências textuais: mas que fará parte do conhecimento simultâneo do emissor e do receptor.
Ex.: Entrei na livraria mas não comprei nenhum livro.
Para que tal aconteça, torna-se necessário reformular esse enunciado:
Para a mesma autora, coerência textual diz respeito aos processos O António sabe muito bem que o João não vai estar de acordo com e-
mentais de apropriação do real que permitem inter-relacionar sequências le.
textuais:
Ex.: Se esse animal respira por pulmões, não é peixe. As situações de ambiguidade referencial são frequentes nos textos dos
alunos.
Pensamos, no entanto, que esta distinção se faz apenas por razões de Ex.: O Pedro e o meu irmão banhavam-se num rio.
sistematização e de estruturação de trabalho, já que Mira Mateus não Um homem estava também a banhar-se.
hesita em agrupar coesão e coerência como características de uma só Como ele sabia nadar, ensinou-o.
propriedade indispensável para que qualquer manifestação linguística se
transforme num texto: a conetividade2. Neste enunciado, mesmo sem haver uma ruptura na continuidade se-
quencial, existem disfunções que introduzem zonas de incerteza no texto:
Para Charolles não é pertinente, do ponto de vista técnico, estabelecer ele sabia nadar(quem?),
uma distinção entre coesão e coerência textuais, uma vez que se torna ele ensinou-o (quem?; a quem?)
difícil separar as regras que orientam a formação textual das regras que
orientam a formação do discurso. b)-Expressões Definidas: tal como as pronominalizações, as expres-
sões definidas permitem relembrar nominalmente ou virtualmente um
Além disso, para este autor, as regras que orientam a micro-coerência elemento de uma frase numa outra frase ou até numa outra sequência
são as mesmas que orientam a macro-coerência textual. Efetivamente, textual.
quando se elabora um resumo de um texto obedece-se às mesmas regras Ex.: O meu tio tem dois gatos. Todos os dias caminhamos no jardim.
de coerência que foram usadas para a construção do texto original. Os gatos vão sempre conosco.

Assim, para Charolles, micro-estrutura textual diz respeito às relações Os alunos parecem dominar bem esta regra. No entanto, os problemas
de coerência que se estabelecem entre as frases de uma sequência textu- aparecem quando o nome que se repete é imediatamente vizinho daquele
al, enquanto que macro-estrutura textual diz respeito às relações de coe- que o precede.
rência existentes entre as várias sequências textuais. Por exemplo: Ex.: A Margarida comprou um vestido. O vestido é colorido e muito e-
Sequência 1: O António partiu para Lisboa. Ele deixou o escritório mais legante.
cedo para apanhar o comboio das quatro horas.
Sequência 2: Em Lisboa, o António irá encontrar-se com amigos.Vai Neste caso, o problema resolve-se com a aplicação de deíticos contex-
trabalhar com eles num projeto de uma nova companhia de teatro. tuais.
Ex.: A Margarida comprou um vestido. Ele é colorido e muito elegante.
Como micro-estruturas temos a sequência 1 ou a sequência 2, en-
quanto que o conjunto das duas sequências forma uma macro-estrutura. Pode também resolver-se a situação virtualmente utilizando a elipse.
Ex.: A Margarida comprou um vestido. É colorido e muito elegante. Ou
Vamos agora abordar os princípios de coerência textual3: ainda:
1. Princípio da Recorrência4: para que um texto seja coerente, torna- A Margarida comprou um vestido que é colorido e muito elegante.
se necessário que comporte, no seu desenvolvimento linear, elementos de
recorrência restrita. c)-Substituições Lexicais: o uso de expressões definidas e de deíticos
contextuais é muitas vezes acompanhado de substituições lexicais. Este
Para assegurar essa recorrência a língua dispõe de vários recursos: processo evita as repetições de lexemas, permitindo uma retoma do ele-
- pronominalizações, mento linguístico.
- expressões definidas5, Ex.: Deu-se um crime, em Lisboa, ontem à noite: estrangularam uma
- substituições lexicais, senhora. Este assassinato é odioso.
- retomas de inferências.
Também neste caso, surgem algumas regras que se torna necessário
Todos estes recursos permitem juntar uma frase ou uma sequência a respeitar. Por exemplo, o termo mais genérico não pode preceder o seu
uma outra que se encontre próxima em termos de estrutura de texto, representante mais específico.
retomando num elemento de uma sequência um elemento presente numa Ex.: O piloto alemão venceu ontem o grande prêmio da Alemanha. S-
sequência anterior: chumacher festejou euforicamente junto da sua equipa.

a)-Pronominalizações: a utilização de um pronome torna possível a re- Se se inverterem os substantivos, a relação entre os elementos lin-
petição, à distância, de um sintagma ou até de uma frase inteira. guísticos torna-se mais clara, favorecendo a coerência textual. Assim,
Schumacher, como termo mais específico, deveria preceder o piloto ale-
O caso mais frequente é o da anáfora, em que o referente antecipa o mão.
pronome.
Ex.: Uma senhora foi assassinada ontem. Ela foi encontrada estrangu- No entanto, a substituição de um lexema acompanhado por um deter-
lada no seu quarto. minante, pode não ser suficiente para estabelecer uma coerência restrita.
Atentemos no seguinte exemplo:
No caso mais raro da catáfora, o pronome antecipa o seu referente.

Português para Concursos 16 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Picasso morreu há alguns anos. O autor da "Sagração da Primavera"
doou toda a sua coleção particular ao Museu de Barcelona. No entanto, um professor terá que ter em conta que essas inferências
ou essas pressuposições se relacionam mais com o conhecimento do
A presença do determinante definido não é suficiente para considerar mundo do que com os elementos linguísticos propriamente ditos.
que Picasso e o autor da referida peça sejam a mesma pessoa, uma vez
que sabemos que não foi Picasso mas Stravinski que compôs a referida Assim, as dificuldades que os alunos apresentam neste tipo de exercí-
peça. cios, estão muitas vezes relacionadas com um conhecimento de um mundo
ao qual eles não tiveram acesso. Por exemplo, será difícil a um aluno
Neste caso, mais do que o conhecimento normativo teórico, ou lexico- recriar o quotidiano de um multi-milionário,senhor de um grande império
enciclopédico, são importantes o conhecimento e as convicções dos parti- industrial, que vive numa luxuosa vila.
cipantes no ato de comunicação, sendo assim impossível traçar uma
fronteira entre a semântica e a pragmática. 2.Princípio da Progressão: para que um texto seja coerente, torna-se
necessário que o seu desenvolvimento se faça acompanhar de uma infor-
Há também que ter em conta que a substituição lexical se pode efetuar mação semântica constantemente renovada.
por
- Sinonímia-seleção de expressões linguísticas que tenham a maior Este segundo princípio completa o primeiro, uma vez que estipula que
parte dos traços semânticos idêntica: A criança caiu. O miúdo um texto, para ser coerente, não se deve contentar com uma repetição
nunca mais aprende a cair! constante da própria matéria.
- Antonímia-seleção de expressões linguísticas que tenham a maior
parte dos traços semânticos oposta: Disseste a verdade? Isso Alguns textos dos alunos contrariam esta regra. Por exemplo: O ferrei-
cheira-me a mentira! ro estava vestido com umas calças pretas, um chapéu claro e uma vesti-
- Hiperonímia-a primeira expressão mantém com a segunda uma menta preta. Tinha ao pé de si uma bigorna e batia com força na bigorna.
relação classe-elemento: Gosto imenso de marisco. Então lagosta, Todos os gestos que fazia consistiam em bater com o martelo na bigorna.
adoro! A bigorna onde batia com o martelo era achatada em cima e pontiaguda
- Hiponímia- a primeira expressão mantém com a segunda uma re- em baixo e batia com o martelo na bigorna.
lação elemento-classe: O gato arranhou-te? O que esperavas de
um felino? Se tivermos em conta apenas o princípio da recorrência, este texto não
será incoerente, será até coerente demais.
d)-Retomas de Inferências: neste caso, a relação é feita com base em
conteúdos semânticos não manifestados, ao contrário do que se passava No entanto, segundo o princípio da progressão, a produção de um tex-
com os processos de recorrência anteriormente tratados. to coerente pressupõe que se realize um equilíbrio cuidado entre continui-
dade temática e progressão semântica.
Vejamos:
P - A Maria comeu a bolacha? Torna-se assim necessário dominar, simultaneamente, estes dois prin-
R1 - Não, ela deixou-a cair no chão. cípios (recorrência e progressão) uma vez que a abordagem da informação
R2 - Não, ela comeu um morango. não se pode processar de qualquer maneira.
R3 - Não, ela despenteou-se.
Assim, um texto será coerente se a ordem linear das sequências a-
As sequências P+R1 e P+R2 parecem, desde logo, mais coerentes do companhar a ordenação temporal dos fatos descritos.
que a sequência P+R3. Ex.: Cheguei, vi e venci.(e não Vi, venci e cheguei).

No entanto, todas as sequências são asseguradas pela repetição do O texto será coerente desde que reconheçamos, na ordenação das
pronome na 3ª pessoa. suas sequências, uma ordenação de causa-consequência entre os estados
de coisas descritos.
Podemos afirmar, neste caso, que a repetição do pronome não é sufi- Ex.: Houve seca porque não choveu. (e não Houve seca porque cho-
ciente para garantir coerência a uma sequência textual. veu).

Assim, a diferença de avaliação que fazemos ao analisar as várias hi- Teremos ainda que ter em conta que a ordem de percepção dos esta-
póteses de respostas que vimos anteriormente sustenta-se no fato de R1 e dos de coisas descritos pode condicionar a ordem linear das sequências
R2 retomarem inferências presentes em P: textuais.
- aconteceu alguma coisa à bolacha da Maria, Ex.: A praça era enorme. No meio, havia uma coluna; à volta, árvores
- a Maria comeu qualquer coisa. e canteiros com flores.

Já R3 não retoma nenhuma inferência potencialmente dedutível de P. Neste caso, notamos que a percepção se dirige do geral para o parti-
cular.
Conclui-se, então, que a retoma de inferências ou de pressuposições 3.Princípio da Não- Contradição: para que um texto seja coerente, tor-
garante uma fortificação da coerência textual. na-se necessário que o seu desenvolvimento não introduza nenhum ele-
mento semântico que contradiga um conteúdo apresentado ou pressuposto
Quando analisamos certos exercícios de prolongamento de texto (con- por uma ocorrência anterior ou dedutível por inferência.
tinuar a estruturação de um texto a partir de um início dado) os alunos são
levados a veicular certas informações pressupostas pelos professores. Ou seja, este princípio estipula simplesmente que é inadmissível que
uma mesma proposição seja conjuntamente verdadeira e não verdadeira.
Por exemplo, quando se apresenta um início de um texto do tipo: Três
crianças passeiam num bosque. Elas brincam aos detetives. Que vão eles Vamos, seguidamente, preocupar-nos, sobretudo, com o caso das
fazer? contradições inferenciais e pressuposicionais6.

A interrogação final permite-nos pressupor que as crianças vão real- Existe contradição inferencial quando a partir de uma proposição po-
mente fazer qualquer coisa. demos deduzir uma outra que contradiz um conteúdo semântico apresen-
tado ou dedutível.
Um aluno que ignore isso e que narre que os pássaros cantavam en- Ex.: A minha tia é viúva. O seu marido coleciona relógios de bolso.
quanto as folhas eram levadas pelo vento, será punido por ter apresentado
uma narração incoerente, tendo em conta a questão apresentada. As inferências que autorizam viúva não só não são retomadas na se-

Português para Concursos 17 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
gunda frase, como são perfeitamente contraditas por essa mesma frase. si mesmo.

O efeito da incoerência resulta de incompatibilidades semânticas pro- É justamente tendo isto em conta que devemos ler, avaliar e corrigir os
fundas às quais temos de acrescentar algumas considerações temporais, textos dos nossos alunos.
uma vez que, como se pode ver, basta remeter o verbo colecionar para o
pretérito para suprimir as contradições. Anotações:
1- M. H. Mira Mateus, Gramática da Língua Portuguesa, Ed. Cami-
As contradições pressuposicionais são em tudo comparáveis às infe- nho, 19923, p.134;
renciais, com a exceção de que no caso das pressuposicionais é um M. H. Mira Mateus, op. cit., pp.134-148;
conteúdo pressuposto que se encontra contradito. 3- "Méta-regles de cohérence", segundo Charolles, Introduction aux
Ex.: O Júlio ignora que a sua mulher o engana. A sua esposa é-lhe problèmes de la cohérence des textes, in Langue Française, 1978;
perfeitamente fiel. 4- "Méta-regle de répétition", segundo Charolles (op. cit.);
5- "Les déficitivisations et les référentiations déictiques contextuel-
Na segunda frase, afirma-se a inegável fidelidade da mulher de Júlio, les", segundo Charolles (op. cit.);
enquanto a primeira pressupõe o inverso. 6- Charolles aponta igualmente as contradições enunciativas. No en-
tanto, vamos debruçar-nos apenas sobre as contradições inferen-
É frequente, nestes casos, que o emissor recupere a contradição pre- ciais e pressuposicionais, uma vez que foi sobre este tipo de con-
sente com a ajuda de conectores do tipo mas, entretanto, contudo, no tradições que efetuamos exercícios em situação de prática peda-
entanto, todavia, que assinalam que o emissor se apercebe dessa contra- gógica.
dição, assume-a, anula-a e toma partido dela. 7- Charolles refere inclusivamente a existência de uma "relation de
Ex.: O João detesta viajar. No entanto, está entusiasmado com a parti- congruence" entre o que é enunciado na sequência textual e o
da para Itália, uma vez que sempre sonhou visitar Florença. mundo a que essa sequência faz referência;
8- Para um esclarecimento sobre este princípio, ver O. Ducrot, Dire
4.Princípio da Relação: para que um texto seja coerente, torna-se ne- et ne pas dire, Paris, Herman, 1972 e também D. Gordon e G. La-
cessário que denote, no seu mundo de representação, fatos que se apre- koff, Postulates de conservation, Langages nº 30, Paris, Didier-
sentem diretamente relacionados. Larousse, 1973.

Ou seja, este princípio enuncia que para uma sequência ser admitida 1. Coerência:
como coerente7, terá de apresentar ações, estados ou eventos que sejam Produzimos textos porque pretendemos informar, divertir, explicar,
congruentes com o tipo de mundo representado nesse texto. convencer, discordar, ordenar, ou seja, o texto é uma unidade de significa-
do produzida sempre com uma determinada intenção. Assim como a frase
Assim, se tivermos em conta as três frases seguintes não é uma simples sucessão de palavras, o texto também não é uma
1 - A Silvia foi estudar. simples sucessão de frases, mas um todo organizado capaz de estabele-
2 - A Silvia vai fazer um exame. cer contato com nossos interlocutores, influindo sobre eles. Quando isso
3 - O circuito de Adelaide agradou aos pilotos de Fórmula 1. ocorre, temos um texto em que há coerência.

A sequência formada por 1+2 surge-nos, desde logo, como sendo A coerência é resultante da não-contradição entre os diversos seg-
mais congruente do que as sequências 1+3 ou 2+3. mentos textuais que devem estar encadeados logicamente. Cada segmen-
to textual é pressuposto do segmento seguinte, que por sua vez será
Nos discursos naturais, as relações de relevância factual são, na maior pressuposto para o que lhe estender, formando assim uma cadeia em que
parte dos casos, manifestadas por conectores que as explicitam semanti- todos eles estejam concatenados harmonicamente. Quando há quebra
camente. nessa concatenação, ou quando um segmento atual está em contradição
Ex.: A Silvia foi estudar porque vai fazer um exame. Ou também: A Sil- com um anterior, perde-se a coerência textual.
via vai fazer um exame portanto foi estudar.
A impossibilidade de ligar duas frases por meio de conectores constitui A coerência é também resultante da adequação do que se diz ao con-
um bom teste para descobrir uma incongruência. texto extra verbal, ou seja, àquilo o que o texto faz referência, que precisa
Ex.: A Silvia foi estudar logo o circuito de Adelaide agradou aos pilotos ser conhecido pelo receptor.
de Fórmula 1.
Ao ler uma frase como "No verão passado, quando estivemos na capi-
O conhecimento destes princípios de coerência, por parte dos profes- tal do Ceará Fortaleza, não pudemos aproveitar a praia, pois o frio era
sores, permite uma nova apreciação dos textos produzidos pelos alunos, tanto que chegou a nevar", percebemos que ela é incoerente em decorrên-
garantindo uma melhor correção dos seus trabalhos, evitando encontrar cia da incompatibilidade entre um conhecimento prévio que temos da
incoerências em textos perfeitamente coerentes, bem como permite a realizada com o que se relata. Sabemos que, considerando uma realidade
dinamização de estratégias de correção. "normal", em Fortaleza não neva (ainda mais no verão!).

Teremos que ter em conta que para um leitor que nada saiba de cen- Claro que, inserido numa narrativa ficcional fantástica, o exemplo aci-
trais termo-nucleares nada lhe parecerá mais incoerente do que um tratado ma poderia fazer sentido, dando coerência ao texto - nesse caso, o contex-
técnico sobre centrais termo-nucleares. to seria a "anormalidade" e prevaleceria a coerência interna da narrativa.

No entanto, os leitores quase nunca consideram os textos incoerentes. No caso de apresentar uma inadequação entre o que informa e a rea-
Pelo contrário, os receptores dão ao emissor o crédito da coerência, admi- lidade "normal" pré-conhecida, para guardar a coerência o texto deve
tindo que o emissor terá razões para apresentar os textos daquela manei- apresentar elementos linguísticos instruindo o receptor acerca dessa
ra. anormalidade.

Assim, o leitor vai esforçar-se na procura de um fio condutor de pen- Uma afirmação como "Foi um verdadeiro milagre! O menino caiu do
samento que conduza a uma estrutura coerente. décimo andar e não sofreu nenhum arranhão." é coerente, na medida que
a frase inicial ("Foi um verdadeiro milagre") instrui o leitor para a anormali-
Tudo isto para dizer que deve existir nos nossos sistemas de pensa- dade do fato narrado.
mento e de linguagem uma espécie de princípio de coerência verbal (com-
parável com o princípio de cooperação de Grice8 estipulando que, seja 2. Coesão:
qual for o discurso, ele deve apresentar forçosamente uma coerência A redação deve primar, como se sabe, pela clareza, objetividade, coe-
própria, uma vez que é concebido por um espírito que não é incoerente por rência e coesão. E a coesão, como o próprio nome diz (coeso significa

Português para Concursos 18 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
ligado), é a propriedade que os elementos textuais têm de estar interliga- tição parcial é o mais comum mecanismo coesivo do texto jornalístico.
dos. De um fazer referência ao outro. Do sentido de um depender da Costuma-se, uma vez citado o nome completo de um entrevistado - ou da
relação com o outro. Preste atenção a este texto, observando como as vítima de um acidente, como se observa com o elemento (7), na última
palavras se comunicam, como dependem uma das outras. linha do segundo parágrafo e na primeira linha do terceiro -, repetir somen-
te o(s) seu(s) sobrenome(s). Quando os nomes em questão são de cele-
SÃO PAULO: OITO PESSOAS MORREM EM QUEDA DE AVIÃO bridades (políticos, artistas, escritores, etc.), é de praxe, durante o texto,
Das Agências utilizar a nominalização por meio da qual são conhecidas pelo público.
Exemplos: Nedson (para o prefeito de Londrina, Nedson Micheletti); Farage
Cinco passageiros de uma mesma família, de Maringá, dois tripulantes (para o candidato à prefeitura de Londrina em 2000 Farage Khouri); etc.
e uma mulher que viu o avião cair morreram Nomes femininos costumam ser retomados pelo primeiro nome, a não ser
nos casos em que o sobrenomes sejam, no contexto da matéria, mais
Oito pessoas morreram (cinco passageiros de uma mesma família e relevantes e as identifiquem com mais propriedade.
dois tripulantes, além de uma mulher que teve ataque cardíaco) na queda
de um avião (1) bimotor Aero Commander, da empresa J. Caetano, da c) ELIPSE: é a omissão de um termo que pode ser facilmente deduzi-
cidade de Maringá (PR). O avião (1) prefixo PTI-EE caiu sobre quatro do pelo contexto da matéria. Veja-se o seguinte exemplo: Estavam no
sobrados da Rua Andaquara, no bairro de Jardim Marajoara, Zona Sul de avião (1) o empresário Silvio Name Júnior (4), de 33 anos, que foi candida-
São Paulo, por volta das 21h40 de sábado. O impacto (2) ainda atingiu to a prefeito de Maringá nas últimas eleições; o piloto (1) José Traspadini
mais três residências. (4), de 64 anos; o co-piloto (1) Geraldo Antônio da Silva Júnior, de 38.
Perceba que não foi necessário repetir-se a palavra avião logo após as
Estavam no avião (1) o empresário Silvio Name Júnior (4), de 33 anos, palavras piloto e co-piloto. Numa matéria que trata de um acidente de
que foi candidato a prefeito de Maringá nas últimas eleições (leia reporta- avião, obviamente o piloto será de aviões; o leitor não poderia pensar que
gem nesta página); o piloto (1) José Traspadini (4), de 64 anos; o co-piloto se tratasse de um piloto de automóveis, por exemplo. No último parágrafo
(1) Geraldo Antônio da Silva Júnior, de 38; o sogro de Name Júnior (4), ocorre outro exemplo de elipse: Três pessoas (10) que estavam nas casas
Márcio Artur Lerro Ribeiro (5), de 57; seus (4) filhos Márcio Rocha Ribeiro (9) atingidas pelo avião (1) ficaram feridas. Elas (10) não sofreram ferimen-
Neto, de 28, e Gabriela Gimenes Ribeiro (6), de 31; e o marido dela (6), tos graves. (10) Apenas escoriações e queimaduras. Note que o (10) em
João Izidoro de Andrade (7), de 53 anos. negrito, antes de Apenas, é uma omissão de um elemento já citado: Três
pessoas. Na verdade, foi omitido, ainda, o verbo: (As três pessoas sofre-
Izidoro Andrade (7) é conhecido na região (8) como um dos maiores ram) Apenas escoriações e queimaduras.
compradores de cabeças de gado do Sul (8) do país. Márcio Ribeiro (5) era
um dos sócios do Frigorífico Naviraí, empresa proprietária do bimotor (1). d) SUBSTITUIÇÕES: uma das mais ricas maneiras de se retomar um
Isidoro Andrade (7) havia alugado o avião (1) Rockwell Aero Commander elemento já citado ou de se referir a outro que ainda vai ser mencionado é
691, prefixo PTI-EE, para (7) vir a São Paulo assistir ao velório do filho (7) a substituição, que é o mecanismo pelo qual se usa uma palavra (ou grupo
Sérgio Ricardo de Andrade (8), de 32 anos, que (8) morreu ao reagir a um de palavras) no lugar de outra palavra (ou grupo de palavras). Confira os
assalto e ser baleado na noite de sexta-feira. principais elementos de substituição:

O avião (1) deixou Maringá às 7 horas de sábado e pousou no aero- Pronomes: a função gramatical do pronome é justamente substituir ou
porto de Congonhas às 8h27. Na volta, o bimotor (1) decolou para Maringá acompanhar um nome. Ele pode, ainda, retomar toda uma frase ou toda a
às 21h20 e, minutos depois, caiu na altura do número 375 da Rua Anda- ideia contida em um parágrafo ou no texto todo. Na matéria-exemplo, são
quara, uma espécie de vila fechada, próxima à avenida Nossa Senhora do nítidos alguns casos de substituição pronominal: o sogro de Name Júnior
Sabará, uma das avenidas mais movimentadas da Zona Sul de São Paulo. (4), Márcio Artur Lerro Ribeiro (5), de 57; seus (4) filhos Márcio Rocha
Ainda não se conhece as causas do acidente (2). O avião (1) não tinha Ribeiro Neto, de 28, e Gabriela Gimenes Ribeiro (6), de 31; e o marido dela
caixa preta e a torre de controle também não tem informações. O laudo (6), João Izidoro de Andrade (7), de 53 anos. O pronome possessivo seus
técnico demora no mínimo 60 dias para ser concluído. retoma Name Júnior (os filhos de Name Júnior...); o pronome pessoal ela,
contraído com a preposição de na forma dela, retoma Gabriela Gimenes
Segundo testemunhas, o bimotor (1) já estava em chamas antes de Ribeiro (e o marido de Gabriela...). No último parágrafo, o pronome pessoal
cair em cima de quatro casas (9). Três pessoas (10) que estavam nas elas retoma as três pessoas que estavam nas casas atingidas pelo avião:
casas (9) atingidas pelo avião (1) ficaram feridas. Elas (10) não sofreram Elas (10) não sofreram ferimentos graves.
ferimentos graves. (10) Apenas escoriações e queimaduras. Elídia Fiorezzi,
de 62 anos, Natan Fiorezzi, de 6, e Josana Fiorezzi foram socorridos no Epítetos: são palavras ou grupos de palavras que, ao mesmo tempo
Pronto Socorro de Santa Cecília. que se referem a um elemento do texto, qualificam-no. Essa qualificação
pode ser conhecida ou não pelo leitor. Caso não seja, deve ser introduzida
Vejamos, por exemplo, o elemento (1), referente ao avião envolvido no de modo que fique fácil a sua relação com o elemento qualificado.
acidente. Ele foi retomado nove vezes durante o texto. Isso é necessário à
clareza e à compreensão do texto. A memória do leitor deve ser reavivada Exemplos:
a cada instante. Se, por exemplo, o avião fosse citado uma vez no primeiro a) (...) foram elogiadas pelo por Fernando Henrique Cardoso. O pre-
parágrafo e fosse retomado somente uma vez, no último, talvez a clareza sidente, que voltou há dois dias de Cuba, entregou-lhes um certifi-
da matéria fosse comprometida. cado... (o epíteto presidente retoma Fernando Henrique Cardoso;
poder-se-ia usar, como exemplo, sociólogo);
E como retomar os elementos do texto? Podemos enumerar alguns b) Edson Arantes de Nascimento gostou do desempenho do Brasil.
mecanismos: Para o ex-Ministro dos Esportes, a seleção... (o epíteto ex-Ministro
dos Esportes retoma Edson Arantes do Nascimento; poder-se-iam,
a) REPETIÇÃO: o elemento (1) foi repetido diversas vezes durante o por exemplo, usar as formas jogador do século, número um do
texto. Pode perceber que a palavra avião foi bastante usada, principalmen- mundo, etc.
te por ele ter sido o veículo envolvido no acidente, que é a notícia propria-
mente dita. A repetição é um dos principais elementos de coesão do texto Sinônimos ou quase sinônimos: palavras com o mesmo sentido (ou
jornalístico fatual, que, por sua natureza, deve dispensar a releitura por muito parecido) dos elementos a serem retomados. Exemplo: O prédio foi
parte do receptor (o leitor, no caso). A repetição pode ser considerada a demolido às 15h. Muitos curiosos se aglomeraram ao redor do edifício,
mais explícita ferramenta de coesão. Na dissertação cobrada pelos vesti- para conferir o espetáculo (edifício retoma prédio. Ambos são sinônimos).
bulares, obviamente deve ser usada com parcimônia, uma vez que um
número elevado de repetições pode levar o leitor à exaustão. Nomes deverbais: são derivados de verbos e retomam a ação expres-
sa por eles. Servem, ainda, como um resumo dos argumentos já utilizados.
b) REPETIÇÃO PARCIAL: na retomada de nomes de pessoas, a repe- Exemplos: Uma fila de centenas de veículos paralisou o trânsito da Aveni-

Português para Concursos 19 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
da Higienópolis, como sinal de protesto contra o aumentos dos impostos. A Certeza, ênfase: decerto, por certo, certamente, indubitavelmente, in-
paralisação foi a maneira encontrada... (paralisação, que deriva de parali- questionavelmente, sem dúvida, inegavelmente, com toda a certeza.
sar, retoma a ação de centenas de veículos de paralisar o trânsito da
Avenida Higienópolis). O impacto (2) ainda atingiu mais três residências (o Surpresa, imprevisto: inesperadamente, inopinadamente, de súbito,
nome impacto retoma e resume o acidente de avião noticiado na matéria- subitamente, de repente, imprevistamente, surpreendentemente.
exemplo)
Ilustração, esclarecimento: por exemplo, só para ilustrar, só para e-
Elementos classificadores e categorizadores: referem-se a um elemen- xemplificar, isto é, quer dizer, em outras palavras, ou por outra, a saber, ou
to (palavra ou grupo de palavras) já mencionado ou não por meio de uma seja, aliás.
classe ou categoria a que esse elemento pertença: Uma fila de centenas
de veículos paralisou o trânsito da Avenida Higienópolis. O protesto foi a Propósito, intenção, finalidade: com o fim de, a fim de, com o propósito
maneira encontrada... (protesto retoma toda a ideia anterior - da paralisa- de, com a finalidade de, com o intuito de, para que, a fim de que, para.
ção -, categorizando-a como um protesto); Quatro cães foram encontrados
ao lado do corpo. Ao se aproximarem, os peritos enfrentaram a reação dos Lugar, proximidade, distância: perto de, próximo a ou de, junto a ou de,
animais (animais retoma cães, indicando uma das possíveis classificações dentro, fora, mais adiante, aqui, além, acolá, lá, ali, este, esta, isto, esse,
que se podem atribuir a eles). essa, isso, aquele, aquela, aquilo, ante, a.

Advérbios: palavras que exprimem circunstâncias, principalmente as Resumo, recapitulação, conclusão: em suma, em síntese, em conclusão,
de lugar: Em São Paulo, não houve problemas. Lá, os operários não aderi- enfim, em resumo, portanto, assim, dessa forma, dessa maneira, desse
ram... (o advérbio de lugar lá retoma São Paulo). Exemplos de advérbios modo, logo, pois (entre vírgulas), dessarte, destarte, assim sendo.
que comumente funcionam como elementos referenciais, isto é, como
elementos que se referem a outros do texto: aí, aqui, ali, onde, lá, etc. Causa e consequência. Explicação: por consequência, por conseguinte,
como resultado, por isso, por causa de, em virtude de, assim, de fato, com
Observação: É mais frequente a referência a elementos já citados no efeito, tão (tanto, tamanho) ... que, porque, porquanto, pois, já que, uma vez
texto. Porém, é muito comum a utilização de palavras e expressões que se que, visto que, como (= porque), portanto, logo, que (= porque), de tal sorte
refiram a elementos que ainda serão utilizados. Exemplo: Izidoro Andrade que, de tal forma que, haja vista.
(7) é conhecido na região (8) como um dos maiores compradores de
cabeças de gado do Sul (8) do país. Márcio Ribeiro (5) era um dos sócios Contraste, oposição, restrição, ressalva: pelo contrário, em contraste
do Frigorífico Naviraí, empresa proprietária do bimotor (1). A palavra região com, salvo, exceto, menos, mas, contudo, todavia, entretanto, no entanto,
serve como elemento classificador de Sul (A palavra Sul indica uma região embora, apesar de, ainda que, mesmo que, posto que, posto, conquanto, se
do país), que só é citada na linha seguinte. bem que, por mais que, por menos que, só que, ao passo que.

Conexão: Ideias alternativas: Ou, ou... ou, quer... quer, ora... ora.
Além da constante referência entre palavras do texto, observa-se na Níveis De Significado Dos Textos:
coesão a propriedade de unir termos e orações por meio de conectivos, Significado Implícito E Explícito
que são representados, na Gramática, por inúmeras palavras e expres- Observe a seguinte frase:
sões. A escolha errada desses conectivos pode ocasionar a deturpação do Fiz faculdade, mas aprendi algumas coisas.
sentido do texto. Abaixo, uma lista dos principais elementos conectivos,
agrupados pelo sentido. Baseamo-nos no autor Othon Moacyr Garcia Nela, o falante transmite duas informações de maneira explícita:
(Comunicação em Prosa Moderna). que ele frequentou um curso superior;
que ele aprendeu algumas coisas.
Prioridade, relevância: em primeiro lugar, antes de mais nada, antes
de tudo, em princípio, primeiramente, acima de tudo, precipuamente, Ao ligar essas duas informações com um “mas” comunica também de
principalmente, primordialmente, sobretudo, a priori (itálico), a posteriori modo implícito sua critica ao sistema de ensino superior, pois a frase passa
(itálico). a transmitir a ideia de que nas faculdades não se aprende nada.

Tempo (frequência, duração, ordem, sucessão, anterioridade, posterio- Um dos aspectos mais intrigantes da leitura de um texto é a verificação
ridade): então, enfim, logo, logo depois, imediatamente, logo após, a prin- de que ele pode dizer coisas que parece não estar dizendo: além das
cípio, no momento em que, pouco antes, pouco depois, anteriormente, informações explicitamente enunciadas, existem outras que ficam suben-
posteriormente, em seguida, afinal, por fim, finalmente agora atualmente, tendidas ou pressupostas. Para realizar uma leitura eficiente, o leitor deve
hoje, frequentemente, constantemente às vezes, eventualmente, por captar tanto os dados explícitos quanto os implícitos.
vezes, ocasionalmente, sempre, raramente, não raro, ao mesmo tempo,
simultaneamente, nesse ínterim, nesse meio tempo, nesse hiato, enquanto, Leitor perspicaz é aquele que consegue ler nas entrelinhas. Caso con-
quando, antes que, depois que, logo que, sempre que, assim que, desde trário, ele pode passar por cima de significados importantes e decisivos ou
que, todas as vezes que, cada vez que, apenas, já, mal, nem bem. — o que é pior — pode concordar com coisas que rejeitaria se as perce-
besse.
Semelhança, comparação, conformidade: igualmente, da mesma for-
ma, assim também, do mesmo modo, similarmente, semelhantemente, Não é preciso dizer que alguns tipos de texto exploram, com malícia e
analogamente, por analogia, de maneira idêntica, de conformidade com, de com intenções falaciosas, esses aspectos subentendidos e pressupostos.
acordo com, segundo, conforme, sob o mesmo ponto de vista, tal qual,
tanto quanto, como, assim como, como se, bem como. Que são pressupostos? São aquelas ideias não expressas de maneira
explícita, mas que o leitor pode perceber a partir de certas palavras ou
Condição, hipótese: se, caso, eventualmente. expressões contidas na frase.

Adição, continuação: além disso, demais, ademais, outrossim, ainda Assim, quando se diz “O tempo continua chuvoso”, comunica-se de
mais, ainda cima, por outro lado, também, e, nem, não só ... mas também, maneira explícita que no momento da fala o tempo é de chuva, mas, ao
não só... como também, não apenas ... como também, não só ... bem mesmo tempo, o verbo “continuar” deixa perceber a informação implícita de
como, com, ou (quando não for excludente). que antes o tempo já estava chuvoso.

Dúvida: talvez provavelmente, possivelmente, quiçá, quem sabe, é Na frase “Pedro deixou de fumar” diz-se explicitamente que, no mo-
provável, não é certo, se é que. mento da fala, Pedro não fuma. O verbo “deixar”, todavia, transmite a
informação implícita de que Pedro fumava antes.

Português para Concursos 20 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Pressuposto: Todos os candidatos a prefeito têm interesses individu-
A informação explícita pode ser questionada pelo ouvinte, que pode ou ais. Mas a mesma frase poderia ser redigida assim:
não concordar com ela. Os pressupostos, no entanto, têm que ser verda- Os candidatos a prefeito que só querem defender seus interesses não
deiros ou pelo menos admitidos como verdadeiros, porque é a partir deles pensam no povo.
que se constróem as informações explícitas. Se o pressuposto é falso, a
informação explícita não tem cabimento. No exemplo acima, se Pedro não No caso, o pressuposto seria outro: Nem todos os candidatos a prefei-
fumava antes, não tem cabimento afirmar que ele deixou de fumar. to têm interesses individuais.

Na leitura e interpretação de um texto, é muito importante detectar os No primeiro caso, a oração é explicativa; no segundo, é restritiva. As
pressupostos, pois seu uso é um dos recursos argumentativos utilizados explicativas pressupõem que o que elas expressam refere-se a todos os
com vistas a levar o ouvinte ou o leitor a aceitar o que está sendo comuni- elementos de um dado conjunto; as restritivas, que o que elas dizem
cado. Ao introduzir uma ideia sob a forma de pressuposto, o falante trans- concerne a parte dos elementos de um dado conjunto.
forma o ou vinte em cúmplice, urna vez que essa ideia não é posta em
discussão e todos os argumentos subsequentes só contribuem para con- d) os adjetivos
firmá -la. Os partidos radicais acabarão com a democracia no Brasil.

Por isso pode-se dizer que o pressuposto aprisiona o ouvinte ao sis- Pressuposto: Existem partidos radicais no Brasil.
tema de pensamento montado pelo falante.
Os subentendidos
A demonstração disso pode ser encontrada em muitas dessas “verda- Os subentendidos são as insinuações escondidas por trás de uma a-
des” incontestáveis postas como base de muitas alegações do discurso firmação. Quando um transeunte com o cigarro na mão pergunta: Você tem
político. fogo?, acharia muito estranho se você dissesse: Tenho e não lhe acendes-
se o cigarro. Na verdade, por trás da pergunta subentende-se: Acenda-me
Tomemos como exemplo a seguinte frase: o cigarro por favor.
Ë preciso construir mísseis nucleares para defender o Ocidente de um
ataque soviético. O subentendido difere do pressuposto num aspecto importante: o
pressuposto é um dado posto como indiscutível para o falante e para o
O conteúdo explícito afirma: ouvinte, não é para ser contestado; o subentendido é de responsabilidade
— a necessidade da construção de mísseis, do ouvinte, pois o falante, ao subentender, esconde-se por trás do sentido
— com a finalidade de defesa contra o ataque soviético. literal das palavras e pode dizer que não estava querendo dizer o que o
ouvinte depreendeu.
O pressuposto, isto é, o dado que não se põe em discussão é: os so-
viéticos pretendem atacar o Ocidente. O subentendido, muitas vezes, serve para o falante proteger-se diante
de uma informação que quer transmitir para o ouvinte sem se comprometer
Os argumentos contra o que foi informado explicitamente nessa frase com ela.
podem ser:
— os mísseis não são eficientes para conter o ataque soviético; Para entender esse processo de descomprometimento que ocorre com
— uma guerra de mísseis vai destruir o mundo inteiro e não apenas os a manipulação dos subentendidos, imaginemos a seguinte situação: um
soviéticos; funcionário público do partido de oposição lamenta, diante dos colegas
— a negociação com os soviéticos é o único meio de dissuadi-los de reunidos em assembleia, que um colega de seção, do partido do governo,
um ataque ao Ocidente. além de ter sido agraciado com uma promoção, conseguiu um empréstimo
muito favorável do banco estadual, ao passo que ele, com mais tempo de
Como se pode notar, os argumentos são contrários ao que está dito serviço, continuava no mesmo posto e não conseguia o empréstimo solici-
explicitamente, mas todos eles confirmam o pressuposto, isto é, todos os tado muito antes que o referido colega.
argumentos aceitam que os soviéticos pretendem atacar o Ocidente.
Mais tarde, tendo sido acusado de estar denunciando favoritismo do
A aceitação do pressuposto é o que permite levar à frente o debate. Se governo para com os seus adeptos, o funcionário reclamante defende-se
o ouvinte disser que os soviéticos não têm intenção nenhuma de atacar o prontamente, alegando não ter falado em favoritismo e que isso era dedu-
Ocidente, estará negando o pressuposto lançado pelo falante e então a ção de quem ouvira o seu discurso.
possibilidade de diálogo fica comprometida irreparavelmente. Qualquer
argumento entre os citados não teria nenhuma razão de ser. Isso quer Na verdade, ele não falou em favoritismo mas deu a entender, deixou
dizer que, com pressupostos distintos, não é possível o diálogo ou não tem subentendido para não se comprometer com o que disse. Fez a denúncia
ele sentido algum. Pode-se contornar esse problema tornando os pressu- sem denunciar explicitamente. A frase sugere, mas não diz.
postos afirmações explícitas, que então podem ser discutidas.
A distinção entre pressupostos e subentendidos em certos casos é
Os pressupostos são marcados, nas frases, por meio de vários indica- bastante sutil. Não vamos aqui ocupar-nos dessas sutilezas, mas explorar
dores linguísticos, como, por exemplo: esses conceitos como instrumentos úteis para uma compreensão mais
eficiente do texto.
a) certos advérbios
Os resultados da pesquisa ainda não chegaram até nós. ARTICULAÇÃO DO TEXTO: PRONOMES E EXPRESSÕES
Pressuposto: Os resultados já deviam ter chegado. REFERENCIAIS, NEXOS, OPERADORES SEQUENCIAIS.
ou
Os resultados vão chegar mais tarde. Resenha Critica de Articulação do Texto
Amanda Alves Martins
b) certos verbos Resenha Crítica do livro A Articulação do Texto, da autora Elisa Gui-
O caso do contrabando tornou-se público. marães
Pressuposto: O caso não era público antes.
No livro de Elisa Guimarães, A Articulação do Texto, a autora procura
c) as orações adjetivas esclarecer as dúvidas referentes à formação e à compreensão de um texto
Os candidatos a prefeito, que só querem defender seus interesses, e do seu contexto.
não pensam no povo.
Formado por unidades coordenadas, ou seja, interligadas entre si, o

Português para Concursos 21 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
texto constitui, portanto, uma unidade comunicativa para os membros de __Não grita, ___ não empurram< ___ não seguram o braço da gente,
uma comunidade; nele, existe um conjunto de fatores indispensáveis para ___ não impõem suas opiniões. Para os importunos inventaram eles uma
a sua construção, como “as intenções do falante (emissor), o jogo de palavra maravilhosamente definidora e que traduz bem a sua antipatia para
imagens conceituais, mentais que o emissor e destinatário execu- essa casta de gente (...)” (Rachel de Queiroz. Mineiros. In: Cem crônicas
tam.”(Manuel P. Ribeiro, 2004, p.397). Somado à isso, um texto não pode escolhidas. Rio de Janeiros, José Olympio, 1958, p.82).
existir de forma única e sozinha, pois depende dos outros tanto sintatica-
mente quanto semanticamente para que haja um entendimento e uma Porém é preciso especificar que para que haja a elipse o termo elíptico
compreensão deste. Dentro de um texto, as partes que o formam se inte- deve estar perfeitamente claro no contexto. Este conceito e os demais já
gram e se explicam de forma recíproca. ditos anteriormente são primordiais para a compreensão e produção textu-
al, uma vez que contribuem para a economia de linguagem, fator de gran-
Completando o processo de formação de um texto, a autora nos escla- de valor para tais feitos.
rece que a economia de linguagem facilita a compreensão dele, sendo
indispensável uma ligação entre as partes, mesmo havendo um corte de Ao abordar os conceitos de coesão e coerência, a autora procura pri-
trechos considerados não essenciais. meiramente retomar a noção de que a construção do texto é feita através
de “referentes linguísticos” (p.38) que geram um conjunto de frases que
Quando o tema é a “situação comunicativa” (p.7), a autora nos escla- irão constituir uma “microestrutura do texto” (p.38) que se articula com a
rece a relação texto X contexto, onde um é essencial para esclarecermos o estrutura semântica geral. Porém, a dificuldade de se separar a coesão da
outro, utilizando-se de palavras que recebem diferentes significados con- coerência está no fato daquela está inserida nesta, formando uma linha de
forme são inseridas em um determinado contexto; nos levando ao enten- raciocínio de fácil compreensão, no entanto, quando ocorre uma incoerên-
dimento de que não podemos considerar isoladamente os seus conceitos e cia textual, decorrente da incompatibilidade e não exatidão do que foi
sim analisá-los de acordo com o contexto semântico ao qual está inserida. escrito, o leitor também é capaz de entender devido a sua fácil compreen-
são apesar da má articulação do texto.
Segundo Elisa Guimarães, o sentido da palavra texto estende-se a
uma enorme vastidão, podendo designar “um enunciado qualquer, oral ou A coerência de um texto não é dada apenas pela boa interligação en-
escrito, longo ou breve, antigo ou moderno” (p.14) e ao contrário do que tre as suas frases, mas também porque entre estas existe a influência da
muitos podem pensar, um texto pode ser caracterizado como um fragmen- coerência textual, o que nos ajuda a concluir que a coesão, na verdade, é
to, uma frase, um verbo ect e não apenas na reunião destes com mais efeito da coerência. Como observamos em Nova Gramática Aplicada da
algumas outras formas de enunciação; procurando sempre uma objetivida- Língua Portuguesa de Manoel P. Ribeiro (2004, 14ed):
de para que a sua compreensão seja feita de forma fácil e clara.
A coesão e a coerência trazem a característica de promover a inter-
Esta economia textual facilita no caminho de transmissão entre o e- relação semântica entre os elementos do discurso, respondendo pelo que
nunciador e o receptor do texto que procura condensar as informações chamamos de conectividade textual. “A coerência diz respeito ao nexo
recebidas a fim de se deter ao “núcleo informativo” (p.17), este sim, pri- entre os conceitos; e a coesão, à expressão desse nexo no plano linguísti-
mordial a qualquer informação. co” (VAL, Maria das Graças Costa. Redação e textualidade, 1991, p.7)

A autora também apresenta diversas formas de classificação do dis- No capítulo que diz respeito às noções de estrutura, Elisa Guimarães,
curso e do texto, porém, detenhamo-nos na divisão de texto informativo e busca ressaltar o nível sintático representado pelas coordenações e subor-
de um texto literário ou ficcional. dinações que fixam relações de “equivalência” ou “hierarquia” respectiva-
mente.
Analisando um texto, é possível percebermos que a repetição de um Um fato importante dentro do livro A Articulação do Texto, é o valor atribuí-
nome/lexema, nos induz à lembrar de fatos já abordados, estimula a nossa do às estruturas integrantes do texto, como o título, o parágrafo, as inter e
biblioteca mental e a informa da importância de tal nome, que dentro de um intrapartes, o início e o fim e também, as superestruturas.
contexto qualquer, ou seja que não fosse de um texto informacional, seria
apenas caracterizado como uma redundância desnecessária. Essa repeti- O título funciona como estratégica de articulação do texto podendo de-
ção é normalmente dada através de sinônimos ou “sinônimos perfeitos” sempenhar papéis que resumam os seus pontos primordiais, como tam-
(p.30) que permitem a permutação destes nomes durante o texto sem que bém, podem ser desvendados no decorrer da leitura do texto.
o sentido original e desejado seja modificado.
Os parágrafos esquematizam o raciocínio do escritos, como enuncia
Esta relação semântica presente nos textos ocorre devido às interpre- Othon Moacir Garcia:
tações feitas da realidade pelo interlocutor, que utiliza a chamada “semân- “O parágrafo facilita ao escritor a tarefa de isolar e depois ajustar con-
tica referencial” (p.31) para causar esta busca mental no receptor através venientemente as ideias principais da sua composição, permitindo ao leitor
de palavras semanticamente semelhantes à que fora enunciada, porém, acompanhar-lhes o desenvolvimento nos seus diferentes estágios”.
existe ainda o que a autora denominou de “inexistência de sinônimo perfei-
to” (p.30) que são sinônimos porém quando posto em substituição um ao É bom relembrar, que dentro do parágrafo encontraremos o chamado
outro não geram uma coerência adequada ao entendimento. tópico frasal, que resumirá a principal ideia do parágrafo no qual esta
inserido; e também encontraremos, segundo a autora, dez diferentes tipos
Nesta relação de substituição por sinônimos, devemos ter cautela de parágrafo, cada qual com um ponto de vista específico.
quando formos usar os “hiperônimos” (p.32), ou até mesmo a “hiponímia”
(p.32) onde substitui-se a parte pelo todo, pois neste emaranhado de No que diz respeito ao tópico Inicio e fim, Elisa Guimarães preferiu a-
substituições pode-se causar desajustes e o resultado final não fazer com bordá-los de forma mútua já que um é consequência ou decorrência do
que a imagem mental do leitor seja ativada de forma corretamente, e outra outro; ficando a organização da narrativa com uma forma de estrutura
assimilação, errônea, pode ser utilizada. clássica e seguindo uma linha sequencial já esperada pelo leitor, onde o
início alimenta a esperança de como virá a ser o texto, enquanto que o fim
Seguindo ainda neste linear das substituições, existem ainda as “no- exercer uma função de dar um destaque maior ao fechamento do texto, o
minações” e a “elipse”, onde na primeira, o sentido inicialmente expresso que também, alimenta a imaginação tanto do leito, quanto do próprio autor.
por um verbo é substituído por um nome, ou seja, um substantivo; e,
enquanto na segunda, ou seja, na elipse, o substituto é nulo e marcado No geral, o que diz respeito ao livro A Articulação do Texto de Elisa
pela flexão verbal; como podemos perceber no seguinte exemplo retirado Guimarães, ele nos trás um grande número de informações e novos con-
do livro de Elisa Guimarães: ceitos em relação à produção e compreensão textual, no entanto, essa
“Louve-se nos mineiros, em primeiro lugar, a sua presença suave. Mil grande leva de informações muitas vezes se tornam confusas e acabam
deles não causam o incômodo de dez cearenses. por desprenderem-se uma das outras, quebrando a linearidade de todo o
texto e dificultando o entendimento teórico.

Português para Concursos 22 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
certos advérbios e expressões adverbiais;
A REFERENCIAÇÃO / OS REFERENTES / COERÊNCIA E COESÃO artigos;
A fala e também o texto escrito constituem-se não apenas numa se- conjunções;
quência de palavras ou de frases. A sucessão de coisas ditas ou escritas numerais;
forma uma cadeia que vai muito além da simples sequencialidade: há um elipses. A elipse se justifica quando, ao remeter a um enunciado ante-
entrelaçamento significativo que aproxima as partes formadoras do texto rior, a palavra elidida é facilmente identificável (Ex.: O jovem reco-
falado ou escrito. Os mecanismos linguísticos que estabelecem a conecti- lheu-se cedo. ... Sabia que ia necessitar de todas as suas forças.
vidade e a retomada e garantem a coesão são os referentes textuais. Cada O termo o jovem deixa de ser repetido e, assim, estabelece a rela-
uma das coisas ditas estabelece relações de sentido e significado tanto ção entre as duas orações.). É a própria ausência do termo que
com os elementos que a antecedem como com os que a sucedem, cons- marca a inter-relação. A identificação pode dar-se com o próprio
truindo uma cadeia textual significativa. Essa coesão, que dá unidade ao enunciado, como no exemplo anterior, ou com elementos extra-
texto, vai sendo construída e se evidencia pelo emprego de diferentes verbais, exteriores ao enunciado. Vejam-se os avisos em lugares
procedimentos, tanto no campo do léxico, como no da gramática. (Não públicos (ex.: Perigo!) e as frases exclamativas, que remetem a
esqueçamos que, num texto, não existem ou não deveriam existir elemen- uma situação não-verbal. Nesse caso, a articulação se dá entre
tos dispensáveis. Os elementos constitutivos vão construindo o texto, e são texto e contexto (extratextual);
as articulações entre vocábulos, entre as partes de uma oração, entre as as concordâncias;
orações e entre os parágrafos que determinam a referenciação, os conta- a correlação entre os tempos verbais.
tos e conexões e estabelecem sentido ao todo.)
Os dêiticos exercem, por excelência, essa função de progressão tex-
Atenção especial concentram os procedimentos que garantem ao texto tual, dada sua característica: são elementos que não significam, apenas
coesão e coerência. São esses procedimentos que desenvolvem a dinâmi- indicam, remetem aos componentes da situação comunicativa. Já os
ca articuladora e garantem a progressão textual. componentes concentram em si a significação. Referem os participantes do
ato de comunicação, o momento e o lugar da enunciação.
A coesão é a manifestação linguística da coerência e se realiza nas re-
lações entre elementos sucessivos (artigos, pronomes adjetivos, adjetivos Elisa Guimarães ensina a respeito dos dêiticos:
em relação aos substantivos; formas verbais em relação aos sujeitos; Os pronomes pessoais e as desinências verbais indicam os participan-
tempos verbais nas relações espaço-temporais constitutivas do texto etc.), tes do ato do discurso. Os pronomes demonstrativos, certas locuções
na organização de períodos, de parágrafos, das partes do todo, como prepositivas e adverbiais, bem como os advérbios de tempo, referenciam o
formadoras de uma cadeia de sentido capaz de apresentar e desenvolver momento da enunciação, podendo indicar simultaneidade, anterioridade ou
um tema ou as unidades de um texto. Construída com os mecanismos posterioridade. Assim: este, agora, hoje, neste momento (presente); ulti-
gramaticais e lexicais, confere unidade formal ao texto. mamente, recentemente, ontem, há alguns dias, antes de (pretérito); de
1. Considere-se, inicialmente, a coesão apoiada no léxico. Ela pode agora em diante, no próximo ano, depois de (futuro).
dar-se pela reiteração, pela substituição e pela associação.
É garantida com o emprego de: Maria da Graça Costa Val lembra que “esses recursos expressam re-
enlaces semânticos de frases por meio da repetição. A mensagem- lações não só entre os elementos no interior de uma frase, mas também
tema do texto apoiada na conexão de elementos léxicos sucessi- entre frases e sequências de frases dentro de um texto”.
vos pode dar-se por simples iteração (repetição). Cabe, nesse ca-
so, fazer-se a diferenciação entre a simples redundância resultado Não só a coesão explícita possibilita a compreensão de um texto. Mui-
da pobreza de vocabulário e o emprego de repetições como recur- tas vezes a comunicação se faz por meio de uma coesão implícita, apoiada
so estilístico, com intenção articulatória. Ex.: “As contas do patrão no conhecimento mútuo anterior que os participantes do processo comuni-
eram diferentes, arranjadas a tinta e contra o vaqueiro, mas Fabi- cativo têm da língua.
ano sabia que elas estavam erradas e o patrão queria enganá- A ligação lógica das ideias
lo.Enganava.” Vidas secas, p. 143); Uma das características do texto é a organização sequencial dos ele-
substituição léxica, que se dá tanto pelo emprego de sinônimos como mentos linguísticos que o compõem, isto é, as relações de sentido que se
de palavras quase sinônimas. Considerem-se aqui além das pala- estabelecem entre as frases e os parágrafos que compõem um texto,
vras sinônimas, aquelas resultantes de famílias ideológicas e do fazendo com que a interpretação de um elemento linguístico qualquer seja
campo associativo, como, por exemplo, esvoaçar, revoar, voar; dependente da de outro(s). Os principais fatores que determinam esse
hipônimos (relações de um termo específico com um termo de sentido encadeamento lógico são: a articulação, a referência, a substituição voca-
geral, ex.: gato, felino) e hiperônimos (relações de um termo de bular e a elipse.
sentido mais amplo com outros de sentido mais específico, ex.: fe-
lino, gato); ARTICULAÇÃO
nominalizações (quando um fato, uma ocorrência, aparece em forma Os articuladores (também chamados nexos ou conectores) são con-
de verbo e, mais adiante, reaparece como substantivo, ex.: con- junções, advérbios e preposições responsáveis pela ligação entre si dos
sertar, o conserto; viajar, a viagem). É preciso distinguir-se entre fatos denotados num texto, Eles exprimem os diferentes tipos de interde-
nominalização estrita e. generalizações (ex.: o cão < o animal) e pendência de sentido das frases no processo de sequencialização textual.
especificações (ex.: planta > árvore > palmeira); As ideias ou proposições podem se relacionar indicando causa, conse-
substitutos universais (ex.: João trabalha muito. Também o faço. O quência, finalidade, etc.
verbo fazer em substituição ao verbo trabalhar);
enunciados que estabelecem a recapitulação da ideia global. Ex.: O Ingressei na Faculdade a fim de ascender socialmente.
curral deserto, o chiqueiro das cabras arruinado e também deser- Ingressei na Faculdade porque pretendo ser biólogo.
to, a casa do vaqueiro fechada, tudo anunciava abandono (Vidas Ingressei na Faculdade depois de ter-me casado.
Secas, p.11). Esse enunciado é chamado de anáfora conceptual.
Todo um enunciado anterior e a ideia global que ele refere são re- É possível observar que os articuladores relacionam os argumentos di-
tomados por outro enunciado que os resume e/ou interpreta. Com ferentemente. Podemos, inclusive, agrupá-los, conforme a relação que
esse recurso, evitam-se as repetições e faz-se o discurso avançar, estabelecem.
mantendo-se sua unidade.
2. A coesão apoiada na gramática dá-se no uso de: Relações de:
certos pronomes (pessoais, adjetivos ou substantivos). Destacam-se adição: os conectores articula sequencialmente frases cujos conteúdos
aqui os pronomes pessoais de terceira pessoa, empregados como se adicionam a favor de uma mesma conclusão: e, também, não só...como
substitutos de elementos anteriormente presentes no texto, dife- também, tanto...como, além de, além disso, ainda, nem.
rentemente dos pronomes de 1ª e 2ª pessoa que se referem à
pessoa que fala e com quem esta fala. Na maioria dos casos, as frases somadas não são permutáveis, isto é,

Português para Concursos 23 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
a ordem em que ocorrem os fatos descritos deve ser respeitada. Logo que terminei o colégio, matriculei-me aqui.
Assim que
Ele entrou, dirigiu-se à escrivaninha e sentou-se. Depois que
alternância: os conteúdos alternativos das frases são articulados por No momento em que
conectores como ou, ora...ora, seja...seja. O articulador ou pode expressar Nem bem
inclusão ou exclusão.
concomitância de fatos: Enquanto todos se divertiam, ele estudava
Ele não sabe se conclui o curso ou abandona a Faculdade. com afinco.
Existe aqui uma simultaneidade entre os fatos descritos em cada
oposição: os conectores articulam sequencialmente frases cujos con- uma das proposições.
teúdos se opõem. São articuladores de oposição: mas, porém, todavia, b) um tempo progressivo:
entretanto, no entanto, não obstante, embora, apesar de (que), ainda que, À proporção que os alunos terminavam a prova, iam se retirando.
se bem que, mesmo que, etc. bar enchia de frequentadores à medida que a noite caía.

O candidato foi aprovado, mas não fez a matrícula. Conclusão: um enunciado introduzido por articuladores como portanto,
condicionalidade: essa relação é expressa pela combinação de duas logo, pois, então, por conseguinte, estabelece uma conclusão em relação a
proposições: uma introduzida pelo articulador se ou caso e outra por então algo dito no enunciado anterior:
(consequente), que pode vir implícito. Estabelece-se uma relação entre o
antecedente e o consequente, isto é, sendo o antecedente verdadeiro ou Assistiu a todas as aulas e realizou com êxito todos os exercícios. Por-
possível, o consequente também o será. tanto tem condições de se sair bem na prova.

Na relação de condicionalidade, estabelece-se, muitas vezes, uma É importante salientar que os articuladores conclusivos não se limitam
condição hipotética, isto é,, cria-se na proposição introduzida pelo articula- a articular frases. Eles podem articular parágrafos, capítulos.
dor se/caso uma hipótese que condicionará o que será dito na proposição
seguinte. Em geral, a proposição situa-se num tempo futuro. Comparação: é estabelecida por articuladores : tanto (tão)...como, tan-
to (tal)...como, tão ...quanto, mais ....(do) que, menos ....(do) que, assim
Caso tenha férias, (então) viajarei para Buenos Aires. como.
Ele é tão competente quanto Alberto.
causalidade: é expressa pela combinação de duas proposições, uma
das quais encerra a causa que acarreta a consequência expressa na outra. Explicação ou justificativa: os articuladores do tipo pois, que, porque
Tal relação pode ser veiculada de diferentes formas: introduzem uma justificativa ou explicação a algo já anteriormente referido.

Passei no vestibular porque estudei muito Não se preocupe que eu voltarei


visto que pois
já que porque
uma vez que
_________________ _____________________ As pausas
consequência causa Os articuladores são, muitas vezes, substituídos por “pausas” (marca-
das por dois pontos, vírgula, ponto final na escrita). Que podem assinalar
tipos de relações diferentes.
Estudei tanto que passei no vestibular.
Estudei muito por isso passei no vestibular Compramos tudo pela manhã: à tarde pretendemos viajar. (causalida-
_________________ ____________________ de)
causa consequência Não fique triste. As coisas se resolverão. (justificativa)
Ela estava bastante tranquila eu tinha os nervos à flor da pele. ( oposi-
ção)
Como estudei passei no vestibular Não estive presente à cerimônia. Não posso descrevê-la. (conclusão)
Por ter estudado muito passei no vestibular http://www.seaac.com.br/
___________________ ___________________
causa consequência A análise de expressões referenciais é fundamental na interpretação
do discurso. A identificação de expressões correferentes é importante em
finalidade: uma das proposições do período explicita o(s) meio(s) para diversas aplicações de Processamento da Linguagem Natural. Expressões
se atingir determinado fim expresso na outra. Os articuladores principais referenciais podem ser usadas para introduzir entidades em um discurso
são: para, afim de, para que. ou podem fazer referência a entidades já mencionadas,podendo fazer uso
de redução lexical.
Utilizo o automóvel a fim de facilitar minha vida.

conformidade: essa relação expressa-se por meio de duas proposi- Interpretar e produzir textos de qualidade são tarefas muito importan-
ções, em que se mostra a conformidade de conteúdo de uma delas em tes na formação do aluno. Para realizá-las de modo satisfatório, é essenci-
relação a algo afirmado na outra. al saber identificar e utilizar os operadores sequenciais e argumentativos
do discurso. A linguagem é um ato intencional, o indivíduo faz escolhas
O aluno realizou a prova conforme o professor solicitara. quando se pronuncia oralmente ou quando escreve. Para dar suporte a
segundo essas escolhas, de modo a fazer com que suas opiniões sejam aceitas ou
consoante respeitadas, é fundamental lançar mão dos operadores que estabelecem
como ligações (espécies de costuras) entre os diferentes elementos do discurso.
de acordo com a solicitação... MODOS DE ORGANIZAÇÃO DO TEXTO
temporalidade: é a relação por meio da qual se localizam no tempo
ações, eventos ou estados de coisas do mundo real, expressas por meio Oliveira, (2003:41) fazendo alusão a Charaudeau (1992) obser-
de duas proposições. va:
Quando Os modos de organização do discurso ( o narrativo, o descritivo, o
Mal argumentativo e o enunciativo) são maneiras de estruturar o texto, visan-

Português para Concursos 24 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
do a uma função típica de cada um: a função do narrativo é contar ou Nas dissertações, os parágrafos são estruturados a partir de uma ideia
relatar, a do descritivo, descrever; a do argumentativo, argumentar, ou que normalmente é apresentada em sua introdução, desenvolvida e refor-
seja, explicar uma verdade numa visão racionalizante para influenciar o çada por uma conclusão.
interlocutor; e a do enunciativo é gerir os outros três. Este tem pois uma
função metadiscursiva – Charaudeau ( 1992:642-646). Os Parágrafos na Dissertação Escolar

Oliveira.Helênio (2004), discutindo conceitos básicos em análise As dissertações escolares, normalmente, costumam ser estruturadas
do discurso, com base nos dois grandes critérios de classificação de em quatro ou cinco parágrafos (um parágrafo para a introdução, dois ou
textos ( o intratextual-estrutural, o que se encontra no texto; e o extratex- três para o desenvolvimento e um para a conclusão).
tual– sensível a situação comunicativa), propõe a nomenclatura “modos É claro que essa divisão não é absoluta. Dependendo do tema proposto
de organização do texto”, acrescentando a listagem de Charaudeau e da abordagem que se dê a ele, ela poderá sofrer variações. Mas é fun-
(1992) outros dois modos de organização: o expositivo e o injuntivo. damental que você perceba o seguinte: a divisão de um texto em parágra-
fos (cada um correspondendo a uma determinada ideia que nele se desen-
O modo de organização do texto narrativo é construído pela su- volve) tem a função de facilitar, para quem escreve, a estruturação coeren-
cessão, desenvolvimento de ações que formam o arcabouço de uma te do texto e de possibilitar, a quem lê, uma melhor compreensão do texto
história (no sentido estrito) – processos, sequências, tempo em andamen- em sua totalidade.
to. Parágrafo Narrativo
O Modo Descritivo tem como funcionamento identificar, distinguir,
qualificar pessoa ou objeto, os ‘seres do mundo’ (a quem Oliveira, Helê- Nas narrações, a ideia central do parágrafo é um incidente, isto é, um
nio (2004 mimeo) denomina “objeto da descrição” ). Na descrição confec- episódio curto.
cionamos uma espécie de retrato através de palavras. Tempo estático. Nos parágrafos narrativos, há o predomínio dos verbos de ação que se
referem a personagens, além de indicações de circunstâncias relativas ao
Discorrendo sobre o texto descritivo, Oliveira, Helênio (mimeo) destaca fato: onde ele ocorreu, quando ocorreu, por que ocorreu, etc.
importantes fatores que normalmente não são levados em consideração
O que falamos acima aplica-se ao parágrafo narrativo propriamente dito,
quando se aborda o M.O.D. descritivo:
ou seja, aquele que relata um fato (lembrando que podemos ter, em um
· A existência de textos iminentemente descritivos: A descrição de um texto narrativo, parágrafos descritivos e dissertativos).
tipo de rocha, da anatomia de uma espécie animal, do sistema pronominal
Nas narrações existem também parágrafos que servem para reproduzir
de dada língua etc.
as falas dos personagens. No caso do discurso direto (em geral antecedido
· O ponto de vista e o ângulo do observador afetando na seleção dos por dois-pontos e introduzido por travessão), cada fala de um personagem
atributos do objeto descrito – limitações físicas, intelectuais etc. deve corresponder a um parágrafo para que essa fala não se confunda
com a do narrador ou com a de outro personagem.
· O caráter infinito dos possíveis “objetos de descrição”, bem como os
diversos sentidos empregados na observação do objeto descrito (+ ou – Parágrafo Descritivo
sensorial)
A ideia central do parágrafo descritivo é um quadro, ou seja, um frag-
Progressão temática: é a soma das unidades temática. Toda disserta- mento daquilo que está sendo descrito (uma pessoa, uma paisagem, um
ção bem construída deve expor progressão temática. Eis a inteligente ambiente, etc.), visto sob determinada perspectiva, num determinado
maneira de trazer densidade sobre o tema proposto. momento. Alterado esse quadro, teremos novo parágrafo.
Parágrafo O parágrafo descritivo vai apresentar as mesmas características da
descrição: predomínio de verbos de ligação, emprego de adjetivos que
Os textos em prosa, sejam eles narrativos, descritivos ou dissertativos, caracterizam o que está sendo descrito, ocorrência de orações justapostas
são estruturados geralmente em unidades menores, os parágrafos, identifi- ou coordenadas.
cados por um ligeiro afastamento de sua primeira linha em relação à mar-
gem esquerda da folha. Possuem extensão variada: há parágrafos longos Frase
e parágrafos curtos. O que vai determinar sua extensão é a unidade temá-
tica, já que cada ideia exposta no texto deve corresponder a um parágrafo. Frase é um conjunto de palavras que têm sentido completo.
"O parágrafo é uma unidade de composição, constituída por um ou mais O tempo está nublado.
de um período em que desenvolve determinada ideia central, ou nuclear, a Socorro!
que se agregam outras, secundárias, intimamente relacionadas pelo senti- Que calor!
do e logicamente decorrentes dela." [GARCIA, Othon M. Comunicação em
prosa moderna. 7.ed. Rio de Janeiro: FGV, 1978, p. 203.] Oração

Essa definição não se aplica a todo o tipo de parágrafo: trata-se de um Oração é a frase que apresenta verbo ou locução verbal.
modelo - denominado parágrafo-padrão - que, por ser cultivado por bons A fanfarra desfilou na avenida.
escritores modernos, o aluno poderá (e até deverá) imitar: As festas juninas estão chegando.
Muito comum nos textos de natureza dissertativa, que trabalham com
ideias e exigem maior rigor e objetividade na composição, o parágrafo- Período
padrão apresente a seguinte estrutura:
Período é a frase estruturada em oração ou orações.
a) introdução - também denominada tópico frasal, é constituída de uma
ou duas frases curtas, que expressam, de maneira sintética, a ideia princi- O período pode ser:
pal do parágrafo, definindo seu objetivo;
- simples - aquele constituído por uma só oração (oração absoluta).
b) desenvolvimento - corresponde a uma ampliação do tópico frasal, Fui à livraria ontem.
com apresentação de ideias secundárias que o fundamentam ou esclare- - composto - quando constituído por mais de uma oração.
cem; Fui à livraria ontem e comprei um livro.
c) conclusão - nem sempre presente, especialmente nos parágrafos
mais curtos e simples, a conclusão retoma a ideia central, levando em PONTO DE VISTA DO AUTOR
consideração os diversos aspectos selecionados no desenvolvimento.
Modos de narrar - na obra Para entender o texto: leitura e redação, de

Português para Concursos 25 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Platão & Fiorin, o autor afirma que as frases ou os enunciados que lemos Reescrituração de textos
ou ouvimos chegam até nós como uma forma pronta e acabada, mas é
evidente que esses enunciados não sugiram do nada: eles foram produzi- Figuras de estilo, figuras ou Desvios de linguagem são nomes dados a
dos por alguém. Dessa forma, qualquer enunciado – aquilo que foi dito ou alguns processos que priorizam a palavra ou o todo para tornar o texto
escrito – pressupõe alguém que o tenha produzido. mais rico e expressivo ou buscar um novo significado, possibilitando uma
reescritura correta de textos.
Com base nesses dados: Podem ser:
a) aquilo que foi escrito ou dito por alguém chamaremos enunciado;
b) o produtor de enunciado, responsável pela organização do texto, Figuras de palavras
chamaremos narrador. As figuras de palavra consistem no emprego de um termo com sentido
diferente daquele convencionalmente empregado, a fim de se conseguir
O narrador não se confunde com o autor do texto ou com o escritor, um efeito mais expressivo na comunicação.
tanto é verdade, que o narrador pode ser um personagem, aparecendo nos
próprios enunciados. São figuras de palavras:
Comparação:
O autor é uma pessoa de carne e osso; o narrador faz parte do texto, é
quem relata a partir de seu ponto de vista. Ocorre comparação quando se estabelece aproximação entre dois e-
Pode até mesmo ocorrer que autor e narrador tenham visão de mundo e lementos que se identificam, ligados por conectivos comparativos explícitos
ideologia completamente opostas entre si. O narrador não revela necessa- – feito, assim como, tal, como, tal qual, tal como, qual, que nem – e alguns
riamente as ideias, preferências e os pontos de vista do autor. verbos – parecer, assemelhar-se e outros.

Há dois modos básicos de narrar: ou o narrador introduz-se no discur- Exemplos: “Amou daquela vez como se fosse máquina. / Beijou sua
so, produzindo-o, então em primeira pessoa, ou ausenta-se dele, criando mulher como se fosse lógico.” (Chico Buarque);
um discurso em terceira pessoa. Narrar em terceira pessoa ou em primeira “As solteironas, os longos vestidos negros fechados no pescoço, ne-
pessoa são os dois pontos de vista fundamentais do narrador. gros xales nos ombros, pareciam aves noturnas paradas…” (Jorge Ama-
do).
O narrador em terceira pessoa pode assumir duas posições diante do
que narra: Metáfora:
1) Ele conhece tudo, até os pensamentos e sentimentos dos perso- Ocorre metáfora quando um termo substitui outro através de uma rela-
nagens. Comenta, analisa e critica tudo. É como se pairasse aci- ção de semelhança resultante da subjetividade de quem a cria. A metáfora
ma dos acontecimentos e tudo visse. É chamado narrador onisci- também pode ser entendida como uma comparação abreviada, em que o
ente (que sabe tudo). conectivo não está expresso, mas subentendido.
2) O narrador também conhece os fatos, mas não invade o interior
dos personagens para comentar seu comportamento, intenções e Exemplo: “Supondo o espírito humano uma vasta concha, o meu fim,
sentimentos. Essa posição cria um efeito de sentido de objetivida- Sr. Soares, é ver se posso extrair pérolas, que é a razão.” (Machado de
de ou de neutralidade. É como se a história se narrasse sozinha. Assis).
O narrador pode ser chamado observador.
Metonímia:
O narrador em primeira pessoa está presente na narrativa. Pode ser o Ocorre metonímia quando há substituição de uma palavra por outra,
personagem principal ou um personagem secundário: havendo entre ambas algum grau de semelhança, relação, proximidade de
1) Quando é personagem principal, ele não tem acesso aos senti- sentido ou implicação mútua. Tal substituição fundamenta-se numa relação
mentos, pensamentos e intenções dos outros personagens, mas objetiva, real, realizando-se de inúmeros modos:
pode relatar suas percepções, seus sentimentos e pensamentos.
É a forma ideal de explorar o interior de um personagem. É o que - o continente pelo conteúdo e vice-versa: Antes de sair, tomamos um
ocorre em O Ateneu, de Raul Pompeia. cálice (o conteúdo de um cálice) de licor.
2) Quando o narrador é um personagem secundário, observa de den- - a causa pelo efeito e vice-versa: “E assim o operário ia / Com suor e
tro os acontecimentos. Viveu os fatos relatados, conta o que viu ou com cimento (com trabalho) / Erguendo uma casa aqui / Adiante um apar-
ouviu e até mesmo se serve de cartas ou documentos que obteve. tamento.” (Vinicius de Moraes).
Não consegue saber o que se passa na cabeça dos outros. Pode
apenas inferir, lançar hipóteses e pode ou não comentar os acon- - o lugar de origem ou de produção pelo produto: Comprei uma garrafa
tecimentos. do legítimo porto (o vinho da cidade do Porto).
- o autor pela obra: Ela parecia ler Jorge Amado (a obra de Jorge A-
O modo de narrar em primeira pessoa cria um efeito de subjetividade
mado).
maior que o modo em terceira pessoa. Este produz um efeito de sentido de
objetividade, pois o narrador não está envolvido com os acontecimentos.O - o abstrato pelo concreto e vice-versa: Não devemos contar com o
narrador pode projetar uma imagem do leitor dentro da obra e dialogar com seu coração (sentimento, sensibilidade).
esse “leitor”, prevendo suas reações. Esse leitor instalado no texto não se
confunde com o leitor real. - o símbolo pela coisa simbolizada: A coroa (o poder) foi disputada pe-
los revolucionários.
- a matéria pelo produto e vice-versa: Lento, o bronze (o sino) soa.
REESCRITURA DE FRASES E PARÁGRAFOS DO TEXTO
- o inventor pelo invento: Edson (a energia elétrica) ilumina o mundo.
Eder Sabino Carlos - a coisa pelo lugar: Vou à Prefeitura (ao edifício da Prefeitura).
6 Reescritura de frases e parágrafos do texto. - o instrumento pela pessoa que o utiliza: Ele é um bom garfo (guloso,
6.1 Substituição de palavras ou de trechos de texto. glutão).

6.2 Retextualização de diferentes gêneros e níveis de formalidade. Sinédoque:

Este ítem será abordado como um tema só, pois a separação deles Ocorre sinédoque quando há substituição de um termo por outro, ha-
está meio complicada, pois a substituição de palavras ou de trechos tem vendo ampliação ou redução do sentido usual da palavra numa relação
tudo a ver com a retextualização quantitativa. Encontramos sinédoque nos seguintes casos:

Português para Concursos 26 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
- o todo pela parte e vice-versa: “A cidade inteira (o povo) viu assom- Ocorre assíndeto quando orações ou palavras deveriam vir ligadas por
brada, de queixo caído, o pistoleiro sumir de ladrão, fugindo nos cascos conjunções coordenativas, aparecem justapostas ou separadas por vírgu-
(parte das patas) de seu cavalo.” (J. Cândido de Carvalho) las.
- o singular pelo plural e vice-versa: O paulista (todos os paulistas) é Exigem do leitor atenção maior no exame de cada fato, por exigência
tímido; o carioca (todos os cariocas), atrevido. das pausas rítmicas (vírgulas).
- o indivíduo pela espécie (nome próprio pelo nome comum): Para os Exemplo: “Não nos movemos, as mãos é que se estenderam pouco a
artistas ele foi um mecenas (protetor). pouco, todas quatro, pegando-se, apertando-se, fundindo-se.” (Machado
de Assis).
Catacrese:
Elipse:
A catacrese é um tipo de especial de metáfora, “é uma espécie de me-
táfora desgastada, em que já não se sente nenhum vestígio de inovação, Ocorre elipse quando omitimos um termo ou oração que facilmente
de criação individual e pitoresca. É a metáfora tornada hábito linguístico, já podemos identificar ou subentender no contexto. Pode ocorrer na supres-
fora do âmbito estilístico.” (Othon M. Garcia). são de pronomes, conjunções, preposições ou verbos. É um poderoso
recurso de concisão e dinamismo.
São exemplos de catacrese: folhas de livro / pele de tomate / dente de
alho / montar em burro / céu da boca / cabeça de prego / mão de direção / Exemplo: “Veio sem pinturas, em vestido leve, sandálias coloridas.” (e-
ventre da terra / asa da xícara / sacar dinheiro no banco. lipse do pronome ela (Ela veio) e da preposição de (de sandálias…).
Sinestesia: Zeugma:
A sinestesia consiste na fusão de sensações diferentes numa mesma Ocorre zeugma quando um termo já expresso na frase é suprimido, fi-
expressão. Essas sensações podem ser físicas (gustação, audição, visão, cando subentendida sua repetição.
olfato e tato) ou psicológicas (subjetivas).
Exemplo: “Foi saqueada a vida, e assassinados os partidários dos Fe-
Exemplo: “A minha primeira recordação é um muro velho, no quintal de lipes.” (Zeugma do verbo: “e foram assassinados…”) (Camilo Castelo
uma casa indefinível. Tinha várias feridas no reboco e veludo de musgo. Branco).
Milagrosa aquela mancha verde [sensação visual] e úmida, macia [sensa-
ções táteis], quase irreal.” (Augusto Meyer) Anáfora:

Antonomásia: Ocorre anáfora quando há repetição intencional de palavras no início


de um período, frase ou verso.
Ocorre antonomásia quando designamos uma pessoa por uma quali-
dade, característica ou fato que a distingue. Exemplo: “Depois o areal extenso… / Depois o oceano de pó… / De-
pois no horizonte imenso / Desertos… desertos só…” (Castro Alves).
Na linguagem coloquial, antonomásia é o mesmo que apelido, alcunha
ou cognome, cuja origem é um aposto (descritivo, especificativo etc.) do Pleonasmo:
nome próprio. Ocorre pleonasmo quando há repetição da mesma ideia, isto é, redun-
Exemplos: “E ao rabi simples (Cristo), que a igualdade prega, / Rasga dância de significado.
e enlameia a túnica inconsútil; (Raimundo Correia). / Pelé (= Edson Arantes a) Pleonasmo literário:
do Nascimento) / O Cisne de Mântua (= Virgílio) / O poeta dos escravos (=
Castro Alves) / O Dante Negro (= Cruz e Souza) / O Corso (= Napoleão) É o uso de palavras redundantes para reforçar uma ideia, tanto do
ponto de vista semântico quanto do ponto de vista sintático. Usado como
Alegoria: um recurso estilístico, enriquece a expressão, dando ênfase à mensagem.
A alegoria é uma acumulação de metáforas referindo-se ao mesmo ob- Exemplo: “Iam vinte anos desde aquele dia / Quando com os olhos eu
jeto; é uma figura poética que consiste em expressar uma situação global quis ver de perto / Quando em visão com os da saudade via.” (Alberto de
por meio de outra que a evoque e intensifique o seu significado. Na alego- Oliveira).
ria, todas as palavras estão transladadas para um plano que não lhes é
comum e oferecem dois sentidos completos e perfeitos – um referencial e “Morrerás morte vil na mão de um forte.” (Gonçalves Dias)
outro metafórico. “Ó mar salgado, quando do teu sal / São lágrimas de Portugal” (Fer-
Exemplo: “A vida é uma ópera, é uma grande ópera. O tenor e o barí- nando Pessoa).
tono lutam pelo soprano, em presença do baixo e dos comprimários, quan- b) Pleonasmo vicioso:
do não são o soprano e o contralto que lutam pelo tenor, em presença do
mesmo baixo e dos mesmos comprimários. Há coros numerosos, muitos É o desdobramento de ideias que já estavam implícitas em palavras
bailados, e a orquestra é excelente…” (Machado de Assis). anteriormente expressas. Pleonasmos viciosos devem ser evitados, pois
não têm valor de reforço de uma ideia, sendo apenas fruto do descobri-
Figuras de sintaxe ou de construção: mento do sentido real das palavras.
As figuras de sintaxe ou de construção dizem respeito a desvios em Exemplos: subir para cima / entrar para dentro / repetir de novo / ouvir
relação à concordância entre os termos da oração, sua ordem, possíveis com os ouvidos / hemorragia de sangue / monopólio exclusivo / breve
repetições ou omissões. alocução / principal protagonista.
Elas podem ser construídas por: Polissíndeto:
a) omissão: assíndeto, elipse e zeugma; Ocorre polissíndeto quando há repetição enfática de uma conjunção
coordenativa mais vezes do que exige a norma gramatical (geralmente a
b) repetição: anáfora, pleonasmo e polissíndeto;
conjunção e). É um recurso que sugere movimentos ininterruptos ou verti-
c) inversão: anástrofe, hipérbato, sínquise e hipálage; ginosos.
d) ruptura: anacoluto; Exemplo: “Vão chegando as burguesinhas pobres, / e as criadas das
burguesinhas ricas / e as mulheres do povo, e as lavadeiras da redonde-
e) concordância ideológica: silepse. za.” (Manuel Bandeira).
Portanto, são figuras de construção ou sintaxe: Anástrofe:
Assíndeto:

Português para Concursos 27 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Ocorre anástrofe quando há uma simples inversão de palavras vizi- Ocorre apóstrofe quando há invocação de uma pessoa ou algo, real ou
nhas (determinante/determinado). imaginário, que pode estar presente ou ausente. Corresponde ao vocativo
na análise sintática e é utilizada para dar ênfase à expressão.
Exemplo: “Tão leve estou (estou tão leve) que nem sombra tenho.”
(Mário Quintana). Exemplo: “Deus! ó Deus! onde estás, que não respondes?” (Castro Al-
ves).
Hipérbato:
Paradoxo:
Ocorre hipérbato quando há uma inversão completa de membros da
frase. Ocorre paradoxo não apenas na aproximação de palavras de sentido
oposto, mas também na de ideias que se contradizem referindo-se ao
Exemplo: “Passeiam à tarde, as belas na Avenida. ” (As belas passei- mesmo termo. É uma verdade enunciada com aparência de mentira.
am na Avenida à tarde.) (Carlos Drummond de Andrade). Oxímoro (ou oximoron) é outra designação para paradoxo.
Sínquise: Exemplo: “Amor é fogo que arde sem se ver; / É ferida que dói e não
Ocorre sínquise quando há uma inversão violenta de distantes partes se sente; / É um contentamento descontente; / É dor que desatina sem
da frase. É um hipérbato exagerado. doer;” (Camões)

Exemplo: “A grita se alevanta ao Céu, da gente. ” (A grita da gente se Eufemismo:


alevanta ao Céu ) (Camões). Ocorre eufemismo quando uma palavra ou expressão é empregada
Hipálage: para atenuar uma verdade tida como penosa, desagradável ou chocante.

Ocorre hipálage quando há inversão da posição do adjetivo: uma qua- Exemplo: “E pela paz derradeira (morte) que enfim vai nos redimir
lidade que pertence a um objeto é atribuída a outro, na mesma frase. Deus lhe pague”. (Chico Buarque).

Exemplo: “… as lojas loquazes dos barbeiros.” (as lojas dos barbeiros Gradação:
loquazes.) (Eça de Queiros). Ocorre gradação quando há uma sequência de palavras que intensifi-
Anacoluto: cam uma mesma ideia.

Ocorre anacoluto quando há interrupção do plano sintático com que se Exemplo: “Aqui… além… mais longe por onde eu movo o passo.”
inicia a frase, alterando-lhe a sequência lógica. A construção do período (Castro Alves).
deixa um ou mais termos – que não apresentam função sintática definida – Hipérbole:
desprendidos dos demais, geralmente depois de uma pausa sensível.
Ocorre hipérbole quando há exagero de uma ideia, a fim de proporcio-
Exemplo: “Essas empregadas de hoje, não se pode confiar nelas.” (Al- nar uma imagem emocionante e de impacto.
cântara Machado).
Exemplo: “Rios te correrão dos olhos, se chorares!” (Olavo Bilac).
Silepse:
Ironia:
Ocorre silepse quando a concordância não é feita com as palavras,
mas com a ideia a elas associada. Ocorre ironia quando, pelo contexto, pela entonação, pela contradição
de termos, sugere-se o contrário do que as palavras ou orações parecem
a) Silepse de gênero: exprimir. A intenção é depreciativa ou sarcástica.
Ocorre quando há discordância entre os gêneros gramaticais (feminino Exemplo: “Moça linda, bem tratada, / três séculos de família, / burra
ou masculino). como uma porta: / um amor.” (Mário de Andrade).
Exemplo: “Quando a gente é novo, gosta de fazer bonito.” (Guimarães Prosopopeia:
Rosa).
Ocorre prosopopeia (ou animização ou personificação) quando se atri-
b) Silepse de número: bui movimento, ação, fala, sentimento, enfim, caracteres próprios de seres
Ocorre quando há discordância envolvendo o número gramatical (sin- animados a seres inanimados ou imaginários.
gular ou plural). Também a atribuição de características humanas a seres animados
Exemplo: Corria gente de todos lados, e gritavam.” (Mário Barreto). constitui prosopopeia o que é comum nas fábulas e nos apólogos, como
este exemplo de Mário de Quintana: “O peixinho (…) silencioso e levemen-
c) Silepse de pessoa: te melancólico…”
Ocorre quando há discordância entre o sujeito expresso e a pessoa Exemplos: “… os rios vão carregando as queixas do caminho.” (Raul
verbal: o sujeito que fala ou escreve se inclui no sujeito enunciado. Bopp)
Exemplo: “Na noite seguinte estávamos reunidas algumas pessoas.” Um frio inteligente (…) percorria o jardim…” (Clarice Lispector)
(Machado de Assis).
Perífrase:
Figuras de pensamento:
Ocorre perífrase quando se cria um torneio de palavras para expressar
As figuras de pensamento são recursos de linguagem que se referem algum objeto, acidente geográfico ou situação que não se quer nomear.
ao significado das palavras, ao seu aspecto semântico.
Exemplo: “Cidade maravilhosa / Cheia de encantos mil / Cidade mara-
São figuras de pensamento: vilhosa / Coração do meu Brasil.” (André Filho).
Antítese: Até este ponto retirei informações do site PCI cursos
Ocorre antítese quando há aproximação de palavras ou expressões de Vícios de Linguagem
sentidos opostos.
Ambiguidade
Exemplo: “Amigos ou inimigos estão, amiúde, em posições trocadas.
Uns nos querem mal, e fazem-nos bem. Outros nos almejam o bem, e nos Ambiguidade é a possibilidade de uma mensagem ter dois sentidos.
trazem o mal.” (Rui Barbosa). Ela geralmente é provocada pela má organização das palavras na frase. A
ambiguidade é um caso especial de polissemia, a possibilidade de uma
Apóstrofe: palavra apresentar vários sentidos em um contexto.

Português para Concursos 28 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Ex: que poderia compreender melhor os sinônimos “barriga”, “pança” ou “bu-
cho”).
“Onde está a vaca da sua avó?” (Que vaca? A avó ou a vaca criada
pela avó?) Cacofonia
“Onde está a cachorra da sua mãe?” (Que cachorra? A mãe ou a ca- A cacofonia é um som desagradável ou obsceno formado pela união
dela criada pela mãe?) das sílabas de palavras contíguas. Por isso temos que cuidar quando
falamos sobre algo para não ofendermos a pessoa que ouve. São exem-
“Este líder dirigiu bem sua nação”(“Sua”? Nação da 2ª ou 3ª pessoa (o plos desse fato:
líder)?).
“Ele beijou a boca dela.”
Obs 1: O pronome possessivo “seu(ua)(s)” gera muita confusão por ser
geralmente associado ao receptor da mensagem. “Bata com um mamão para mim, por favor.”
Obs 2: A preposição “como” também gera confusão com o verbo “co- “Deixe ir-me já, pois estou atrasado.”
mer” na 1ª pessoa do singular.
“Não tem nada de errado a cerca dela“
A ambiguidade normalmente é indesejável na comunicação unidirecio-
nal, em particular na escrita, pois nem sempre é possível contactar o “Vou-me já que está pingando. Vai chover!”
emissor da mensagem para questioná-lo sobre sua intenção comunicativa “Instrumento para socar alho.”
original e assim obter a interpretação correta da mensagem.
“Daqui vai, se for dai.”
Barbarismo
Não são cacofonia:
Barbarismo, peregrinismo, idiotismo ou estrangeirismo (para os latinos
qualquer estrangeiro era bárbaro) é o uso de palavra, expressão ou cons- “Eu amo ela demais !!!”
trução estrangeira no lugar de equivalente vernácula. “Eu vi ela.”
De acordo com a língua de origem, os estrangeirismos recebem dife- “você veja”
rentes nomes:
Como cacofonias são muitas vezes cômicas, elas são algumas vezes
galicismo ou francesismo, quando provenientes do francês (de Gália, usadas de propósito em certas piadas, trocadilhos e “pegadinhas”.
antigo nome da França);
Plebeísmo
anglicismo, quando do inglês;
O plebeísmo normalmente utiliza palavras de baixo calão, gírias e ter-
castelhanismo, quando vindos do espanhol; mos considerados informais.
Ex: Exemplos:
Mais penso, mais fico inteligente (galicismo; o mais adequado seria “Ele era um tremendo mané!”
“quanto maispenso, (tanto) mais fico inteligente”);
“Tô ferrado!”
Comeu um roast-beef (anglicismo; o mais adequado seria “comeu
um rosbife“); “Tá ligado nas quebradas, meu chapa?”
Havia links para sua página (anglicismo; o mais adequado seria “Havi- “Esse bagulho é ‘radicaaaal’!!! Tá ligado mano?”
a ligações(ou vínculos) para sua página”.
‘Vô piálá’mais tarde ‘ !!! Se ligou maluko ?
Eles têm serviço de delivery. (anglicismo; o mais adequado seria “Eles
Por questões de etiqueta, convém evitar o uso de plebeísmos em con-
têm serviço de entrega”).
textos sociais que requeiram maior formalismo no tratamento comunicativo.
Premiê apresenta prioridades da Presidência lusa da UE (galicismo, o
Prolixidade
mais adequado seria Primeiro-ministro)
É a exposição fastidiosa e inútil de palavras ou argumentos e à sua
Nesta receita gastronômica usaremos Blueberries e Grapefruits. (an-
superabundância. É o excesso de palavras para exprimir poucas ideias. Ao
glicismo, o mais adequado seria Mirtilo e Toranja)
texto prolixo falta objetividade, o qual quase sempre compromete a clareza
Convocamos para a Reunião do Conselho de DA’s (plural da sigla e cansa o leitor.
de Diretório Acadêmico). (anglicismo, e mesmo nesta língua não se u-
A prevenção à prolixidade requer que se tenha atenção à concisão e
sa apóstrofo ‘s’ para pluralizar; o mais adequado seria DD.AA. ou DAs.)
precisão da mensagem. Concisão é a qualidade de dizer o máximo possí-
Há quem considere barbarismo também divergências de pronúncia, vel com o mínimo de palavras. Precisão é a qualidade de utilizar a palavra
grafia, morfologia, etc., tais como “adevogado” ou “eu sabo“, pois seriam certa para dizer exatamente o que se quer.
atitudes típicas de estrangeiros, por eles dificilmente atingirem alta fluência
Pleonasmo vicioso
no dialeto padrão da língua.
O pleonasmo é uma figura de linguagem. Quando consiste numa re-
Em nível pragmático, o barbarismo normalmente é indesejável porque
dundância inútil e desnecessária de significado em uma sentença, é consi-
os receptores da mensagem frequentemente conhecem o termo em ques-
derado um vício de linguagem. A esse tipo de pleonasmo chama-
tão na língua nativa de sua comunidade linguística, mas nem sempre
mos pleonasmo vicioso.
conhecem o termo correspondente na língua ou dialeto estrangeiro à
comunidade com a qual ele está familiarizado. Em nível político, um barba- Ex:
rismo também pode ser interpretado como uma ofensa cultural por alguns
receptores que se encontram ideologicamente inclinados a repudiar certos “Ele vai ser o protagonista principal da peça”. (Um protagonista é, ne-
tipos de influência sobre suas culturas. Pode-se assim concluir que o cessariamente, a personagem principal)
conceito de barbarismo é relativo ao receptor da mensagem. “Meninos, entrem já para dentro!” (O verbo “entrar” já exprime ideia de
Em alguns contextos, até mesmo uma palavra da própria língua do re- ir para dentro)
ceptor poderia ser considerada como um barbarismo. Tal é o caso de um “Estou subindo para cima.” (O verbo “subir” já exprime ideia de ir para
cultismo (ex: “abdômen”) quando presente em uma mensagem a um cima)
receptor que não o entende (por exemplo, um indivíduo não escolarizado,

Português para Concursos 29 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
“Não deixe de comparecer pessoalmente.” (É impossível comparecer a PARÁGRAFO-PADRÃO
algum lugar de outra forma que não pessoalmente) O parágrafo-padrão é uma unidade de composição constituída por um
ou mais de um período, em que se desenvolve determinada idéia central,
“Meio-ambiente” – o meio em que vivemos = o ambiente em que vive- ou nuclear, a que se agregam outras, secundárias, intimamente relaciona-
mos. das pelo sentido e logicamente decorrentes dela. O parágrafo é indicado
Não é pleonasmo: por um afastamento da margem esquerda da folha. Ele facilita ao escritor a
tarefa de isolar e depois ajustar convenientemente as idéias principais de
“As palavras são de baixo calão“. Palavras podem ser de baixo ou de sua composição, permitindo ao leitor acompanhar-lhes o desenvolvimento
alto calão. nos seus diferentes estágios.
O pleonasmo nem sempre é um vício de linguagem, mesmo para os
exemplos supra citados, a depender do contexto. Em certos contextos, ele O tamanho do parágrafo
é um recurso que pode ser útil para se fornecer ênfase a determinado Os parágrafos são moldáveis como a argila, podem ser aumentados
aspecto da mensagem. ou diminuídos, conforme o tipo de redação, o leitor e o veículo de comuni-
cação onde o texto vai ser divulgado. Se o escritor souber variar o tamanho
Especialmente em contextos literários, musicais e retóricos, um pleo- dos parágrafos, dará colorido especial ao texto, captando a atenção do
nasmo bem colocado pode causar uma reação notável nos receptores leitor, do começo ao fim. Em princípio, o parágrafo é mais longo que o
(como a geração de uma frase de efeito ou mesmo o humor proposital). A período e menor que uma página impressa no livro, e a regra geral para
maestria no uso do pleonasmo para que ele atinja o efeito desejado no determinar o tamanho é o bom senso.
receptor depende fortemente do desenvolvimento da capacidade de inter-
pretação textual do emissor. Na dúvida, é melhor que seja evitado para não Parágrafos curtos: próprios para textos pequenos, fabricados para lei-
se incorrer acidentalmente em um uso vicioso. tores de pouca formação cultural. A notícia possui parágrafos curtos em
colunas estreitas, já artigos e editoriais costumam ter parágrafos mais
Solecismo
longos. Revistas populares, livros didáticos destinados a alunos iniciantes,
Solecismo é uma inadequação na estrutura sintática da frase com re- geralmente, apresentam parágrafos curtos. Quando o parágrafo é muito
lação à gramática normativa do idioma. Há três tipos de solecismo: longo, o escritor deve dividi-lo em parágrafos menores, seguindo critério
claro e definido. O parágrafo curto também é empregado para movimentar
De concordância: o texto, no meio de longos parágrafos, ou para enfatizar uma idéia.
“Fazem três anos que não vou ao médico.” (Faz três anos que não vou
ao médico.) Parágrafos médios - comuns em revistas e livros didáticos destinados
a um leitor de nível médio (2º grau). Cada parágrafo médio construído com
“Aluga-se salas nesse edifício.” (Alugam-se salas nesse edifício.) três períodos que ocupam de 50 a 150 palavras. Em cada página de livro
De regência: cabem cerca de três parágrafos médios.

“Ontem eu assisti um filme de época.” (Ontem eu assisti a um filme de Parágrafos longos - em geral, as obras científicas e acadêmicas pos-
época.) suem longos parágrafos, por três razões: os textos são grandes e conso-
mem muitas páginas; as explicações são complexas e exigem várias idéias
De colocação:
e especificações, ocupando mais espaço; os leitores possuem capacidade
“Me empresta um lápis, por favor.” (Empresta-me um lápis, por favor.) e fôlego para acompanhá-los.
“Me parece que ela ficou contente.” (Parece-me que ela ficou conten- TÓPICO FRASAL
te.) A idéia central do parágrafo é enunciada através do período denomi-
“Eu não respondi-lhe nada do que perguntou.” (Eu não lhe respondi nado tópico frasal (também chamado de frase-síntese ou período tópico).
nada do que perguntou.) Esse período orienta ou governa o resto do parágrafo; dele nascem outros
períodos secundários ou periféricos; ele vai ser o roteiro do escritor na
Eco construção do parágrafo; ele é o período mestre, que contém a frase-
chave. Como o enunciado da tese, que dirige a atenção do leitor direta-
O Eco vem a ser a própria rima que ocorre quando há na frase termi-
mente para o tema central, o tópico frasal ajuda o leitor a agarrar o fio da
nações iguais ou semelhantes, provocando dissonância.
meada do raciocínio do escritor; como a tese, o tópico frasal introduz o
“Falar em desenvolvimento é pensar em alimento, saúde e educação.” assunto e o aspecto desse assunto, ou a idéia central com o potencial de
gerar idéias-filhote; como a tese, o tópico frasal é enunciação argumentá-
“O aluno repetente mente alegremente.” vel, afirmação ou negação que leva o leitor a esperar mais do escritor (uma
O presidente tinha dor de dente constantemente. explicação, uma prova, detalhes, exemplos) para completar o parágrafo ou
apresentar um raciocínio completo. Assim, o tópico frasal é enunciação,
Colisão supõe desdobramento ou explicação. A idéia central ou tópico frasal ge-
O uso de uma mesma vogal ou consoante em várias palavras é deno- ralmente vem no começo do parágrafo, seguida de outros períodos que
minado aliteração. Aliterações são preciosos recursos estilísticos quando explicam ou detalham a idéia central.
usados com a intenção de se atingir efeito literário ou para atrair a atenção
do receptor. Entretanto, quando seus usos não são intencionais ou quando Exemplos:
causam um efeito estilístico ruim ao receptor da mensagem, a aliteração Ao cuidar do gado, o peão monta e governa os cavalos sem maltratá-
torna-se um vício de linguagem e recebe nesse contexto o nome los. O modo de tratar o cavalo parece rude, mas o vaqueiro jamais é cruel.
de colisão. Exemplos: Ele sabe como o animal foi domado, conhece as qualidades e defeitos do
animal, sabe onde, quando e quanto exigir do cavalo. O vaqueiro aprendeu
“Eram comunidades camponesas com cultivos coletivos.” que paciência e muitos exercícios são os principais meios para se obter
sucesso na lida com os cavalos, e que não se pode exigir mais do que é
“O papa Paulo VI pediu a paz.”
esperado.
Uma colisão pode ser remediada com a reestruturação sintática da fra-
se que a contém ou com a substituição de alguns termos ou expressões A distribuição de renda no Brasil é injusta. Embora a renda per capita
por outras similares ou sinônimas. brasileira seja estimada em U$$2.000 anuais, a maioria do povo ganha
menos, enquanto uma minoria ganha dezenas ou centena de vezes mais.
A maioria dos trabalhadores ganha o salário mínimo, que vale U$$112
mensais; muitos nordestinos recebem a metade do salário mínimo,. Divi-
ESTRUTURA DO PARÁGRAFO dindo essa pequena quantia por uma família onde há crianças e mulheres,

Português para Concursos 30 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
a renda per capita fica ainda mais reduzida; contando-se o número de ASSIM COMO BANDEIRA
desempregados, a renda diminui um pouco mais. Há pessoas que ganham
cerca de U$$10.000 mensais, ou U$$ 120.000 anuais; outras ganham O que amo em ti
muito mais, ainda. O contraste entre o pouco que muitos ganham e o muito não são esses olhos doces
que poucos ganham prova que a distribuição de renda em nosso país é delicados
injusta. nem esse riso de anjo adolescente.

O que amo em ti
Intertextualidade não é só essa pele acetinada
sempre pronta para a carícia renovada
Grosso modo, pode-se definir a intertextualidade como sendo um nem esse seio róseo e atrevido
"diálogo" entre textos. Esse diálogo pressupõe um universo cultural muito a desenhar-se sob o tecido.
amplo e complexo, pois implica a identificação e o reconhecimento de
remissões a obras ou a trechos mais ou menos conhecidos. Dependendo O que amo em ti
da situação, a intertextualidade tem funções diferentes que dependem dos não é essa pressa louca
textos/ contextos em que ela é inserida. de viver cada vão momento
nem a falta de memória para a dor.
Evidentemente, o fenômeno da intertextualidade está ligado ao
"conhecimento do mundo", que deve ser compartilhado, ou seja, comum ao
O que amo em ti
produtor e ao receptor de textos.
não é apenas essa voz leve
O diálogo pode ocorrer em diversas áreas do conhecimento,não se que me envolve e me consome
restringindo única e exclusivamente a textos literários. nem o que deseja todo homem
flor definida e definitiva
Na pintura tem-se, por exemplo, o quadro do pintor barroco italiano a abrir-se como boca ou ferida
Caravaggio e a fotografia da americana Cindy Sherman, na qual quem nem mesmo essa juventude assim perdida.
posa é ela mesma. O quadro de Caravaggio foi pintado no final do século
XVI, já o trabalho fotográfico de Cindy Sherman foi produzido quase O que amo em ti
quatrocentos anos mais tarde. Na foto, Sherman cria o mesmo ambiente e enigmática e solidária:
a mesma atmosfera sensual da pintura, reunindo um conjunto de É a Vida!
elementos: a coroa de flores na cabeça, o contraste entre claro e escuro, a (Geraldo Chacon, Meu Caderno de Poesia, Flâmula, 2004, p.37)
sensualidade do ombro nu etc. A foto de Sherman é uma recriação do
quadro de Caravaggio e, portanto, é um tipo de intertextualidade na
pintura. MADRIGAL MELANCÓLICO
Na publicidade, por exemplo, em um dos anúncios do Bom Bril, o ator O que eu adoro em ti
se veste e se posiciona como se fosse a Mona Lisa de Leonardo da Vinci e não é a tua beleza.
cujo slogan era " Mon Bijou deixa sua roupa uma perfeita obra-prima". A beleza, é em nós que ela existe.
Esse enunciado sugere ao leitor que o produto anunciado deixa a roupa A beleza é um conceito.
bem macia e mais perfumada, ou seja, uma verdadeira obra-prima (se E a beleza é triste.
referindo ao quadro de Da Vinci). Nesse caso pode-se dizer que a Não é triste em si,
intertextualidade assume a função de não só persuadir o leitor como mas pelo que há nela de fragilidade e de incerteza.
também de difundir a cultura, uma vez que se trata de uma relação com a
arte (pintura, escultura, literatura etc). (...)
Tipos de intertextualidade
O que eu adoro em tua natureza,
Pode-se destacar sete tipos de intertextualidade: não é o profundo instinto maternal
em teu flanco aberto como uma ferida.
 Epígrafe - constitui uma escrita introdutória a outra.
nem a tua pureza. Nem a tua impureza.
 Citação - é uma transcrição do texto alheio, marcada por aspas. O que eu adoro em ti – lastima-me e consola-me!
O que eu adoro em ti, é a vida. (Manuel Bandeira, Estrela da Vida
 Paródia - é uma forma de apropriação que, em lugar de Inteira, José Olympio, 1980, p.83) Poderia haver formas mais simples
endossar o modelo retomado, rompe com ele, sutil ou abertamente. Ela de aprender esse conteúdo.
perverte o texto anterior, visando à ironia,ou à crítica.
Significado Implícito e Explícito
 Pastiche - uma recorrência a um gênero.
 Tradução - a tradução está no campo da intertextualidade Observe a seguinte frase:
porque implica recriação de um texto. Fiz faculdade, mas aprendi algumas coisas.

 Referência e alusão Nela, o falante transmite duas informações de maneira explícita:


a) que ele frequentou um curso superior;
Exemplo
b) que ele aprendeu algumas coisas.
Para ampliar essa discussão, vale trazer um exemplo de
intertextualidade na literatura. Às vezes, a superposição de um texto sobre Ao ligar essas duas informações com um “mas” comunica também de
outro pode provocar uma certa atualização ou modernização do primeiro modo implícito sua critica ao sistema de ensino superior, pois a frase passa
texto. Nota-se isso no livro Mensagem, de Fernando Pessoa, que retoma, a transmitir a ideia de que nas faculdades não se aprende nada.
por exemplo, com seu poema “O Monstrengo” o episódio do Gigante
Adamastor de Os Lusíadas de Camões. Ocorre como que um diálogo entre Um dos aspectos mais intrigantes da leitura de um texto é a verificação
os dois textos. Em alguns casos, aproxima-se da paródia (canto paralelo), de que ele pode dizer coisas que parece não estar dizendo: além das
como o poema “Madrigal Melancólico” de Manuel Bandeira, do livro Ritmo informações explicitamente enunciadas, existem outras que ficam suben-
Dissoluto, que seguramente serviu de inspiração e assim se refletiu no tendidas ou pressupostas. Para realizar uma leitura eficiente, o leitor deve
seguinte poema: captar tanto os dados explícitos quanto os implícitos.

Leitor perspicaz é aquele que consegue ler nas entrelinhas. Caso con-

Português para Concursos 31 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
trário, ele pode passar por cima de significados importantes e decisivos ou postos afirmações explícitas, que então podem ser discutidas.
— o que é pior — pode concordar com coisas que rejeitaria se as perce-
besse. Os pressupostos são marcados, nas frases, por meio de vários indica-
dores linguísticos, como, por exemplo:
Não é preciso dizer que alguns tipos de texto exploram, com malícia e
com intenções falaciosas, esses aspectos subentendidos e pressupostos. a) certos advérbios
Os resultados da pesquisa ainda não chegaram até nós.
Que são pressupostos? São aquelas ideias não expressas de maneira Pressuposto: Os resultados já deviam ter chegado.
explícita, mas que o leitor pode perceber a partir de certas palavras ou ou
expressões contidas na frase. Os resultados vão chegar mais tarde.

Assim, quando se diz “O tempo continua chuvoso”, comunica-se de b) certos verbos


maneira explícita que no momento da fala o tempo é de chuva, mas, ao O caso do contrabando tornou-se público.
mesmo tempo, o verbo “continuar” deixa perceber a informação implícita de Pressuposto: O caso não era público antes.
que antes o tempo já estava chuvoso.
c) as orações adjetivas
Na frase “Pedro deixou de fumar” diz-se explicitamente que, no mo- Os candidatos a prefeito, que só querem defender seus interesses,
mento da fala, Pedro não fuma. O verbo “deixar”, todavia, transmite a não pensam no povo.
informação implícita de que Pedro fumava antes.
Pressuposto: Todos os candidatos a prefeito têm interesses individu-
A informação explícita pode ser questionada pelo ouvinte, que pode ou ais. Mas a mesma frase poderia ser redigida assim:
não concordar com ela. Os pressupostos, no entanto, têm que ser verda-
deiros ou pelo menos admitidos como verdadeiros, porque é a partir deles Os candidatos a prefeito que só querem defender seus interesses não
que se constróem as informações explícitas. Se o pressuposto é falso, a pensam no povo.
informação explícita não tem cabimento. No exemplo acima, se Pedro não
fumava antes, não tem cabimento afirmar que ele deixou de fumar. No caso, o pressuposto seria outro: Nem todos os candidatos a pre-
feito têm interesses individuais.
Na leitura e interpretação de um texto, é muito importante detectar os
pressupostos, pois seu uso é um dos recursos argumentativos utilizados No primeiro caso, a oração é explicativa; no segundo, é restritiva. As
com vistas a levar o ouvinte ou o leitor a aceitar o que está sendo comuni- explicativas pressupõem que o que elas expressam refere-se a todos os
cado. Ao introduzir uma ideia sob a forma de pressuposto, o falante trans- elementos de um dado conjunto; as restritivas, que o que elas dizem
forma o ou vinte em cúmplice, urna vez que essa ideia não é posta em concerne a parte dos elementos de um dado conjunto.
discussão e todos os argumentos subsequentes só contribuem para con-
firmá -la. d) os adjetivos
Os partidos radicais acabarão com a democracia no Brasil.
Por isso pode-se dizer que o pressuposto aprisiona o ouvinte ao sis- Pressuposto: Existem partidos radicais no Brasil.
tema de pensamento montado pelo falante.
Os subentendidos
A demonstração disso pode ser encontrada em muitas dessas “verda- Os subentendidos são as insinuações escondidas por trás de uma a-
des” incontestáveis postas como base de muitas alegações do discurso firmação. Quando um transeunte com o cigarro na mão pergunta: Você tem
político. fogo?, acharia muito estranho se você dissesse: Tenho e não lhe acendes-
se o cigarro. Na verdade, por trás da pergunta subentende-se: Acenda-me
Tomemos como exemplo a seguinte frase: o cigarro por favor.
Ë preciso construir mísseis nucleares para defender o Ocidente de um
ataque soviético. O subentendido difere do pressuposto num aspecto importante: o
pressuposto é um dado posto como indiscutível para o falante e para o
O conteúdo explícito afirma: ouvinte, não é para ser contestado; o subentendido é de responsabilidade
— a necessidade da construção de mísseis, do ouvinte, pois o falante, ao subentender, esconde-se por trás do sentido
— com a finalidade de defesa contra o ataque soviético. literal das palavras e pode dizer que não estava querendo dizer o que o
ouvinte depreendeu.
O pressuposto, isto é, o dado que não se põe em discussão é: os so-
viéticos pretendem atacar o Ocidente. O subentendido, muitas vezes, serve para o falante proteger-se diante
de uma informação que quer transmitir para o ouvinte sem se comprometer
Os argumentos contra o que foi informado explicitamente nessa frase com ela.
podem ser:
— os mísseis não são eficientes para conter o ataque soviético; Para entender esse processo de descomprometimento que ocorre com
— uma guerra de mísseis vai destruir o mundo inteiro e não apenas a manipulação dos subentendidos, imaginemos a seguinte situação: um
os soviéticos; funcionário público do partido de oposição lamenta, diante dos colegas
— a negociação com os soviéticos é o único meio de dissuadi-los de reunidos em assembleia, que um colega de seção, do partido do governo,
um ataque ao Ocidente. além de ter sido agraciado com uma promoção, conseguiu um empréstimo
muito favorável do banco estadual, ao passo que ele, com mais tempo de
Como se pode notar, os argumentos são contrários ao que está dito serviço, continuava no mesmo posto e não conseguia o empréstimo solici-
explicitamente, mas todos eles confirmam o pressuposto, isto é, todos os tado muito antes que o referido colega.
argumentos aceitam que os soviéticos pretendem atacar o Ocidente.
Mais tarde, tendo sido acusado de estar denunciando favoritismo do
A aceitação do pressuposto é o que permite levar à frente o debate. Se governo para com os seus adeptos, o funcionário reclamante defende-se
o ouvinte disser que os soviéticos não têm intenção nenhuma de atacar o prontamente, alegando não ter falado em favoritismo e que isso era dedu-
Ocidente, estará negando o pressuposto lançado pelo falante e então a ção de quem ouvira o seu discurso.
possibilidade de diálogo fica comprometida irreparavelmente. Qualquer
argumento entre os citados não teria nenhuma razão de ser. Isso quer Na verdade, ele não falou em favoritismo mas deu a entender, deixou
dizer que, com pressupostos distintos, não é possível o diálogo ou não tem subentendido para não se comprometer com o que disse. Fez a denúncia
ele sentido algum. Pode-se contornar esse problema tornando os pressu- sem denunciar explicitamente. A frase sugere, mas não diz.

Português para Concursos 32 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

A distinção entre pressupostos e subentendidos em certos casos é Observem-se os exemplos:


bastante sutil. Não vamos aqui ocupar-nos dessas sutilezas, mas explorar a) A costureira, de tão velha, não conseguia mais enfiar a linha na
esses conceitos como instrumentos úteis para uma compreensão mais agulha (linha = material para costurar).
eficiente do texto. b) O técnico deslocou o jogador da linha para a defesa (linha =
conjunto de atacantes de um time de futebol).
Inferência c) As linhas do bonde foram cobertas pelo asfalto (linha trilho).
A inferência é um processo cognitivo relevante nesta abordagem de d) O conferencista, apesar da agressividade da plateia, não perdeu
leitura discursiva, porque o processo inferencial possibilita construir novos a linha (linha postura).
conhecimentos, a partir daqueles existentes na memória do leitor, os quais
são ativados e relacionados às informações materializadas no texto. Para a compreensão de um texto, a depreensão do significado contex-
tual é um dado bastante importante, sobretudo quando se trata de um texto
Assim, na aula de língua estrangeira moderna será possível fazer dis- de caráter literário. Como se sabe, no discurso literário, é bastante comum
cussões orais sobre sua compreensão, bem como produzir textos orais, explorar as múltiplas possibilidades de significado de uma palavra. Mas,
escritos e/ou visuais a partir do texto lido, integrando todas as práticas num texto, tudo deve ser amarrado e coerente. A coerência do texto permi-
discursivas neste processo. te que se capte o sentido que as palavras assumem no contexto.

Significante versus Significado Denotação versus Conotação


Para entender esse par de conceitos, devemos levar em conta que o A relação existente entre o plano da expressão e o plano de conteúdo
signo linguistico é constituído por duas partes distintas, embora uma não configura aquilo que chamamos de denotação. Desse modo, significado
exista separada da outra. denotativo é aquele conceito que um certo significante evoca no receptor.
Em outras palavras, é o conceito ao qual nos remete um certo significante.
Esse signo divide-se numa parte perceptível, constituída de sons, que
podem ser representados por letras, e numa parte inteligível, constituída de Os dicionários descrevem geralmente os vários conceitos que as pala-
um conceito. vras denotam: quando alguém procura no dicionário o significado de uma
palavra, está querendo saber o que é que ela denota ou que tipo de signifi-
A parte perceptível do signo denomina-se significante ou plano de ex- cado está investido num certo significante. O dicionário nos diz que:
pressão; a parte inteligível, o conceito, denomina-se significado ou plano — bocteriose denota doenças causadas por bactérias.
de conteúdo. — báculo denota um bastão, um cajado que os bispos usam em
cerimônias religiosas.
Quando ouvimos, por exemplo, árvore, percebemos uma combinação — fosco denota insucesso, mau êxito.
de sons (o significante) que associamos imediatamente a um conceito (o
significado). Um termo ou uma palavra, além do seu significado denotativo, pode vir
acrescido de outros significados paralelos, pode vir carregado de impres-
sões, valores afetivos, negativos e positivos. Assim, sobre o signo linguísti-
Polissemia co, dotado de um plano de expressão e um plano de conteúdo, pode-se
Numa língua qualquer, é muito comum ocorrer que um plano de ex- construir outro plano de conteúdo constituído de valores sociais, de im-
pressão (um significante) seja suporte para mais de um plano de conteúdo pressões ou reações psíquicas que um signo desperta. Esses valores
(significado), ou seja, que um mesmo termo tenha vários significados. sobrepostos ao signo constituem aquilo que denominamos de sentido
conotativo e esse acréscimo de um novo conteúdo constitui a conotação.
Tomemos, por exemplo, na nossa língua, o signo linha: a esse signifi- Assim, “cair do cavalo” tem um sentido denotativo: “sofrer uma queda de
cante se associam vários significados, que os dicionários registram. um cavalo”, A essa expressão, acrescenta-se outro conteúdo, e “cair do
cavalo” passa a conotar “dar-se mal”, “sofrer uma decepção”.
Com efeito, linha pode evocar os conceitos de:
a) material próprio para costurar ou bordar tecidos; Em síntese, toda palavra possui um significado denotativo, já que em
b) os vários atacantes de um time de futebol; toda palavra se pressupõem reciprocamente dois planos:
c) os trilhos de um trem ou bonde;
d) uma certa conduta de um indivíduo, postura; e outros significa- Plano de conteúdo (significado)
dos. Plano de expressão (significante)

Quando um único significante remete a vários significados, dizemos Sobreposto ao significado denotativo implanta-se o significado conota-
que ocorre a polissemia. tivo, que consiste num novo plano de conteúdo investido no signo como um
todo.
Significação contextual
Acabamos de dizer que é muito comum um único significante evocar Duas palavras podem ter a mesma denotação e conotação com-
vários significados e que, nesse caso, ocorre a polissemia. Mas isso não pletamente diversa, e essa propriedade pode servir para deixar clara a
chega a constituir problema para a clareza e objetividade da comunicação diferença entre essas duas dimensões do signo linguístico que estamos
porque a polissemia, em geral, fica neutralizada pelo contexto. tentando explicar. Citemos, por exemplo, as palavras docente, professor e
instrutor, que denotam praticamente a mesma coisa: alguém que instrui
Por contexto, entendemos uma unidade linguística de âmbito maior, na alguém; as três palavras são, entretanto, carregadas de conteúdos conota-
qual se insere outra unidade de âmbito menor. Dessa forma, a palavra tivos diversos, sobretudo no que diz respeito ao prestígio e ao grau de
(unidade menor) se insere no contexto da frase (unidade maior); a frase se respeitabilidade que cada um desperta. Assim também policial e meganha
insere no contexto do período; o período se insere no contexto do parágra- têm a mesma denotação e conotações francamente distintas.
fo e assim por diante.
O sentido conotativo varia de cultura para cultura, de classe social pa-
Uma vez inserida no contexto, a palavra perde o seu caráter po- ra classe social, de época para época. A palavra filósofo entre os gregos
lissêmico, isto é, deixa de admitir vários significados e ganha um sig- tinha uma carga conotativa muito mais prestigiosa que entre nós. Saber
nificado especifico no contexto. É o significado definido pelo contexto que depreender a força conotativa das palavras em cada tipo de cultura é
se denomina significado contextual. indispensável para usá-las bem. Imagine-se, num restaurante, o freguês
chamar o garçom e devolver a carne alegando que ela está fedendo. Se
Inserindo a palavra linha, de que acabamos de falar, num contexto, ela disser cheirando mal em vez defedendo, mantém a denotação e evita o
assumirá um significado apenas e por isso deixará de ser polissêmica. impacto conotativo grosseiro do verbo feder.

Português para Concursos 33 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
simultaneamente as contraditoriedades. Há uma visão da realidade sem os
TEXTO COMENTADO cheiros, os gostos e as cores, e outra com cores intensas e sensações
táteis muito vivas. Aquela está vinculada ao mundo do trabalho (“move os
Lição sobre a água êmbolos”), e esta, ao dos sentimentos. Aquela dissolve quase tudo, esta
Este líquido é água. não dissolve, mas funde os elementos conservando suas propriedades. O
Quando pura plano do mito invade a realidade. A substituição do ritmo e a predominân-
é inodora, insípida e incolor. cia das consoante não-momentâneas recriam, no plano da expressão, a
Reduzida a vapor, ideia de invasão do mito que flui pelo interior da realidade.
5 sob tensão e a alta temperatura,
move os êmbolos das máquinas, que, por isso, Água tem no poema sentido conotado: significa a realidade que a ci-
se denominam máquinas de vapor. ência e os negócios vêem como um espaço em que tudo está separado e
Ë um bom dissolvente. catalogado; significa também a dimensão do mito, onde estão os sentimen-
Embora com exceções mas de um modo geral, tos contraditórios, que movem o homem. A análise da ciência ou dos
10 dissolve tudo bem, ácidos, bases e sais. interesses econômicos é sempre parcial, sempre incompleta, pois não leva
Congela a zero graus centesimais em conta a contraditoriedade humana, expressa pelo mito. Este explica
e ferve a 100, quando a pressão normal. melhor a realidade, pois exprime suas contradições. No mito a morte é a
Foi nesse líquido que numa noite cálida de Verão, contraface da vida; a podridão, da pureza; o frio, do calor...
sob um luar gomoso e branco de camélia,
15 apareceu a boiar o cadáver de Ofélia
com um nenúfar na mão, RECURSOS EXPRESSIVOS
O autor de um texto pode recorrer a determinados processos, ou maneiras,
GEDEÂO, Antônio. Poesias completas (1955- para tornar esse texto mais expressivo ou vivo.
-1957). Lisboa. Portugália, 1972. p. 244-5. Assim, os recursos expressivos ou figuras de estilo são maneiras de escre-
ver (ou falar), usadas para dar mais elegância, beleza, expressividade e
As duas primeiras estrofes falam das propriedades físicas da água correcção aos textos.
(ausência de cor, cheiro e sabor, em estado de pureza; propriedade de
dissolver ácidos, bases e sais, ponto de congelamento e fervura), falam PERSONIFICAÇÃO – Consiste na atribuição de características humanas a
também de sua utilidade (mover máquinas, servir de solvente). À primeira animais, coisas ou ideias.
vista, temos a impressão de que a palavra “água” tem um valor denotativo Ex: As ondas desenrolaram os seus braços ao longo da praia.
e que o poeta está fazendo uma exposição, que ficaria melhor num com- Ex: A chuva espreitou lá do céu mas recolheu-se arrependida.
pêndio científico, sobre as propriedades e funções de uma substância. No
entanto, na terceira estrofe, o tom muda: um ritmo lento e majestoso substi- COMPARAÇÃO – Consiste em estabelecer uma relação de semelhança
tui o ritmo quase prosaico das duas primeiras estrofes; as consoantes não- por meio de uma palavra ou de uma expressão comparativa (várias pala-
momentâneas, que admitem uma pronúncia mais alongada (f/v, s/z, m, n, l, vras): ”como, mais do que, menos do que, maior que, tão”; ou através de
r), predominam; os vocábulos selecionados parecem, à primeira vista, mais verbos que também sirvam para comparar: “parecer, lembrar, seguir…”.
sugestivos e carregados de uma carga emocional mais intensa. Ex: A velha estava tão fria como um pedaço de mármore.
Ex: A cidade, adormecida, parecia um cemitério sem fim.
Comecemos a análise por essa estrofe. O termo “cálida” significa
quente, ardente, fogosa. Verão, grafado com maiúscula, não denota ape- ENUMERAÇÃO – Consiste em apresentar vários elementos da mesma
nas a estação do ano, mas evoca o calor e, por associação, a vida. Isso natureza (género), separadas por vírgulas.
sugere o tempo dos jogos do amor. Luar é o clima dos enamorados. E Ex: Aquela montra está cheia de doces: pastéis de nata, bolos de arroz,
definido como de uma brancura intensa (pureza), pois “de camélia” reforça feijão, amêndoa, queques, cornucópias, jesuítas…
“branco”. Ao mesmo tempo, um clima arrebatador, pois gomoso significa
viscoso, é o que prende, cativa e seduz. Os dois primeiros versos sugerem ADJETIVAÇÃO – Quando utilizamos vários adjectivos para caracterizar
o amor e, portanto, a vida. O terceiro verso introduz a ideia da morte, da alguma coisa ou pessoa.
podridão, da frieza. Ofélia, cujo cadáver aparece boiando, evoca Ofélia, Ex: As nuvens eram escuras, espessas e traiçoeiras.
personagem da tragédia Hamlet de Shakespeare. Esta amava Hamlet e, Ex: A rapariga tinha um rosto redondo, belo e simpático.
enlouquecida de dor porque o próprio amado matara seu pai, morreu
afogada. A evocação de uma personagem da tragédia clássica introduz no REPETIÇÃO – Quando uma palavra ou palavras são repetidas de forma
poema todos os conflitos que perpassam a tragédia, cujos personagens intencional pelo autor, para lhes atribuir mais força, ou significado, ou por
são dilacerados por sentimentos contraditórios. No quarto verso, aparece o qualquer outra intenção, tendo em atenção os objectivos pretendidos pelo
termo “nenúfar”, planta aquática da família das ninfáceas. Essa palavra traz autor no texto.
à mente as ninfas, divindades gregas dos rios e dos bosques, que eram Ex: Ulisses caminhava, caminhava, caminhava…
mulheres bonitas e formosas. É um signo evocador da juventude, da Ex: E a chuva miudinha caía, caía, caía, qual suave canção de embalar.
beleza e, também, da vida.
No meio de um conjunto de signos que sugerem a vida, introduz-se a http://storjorge.blogspot.com.br/
morte; no interior da brancura de camélia do luar, insere-se a putrefação (o
cadáver). A água é lugar da vida (é onde crescem os nenúfares); é também O estudo do ritmo, entoação e intensidade de um discurso chama-
lugar de seu contraditório, a morte (é onde bóia o cadáver). Estamos no se prosódia. Existe também a prosódia musical, visto que a música tam-
plano do mito, pois todo mito reúne elementos semânticos contrários entre bém é considerada uma linguagem. Em poesia, o estudo do ritmo chama-
si. A água ganha a dimensão do mito. se métrica.
Uma das grandes diferenças, entre a Língua Portuguesa e as demais
A nitidez dos recursos poéticos da terceira estrofe obriga-nos a reler as
línguas de matriz latina, está na sonoridade.
duas primeiras, para perceber o significado global do poema, que, até
agora, se apresenta como dois blocos de significação sem aparente rela- A Língua Portuguesa é, das línguas de matriz latina, a mais sonora. A
ção entre si. sonoridade da Língua Portuguesa agrada os ouvidos, capazes de apreciá-
la como arte.
Há uma leitura denotativa da realidade, que pode ser descrita em suas
propriedades e funções. No entanto, as rimas presentes nas duas primei- ADEQUAÇÃO VOCABULAR
ras estrofes sugerem que a mesma realidade pode ter outra leitura. Há um Agostinho Dias Carneiro em seu livro Redação em Construção* des-
plano de análise racional que distingue (“Congela a zero graus centesi- creve seis critérios de adequação vocabular, listados a seguir:
mais/E ferve a 100º) e um plano do entendimento mitico que apreende

Português para Concursos 34 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
1. A adequação ao referente análise - a análise semântica, a análise discursiva e análise estilística -
Esse critério baseia-se na utilização de vocábulos gerais frente a vo- esse tipo de raciocínio lógico é bastante complicado, porque envolve
cábulos específicos. O exemplo que o autor dá é a palavra ver, que tem elementos cuja representação e estrutura não são fixas. Em todo caso,
emprego mais amplo que observar, contemplar, distinguir, espiar, fitar etc. grande parte das correções gramaticais se aplica ao nível de adequação
sintática do texto, por isso a chamada revisão gramatical.
Se eu disser, por exemplo, Pedro estava muito triste com a separação.
Por isso, foi à praia, sentou-se na areia e viu o sol, certamente causará
estranhamento no interlocutor. Ao passo que se eu disser Pedro estava O PARÁGRAFO
muito triste com a separação. Por isso, foi à praia, sentou-se na areia e
O parágrafo é organizado em torno de uma ideia-núcleo, que é de-
contemplou o sol, não haverá nenhum problema na comunicação, pois
senvolvida por ideias secundárias. O parágrafo pode ser formado por uma
houve adequação quanto ao uso do vocábulo.
ou mais frases, sendo seu tamanho variável. No texto dissertativo-
argumentativo, os parágrafos devem estar todos relacionados com a tese
2. Adequação ao ponto de vista
ou ideia principal do texto, geralmente apresentada na introdução.
Aqui serão levados em consideração os vocábulos positivos, neutros e
negativos. Embora existam diferentes formas de organização de parágrafos, os
textos dissertativo-argumentativos e alguns gêneros jornalísticos apresen-
Em Você me deu um café gelado, a palavra gelado assume valor ne- tam uma estrutura-padrão. Essa estrutura consiste em três partes: a ideia-
gativo, entretanto, assume valor positivo em Depois do trabalho vamos núcleo, as ideias secundárias (que desenvolvem a ideia-núcleo) e a con-
tomar uma cerveja gelada? clusão ( que reafirma a ideia-básica). Em parágrafos curtos, é raro haver
conclusão.
3. Adequação aos interlocutores
Há, nesse critério, quatro tipos de seleção vocabular: quanto à ativida- Conheça a estrutura-padrão a seguir, observando sua organização in-
de profissional com o uso dos jargões; quanto à imagem social de um dos terna.
interlocutores, ou seja, um chefe de Estado se expressa como o que se (ideia-núcleo) A poluição que se verifica principalmente nas capitais do
espera de alguém que ocupa tal cargo; quanto à idade com o uso de país é um problema relevante, para cuja solução é necessária uma ação
vocábulos modernos (luminária) ou antigos (abajur) ou quanto à origem conjunta de toda a sociedade.
dos interlocutores com emprego do vocábulo regional (piá – criança).
(ideia secundária) O governo, por exemplo, deve rever sua legislação
4. Adequação à situação de comunicação de proteção ao meio ambiente, ou fazer valer as leis em vigor; o empresá-
Refere-se, esse critério, ao uso de vocábulos formais ou informais e rio pode dar sua contribuição, instalando filtro de controle dos gases e
ainda aos estrangeirismos. líquidos expelidos, e a população, utilizando menos o transporte individual
e aderindo aos programas de rodízio de automóveis e caminhões, como já
Lembrando que palavras estrangeiras devem ser grafadas entre aspas ocorre em São Paulo.
nas redações e só devem ser usadas quando necessárias, ou seja, quando (conclusão) Medidas que venham a excluir qualquer um desses três
forem importantes para o entendimento; em uma situação de estilo ou setores da sociedade tendem a ser inócuas no combate à poluição e
quando não houver palavra equivalente na Língua Portuguesa. apenas onerar as contas públicas.
5. Adequação ao código Observe que a ideia-núcleo apresentou palavras-chave ( poluição / so-
É relevante para esse critério a correção não só ortográfica, mas tam- lução / ação conjunta / sociedade)que vão nortear o restante do parágrafo.
bém semântica, respeitando os significados dicionarizados. O período subsequente – ideia secundária – vai desenvolver o que foi
citado anteriormente: ação conjunta – do governo, do empresário e da
Agostinho ressalta que os empregos “de moda” devem evitados, pois população. O último período retoma as ideias anteriores, posicionando-se
“em nada contribuem para o real enriquecimento de um idioma” e dá um frente ao tema.
exemplo: colocar em lugar de apresentar e assumir em lugar de responsa-
Em suma, note que todo o parágrafo se organiza em torno do primeiro
bilizar-se:
período, que expõe o ponto de vista do autor sobre como combater a
- Vou colocar aqui um problema…
poluição. O segundo período desenvolve e fundamenta a ideia-núcleo,
- Se der errado, eu assumo…
apontando como cada um dos setores envolvidos pode contribuir. O último
período conclui o parágrafo, reforçando a ideia-núcleo.
Somam-se a esse caso, os parônimos e os homônimos (homógrafos e
homófonos), já tratados em outra aula. Outro aspecto que merece especial atenção são os elementos relacio-
nadores, isto é, os conectores ou conetivos. Eles são responsáveis pela
6. Adequação ao contexto coesão do texto e tornam a leitura mais fluente; visam a estabelecer um
As situações textuais revelam-se nas relações desenvolvidas entre as encadeamento lógico entre as ideias e servem de “elo” entre o parágrafo,
palavras do texto. Por exemplo, se há relação de causa e efeito – tropeçar / ou no interior do período, e o tópico que o antecede. Saber usá-los com
cair; se há relação de finalidade – livro / estudar; se há relação de parte e precisão, tanto no interior da frase, quanto ao passar de um enunciado
todo – rei / xadrez; se há relação de sinonímia – aroma / perfume; se há para outro, é uma exigência também para a clareza do texto. Sem esses
relação de antonímia – entrar / sair; se há relação de unidade e coletivo – conectores – pronomes relativos, conjunções, advérbios, preposições ,
livro / biblioteca; se há relação de objeto e ação – cadeira / sentar e se há palavras denotativas – as ideias não fluem, muitas vezes o pensamento
relação simbólica – pomba / paz. não se completa, e o texto torna-se obscuro, sem coerência.

O uso do vocábulo fora de um desses critérios e até mesmo em critério Os elementos relacionadores não são, todavia, obrigatórios; geralmente
inadequado à situação será erro. Cuidado! estão presentes a partir do segundo parágrafo. No exemplo a seguir, o
* CARNEIRO, Agostinho Dias. Redação em Construção. 2ª ed. São parágrafo demonstrativo certamente não constitui o 1º parágrafo de uma
Paulo: Moderna, 2001. redação.
por: Claudia Simionato Exemplo de um parágrafo e suas divisões
A análise sintática, assim como as outras referentes à língua, é um e- “Nesse contexto, é um grave erro a liberação da maconha. Provocará
xercício muito próximo da matemática, pois envolve um raciocínio lógico do de imediato violenta elevação do consumo. O Estado perderá o precário
tipo: "se você encontrar tal elemento, então admita que esse elemento é controle que ainda exerce sobre as drogas psicotrópicas e nossas institui-
um objeto tal". Promover esse tipo de raciocínio no estudo das sentenças é ções de recuperação de viciados não terão estrutura suficiente para aten-
desenvolver uma análise formal, porque as categorias sintáticas são for- der à demanda. Enfim, viveremos o caos.”
mas que não dependem do conteúdo que expressam. Em outros níveis de (Alberto Corazza, Isto É, com adaptações)
Português para Concursos 35 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Elemento relacionador : Nesse contexto. os receptores da mensagem frequentemente conhecem o termo em ques-
tão na língua nativa de sua comunidade linguística, mas nem sempre
Tópico frasal: é um grave erro a liberação da maconha. conhecem o termo correspondente na língua ou dialeto estrangeiro à
Desenvolvimento: Provocará de imediato violenta elevação do consu- comunidade com a qual ele está familiarizado. Em nível político, um barba-
mo. O Estado perderá o precário controle que ainda exerce sobre as rismo também pode ser interpretado como uma ofensa cultural por alguns
drogas psicotrópicas e nossas instituições de recuperação de viciados não receptores que se encontram ideologicamente inclinados a repudiar certos
terão estrutura suficiente para atender à demanda. tipos de influência sobre suas culturas. Pode-se assim concluir que o
conceito de barbarismo é relativo ao receptor da mensagem.
Conclusão: Enfim, viveremos o caos. Noely Landarin
Em alguns contextos, até mesmo uma palavra da própria língua do re-
VÍCIOS DE LINGUAGEM ceptor poderia ser considerada como um barbarismo. Tal é o caso de um
cultismo (ex: “abdômen”) quando presente em uma mensagem a um
Ambiguidade
receptor que não o entende (por exemplo, um indivíduo não escolarizado,
Ambiguidade é a possibilidade de uma mensagem ter dois sentidos.
que poderia compreender melhor os sinônimos “barriga”, “pança” ou “bu-
Ela geralmente é provocada pela má organização das palavras na frase. A
cho”).
ambiguidade é um caso especial de polissemia, a possibilidade de uma
palavra apresentar vários sentidos em um contexto.
Cacofonia
A cacofonia é um som desagradável ou obsceno formado pela união
Ex:
das sílabas de palavras contíguas. Por isso temos que cuidar quando
 “Onde está a vaca da sua avó?” (Que vaca? A avó ou a vaca cria- falamos sobre algo para não ofendermos a pessoa que ouve. São exem-
da pela avó?) plos desse fato:
 “Onde está a cachorra da sua mãe?” (Que cachorra? A mãe ou a  “Ele beijou a boca dela.”
cadela criada pela mãe?)
 “Bata com um mamão para mim, por favor.”
 “Este líder dirigiu bem sua nação”(“Sua”? Nação da 2ª ou 3ª pes-  “Deixe ir-me já, pois estou atrasado.”
soa (o líder)?).
Obs 1: O pronome possessivo “seu(ua)(s)” gera muita confusão por ser  “Não tem nada de errado a cerca dela“
geralmente associado ao receptor da mensagem.  “Vou-me já que está pingando. Vai chover!”
Obs 2: A preposição “como” também gera confusão com o verbo “co-  “Instrumento para socar alho.”
mer” na 1ª pessoa do singular.  “Daqui vai, se for dai.”
Não são cacofonia:
A ambiguidade normalmente é indesejável na comunicação unidirecio-  “Eu amo ela demais !!!”
nal, em particular na escrita, pois nem sempre é possível contactar o  “Eu vi ela.”
emissor da mensagem para questioná-lo sobre sua intenção comunicativa
original e assim obter a interpretação correta da mensagem.
 “você veja”

Como cacofonias são muitas vezes cômicas, elas são algumas vezes
Barbarismo
usadas de propósito em certas piadas, trocadilhos e “pegadinhas”.
Barbarismo, peregrinismo, idiotismo ou estrangeirismo (para os latinos
qualquer estrangeiro era bárbaro) é o uso de palavra, expressão ou cons-
Plebeísmo
trução estrangeira no lugar de equivalente vernácula.
O plebeísmo normalmente utiliza palavras de baixo calão, gírias e ter-
mos considerados informais.
De acordo com a língua de origem, os estrangeirismos recebem dife-
rentes nomes:
Exemplos:
 galicismo ou francesismo, quando provenientes do francês (de Gá-
lia, antigo nome da França);
 “Ele era um tremendo mané!”
 anglicismo, quando do inglês;  “Tô ferrado!”
 castelhanismo, quando vindos do espanhol;  “Tá ligado nas quebradas, meu chapa?”
 “Esse bagulho é ‘radicaaaal’!!! Tá ligado mano?”
Ex:  ‘Vô piálá’mais tarde ‘ !!! Se ligou maluko ?
 Mais penso, mais fico inteligente (galicismo; o mais adequado se-
ria “quanto mais penso, (tanto) mais fico inteligente”); Por questões de etiqueta, convém evitar o uso de plebeísmos em con-
textos sociais que requeiram maior formalismo no tratamento comunicativo.
 Comeu um roast-beef (anglicismo; o mais adequado seria “comeu
um rosbife“);
Prolixidade
 Havia links para sua página (anglicismo; o mais adequado seria É a exposição fastidiosa e inútil de palavras ou argumentos e à sua
“Havia ligações (ou vínculos) para sua página”. superabundância. É o excesso de palavras para exprimir poucas ideias. Ao
 Eles têm serviço de delivery. (anglicismo; o mais adequado seria texto prolixo falta objetividade, o qual quase sempre compromete a clareza
“Eles têm serviço de entrega”). e cansa o leitor.
 Premiê apresenta prioridades da Presidência lusa da UE (galicis-
mo, o mais adequado seria Primeiro-ministro) A prevenção à prolixidade requer que se tenha atenção à concisão e
 Nesta receita gastronômica usaremos Blueberries e Grapefruits. precisão da mensagem. Concisão é a qualidade de dizer o máximo possí-
(anglicismo, o mais adequado seria Mirtilo e Toranja) vel com o mínimo de palavras. Precisão é a qualidade de utilizar a palavra
 Convocamos para a Reunião do Conselho de DA’s (plural da sigla certa para dizer exatamente o que se quer.
de Diretório Acadêmico). (anglicismo, e mesmo nesta língua não
se usa apóstrofo ‘s’ para pluralizar; o mais adequado seria DD.AA. Pleonasmo vicioso
ou DAs.) O pleonasmo é uma figura de linguagem. Quando consiste numa re-
dundância inútil e desnecessária de significado em uma sentença, é consi-
Há quem considere barbarismo também divergências de pronúncia, derado um vício de linguagem. A esse tipo de pleonasmo chama-
grafia, morfologia, etc., tais como “adevogado” ou “eu sabo“, pois seriam mos pleonasmo vicioso.
atitudes típicas de estrangeiros, por eles dificilmente atingirem alta fluência
no dialeto padrão da língua. Ex:
 “Ele vai ser o protagonista principal da peça”. (Um protagonista é,
Em nível pragmático, o barbarismo normalmente é indesejável porque necessariamente, a personagem principal)

Português para Concursos 36 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
 “Meninos, entrem já para dentro!” (O verbo “entrar” já exprime i- http://centraldefavoritos.wordpress.com/2010/11/18/6-reescritura-de-
deia de ir para dentro) frases-e-paragrafos-do-texto/
 “Estou subindo para cima.” (O verbo “subir” já exprime ideia de ir
para cima) FONÉTICA E FONOLOGIA
 “Não deixe de comparecer pessoalmente.” (É impossível compa-
recer a algum lugar de outra forma que não pessoalmente)
Em sentido mais elementar, a Fonética é o estudo dos sons ou dos fo-
 “Meio-ambiente” – o meio em que vivemos = o ambiente em que nemas, entendendo-se por fonemas os sons emitidos pela voz humana, os
vivemos. quais caracterizam a oposição entre os vocábulos.
Não é pleonasmo: Ex.: em pato e bato é o som inicial das consoantes p- e b- que opõe en-
 “As palavras são de baixo calão“. Palavras podem ser de baixo ou tre si as duas palavras. Tal som recebe a denominação de FONEMA.
de alto calão.
Quando proferimos a palavra aflito, por exemplo, emitimos três sílabas e
O pleonasmo nem sempre é um vício de linguagem, mesmo para os seis fonemas: a-fli-to. Percebemos que numa sílaba pode haver um ou mais
exemplos supra citados, a depender do contexto. Em certos contextos, ele fonemas.
é um recurso que pode ser útil para se fornecer ênfase a determinado No sistema fonética do português do Brasil há, aproximadamente, 33 fo-
aspecto da mensagem. nemas.

Especialmente em contextos literários, musicais e retóricos, um pleo- É importante não confundir letra com fonema. Fonema é som, letra é o
nasmo bem colocado pode causar uma reação notável nos receptores sinal gráfico que representa o som.
(como a geração de uma frase de efeito ou mesmo o humor proposital). A
maestria no uso do pleonasmo para que ele atinja o efeito desejado no Vejamos alguns exemplos:
receptor depende fortemente do desenvolvimento da capacidade de inter- Manhã – 5 letras e quatro fonemas: m / a / nh / ã
pretação textual do emissor. Na dúvida, é melhor que seja evitado para não Táxi – 4 letras e 5 fonemas: t / a / k / s / i
se incorrer acidentalmente em um uso vicioso. Corre – letras: 5: fonemas: 4
Hora – letras: 4: fonemas: 3
Solecismo Aquela – letras: 6: fonemas: 5
Solecismo é uma inadequação na estrutura sintática da frase com re- Guerra – letras: 6: fonemas: 4
lação à gramática normativa do idioma. Há três tipos de solecismo: Fixo – letras: 4: fonemas: 5
Hoje – 4 letras e 3 fonemas
De concordância: Canto – 5 letras e 4 fonemas
 “Fazem três anos que não vou ao médico.” (Faz três anos que Tempo – 5 letras e 4 fonemas
não vou ao médico.) Campo – 5 letras e 4 fonemas
 “Aluga-se salas nesse edifício.” (Alugam-se salas nesse edifí- Chuva – 5 letras e 4 fonemas
cio.)
De regência: LETRA - é a representação gráfica, a representação escrita, de um
 “Ontem eu assisti um filme de época.” (Ontem eu assisti a um determinado som.
filme de época.)
De colocação: CLASSIFICAÇÃO DOS FONEMAS
 “Me empresta um lápis, por favor.” (Empresta-me um lápis, por fa-
vor.) VOGAIS
 “Me parece que ela ficou contente.” (Parece-me que ela ficou con- a, e, i, o, u
tente.)
 “Eu não respondi-lhe nada do que perguntou.” (Eu não lhe res-
pondi nada do que perguntou.) SEMIVOGAIS
Só há duas semivogais: i e u, quando se incorporam à vogal numa
Eco mesma sílaba da palavra, formando um ditongo ou tritongo. Exs.: cai-ça-ra,
O Eco vem a ser a própria rima que ocorre quando há na frase termi- te-sou-ro, Pa-ra-guai.
nações iguais ou semelhantes, provocando dissonância.
CONSOANTES
 “Falar em desenvolvimento é pensar em alimento, saúde e edu-
cação.” b, c, d, f, g, h, j, l, m, n, p, q, r, s, t, v, x, z
 “O aluno repetente mente alegremente.”
 O presidente tinha dor de dente constantemente. ENCONTROS VOCÁLICOS
A sequência de duas ou três vogais em uma palavra, damos o nome de
Colisão encontro vocálico.
O uso de uma mesma vogal ou consoante em várias palavras é deno- Ex.: cooperativa
minado aliteração. Aliterações são preciosos recursos estilísticos quando
usados com a intenção de se atingir efeito literário ou para atrair a atenção Três são os encontros vocálicos: ditongo, tritongo, hiato
do receptor. Entretanto, quando seus usos não são intencionais ou quando
causam um efeito estilístico ruim ao receptor da mensagem, a aliteração DITONGO
torna-se um vício de linguagem e recebe nesse contexto o nome É a combinação de uma vogal + uma semivogal ou vice-versa.
de colisão. Exemplos: Dividem-se em:
 “Eram comunidades camponesas com cultivos coletivos.” - orais: pai, fui
 “O papa Paulo VI pediu a paz.” - nasais: mãe, bem, pão
- decrescentes: (vogal + semivogal) – meu, riu, dói
Uma colisão pode ser remediada com a reestruturação sintática da fra- - crescentes: (semivogal + vogal) – pátria, vácuo
se que a contém ou com a substituição de alguns termos ou expressões
por outras similares ou sinônimas. TRITONGO (semivogal + vogal + semivogal)
Ex.: Pa-ra-guai, U-ru-guai, Ja-ce-guai, sa-guão, quão, iguais, mínguam
Publicado por: eder | 18/11/2010

Português para Concursos 37 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
HIATO Podemos citar como exemplos de cacoépia:
Ê o encontro de duas vogais que se pronunciam separadamente, em du-
as diferentes emissões de voz. - “guspe” em vez de cuspe.
Ex.: fa-ís-ca, sa-ú-de, do-er, a-or-ta, po-di-a, ci-ú-me, po-ei-ra, cru-el, ju-í- - “adevogado” em vez de advogado.
zo - “estrupo” em vez de estupro.
- “cardeneta” em vez de caderneta.
SÍLABA - “peneu” em vez de pneu.
Dá-se o nome de sílaba ao fonema ou grupo de fonemas pronunciados - “abóbra” em vez de abóbora.
numa só emissão de voz. - “prostar” em vez de prostrar.

Quanto ao número de sílabas, o vocábulo classifica-se em: A prosódia trata da correta acentuação tônica das palavras. Cometer
• Monossílabo - possui uma só sílaba: pá, mel, fé, sol. erro de prosódia é transformar uma palavra paroxítona em oxítona, ou
• Dissílabo - possui duas sílabas: ca-sa, me-sa, pom-bo. uma proparoxítona em paroxítona etc.
• Trissílabo - possui três sílabas: Cam-pi-nas, ci-da-de, a-tle-ta.
• Polissílabo - possui mais de três sílabas: es-co-la-ri-da-de, hos-pi-ta- - “rúbrica” em vez de rubrica.
li-da-de. - “sútil” em vez de sutil.
- “côndor” em vez de condor.
TONICIDADE Por Marina Cabral
Nas palavras com mais de uma sílaba, sempre existe uma sílaba que se
pronuncia com mais força do que as outras: é a sílaba tônica. ORTOGRAFIA OFICIAL
Exs.: em lá-gri-ma, a sílaba tônica é lá; em ca-der-no, der; em A-ma-pá,
pá.
As dificuldades para a ortografia devem-se ao fato de que há fonemas
Considerando-se a posição da sílaba tônica, classificam-se as palavras que podem ser representados por mais de uma letra, o que não é feito de
em: modo arbitrário, mas fundamentado na história da língua.
• Oxítonas - quando a tônica é a última sílaba: Pa-ra-ná, sa-bor, do-
mi-nó. Eis algumas observações úteis:
• Paroxítonas - quando a tônica é a penúltima sílaba: már-tir, ca-rá-ter,
a-má-vel, qua-dro. DISTINÇÃO ENTRE J E G
• Proparoxítonas - quando a tônica é a antepenúltima sílaba: ú-mi-do, 1. Escrevem-se com J:
cá-li-ce, ' sô-fre-go, pês-se-go, lá-gri-ma. a) As palavras de origem árabe, africana ou ameríndia: canjica. cafajeste,
canjerê, pajé, etc.
ENCONTROS CONSONANTAIS b) As palavras derivadas de outras que já têm j: laranjal (laranja), enrije-
É a sequência de dois ou mais fonemas consonânticos num vocábulo. cer, (rijo), anjinho (anjo), granjear (granja), etc.
Ex.: atleta, brado, creme, digno etc. c) As formas dos verbos que têm o infinitivo em JAR. despejar: despejei,
despeje; arranjar: arranjei, arranje; viajar: viajei, viajeis.
DÍGRAFOS d) O final AJE: laje, traje, ultraje, etc.
São duas letras que representam um só fonema, sendo uma grafia com- e) Algumas formas dos verbos terminados em GER e GIR, os quais
posta para um som simples. mudam o G em J antes de A e O: reger: rejo, reja; dirigir: dirijo, dirija.

Há os seguintes dígrafos: 2. Escrevem-se com G:


1) Os terminados em h, representados pelos grupos ch, lh, nh. a) O final dos substantivos AGEM, IGEM, UGEM: coragem, vertigem,
Exs.: chave, malha, ninho. ferrugem, etc.
2) Os constituídos de letras dobradas, representados pelos grupos rr e b) Exceções: pajem, lambujem. Os finais: ÁGIO, ÉGIO, ÓGIO e ÍGIO:
ss. estágio, egrégio, relógio refúgio, prodígio, etc.
Exs. : carro, pássaro. c) Os verbos em GER e GIR: fugir, mugir, fingir.
3) Os grupos gu, qu, sc, sç, xc, xs.
Exs.: guerra, quilo, nascer, cresça, exceto, exsurgir. DISTINÇÃO ENTRE S E Z
4) As vogais nasais em que a nasalidade é indicada por m ou n, encer-
1. Escrevem-se com S:
rando a sílaba em uma palavra.
a) O sufixo OSO: cremoso (creme + oso), leitoso, vaidoso, etc.
Exs.: pom-ba, cam-po, on-de, can-to, man-to.
b) O sufixo ÊS e a forma feminina ESA, formadores dos adjetivos pátrios
ou que indicam profissão, título honorífico, posição social, etc.: portu-
NOTAÇÕES LÉXICAS
guês – portuguesa, camponês – camponesa, marquês – marquesa,
São certos sinais gráficos que se juntam às letras, geralmente para lhes
burguês – burguesa, montês, pedrês, princesa, etc.
dar um valor fonético especial e permitir a correta pronúncia das palavras.
c) O sufixo ISA. sacerdotisa, poetisa, diaconisa, etc.
d) Os finais ASE, ESE, ISE e OSE, na grande maioria se o vocábulo for
São os seguintes:
erudito ou de aplicação científica, não haverá dúvida, hipótese, exege-
1) o acento agudo – indica vogal tônica aberta: pé, avó, lágrimas;
se análise, trombose, etc.
2) o acento circunflexo – indica vogal tônica fechada: avô, mês, âncora;
e) As palavras nas quais o S aparece depois de ditongos: coisa, Neusa,
3) o acento grave – sinal indicador de crase: ir à cidade;
causa.
4) o til – indica vogal nasal: lã, ímã;
f) O sufixo ISAR dos verbos referentes a substantivos cujo radical termi-
5) a cedilha – dá ao c o som de ss: moça, laço, açude;
na em S: pesquisar (pesquisa), analisar (análise), avisar (aviso), etc.
6) o apóstrofo – indica supressão de vogal: mãe-d’água, pau-d’alho;
g) Quando for possível a correlação ND - NS: escandir: escansão; pre-
7) o hífen – une palavras, prefixos, etc.: arcos-íris, peço-lhe, ex-aluno.
tender: pretensão; repreender: repreensão, etc.

Ortoépia e Prosódia 2. Escrevem-se em Z.


a) O sufixo IZAR, de origem grega, nos verbos e nas palavras que têm o
A ortoépia trata da pronúncia correta das palavras. Quando as palavras mesmo radical. Civilizar: civilização, civilizado; organizar: organização,
são pronunciadas incorretamente, comete-se cacoépia. organizado; realizar: realização, realizado, etc.
É comum encontrarmos erros de ortoépia na linguagem popular, mais b) Os sufixos EZ e EZA formadores de substantivos abstratos derivados
descuidada e com tendência natural para a simplificação. de adjetivos limpidez (limpo), pobreza (pobre), rigidez (rijo), etc.
c) Os derivados em -ZAL, -ZEIRO, -ZINHO e –ZITO: cafezal, cinzeiro,

Português para Concursos 38 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
chapeuzinho, cãozito, etc. Escolheu um MAU momento.
Era um MAU aluno.
DISTINÇÃO ENTRE X E CH:
MAL pode ser:
1. Escrevem-se com X
a) advérbio de modo (antônimo de bem).
a) Os vocábulos em que o X é o precedido de ditongo: faixa, caixote,
Ele se comportou MAL.
feixe, etc.
Seu argumento está MAL estruturado
c) Maioria das palavras iniciadas por ME: mexerico, mexer, mexerica, etc.
b) conjunção temporal (equivale a assim que).
d) EXCEÇÃO: recauchutar (mais seus derivados) e caucho (espécie de
MAL chegou, saiu
árvore que produz o látex).
c) substantivo:
e) Observação: palavras como "enchente, encharcar, enchiqueirar,
O MAL não tem remédio,
enchapelar, enchumaçar", embora se iniciem pela sílaba "en", são gra-
Ela foi atacada por um MAL incurável.
fadas com "ch", porque são palavras formadas por prefixação, ou seja,
pelo prefixo en + o radical de palavras que tenham o ch (enchente, en-
CESÃO/SESSÃO/SECÇÃO/SEÇÃO
cher e seus derivados: prefixo en + radical de cheio; encharcar: en +
CESSÃO significa o ato de ceder.
radical de charco; enchiqueirar: en + radical de chiqueiro; enchapelar:
Ele fez a CESSÃO dos seus direitos autorais.
en + radical de chapéu; enchumaçar: en + radical de chumaço).
A CESSÃO do terreno para a construção do estádio agradou a todos os
torcedores.
2. Escrevem-se com CH:
a) charque, chiste, chicória, chimarrão, ficha, cochicho, cochichar, estre-
SESSÃO é o intervalo de tempo que dura uma reunião:
buchar, fantoche, flecha, inchar, pechincha, pechinchar, penacho, sal-
Assistimos a uma SESSÃO de cinema.
sicha, broche, arrocho, apetrecho, bochecha, brecha, chuchu, cachim-
Reuniram-se em SESSÃO extraordinária.
bo, comichão, chope, chute, debochar, fachada, fechar, linchar, mochi-
la, piche, pichar, tchau.
SECÇÃO (ou SEÇÃO) significa parte de um todo, subdivisão:
b) Existem vários casos de palavras homófonas, isto é, palavras que
Lemos a noticia na SECÇÃO (ou SEÇÃO) de esportes.
possuem a mesma pronúncia, mas a grafia diferente. Nelas, a grafia
Compramos os presentes na SECÇÃO (ou SEÇÃO) de brinquedos.
se distingue pelo contraste entre o x e o ch.
Exemplos:
HÁ / A
• brocha (pequeno prego)
Na indicação de tempo, emprega-se:
• broxa (pincel para caiação de paredes)
HÁ para indicar tempo passado (equivale a faz):
• chá (planta para preparo de bebida)
HÁ dois meses que ele não aparece.
• xá (título do antigo soberano do Irã)
Ele chegou da Europa HÁ um ano.
• chalé (casa campestre de estilo suíço)
A para indicar tempo futuro:
• xale (cobertura para os ombros)
Daqui A dois meses ele aparecerá.
• chácara (propriedade rural)
Ela voltará daqui A um ano.
• xácara (narrativa popular em versos)
• cheque (ordem de pagamento)
FORMAS VARIANTES
• xeque (jogada do xadrez)
Existem palavras que apresentam duas grafias. Nesse caso, qualquer
• cocho (vasilha para alimentar animais)
uma delas é considerada correta. Eis alguns exemplos.
• coxo (capenga, imperfeito)
aluguel ou aluguer hem? ou hein?
alpartaca, alpercata ou alpargata imundície ou imundícia
DISTINÇÃO ENTRE S, SS, Ç E C
amídala ou amígdala infarto ou enfarte
Observe o quadro das correlações:
assobiar ou assoviar laje ou lajem
Correlações Exemplos
t-c ato - ação; infrator - infração; Marte - marcial assobio ou assovio lantejoula ou lentejoula
ter-tenção abster - abstenção; ater - atenção; conter - contenção, deter - azaléa ou azaleia nenê ou nenen
detenção; reter - retenção bêbado ou bêbedo nhambu, inhambu ou nambu
rg - rs aspergir - aspersão; imergir - imersão; submergir - submersão;
rt - rs inverter - inversão; divertir - diversão
bílis ou bile quatorze ou catorze
pel - puls impelir - impulsão; expelir - expulsão; repelir - repulsão cãibra ou cãimbra surripiar ou surrupiar
corr - curs correr - curso - cursivo - discurso; excursão - incursão carroçaria ou carroceria taramela ou tramela
sent - sens sentir - senso, sensível, consenso chimpanzé ou chipanzé relampejar, relampear, relampeguear
ced - cess ceder - cessão - conceder - concessão; interceder - intercessão.
exceder - excessivo (exceto exceção) debulhar ou desbulhar ou relampar
gred - gress agredir - agressão - agressivo; progredir - progressão - progresso - fleugma ou fleuma porcentagem ou percentagem
progressivo
prim - press imprimir - impressão; oprimir - opressão; reprimir - repressão.
tir - ssão admitir - admissão; discutir - discussão, permitir - permissão.
(re)percutir - (re)percussão EMPREGO DE MAIÚSCULAS E MINÚSCULAS

Escrevem-se com letra inicial maiúscula:


PALAVRAS COM CERTAS DIFICULDADES 1) a primeira palavra de período ou citação.
Diz um provérbio árabe: "A agulha veste os outros e vive nua."
ONDE-AONDE No início dos versos que não abrem período é facultativo o uso da
Emprega-se AONDE com os verbos que dão ideia de movimento. Equi- letra maiúscula.
vale sempre a PARA ONDE. 2) substantivos próprios (antropônimos, alcunhas, topônimos, nomes
AONDE você vai? sagrados, mitológicos, astronômicos): José, Tiradentes, Brasil,
AONDE nos leva com tal rapidez? Amazônia, Campinas, Deus, Maria Santíssima, Tupã, Minerva, Via-
Láctea, Marte, Cruzeiro do Sul, etc.
Naturalmente, com os verbos que não dão ideia de “movimento” empre- O deus pagão, os deuses pagãos, a deusa Juno.
ga-se ONDE 3) nomes de épocas históricas, datas e fatos importantes, festas
ONDE estão os livros? religiosas: Idade Média, Renascença, Centenário da Independência
Não sei ONDE te encontrar. do Brasil, a Páscoa, o Natal, o Dia das Mães, etc.
4) nomes de altos cargos e dignidades: Papa, Presidente da República,
MAU - MAL etc.
MAU é adjetivo (seu antônimo é bom). 5) nomes de altos conceitos religiosos ou políticos: Igreja, Nação,

Português para Concursos 39 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Estado, Pátria, União, República, etc. coautor
6) nomes de ruas, praças, edifícios, estabelecimentos, agremiações, coedição
órgãos públicos, etc.: extraescolar
Rua do 0uvidor, Praça da Paz, Academia Brasileira de Letras, Banco infraestrutura
do Brasil, Teatro Municipal, Colégio Santista, etc. plurianual
7) nomes de artes, ciências, títulos de produções artísticas, literárias e semiaberto
científicas, títulos de jornais e revistas: Medicina, Arquitetura, Os semianalfabeto
Lusíadas, 0 Guarani, Dicionário Geográfico Brasileiro, Correio da semiesférico
Manhã, Manchete, etc. semiopaco
8) expressões de tratamento: Vossa Excelência, Sr. Presidente, Exceção: o prefixo co aglutina-se em geral com o segundo elemento,
Excelentíssimo Senhor Ministro, Senhor Diretor, etc. mesmo quando este se inicia por o: coobrigar, coobrigação, coordenar,
9) nomes dos pontos cardeais, quando designam regiões: Os povos do cooperar, cooperação, cooptar, coocupante etc.
Oriente, o falar do Norte.
Mas: Corri o país de norte a sul. O Sol nasce a leste. 3. Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal e o segundo
10) nomes comuns, quando personificados ou individuados: o Amor, o elemento começa por consoante diferente de r ou s. Exemplos:
Ódio, a Morte, o Jabuti (nas fábulas), etc. anteprojeto
antipedagógico
Escrevem-se com letra inicial minúscula: autopeça
1) nomes de meses, de festas pagãs ou populares, nomes gentílicos, autoproteção
nomes próprios tornados comuns: maia, bacanais, carnaval, coprodução
ingleses, ave-maria, um havana, etc. geopolítica
2) os nomes a que se referem os itens 4 e 5 acima, quando microcomputador
empregados em sentido geral: pseudoprofessor
São Pedro foi o primeiro papa. Todos amam sua pátria. semicírculo
3) nomes comuns antepostos a nomes próprios geográficos: o rio semideus
Amazonas, a baía de Guanabara, o pico da Neblina, etc. seminovo
4) palavras, depois de dois pontos, não se tratando de citação direta: ultramoderno
"Qual deles: o hortelão ou o advogado?" (Machado de Assis) Atenção: com o prefixo vice, usa-se sempre o hífen. Exemplos: vice-
"Chegam os magos do Oriente, com suas dádivas: ouro, incenso, rei, vice-almirante etc.
mirra." (Manuel Bandeira)
4. Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal e o segundo
USO DO HÍFEN elemento começa por r ou s. Nesse caso, duplicam-se essas letras. Exem-
plos:
Algumas regras do uso do hífen foram alteradas pelo novo Acordo. antirrábico
Mas, como se trata ainda de matéria controvertida em muitos aspectos, antirracismo
para facilitar a compreensão dos leitores, apresentamos um resumo das antirreligioso
regras que orientam o uso do hífen com os prefixos mais comuns, assim antirrugas
como as novas orientações estabelecidas pelo Acordo. antissocial
biorritmo
As observações a seguir referem-se ao uso do hífen em palavras for- contrarregra
madas por prefixos ou por elementos que podem funcionar como prefixos, contrassenso
como: aero, agro, além, ante, anti, aquém, arqui, auto, circum, co, contra, cosseno
eletro, entre, ex, extra, geo, hidro, hiper, infra, inter, intra, macro, micro, infrassom
mini, multi, neo, pan, pluri, proto, pós, pré, pró, pseudo, retro, semi, sobre, microssistema
sub, super, supra, tele, ultra, vice etc. minissaia
multissecular
1. Com prefixos, usa-se sempre o hífen diante de palavra iniciada por neorrealismo
h. neossimbolista
Exemplos: semirreta
anti-higiênico ultrarresistente.
anti-histórico ultrassom
co-herdeiro
macro-história 5. Quando o prefi xo termina por vogal, usa-se o hífen se o segundo
mini-hotel elemento começar pela mesma vogal.
proto-história Exemplos:
sobre-humano anti-ibérico
super-homem anti-imperialista
ultra-humano anti-infl acionário
Exceção: subumano (nesse caso, a palavra humano perde o h). anti-infl amatório
auto-observação
2. Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal diferente da contra-almirante
vogal com que se inicia o segundo elemento. contra-atacar
Exemplos: contra-ataque
aeroespacial micro-ondas
agroindustrial micro-ônibus
anteontem semi-internato
antiaéreo semi-interno
antieducativo
autoaprendizagem 6. Quando o prefixo termina por consoante, usa-se o hífen se o segun-
autoescola do elemento começar pela mesma consoante.
autoestrada Exemplos:
autoinstrução hiper-requintado

Português para Concursos 40 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
inter-racial
inter-regional ACENTUAÇÃO GRÁFICA
sub-bibliotecário
super-racista
super-reacionário ORTOGRAFIA OFICIAL
super-resistente Por Paula Perin dos Santos
super-romântico
O Novo Acordo Ortográfico visa simplificar as regras ortográficas da
Atenção: Língua Portuguesa e aumentar o prestígio social da língua no cenário
• Nos demais casos não se usa o hífen. internacional. Sua implementação no Brasil segue os seguintes parâme-
Exemplos: hipermercado, intermunicipal, superinteressante, su- tros: 2009 – vigência ainda não obrigatória, 2010 a 2012 – adaptação
perproteção. completa dos livros didáticos às novas regras; e a partir de 2013 – vigência
• Com o prefixo sub, usa-se o hífen também diante de palavra inici- obrigatória em todo o território nacional. Cabe lembrar que esse “Novo
ada por r: sub-região, sub-raça etc. Acordo Ortográfico” já se encontrava assinado desde 1990 por oito países
• Com os prefixos circum e pan, usa-se o hífen diante de palavra i- que falam a língua portuguesa, inclusive pelo Brasil, mas só agora é que
niciada por m, n e vogal: circum-navegação, pan-americano etc. teve sua implementação.

7. Quando o prefixo termina por consoante, não se usa o hífen se o É equívoco afirmar que este acordo visa uniformizar a língua, já que
segundo elemento começar por vogal. Exemplos: uma língua não existe apenas em função de sua ortografia. Vale lembrar
hiperacidez que a ortografia é apenas um aspecto superficial da escrita da língua, e
hiperativo que as diferenças entre o Português falado nos diversos países lusófonos
interescolar subsistirão em questões referentes à pronúncia, vocabulário e gramática.
interestadual Uma língua muda em função de seus falantes e do tempo, não por meio de
interestelar Leis ou Acordos.
interestudantil
superamigo A queixa de muitos estudantes e usuários da língua escrita é que, de-
superaquecimento pois de internalizada uma regra, é difícil “desaprendê-la”. Então, cabe aqui
supereconômico uma dica: quando se tiver uma dúvida sobre a escrita de alguma palavra, o
superexigente ideal é consultar o Novo Acordo (tenha um sempre em fácil acesso) ou, na
superinteressante melhor das hipóteses, use um sinônimo para referir-se a tal palavra.
superotimismo

8. Com os prefixos ex, sem, além, aquém, recém, pós, pré, pró, usa-se Mostraremos nessa série de artigos o Novo Acordo de uma maneira
sempre o hífen. Exemplos: descomplicada, apontando como é que fica estabelecido de hoje em diante
além-mar a Ortografia Oficial do Português falado no Brasil.
além-túmulo
aquém-mar Alfabeto
ex-aluno A influência do inglês no nosso idioma agora é oficial. Há muito tempo
ex-diretor as letras “k”, “w” e “y” faziam parte do nosso idioma, isto não é nenhuma
ex-hospedeiro novidade. Elas já apareciam em unidades de medidas, nomes próprios e
ex-prefeito palavras importadas do idioma inglês, como:
ex-presidente km – quilômetro,
pós-graduação kg – quilograma
pré-história Show, Shakespeare, Byron, Newton, dentre outros.
pré-vestibular
pró-europeu Trema
recém-casado Não se usa mais o trema em palavras do português. Quem digita muito
recém-nascido textos científicos no computador sabe o quanto dava trabalho escrever
sem-terra linguística, frequência. Ele só vai permanecer em nomes próprios e seus
derivados, de origem estrangeira. Por exemplo, Gisele Bundchen não vai
9. Deve-se usar o hífen com os sufixos de origem tupi-guarani: açu, deixar de usar o trema em seu nome, pois é de origem alemã. (neste caso,
guaçu e mirim. Exemplos: amoré-guaçu, anajá-mirim, capim-açu. o “u” lê-se “i”)

10. Deve-se usar o hífen para ligar duas ou mais palavras que ocasio- QUANTO À POSIÇÃO DA SÍLABA TÔNICA
nalmente se combinam, formando não propriamente vocábulos, mas
encadeamentos vocabulares. Exemplos: ponte Rio-Niterói, eixo Rio-São
Paulo. 1. Acentuam-se as oxítonas terminadas em “A”, “E”, “O”, seguidas ou
não de “S”, inclusive as formas verbais quando seguidas de “LO(s)” ou
11. Não se deve usar o hífen em certas palavras que perderam a no- “LA(s)”. Também recebem acento as oxítonas terminadas em ditongos
ção de composição. Exemplos: abertos, como “ÉI”, “ÉU”, “ÓI”, seguidos ou não de “S”
girassol
madressilva Ex.
mandachuva
paraquedas
paraquedista Chá Mês nós
pontapé Gás Sapé cipó
Dará Café avós
12. Para clareza gráfica, se no final da linha a partição de uma palavra
Pará Vocês compôs
ou combinação de palavras coincidir com o hífen, ele deve ser repetido na
linha seguinte. Exemplos: vatapá pontapés só
Na cidade, conta-se que ele foi viajar. Aliás português robô
O diretor recebeu os ex-alunos. dá-lo vê-lo avó

Português para Concursos 41 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
recuperá-los Conhecê-los pô-los SIN-
PLURAL
guardá-la Fé compô-los GULAR
réis (moeda) Véu dói Ele
Eles têm
méis céu mói tem
pastéis Chapéus anzóis Ele
Eles vêm
ninguém parabéns Jerusalém vem

Essa regra se aplica a todos os verbos derivados de “ter” e “vir”, como:


Resumindo: conter, manter, intervir, deter, sobrevir, reter, etc.

Só não acentuamos oxítonas terminadas em “I” ou “U”, a não ser que DIVISÃO SILÁBICA
seja um caso de hiato. Por exemplo: as palavras “baú”, “aí”, “Esaú” e “atraí-
lo” são acentuadas porque as semivogais “i” e “u” estão tônicas nestas
palavras. Não se separam as letras que formam os dígrafos CH, NH, LH, QU,
GU.
1- chave: cha-ve
2. Acentuamos as palavras paroxítonas quando terminadas em: aquele: a-que-le
palha: pa-lha
 L – afável, fácil, cônsul, desejável, ágil, incrível. manhã: ma-nhã
 N – pólen, abdômen, sêmen, abdômen. guizo: gui-zo
 R – câncer, caráter, néctar, repórter.
Não se separam as letras dos encontros consonantais que apresentam
 X – tórax, látex, ônix, fênix. a seguinte formação: consoante + L ou consoante + R
 PS – fórceps, Quéops, bíceps. 2- emblema: em-ble-ma abraço: a-bra-ço
 Ã(S) – ímã, órfãs, ímãs, Bálcãs. reclamar: re-cla-mar recrutar: re-cru-tar
 ÃO(S) – órgão, bênção, sótão, órfão. flagelo: fla-ge-lo drama: dra-ma
 I(S) – júri, táxi, lápis, grátis, oásis, miosótis. globo: glo-bo fraco: fra-co
 ON(S) – náilon, próton, elétrons, cânon. implicar: im-pli-car agrado: a-gra-do
atleta: a-tle-ta atraso: a-tra-so
 UM(S) – álbum, fórum, médium, álbuns.
prato: pra-to
 US – ânus, bônus, vírus, Vênus.
Separam-se as letras dos dígrafos RR, SS, SC, SÇ, XC.
Também acentuamos as paroxítonas terminadas em ditongos crescen- 3- correr: cor-rer desçam: des-çam
tes (semivogal+vogal): passar: pas-sar exceto: ex-ce-to
Névoa, infância, tênue, calvície, série, polícia, residência, férias, lírio. fascinar: fas-ci-nar

3. Todas as proparoxítonas são acentuadas. Não se separam as letras que representam um ditongo.
Ex. México, música, mágico, lâmpada, pálido, pálido, sândalo, crisân- 4- mistério: mis-té-rio herdeiro: her-dei-ro
temo, público, pároco, proparoxítona. cárie: cá-rie

QUANTO À CLASSIFICAÇÃO DOS ENCONTROS VOCÁLICOS Separam-se as letras que representam um hiato.
5- saúde: sa-ú-de cruel: cru-el
4. Acentuamos as vogais “I” e “U” dos hiatos, quando: rainha: ra-i-nha enjoo: en-jo-o

Não se separam as letras que representam um tritongo.


 Formarem sílabas sozinhos ou com “S”
6- Paraguai: Pa-ra-guai
saguão: sa-guão
Ex. Ju-í-zo, Lu-ís, ca-fe-í-na, ra-í-zes, sa-í-da, e-go-ís-ta.
Consoante não seguida de vogal, no interior da palavra, fica na sílaba
IMPORTANTE que a antecede.
Por que não acentuamos “ba-i-nha”, “fei-u-ra”, “ru-im”, “ca-ir”, “Ra-ul”, 7- torna: tor-na núpcias: núp-cias
se todos são “i” e “u” tônicas, portanto hiatos? técnica: téc-ni-ca submeter: sub-me-ter
absoluto: ab-so-lu-to perspicaz: pers-pi-caz
Porque o “i” tônico de “bainha” vem seguido de NH. O “u” e o “i” tônicos
de “ruim”, “cair” e “Raul” formam sílabas com “m”, “r” e “l” respectivamente. Consoante não seguida de vogal, no início da palavra, junta-se à síla-
Essas consoantes já soam forte por natureza, tornando naturalmente a ba que a segue
sílaba “tônica”, sem precisar de acento que reforce isso. 8- pneumático: pneu-má-ti-co
gnomo: gno-mo
5. Trema psicologia: psi-co-lo-gia
Não se usa mais o trema em palavras da língua portuguesa. Ele só vai
permanecer em nomes próprios e seus derivados, de origem estrangeira, No grupo BL, às vezes cada consoante é pronunciada separadamente,
como Bündchen, Müller, mülleriano (neste caso, o “u” lê-se “i”) mantendo sua autonomia fonética. Nesse caso, tais consoantes ficam em
sílabas separadas.
6. Acento Diferencial 9- sublingual: sub-lin-gual
sublinhar: sub-li-nhar
O acento diferencial permanece nas palavras: sublocar: sub-lo-car
pôde (passado), pode (presente)
pôr (verbo), por (preposição) Preste atenção nas seguintes palavras:
Nas formas verbais, cuja finalidade é determinar se a 3ª pessoa do trei-no so-cie-da-de
verbo está no singular ou plural: gai-o-la ba-lei-a
des-mai-a-do im-bui-a

Português para Concursos 42 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
ra-diou-vin-te ca-o-lho • Separar orações coordenadas de certa extensão ou que mantém
te-a-tro co-e-lho alguma simetria entre si.
du-e-lo ví-a-mos "Depois, lracema quebrou a flecha homicida; deu a haste ao desco-
a-mné-sia gno-mo nhecido, guardando consigo a ponta farpada. "
co-lhei-ta quei-jo • Para separar orações coordenadas já marcadas por vírgula ou no seu
pneu-mo-ni-a fe-é-ri-co interior.
dig-no e-nig-ma Eu, apressadamente, queria chamar Socorro; o motorista, porém,
e-clip-se Is-ra-el mais calmo, resolveu o problema sozinho.
mag-nó-lia
DOIS PONTOS
SINAIS DE PONTUAÇÃO • Enunciar a fala dos personagens:
Ele retrucou: Não vês por onde pisas?
• Para indicar uma citação alheia:
Pontuação é o conjunto de sinais gráficos que indica na escrita as Ouvia-se, no meio da confusão, a voz da central de informações de
pausas da linguagem oral. passageiros do voo das nove: “queiram dirigir-se ao portão de embar-
que".
PONTO • Para explicar ou desenvolver melhor uma palavra ou expressão anteri-
O ponto é empregado em geral para indicar o final de uma frase decla- or:
rativa. Ao término de um texto, o ponto é conhecido como final. Nos casos Desastre em Roma: dois trens colidiram frontalmente.
comuns ele é chamado de simples. • Enumeração após os apostos:
Como três tipos de alimento: vegetais, carnes e amido.
Também é usado nas abreviaturas: Sr. (Senhor), d.C. (depois de Cris-
to), a.C. (antes de Cristo), E.V. (Érico Veríssimo). TRAVESSÃO
Marca, nos diálogos, a mudança de interlocutor, ou serve para isolar
PONTO DE INTERROGAÇÃO palavras ou frases
É usado para indicar pergunta direta. – "Quais são os símbolos da pátria?
Onde está seu irmão? – Que pátria?
– Da nossa pátria, ora bolas!" (P. M Campos).
Às vezes, pode combinar-se com o ponto de exclamação. – "Mesmo com o tempo revoltoso - chovia, parava, chovia, parava outra
A mim ?! Que ideia! vez.
– a claridade devia ser suficiente p'ra mulher ter avistado mais alguma
PONTO DE EXCLAMAÇÃO coisa". (M. Palmério).
É usado depois das interjeições, locuções ou frases exclamativas. • Usa-se para separar orações do tipo:
Céus! Que injustiça! Oh! Meus amores! Que bela vitória! – Avante!- Gritou o general.
Ó jovens! Lutemos! – A lua foi alcançada, afinal - cantava o poeta.

Usa-se também para ligar palavras ou grupo de palavras que formam


VÍRGULA uma cadeia de frase:
A vírgula deve ser empregada toda vez que houver uma pequena pau- • A estrada de ferro Santos – Jundiaí.
sa na fala. Emprega-se a vírgula: • A ponte Rio – Niterói.
• Nas datas e nos endereços: • A linha aérea São Paulo – Porto Alegre.
São Paulo, 17 de setembro de 1989.
Largo do Paissandu, 128.
• No vocativo e no aposto: ASPAS
Meninos, prestem atenção! São usadas para:
Termópilas, o meu amigo, é escritor. • Indicar citações textuais de outra autoria.
• Nos termos independentes entre si: "A bomba não tem endereço certo." (G. Meireles)
O cinema, o teatro, a praia e a música são as suas diversões. • Para indicar palavras ou expressões alheias ao idioma em que se
• Com certas expressões explicativas como: isto é, por exemplo. Neste expressa o autor: estrangeirismo, gírias, arcaismo, formas populares:
caso é usado o duplo emprego da vírgula: Há quem goste de “jazz-band”.
Ontem teve início a maior festa da minha cidade, isto é, a festa da pa- Não achei nada "legal" aquela aula de inglês.
droeira. • Para enfatizar palavras ou expressões:
• Após alguns adjuntos adverbiais: Apesar de todo esforço, achei-a “irreconhecível" naquela noite.
No dia seguinte, viajamos para o litoral. • Títulos de obras literárias ou artísticas, jornais, revistas, etc.
• Com certas conjunções. Neste caso também é usado o duplo emprego "Fogo Morto" é uma obra-prima do regionalismo brasileiro.
da vírgula: • Em casos de ironia:
Isso, entretanto, não foi suficiente para agradar o diretor. A "inteligência" dela me sensibiliza profundamente.
• Após a primeira parte de um provérbio. Veja como ele é “educado" - cuspiu no chão.
O que os olhos não vêem, o coração não sente.
• Em alguns casos de termos oclusos: PARÊNTESES
Eu gostava de maçã, de pêra e de abacate. Empregamos os parênteses:
• Nas indicações bibliográficas.
RETICÊNCIAS "Sede assim qualquer coisa.
• São usadas para indicar suspensão ou interrupção do pensamento. serena, isenta, fiel".
Não me disseste que era teu pai que ... (Meireles, Cecília, "Flor de Poemas").
• Para realçar uma palavra ou expressão. • Nas indicações cênicas dos textos teatrais:
Hoje em dia, mulher casa com "pão" e passa fome... "Mãos ao alto! (João automaticamente levanta as mãos, com os olhos
• Para indicar ironia, malícia ou qualquer outro sentimento. fora das órbitas. Amália se volta)".
Aqui jaz minha mulher. Agora ela repousa, e eu também... (G. Figueiredo)
• Quando se intercala num texto uma ideia ou indicação acessória:
"E a jovem (ela tem dezenove anos) poderia mordê-Io, morrendo de
PONTO E VÍRGULA fome."
Português para Concursos 43 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
(C. Lispector) Mas:
• Para isolar orações intercaladas: Os marinheiros vieram a terra.
"Estou certo que eu (se lhe ponho O comandante desceu a terra.
Minha mão na testa alçada) • Se a preposição ATÉ vier seguida de palavra feminina que aceite o
Sou eu para ela." artigo, poderá ou não ocorrer a crase, indiferentemente:
(M. Bandeira) Vou até a (á ) chácara.
Cheguei até a(à) muralha
COLCHETES [ ] • A QUE - À QUE
Se, com antecedente masculino ocorrer AO QUE, com o feminino
Os colchetes são muito empregados na linguagem científica.
ocorrerá crase:
Houve um palpite anterior ao que você deu.
ASTERISCO Houve uma sugestão anterior à que você deu.
O asterisco é muito empregado para chamar a atenção do leitor para Se, com antecedente masculino, ocorrer A QUE, com o feminino não
alguma nota (observação). ocorrerá crase.
Não gostei do filme a que você se referia.
BARRA Não gostei da peça a que você se referia.
A barra é muito empregada nas abreviações das datas e em algumas O mesmo fenômeno de crase (preposição A) - pronome demonstrativo
abreviaturas. A que ocorre antes do QUE (pronome relativo), pode ocorrer antes do
de:
Meu palpite é igual ao de todos
CRASE Minha opinião é igual à de todos.

Crase é a fusão da preposição A com outro A. NÃO OCORRE CRASE


Fomos a a feira ontem = Fomos à feira ontem. • antes de nomes masculinos:
Andei a pé.
EMPREGO DA CRASE Andamos a cavalo.
• em locuções adverbiais: • antes de verbos:
à vezes, às pressas, à toa... Ela começa a chorar.
• em locuções prepositivas: Cheguei a escrever um poema.
em frente à, à procura de... • em expressões formadas por palavras repetidas:
• em locuções conjuntivas: Estamos cara a cara.
à medida que, à proporção que... • antes de pronomes de tratamento, exceto senhora, senhorita e dona:
• pronomes demonstrativos: aquele, aquela, aqueles, aquelas, aquilo, a, Dirigiu-se a V. Sa com aspereza.
as Escrevi a Vossa Excelência.
Fui ontem àquele restaurante. Dirigiu-se gentilmente à senhora.
Falamos apenas àquelas pessoas que estavam no salão: • quando um A (sem o S de plural) preceder um nome plural:
Refiro-me àquilo e não a isto. Não falo a pessoas estranhas.
Jamais vamos a festas.
A CRASE É FACULTATIVA
• diante de pronomes possessivos femininos: SINÔNIMOS, ANTÔNIMOS E PARÔNIMOS. SENTIDO PRÓPRIO
Entreguei o livro a(à) sua secretária . E FIGURADO DAS PALAVRAS.
• diante de substantivos próprios femininos:
Dei o livro à(a) Sônia. SIGNIFICAÇÃO DAS PALAVRAS

CASOS ESPECIAIS DO USO DA CRASE Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.


• Antes dos nomes de localidades, quando tais nomes admitirem o
artigo A: Sinônimo
Viajaremos à Colômbia.
(Observe: A Colômbia é bela - Venho da Colômbia) Sinônimo é o nome que se dá à palavra que tenha significado idêntico
• Nem todos os nomes de localidades aceitam o artigo: Curitiba, Brasília, ou muito semelhante à outra. Exemplos: carro e automóvel, cão e
Fortaleza, Goiás, Ilhéus, Pelotas, Porto Alegre, São Paulo, Madri, Ve- cachorro.
neza, etc. O conhecimento e o uso dos sinônimos é importante para que se evitem
Viajaremos a Curitiba. repetições desnecessárias na construção de textos, evitando que se
(Observe: Curitiba é uma bela cidade - Venho de Curitiba). tornem enfadonhos.
• Haverá crase se o substantivo vier acompanhado de adjunto que o
modifique. Eufemismo
Ela se referiu à saudosa Lisboa. Alguns sinônimos são também utilizados para minimizar o impacto,
Vou à Curitiba dos meus sonhos. normalmente negativo, de algumas palavras (figura de linguagem
• Antes de numeral, seguido da palavra "hora", mesmo subentendida: conhecida como eufemismo).
Às 8 e 15 o despertador soou. Exemplos:
• Antes de substantivo, quando se puder subentender as palavras
 gordo - obeso
“moda” ou "maneira":
Aos domingos, trajava-se à inglesa.  morrer - falecer
Cortavam-se os cabelos à Príncipe Danilo.
• Antes da palavra casa, se estiver determinada: Sinônimos Perfeitos e Imperfeitos
Referia-se à Casa Gebara. Os sinônimos podem ser perfeitos ou imperfeitos.
• Não há crase quando a palavra "casa" se refere ao próprio lar. Sinônimos Perfeitos
Não tive tempo de ir a casa apanhar os papéis. (Venho de casa). Se o significado é idêntico.
• Antes da palavra "terra", se esta não for antônima de bordo. Exemplos:
Voltou à terra onde nascera.  avaro – avarento,
Chegamos à terra dos nossos ancestrais.  léxico – vocabulário,

Português para Concursos 44 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
 falecer – morrer,
 escarradeira – cuspideira, Homógrafo
Homógrafos são palavras iguais ou parecidas na escrita e diferentes na
 língua – idioma
pronúncia.
 catorze - quatorze Exemplos
Sinônimos Imperfeitos
 rego (subst.) e rego (verbo);
Se os signIficados são próximos, porém não idênticos.  colher (verbo) e colher (subst.);
Exemplos: córrego – riacho, belo – formoso  jogo (subst.) e jogo (verbo);
 Sede: lugar e Sede: avidez;
Antônimo  Seca: pôr a secar e Seca: falta de água.
Antônimo é o nome que se dá à palavra que tenha significado contrário Homófono
(também oposto ou inverso) à outra. Palavras homófonas são palavras de pronúncias iguais. Existem dois
O emprego de antônimos na construção de frases pode ser um recurso tipos de palavras homófonas, que são:
estilístico que confere ao trecho empregado uma forma mais erudita ou que  Homófonas heterográficas
chame atenção do leitor ou do ouvinte.
 Homófonas homográficas
Pala- Homófonas heterográficas
Antônimo
vra Como o nome já diz, são palavras homófonas (iguais na pronúncia),
aberto fechado mas heterográficas (diferentes na escrita).
alto baixo Exemplos
cozer / coser;
bem mal cozido / cosido;
bom mau censo / senso
bonito feio consertar / concertar
conselho / concelho
de-
de menos paço / passo
mais
noz / nós
doce salgado hera / era
forte fraco ouve / houve
gordo magro voz / vós
cem / sem
salga- acento / assento
insosso
do Homófonas homográficas
amor ódio Como o nome já diz, são palavras homófonas (iguais na pronúncia), e
seco molhado homográficas (iguais na escrita).
Exemplos
grosso fino
Ele janta (verbo) / A janta está pronta (substantivo); No caso,
duro mole janta é inexistente na língua portuguesa por enquanto, já que
doce amargo deriva do substantivo jantar, e está classificado como
grande pequeno neologismo.
Eu passeio pela rua (verbo) / O passeio que fizemos foi
sober- bonito (substantivo).
humildade
ba
louvar censurar Parônimo
bendi- Parônimo é uma palavra que apresenta sentido diferente e forma
maldizer semelhante a outra, que provoca, com alguma frequência, confusão. Essas
zer
palavras apresentam grafia e pronúncia parecida, mas com significados
ativo inativo
diferentes.
simpá- O parônimos pode ser também palavras homófonas, ou seja, a
antipático
tico pronúncia de palavras parônimas pode ser a mesma.Palavras parônimas
pro- são aquelas que têm grafia e pronúncia parecida.
regredir Exemplos
gredir
rápido lento Veja alguns exemplos de palavras parônimas:
acender. verbo - ascender. subir
sair entrar acento. inflexão tônica - assento. dispositivo para sentar-se
sozi- acompa- cartola. chapéu alto - quartola. pequena pipa
nho nhado comprimento. extensão - cumprimento. saudação
con- coro (cantores) - couro (pele de animal)
discórdia deferimento. concessão - diferimento. adiamento
córdia
delatar. denunciar - dilatar. retardar, estender
pesa- descrição. representação - discrição. reserva
leve
do descriminar. inocentar - discriminar. distinguir
quente frio despensa. compartimento - dispensa. desobriga
pre- destratar. insultar - distratar. desfazer(contrato)
ausente emergir. vir à tona - imergir. mergulhar
sente
eminência. altura, excelência - iminência. proximidade de ocorrência
escuro claro
emitir. lançar fora de si - imitir. fazer entrar
inveja admiração enfestar. dobrar ao meio - infestar. assolar
enformar. meter em fôrma - informar. avisar
entender. compreender - intender. exercer vigilância
lenimento. suavizante - linimento. medicamento para fricções

Português para Concursos 45 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
migrar. mudar de um local para outro - emigrar. deixar um país para vida social em geral, impõe a criação de novas palavras e formas de dizer.
morar em outro - imigrar. entrar num país vindo de outro Na definição de Serafim da Silva Neto, a língua:
peão. que anda a pé - pião. espécie de brinquedo "(...) é um produto social, é uma atividade do espírito humano. Não é,
recrear. divertir - recriar. criar de novo assim, independente da vontade do homem, porque o homem não é uma
se. pronome átono, conjugação - si. espécie de brinquedo folha seca ao sabor dos ventos veementes de uma fatalidade desconheci-
vadear. passar o vau - vadiar. passar vida ociosa da e cega. Não está obrigada a prosseguir na sua trajetória, de acordo com
venoso. relativo a veias - vinoso. que produz vinho leis determinadas, porque as línguas seguem o destino dos que as falam,
vez. ocasião, momento - vês. verbo ver na 2ª pessoa do singular são o que delas fazem as sociedades que as empregam."

DENOTAÇAO E CONOTAÇAO Assim, continuamente, novas palavras são criadas (os neologismos)
como produto da dinâmica social, e incorporados ao idioma inúmeros
A denotação é a propriedade que possui uma palavra de limitar-se a vocábulos de origem estrangeira (os estrangeirismos), que vêm para
seu próprio conceito, de trazer apenas o seu significado primitivo, original. designar ou exprimir realidades não contempladas no repertório anterior da
língua portuguesa.
A conotação é a propriedade que possui uma palavra de ampliar-se
no seu campo semântico, dentro de um contexto, podendo causar várias A redação oficial não pode alhear-se dessas transformações, nem in-
interpretações. corporá-las acriticamente. Quanto às novidades vocabulares, elas devem
sempre ser usadas com critério, evitando-se aquelas que podem ser subs-
Observe os exemplos tituídas por vocábulos já de uso consolidado sem prejuízo do sentido que
Denotação se lhes quer dar.
As estrelas do céu. Vesti-me de verde. O fogo do isqueiro.
De outro lado, não se concebe que, em nome de suposto purismo, a
Conotação linguagem das comunicações oficiais fique imune às criações vocabulares
As estrelas do cinema. ou a empréstimos de outras línguas. A rapidez do desenvolvimento tecno-
O jardim vestiu-se de flores lógico, por exemplo, impõe a criação de inúmeros novos conceitos e ter-
O fogo da paixão mos, ditando de certa forma a velocidade com que a língua deve incorporá-
los. O importante é usar o estrangeirismo de forma consciente, buscar o
SENTIDO PRÓPRIO E SENTIDO FIGURADO equivalente português quando houver, ou conformar a palavra estrangeira
ao espírito da língua portuguesa.
As palavras podem ser empregadas no sentido próprio ou no sentido
figurado: O problema do abuso de estrangeirismos inúteis ou empregados em
Construí um muro de pedra - sentido próprio contextos em que não cabem, é em geral causado ou pelo desconheci-
Maria tem um coração de pedra – sentido figurado. mento da riqueza vocabular de nossa língua, ou pela incorporação acrítica
A água pingava lentamente – sentido próprio. do estrangeirismo.

SEMÂNTICA Homônimos e Parônimos


(do grego semantiké, i. é, téchne semantiké ‘arte da significação’) Muitas vezes temos dúvidas no uso de vocábulos distintos provocadas
pela semelhança ou mesmo pela igualdade de pronúncia ou de grafia entre
A semântica estudo o sentido das palavras, expressões, frases e uni- eles. É o caso dos fenômenos designados como homonímia e paronímia.
dades maiores da comunicação verbal, os significados que lhe são atribuí-
dos. Ao considerarmos o significado de determinada palavra, levamos em A homonímia é a designação geral para os casos em que palavras de
conta sua história, sua estrutura (radical, prefixos, sufixos que participam sentidos diferentes têm a mesma grafia (os homônimos homógrafos) ou a
da sua forma) e, por fim, do contexto em que se apresenta. mesma pronúncia (os homônimos homófonos).

Quando analisamos o sentido das palavras na redação oficial, ressal- Os homógrafos podem coincidir ou não na pronúncia, como nos e-
tam como fundamentais a história da palavra e, obviamente, os contextos xemplos: quarto (aposento) e quarto (ordinal), manga (fruta) e manga (de
em que elas ocorrem. camisa), em que temos pronúncia idêntica; e apelo (pedido) e apelo (com e
aberto, 1a pess. do sing do pres. do ind. do verbo apelar), consolo (alívio) e
A história da palavra, em sentido amplo, vem a ser a respectiva origem consolo (com o aberto, 1a pess. do sing. do pres. do ind. do verbo conso-
e as alterações sofridas no correr do tempo, ou seja, a maneira como lar), com pronúncia diferente.
evoluiu desde um sentido original para um sentido mais abrangente ou
mais específico. Em sentido restrito, diz respeito à tradição no uso de Os homógrafos de idêntica pronúncia diferenciam-se pelo contexto em
determinado vocábulo ou expressão. que são empregados. Não há dúvida, por exemplo, quanto ao emprego da
palavra são nos três sentidos: a) verbo ser, 3a pess. do pl. do pres., b)
São esses dois aspectos que devem ser considerados na escolha des- saudável e c) santo.
te ou daquele vocábulo.
Palavras de grafia diferente e de pronúncia igual (homófonos) geram
Sendo a clareza um dos requisitos fundamentais de todo texto oficial, dúvidas ortográficas. Caso, por exemplo, de acento/assento, coser/cozer,
deve-se atentar para a tradição no emprego de determinada expressão dos prefixos ante-/anti-, etc. Aqui o contexto não é suficiente para resolver
com determinado sentido. O emprego de expressões ditas "de uso consa- o problema, pois sabemos o sentido, a dúvida é de letra(s). sempre que
grado" confere uniformidade e transparência ao sentido do texto. Mas isto houver incerteza, consulte a lista adiante, algum dicionário ou manual de
não quer dizer que os textos oficiais devam limitar-se à repetição de cha- ortografia.
vões e clichês.
Já o termo paronímia designa o fenômeno que ocorre com palavras
Verifique sempre o contexto em que as palavras estão sendo utiliza- semelhantes (mas não idênticas) quanto à grafia ou à pronúncia. É fonte
das. Certifique-se de que não há repetições desnecessárias ou redundân- de muitas dúvidas, como entre descrição (‘ato de descrever’) e discrição
cias. Procure sinônimos ou termos mais precisos para as palavras repeti- (‘qualidade do que é discreto’), retificar (‘corrigir’) e ratificar (confirmar).
das; mas se sua substituição for comprometer o sentido do texto, tornando-
o ambíguo ou menos claro, não hesite em deixar o texto como está. Como não interessa aqui aprofundar a discussão teórica da matéria,
restringimo-nos a uma lista de palavras que costumam suscitar dúvidas de
É importante lembrar que o idioma está em constante mutação. A pró- grafia ou sentido. Procuramos incluir palavras que com mais frequência
pria evolução dos costumes, das ideias, das ciências, da política, enfim da provocam dúvidas na elaboração de textos oficiais, com o cuidado de

Português para Concursos 46 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
agregá-las em pares ou pequenos grupos formais. foram todos arrestados.
 Absolver: inocentar, relevar da culpa imputada: O júri absolveu o  Arrochar: apertar com arrocho, apertar muito.
réu.  Arroxar: ou arroxear, roxear: tornar roxo.
 Absorver: embeber em si, esgotar: O solo absorveu lentamente a  Ás: exímio em sua atividade; carta do baralho.
água da chuva.  Az (p. us.): esquadrão, ala do exército.
 Acender: atear (fogo), inflamar.  Atuar: agir, pôr em ação; pressionar.
 Ascender: subir, elevar-se.  Autuar: lavrar um auto; processar.
 Acento: sinal gráfico; inflexão vocal: Vocábulo sem acento.  Auferir: obter, receber: Auferir lucros, vantagens.
 Assento: banco, cadeira: Tomar assento num cargo.  Aferir: avaliar, cotejar, medir, conferir: Aferir valores, resultados.
 Acerca de: sobre, a respeito de: No discurso, o Presidente falou  Augurar: prognosticar, prever, auspiciar: O Presidente augurou su-
acerca de seus planos. cesso ao seu par americano.
 A cerca de: a uma distância aproximada de: O anexo fica a cerca  Agourar: pressagiar, predizer (geralmente no mau sentido): Os
de trinta metros do prédio principal. Estamos a cerca de um mês técnicos agouram desastre na colheita.
ou (ano) das eleições.  Avocar: atribuir-se, chamar: Avocou a si competências de outrem.
 Há cerca de: faz aproximadamente (tanto tempo): Há cerca de um  Evocar: lembrar, invocar: Evocou no discurso o começo de sua
ano, tratamos de caso idêntico; existem aproximadamente: Há carreira.
cerca de mil títulos no catálogo.  Invocar: pedir (a ajuda de); chamar; proferir: Ao final do discurso,
 Acidente: acontecimento casual; desastre: A derrota foi um aciden- invocou a ajuda de Deus.
te na sua vida profissional. O súbito temporal provocou terrível a-  Caçar: perseguir, procurar, apanhar (geralmente animais).
cidente no parque.  Cassar: tornar nulo ou sem efeito, suspender, invalidar.
 Incidente: episódio; que incide, que ocorre: O incidente da demis-  Carear: atrair, ganhar, granjear.
são já foi superado.  Cariar: criar cárie.
 Adotar: escolher, preferir; assumir; pôr em prática.  Carrear: conduzir em carro, carregar.
 Dotar: dar em doação, beneficiar.  Casual: fortuito, aleatório, ocasional.
 Afim: que apresenta afinidade, semelhança, relação (de parentes-  Causal: causativo, relativo a causa.
co): Se o assunto era afim, por que não foi tratado no mesmo pa-  Cavaleiro: que anda a cavalo, cavalariano.
rágrafo?
 Cavalheiro: indivíduo distinto, gentil, nobre.
 A fim de: para, com a finalidade de, com o fito de: O projeto foi en-
 Censo: alistamento, recenseamento, contagem.
caminhado com quinze dias de antecedência a fim de permitir a
 Senso: entendimento, juízo, tino.
necessária reflexão sobre sua pertinência.
 Cerrar: fechar, encerrar, unir, juntar.
 Alto: de grande extensão vertical; elevado, grande.
 Serrar: cortar com serra, separar, dividir.
 Auto: ato público, registro escrito de um ato, peça processual.
 Cessão: ato de ceder: A cessão do local pelo município tornou
 Aleatório: casual, fortuito, acidental.
possível a realização da obra.
 Alheatório: que alheia, alienante, que desvia ou perturba.
 Seção: setor, subdivisão de um todo, repartição, divisão: Em qual
 Amoral: desprovido de moral, sem senso de moral.
seção do ministério ele trabalha?
 Imoral: contrário à moral, aos bons costumes, devasso, indecente.
 Sessão: espaço de tempo que dura uma reunião, um congresso;
 Ante (preposição): diante de, perante: Ante tal situação, não teve reunião; espaço de tempo durante o qual se realiza uma tarefa: A
alternativa. próxima sessão legislativa será iniciada em 1o de agosto.
 Ante- (prefixo): expressa anterioridade: antepor, antever, antepro-  Chá: planta, infusão.
jeto ante-diluviano.
 Xá: antigo soberano persa.
 Anti- (prefixo): expressa contrariedade; contra: anticientífico, anti-
 Cheque: ordem de pagamento à vista.
biótico, anti-higiênico, anti-Marx.
 Xeque: dirigente árabe; lance de xadrez; (fig.) perigo (pôr em xe-
 Ao encontro de: para junto de; favorável a: Foi ao encontro dos co-
que).
legas. O projeto salarial veio ao encontro dos anseios dos traba-
 Círio: vela de cera.
lhadores.
 Sírio: da Síria.
 De encontro a: contra; em prejuízo de: O carro foi de encontro a
um muro. O governo não apoiou a medida, pois vinha de encontro  Cível: relativo à jurisdição dos tribunais civis.
aos interesses dos menores.  Civil: relativo ao cidadão; cortês, polido (daí civilidade); não militar
 Ao invés de: ao contrário de: Ao invés de demitir dez funcionários, nem, eclesiástico.
a empresa contratou mais vinte. (Inaceitável o cruzamento *ao em  Colidir: trombar, chocar; contrariar: A nova proposta colide fron-
vez de.) talmente com o entendimento havido.
 Em vez de: em lugar de: Em vez de demitir dez funcionário, a em-  Coligir: colecionar, reunir, juntar: As leis foram coligidas pelo Minis-
presa demitiu vinte. tério da Justiça.
 A par: informado, ao corrente, ciente: O Ministro está a par (var.:  Comprimento: medida, tamanho, extensão, altura.
ao par) do assunto; ao lado, junto; além de.  Cumprimento: ato de cumprir, execução completa; saudação.
 Ao par: de acordo com a convenção legal: Fez a troca de mil dóla-  Concelho: circunscrição administrativa ou município (em Portugal).
res ao par.  Conselho: aviso, parecer, órgão colegiado.
 Aparte: interrupção, comentário à margem: O deputado concedeu  Concerto: acerto, combinação, composição, harmonização (cp.
ao colega um aparte em seu pronunciamento. concertar): O concerto das nações... O concerto de Guarnieri...
 À parte: em separado, isoladamente, de lado: O anexo ao projeto  Conserto: reparo, remendo, restauração (cp. consertar): Certos
foi encaminhado por expediente à parte. problemas crônicos aparentemente não têm conserto.
 Apreçar: avaliar, pôr preço: O perito apreçou irrisoriamente o imó-  Conje(c)tura: suspeita, hipótese, opinião.
vel.  Conjuntura: acontecimento, situação, ocasião, circunstância.
 Apressar: dar pressa a, acelerar: Se o andamento das obras não  Contravenção: transgressão ou infração a normas estabelecidas.
for apressado, não será cumprido o cronograma.  Contraversão: versão contrária, inversão.
 Área: superfície delimitada, região.  Coser: costurar, ligar, unir.
 Ária: canto, melodia.  Cozer: cozinhar, preparar.
 Aresto: acórdão, caso jurídico julgado: Neste caso, o aresto é irre-  Costear: navegar junto à costa, contornar. A fragata costeou inú-
corrível. meras praias do litoral baiano antes de partir para alto-mar.
 Arresto: apreensão judicial, embargo: Os bens do traficante preso  Custear: pagar o custo de, prover, subsidiar. Qual a empresa dis-

Português para Concursos 47 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
posta a custear tal projeto?  Estada: ato de estar, permanência: Nossa estada em São Paulo
 Custar: valer, necessitar, ser penoso. Quanto custa o projeto? foi muito agradável.
Custa-me crer que funcionará.  Estadia: prazo para carga e descarga de navio ancorado em porto:
 Deferir: consentir, atender, despachar favoravelmente, conceder. O "Rio de Janeiro" foi autorizado a uma estadia de três dias.
 Diferir: ser diferente, discordar; adiar, retardar, dilatar.  Estância: lugar onde se está, morada, recinto.
 Degradar: deteriorar, desgastar, diminuir, rebaixar.  Instância: solicitação, pedido, rogo; foro, jurisdição, juízo.
 Degredar: impor pena de degredo, desterrar, banir.  Estrato: cada camada das rochas estratificadas.
 Delatar (delação): denunciar, revelar crime ou delito, acusar: Os  Extrato: coisa que se extraiu de outra; pagamento, resumo, cópia;
traficantes foram delatados por membro de quadrilha rival. perfume.
 Dilatar (dilação): alargar, estender; adiar, diferir: A dilação do pra-  Flagrante: ardente, acalorado; diz-se do ato que a pessoa é sur-
zo de entrega das declarações depende de decisão do Diretor da preendida a praticar (flagrante delito).
Receita Federal.  Fragrante: que tem fragrância ou perfume; cheiroso.
 Derrogar: revogar parcialmente (uma lei), anular.  Florescente: que floresce, próspero, viçoso.
 Derrocar: destruir, arrasar, desmoronar.  Fluorescente: que tem a propriedade da fluorescência.
 Descrição: ato de descrever, representação, definição.  Folhar: produzir folhas, ornar com folhagem, revestir lâminas.
 Discrição: discernimento, reserva, prudência, recato.  Folhear: percorrer as folhas de um livro, compulsar, consultar.
 Descriminar: absolver de crime, tirar a culpa de.  Incerto: não certo, indeterminado, duvidoso, variável.
 Discriminar: diferençar, separar, discernir.  Inserto: introduzido, incluído, inserido.
 Despensa: local em que se guardam mantimentos, depósito de  Incipiente: iniciante, principiante.
provisões.  Insipiente: ignorante, insensato.
 Dispensa: licença ou permissão para deixar de fazer algo a que se  Incontinente: imoderado, que não se contém, descontrolado.
estava obrigado; demissão.  Incontinenti: imediatamente, sem demora, logo, sem interrupção.
 Despercebido: que não se notou, para o que não se atentou: Ape-  Induzir: causar, sugerir, aconselhar, levar a: O réu declarou que
sar de sua importância, o projeto passou despercebido. havia sido induzido a cometer o delito.
 Desapercebido: desprevenido, desacautelado: Embarcou para a  Aduzir: expor, apresentar: A defesa, então, aduziu novas provas.
missão na Amazônia totalmente desapercebido dos desafios que  Inflação: ato ou efeito de inflar; emissão exagerada de moeda,
lhe aguardavam. aumento persistente de preços.
 Dessecar: secar bem, enxugar, tornar seco.  Infração: ato ou efeito de infringir ou violar uma norma.
 Dissecar: analisar minuciosamente, dividir anatomicamente.  Infligir: cominar, aplicar (pena, castigo, repreensão, derrota): O juiz
 Destratar: insultar, maltratar com palavras. infligiu pesada pena ao réu.
 Distratar: desfazer um trato, anular.  Infringir: transgredir, violar, desrespeitar (lei, regulamento, etc.)
 Distensão: ato ou efeito de distender, torção violenta dos ligamen- (cp. infração): A condenação decorreu de ter ele infringido um sem
tos de uma articulação. número de artigos do Código Penal.
 Distinção: elegância, nobreza, boa educação: Todos devem por-  Inquerir: apertar (a carga de animais), encilhar.
tar-se com distinção.  Inquirir: procurar informações sobre, indagar, investigar, interrogar.
 Dissensão: desavença, diferença de opiniões ou interesses: A dis-  Intercessão: ato de interceder.
sensão sobre a matéria impossibilitou o acordo.  Interse(c)ção: ação de se(c)cionar, cortar; ponto em que se encon-
 Elidir: suprimir, eliminar. tram duas linhas ou superfícies.
 Ilidir: contestar, refutar, desmentir.  Inter- (prefixo): entre; preposição latina usada em locuções: inter
 Emenda: correção de falta ou defeito, regeneração, remendo: ao alia (entre outros), inter pares (entre iguais).
torná-lo mais claro e objetivo, a emenda melhorou o projeto.  Intra- (prefixo): interior, dentro de.
 Ementa: apontamento, súmula de decisão judicial ou do objeto de  Judicial: que tem origem no Poder Judiciário ou que perante ele se
uma lei. Procuro uma lei cuja ementa é "dispõe sobre a proprieda- realiza.
de industrial".  Judiciário: relativo ao direito processual ou à organização da Justi-
 Emergir: vir à tona, manifestar-se. ça.
 Imergir: mergulhar, afundar submergir), entrar.  Liberação: ato de liberar, quitação de dívida ou obrigação.
 Emigrar: deixar o país para residir em outro.  Libertação: ato de libertar ou libertar-se.
 Imigrar: entrar em país estrangeiro para nele viver.  Lista: relação, catálogo; var. pop. de listra.
 Eminente (eminência): alto, elevado, sublime.  Listra: risca de cor diferente num tecido (var. pop. de lista).
 Iminente (iminência): que está prestes a acontecer, pendente, pró-  Locador: que dá de aluguel, senhorio, arrendador.
ximo.  Locatário: alugador, inquilino: O locador reajustou o aluguel sem a
 Emitir (emissão): produzir, expedir, publicar. concordância do locatário.
 Imitir (imissão): fazer entrar, introduzir, investir.  Lustre: brilho, glória, fama; abajur.
 Empoçar: reter em poço ou poça, formar poça.  Lustro: quinquênio; polimento.
 Empossar: dar posse a, tomar posse, apoderar-se.  Magistrado: juiz, desembargador, ministro.
 Encrostar: criar crosta.  Magistral: relativo a mestre (latim: magister); perfeito, completo;
 Incrustar: cobrir de crosta, adornar, revestir, prender-se, arraigar- exemplar.
se.  Mandado: garantia constitucional para proteger direito individual lí-
 Entender: compreender, perceber, deduzir. quido e certo; ato de mandar; ordem escrita expedida por autori-
 Intender: (p. us): exercer vigilância, superintender. dade judicial ou administrativa: um mandado de segurança, man-
 Enumerar: numerar, enunciar, narrar, arrolar. dado de prisão.
 Inúmero: inumerável, sem conta, sem número.  Mandato: autorização que alguém confere a outrem para praticar
 Espectador: aquele que assiste qualquer ato ou espetáculo, tes- atos em seu nome; procuração; delegação: o mandato de um de-
temunha. putado, senador, do Presidente.
 Expectador: que tem expectativa, que espera.  Mandante: que manda; aquele que outorga um mandato.
 Esperto: inteligente, vivo, ativo.  Mandatário: aquele que recebe um mandato, executor de manda-
 Experto: perito, especialista. to, representante, procurador.
 Espiar: espreitar, observar secretamente, olhar.  Mandatório: obrigatório.
 Expiar: cumprir pena, pagar, purgar.  Obcecação: ato ou efeito de obcecar, teimosia, cegueira.

Português para Concursos 48 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
 Obsessão: impertinência, perseguição, ideia fixa. por.
 Ordinal: numeral que indica ordem ou série (primeiro, segundo, mi-  Subintender: exercer função de subintendente, dirigir.
lésimo, etc.).  Subtender: estender por baixo.
 Ordinário: comum, frequente, trivial, vulgar.  Sustar: interromper, suspender; parar, interromper-se (sustar-se).
 Original: com caráter próprio; inicial, primordial.  Suster: sustentar, manter; fazer parar, deter.
 Originário: que provém de, oriundo; inicial, primitivo.  Tacha: pequeno prego; mancha, defeito, pecha.
 Paço: palácio real ou imperial; a corte.  Taxa: espécie de tributo, tarifa.
 Passo: ato de avançar ou recuar um pé para andar; caminho, eta-  Tachar: censurar, qualificar, acoimar: tachar alguém (tachá-lo) de
pa. subversivo.
 Pleito: questão em juízo, demanda, litígio, discussão: O pleito por  Taxar: fixar a taxa de; regular, regrar: taxar mercadorias.
mais escolas na região foi muito bem formulado.  Tapar: fechar, cobrir, abafar.
 Preito: sujeição, respeito, homenagem: Os alunos renderam preito  Tampar: pôr tampa em.
ao antigo reitor.  Tenção: intenção, plano (deriv.: tencionar); assunto, tema.
 Preceder: ir ou estar adiante de, anteceder, adiantar-se.  Tensão: estado de tenso, rigidez (deriv.: tensionar); diferencial elé-
 Proceder: originar-se, derivar, provir; levar a efeito, executar. trico.
 Pós- (prefixo): posterior a, que sucede, atrás de, após: pós-  Tráfego: trânsito de veículos, percurso, transporte.
moderno, pós-operatório.  Tráfico: negócio ilícito, comércio, negociação.
 Pré- (prefixo): anterior a, que precede, à frente de, antes de: pré-  Trás: atrás, detrás, em seguida, após (cf. em locuções: de trás, por
modernista, pré-primário. trás).
 Pró (advérbio): em favor de, em defesa de. A maioria manifestou-  Traz: 3a pessoa do singular do presente do indicativo do verbo tra-
se contra, mas dei meu parecer pró. zer.
 Preeminente: que ocupa lugar elevado, nobre, distinto.  Vestiário: guarda-roupa; local em que se trocam roupas.
 Proeminente: alto, saliente, que se alteia acima do que o circunda.  Vestuário: as roupas que se vestem, traje.
 Preposição: ato de prepor, preferência; palavra invariável que liga  Vultoso: de grande vulto, volumoso.
constituintes da frase.  Vultuoso (p. us.): atacado de vultuosidade (congestão da face).
 Proposição: ato de propor, proposta; máxima, sentença; afirmati-
va, asserção.
 Presar: capturar, agarrar, apresar.
 Prezar: respeitar, estimar muito, acatar. ESTRUTURA E FORMAÇÃO DAS PALAVRAS.
 Prescrever: fixar limites, ordenar de modo explícito, determinar; fi-
car sem efeito, anular-se: O prazo para entrada do processo pres- As palavras, em Língua Portuguesa, podem ser decompostas em vários
creveu há dois meses. elementos chamados elementos mórficos ou elementos de estrutura das
 Proscrever: abolir, extinguir, proibir, terminar; desterrar. O uso de palavras.
várias substâncias psicotrópicas foi proscrito por recente portaria
do Ministro. Exs.:
 Prever: ver antecipadamente, profetizar; calcular: A assessoria cinzeiro = cinza + eiro
previu acertadamente o desfecho do caso. endoidecer = en + doido + ecer
 Prover: providenciar, dotar, abastecer, nomear para cargo: O che- predizer = pre + dizer
fe do departamento de pessoal proveu os cargos vacantes.
 Provir: originar-se, proceder; resultar: A dúvida provém (Os erros Os principais elementos móficos são :
provêm) da falta de leitura.
 Prolatar: proferir sentença, promulgar. RADICAL
 Protelar: adiar, prorrogar. É o elemento mórfico em que está a ideia principal da palavra.
 Ratificar: validar, confirmar, comprovar. Exs.: amarelecer = amarelo + ecer
 Retificar: corrigir, emendar, alterar: A diretoria ratificou a decisão enterrar = en + terra + ar
após o texto ter sido retificado em suas passagens ambíguas. pronome = pro + nome
 Recrear: proporcionar recreio, divertir, alegrar.
 Recriar: criar de novo. PREFIXO
 Reincidir: tornar a incidir, recair, repetir. É o elemento mórfico que vem antes do radical.
 Rescindir: dissolver, invalidar, romper, desfazer: Como ele reinci- Exs.: anti - herói in - feliz
diu no erro, o contrato de trabalho foi rescindido.
 Remição: ato de remir, resgate, quitação. SUFIXO
 Remissão: ato de remitir, intermissão, intervalo; perdão, expiação. É o elemento mórfico que vem depois do radical.
 Repressão: ato de reprimir, contenção, impedimento, proibição. Exs.: med - onho cear – ense
 Repreensão: ato de repreender, enérgica admoestação, censura,
advertência.
FORMAÇÃO DAS PALAVRAS
 Ruço: grisalho, desbotado.
 Russo: referente à Rússia, nascido naquele país; língua falada na
Rússia. Palavras primitivas: são palavras que servem como base para a formação
 Sanção: confirmação, aprovação; pena imposta pela lei ou por de outra e que não foram formadas a partir de outro radical da língua.
contrato para punir sua infração. Exemplos: pedra, flor, casa.
 Sansão: nome de personagem bíblico; certo tipo de guindaste.
Palavras derivadas: são palavras formadas a partir de outros radicais.
 Sedento: que tem sede; sequioso (var. p. us.: sedente).
Exemplos: pedreiro, floricultura, casebre.
 Cedente: que cede, que dá.
 Sobrescritar: endereçar, destinar, dirigir. No português, os principais processos para formar palavras novas são
 Subscritar: assinar, subscrever. dois: derivação ecomposição.
 Sortir: variar, combinar, misturar.
 Surtir: causar, originar, produzir (efeito). Derivação
 Subentender: perceber o que não estava claramente exposto; su-

Português para Concursos 49 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
É a formação de palavras a partir da anexação de afixos à palavra primiti- visão=latim).
va.
Exemplos: inútil = prefixo in + radical útil. Onomatopeia
O processo de derivação pode ser prefixal, sufixal, parassintético, regressi-
vo e impróprio. Acontece nas palavras que simbolizam a reprodução de determinados
sons.
Derivação Prefixal Exemplos: tique-taque, zunzum.

Faz-se pela anexação de prefixo à palavra primitiva. Redução ou Abreviação


Exemplos: desfazer, refazer.
Esse processo se manifesta quando uma palavra é muito longa, pois forma
Derivação Sufixal novas palavras a partir da redução ou abreviação de palavras já existentes.
Exemplos: pornô (pornográfico), moto (motocicleta), pneu (pneumático).
Faz-se pela anexação de sufixo à palavra primitiva.
Exemplos: alegremente, carinhoso. Neologismo
Os sufixos são divididos em nominais, verbais e adverbiais.
Sufixos nominais são os que derivam substantivos e adjetivos; É a criação de novas palavras para atender às necessidades dos falantes
Sufixos verbais são os que derivam verbos; em contextos específicos.
Sufixo adverbial é o que deriva advérbio, esse existe apenas um: -mente Veja os neologismos num trecho do poema Amar, de Carlos Drummond de
Andrade:
Derivação Parassintética
Que pode uma criatura senão,
Faz-se pela anexação simultânea de prefixo e sufixo à palavra primitiva. senão entre criaturas, amar?
Exemplos: desalmado, entristecer. amar e esquecer,
A derivação parassintética só acontece quando os dois morfemas (prefixo amar e malamar,
e sufixo) se unem ao radical simultaneamente. Note que na pala- amar, desamar, amar?
vra desalmado houve parassíntese. É fácil perceber, pois não existe a sempre, e até de olhos vidrados, amar?
palavra desalma, da qual teria vindo desalmado, da mesma forma não Por Marina Cabral
existe a palavra almado, da qual também teria vin-
do desalmado.Portanto, ocorreu anexação de prefixo e sufixo ao mesmo EMPREGO DAS CLASSES DE PALAVRAS: SUBSTANTIVO,
tempo. ADJETIVO, NUMERAL, PRONOME, VERBO, ADVÉRBIO, PRE-
POSIÇÃO, CONJUNÇÃO (CLASSIFICAÇÃO E SENTIDO QUE
Derivação Regressiva
IMPRIMEM ÀS RELAÇÕES ENTRE AS ORAÇÕES).
Faz-se pela redução da palavra primitiva.
Exemplos: trabalho (trabalhar), choro (chorar). SUBSTANTIVOS
O processo de derivação regressiva produz os substantivos deverbais,
esses são substantivos derivados a partir de verbos.
Substantivo é a palavra variável em gênero, número e grau, que dá no-
Derivação Imprópria me aos seres em geral.

Forma-se quando uma palavra muda de classe gramatical sem que a São, portanto, substantivos.
forma da primitiva seja alterada. a) os nomes de coisas, pessoas, animais e lugares: livro, cadeira, cachorra,
Exemplos: O infeliz faltou ao serviço hoje. (adjetivo torna-se substantivo). Valéria, Talita, Humberto, Paris, Roma, Descalvado.
Não aceito um não como resposta. (advérbio torna-se substantivo, o arti- b) os nomes de ações, estados ou qualidades, tomados como seres: traba-
go um substantiva o advérbio). lho, corrida, tristeza beleza altura.

Composição CLASSIFICAÇÃO DOS SUBSTANTIVOS


a) COMUM - quando designa genericamente qualquer elemento da espé-
O processo de composição forma palavras através da junção de dois ou cie: rio, cidade, pais, menino, aluno
mais radicais. b) PRÓPRIO - quando designa especificamente um determinado elemento.
Exemplos: guarda-roupa, pombo-correio. Os substantivos próprios são sempre grafados com inicial maiúscula: To-
cantins, Porto Alegre, Brasil, Martini, Nair.
Há dois tipos de composição: aglutinação e justaposição. c) CONCRETO - quando designa os seres de existência real ou não,
propriamente ditos, tais como: coisas, pessoas, animais, lugares, etc. Ve-
Composição por Aglutinação rifique que é sempre possível visualizar em nossa mente o substantivo
concreto, mesmo que ele não possua existência real: casa, cadeira, ca-
Ocorre quando um dos radicais, ao se unirem, sofre alterações. neta, fada, bruxa, saci.
Exemplos: planalto (plano + alto), embora (em + boa + hora). d) ABSTRATO - quando designa as coisas que não existem por si, isto é,
só existem em nossa consciência, como fruto de uma abstração, sendo,
Composição por Justaposição pois, impossível visualizá-lo como um ser. Os substantivos abstratos vão,
portanto, designar ações, estados ou qualidades, tomados como seres:
Ocorre quando os radicais, ao se unirem, não sofrem alterações. trabalho, corrida, estudo, altura, largura, beleza.
Exemplos: pé-de-galinha, passatempo, cachorro-quente, girassol. Os substantivos abstratos, via de regra, são derivados de verbos ou ad-
jetivos
Outros processos trabalhar - trabalho
correr - corrida
Hibridismo alto - altura
belo - beleza
Ocorre quando os elementos que formam a palavra são de idiomas diferen-
tes. FORMAÇÃO DOS SUBSTANTIVOS
Exemplos: automóvel (auto= grego, móvel= latim), televisão (tele= grego, a) PRIMITIVO: quando não provém de outra palavra existente na língua

Português para Concursos 50 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
portuguesa: flor, pedra, ferro, casa, jornal. réstia - de alhos, de cebolas
b) DERIVADO: quando provem de outra palavra da língua portuguesa: récua - de animais de carga
florista, pedreiro, ferreiro, casebre, jornaleiro. romanceiro - de poesias populares
c) SIMPLES: quando é formado por um só radical: água, pé, couve, ódio, resma - de papel
tempo, sol. revoada - de pássaros
d) COMPOSTO: quando é formado por mais de um radical: água-de- súcia - de pessoas desonestas
colônia, pé-de-moleque, couve-flor, amor-perfeito, girassol. vara - de porcos
vocabulário - de palavras
COLETIVOS
Coletivo é o substantivo que, mesmo sendo singular, designa um gru- FLEXÃO DOS SUBSTANTIVOS
po de seres da mesma espécie. Como já assinalamos, os substantivos variam de gênero, número e
grau.
Veja alguns coletivos que merecem destaque:
alavão - de ovelhas leiteiras Gênero
alcateia - de lobos Em Português, o substantivo pode ser do gênero masculino ou femini-
álbum - de fotografias, de selos no: o lápis, o caderno, a borracha, a caneta.
antologia - de trechos literários escolhidos
armada - de navios de guerra Podemos classificar os substantivos em:
armento - de gado grande (búfalo, elefantes, etc) a) SUBSTANTIVOS BIFORMES, são os que apresentam duas formas,
arquipélago - de ilhas uma para o masculino, outra para o feminino:
assembleia - de parlamentares, de membros de associações aluno/aluna homem/mulher
atilho - de espigas de milho menino /menina carneiro/ovelha
atlas - de cartas geográficas, de mapas Quando a mudança de gênero não é marcada pela desinência, mas
banca - de examinadores pela alteração do radical, o substantivo denomina-se heterônimo:
bandeira - de garimpeiros, de exploradores de minérios padrinho/madrinha bode/cabra
bando - de aves, de pessoal em geral cavaleiro/amazona pai/mãe
cabido - de cônegos
cacho - de uvas, de bananas b) SUBSTANTIVOS UNIFORMES: são os que apresentam uma única
cáfila - de camelos forma, tanto para o masculino como para o feminino. Subdividem-se
cambada - de ladrões, de caranguejos, de chaves em:
cancioneiro - de poemas, de canções 1. Substantivos epicenos: são substantivos uniformes, que designam
caravana - de viajantes animais: onça, jacaré, tigre, borboleta, foca.
cardume - de peixes Caso se queira fazer a distinção entre o masculino e o feminino, de-
clero - de sacerdotes vemos acrescentar as palavras macho ou fêmea: onça macho, jacaré
colmeia - de abelhas fêmea
concílio - de bispos 2. Substantivos comuns de dois gêneros: são substantivos uniformes que
conclave - de cardeais em reunião para eleger o papa designam pessoas. Neste caso, a diferença de gênero é feita pelo arti-
congregação - de professores, de religiosos go, ou outro determinante qualquer: o artista, a artista, o estudante, a
congresso - de parlamentares, de cientistas estudante, este dentista.
conselho - de ministros 3. Substantivos sobrecomuns: são substantivos uniformes que designam
consistório - de cardeais sob a presidência do papa pessoas. Neste caso, a diferença de gênero não é especificada por ar-
constelação - de estrelas tigos ou outros determinantes, que serão invariáveis: a criança, o côn-
corja - de vadios juge, a pessoa, a criatura.
elenco - de artistas Caso se queira especificar o gênero, procede-se assim:
enxame - de abelhas uma criança do sexo masculino / o cônjuge do sexo feminino.
enxoval - de roupas
esquadra - de navios de guerra AIguns substantivos que apresentam problema quanto ao Gênero:
esquadrilha - de aviões
falange - de soldados, de anjos
farândola - de maltrapilhos São masculinos São femininos
fato - de cabras o anátema o grama (unidade de peso) a abusão a derme
o telefonema o dó (pena, compaixão) a aluvião a omoplata
fauna - de animais de uma região o teorema o ágape a análise a usucapião
feixe - de lenha, de raios luminosos o trema o caudal a cal a bacanal
flora - de vegetais de uma região o edema o champanha a cataplasma a líbido
frota - de navios mercantes, de táxis, de ônibus o eclipse o alvará a dinamite a sentinela
o lança-perfume o formicida a comichão a hélice
girândola - de fogos de artifício o fibroma o guaraná a aguardente
horda - de invasores, de selvagens, de bárbaros o estratagema o plasma
junta - de bois, médicos, de examinadores o proclama o clã
júri - de jurados
legião - de anjos, de soldados, de demônios Mudança de Gênero com mudança de sentido
malta - de desordeiros Alguns substantivos, quando mudam de gênero, mudam de sentido.
manada - de bois, de elefantes
matilha - de cães de caça Veja alguns exemplos:
ninhada - de pintos o cabeça (o chefe, o líder) a cabeça (parte do corpo)
nuvem - de gafanhotos, de fumaça o capital (dinheiro, bens) a capital (cidade principal)
panapaná - de borboletas o rádio (aparelho receptor) a rádio (estação transmissora)
o moral (ânimo) a moral (parte da Filosofia, conclusão)
pelotão - de soldados
o lotação (veículo) a lotação (capacidade)
penca - de bananas, de chaves o lente (o professor) a lente (vidro de aumento)
pinacoteca - de pinturas
plantel - de animais de raça, de atletas
Plural dos Nomes Simples
quadrilha - de ladrões, de bandidos
1. Aos substantivos terminados em vogal ou ditongo acrescenta-se S: casa,
ramalhete - de flores

Português para Concursos 51 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
casas; pai, pais; imã, imãs; mãe, mães.
2. Os substantivos terminados em ÃO formam o plural em: 3. Ambos os elementos são flexionados:
a) ÕES (a maioria deles e todos os aumentativos): balcão, balcões; cora- a) nos compostos de substantivo + substantivo: couve-flor, couves-
ção, corações; grandalhão, grandalhões. flores; redator-chefe, redatores-chefes; carta-compromisso, cartas-
b) ÃES (um pequeno número): cão, cães; capitão, capitães; guardião, compromissos.
guardiães. b) nos compostos de substantivo + adjetivo (ou vice-versa): amor-
c) ÃOS (todos os paroxítonos e um pequeno número de oxítonos): cristão, perfeito, amores-perfeitos; gentil-homem, gentis-homens; cara-
cristãos; irmão, irmãos; órfão, órfãos; sótão, sótãos. pálida, caras-pálidas.

Muitos substantivos com esta terminação apresentam mais de uma for- São invariáveis:
ma de plural: aldeão, aldeãos ou aldeães; charlatão, charlatões ou charla- a) os compostos de verbo + advérbio: o fala-pouco, os fala-pouco; o pi-
tães; ermitão, ermitãos ou ermitães; tabelião, tabeliões ou tabeliães, etc. sa-mansinho, os pisa-mansinho; o cola-tudo, os cola-tudo;
b) as expressões substantivas: o chove-não-molha, os chove-não-
3. Os substantivos terminados em M mudam o M para NS. armazém, molha; o não-bebe-nem-desocupa-o-copo, os não-bebe-nem-
armazéns; harém, haréns; jejum, jejuns. desocupa-o-copo;
4. Aos substantivos terminados em R, Z e N acrescenta-se-lhes ES: lar, c) os compostos de verbos antônimos: o leva-e-traz, os leva-e-traz; o
lares; xadrez, xadrezes; abdômen, abdomens (ou abdômenes); hífen, hí- perde-ganha, os perde-ganha.
fens (ou hífenes). Obs: Alguns compostos admitem mais de um plural, como é o caso
Obs: caráter, caracteres; Lúcifer, Lúciferes; cânon, cânones. por exemplo, de: fruta-pão, fruta-pães ou frutas-pães; guarda-
5. Os substantivos terminados em AL, EL, OL e UL o l por is: animal, ani- marinha, guarda-marinhas ou guardas-marinhas; padre-nosso, pa-
mais; papel, papéis; anzol, anzóis; paul, pauis. dres-nossos ou padre-nossos; salvo-conduto, salvos-condutos ou
Obs.: mal, males; real (moeda), reais; cônsul, cônsules. salvo-condutos; xeque-mate, xeques-mates ou xeques-mate.
6. Os substantivos paroxítonos terminados em IL fazem o plural em: fóssil,
fósseis; réptil, répteis. Adjetivos Compostos
Os substantivos oxítonos terminados em IL mudam o l para S: barril, bar- Nos adjetivos compostos, apenas o último elemento se flexiona.
ris; fuzil, fuzis; projétil, projéteis. Ex.:histórico-geográfico, histórico-geográficos; latino-americanos, latino-
7. Os substantivos terminados em S são invariáveis, quando paroxítonos: o americanos; cívico-militar, cívico-militares.
pires, os pires; o lápis, os lápis. Quando oxítonas ou monossílabos tôni- 1) Os adjetivos compostos referentes a cores são invariáveis, quando o
cos, junta-se-lhes ES, retira-se o acento gráfico, português, portugueses; segundo elemento é um substantivo: lentes verde-garrafa, tecidos
burguês, burgueses; mês, meses; ás, ases. amarelo-ouro, paredes azul-piscina.
São invariáveis: o cais, os cais; o xis, os xis. São invariáveis, também, os 2) No adjetivo composto surdo-mudo, os dois elementos variam: sur-
substantivos terminados em X com valor de KS: o tórax, os tórax; o ônix, dos-mudos > surdas-mudas.
os ônix. 3) O composto azul-marinho é invariável: gravatas azul-marinho.
8. Os diminutivos em ZINHO e ZITO fazem o plural flexionando-se o subs-
tantivo primitivo e o sufixo, suprimindo-se, porém, o S do substantivo
primitivo: coração, coraçõezinhos; papelzinho, papeizinhos; cãozinho,
Graus do substantivo
Dois são os graus do substantivo - o aumentativo e o diminutivo, os quais
cãezitos.
podem ser: sintéticos ou analíticos.
Substantivos só usados no plural
afazeres anais Analítico
arredores belas-artes Utiliza-se um adjetivo que indique o aumento ou a diminuição do tama-
cãs condolências nho: boca pequena, prédio imenso, livro grande.
confins exéquias
férias fezes Sintético
núpcias óculos Constrói-se com o auxílio de sufixos nominais aqui apresentados.
olheiras pêsames
viveres copas, espadas, ouros e paus (naipes)
Principais sufixos aumentativos
AÇA, AÇO, ALHÃO, ANZIL, ÃO, ARÉU, ARRA, ARRÃO, ASTRO, ÁZIO,
Plural dos Nomes Compostos ORRA, AZ, UÇA. Ex.: A barcaça, ricaço, grandalhão, corpanzil, caldeirão,
povaréu, bocarra, homenzarrão, poetastro, copázio, cabeçorra, lobaz, dentu-
1. Somente o último elemento varia: ça.
a) nos compostos grafados sem hífen: aguardente, aguardentes; clara-
boia, claraboias; malmequer, malmequeres; vaivém, vaivéns; Principais Sufixos Diminutivos
b) nos compostos com os prefixos grão, grã e bel: grão-mestre, grão- ACHO, CHULO, EBRE, ECO, EJO, ELA, ETE, ETO, ICO, TIM, ZINHO,
mestres; grã-cruz, grã-cruzes; bel-prazer, bel-prazeres; ISCO, ITO, OLA, OTE, UCHO, ULO, ÚNCULO, ULA, USCO. Exs.: lobacho,
c) nos compostos de verbo ou palavra invariável seguida de substanti- montículo, casebre, livresco, arejo, viela, vagonete, poemeto, burrico, flautim,
vo ou adjetivo: beija-flor, beija-flores; quebra-sol, quebra-sóis; guar- pratinho, florzinha, chuvisco, rapazito, bandeirola, saiote, papelucho, glóbulo,
da-comida, guarda-comidas; vice-reitor, vice-reitores; sempre-viva, homúncula, apícula, velhusco.
sempre-vivas. Nos compostos de palavras repetidas mela-mela, me-
la-melas; recoreco, recorecos; tique-tique, tique-tiques)
Observações:
• Alguns aumentativos e diminutivos, em determinados contextos, adqui-
2. Somente o primeiro elemento é flexionado:
rem valor pejorativo: medicastro, poetastro, velhusco, mulherzinha, etc.
a) nos compostos ligados por preposição: copo-de-leite, copos-de-leite;
Outros associam o valor aumentativo ao coletivo: povaréu, fogaréu,
pinho-de-riga, pinhos-de-riga; pé-de-meia, pés-de-meia; burro-sem-
etc.
rabo, burros-sem-rabo;
• É usual o emprego dos sufixos diminutivos dando às palavras valor a-
b) nos compostos de dois substantivos, o segundo indicando finalidade
fetivo: Joãozinho, amorzinho, etc.
ou limitando a significação do primeiro: pombo-correio, pombos-
• Há casos em que o sufixo aumentativo ou diminutivo é meramente
correio; navio-escola, navios-escola; peixe-espada, peixes-espada;
formal, pois não dão à palavra nenhum daqueles dois sentidos: cartaz,
banana-maçã, bananas-maçã.
ferrão, papelão, cartão, folhinha, etc.
A tendência moderna é de pluralizar os dois elementos: pombos-
• Muitos adjetivos flexionam-se para indicar os graus aumentativo e di-
correios, homens-rãs, navios-escolas, etc.
minutivo, quase sempre de maneira afetiva: bonitinho, grandinho, bon-
Português para Concursos 52 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
zinho, pequenito. - o superlativo

Apresentamos alguns substantivos heterônimos ou desconexos. Em lu- Comparativo


gar de indicarem o gênero pela flexão ou pelo artigo, apresentam radicais
Ao compararmos a qualidade de um ser com a de outro, ou com uma
diferentes para designar o sexo:
outra qualidade que o próprio ser possui, podemos concluir que ela é igual,
bode - cabra genro - nora
superior ou inferior. Daí os três tipos de comparativo:
burro - besta padre - madre
- Comparativo de igualdade:
carneiro - ovelha padrasto - madrasta
O espelho é tão valioso como (ou quanto) o vitral.
cão - cadela padrinho - madrinha
Pedro é tão saudável como (ou quanto) inteligente.
cavalheiro - dama pai - mãe
- Comparativo de superioridade:
compadre - comadre veado - cerva
O aço é mais resistente que (ou do que) o ferro.
frade - freira zangão - abelha
Este automóvel é mais confortável que (ou do que) econômico.
frei – soror etc.
- Comparativo de inferioridade:
A prata é menos valiosa que (ou do que) o ouro.
ADJETIVOS Este automóvel é menos econômico que (ou do que) confortável.

Ao expressarmos uma qualidade no seu mais elevado grau de intensi-


FLEXÃO DOS ADJETIVOS
dade, usamos o superlativo, que pode ser absoluto ou relativo:
- Superlativo absoluto
Gênero
Neste caso não comparamos a qualidade com a de outro ser:
Quanto ao gênero, o adjetivo pode ser:
Esta cidade é poluidíssima.
a) Uniforme: quando apresenta uma única forma para os dois gêne-
Esta cidade é muito poluída.
ros: homem inteligente - mulher inteligente; homem simples - mu-
- Superlativo relativo
lher simples; aluno feliz - aluna feliz.
Consideramos o elevado grau de uma qualidade, relacionando-a a
b) Biforme: quando apresenta duas formas: uma para o masculino, ou-
outros seres:
tra para o feminino: homem simpático / mulher simpática / homem
Este rio é o mais poluído de todos.
alto / mulher alta / aluno estudioso / aluna estudiosa
Este rio é o menos poluído de todos.
Observação: no que se refere ao gênero, a flexão dos adjetivos é se-
Observe que o superlativo absoluto pode ser sintético ou analítico:
melhante a dos substantivos.
- Analítico: expresso com o auxílio de um advérbio de intensidade -
muito trabalhador, excessivamente frágil, etc.
Número - Sintético: expresso por uma só palavra (adjetivo + sufixo) – anti-
a) Adjetivo simples quíssimo: cristianíssimo, sapientíssimo, etc.
Os adjetivos simples formam o plural da mesma maneira que os
substantivos simples: Os adjetivos: bom, mau, grande e pequeno possuem, para o compara-
pessoa honesta pessoas honestas tivo e o superlativo, as seguintes formas especiais:
regra fácil regras fáceis NORMAL COM. SUP. SUPERLATIVO
homem feliz homens felizes ABSOLUTO
Observação: os substantivos empregados como adjetivos ficam RELATIVO
invariáveis: bom melhor ótimo
blusa vinho blusas vinho melhor
camisa rosa camisas rosa mau pior péssimo
b) Adjetivos compostos pior
Como regra geral, nos adjetivos compostos somente o último ele- grande maior máximo
mento varia, tanto em gênero quanto em número: maior
acordos sócio-político-econômico pequeno menor mínimo
acordos sócio-político-econômicos
causa sócio-político-econômica
menor
causas sócio-político-econômicas
acordo luso-franco-brasileiro Eis, para consulta, alguns superlativos absolutos sintéticos:
acordo luso-franco-brasileiros acre - acérrimo ágil - agílimo
lente côncavo-convexa agradável - agradabilíssimo agudo - acutíssimo
lentes côncavo-convexas
camisa verde-clara
amargo - amaríssimo amável - amabilíssimo
camisas verde-claras amigo - amicíssimo antigo - antiquíssimo
sapato marrom-escuro áspero - aspérrimo atroz - atrocíssimo
sapatos marrom-escuros audaz - audacíssimo benéfico - beneficentíssimo
Observações: benévolo - benevolentíssimo capaz - capacíssimo
1) Se o último elemento for substantivo, o adjetivo composto fica invariável: célebre - celebérrimo cristão - cristianíssimo
camisa verde-abacate camisas verde-abacate cruel - crudelíssimo doce - dulcíssimo
sapato marrom-café sapatos marrom-café eficaz - eficacíssimo feroz - ferocíssimo
blusa amarelo-ouro blusas amarelo-ouro
2) Os adjetivos compostos azul-marinho e azul-celeste ficam invariáveis:
fiel - fidelíssimo frágil - fragilíssimo
blusa azul-marinho blusas azul-marinho frio - frigidíssimo humilde - humílimo (humildíssimo)
camisa azul-celeste camisas azul-celeste incrível - incredibilíssimo inimigo - inimicíssimo
3) No adjetivo composto (como já vimos) surdo-mudo, ambos os elementos íntegro - integérrimo jovem - juveníssimo
variam: livre - libérrimo magnífico - magnificentíssimo
menino surdo-mudo meninos surdos-mudos magro - macérrimo maléfico - maleficentíssimo
menina surda-muda meninas surdas-mudas manso - mansuetíssimo miúdo - minutíssimo
negro - nigérrimo (negríssimo) nobre - nobilíssimo
Graus do Adjetivo pessoal - personalíssimo pobre - paupérrimo (pobríssimo)
As variações de intensidade significativa dos adjetivos podem ser ex- possível - possibilíssimo preguiçoso - pigérrimo
pressas em dois graus: próspero - prospérrimo provável - probabilíssimo
- o comparativo público - publicíssimo pudico - pudicíssimo

Português para Concursos 53 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
sábio - sapientíssimo sagrado - sacratíssimo • Esta casa é antiga. (esta)
salubre - salubérrimo sensível - sensibilíssimo • Meu livro é antigo. (meu)
simples – simplicíssimo tenro - tenerissimo
terrível - terribilíssimo tétrico - tetérrimo Classificação dos Pronomes
velho - vetérrimo visível - visibilíssimo Há, em Português, seis espécies de pronomes:
voraz - voracíssimo vulnerável - vuInerabilíssimo • pessoais: eu, tu, ele/ela, nós, vós, eles/elas e as formas oblíquas
de tratamento:
Adjetivos Gentílicos e Pátrios • possessivos: meu, teu, seu, nosso, vosso, seu e flexões;
Argélia – argelino Bagdá - bagdali • demonstrativos: este, esse, aquele e flexões; isto, isso, aquilo;
Bizâncio - bizantino Bogotá - bogotano • relativos: o qual, cujo, quanto e flexões; que, quem, onde;
Bóston - bostoniano Braga - bracarense • indefinidos: algum, nenhum, todo, outro, muito, certo, pouco, vá-
Bragança - bragantino Brasília - brasiliense rios, tanto quanto, qualquer e flexões; alguém, ninguém, tudo, ou-
Bucareste - bucarestino, - Buenos Aires - portenho, buenairense trem, nada, cada, algo.
bucarestense Campos - campista • interrogativos: que, quem, qual, quanto, empregados em frases in-
Cairo - cairota Caracas - caraquenho terrogativas.
Canaã - cananeu Ceilão - cingalês
Catalunha - catalão Chipre - cipriota PRONOMES PESSOAIS
Chicago - chicaguense Córdova - cordovês Pronomes pessoais são aqueles que representam as pessoas do dis-
Coimbra - coimbrão, conim- Creta - cretense curso:
bricense Cuiabá - cuiabano 1ª pessoa: quem fala, o emissor.
Córsega - corso EI Salvador - salvadorenho Eu sai (eu)
Croácia - croata Espírito Santo - espírito-santense, Nós saímos (nós)
Egito - egípcio capixaba Convidaram-me (me)
Equador - equatoriano Évora - eborense Convidaram-nos (nós)
Filipinas - filipino Finlândia - finlandês 2ª pessoa: com quem se fala, o receptor.
Florianópolis - florianopolitano Formosa - formosano Tu saíste (tu)
Fortaleza - fortalezense Foz do lguaçu - iguaçuense Vós saístes (vós)
Gabão - gabonês Galiza - galego Convidaram-te (te)
Genebra - genebrino Gibraltar - gibraltarino Convidaram-vos (vós)
Goiânia - goianense Granada - granadino 3ª pessoa: de que ou de quem se fala, o referente.
Groenlândia - groenlandês Guatemala - guatemalteco Ele saiu (ele)
Guiné - guinéu, guineense Haiti - haitiano Eles sairam (eles)
Himalaia - himalaico Honduras - hondurenho Convidei-o (o)
Hungria - húngaro, magiar Ilhéus - ilheense Convidei-os (os)
Iraque - iraquiano Jerusalém - hierosolimita
João Pessoa - pessoense Juiz de Fora - juiz-forense Os pronomes pessoais são os seguintes:
La Paz - pacense, pacenho Lima - limenho
Macapá - macapaense Macau - macaense NÚMERO PESSOA CASO RETO CASO OBLÍQUO
Maceió - maceioense Madagáscar - malgaxe singular 1ª eu me, mim, comigo
Madri - madrileno Manaus - manauense 2ª tu te, ti, contigo
Marajó - marajoara Minho - minhoto 3ª ele, ela se, si, consigo, o, a, lhe
Moçambique - moçambicano Mônaco - monegasco plural 1ª nós nós, conosco
Montevidéu - montevideano Natal - natalense 2ª vós vós, convosco
3ª eles, elas se, si, consigo, os, as, lhes
Normândia - normando Nova lguaçu - iguaçuano
Pequim - pequinês Pisa - pisano
Porto - portuense Póvoa do Varzim - poveiro PRONOMES DE TRATAMENTO
Quito - quitenho Rio de Janeiro (Est.) - fluminense Na categoria dos pronomes pessoais, incluem-se os pronomes de tra-
Santiago - santiaguense Rio de Janeiro (cid.) - carioca tamento. Referem-se à pessoa a quem se fala, embora a concordância
São Paulo (Est.) - paulista Rio Grande do Norte - potiguar deva ser feita com a terceira pessoa. Convém notar que, exceção feita a
São Paulo (cid.) - paulistano Salvador – salvadorenho, soteropolitano você, esses pronomes são empregados no tratamento cerimonioso.
Terra do Fogo - fueguino Toledo - toledano
Três Corações - tricordiano Rio Grande do Sul - gaúcho Veja, a seguir, alguns desses pronomes:
Tripoli - tripolitano Varsóvia - varsoviano PRONOME ABREV. EMPREGO
Veneza - veneziano Vitória - vitoriense Vossa Alteza V. A. príncipes, duques
Vossa Eminência V .Ema cardeais
Vossa Excelência V.Exa altas autoridades em geral Vossa
Locuções Adjetivas
Magnificência V. Mag a reitores de universidades
As expressões de valor adjetivo, formadas de preposições mais subs- Vossa Reverendíssima V. Revma sacerdotes em geral
tantivos, chamam-se LOCUÇÕES ADJETIVAS. Estas, geralmente, podem Vossa Santidade V.S. papas
ser substituídas por um adjetivo correspondente. Vossa Senhoria V.Sa funcionários graduados
Vossa Majestade V.M. reis, imperadores
PRONOMES
São também pronomes de tratamento: o senhor, a senhora, você, vo-
cês.
Pronome é a palavra variável em gênero, número e pessoa, que re-
presenta ou acompanha o substantivo, indicando-o como pessoa do dis-
curso. Quando o pronome representa o substantivo, dizemos tratar-se de
EMPREGO DOS PRONOMES PESSOAIS
pronome substantivo. 1. Os pronomes pessoais do caso reto (EU, TU, ELE/ELA, NÓS, VÓS,
• Ele chegou. (ele) ELES/ELAS) devem ser empregados na função sintática de sujeito.
• Convidei-o. (o) Considera-se errado seu emprego como complemento:
Convidaram ELE para a festa (errado)
Quando o pronome vem determinando o substantivo, restringindo a ex- Receberam NÓS com atenção (errado)
tensão de seu significado, dizemos tratar-se de pronome adjetivo. EU cheguei atrasado (certo)
ELE compareceu à festa (certo)

Português para Concursos 54 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
2. Na função de complemento, usam-se os pronomes oblíquos e não os
pronomes retos: 8. As formas oblíquas O, A, OS, AS são sempre empregadas como
Convidei ELE (errado) complemento de verbos transitivos diretos, ao passo que as formas
Chamaram NÓS (errado) LHE, LHES são empregadas como complemento de verbos transitivos
Convidei-o. (certo) indiretos:
Chamaram-NOS. (certo) O menino convidou-a. (V.T.D )
3. Os pronomes retos (exceto EU e TU), quando antecipados de preposi- O filho obedece-lhe. (V.T. l )
ção, passam a funcionar como oblíquos. Neste caso, considera-se
correto seu emprego como complemento: Consideram-se erradas construções em que o pronome O (e flexões)
Informaram a ELE os reais motivos. aparece como complemento de verbos transitivos indiretos, assim como as
Emprestaram a NÓS os livros. construções em que o nome LHE (LHES) aparece como complemento de
Eles gostam muito de NÓS. verbos transitivos diretos:
4. As formas EU e TU só podem funcionar como sujeito. Considera-se Eu lhe vi ontem. (errado)
errado seu emprego como complemento: Nunca o obedeci. (errado)
Nunca houve desentendimento entre eu e tu. (errado) Eu o vi ontem. (certo)
Nunca houve desentendimento entre mim e ti. (certo) Nunca lhe obedeci. (certo)

Como regra prática, podemos propor o seguinte: quando precedidas 9. Há pouquíssimos casos em que o pronome oblíquo pode funcionar
de preposição, não se usam as formas retas EU e TU, mas as formas como sujeito. Isto ocorre com os verbos: deixar, fazer, ouvir, mandar,
oblíquas MIM e TI: sentir, ver, seguidos de infinitivo. O nome oblíquo será sujeito desse in-
Ninguém irá sem EU. (errado) finitivo:
Nunca houve discussões entre EU e TU. (errado) Deixei-o sair.
Ninguém irá sem MIM. (certo) Vi-o chegar.
Nunca houve discussões entre MIM e TI. (certo) Sofia deixou-se estar à janela.

Há, no entanto, um caso em que se empregam as formas retas EU e É fácil perceber a função do sujeito dos pronomes oblíquos, desenvol-
TU mesmo precedidas por preposição: quando essas formas funcionam vendo as orações reduzidas de infinitivo:
como sujeito de um verbo no infinitivo. Deixei-o sair = Deixei que ele saísse.
Deram o livro para EU ler (ler: sujeito) 10. Não se considera errada a repetição de pronomes oblíquos:
Deram o livro para TU leres (leres: sujeito) A mim, ninguém me engana.
A ti tocou-te a máquina mercante.
Verifique que, neste caso, o emprego das formas retas EU e TU é o-
brigatório, na medida em que tais pronomes exercem a função sintática de Nesses casos, a repetição do pronome oblíquo não constitui pleonas-
sujeito. mo vicioso e sim ênfase.
5. Os pronomes oblíquos SE, SI, CONSIGO devem ser empregados
somente como reflexivos. Considera-se errada qualquer construção 11. Muitas vezes os pronomes oblíquos equivalem a pronomes possessi-
em que os referidos pronomes não sejam reflexivos: vo, exercendo função sintática de adjunto adnominal:
Querida, gosto muito de SI. (errado) Roubaram-me o livro = Roubaram meu livro.
Preciso muito falar CONSIGO. (errado) Não escutei-lhe os conselhos = Não escutei os seus conselhos.
Querida, gosto muito de você. (certo)
Preciso muito falar com você. (certo) 12. As formas plurais NÓS e VÓS podem ser empregadas para represen-
tar uma única pessoa (singular), adquirindo valor cerimonioso ou de
Observe que nos exemplos que seguem não há erro algum, pois os modéstia:
pronomes SE, SI, CONSIGO, foram empregados como reflexivos: Nós - disse o prefeito - procuramos resolver o problema das enchen-
Ele feriu-se tes.
Cada um faça por si mesmo a redação Vós sois minha salvação, meu Deus!
O professor trouxe as provas consigo
13. Os pronomes de tratamento devem vir precedidos de VOSSA, quando
6. Os pronomes oblíquos CONOSCO e CONVOSCO são utilizados nos dirigimos à pessoa representada pelo pronome, e por SUA, quan-
normalmente em sua forma sintética. Caso haja palavra de reforço, tais do falamos dessa pessoa:
pronomes devem ser substituídos pela forma analítica: Ao encontrar o governador, perguntou-lhe:
Queriam falar conosco = Queriam falar com nós dois Vossa Excelência já aprovou os projetos?
Queriam conversar convosco = Queriam conversar com vós próprios. Sua Excelência, o governador, deverá estar presente na inauguração.

7. Os pronomes oblíquos podem aparecer combinados entre si. As 14. VOCÊ e os demais pronomes de tratamento (VOSSA MAJESTADE,
combinações possíveis são as seguintes: VOSSA ALTEZA) embora se refiram à pessoa com quem falamos (2ª
me+o=mo me + os = mos pessoa, portanto), do ponto de vista gramatical, comportam-se como
te+o=to te + os = tos pronomes de terceira pessoa:
lhe+o=lho lhe + os = lhos Você trouxe seus documentos?
nos + o = no-lo nos + os = no-los Vossa Excelência não precisa incomodar-se com seus problemas.
vos + o = vo-lo vos + os = vo-los
lhes + o = lho lhes + os = lhos COLOCAÇÃO DE PRONOMES
Em relação ao verbo, os pronomes átonos (ME, TE, SE, LHE, O, A,
A combinação também é possível com os pronomes oblíquos femini- NÓS, VÓS, LHES, OS, AS) podem ocupar três posições:
nos a, as. 1. Antes do verbo - próclise
me+a=ma me + as = mas Eu te observo há dias.
te+a=ta te + as = tas 2. Depois do verbo - ênclise
- Você pagou o livro ao livreiro? Observo-te há dias.
- Sim, paguei-LHO. 3. No interior do verbo - mesóclise
Observar-te-ei sempre.
Verifique que a forma combinada LHO resulta da fusão de LHE (que
representa o livreiro) com O (que representa o livro). Ênclise
Português para Concursos 55 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Na linguagem culta, a colocação que pode ser considerada normal é a Não me tenho levantado cedo.
ênclise: o pronome depois do verbo, funcionando como seu complemento
direto ou indireto. O uso do pronome átono solto entre o auxiliar e o infinitivo, ou entre o
O pai esperava-o na estação agitada. auxiliar e o gerúndio, já está generalizado, mesmo na linguagem culta.
Expliquei-lhe o motivo das férias. Outro aspecto evidente, sobretudo na linguagem coloquial e popular, é o
da colocação do pronome no início da oração, o que se deve evitar na
Ainda na linguagem culta, em escritos formais e de estilo cuidadoso, a linguagem escrita.
ênclise é a colocação recomendada nos seguintes casos:
1. Quando o verbo iniciar a oração: PRONOMES POSSESSIVOS
Voltei-me em seguida para o céu límpido.
Os pronomes possessivos referem-se às pessoas do discurso, atribu-
2. Quando o verbo iniciar a oração principal precedida de pausa:
indo-lhes a posse de alguma coisa.
Como eu achasse muito breve, explicou-se.
3. Com o imperativo afirmativo:
Quando digo, por exemplo, “meu livro”, a palavra “meu” informa que o
Companheiros, escutai-me.
livro pertence a 1ª pessoa (eu)
4. Com o infinitivo impessoal:
A menina não entendera que engorda-las seria apressar-lhes um
Eis as formas dos pronomes possessivos:
destino na mesa.
1ª pessoa singular: MEU, MINHA, MEUS, MINHAS.
5. Com o gerúndio, não precedido da preposição EM:
2ª pessoa singular: TEU, TUA, TEUS, TUAS.
E saltou, chamando-me pelo nome, conversou comigo.
3ª pessoa singular: SEU, SUA, SEUS, SUAS.
6. Com o verbo que inicia a coordenada assindética.
1ª pessoa plural: NOSSO, NOSSA, NOSSOS, NOSSAS.
A velha amiga trouxe um lenço, pediu-me uma pequena moeda de
2ª pessoa plural: VOSSO, VOSSA, VOSSOS, VOSSAS.
meio franco.
3ª pessoa plural: SEU, SUA, SEUS, SUAS.
Próclise
Os possessivos SEU(S), SUA(S) tanto podem referir-se à 3ª pessoa
Na linguagem culta, a próclise é recomendada:
(seu pai = o pai dele), como à 2ª pessoa do discurso (seu pai = o pai de
1. Quando o verbo estiver precedido de pronomes relativos, indefinidos,
você).
interrogativos e conjunções.
As crianças que me serviram durante anos eram bichos.
Por isso, toda vez que os ditos possessivos derem margem a ambigui-
Tudo me parecia que ia ser comida de avião.
dade, devem ser substituídos pelas expressões dele(s), dela(s).
Quem lhe ensinou esses modos?
Ex.:Você bem sabe que eu não sigo a opinião dele.
Quem os ouvia, não os amou.
A opinião dela era que Camilo devia tornar à casa deles.
Que lhes importa a eles a recompensa?
Eles batizaram com o nome delas as águas deste rio.
Emília tinha quatorze anos quando a vi pela primeira vez.
2. Nas orações optativas (que exprimem desejo):
Os possessivos devem ser usados com critério. Substituí-los pelos
Papai do céu o abençoe.
pronomes oblíquos comunica á frase desenvoltura e elegância.
A terra lhes seja leve.
Crispim Soares beijou-lhes as mãos agradecido (em vez de: beijou as
3. Com o gerúndio precedido da preposição EM:
suas mãos).
Em se animando, começa a contagiar-nos.
Não me respeitava a adolescência.
Bromil era o suco em se tratando de combater a tosse.
A repulsa estampava-se-lhe nos músculos da face.
4. Com advérbios pronunciados juntamente com o verbo, sem que haja
O vento vindo do mar acariciava-lhe os cabelos.
pausa entre eles.
Aquela voz sempre lhe comunicava vida nova.
Além da ideia de posse, podem ainda os pronomes exprimir:
Antes, falava-se tão-somente na aguardente da terra.
1. Cálculo aproximado, estimativa:
Ele poderá ter seus quarenta e cinco anos
Mesóclise 2. Familiaridade ou ironia, aludindo-se á personagem de uma história
Usa-se o pronome no interior das formas verbais do futuro do presente O nosso homem não se deu por vencido.
e do futuro do pretérito do indicativo, desde que estes verbos não estejam Chama-se Falcão o meu homem
precedidos de palavras que reclamem a próclise. 3. O mesmo que os indefinidos certo, algum
Lembrar-me-ei de alguns belos dias em Paris. Eu cá tenho minhas dúvidas
Dir-se-ia vir do oco da terra. Cornélio teve suas horas amargas
4. Afetividade, cortesia
Mas: Como vai, meu menino?
Não me lembrarei de alguns belos dias em Paris. Não os culpo, minha boa senhora, não os culpo
Jamais se diria vir do oco da terra.
Com essas formas verbais a ênclise é inadmissível: No plural usam-se os possessivos substantivados no sentido de paren-
Lembrarei-me (!?) tes de família.
Diria-se (!?) É assim que um moço deve zelar o nome dos seus?
Podem os possessivos ser modificados por um advérbio de intensida-
O Pronome Átono nas Locuções Verbais de.
1. Auxiliar + infinitivo ou gerúndio - o pronome pode vir proclítico ou Levaria a mão ao colar de pérolas, com aquele gesto tão seu, quando
enclítico ao auxiliar, ou depois do verbo principal. não sabia o que dizer.
Podemos contar-lhe o ocorrido.
Podemos-lhe contar o ocorrido. PRONOMES DEMONSTRATIVOS
Não lhes podemos contar o ocorrido. São aqueles que determinam, no tempo ou no espaço, a posição da
O menino foi-se descontraindo. coisa designada em relação à pessoa gramatical.
O menino foi descontraindo-se.
O menino não se foi descontraindo. Quando digo “este livro”, estou afirmando que o livro se encontra perto
2. Auxiliar + particípio passado - o pronome deve vir enclítico ou proclítico de mim a pessoa que fala. Por outro lado, “esse livro” indica que o livro
ao auxiliar, mas nunca enclítico ao particípio. está longe da pessoa que fala e próximo da que ouve; “aquele livro” indica
"Outro mérito do positivismo em relação a mim foi ter-me levado a que o livro está longe de ambas as pessoas.
Descartes ."
Tenho-me levantado cedo.
Português para Concursos 56 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Os pronomes demonstrativos são estes: usa-se este (ou variações) para a última pessoa ou coisa e aquele (ou
ESTE (e variações), isto = 1ª pessoa variações) para a primeira:
ESSE (e variações), isso = 2ª pessoa Ao conversar com lsabel e Luís, notei que este se encontrava nervoso
AQUELE (e variações), próprio (e variações) e aquela tranquila.
MESMO (e variações), próprio (e variações) 5. Os pronomes demonstrativos, quando regidos pela preposição DE,
SEMELHANTE (e variação), tal (e variação) pospostos a substantivos, usam-se apenas no plural:
Você teria coragem de proferir um palavrão desses, Rose?
Emprego dos Demonstrativos Com um frio destes não se pode sair de casa.
1. ESTE (e variações) e ISTO usam-se: Nunca vi uma coisa daquelas.
a) Para indicar o que está próximo ou junto da 1ª pessoa (aquela que 6. MESMO e PRÓPRIO variam em gênero e número quando têm caráter
fala). reforçativo:
Este documento que tenho nas mãos não é meu. Zilma mesma (ou própria) costura seus vestidos.
Isto que carregamos pesa 5 kg. Luís e Luísa mesmos (ou próprios) arrumam suas camas.
b) Para indicar o que está em nós ou o que nos abrange fisicamente: 7. O (e variações) é pronome demonstrativo quando equivale a AQUILO,
Este coração não pode me trair. ISSO ou AQUELE (e variações).
Esta alma não traz pecados. Nem tudo (aquilo) que reluz é ouro.
Tudo se fez por este país.. O (aquele) que tem muitos vícios tem muitos mestres.
c) Para indicar o momento em que falamos: Das meninas, Jeni a (aquela) que mais sobressaiu nos exames.
Neste instante estou tranquilo. A sorte é mulher e bem o (isso) demonstra de fato, ela não ama os
Deste minuto em diante vou modificar-me. homens superiores.
d) Para indicar tempo vindouro ou mesmo passado, mas próximo do 8. NISTO, em início de frase, significa ENTÃO, no mesmo instante:
momento em que falamos: A menina ia cair, nisto, o pai a segurou
Esta noite (= a noite vindoura) vou a um baile. 9. Tal é pronome demonstrativo quando tomado na acepção DE ESTE,
Esta noite (= a noite que passou) não dormi bem. ISTO, ESSE, ISSO, AQUELE, AQUILO.
Um dia destes estive em Porto Alegre. Tal era a situação do país.
e) Para indicar que o período de tempo é mais ou menos extenso e no Não disse tal.
qual se inclui o momento em que falamos: Tal não pôde comparecer.
Nesta semana não choveu.
Neste mês a inflação foi maior. Pronome adjetivo quando acompanha substantivo ou pronome (atitu-
Este ano será bom para nós. des tais merecem cadeia, esses tais merecem cadeia), quando acompanha
Este século terminará breve. QUE, formando a expressão que tal? (? que lhe parece?) em frases como
f) Para indicar aquilo de que estamos tratando: Que tal minha filha? Que tais minhas filhas? e quando correlativo DE QUAL
Este assunto já foi discutido ontem. ou OUTRO TAL:
Tudo isto que estou dizendo já é velho. Suas manias eram tais quais as minhas.
g) Para indicar aquilo que vamos mencionar: A mãe era tal quais as filhas.
Só posso lhe dizer isto: nada somos. Os filhos são tais qual o pai.
Os tipos de artigo são estes: definidos e indefinidos. Tal pai, tal filho.
2. ESSE (e variações) e ISSO usam-se: É pronome substantivo em frases como:
a) Para indicar o que está próximo ou junto da 2ª pessoa (aquela com Não encontrarei tal (= tal coisa).
quem se fala): Não creio em tal (= tal coisa)
Esse documento que tens na mão é teu?
Isso que carregas pesa 5 kg. PRONOMES RELATIVOS
b) Para indicar o que está na 2ª pessoa ou que a abrange fisicamente: Veja este exemplo:
Esse teu coração me traiu. Armando comprou a casa QUE lhe convinha.
Essa alma traz inúmeros pecados.
Quantos vivem nesse pais? A palavra que representa o nome casa, relacionando-se com o termo
c) Para indicar o que se encontra distante de nós, ou aquilo de que casa é um pronome relativo.
desejamos distância:
O povo já não confia nesses políticos. PRONOMES RELATIVOS são palavras que representam nomes já re-
Não quero mais pensar nisso. feridos, com os quais estão relacionados. Daí denominarem-se relativos.
d) Para indicar aquilo que já foi mencionado pela 2ª pessoa: A palavra que o pronome relativo representa chama-se antecedente.
Nessa tua pergunta muita matreirice se esconde. No exemplo dado, o antecedente é casa.
O que você quer dizer com isso? Outros exemplos de pronomes relativos:
e) Para indicar tempo passado, não muito próximo do momento em que Sejamos gratos a Deus, a quem tudo devemos.
falamos: O lugar onde paramos era deserto.
Um dia desses estive em Porto Alegre. Traga tudo quanto lhe pertence.
Comi naquele restaurante dia desses. Leve tantos ingressos quantos quiser.
f) Para indicar aquilo que já mencionamos: Posso saber o motivo por que (ou pelo qual) desistiu do concurso?
Fugir aos problemas? Isso não é do meu feitio.
Ainda hei de conseguir o que desejo, e esse dia não está muito distan- Eis o quadro dos pronomes relativos:
te.
3. AQUELE (e variações) e AQUILO usam-se: VARIÁVEIS INVARIÁVEIS
a) Para indicar o que está longe das duas primeiras pessoas e refere-se Masculino Feminino
á 3ª. o qual a qual quem
Aquele documento que lá está é teu? os quais as quais
Aquilo que eles carregam pesa 5 kg. cujo cujos cuja cujas que
b) Para indicar tempo passado mais ou menos distante. quanto quanta quantas onde
Naquele instante estava preocupado. quantos
Daquele instante em diante modifiquei-me.
Usamos, ainda, aquela semana, aquele mês, aquele ano, aquele Observações:
século, para exprimir que o tempo já decorreu. 1. O pronome relativo QUEM só se aplica a pessoas, tem antecedente,
4. Quando se faz referência a duas pessoas ou coisas já mencionadas, vem sempre antecedido de preposição, e equivale a O QUAL.
Português para Concursos 57 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
O médico de quem falo é meu conterrâneo. xões na língua portuguesa. Graças a isso, uma forma verbal pode trazer
2. Os pronomes CUJO, CUJA significam do qual, da qual, e precedem em si diversas informações. A forma CANTÁVAMOS, por exemplo, indica:
sempre um substantivo sem artigo. • a ação de cantar.
Qual será o animal cujo nome a autora não quis revelar? • a pessoa gramatical que pratica essa ação (nós).
3. QUANTO(s) e QUANTA(s) são pronomes relativos quando precedidos • o número gramatical (plural).
de um dos pronomes indefinidos tudo, tanto(s), tanta(s), todos, todas. • o tempo em que tal ação ocorreu (pretérito).
Tenho tudo quanto quero. • o modo como é encarada a ação: um fato realmente acontecido no
Leve tantos quantos precisar. passado (indicativo).
Nenhum ovo, de todos quantos levei, se quebrou. • que o sujeito pratica a ação (voz ativa).
4. ONDE, como pronome relativo, tem sempre antecedente e equivale a
EM QUE. Portanto, o verbo flexiona-se em número, pessoa, modo, tempo e voz.
A casa onde (= em que) moro foi de meu avô. 1. NÚMERO: o verbo admite singular e plural:
O menino olhou para o animal com olhos alegres. (singular).
Os meninos olharam para o animal com olhos alegres. (plural).
PRONOMES INDEFINIDOS 2. PESSOA: servem de sujeito ao verbo as três pessoas gramaticais:
Estes pronomes se referem à 3ª pessoa do discurso, designando-a de 1ª pessoa: aquela que fala. Pode ser
modo vago, impreciso, indeterminado. a) do singular - corresponde ao pronome pessoal EU. Ex.: Eu adormeço.
1. São pronomes indefinidos substantivos: ALGO, ALGUÉM, FULANO, b) do plural - corresponde ao pronome pessoal NÓS. Ex.: Nós adorme-
SICRANO, BELTRANO, NADA, NINGUÉM, OUTREM, QUEM, TUDO cemos.
Exemplos: 2ª pessoa: aquela que ouve. Pode ser
Algo o incomoda? a) do singular - corresponde ao pronome pessoal TU. Ex.:Tu adormeces.
Acreditam em tudo o que fulano diz ou sicrano escreve. b) do plural - corresponde ao pronome pessoal VÓS. Ex.:Vós adorme-
Não faças a outrem o que não queres que te façam. ceis.
Quem avisa amigo é. 3ª pessoa: aquela de quem se fala. Pode ser
Encontrei quem me pode ajudar. a) do singular - corresponde aos pronomes pessoais ELE, ELA. Ex.: Ela
Ele gosta de quem o elogia. adormece.
2. São pronomes indefinidos adjetivos: CADA, CERTO, CERTOS, CER- b) do plural - corresponde aos pronomes pessoas ELES, ELAS. Ex.: Eles
TA CERTAS. adormecem.
Cada povo tem seus costumes. 3. MODO: é a propriedade que tem o verbo de indicar a atitude do falante
Certas pessoas exercem várias profissões. em relação ao fato que comunica. Há três modos em português.
Certo dia apareceu em casa um repórter famoso. a) indicativo: a atitude do falante é de certeza diante do fato.
A cachorra Baleia corria na frente.
PRONOMES INTERROGATIVOS b) subjuntivo: a atitude do falante é de dúvida diante do fato.
Aparecem em frases interrogativas. Como os indefinidos, referem-se Talvez a cachorra Baleia corra na frente .
de modo impreciso à 3ª pessoa do discurso. c) imperativo: o fato é enunciado como uma ordem, um conselho, um
Exemplos: pedido
Que há? Corra na frente, Baleia.
Que dia é hoje? 4. TEMPO: é a propriedade que tem o verbo de localizar o fato no tempo,
Reagir contra quê? em relação ao momento em que se fala. Os três tempos básicos são:
Por que motivo não veio? a) presente: a ação ocorre no momento em que se fala:
Quem foi? Fecho os olhos, agito a cabeça.
Qual será? b) pretérito (passado): a ação transcorreu num momento anterior àquele
Quantos vêm? em que se fala:
Quantas irmãs tens? Fechei os olhos, agitei a cabeça.
c) futuro: a ação poderá ocorrer após o momento em que se fala:
Fecharei os olhos, agitarei a cabeça.
VERBO
O pretérito e o futuro admitem subdivisões, o que não ocorre com o
presente.
CONCEITO
“As palavras em destaque no texto abaixo exprimem ações, situando- Veja o esquema dos tempos simples em português:
as no tempo. Presente (falo)
Queixei-me de baratas. Uma senhora ouviu-me a queixa. Deu-me a INDICATIVO Pretérito perfeito ( falei)
receita de como matá-las. Que misturasse em partes iguais açúcar, farinha Imperfeito (falava)
e gesso. A farinha e o açúcar as atrairiam, o gesso esturricaria dentro elas. Mais- que-perfeito (falara)
Assim fiz. Morreram.” Futuro do presente (falarei)
(Clarice Lispector) do pretérito (falaria)
Presente (fale)
Essas palavras são verbos. O verbo também pode exprimir: SUBJUNTIVO Pretérito imperfeito (falasse)
a) Estado: Futuro (falar)
Não sou alegre nem sou triste.
Sou poeta. Há ainda três formas que não exprimem exatamente o tempo em que
b) Mudança de estado: se dá o fato expresso. São as formas nominais, que completam o esquema
Meu avô foi buscar ouro. dos tempos simples.
Mas o ouro virou terra. Infinitivo impessoal (falar)
c) Fenômeno: Pessoal (falar eu, falares tu, etc.)
Chove. O céu dorme. FORMAS NOMINAIS Gerúndio (falando)
Particípio (falado)
VERBO é a palavra variável que exprime ação, estado, mudança de 5. VOZ: o sujeito do verbo pode ser:
estado e fenômeno, situando-se no tempo. a) agente do fato expresso.
O carroceiro disse um palavrão.
FLEXÕES (sujeito agente)
O verbo é a classe de palavras que apresenta o maior número de fle- O verbo está na voz ativa.

Português para Concursos 58 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
b) paciente do fato expresso: Havia (e não HÁ) muito tempo que a policia o procurava.
Um palavrão foi dito pelo carroceiro. 4) REALIZAR-SE
(sujeito paciente) Houve festas e jogos.
O verbo está na voz passiva. Se não chovesse, teria havido outros espetáculos.
c) agente e paciente do fato expresso: Todas as noites havia ensaios das escolas de samba.
O carroceiro machucou-se. 5) Ser possível, existir possibilidade ou motivo (em frases negativas e
(sujeito agente e paciente) seguido de infinitivo):
O verbo está na voz reflexiva. Em pontos de ciência não há transigir.
6. FORMAS RIZOTÔNICAS E ARRIZOTÔNICAS: dá-se o nome de Não há contê-lo, então, no ímpeto.
rizotônica à forma verbal cujo acento tônico está no radical. Não havia descrer na sinceridade de ambos.
Falo - Estudam. Mas olha, Tomásia, que não há fiar nestas afeiçõezinhas.
Dá-se o nome de arrizotônica à forma verbal cujo acento tônico está E não houve convencê-lo do contrário.
fora do radical. Não havia por que ficar ali a recriminar-se.
Falamos - Estudarei.
7. CLASSIFICACÃO DOS VERBOS: os verbos classificam-se em: Como impessoal o verbo HAVER forma ainda a locução adverbial de
a) regulares - são aqueles que possuem as desinências normais de sua há muito (= desde muito tempo, há muito tempo):
conjugação e cuja flexão não provoca alterações no radical: canto - De há muito que esta árvore não dá frutos.
cantei - cantarei – cantava - cantasse. De há muito não o vejo.
b) irregulares - são aqueles cuja flexão provoca alterações no radical ou
nas desinências: faço - fiz - farei - fizesse. O verbo HAVER transmite a sua impessoalidade aos verbos que com
c) defectivos - são aqueles que não apresentam conjugação completa, ele formam locução, os quais, por isso, permanecem invariáveis na 3ª
como por exemplo, os verbos falir, abolir e os verbos que indicam fe- pessoa do singular:
nômenos naturais, como CHOVER, TROVEJAR, etc. Vai haver eleições em outubro.
d) abundantes - são aqueles que possuem mais de uma forma com o Começou a haver reclamações.
mesmo valor. Geralmente, essa característica ocorre no particípio: ma- Não pode haver umas sem as outras.
tado - morto - enxugado - enxuto. Parecia haver mais curiosos do que interessados.
e) anômalos - são aqueles que incluem mais de um radical em sua con- Mas haveria outros defeitos, devia haver outros.
jugação.
verbo ser: sou - fui A expressão correta é HAJA VISTA, e não HAJA VISTO. Pode ser
verbo ir: vou - ia construída de três modos:
Hajam vista os livros desse autor.
QUANTO À EXISTÊNCIA OU NÃO DO SUJEITO Haja vista os livros desse autor.
Haja vista aos livros desse autor.
1. Pessoais: são aqueles que se referem a qualquer sujeito implícito ou
explícito. Quase todos os verbos são pessoais.
O Nino apareceu na porta. CONVERSÃO DA VOZ ATIVA NA PASSIVA
2. Impessoais: são aqueles que não se referem a qualquer sujeito implíci- Pode-se mudar a voz ativa na passiva sem alterar substancialmente o
to ou explícito. São utilizados sempre na 3ª pessoa. São impessoais: sentido da frase.
a) verbos que indicam fenômenos meteorológicos: chover, nevar, ventar, Exemplo:
etc. Gutenberg inventou a imprensa. (voz ativa)
Garoava na madrugada roxa. A imprensa foi inventada por Gutenberg. (voz passiva)
b) HAVER, no sentido de existir, ocorrer, acontecer:
Houve um espetáculo ontem. Observe que o objeto direto será o sujeito da passiva, o sujeito da ati-
Há alunos na sala. va passará a agente da passiva e o verbo assumirá a forma passiva,
Havia o céu, havia a terra, muita gente e mais Anica com seus olhos conservando o mesmo tempo.
claros.
c) FAZER, indicando tempo decorrido ou fenômeno meteorológico. Outros exemplos:
Fazia dois anos que eu estava casado. Os calores intensos provocam as chuvas.
Faz muito frio nesta região? As chuvas são provocadas pelos calores intensos.
Eu o acompanharei.
O VERBO HAVER (empregado impessoalmente) Ele será acompanhado por mim.
Todos te louvariam.
O verbo haver é impessoal - sendo, portanto, usado invariavelmente
Serias louvado por todos.
na 3ª pessoa do singular - quando significa:
Prejudicaram-me.
1) EXISTIR
Fui prejudicado.
Há pessoas que nos querem bem.
Condenar-te-iam.
Criaturas infalíveis nunca houve nem haverá.
Serias condenado.
Brigavam à toa, sem que houvesse motivos sérios.
Livros, havia-os de sobra; o que faltava eram leitores.
EMPREGO DOS TEMPOS VERBAIS
2) ACONTECER, SUCEDER
a) Presente
Houve casos difíceis na minha profissão de médico.
Emprega-se o presente do indicativo para assinalar:
Não haja desavenças entre vós.
- um fato que ocorre no momento em que se fala.
Naquele presídio havia frequentes rebeliões de presos.
Eles estudam silenciosamente.
3) DECORRER, FAZER, com referência ao tempo passado:
Eles estão estudando silenciosamente.
Há meses que não o vejo.
- uma ação habitual.
Haverá nove dias que ele nos visitou.
Corra todas as manhãs.
Havia já duas semanas que Marcos não trabalhava.
- uma verdade universal (ou tida como tal):
O fato aconteceu há cerca de oito meses.
O homem é mortal.
Quando pode ser substituído por FAZIA, o verbo HAVER concorda no
A mulher ama ou odeia, não há outra alternativa.
pretérito imperfeito, e não no presente:
- fatos já passados. Usa-se o presente em lugar do pretérito para dar
Havia (e não HÁ) meses que a escola estava fechada.
maior realce à narrativa.
Morávamos ali havia (e não HÁ) dois anos.
Em 1748, Montesquieu publica a obra "O Espírito das Leis".
Ela conseguira emprego havia (e não HÁ) pouco tempo.
É o chamado presente histórico ou narrativo.

Português para Concursos 59 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
- fatos futuros não muito distantes, ou mesmo incertos: és estás tens hás
Amanhã vou à escola. é está tem há
Qualquer dia eu te telefono. somos estamos temos havemos
b) Pretérito Imperfeito sois estais tendes haveis
Emprega-se o pretérito imperfeito do indicativo para designar: são estão têm hão
- um fato passado contínuo, habitual, permanente: PRETÉRITO PERFEITO
era estava tinha havia
Ele andava à toa.
eras estavas tinhas havias
Nós vendíamos sempre fiado.
era estava tinha havia
- um fato passado, mas de incerta localização no tempo. É o que ocorre éramos estávamos tínhamos havíamos
por exemplo, no inicio das fábulas, lendas, histórias infantis. éreis estáveis tínheis havíes
Era uma vez... eram estavam tinham haviam
- um fato presente em relação a outro fato passado. PRETÉRITO PERFEITO SIMPLES
Eu lia quando ele chegou. fui estive tive houve
c) Pretérito Perfeito foste estiveste tiveste houveste
Emprega-se o pretérito perfeito do indicativo para referir um fato já foi esteve teve houve
ocorrido, concluído. fomos estivemos tivemos houvemos
Estudei a noite inteira. fostes estivestes tivestes houvestes
Usa-se a forma composta para indicar uma ação que se prolonga até o foram estiveram tiveram houveram
momento presente. PRETÉRITO PERFEITO COMPOSTO
Tenho estudado todas as noites. tenho sido tenho estado tenho tido tenho havido
d) Pretérito mais-que-perfeito tens sido tens estado tens tido tens havido
tem sido tem estado tem tido tem havido
Chama-se mais-que-perfeito porque indica uma ação passada em
temos sido temos estado temos tido temos havido
relação a outro fato passado (ou seja, é o passado do passado): tendes sido tendes estado tendes tido tendes havido
A bola já ultrapassara a linha quando o jogador a alcançou. têm sido têm estado têm tido têm havido
e) Futuro do Presente PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO SIMPLES
Emprega-se o futuro do presente do indicativo para apontar um fato fora estivera tivera houvera
futuro em relação ao momento em que se fala. foras estiveras tiveras houveras
Irei à escola. fora estivera tivera houvera
f) Futuro do Pretérito fôramos estivéramos tivéramos houvéramos
Emprega-se o futuro do pretérito do indicativo para assinalar: fôreis estivéreis tivéreis houvéreis
- um fato futuro, em relação a outro fato passado. foram estiveram tiveram houveram
- Eu jogaria se não tivesse chovido. PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO COMPOSTO
- um fato futuro, mas duvidoso, incerto. tinha, tinhas, tinha, tínhamos, tínheis, tinham (+sido, estado, tido , havido)
- Seria realmente agradável ter de sair? FUTURO DO PRESENTE SIMPLES
Um fato presente: nesse caso, o futuro do pretérito indica polidez e às serei estarei terei haverei
vezes, ironia. serás estarás terás haverá
será estará terá haverá
- Daria para fazer silêncio?!
seremos estaremos teremos haveremos
sereis estareis tereis havereis
Modo Subjuntivo serão estarão terão haverão
a) Presente FUTURO DO PRESENTE COMPOSTO
Emprega-se o presente do subjuntivo para mostrar: terei, terás, terá, teremos, tereis, terão, (+sido, estado, tido, havido)
- um fato presente, mas duvidoso, incerto. FUTURO DO
Talvez eles estudem... não sei. PRETÉRITO
- um desejo, uma vontade: SIMPLES
Que eles estudem, este é o desejo dos pais e dos professores. seria estaria teria haveria
b) Pretérito Imperfeito serias estarias terias haverias
Emprega-se o pretérito imperfeito do subjuntivo para indicar uma seria estaria teria haveria
hipótese, uma condição. seríamos estaríamos teríamos haveríamos
Se eu estudasse, a história seria outra. serieis estaríeis teríeis haveríeis
seriam estariam teriam haveriam
Nós combinamos que se chovesse não haveria jogo.
FUTURO DO PRETÉRITO COMPOSTO
e) Pretérito Perfeito
teria, terias, teria, teríamos, teríeis, teriam (+ sido, estado, tido, havido)
Emprega-se o pretérito perfeito composto do subjuntivo para apontar PRESENTE SUBJUNTIVO
um fato passado, mas incerto, hipotético, duvidoso (que são, afinal, as seja esteja tenha haja
características do modo subjuntivo). sejas estejas tenhas hajas
Que tenha estudado bastante é o que espero. seja esteja tenha haja
d) Pretérito Mais-Que-Perfeito - Emprega-se o pretérito mais-que-perfeito sejamos estejamos tenhamos hajamos
do subjuntivo para indicar um fato passado em relação a outro fato sejais estejais tenhais hajais
passado, sempre de acordo com as regras típicas do modo subjuntivo: sejam estejam tenham hajam
Se não tivéssemos saído da sala, teríamos terminado a prova tranqui- PRETÉRITO IMPERFEITO SIMPLES
lamente. fosse estivesse tivesse houvesse
e) Futuro fosses estivesses tivesses houvesses
Emprega-se o futuro do subjuntivo para indicar um fato futuro já con- fosse estivesse tivesse houvesse
cluído em relação a outro fato futuro. fôssemos estivéssemos tivéssemos houvéssemos
Quando eu voltar, saberei o que fazer. fôsseis estivésseis tivésseis houvésseis
fossem estivessem tivessem houvessem
PRETÉRITO PERFEITO COMPOSTO
VERBOS AUXILIARES tenha, tenhas, tenha, tenhamos, tenhais, tenham (+ sido, estado, tido, havido)
INDICATIVO PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO COMPOSTO
tivesse, tivesses, tivesses, tivéssemos, tivésseis, tivessem ( + sido, estado,
tido, havido)
SER ESTAR TER HAVER FUTURO SIMPLES
PRESENTE se eu for se eu estiver se eu tiver se eu houver
sou estou tenho hei se tu fores se tu estiveres se tu tiveres se tu houveres

Português para Concursos 60 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
se ele for se ele estiver se ele tiver se ele houver tinha, tinhas, tinha, tínhamos, tínheis, tinham (+ cantando, vendido, partido)
se nós formos se nós estiver- se nós tivermos se nós houver- Obs.: Também se conjugam com o auxiliar haver.
mos mos FUTURO DO PRESENTE SIMPLES
se vós fordes se vós estiver- se vós tiverdes se vós houver- cantarei venderei partirei
des des cantarás venderás partirás
se eles forem se eles estive- se eles tiverem se eles houve- cantará venderá partirá
rem rem cantaremos venderemos partiremos
FUTURO COMPOSTO cantareis vendereis partireis
tiver, tiveres, tiver, tivermos, tiverdes, tiverem (+sido, estado, tido, havido) cantarão venderão partirão
AFIRMATIVO IMPERATIVO FUTURO DO PRESENTE COMPOSTO
sê tu está tu tem tu há tu terei, terás, terá, teremos, tereis, terão (+ cantado, vendido, partido)
seja você esteja você tenha você haja você Obs.: Também se conjugam com o auxiliar haver.
sejamos nós estejamos nós tenhamos nós hajamos nós FUTURO DO PRETÉRITO SIMPLES
sede vós estai vós tende vós havei vós cantaria venderia partiria
sejam vocês estejam vocês tenham vocês hajam vocês cantarias venderias partirias
NEGATIVO cantaria venderia partiria
não sejas tu não estejas tu não tenhas tu não hajas tu cantaríamos venderíamos partiríamos
não seja você não esteja você não tenha você não haja você cantaríeis venderíeis partiríeis
não sejamos nós não estejamos não tenhamos não hajamos cantariam venderiam partiriam
nós nós nós FUTURO DO PRETÉRITO COMPOSTO
não sejais vós não estejais vós não tenhais vós não hajais vós teria, terias, teria, teríamos, teríeis, teriam (+ cantado, vendido, partido)
não sejam vocês não estejam não tenham não hajam vocês FUTURO DO PRETÉRITO COMPOSTO
vocês vocês teria, terias, teria, teríamos, teríeis, teriam, (+ cantado, vendido, partido)
IMPESSOAL INFINITIVO Obs.: também se conjugam com o auxiliar haver.
ser estar ter haver PRESENTE SUBJUNTIVO
IMPESSOAL COMPOSTO cante venda parta
Ter sido ter estado ter tido ter havido cantes vendas partas
PESSOAL cante venda parta
ser estar ter haver cantemos vendamos partamos
seres estares teres haveres canteis vendais partais
ser estar ter haver cantem vendam partam
sermos estarmos termos havermos PRETÉRITO IMPERFEITO
serdes estardes terdes haverdes cantasse vendesse partisse
serem estarem terem haverem cantasses vendesses partisses
SIMPLES GERÚNDIO cantasse vendesse partisse
sendo estando tendo havendo cantássemos vendêssemos partíssemos
COMPOSTO cantásseis vendêsseis partísseis
tendo sido tendo estado tendo tido tendo havido cantassem vendessem partissem
PARTICÍPIO PRETÉRITO PERFEITO COMPOSTO
sido estado tido havido tenha, tenhas, tenha, tenhamos, tenhais, tenham (+ cantado, vendido, parti-
do)
CONJUGAÇÕES VERBAIS Obs.: também se conjugam com o auxiliar haver.
FUTURO SIMPLES
cantar vender partir
INDICATIVO cantares venderes partires
PRESENTE cantar vender partir
canto vendo parto cantarmos vendermos partimos
cantas vendes partes cantardes venderdes partirdes
canta vende parte cantarem venderem partirem
cantamos vendemos partimos FUTURO COMPOSTO
cantais vendeis partis tiver, tiveres, tiver, tivermos, tiverdes, tiverem (+ cantado, vendido, partido)
cantam vendem partem AFIRMATIVO IMPERATIVO
PRETÉRITO IMPERFEITO canta vende parte
cantava vendia partia cante venda parta
cantavas vendias partias cantemos vendamos partamos
cantava vendia partia cantai vendei parti
cantávamos vendíamos partíamos cantem vendam partam
cantáveis vendíeis partíeis NEGATIVO
cantavam vendiam partiam não cantes não vendas não partas
PRETÉRITO PERFEITO SIMPLES não cante não venda não parta
cantei vendi parti não cantemos não vendamos não partamos
cantaste vendeste partiste não canteis não vendais não partais
cantou vendeu partiu não cantem não vendam não partam
cantamos vendemos partimos
cantastes vendestes partistes
cantaram venderam partiram INFINITIVO IMPESSOAL SIMPLES
PRETÉRITO PERFEITO COMPOSTO
tenho, tens, tem, temos, tendes, têm (+ cantado, vendido, partido) PRESENTE
PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO SIMPLES cantar vender partir
cantara vendera partira INFINITIVO PESSOAL SIMPLES - PRESENTE FLEXIONADO
cantaras venderas partiras cantar vender partir
cantara vendera partira cantares venderes partires
cantáramos vendêramos partíramos cantar vender partir
cantáreis vendêreis partíreis cantarmos vendermos partirmos
cantaram venderam partiram cantardes venderdes partirdes
PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO COMPOSTO cantarem venderem partirem
INFINITIVO IMPESSOAL COMPOSTO - PRETÉRITO IMPESSOAL

Português para Concursos 61 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
ter (ou haver), cantado, vendido, partido tivesse cantado tivesse vendido tivesse partido
INFINITIVO PESSOAL COMPOSTO - PRETÉRITO PESSOAL tivesses cantado tivesses vendido tivesses partido
ter, teres, ter, termos, terdes, terem (+ cantado, vendido, partido) tivesse cantado tivesse vendido tivesse partido
GERÚNDIO SIMPLES - PRESENTE tivéssemos cantado tivéssemos vendido tivéssemos partido
cantando vendendo partindo tivésseis cantado tivésseis vendido tivésseis partido
GERÚNDIO COMPOSTO - PRETÉRITO tivessem cantado tivessem vendido tivessem partido
tendo (ou havendo), cantado, vendido, partido
PARTICÍPIO 3) FUTURO COMPOSTO. Formado do FUTURO SIMPLES DO SUBJUN-
cantado vendido partido TIVO do verbo ter (ou haver) com o PARTICÍPIO do verbo principal:

tiver cantado tiver vendido tiver partido


Formação dos tempos compostos tiveres cantado tiveres vendido tiveres partido
tiver cantado tiver vendido tiver partido
tivermos cantado tivermos vendido tivermos partido
Com os verbos ter ou haver tiverdes cantado tiverdes vendido tiverdes partido
Da Página 3 Pedagogia & Comunicação tiverem cantado tiverem vendido tiverem partido
Entre os tempos compostos da voz ativa merecem realce particular aque-
les que são constituídos de formas do verbo ter (ou, mais raramente, FORMAS NOMINAIS
haver) com o particípio do verbo que se quer conjugar, porque é costume
1) INFINITIVO IMPESSOAL COMPOSTO (PRETÉRITO IMPESSOAL).
incluí-los nos próprios paradigmas de conjugação: Formado do INFINITIVO IMPESSOAL do verbo ter (ou haver) com o PAR-
TICÍPIO do verbo principal:
MODO INDICATIVO
ter cantado ter vendido ter partido
1) PRETÉRITO PERFEITO COMPOSTO. Formado do PRESENTE DO
INDICATIVO do verbo ter com o PARTICÍPIO do verbo principal: 2) INFINITIVO PESSOAL COMPOSTO (OU PRETÉRITO PESSOAL).
Formado do INFINITIVO PESSOAL do verbo ter (ou haver) com o PARTI-
tenho cantado tenho vendido tenho partido CÍPIO do verbo principal:
tens cantado tens vendido tens partido
tem cantado tem vendido tem partido ter cantado ter vendido ter partido
temos cantado temos vendido temos partido teres cantado teres vendido teres partido
tendes cantado tendes vendido tendes partido ter cantado ter vendido ter partido
têm cantado têm vendido têm partido termos cantado termos vendido termos partido
terdes cantado terdes vendido terdes partido
2) PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO COMPOSTO. Formado do IMPER- terem cantado terem vendido terem partido
FEITO DO INDICATIVO do verbo ter. (ou haver) com o PARTICÍPIO do
verbo principal: 3) GERÚNDIO COMPOSTO (PRETÉRITO). Formado do GERÚNDIO do
verbo ter (ou haver) com o PARTICÍPIO do verbo principal:
tinha cantado tinha vendido tinha partido
tinhas cantado tinhas vendido tinhas .partido tendo cantado tendo vendido tendo partido
tinha cantado tinha vendido tinha partido
Fonte: Nova Gramática do Português Contemporâneo, Celso Cunha e
tínhamos cantado tínhamos vendido tínhamos partido
Lindley Cintra, Editora Nova Fronteira, 2ª edição, 29ª impressão.
tínheis cantado tínheis vendido tínheis partido
tinham cantado tinham vendido tinham partido

3) FUTURO DO PRESENTE COMPOSTO. Formado do FUTURO DO VERBOS IRREGULARES


PRESENTE SIMPLES do verbo ter (ou haver) com o PARTICÍPIO do verbo
principal: DAR
Presente do indicativo dou, dás, dá, damos, dais, dão
terei cantado terei vendido terei partido Pretérito perfeito dei, deste, deu, demos, destes, deram
terás cantado terás vendido terás, partido Pretérito mais-que-perfeito dera, deras, dera, déramos, déreis, deram
terá cantado terá vendido terá partido Presente do subjuntivo dê, dês, dê, demos, deis, dêem
teremos cantado teremos vendido teremos partido Imperfeito do subjuntivo desse, desses, desse, déssemos, désseis, dessem
tereis cantado tereis vendido tereis , partido Futuro do subjuntivo der, deres, der, dermos, derdes, derem
terão cantado terão vendido terão partido
MOBILIAR
4) FUTURO DO PRETÉRITO COMPOSTO. Formado do FUTURO DO Presente do indicativo mobilio, mobílias, mobília, mobiliamos, mobiliais, mobiliam
PRETÉRITO SIMPLES do verbo ter (ou haver) com o PARTICÍPIO do verbo Presente do subjuntivo mobilie, mobilies, mobílie, mobiliemos, mobilieis, mobiliem
principal: Imperativo mobília, mobilie, mobiliemos, mobiliai, mobiliem
teria cantado teria vendido teria partido AGUAR
terias cantado terias vendido terias partido Presente do indicativo águo, águas, água, aguamos, aguais, águam
teria cantado teria vendido teria partido Pretérito perfeito aguei, aguaste, aguou, aguamos, aguastes, aguaram
teríamos cantado teríamos vendido teríamos partido Presente do subjuntivo águe, agues, ague, aguemos, agueis, águem
teríeis cantado teríeis vendido teríeis partido
teriam cantado teriam vendido teriam partido MAGOAR
Presente do indicativo magoo, magoas, magoa, magoamos, magoais, magoam
MODO SUBJUNTIVO
Pretérito perfeito magoei, magoaste, magoou, magoamos, magoastes,
1) PRETÉRITO PERFEITO. Formado do PRESENTE DO SUBJUNTIVO do magoaram
verbo ter (ou haver) com o PARTICÍPIO do verbo principal: Presente do subjuntivo magoe, magoes, magoe, magoemos, magoeis, magoem
Conjugam-se como magoar, abençoar, abotoar, caçoar, voar e perdoar
tenha cantado tenha vendido tenha
tenhas cantado tenhas vendido tenhas partido APIEDAR-SE
tenha cantado tenha vendido tenha partido Presente do indicativo: apiado-me, apiadas-te, apiada-se, apiedamo-nos, apiedais-
tenhamos cantado tenhamos vendido tenhamos partido vos, apiadam-se
tenhais cantado tenhais vendido tenhais partido Presente do subjuntivo apiade-me, apiades-te, apiade-se, apiedemo-nos, apiedei-
tenham cantado vendido tenham partido vos, apiedem-se
Nas formas rizotônicas, o E do radical é substituído por A
2) PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO. Formado do IMPERFEITO DO
SUBJUNTIVO do verbo ter (ou haver) com o PARTICÍPIO do verbo princi- MOSCAR
pal: Presente do indicativo musco, muscas, musca, moscamos, moscais, muscam
Presente do subjuntivo musque, musques, musque, mosquemos, mosqueis, mus-

Português para Concursos 62 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
quem Conjugam-se como fazer, desfazer, refazer satisfazer
Nas formas rizotônicas, o O do radical é substituído por U
PERDER
RESFOLEGAR Presente do indicativo perco, perdes, perde, perdemos, perdeis, perdem
Presente do indicativo resfolgo, resfolgas, resfolga, resfolegamos, resfolegais, Presente do subjuntivo perca, percas, perca, percamos, percais. percam
resfolgam Imperativo afirmativo perde, perca, percamos, perdei, percam
Presente do subjuntivo resfolgue, resfolgues, resfolgue, resfoleguemos, resfolegueis,
resfolguem PODER
Nas formas rizotônicas, o E do radical desaparece Presente do Indicativo posso, podes, pode, podemos, podeis, podem
Pretérito Imperfeito podia, podias, podia, podíamos, podíeis, podiam
NOMEAR Pretérito perfeito pude, pudeste, pôde, pudemos, pudestes, puderam
Presente da indicativo nomeio, nomeias, nomeia, nomeamos, nomeais, nomeiam Pretérito mais-que-perfeito pudera, puderas, pudera, pudéramos, pudéreis,
Pretérito imperfeito nomeava, nomeavas, nomeava, nomeávamos, nomeáveis, puderam
nomeavam Presente do subjuntivo possa, possas, possa, possamos, possais, possam
Pretérito perfeito nomeei, nomeaste, nomeou, nomeamos, nomeastes, Pretérito imperfeito pudesse, pudesses, pudesse, pudéssemos, pudésseis,
nomearam pudessem
Presente do subjuntivo nomeie, nomeies, nomeie, nomeemos, nomeeis, nomeiem Futuro puder, puderes, puder, pudermos, puderdes, puderem
Imperativo afirmativo nomeia, nomeie, nomeemos, nomeai, nomeiem Infinitivo pessoal pode, poderes, poder, podermos, poderdes, poderem
Conjugam-se como nomear, cear, hastear, peritear, recear, passear Gerúndio podendo
Particípio podido
COPIAR O verbo PODER não se apresenta conjugado nem no imperativo afirmativo nem no
Presente do indicativo copio, copias, copia, copiamos, copiais, copiam imperativo negativo
Pretérito imperfeito copiei, copiaste, copiou, copiamos, copiastes, copiaram
Pretérito mais-que-perfeito copiara, copiaras, copiara, copiáramos, copiá- PROVER
reis, copiaram Presente do indicativo provejo, provês, provê, provemos, provedes, provêem
Presente do subjuntivo copie, copies, copie, copiemos, copieis, copiem Pretérito imperfeito provia, provias, provia, províamos, províeis, proviam
Imperativo afirmativo copia, copie, copiemos, copiai, copiem Pretérito perfeito provi, proveste, proveu, provemos, provestes, proveram
Pretérito mais-que-perfeito provera, proveras, provera, provêramos, provê-
ODIAR reis, proveram
Presente do indicativo odeio, odeias, odeia, odiamos, odiais, odeiam Futuro do presente proverei, proverás, proverá, proveremos, provereis, proverão
Pretérito imperfeito odiava, odiavas, odiava, odiávamos, odiáveis, odiavam Futuro do pretérito proveria, proverias, proveria, proveríamos, proveríeis,
Pretérito perfeito odiei, odiaste, odiou, odiamos, odiastes, odiaram proveriam
Pretérito mais-que-perfeito odiara, odiaras, odiara, odiáramos, odiáreis, Imperativo provê, proveja, provejamos, provede, provejam
odiaram Presente do subjuntivo proveja, provejas, proveja, provejamos, provejais. provejam
Presente do subjuntivo odeie, odeies, odeie, odiemos, odieis, odeiem Pretérito imperfeito provesse, provesses, provesse, provêssemos, provêsseis,
Conjugam-se como odiar, mediar, remediar, incendiar, ansiar provessem
Futuro prover, proveres, prover, provermos, proverdes, proverem
CABER Gerúndio provendo
Presente do indicativo caibo, cabes, cabe, cabemos, cabeis, cabem Particípio provido
Pretérito perfeito coube, coubeste, coube, coubemos, coubestes, couberam
Pretérito mais-que-perfeito coubera, couberas, coubera, coubéramos, QUERER
coubéreis, couberam Presente do indicativo quero, queres, quer, queremos, quereis, querem
Presente do subjuntivo caiba, caibas, caiba, caibamos, caibais, caibam Pretérito perfeito quis, quiseste, quis, quisemos, quisestes, quiseram
Imperfeito do subjuntivo coubesse, coubesses, coubesse, coubéssemos, coubésseis, Pretérito mais-que-perfeito quisera, quiseras, quisera, quiséramos, quisé-
coubessem reis, quiseram
Futuro do subjuntivo couber, couberes, couber, coubermos, couberdes, coube- Presente do subjuntivo queira, queiras, queira, queiramos, queirais, queiram
rem Pretérito imperfeito quisesse, quisesses, quisesse, quiséssemos quisésseis,
O verbo CABER não se apresenta conjugado nem no imperativo afirmativo nem no quisessem
imperativo negativo Futuro quiser, quiseres, quiser, quisermos, quiserdes, quiserem

CRER REQUERER
Presente do indicativo creio, crês, crê, cremos, credes, crêem Presente do indicativo requeiro, requeres, requer, requeremos, requereis. reque-
Presente do subjuntivo creia, creias, creia, creiamos, creiais, creiam rem
Imperativo afirmativo crê, creia, creiamos, crede, creiam Pretérito perfeito requeri, requereste, requereu, requeremos, requereste,
Conjugam-se como crer, ler e descrer requereram
Pretérito mais-que-perfeito requerera, requereras, requerera, requerera-
DIZER mos, requerereis, requereram
Presente do indicativo digo, dizes, diz, dizemos, dizeis, dizem Futuro do presente requererei, requererás requererá, requereremos, requere-
Pretérito perfeito disse, disseste, disse, dissemos, dissestes, disseram reis, requererão
Pretérito mais-que-perfeito dissera, disseras, dissera, disséramos, dissé- Futuro do pretérito requereria, requererias, requereria, requereríamos, requere-
reis, disseram ríeis, requereriam
Futuro do presente direi, dirás, dirá, diremos, direis, dirão Imperativo requere, requeira, requeiramos, requerer, requeiram
Futuro do pretérito diria, dirias, diria, diríamos, diríeis, diriam Presente do subjuntivo requeira, requeiras, requeira, requeiramos, requeirais,
Presente do subjuntivo diga, digas, diga, digamos, digais, digam requeiram
Pretérito imperfeito dissesse, dissesses, dissesse, disséssemos, dissésseis, Pretérito Imperfeito requeresse, requeresses, requeresse, requerêssemos,
dissesse requerêsseis, requeressem,
Futuro disser, disseres, disser, dissermos, disserdes, disserem Futuro requerer, requereres, requerer, requerermos, requererdes,
Particípio dito requerem
Conjugam-se como dizer, bendizer, desdizer, predizer, maldizer Gerúndio requerendo
Particípio requerido
FAZER O verbo REQUERER não se conjuga como querer.
Presente do indicativo faço, fazes, faz, fazemos, fazeis, fazem
Pretérito perfeito fiz, fizeste, fez, fizemos fizestes, fizeram REAVER
Pretérito mais-que-perfeito fizera, fizeras, fizera, fizéramos, fizéreis, fizeram Presente do indicativo reavemos, reaveis
Futuro do presente farei, farás, fará, faremos, fareis, farão Pretérito perfeito reouve, reouveste, reouve, reouvemos, reouvestes, reouve-
Futuro do pretérito faria, farias, faria, faríamos, faríeis, fariam ram
Imperativo afirmativo faze, faça, façamos, fazei, façam Pretérito mais-que-perfeito reouvera, reouveras, reouvera, reouvéramos, reouvéreis,
Presente do subjuntivo faça, faças, faça, façamos, façais, façam reouveram
Imperfeito do subjuntivo fizesse, fizesses, fizesse, fizéssemos, fizésseis, Pretérito imperf. do subjuntivo reouvesse, reouvesses, reouvesse, reouvéssemos, reou-
fizessem vésseis, reouvessem
Futuro do subjuntivo fizer, fizeres, fizer, fizermos, fizerdes, fizerem Futuro reouver, reouveres, reouver, reouvermos, reouverdes,

Português para Concursos 63 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
reouverem
O verbo REAVER conjuga-se como haver, mas só nas formas em que esse apre- FALIR
senta a letra v Presente do indicativo falimos, falis
Pretérito imperfeito falia, falias, falia, falíamos, falíeis, faliam
SABER Pretérito mais-que-perfeito falira, faliras, falira, falíramos, falireis, faliram
Presente do indicativo sei, sabes, sabe, sabemos, sabeis, sabem Pretérito perfeito fali, faliste, faliu, falimos, falistes, faliram
Pretérito perfeito soube, soubeste, soube, soubemos, soubestes, souberam Futuro do presente falirei, falirás, falirá, faliremos, falireis, falirão
Pretérito mais-que-perfeito soubera, souberas, soubera, soubéramos, Futuro do pretérito faliria, falirias, faliria, faliríamos, faliríeis, faliriam
soubéreis, souberam Presente do subjuntivo não há
Pretérito imperfeito sabia, sabias, sabia, sabíamos, sabíeis, sabiam Pretérito imperfeito falisse, falisses, falisse, falíssemos, falísseis, falissem
Presente do subjuntivo soubesse, soubesses, soubesse, soubéssemos, soubésseis, Futuro falir, falires, falir, falirmos, falirdes, falirem
soubessem Imperativo afirmativo fali (vós)
Futuro souber, souberes, souber, soubermos, souberdes, soube- Imperativo negativo não há
rem Infinitivo pessoal falir, falires, falir, falirmos, falirdes, falirem
Gerúndio falindo
VALER Particípio falido
Presente do indicativo valho, vales, vale, valemos, valeis, valem
Presente do subjuntivo valha, valhas, valha, valhamos, valhais, valham FERIR
Imperativo afirmativo vale, valha, valhamos, valei, valham Presente do indicativo firo, feres, fere, ferimos, feris, ferem
Presente do subjuntivo fira, firas, fira, firamos, firais, firam
TRAZER Conjugam-se como FERIR: competir, vestir, inserir e seus derivados.
Presente do indicativo trago, trazes, traz, trazemos, trazeis, trazem
Pretérito imperfeito trazia, trazias, trazia, trazíamos, trazíeis, traziam MENTIR
Pretérito perfeito trouxe, trouxeste, trouxe, trouxemos, trouxestes, trouxeram Presente do indicativo minto, mentes, mente, mentimos, mentis, mentem
Pretérito mais-que-perfeito trouxera, trouxeras, trouxera, trouxéramos, Presente do subjuntivo minta, mintas, minta, mintamos, mintais, mintam
trouxéreis, trouxeram Imperativo mente, minta, mintamos, menti, mintam
Futuro do presente trarei, trarás, trará, traremos, trareis, trarão Conjugam-se como MENTIR: sentir, cerzir, competir, consentir, pressentir.
Futuro do pretérito traria, trarias, traria, traríamos, traríeis, trariam
Imperativo traze, traga, tragamos, trazei, tragam FUGIR
Presente do subjuntivo traga, tragas, traga, tragamos, tragais, tragam Presente do indicativo fujo, foges, foge, fugimos, fugis, fogem
Pretérito imperfeito trouxesse, trouxesses, trouxesse, trouxéssemos, trouxés- Imperativo foge, fuja, fujamos, fugi, fujam
seis, trouxessem Presente do subjuntivo fuja, fujas, fuja, fujamos, fujais, fujam
Futuro trouxer, trouxeres, trouxer, trouxermos, trouxerdes, trouxe-
rem IR
Infinitivo pessoal trazer, trazeres, trazer, trazermos, trazerdes, trazerem Presente do indicativo vou, vais, vai, vamos, ides, vão
Gerúndio trazendo Pretérito imperfeito ia, ias, ia, íamos, íeis, iam
Particípio trazido Pretérito perfeito fui, foste, foi, fomos, fostes, foram
Pretérito mais-que-perfeito fora, foras, fora, fôramos, fôreis, foram
VER Futuro do presente irei, irás, irá, iremos, ireis, irão
Presente do indicativo vejo, vês, vê, vemos, vedes, vêem Futuro do pretérito iria, irias, iria, iríamos, iríeis, iriam
Pretérito perfeito vi, viste, viu, vimos, vistes, viram Imperativo afirmativo vai, vá, vamos, ide, vão
Pretérito mais-que-perfeito vira, viras, vira, viramos, vireis, viram Imperativo negativo não vão, não vá, não vamos, não vades, não vão
Imperativo afirmativo vê, veja, vejamos, vede vós, vejam vocês Presente do subjuntivo vá, vás, vá, vamos, vades, vão
Presente do subjuntivo veja, vejas, veja, vejamos, vejais, vejam Pretérito imperfeito fosse, fosses, fosse, fôssemos, fôsseis, fossem
Pretérito imperfeito visse, visses, visse, víssemos, vísseis, vissem Futuro for, fores, for, formos, fordes, forem
Futuro vir, vires, vir, virmos, virdes, virem Infinitivo pessoal ir, ires, ir, irmos, irdes, irem
Particípio visto Gerúndio indo
Particípio ido
ABOLIR
Presente do indicativo aboles, abole abolimos, abolis, abolem OUVIR
Pretérito imperfeito abolia, abolias, abolia, abolíamos, abolíeis, aboliam Presente do indicativo ouço, ouves, ouve, ouvimos, ouvis, ouvem
Pretérito perfeito aboli, aboliste, aboliu, abolimos, abolistes, aboliram Presente do subjuntivo ouça, ouças, ouça, ouçamos, ouçais, ouçam
Pretérito mais-que-perfeito abolira, aboliras, abolira, abolíramos, abolíreis, Imperativo ouve, ouça, ouçamos, ouvi, ouçam
aboliram Particípio ouvido
Futuro do presente abolirei, abolirás, abolirá, aboliremos, abolireis, abolirão
Futuro do pretérito aboliria, abolirias, aboliria, aboliríamos, aboliríeis, aboliriam PEDIR
Presente do subjuntivo não há Presente do indicativo peço, pedes, pede, pedimos, pedis, pedem
Presente imperfeito abolisse, abolisses, abolisse, abolíssemos, abolísseis, Pretérito perfeito pedi, pediste, pediu, pedimos, pedistes, pediram
abolissem Presente do subjuntivo peça, peças, peça, peçamos, peçais, peçam
Futuro abolir, abolires, abolir, abolirmos, abolirdes, abolirem Imperativo pede, peça, peçamos, pedi, peçam
Imperativo afirmativo abole, aboli Conjugam-se como pedir: medir, despedir, impedir, expedir
Imperativo negativo não há
Infinitivo pessoal abolir, abolires, abolir, abolirmos, abolirdes, abolirem POLIR
Infinitivo impessoal abolir Presente do indicativo pulo, pules, pule, polimos, polis, pulem
Gerúndio abolindo Presente do subjuntivo pula, pulas, pula, pulamos, pulais, pulam
Particípio abolido Imperativo pule, pula, pulamos, poli, pulam
O verbo ABOLIR é conjugado só nas formas em que depois do L do radical há E ou
I. REMIR
Presente do indicativo redimo, redimes, redime, redimimos, redimis, redimem
AGREDIR Presente do subjuntivo redima, redimas, redima, redimamos, redimais, redimam
Presente do indicativo agrido, agrides, agride, agredimos, agredis, agridem
Presente do subjuntivo agrida, agridas, agrida, agridamos, agridais, agridam RIR
Imperativo agride, agrida, agridamos, agredi, agridam Presente do indicativo rio, ris, ri, rimos, rides, riem
Nas formas rizotônicas, o verbo AGREDIR apresenta o E do radical substituído por I. Pretérito imperfeito ria, rias, ria, riamos, ríeis, riam
Pretérito perfeito ri, riste, riu, rimos, ristes, riram
COBRIR Pretérito mais-que-perfeito rira, riras, rira, ríramos, rireis, riram
Presente do indicativo cubro, cobres, cobre, cobrimos, cobris, cobrem Futuro do presente rirei, rirás, rirá, riremos, rireis, rirão
Presente do subjuntivo cubra, cubras, cubra, cubramos, cubrais, cubram Futuro do pretérito riria, ririas, riria, riríamos, riríeis, ririam
Imperativo cobre, cubra, cubramos, cobri, cubram Imperativo afirmativo ri, ria, riamos, ride, riam
Particípio coberto Presente do subjuntivo ria, rias, ria, riamos, riais, riam
Conjugam-se como COBRIR, dormir, tossir, descobrir, engolir Pretérito imperfeito risse, risses, risse, ríssemos, rísseis, rissem

Português para Concursos 64 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Futuro rir, rires, rir, rirmos, rirdes, rirem 1) DE EXCLUSÃO - só, salvo, apenas, senão, etc.
Infinitivo pessoal rir, rires, rir, rirmos, rirdes, rirem 2) DE INCLUSÃO - também, até, mesmo, inclusive, etc.
Gerúndio rindo 3) DE SITUAÇÃO - mas, então, agora, afinal, etc.
Particípio rido
4) DE DESIGNAÇÃO - eis.
Conjuga-se como rir: sorrir
5) DE RETIFICAÇÃO - aliás, isto é, ou melhor, ou antes, etc.
VIR 6) DE REALCE - cá, lá, sã, é que, ainda, mas, etc.
Presente do indicativo venho, vens, vem, vimos, vindes, vêm Você lá sabe o que está dizendo, homem...
Pretérito imperfeito vinha, vinhas, vinha, vínhamos, vínheis, vinham Mas que olhos lindos!
Pretérito perfeito vim, vieste, veio, viemos, viestes, vieram Veja só que maravilha!
Pretérito mais-que-perfeito viera, vieras, viera, viéramos, viéreis, vieram
Futuro do presente virei, virás, virá, viremos, vireis, virão
Futuro do pretérito viria, virias, viria, viríamos, viríeis, viriam NUMERAL
Imperativo afirmativo vem, venha, venhamos, vinde, venham
Presente do subjuntivo venha, venhas, venha, venhamos, venhais, venham
Pretérito imperfeito viesse, viesses, viesse, viéssemos, viésseis, viessem Numeral é a palavra que indica quantidade, ordem, múltiplo ou fração.
Futuro vier, vieres, vier, viermos, vierdes, vierem
Infinitivo pessoal vir, vires, vir, virmos, virdes, virem O numeral classifica-se em:
Gerúndio vindo - cardinal - quando indica quantidade.
Particípio vindo - ordinal - quando indica ordem.
Conjugam-se como vir: intervir, advir, convir, provir, sobrevir - multiplicativo - quando indica multiplicação.
- fracionário - quando indica fracionamento.
SUMIR
Presente do indicativo sumo, somes, some, sumimos, sumis, somem
Presente do subjuntivo suma, sumas, suma, sumamos, sumais, sumam Exemplos:
Imperativo some, suma, sumamos, sumi, sumam Silvia comprou dois livros.
Conjugam-se como SUMIR: subir, acudir, bulir, escapulir, fugir, consumir, cuspir Antônio marcou o primeiro gol.
Na semana seguinte, o anel custará o dobro do preço.
ADVÉRBIO O galinheiro ocupava um quarto da quintal.

Advérbio é a palavra que modifica a verbo, o adjetivo ou o próprio ad-


vérbio, exprimindo uma circunstância.
QUADRO BÁSICO DOS NUMERAIS
Os advérbios dividem-se em:
1) LUGAR: aqui, cá, lá, acolá, ali, aí, aquém, além, algures, alhures, Algarismos Numerais
nenhures, atrás, fora, dentro, perto, longe, adiante, diante, onde, avan- Roma- Arábi- Cardinais Ordinais Multiplica- Fracionários
te, através, defronte, aonde, etc. nos cos tivos
2) TEMPO: hoje, amanhã, depois, antes, agora, anteontem, sempre, I 1 um primeiro simples -
nunca, já, cedo, logo, tarde, ora, afinal, outrora, então, amiúde, breve, II 2 dois segundo duplo meio
brevemente, entrementes, raramente, imediatamente, etc. dobro
3) MODO: bem, mal, assim, depressa, devagar, como, debalde, pior, III 3 três terceiro tríplice terço
melhor, suavemente, tenazmente, comumente, etc. IV 4 quatro quarto quádruplo quarto
4) ITENSIDADE: muito, pouco, assaz, mais, menos, tão, bastante, dema- V 5 cinco quinto quíntuplo quinto
siado, meio, completamente, profundamente, quanto, quão, tanto, VI 6 seis sexto sêxtuplo sexto
bem, mal, quase, apenas, etc.
VII 7 sete sétimo sétuplo sétimo
5) AFIRMAÇÃO: sim, deveras, certamente, realmente, efefivamente, etc.
VIII 8 oito oitavo óctuplo oitavo
6) NEGAÇÃO: não.
IX 9 nove nono nônuplo nono
7) DÚVIDA: talvez, acaso, porventura, possivelmente, quiçá, decerto,
provavelmente, etc. X 10 dez décimo décuplo décimo
XI 11 onze décimo onze avos
Há Muitas Locuções Adverbiais primeiro
1) DE LUGAR: à esquerda, à direita, à tona, à distância, à frente, à entra- XII 12 doze décimo doze avos
da, à saída, ao lado, ao fundo, ao longo, de fora, de lado, etc. segundo
2) TEMPO: em breve, nunca mais, hoje em dia, de tarde, à tarde, à noite, XIII 13 treze décimo treze avos
às ave-marias, ao entardecer, de manhã, de noite, por ora, por fim, de terceiro
repente, de vez em quando, de longe em longe, etc. XIV 14 quatorze décimo quatorze
3) MODO: à vontade, à toa, ao léu, ao acaso, a contento, a esmo, de quarto avos
bom grado, de cor, de mansinho, de chofre, a rigor, de preferência, em XV 15 quinze décimo quinze avos
geral, a cada passo, às avessas, ao invés, às claras, a pique, a olhos quinto
vistos, de propósito, de súbito, por um triz, etc. XVI 16 dezesseis décimo dezesseis
4) MEIO OU INSTRUMENTO: a pau, a pé, a cavalo, a martelo, a máqui- sexto avos
na, a tinta, a paulada, a mão, a facadas, a picareta, etc. XVII 17 dezessete décimo dezessete
5) AFIRMAÇÃO: na verdade, de fato, de certo, etc. sétimo avos
6) NEGAÇAO: de modo algum, de modo nenhum, em hipótese alguma, XVIII 18 dezoito décimo dezoito avos
etc. oitavo
7) DÚVIDA: por certo, quem sabe, com certeza, etc. XIX 19 dezenove décimo nono dezenove
avos
Advérbios Interrogativos XX 20 vinte vigésimo vinte avos
Onde?, aonde?, donde?, quando?, porque?, como? XXX 30 trinta trigésimo trinta avos
XL 40 quarenta quadragé- quarenta
Palavras Denotativas simo avos
Certas palavras, por não se poderem enquadrar entre os advérbios, te- L 50 cinquenta quinquagé- cinquenta
rão classificação à parte. São palavras que denotam exclusão, inclusão, simo avos
situação, designação, realce, retificação, afetividade, etc. LX 60 sessenta sexagésimo sessenta

Português para Concursos 65 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
avos
LXX 70 setenta septuagési- setenta avos lsoladamente, os artigos são palavras de todo vazias de sentido.
mo
LXXX 80 oitenta octogésimo oitenta avos
XC 90 noventa nonagésimo noventa
CONJUNÇÃO
avos
C 100 cem centésimo centésimo Conjunção é a palavra que une duas ou mais orações.
CC 200 duzentos ducentésimo ducentésimo
Coniunções Coordenativas
CCC 300 trezentos trecentésimo trecentésimo
1) ADITIVAS: e, nem, também, mas, também, etc.
CD 400 quatrocen- quadringen- quadringen-
2) ADVERSATIVAS: mas, porém, contudo, todavia, entretanto,
tos tésimo tésimo
senão, no entanto, etc.
D 500 quinhen- quingenté- quingenté- 3) ALTERNATIVAS: ou, ou.., ou, ora... ora, já... já, quer, quer,
tos simo simo etc.
DC 600 seiscentos sexcentési- sexcentési- 4) CONCLUSIVAS. logo, pois, portanto, por conseguinte, por
mo mo consequência.
DCC 700 setecen- septingenté- septingenté- 5) EXPLICATIVAS: isto é, por exemplo, a saber, que, porque,
tos simo simo pois, etc.
DCCC 800 oitocentos octingenté- octingenté-
simo simo Conjunções Subordinativas
CM 900 novecen- nongentési- nongentési- 1) CONDICIONAIS: se, caso, salvo se, contanto que, uma vez que, etc.
tos mo mo 2) CAUSAIS: porque, já que, visto que, que, pois, porquanto, etc.
M 1000 mil milésimo milésimo 3) COMPARATIVAS: como, assim como, tal qual, tal como, mais que, etc.
4) CONFORMATIVAS: segundo, conforme, consoante, como, etc.
Emprego do Numeral 5) CONCESSIVAS: embora, ainda que, mesmo que, posto que, se bem que,
Na sucessão de papas, reis, príncipes, anos, séculos, capítulos, etc. etc.
empregam-se de 1 a 10 os ordinais. 6) INTEGRANTES: que, se, etc.
João Paulo I I (segundo) ano lll (ano terceiro) 7) FINAIS: para que, a fim de que, que, etc.
Luis X (décimo) ano I (primeiro) 8) CONSECUTIVAS: tal... qual, tão... que, tamanho... que, de sorte que, de
Pio lX (nono) século lV (quarto) forma que, de modo que, etc.
9) PROPORCIONAIS: à proporção que, à medida que, quanto... tanto mais,
De 11 em diante, empregam-se os cardinais: etc.
Leão Xlll (treze) ano Xl (onze) 10) TEMPORAIS: quando, enquanto, logo que, depois que, etc.
Pio Xll (doze) século XVI (dezesseis)
Luis XV (quinze) capitulo XX (vinte) VALOR LÓGICO E SINTÁTICO DAS CONJUNÇÕES
Se o numeral aparece antes, é lido como ordinal.
XX Salão do Automóvel (vigésimo) Examinemos estes exemplos:
VI Festival da Canção (sexto) 1º) Tristeza e alegria não moram juntas.
lV Bienal do Livro (quarta) 2º) Os livros ensinam e divertem.
XVI capítulo da telenovela (décimo sexto) 3º) Saímos de casa quando amanhecia.

Quando se trata do primeiro dia do mês, deve-se dar preferência ao No primeiro exemplo, a palavra E liga duas palavras da mesma oração: é
emprego do ordinal. uma conjunção.
Hoje é primeiro de setembro
Não é aconselhável iniciar período com algarismos No segundo a terceiro exemplos, as palavras E e QUANDO estão ligan-
16 anos tinha Patrícia = Dezesseis anos tinha Patrícia do orações: são também conjunções.

A título de brevidade, usamos constantemente os cardinais pelos ordi- Conjunção é uma palavra invariável que liga orações ou palavras da
nais. Ex.: casa vinte e um (= a vigésima primeira casa), página trinta e dois mesma oração.
(= a trigésima segunda página). Os cardinais um e dois não variam nesse
caso porque está subentendida a palavra número. Casa número vinte e No 2º exemplo, a conjunção liga as orações sem fazer que uma dependa
um, página número trinta e dois. Por isso, deve-se dizer e escrever tam- da outra, sem que a segunda complete o sentido da primeira: por isso, a
bém: a folha vinte e um, a folha trinta e dois. Na linguagem forense, vemos conjunção E é coordenativa.
o numeral flexionado: a folhas vinte e uma a folhas trinta e duas.
No 3º exemplo, a conjunção liga duas orações que se completam uma à
outra e faz com que a segunda dependa da primeira: por isso, a conjunção
ARTIGO QUANDO é subordinativa.

Artigo é uma palavra que antepomos aos substantivos para determiná- As conjunções, portanto, dividem-se em coordenativas e subordinativas.
los. Indica-lhes, ao mesmo tempo, o gênero e o número.
CONJUNÇÕES COORDENATIVAS
Dividem-se em As conjunções coordenativas podem ser:
• definidos: O, A, OS, AS 1) Aditivas, que dão ideia de adição, acrescentamento: e, nem, mas
• indefinidos: UM, UMA, UNS, UMAS. também, mas ainda, senão também, como também, bem como.
Os definidos determinam os substantivos de modo preciso, particular. O agricultor colheu o trigo e o vendeu.
Viajei com o médico. (Um médico referido, conhecido, determinado). Não aprovo nem permitirei essas coisas.
Os livros não só instruem mas também divertem.
Os indefinidos determinam os substantivos de modo vago, impreciso, As abelhas não apenas produzem mel e cera mas ainda polinizam
geral. as flores.
Viajei com um médico. (Um médico não referido, desconhecido, inde- 2) Adversativas, que exprimem oposição, contraste, ressalva, com-
terminado). pensação: mas, porém, todavia, contudo, entretanto, sendo, ao

Português para Concursos 66 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
passo que, antes (= pelo contrário), no entanto, não obstante, a- Dez minutos que fossem, para mim, seria muito tempo.
pesar disso, em todo caso. Fez tudo direito, sem que eu lhe ensinasse.
Querem ter dinheiro, mas não trabalham. Em que pese à autoridade deste cientista, não podemos aceitar suas
Ela não era bonita, contudo cativava pela simpatia. afirmações.
Não vemos a planta crescer, no entanto, ela cresce. Não sei dirigir, e, dado que soubesse, não dirigiria de noite.
A culpa não a atribuo a vós, senão a ele. 4) Condicionais: se, caso, contanto que, desde que, salvo se, sem que (=
O professor não proíbe, antes estimula as perguntas em aula. se não), a não ser que, a menos que, dado que.
O exército do rei parecia invencível, não obstante, foi derrotado. Ficaremos sentidos, se você não vier.
Você já sabe bastante, porém deve estudar mais. Comprarei o quadro, desde que não seja caro.
Eu sou pobre, ao passo que ele é rico. Não sairás daqui sem que antes me confesses tudo.
Hoje não atendo, em todo caso, entre. "Eleutério decidiu logo dormir repimpadamente sobre a areia, a menos
3) Alternativas, que exprimem alternativa, alternância ou, ou ... ou, que os mosquitos se opusessem."
ora ... ora, já ... já, quer ... quer, etc. (Ferreira de Castro)
Os sequestradores deviam render-se ou seriam mortos. 5) Conformativas: como, conforme, segundo, consoante. As coisas não
Ou você estuda ou arruma um emprego. são como (ou conforme) dizem.
Ora triste, ora alegre, a vida segue o seu ritmo. "Digo essas coisas por alto, segundo as ouvi narrar."
Quer reagisse, quer se calasse, sempre acabava apanhando. (Machado de Assis)
"Já chora, já se ri, já se enfurece." 6) Consecutivas: que (precedido dos termos intensivos tal, tão, tanto,
(Luís de Camões) tamanho, às vezes subentendidos), de sorte que, de modo que, de
4) Conclusivas, que iniciam uma conclusão: logo, portanto, por con- forma que, de maneira que, sem que, que (não).
seguinte, pois (posposto ao verbo), por isso. Minha mão tremia tanto que mal podia escrever.
As árvores balançam, logo está ventando. Falou com uma calma que todos ficaram atônitos.
Você é o proprietário do carro, portanto é o responsável. Ontem estive doente, de sorte que (ou de modo que) não saí.
O mal é irremediável; deves, pois, conformar-te. Não podem ver um cachorro na rua sem que o persigam.
5) Explicativas, que precedem uma explicação, um motivo: que, por- Não podem ver um brinquedo que não o queiram comprar.
que, porquanto, pois (anteposto ao verbo). 7) Finais: para que, a fim de que, que (= para que).
Não solte balões, que (ou porque, ou pois, ou porquanto) podem Afastou-se depressa para que não o víssemos.
causar incêndios. Falei-lhe com bons termos, a fim de que não se ofendesse.
Choveu durante a noite, porque as ruas estão molhadas. Fiz-lhe sinal que se calasse.
8) Proporcionais: à proporção que, à medida que, ao passo que, quanto
Observação: A conjunção A pode apresentar-se com sentido adversa- mais... (tanto mais), quanto mais... (tanto menos), quanto menos...
tivo: (tanto mais), quanto mais... (mais), (tanto)... quanto.
Sofrem duras privações a [= mas] não se queixam. À medida que se vive, mais se aprende.
"Quis dizer mais alguma coisa a não pôde." À proporção que subíamos, o ar ia ficando mais leve.
(Jorge Amado) Quanto mais as cidades crescem, mais problemas vão tendo.
Os soldados respondiam, à medida que eram chamados.
Conjunções subordinativas
As conjunções subordinativas ligam duas orações, subordinando uma Observação:
à outra. Com exceção das integrantes, essas conjunções iniciam orações São incorretas as locuções proporcionais à medida em que, na medida
que traduzem circunstâncias (causa, comparação, concessão, condição ou que e na medida em que. A forma correta é à medida que:
hipótese, conformidade, consequência, finalidade, proporção, tempo). "À medida que os anos passam, as minhas possibilidades diminuem."
Abrangem as seguintes classes: (Maria José de Queirós)
1) Causais: porque, que, pois, como, porquanto, visto que, visto como, já
que, uma vez que, desde que. 9) Temporais: quando, enquanto, logo que, mal (= logo que), sempre que,
O tambor soa porque é oco. (porque é oco: causa; o tambor soa: assim que, desde que, antes que, depois que, até que, agora que, etc.
efeito). Venha quando você quiser.
Como estivesse de luto, não nos recebeu. Não fale enquanto come.
Desde que é impossível, não insistirei. Ela me reconheceu, mal lhe dirigi a palavra.
2) Comparativas: como, (tal) qual, tal a qual, assim como, (tal) como, (tão Desde que o mundo existe, sempre houve guerras.
ou tanto) como, (mais) que ou do que, (menos) que ou do que, (tanto) Agora que o tempo esquentou, podemos ir à praia.
quanto, que nem, feito (= como, do mesmo modo que), o mesmo que "Ninguém o arredava dali, até que eu voltasse." (Carlos Povina Caval-
(= como). cânti)
Ele era arrastado pela vida como uma folha pelo vento. 10) Integrantes: que, se.
O exército avançava pela planície qual uma serpente imensa. Sabemos que a vida é breve.
"Os cães, tal qual os homens, podem participar das três categorias." Veja se falta alguma coisa.
(Paulo Mendes Campos)
"Sou o mesmo que um cisco em minha própria casa." Observação:
(Antônio Olavo Pereira) Em frases como Sairás sem que te vejam, Morreu sem que ninguém o
"E pia tal a qual a caça procurada." chorasse, consideramos sem que conjunção subordinativa modal. A NGB,
(Amadeu de Queirós) porém, não consigna esta espécie de conjunção.
"Por que ficou me olhando assim feito boba?"
(Carlos Drummond de Andrade) Locuções conjuntivas: no entanto, visto que, desde que, se bem que,
Os pedestres se cruzavam pelas ruas que nem formigas apressadas. por mais que, ainda quando, à medida que, logo que, a rim de que, etc.
Nada nos anima tanto como (ou quanto) um elogio sincero.
Os governantes realizam menos do que prometem. Muitas conjunções não têm classificação única, imutável, devendo,
3) Concessivas: embora, conquanto, que, ainda que, mesmo que, ainda portanto, ser classificadas de acordo com o sentido que apresentam no
quando, mesmo quando, posto que, por mais que, por muito que, por contexto. Assim, a conjunção que pode ser:
menos que, se bem que, em que (pese), nem que, dado que, sem que 1) Aditiva (= e):
(= embora não). Esfrega que esfrega, mas a nódoa não sai.
Célia vestia-se bem, embora fosse pobre. A nós que não a eles, compete fazê-lo.
A vida tem um sentido, por mais absurda que possa parecer. 2) Explicativa (= pois, porque):
Beba, nem que seja um pouco. Apressemo-nos, que chove.

Português para Concursos 67 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
3) Integrante: SINTAXE DA ORAÇÃO E DO PERÍODO
Diga-lhe que não irei.
4) Consecutiva:
FRASE
Tanto se esforçou que conseguiu vencer.
Frase é um conjunto de palavras que têm sentido completo.
Não vão a uma festa que não voltem cansados.
O tempo está nublado.
Onde estavas, que não te vi?
Socorro!
5) Comparativa (= do que, como):
Que calor!
A luz é mais veloz que o som.
Ficou vermelho que nem brasa.
6) Concessiva (= embora, ainda que): ORAÇÃO
Alguns minutos que fossem, ainda assim seria muito tempo. Oração é a frase que apresenta verbo ou locução verbal.
Beba, um pouco que seja. A fanfarra desfilou na avenida.
7) Temporal (= depois que, logo que): As festas juninas estão chegando.
Chegados que fomos, dirigimo-nos ao hotel.
8) Final (= pare que): PERÍODO
Vendo-me à janela, fez sinal que descesse. Período é a frase estruturada em oração ou orações.
9) Causal (= porque, visto que): O período pode ser:
"Velho que sou, apenas conheço as flores do meu tempo." (Vival- • simples - aquele constituído por uma só oração (oração absoluta).
do Coaraci) Fui à livraria ontem.
A locução conjuntiva sem que, pode ser, conforme a frase: • composto - quando constituído por mais de uma oração.
1) Concessiva: Nós lhe dávamos roupa a comida, sem que ele pe- Fui à livraria ontem e comprei um livro.
disse. (sem que = embora não)
2) Condicional: Ninguém será bom cientista, sem que estude muito. TERMOS ESSENCIAIS DA ORAÇÃO
(sem que = se não,caso não) São dois os termos essenciais da oração:
3) Consecutiva: Não vão a uma festa sem que voltem cansados.
(sem que = que não) SUJEITO
4) Modal: Sairás sem que te vejam. (sem que = de modo que não) Sujeito é o ser ou termo sobre o qual se diz alguma coisa.
Conjunção é a palavra que une duas ou mais orações. Os bandeirantes capturavam os índios. (sujeito = bandeirantes)

PREPOSIÇÃO O sujeito pode ser :


- simples: quando tem um só núcleo
Preposições são palavras que estabelecem um vínculo entre dois ter-
As rosas têm espinhos. (sujeito: as rosas;
núcleo: rosas)
mos de uma oração. O primeiro, um subordinante ou antecedente, e o
- composto: quando tem mais de um núcleo
segundo, um subordinado ou consequente.
O burro e o cavalo saíram em disparada.
(suj: o burro e o cavalo; núcleo burro, cavalo)
Exemplos:
- oculto: ou elíptico ou implícito na desinência verbal
Chegaram a Porto Alegre.
Discorda de você.
Chegaste com certo atraso. (suj.: oculto: tu)
- indeterminado: quando não se indica o agente da ação verbal
Fui até a esquina.
Casa de Paulo.
Come-se bem naquele restaurante.
- Inexistente: quando a oração não tem sujeito
Preposições Essenciais e Acidentais
Choveu ontem.
As preposições essenciais são: A, ANTE, APÓS, ATÉ, COM, CON-
Há plantas venenosas.
TRA, DE, DESDE, EM, ENTRE, PARA, PERANTE, POR, SEM, SOB,
PREDICADO
SOBRE e ATRÁS.
Predicado é o termo da oração que declara alguma coisa do sujeito.
O predicado classifica-se em:
Certas palavras ora aparecem como preposições, ora pertencem a ou-
1. Nominal: é aquele que se constitui de verbo de ligação mais
tras classes, sendo chamadas, por isso, de preposições acidentais: afora,
predicativo do sujeito.
conforme, consoante, durante, exceto, fora, mediante, não obstante, salvo,
segundo, senão, tirante, visto, etc.
Nosso colega está doente.
Principais verbos de ligação: SER, ESTAR, PARECER,
PERMANECER, etc.
INTERJEIÇÃO Predicativo do sujeito é o termo que ajuda o verbo de ligação a
comunicar estado ou qualidade do sujeito.
Interjeição é a palavra que comunica emoção. As interjeições podem Nosso colega está doente.
ser: A moça permaneceu sentada.
- alegria: ahl oh! oba! eh! 2. Predicado verbal é aquele que se constitui de verbo intransitivo ou
- animação: coragem! avante! eia! transitivo.
- admiração: puxa! ih! oh! nossa! O avião sobrevoou a praia.
- aplauso: bravo! viva! bis! Verbo intransitivo é aquele que não necessita de complemento.
- desejo: tomara! oxalá! O sabiá voou alto.
- dor: aí! ui! Verbo transitivo é aquele que necessita de complemento.
- silêncio: psiu! silêncio! • Transitivo direto: é o verbo que necessita de complemento sem auxílio
- suspensão: alto! basta! de proposição.
Minha equipe venceu a partida.
LOCUÇÃO INTERJETIVA é a conjunto de palavras que têm o mesmo • Transitivo indireto: é o verbo que necessita de complemento com
valor de uma interjeição. auxílio de preposição.
Minha Nossa Senhora! Puxa vida! Deus me livre! Raios te partam! Ele precisa de um esparadrapo.
Meu Deus! Que maravilha! Ora bolas! Ai de mim! • Transitivo direto e indireto (bitransitivo) é o verbo que necessita ao
mesmo tempo de complemento sem auxílio de preposição e de
complemento com auxilio de preposição.

Português para Concursos 68 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Damos uma simples colaboração a vocês. 4. VOCATIVO
3. Predicado verbo nominal: é aquele que se constitui de verbo Vocativo é o termo (nome, título, apelido) usado para chamar ou
intransitivo mais predicativo do sujeito ou de verbo transitivo mais interpelar alguém ou alguma coisa.
predicativo do sujeito. Tem compaixão de nós, ó Cristo.
Os rapazes voltaram vitoriosos. Professor, o sinal tocou.
• Predicativo do sujeito: é o termo que, no predicado verbo-nominal, Rapazes, a prova é na próxima semana.
ajuda o verbo intransitivo a comunicar estado ou qualidade do sujeito.
Ele morreu rico. PERÍODO COMPOSTO - PERÍODO SIMPLES
• Predicativo do objeto é o termo que, que no predicado verbo-nominal,
ajuda o verbo transitivo a comunicar estado ou qualidade do objeto No período simples há apenas uma oração, a qual se diz absoluta.
direto ou indireto. Fui ao cinema.
Elegemos o nosso candidato vereador. O pássaro voou.
TERMOS INTEGRANTES DA ORAÇÃO
Chama-se termos integrantes da oração os que completam a PERÍODO COMPOSTO
significação transitiva dos verbos e dos nomes. São indispensáveis à No período composto há mais de uma oração.
compreensão do enunciado. (Não sabem) (que nos calores do verão a terra dorme) (e os homens
folgam.)
1. OBJETO DIRETO
Objeto direto é o termo da oração que completa o sentido do verbo Período composto por coordenação
transitivo direto. Ex.: Mamãe comprou PEIXE. Apresenta orações independentes.
(Fui à cidade), (comprei alguns remédios) (e voltei cedo.)
2. OBJETO INDIRETO
Objeto indireto é o termo da oração que completa o sentido do verbo Período composto por subordinação
transitivo indireto. Apresenta orações dependentes.
As crianças precisam de CARINHO. (É bom) (que você estude.)

3. COMPLEMENTO NOMINAL Período composto por coordenação e subordinação


Complemento nominal é o termo da oração que completa o sentido de Apresenta tanto orações dependentes como independentes. Este
um nome com auxílio de preposição. Esse nome pode ser representado período é também conhecido como misto.
por um substantivo, por um adjetivo ou por um advérbio. (Ele disse) (que viria logo,) (mas não pôde.)
Toda criança tem amor aos pais. - AMOR (substantivo)
O menino estava cheio de vontade. - CHEIO (adjetivo) ORAÇÃO COORDENADA
Nós agíamos favoravelmente às discussões. - FAVORAVELMENTE Oração coordenada é aquela que é independente.
(advérbio).
As orações coordenadas podem ser:
4. AGENTE DA PASSIVA - Sindética:
Agente da passiva é o termo da oração que pratica a ação do verbo na Aquela que é independente e é introduzida por uma conjunção
voz passiva. coordenativa.
A mãe é amada PELO FILHO. Viajo amanhã, mas volto logo.
O cantor foi aplaudido PELA MULTIDÃO. - Assindética:
Os melhores alunos foram premiados PELA DIREÇÃO. Aquela que é independente e aparece separada por uma vírgula ou
ponto e vírgula.
TERMOS ACESSÓRIOS DA ORAÇÃO Chegou, olhou, partiu.
TERMOS ACESSÓRIOS são os que desempenham na oração uma A oração coordenada sindética pode ser:
função secundária, limitando o sentido dos substantivos ou exprimindo
alguma circunstância. 1. ADITIVA:
Expressa adição, sequência de pensamento. (e, nem = e não), mas,
São termos acessórios da oração: também:
1. ADJUNTO ADNOMINAL Ele falava E EU FICAVA OUVINDO.
Adjunto adnominal é o termo que caracteriza ou determina os Meus atiradores nem fumam NEM BEBEM.
substantivos. Pode ser expresso: A doença vem a cavalo E VOLTA A PÉ.
• pelos adjetivos: água fresca,
• pelos artigos: o mundo, as ruas 2. ADVERSATIVA:
• pelos pronomes adjetivos: nosso tio, muitas coisas Ligam orações, dando-lhes uma ideia de compensação ou de
• pelos numerais : três garotos; sexto ano contraste (mas, porém, contudo, todavia, entretanto, senão, no entanto,
• pelas locuções adjetivas: casa do rei; homem sem escrúpulos etc).
A espada vence MAS NÃO CONVENCE.
2. ADJUNTO ADVERBIAL O tambor faz um grande barulho, MAS É VAZIO POR DENTRO.
Adjunto adverbial é o termo que exprime uma circunstância (de tempo, Apressou-se, CONTUDO NÃO CHEGOU A TEMPO.
lugar, modo etc.), modificando o sentido de um verbo, adjetivo ou advérbio.
Cheguei cedo. 3. ALTERNATIVAS:
José reside em São Paulo. Ligam palavras ou orações de sentido separado, uma excluindo a
outra (ou, ou...ou, já...já, ora...ora, quer...quer, etc).
3. APOSTO Mudou o natal OU MUDEI EU?
Aposto é uma palavra ou expressão que explica ou esclarece, “OU SE CALÇA A LUVA e não se põe o anel,
desenvolve ou resume outro termo da oração. OU SE PÕE O ANEL e não se calça a luva!”
Dr. João, cirurgião-dentista, (C. Meireles)
Rapaz impulsivo, Mário não se conteve.
O rei perdoou aos dois: ao fidalgo e ao criado. 4. CONCLUSIVAS:
Ligam uma oração a outra que exprime conclusão (LOGO, POIS,

Português para Concursos 69 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
PORTANTO, POR CONSEGUINTE, POR ISTO, ASSIM, DE MODO QUE, O quadro foi comprado POR QUEM O FEZ = (PELO SEU AUTOR)
etc). A obra foi apreciada POR QUANTOS A VIRAM.
Ele está mal de notas; LOGO, SERÁ REPROVADO.
Vives mentindo; LOGO, NÃO MERECES FÉ. ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVAS
Oração subordinada adjetiva é aquela que tem o valor e a função de
5. EXPLICATIVAS: um adjetivo.
Ligam a uma oração, geralmente com o verbo no imperativo, outro que Há dois tipos de orações subordinadas adjetivas:
a explica, dando um motivo (pois, porque, portanto, que, etc.)
Alegra-te, POIS A QUI ESTOU. Não mintas, PORQUE É PIOR. 1) EXPLICATIVAS:
Anda depressa, QUE A PROVA É ÀS 8 HORAS. Explicam ou esclarecem, à maneira de aposto, o termo antecedente,
atribuindo-lhe uma qualidade que lhe é inerente ou acrescentando-lhe uma
ORAÇÃO INTERCALADA OU INTERFERENTE informação.
É aquela que vem entre os termos de uma outra oração. Deus, QUE É NOSSO PAI, nos salvará.
O réu, DISSERAM OS JORNAIS, foi absolvido. Ele, QUE NASCEU RICO, acabou na miséria.

A oração intercalada ou interferente aparece com os verbos: 2) RESTRITIVAS:


CONTINUAR, DIZER, EXCLAMAR, FALAR etc. Restringem ou limitam a significação do termo antecedente, sendo
indispensáveis ao sentido da frase:
ORAÇÃO PRINCIPAL Pedra QUE ROLA não cria limo.
Oração principal é a mais importante do período e não é introduzida As pessoas A QUE A GENTE SE DIRIGE sorriem.
por um conectivo. Ele, QUE SEMPRE NOS INCENTIVOU, não está mais aqui.
ELES DISSERAM que voltarão logo.
ELE AFIRMOU que não virá. ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS
PEDI que tivessem calma. (= Pedi calma) Oração subordinada adverbial é aquela que tem o valor e a função de
um advérbio.
ORAÇÃO SUBORDINADA
Oração subordinada é a oração dependente que normalmente é As orações subordinadas adverbiais classificam-se em:
introduzida por um conectivo subordinativo. Note que a oração principal 1) CAUSAIS: exprimem causa, motivo, razão:
nem sempre é a primeira do período. Desprezam-me, POR ISSO QUE SOU POBRE.
Quando ele voltar, eu saio de férias. O tambor soa PORQUE É OCO.
Oração principal: EU SAIO DE FÉRIAS
Oração subordinada: QUANDO ELE VOLTAR 2) COMPARATIVAS: representam o segundo termo de uma
comparação.
ORAÇÃO SUBORDINADA SUBSTANTIVA O som é menos veloz QUE A LUZ.
Parou perplexo COMO SE ESPERASSE UM GUIA.
Oração subordinada substantiva é aquela que tem o valor e a função
de um substantivo.
3) CONCESSIVAS: exprimem um fato que se concede, que se admite:
Por terem as funções do substantivo, as orações subordinadas
substantivas classificam-se em:
POR MAIS QUE GRITASSE, não me ouviram.
Os louvores, PEQUENOS QUE SEJAM, são ouvidos com agrado.
CHOVESSE OU FIZESSE SOL, o Major não faltava.
1) SUBJETIVA (sujeito)
Convém que você estude mais. 4) CONDICIONAIS: exprimem condição, hipótese:
Importa que saibas isso bem. . SE O CONHECESSES, não o condenarias.
É necessário que você colabore. (SUA COLABORAÇÃO) é Que diria o pai SE SOUBESSE DISSO?
necessária.
5) CONFORMATIVAS: exprimem acordo ou conformidade de um fato
2) OBJETIVA DIRETA (objeto direto) com outro:
Desejo QUE VENHAM TODOS. Fiz tudo COMO ME DISSERAM.
Pergunto QUEM ESTÁ AI. Vim hoje, CONFORME LHE PROMETI.

3) OBJETIVA INDIRETA (objeto indireto) 6) CONSECUTIVAS: exprimem uma consequência, um resultado:


Aconselho-o A QUE TRABALHE MAIS. A fumaça era tanta QUE EU MAL PODIA ABRIR OS OLHOS.
Tudo dependerá DE QUE SEJAS CONSTANTE. Bebia QUE ERA UMA LÁSTIMA!
Daremos o prêmio A QUEM O MERECER. Tenho medo disso QUE ME PÉLO!
7) FINAIS: exprimem finalidade, objeto:
4) COMPLETIVA NOMINAL Fiz-lhe sinal QUE SE CALASSE.
Complemento nominal. Aproximei-me A FIM DE QUE ME OUVISSE MELHOR.
Ser grato A QUEM TE ENSINA.
Sou favorável A QUE O PRENDAM. 8) PROPORCIONAIS: denotam proporcionalidade:
À MEDIDA QUE SE VIVE, mais se aprende.
5) PREDICATIVA (predicativo) QUANTO MAIOR FOR A ALTURA, maior será o tombo.
Seu receio era QUE CHOVESSE. = Seu receio era (A CHUVA)
9) TEMPORAIS: indicam o tempo em que se realiza o fato expresso na
Minha esperança era QUE ELE DESISTISSE.
oração principal:
Não sou QUEM VOCÊ PENSA.
ENQUANTO FOI RICO todos o procuravam.
QUANDO OS TIRANOS CAEM, os povos se levantam.
6) APOSITIVAS (servem de aposto)
Só desejo uma coisa: QUE VIVAM FELIZES = (A SUA FELICIDADE) 10) MODAIS: exprimem modo, maneira:
Só lhe peço isto: HONRE O NOSSO NOME. Entrou na sala SEM QUE NOS CUMPRIMENTASSE.
Aqui viverás em paz, SEM QUE NINGUÉM TE INCOMODE.
7) AGENTE DA PASSIVA

Português para Concursos 70 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
ORAÇÕES REDUZIDAS A expressão em anexo é invariável.
Oração reduzida é aquela que tem o verbo numa das formas nominais: Trouxe em anexo estas fotos.
gerúndio, infinitivo e particípio. 15) Os adjetivos ALTO, BARATO, CONFUSO, FALSO, etc, que substi-
tuem advérbios em MENTE, permanecem invariáveis.
Exemplos: Vocês falaram alto demais.
• Penso ESTAR PREPARADO = Penso QUE ESTOU O combustível custava barato.
PREPARADO. Você leu confuso.
• Dizem TER ESTADO LÁ = Dizem QUE ESTIVERAM LÁ. Ela jura falso.
• FAZENDO ASSIM, conseguirás = SE FIZERES ASSIM,
conseguirás. 16) CARO, BASTANTE, LONGE, se advérbios, não variam, se adjetivos,
• É bom FICARMOS ATENTOS. = É bom QUE FIQUEMOS sofrem variação normalmente.
ATENTOS. Esses pneus custam caro.
• AO SABER DISSO, entristeceu-se = QUANDO SOUBE DISSO, Conversei bastante com eles.
entristeceu-se. Conversei com bastantes pessoas.
• É interesse ESTUDARES MAIS.= É interessante QUE ESTUDES Estas crianças moram longe.
MAIS. Conheci longes terras.
• SAINDO DAQUI, procure-me. = QUANDO SAIR DAQUI, procure-
me. CONCORDÂNCIA VERBAL

CONCORDÂNCIA NOMINAL E VERBAL CASOS GERAIS

CONCORDÂNCIA NOMINAL E VERBAL


Concordância é o processo sintático no qual uma palavra determinante 1) O verbo concorda com o sujeito em número e pessoa.
se adapta a uma palavra determinada, por meio de suas flexões. O menino chegou. Os meninos chegaram.
2) Sujeito representado por nome coletivo deixa o verbo no singular.
Principais Casos de Concordância Nominal O pessoal ainda não chegou.
1) O artigo, o adjetivo, o pronome relativo e o numeral concordam em A turma não gostou disso.
gênero e número com o substantivo. Um bando de pássaros pousou na árvore.
As primeiras alunas da classe foram passear no zoológico. 3) Se o núcleo do sujeito é um nome terminado em S, o verbo só irá ao
2) O adjetivo ligado a substantivos do mesmo gênero e número vão plural se tal núcleo vier acompanhado de artigo no plural.
normalmente para o plural. Os Estados Unidos são um grande país.
Pai e filho estudiosos ganharam o prêmio. Os Lusíadas imortalizaram Camões.
3) O adjetivo ligado a substantivos de gêneros e número diferentes vai Os Alpes vivem cobertos de neve.
para o masculino plural. Em qualquer outra circunstância, o verbo ficará no singular.
Alunos e alunas estudiosos ganharam vários prêmios. Flores já não leva acento.
4) O adjetivo posposto concorda em gênero com o substantivo mais O Amazonas deságua no Atlântico.
próximo: Campos foi a primeira cidade na América do Sul a ter luz elétrica.
Trouxe livros e revista especializada. 4) Coletivos primitivos (indicam uma parte do todo) seguidos de nome
5) O adjetivo anteposto pode concordar com o substantivo mais próxi- no plural deixam o verbo no singular ou levam-no ao plural, indife-
mo. rentemente.
Dedico esta música à querida tia e sobrinhos. A maioria das crianças recebeu, (ou receberam) prêmios.
6) O adjetivo que funciona como predicativo do sujeito concorda com o A maior parte dos brasileiros votou (ou votaram).
sujeito. 5) O verbo transitivo direto ao lado do pronome SE concorda com o
Meus amigos estão atrapalhados. sujeito paciente.
7) O pronome de tratamento que funciona como sujeito pede o predica- Vende-se um apartamento.
tivo no gênero da pessoa a quem se refere. Vendem-se alguns apartamentos.
Sua excelência, o Governador, foi compreensivo. 6) O pronome SE como símbolo de indeterminação do sujeito leva o
8) Os substantivos acompanhados de numerais precedidos de artigo verbo para a 3ª pessoa do singular.
vão para o singular ou para o plural. Precisa-se de funcionários.
Já estudei o primeiro e o segundo livro (livros). 7) A expressão UM E OUTRO pede o substantivo que a acompanha no
9) Os substantivos acompanhados de numerais em que o primeiro vier singular e o verbo no singular ou no plural.
precedido de artigo e o segundo não vão para o plural. Um e outro texto me satisfaz. (ou satisfazem)
Já estudei o primeiro e segundo livros. 8) A expressão UM DOS QUE pede o verbo no singular ou no plural.
10) O substantivo anteposto aos numerais vai para o plural. Ele é um dos autores que viajou (viajaram) para o Sul.
Já li os capítulos primeiro e segundo do novo livro. 9) A expressão MAIS DE UM pede o verbo no singular.
11) As palavras: MESMO, PRÓPRIO e SÓ concordam com o nome a Mais de um jurado fez justiça à minha música.
que se referem. 10) As palavras: TUDO, NADA, ALGUÉM, ALGO, NINGUÉM, quando
Ela mesma veio até aqui. empregadas como sujeito e derem ideia de síntese, pedem o verbo
Eles chegaram sós. no singular.
Eles próprios escreveram. As casas, as fábricas, as ruas, tudo parecia poluição.
12) A palavra OBRIGADO concorda com o nome a que se refere. 11) Os verbos DAR, BATER e SOAR, indicando hora, acompanham o
Muito obrigado. (masculino singular) sujeito.
Muito obrigada. (feminino singular). Deu uma hora.
13) A palavra MEIO concorda com o substantivo quando é adjetivo e fica Deram três horas.
invariável quando é advérbio. Bateram cinco horas.
Quero meio quilo de café. Naquele relógio já soaram duas horas.
Minha mãe está meio exausta. 12) A partícula expletiva ou de realce É QUE é invariável e o verbo da
É meio-dia e meia. (hora) frase em que é empregada concorda normalmente com o sujeito.
14) As palavras ANEXO, INCLUSO e JUNTO concordam com o subs- Ela é que faz as bolas.
tantivo a que se referem. Eu é que escrevo os programas.
Trouxe anexas as fotografias que você me pediu. 13) O verbo concorda com o pronome antecedente quando o sujeito é

Português para Concursos 71 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
um pronome relativo. PARA = passagem
Ele, que chegou atrasado, fez a melhor prova.
Fui eu que fiz a lição A regência verbal trata dos complementos do verbo.
Quando a LIÇÃO é pronome relativo, há várias construções possí-
veis.
• que: Fui eu que fiz a lição. ALGUNS VERBOS E SUA REGÊNCIA CORRETA
• quem: Fui eu quem fez a lição. 1. ASPIRAR - atrair para os pulmões (transitivo direto)
• o que: Fui eu o que fez a lição. • pretender (transitivo indireto)
No sítio, aspiro o ar puro da montanha.
14) Verbos impessoais - como não possuem sujeito, deixam o verbo na Nossa equipe aspira ao troféu de campeã.
terceira pessoa do singular. Acompanhados de auxiliar, transmitem a 2. OBEDECER - transitivo indireto
este sua impessoalidade. Devemos obedecer aos sinais de trânsito.
Chove a cântaros. Ventou muito ontem. 3. PAGAR - transitivo direto e indireto
Deve haver muitas pessoas na fila. Pode haver brigas e discussões. Já paguei um jantar a você.
4. PERDOAR - transitivo direto e indireto.
Já perdoei aos meus inimigos as ofensas.
CONCORDÂNCIA DOS VERBOS SER E PARECER 5. PREFERIR - (= gostar mais de) transitivo direto e indireto
Prefiro Comunicação à Matemática.
1) Nos predicados nominais, com o sujeito representado por um dos
pronomes TUDO, NADA, ISTO, ISSO, AQUILO, os verbos SER e PA- 6. INFORMAR - transitivo direto e indireto.
RECER concordam com o predicativo. Informei-lhe o problema.
Tudo são esperanças.
Aquilo parecem ilusões. 7. ASSISTIR - morar, residir:
Aquilo é ilusão. Assisto em Porto Alegre.
• amparar, socorrer, objeto direto
2) Nas orações iniciadas por pronomes interrogativos, o verbo SER O médico assistiu o doente.
concorda sempre com o nome ou pronome que vier depois. • PRESENCIAR, ESTAR PRESENTE - objeto direto
Que são florestas equatoriais? Assistimos a um belo espetáculo.
Quem eram aqueles homens? • SER-LHE PERMITIDO - objeto indireto
Assiste-lhe o direito.
3) Nas indicações de horas, datas, distâncias, a concordância se fará
com a expressão numérica. 8. ATENDER - dar atenção
São oito horas. Atendi ao pedido do aluno.
Hoje são 19 de setembro. • CONSIDERAR, ACOLHER COM ATENÇÃO - objeto direto
De Botafogo ao Leblon são oito quilômetros. Atenderam o freguês com simpatia.
4) Com o predicado nominal indicando suficiência ou falta, o verbo SER 9. QUERER - desejar, querer, possuir - objeto direto
fica no singular. A moça queria um vestido novo.
Três batalhões é muito pouco. • GOSTAR DE, ESTIMAR, PREZAR - objeto indireto
Trinta milhões de dólares é muito dinheiro. O professor queria muito a seus alunos.
5) Quando o sujeito é pessoa, o verbo SER fica no singular. 10. VISAR - almejar, desejar - objeto indireto
Maria era as flores da casa. Todos visamos a um futuro melhor.
O homem é cinzas. • APONTAR, MIRAR - objeto direto
O artilheiro visou a meta quando fez o gol.
6) Quando o sujeito é constituído de verbos no infinitivo, o verbo SER • pör o sinal de visto - objeto direto
concorda com o predicativo. O gerente visou todos os cheques que entraram naquele dia.
Dançar e cantar é a sua atividade.
Estudar e trabalhar são as minhas atividades. 11. OBEDECER e DESOBEDECER - constrói-se com objeto indireto
Devemos obedecer aos superiores.
7) Quando o sujeito ou o predicativo for pronome pessoal, o verbo SER Desobedeceram às leis do trânsito.
concorda com o pronome.
A ciência, mestres, sois vós. 12. MORAR, RESIDIR, SITUAR-SE, ESTABELECER-SE
Em minha turma, o líder sou eu. • exigem na sua regência a preposição EM
O armazém está situado na Farrapos.
8) Quando o verbo PARECER estiver seguido de outro verbo no infinitivo, Ele estabeleceu-se na Avenida São João.
apenas um deles deve ser flexionado.
Os meninos parecem gostar dos brinquedos. 13. PROCEDER - no sentido de "ter fundamento" é intransitivo.
Os meninos parece gostarem dos brinquedos. Essas tuas justificativas não procedem.
• no sentido de originar-se, descender, derivar, proceder, constrói-se
REGÊNCIA NOMINAL E VERBAL com a preposição DE.
Algumas palavras da Língua Portuguesa procedem do tupi-guarani
• no sentido de dar início, realizar, é construído com a preposição A.
Regência é o processo sintático no qual um termo depende gramati-
O secretário procedeu à leitura da carta.
calmente do outro.
14. ESQUECER E LEMBRAR
A regência nominal trata dos complementos dos nomes (substantivos
• quando não forem pronominais, constrói-se com objeto direto:
e adjetivos).
Esqueci o nome desta aluna.
Lembrei o recado, assim que o vi.
Exemplos:
• quando forem pronominais, constrói-se com objeto indireto:
Esqueceram-se da reunião de hoje.
- acesso: A = aproximação - AMOR: A, DE, PARA, PARA COM
Lembrei-me da sua fisionomia.
EM = promoção - aversão: A, EM, PARA, POR

Português para Concursos 72 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
- Alguém me ligou? (indefinido)
15. Verbos que exigem objeto direto para coisa e indireto para pessoa. - A pessoa que me ligou era minha amiga. (relativo)
• perdoar - Perdoei as ofensas aos inimigos. - Isso me traz muita felicidade. (demonstrativo)
• pagar - Pago o 13° aos professores. (5) Em frases interrogativas.
• dar - Daremos esmolas ao pobre. - Quanto me cobrará pela tradução?
• emprestar - Emprestei dinheiro ao colega. (6) Em frases exclamativas ou optativas (que exprimem desejo).
• ensinar - Ensino a tabuada aos alunos. - Deus o abençoe!
• agradecer - Agradeço as graças a Deus. - Macacos me mordam!
• pedir - Pedi um favor ao colega. - Deus te abençoe, meu filho!
(7) Com verbo no gerúndio antecedido de preposição EM.
16. IMPLICAR - no sentido de acarretar, resultar, exige objeto direto: - Em se plantando tudo dá.
O amor implica renúncia. - Em se tratando de beleza, ele é campeão.
• no sentido de antipatizar, ter má vontade, constrói-se com a preposi- (8) Com formas verbais proparoxítonas
ção COM: - Nós o censurávamos.
O professor implicava com os alunos
• no sentido de envolver-se, comprometer-se, constrói-se com a prepo- MESÓCLISE
sição EM: Usada quando o verbo estiver no futuro do presente (vai acontecer –
Implicou-se na briga e saiu ferido amarei, amarás, …) ou no futuro do pretérito (ia acontecer mas não acon-
teceu – amaria, amarias, …)
17. IR - quando indica tempo definido, determinado, requer a preposição
A: - Convidar-me-ão para a festa.
Ele foi a São Paulo para resolver negócios. - Convidar-me-iam para a festa.
quando indica tempo indefinido, indeterminado, requer PARA: Se houver uma palavra atrativa, a próclise será obrigatória.
Depois de aposentado, irá definitivamente para o Mato Grosso.
- Não (palavra atrativa) me convidarão para a festa.
18. CUSTAR - Empregado com o sentido de ser difícil, não tem pessoa
ÊNCLISE
como sujeito:
O sujeito será sempre "a coisa difícil", e ele só poderá aparecer na 3ª Ênclise de verbo no futuro e particípio está sempre errada.
pessoa do singular, acompanhada do pronome oblíquo. Quem sente
dificuldade, será objeto indireto. - Tornarei-me……. (errada)
Custou-me confiar nele novamente. - Tinha entregado-nos……….(errada)
Custar-te-á aceitá-la como nora. Ênclise de verbo no infinitivo está sempre certa.
- Entregar-lhe (correta)
Colocação Pronominal (próclise, mesóclise, ênclise) - Não posso recebê-lo. (correta)
Por Cristiana Gomes Outros casos:
É o estudo da colocação dos pronomes oblíquos átonos (me, te, se, o, a, - Com o verbo no início da frase: Entregaram-me as camisas.
lhe, nos, vos, os, as, lhes) em relação ao verbo. - Com o verbo no imperativo afirmativo: Alunos, comportem-se.
- Com o verbo no gerúndio: Saiu deixando-nos por instantes.
Os pronomes átonos podem ocupar 3 posições: antes do verbo (próclise), - Com o verbo no infinitivo impessoal: Convém contar-lhe tudo.
no meio do verbo (mesóclise) e depois do verbo (ênclise).
OBS: se o gerúndio vier precedido de preposição ou de palavra atrativa,
Esses pronomes se unem aos verbos porque são “fracos” na pronúncia. ocorrerá a próclise:
PRÓCLISE - Em se tratando de cinema, prefiro o suspense.
- Saiu do escritório, não nos revelando os motivos.
Usamos a próclise nos seguintes casos:
COLOCAÇÃO PRONOMINAL NAS LOCUÇÕES VERBAIS
(1) Com palavras ou expressões negativas: não, nunca, jamais, nada,
ninguém, nem, de modo algum. Locuções verbais são formadas por um verbo auxiliar + infinitivo, gerúndio
ou particípio.
- Nada me perturba.
- Ninguém se mexeu. AUX + PARTICÍPIO: o pronome deve ficar depois do verbo auxiliar. Se
- De modo algum me afastarei daqui. houver palavra atrativa, o pronome deverá ficar antes do verbo auxiliar.
- Ela nem se importou com meus problemas.
- Havia-lhe contado a verdade.
(2) Com conjunções subordinativas: quando, se, porque, que, conforme, - Não (palavra atrativa) lhe havia contado a verdade.
embora, logo, que.
AUX + GERÚNDIO OU INFINITIVO: se não houver palavra atrativa, o
- Quando se trata de comida, ele é um “expert”. pronome oblíquo virá depois do verbo auxiliar ou do verbo principal.
- É necessário que a deixe na escola.
- Fazia a lista de convidados, conforme me lembrava dos amigos sinceros. Infinitivo
- Quero-lhe dizer o que aconteceu.
(3) Advérbios - Quero dizer-lhe o que aconteceu.
- Aqui se tem paz. Gerúndio
- Sempre me dediquei aos estudos. - Ia-lhe dizendo o que aconteceu.
- Talvez o veja na escola. - Ia dizendo-lhe o que aconteceu.
OBS: Se houver vírgula depois do advérbio, este (o advérbio) deixa de Se houver palavra atrativa, o pronome oblíquo virá antes do verbo auxiliar
atrair o pronome. ou depois do verbo principal.
- Aqui, trabalha-se. Infinitivo
(4) Pronomes relativos, demonstrativos e indefinidos. - Não lhe quero dizer o que aconteceu.
- Não quero dizer-lhe o que aconteceu.

Português para Concursos 73 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Gerúndio Rocha Lima e Celso Cunha denominam-na sínquise
- Não lhe ia dizendo a verdade. Obs3.: RL considera anástrofe um tipo de hipérbato
- Não ia dizendo-lhe a verdade.
Anástrofe
Figuras de Linguagem anteposição, em expressões nominais, do termo regido de preposição ao
termo regente.
Figuras sonoras
Ex: "Da morte o manto lutuoso vos cobre a todos.", por: O manto lutuoso
Aliteração da morte vos cobre a todos.
repetição de sons consonantais (consoantes). Obs.: para Rocha Lima é um tipo de hipérbato
Cruz e Souza é o melhor exemplo deste recurso. Uma das características Pleonasmo
marcantes do Simbolismo, assim como a sinestesia.
repetição de um termo já expresso, com objetivo de enfatizar a ideia.
Ex: "(...) Vozes veladas, veludosas vozes, / Volúpias dos violões, vozes
veladas / Vagam nos velhos vórtices velozes / Dos ventos, vivas, vãs, Ex: Vi com meus próprios olhos. "E rir meu riso e derramar meu pranto / Ao
vulcanizadas." (fragmento de Violões que choram. Cruz e Souza) seu pesar ou seu contentamento." (Vinicius de Moraes), Ao pobre não lhe
devo (OI pleonástico)
Assonância
Obs.: pleonasmo vicioso ou grosseiro - decorre da ignorância, perdendo o
repetição dos mesmos sons vocálicos. caráter enfático (hemorragia de sangue, descer para baixo)
Ex: (A, O) - "Sou um mulato nato no sentido lato mulato democrático do Assíndeto
litoral." (Caetano Veloso)
(E, O) - "O que o vago e incóngnito desejo de ser eu mesmo de meu ser ausência de conectivos de ligação, assim atribui maior rapidez ao texto.
me deu." (Fernando Pessoa) Ocorre muito nas or. coordenadas.

Paranomásia Ex: "Não sopra o vento; não gemem as vagas; não murmuram os rios."

o emprego de palavras parônimas (sons parecidos). Polissíndeto

Ex: "Com tais premissas ele sem dúvida leva-nos às primícias" (Padre repetição de conectivos na ligação entre elementos da frase ou do período.
Antonio Vieira) Ex: O menino resmunga, e chora, e esperneia, e grita, e maltrata. "E sob as
Onomatopeia ondas ritmadas / e sob as nuvens e os ventos / e sob as pontes e sob o
sarcasmo / e sob a gosma e o vômito (...)" (Carlos Drummond de Andrade)
criação de uma palavra para imitar um som
Anacoluto
Ex: A língua do nhem "Havia uma velhinha / Que andava aborrecida / Pois
dava a sua vida / Para falar com alguém. / E estava sempre em casa / A termo solto na frase, quebrando a estruturação lógica. Normalmente, inicia-
boa velhinha, / Resmungando sozinha: / Nhem-nhem-nhem-nhem-nhem..." se uma determinada construção sintática e depois se opta por outra.
(Cecília Meireles) Eu, parece-me que vou desmaiar. / Minha vida, tudo não passa de alguns
anos sem importância (sujeito sem predicado) / Quem ama o feio, bonito
Linguagem figurada
lhe parece (alteraram-se as relações entre termos da oração)
Elipse
Anáfora
omissão de um termo ou expressão facilmente subentendida. Casos mais
repetição de uma mesma palavra no início de versos ou frases.
comuns:
Ex: "Olha a voz que me resta / Olha a veia que salta / Olha a gota que falta
a) pronome sujeito, gerando sujeito oculto ou implícito: iremos depois,
/ Pro desfecho que falta / Por favor." (Chico Buarque)
compraríeis a casa?
b) substantivo - a catedral, no lugar de a igreja catedral; Maracanã, no ligar Obs.: repetição em final de versos ou frases é epístrofe; repetição no início
de o estádio Maracanã e no fim será símploce. Classificações propostas por Rocha Lima.
c) preposição - estar bêbado, a camisa rota, as calças rasgadas, no lugar
de: estar bêbado, com a camisa rota, com as calças rasgadas. Silepse
d) conjunção - espero você me entenda, no lugar de: espero que você me é a concordância com a ideia, e não com a palavra escrita. Existem três
entenda. tipos:
e) verbo - queria mais ao filho que à filha, no lugar de: queria mais o filho
que queria à filha. Em especial o verbo dizer em diálogos - E o rapaz: - Não a) de gênero (masc x fem): São Paulo continua poluída (= a cidade de São
sei de nada !, em vez de E o rapaz disse: Paulo). V. Sª é lisonjeiro
b) de número (sing x pl): Os Sertões contra a Guerra de Canudos (= o livro
Zeugma de Euclides da Cunha). O casal não veio, estavam ocupados.
omissão (elipse) de um termo que já apareceu antes. Se for verbo, pode c) de pessoa: Os brasileiros somos otimistas (3ª pess - os brasileiros, mas
necessitar adaptações de número e pessoa verbais. Utilizada, sobretudo, quem fala ou escreve também participa do processo verbal)
nas or. comparativas. Ex: Alguns estudam, outros não, por: alguns estu- Antecipação
dam, outros não estudam. / "O meu pai era paulista / Meu avô, pernambu-
cano / O meu bisavô, mineiro / Meu tataravô, baiano." (Chico Buarque) - antecipação de termo ou expressão, como recurso enfático. Pode gerar
omissão de era anacoluto.
Ex.: Joana creio que veio aqui hoje.
Hipérbato O tempo parece que vai piorar
alteração ou inversão da ordem direta dos termos na oração, ou das ora- Obs.: Celso Cunha denomina-a prolepse.
ções no período. São determinadas por ênfase e podem até gerar anacolu- Figuras de palavras ou tropos
tos.
(Para Bechara alterações semânticas)
Ex: Morreu o presidente, por: O presidente morreu.
Obs1.: Bechara denomina esta figura antecipação.
Obs2.: Se a inversão for violenta, comprometendo o sentido drasticamente,
Português para Concursos 74 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Metáfora Eufemismo
consiste em "suavizar" alguma ideia desagradável
emprego de palavras fora do seu sentido normal, por analogia. É um tipo Ex: Ele enriqueceu por meios ilícitos. (roubou), Você não foi feliz nos
de comparação implícita, sem termo comparativo. exames. (foi reprovado)
Ex: A Amazônia é o pulmão do mundo. Encontrei a chave do problema. / Obs.: Rocha Lima propõe uma variação chamada litote - afirma-se algo
"Veja bem, nosso caso / É uma porta entreaberta." (Luís Gonzaga Junior) pela negação do contrário. (Ele não vê, em lugar de Ele é cego; Não sou
Obs1.: Rocha Lima define como modalidades de metáfora: personificação moço, em vez de Sou velho). Para Bechara, alteração semântica.
(animismo), hipérbole, símbolo e sinestesia. ? Personificação - atribuição
de ações, qualidades e sentimentos humanos a seres inanimados. (A lua Hipérbole
sorri aos enamorados) ? Símbolo - nome de um ser ou coisa concreta exagero de uma ideia com finalidade expressiva
assumindo valor convencional, abstrato. (balança = justiça, D. Quixote = Ex: Estou morrendo de sede (com muita sede), Ela é louca pelos filhos
idealismo, cão = fidelidade, além do simbolismo universal das cores) (gosta muito dos filhos)
Obs2.: esta figura foi muito utilizada pelos simbolistas Obs.: Para Rocha Lima, é uma das modalidades de metáfora.
Catacrese Ironia
uso impróprio de uma palavra ou expressão, por esquecimento ou na utilização de termo com sentido oposto ao original, obtendo-se, assim,
ausência de termo específico. valor irônico.
Ex.: Espalhar dinheiro (espalhar = separar palha) / "Distrai-se um deles a Obs.: Rocha Lima designa como antífrase
enterrar o dedo no tornozelo inchado." - O verbo enterrar era usado primiti-
vamente para significar apenas colocar na terra. Ex: O ministro foi sutil como uma jamanta.
Obs1.: Modernamente, casos como pé de meia e boca de forno são consi- Gradação
derados metáforas viciadas. Perderam valor estilístico e se formaram
graças à semelhança de forma existente entre seres. apresentação de ideias em progressão ascendente (clímax) ou descenden-
Obs2.: Para Rocha Lima, é um tipo de metáfora te (anticlímax)

Metonímia Ex: "Nada fazes, nada tramas, nada pensas que eu não saiba, que eu não
veja, que eu não conheça perfeitamente."
substituição de um nome por outro em virtude de haver entre eles associa-
ção de significado. Prosopopeia, personificação, animismo

Ex: Ler Jorge Amado (autor pela obra - livro) / Ir ao barbeiro (o possuidor é a atribuição de qualidades e sentimentos humanos a seres irracionais e
pelo possuído, ou vice-versa - barbearia) / Bebi dois copos de leite (conti- inanimados.
nente pelo conteúdo - leite) / Ser o Cristo da turma. (indivíduo pala classe - Ex: "A lua, (...) Pedia a cada estrela fria / Um brilho de aluguel ..." (Jõao
culpado) / Completou dez primaveras (parte pelo todo - anos) / O brasileiro Bosco / Aldir Blanc)
é malandro (sing. pelo plural - brasileiros) / Brilham os cristais (matéria pela
obra - copos). Obs.: Para Rocha Lima, é uma modalidade de metáfora.

Antonomásia, perífrase DISCURSO DIRETO. DISCURSO INDIRETO. DISCURSO INDIRETO LIVRE


Celso Cunha
substituição de um nome de pessoa ou lugar por outro ou por uma expres-
são que facilmente o identifique. Fusão entre nome e seu aposto.
ENUNCIAÇÃO E REPRODUÇÃO DE ENUNCIAÇÕES
Ex: O mestre = Jesus Cristo, A cidade luz = Paris, O rei das selvas = o Comparando as seguintes frases:
leão, Escritor Maldito = Lima Barreto “A vida é luta constante”
“Dizem os homens experientes que a vida é luta constante”
Obs.: Rocha Lima considera como uma variação da metonímia
Sinestesia Notamos que, em ambas, é emitido um mesmo conceito sobre a vida..

interpenetração sensorial, fundindo-se dois sentidos ou mais (olfato, visão, Mas, enquanto o autor da primeira frase enuncia tal conceito como
audição, gustação e tato). tendo sido por ele próprio formulado, o autor da segunda o reproduz como
tendo sido formulado por outrem.
Ex.: "Mais claro e fino do que as finas pratas / O som da tua voz deliciava
... / Na dolência velada das sonatas / Como um perfume a tudo perfumava.
Estruturas de reprodução de enunciações
/ Era um som feito luz, eram volatas / Em lânguida espiral que iluminava /
Para dar-nos a conhecer os pensamentos e as palavras de persona-
Brancas sonoridades de cascatas ... / Tanta harmonia melancolizava."
gens reais ou fictícias, os locutores e os escritores dispõiem de três moldes
(Cruz e Souza)
linguísticos diversos, conhecidos pelos nomes de: discurso direto, discurso
Obs.: Para Rocha Lima, representa uma modalidade de metáfora indireto e discurso indireto livre.
Anadiplose Discurso direto
é a repetição de palavra ou expressão de fim de um membro de frase no Examinando este passo do conto Guaxinim do banhado, de Mário de
começo de outro membro de frase. Andrade:
“O Guaxinim está inquieto, mexe dum lado pra outro. Eis que suspira
Ex: "Todo pranto é um comentário. Um comentário que amargamente lá na língua dele - “Chente! que vida dura esta de guaxinim do banhado!...”
condena os motivos dados."
Figuras de pensamento Verificamos que o narrado, após introduzir o personagem, o guaxinim,
deixou-o expressar-se “Lá na língua dele”, reproduzindo-lhe a fala tal
Antítese como ele a teria organizado e emitido.
aproximação de termos ou frases que se opõem pelo sentido.
A essa forma de expressão, em que o personagem é chamado a apre-
Ex: "Neste momento todos os bares estão repletos de homens vazios"
sentar as suas próprias palavras, denominamos discurso direto.
(Vinicius de Moraes)
Obs.: Paradoxo - ideias contraditórias num só pensamento, proposição de
Observação
Rocha Lima ("dor que desatina sem doer" Camões)
No exemplo anterior, distinguimos claramente o narrador, do locutor, o
guaxinim.

Português para Concursos 75 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
vesse não poderia consultá-la à fraca luz da masmorra, imaginava
Mas o narrador e locutor podem confundir-se em casos como o das podiam ser onze horas.”(Lima Barreto)
narrativas memorialistas feitas na primeira pessoa. Assim, na fala de A conjunçào integrante falta, naturalmente, quando, numa cons-
Riobaldo, o personagem-narrador do romance de Grande Sertão: Veredas, trução em discurso indireto, a subordinada substantiva assume a
de Guimarães Rosa. forma reduzida.:
“Assaz o senhor sabe: a gente quer passar um rio a nado, e passa; “Um dos vizinhos disse-lhe serem as autoridades do Cachoei-
mas vai dar na outra banda é num ponto muito mais embaixo, bem diverso ro.”(Graça Aranha)
do que em primeiro se pensou. Viver nem não é muito perigoso?” 2. No plano expressivo assinala-se, em primeiro lugar, que o empre-
go do discurso indireto pressupõe um tipo de relato de caráter
Ou, também, nestes versos de Augusto Meyer, em que o autor, lirica- predominantemente informativo e intelectivo, sem a feição teatral e
mente identificado com a natureza de sua terra, ouve na voz do Minuano o atualizadora do discurso direto. O narrador passa a subordinar a si
convite que, na verdade, quem lhe faz é a sua própria alma: o personagem, com retirar-lhe a forma própria da expressão. Mas
“Ouço o meu grito gritar na voz do vento: não se conclua daí que o discurso indireto seja uma construção
- Mano Poeta, se enganche na minha garupa!” estilística pobre. É, na verdade, do emprego sabiamente dosado
de um e de outro tipo de discurso que os bons escritores extraem
Características do discurso direto da narrativa os mais variados efeitos artísticos, em consonância
1. No plano formal, um enunciado em discurso direto é marcado, ge- com intenções expressivas que só a análise em profundidade de
ralmente, pela presença de verbos do tipo dizer, afirmar, ponderar, uma dada obra pode revelar.
sugerir, perguntar, indagar ou expressões sinônimas, que podem
introduzi-lo, arrematá-lo ou nele se inserir: Transposição do discurso direto para o indireto
“E Alexandre abriu a torneira: Do confronto destas duas frases:
- Meu pai, homem de boa família, possuía fortuna grossa, como não “- Guardo tudo o que meu neto escreve - dizia ela.” (A.F. Schmidt)
ignoram.” (Graciliano Ramos) “Ela dizia que guardava tudo o que o seu neto escrevia.”
“Felizmente, ninguém tinha morrido - diziam em redor.” (Cecília
Meirelles) Verifica-se que, ao passar-se de um tipo de relato para outro, certos
“Os que não têm filhos são órfãos às avessas”, escreveu Macha- elementos do enunciado se modificam, por acomodação ao novo molde
do de Assis, creio que no Memorial de Aires. (A.F. Schmidt) sintático.
Quando falta um desses verbos dicendi, cabe ao contexto e a re- a) Discurso direto enunciado 1ª ou 2ª pessoa.
cursos gráficos - tais como os dois pontos, as aspas, o travessão e Exemplo: “-Devia bastar, disse ela; eu não me atrevo a pedir
a mudança de linha - a função de indicar a fala do personagem. É mais.”(M. de Assis)
o que observamos neste passo: Discurso indireto: enunciado em 3ª pessoa:
“Ao aviso da criada, a família tinha chegado à janela. Não avista- “Ela disse que deveria bastar, que ela não se atrevia a pedir
ram o menino: mais”
- Joãozinho! b) Discurso direto: verbo enunciado no presente:
Nada. Será que ele voou mesmo?” “- O major é um filósofo, disse ele com malícia.” (Lima Barreto)
2. No plano expressivo, a força da narração em discurso direto pro- Discurso indireto: verbo enunciado no imperfeito:
vém essencialmente de sua capacidade de atualizar o episódio, “Disse ele com malícia que o major era um filósofo.”
fazendo emergir da situação o personagem, tornando-o vivo para c) Discurso direto: verbo enunciado no pretérito perfeito:
o ouvinte, à maneira de uma cena teatral, em que o narrador de- “- Caubi voltou, disse o guerreiro Tabajara.”(José de Alencar)
sempenha a mera função de indicador das falas. Discurso indireto: verbo enunciado no pretérito mais-que-perfeito:
“O guerreiro Tabajara disse que Caubi tinha voltado.”
Daí ser esta forma de relatar preferencialmente adotada nos atos diá- d) Discurso direto: verbo enunciado no futuro do presente:
rios de comunicação e nos estilos literários narrativos em que os autores “- Virão buscar V muito cedo? - perguntei.”(A.F. Schmidt)
pretendem representar diante dos que os lêem “a comédia humana, com a Discurso indireto: verbo enunciado no futuro do pretérito:
maior naturalidade possível”. (E. Zola) “Perguntei se viriam buscar V. muito cedo”
e) Discurso direto: verbo no modo imperativo:
Discurso indireto “- Segue a dança! , gritaram em volta. (A. Azevedo)
1. Tomemos como exemplo esta frase de Machado de Assis: Discurso indireto: verbo no modo subjuntivo:
“Elisiário confessou que estava com sono.” “Gritaram em volta que seguisse a dança.”
Ao contrário do que observamos nos enunciados em discurso dire- f) Discurso direto: enunciado justaposto:
to, o narrador incorpora aqui, ao seu próprio falar, uma informação “O dia vai ficar triste, disse Caubi.”
do personagem (Elisiário), contentando-se em transmitir ao leitor o Discurso indireto: enunciado subordinado, geralmente introduzido
seu conteúdo, sem nenhum respeito à forma linguística que teria pela integrante que:
sido realmente empregada. “Disse Caubi que o dia ia ficar triste.”
Este processo de reproduzir enunciados chama-se discurso indire- g) Discurso direto:: enunciado em forma interrogativa direta:
to. “Pergunto - É verdade que a Aldinha do Juca está uma moça en-
2. Também, neste caso, narrador e personagem podem confundir-se cantadora?” (Guimarães Rosa)
num só: Discurso indireto: enunciado em forma interrogativa indireta:
“Engrosso a voz e afirmo que sou estudante.” (Graciliano Ramos) “Pergunto se é verdade que a Aldinha do Juca está uma moça en-
cantadora.”
Características do discurso indireto h) Discurso direto: pronome demonstrativo de 1ª pessoa (este, esta,
1. No plano formal verifica-se que, introduzidas também por um ver- isto) ou de 2ª pessoa (esse, essa, isso).
bo declarativo (dizer, afirmar, ponderar, confessar, responder, etc), “Isto vai depressa, disse Lopo Alves.”(Machado de Assis)
as falas dos personagens se contêm, no entanto, numa oração Discurso indireto: pronome demonstrativo de 3ª pessoa (aquele,
subordinada substantiva, de regra desenvolvida: aquela, aquilo).
“O padre Lopes confessou que não imaginara a existência de tan- “Lopo Alves disse que aquilo ia depressa.”
tos doudos no mundo e menos ainda o inexplicável de alguns ca- i) Discurso direto: advérbio de lugar aqui:
sos.” “E depois de torcer nas mãos a bolsa, meteu-a de novo na gaveta,
Nestas orações, como vimos, pode ocorrer a elipse da conjunção concluindo:
integrante: - Aqui, não está o que procuro.”(Afonso Arinos)
“Fora preso pela manhã, logo ao erguer-se da cama, e, pelo cálcu- Discurso indireto: advérbio de lugar ali:
lo aproximado do tempo, pois estava sem relógio e mesmo se o ti- “E depois de torcer nas mãos a bolsa, meteu-a de novo na gaveta,

Português para Concursos 76 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
concluindo que ali não estava o que procurava.” cionamento da mensagem para um ou mais elementos do circuito da
comunicação. O funcionamento da mensagem ocorre tendo em vista a
Discurso indireto livre finalidade de transmitir.
Na moderna literatura narrativa, tem sido amplamente utilizado um ter- Apresenta, portanto, funções da linguagem qualquer produção discur-
ceiro processo de reprodução de enunciados, resultante da conciliação dos siva, linguistica (oral ou escrita) ou extralinguística (propaganda, fotografia.
dois anteriormente descritos. É o chamado discurso indireto livre, forma de música, pintura, cinema etc.).
expressão que, ao invés de apresentar o personagem em sua voz própria
(discurso direto), ou de informar objetivamente o leitor sobre o que ele teria Quando vamos elaborar uma redação, necessitamos estar conscientes
dito (discurso indireto), aproxima narrador e personagem, dando-nos a de que estamos escrevendo para alguém.
impressão de que passam a falar em uníssono.
A redação (literária ou escolar] sempre apresenta alguém que escreve,
Comparem-se estes exemplos: que envia a MENSAGEM, o EMISSOR, para alguém que a lê, o RECEP-
“Que vontade de voar lhe veio agora! Correu outra vez com a respira- TOR. O elemento que passa a emissão para a recepção é o CANAL, que é
ção presa. Já nem podia mais. Estava desanimado. Que pena! Houve um um suporte tísico (no caso da redação é o papel). Qualquer problema com
momento em que esteve quase... quase! o canal impedirá que a mensagem chegue ao receptor; neste caso, não
Retirou as asas e estraçalhou-a. Só tinham beleza. Entretanto, qual- haverá comunicação, mas um ruído”, um obstáculo a ela. Os fatos, os
quer urubu... que raiva... “ (Ana Maria Machado) objetos ou imagens, juízos ou raciocínios que o emissor utiliza (no nosso
“D. Aurora sacudiu a cabeça e afastou o juízo temerário. Para que es- caso, a língua portuguesa) constitui o CÓDIGO. O papel do código é de
tar catando defeitos no próximo? Eram todos irmãos. Irmãos.” (Graciliano suma importância, pois emissor e receptor devem possuir pleno conheci-
Ramos) mento do código utilizado para que a comunicação se realize, senão a
“O matuto sentiu uma frialdade mortuária percorrendo-o ao longo da comunicação será apenas parcial ou nula. Um código comum, uma men-
espinha. sagem deverá abranger um CONTEXTO ou REFERENTE.
Era uma urutu, a terrível urutu do sertão, para a qual a mezinha do-
méstica nem a dos campos possuíam salvação. FUNÇÃO REFERENCIAL — a mais usada no dia-a-dia. Ela separa dois
Perdido... completamente perdido...” níveis de linguagem, denotativo e conotativo. A linguagem conotativa ou
( H. de C. Ramos) “linguagem figurada” empresta sua significação para dois campos diversos,
uma espécie de transferência de significado. Por exemplo: pé da cadeira”
Características do discurso indireto livre refere-se à semelhança entre o signo pé (campo orgânico do ser humano] e o
Do exame dos enunciados em itálico comprova-se que o discurso indi- traço que compõe a sustentação da cadeira (campo dos objetos]. Assim, a
reto livre conserva toda a afetividade e a expressividade próprios do dis- linguagem “figura” o objeto que sustenta a cadeira, com base na similaridade
curso direto, ao mesmo tempo que mantém as transposições de pronomes, do pé humano e essa relação se dá entre signos. A linguagem denotativa ou
verbos e advérbios típicos do discurso indireto. É, por conseguinte, um “linguagem legível” relaciona e aproxima mais diretamente o termo e o objeto.
processo de reprodução de enunciados que combina as características dos O pé do ser humano seria signo denotativo.
dois anteriormente descritos.
1. No plano formal, verifica-se que o emprego do discurso indireto li- A função referencial evidencia o assunto, o objeto, os fatos. É a lingua-
vre “pressupõe duas condições: a absoluta liberdade sintática do gem da comunicação. Refere-se a um contexto, ou seja, a uma informação
escritor (fator gramatical) e a sua completa adesão à vida do per- sem se envolver com quem a produziu ou de quem a recebeu. É meramente
sonagem (fator estético) “ (Nicola Vita In: Cultura Neolatina). informativa; não se preocupa com o estilo. É a linguagem das redações
Observe-se que essa absoluta liberdade sintática do escritor pode escolares, principalmente das dissertações, das narrações não fictícias e das
levar o leitor desatento a confundir as palavras ou manifestações descrições objetivas. Ela é usada também nos manuais técnicos, fichas
dos locutores com a simples narração. Daí que, para a apreensão informativas, instruções para a instalação e funcionamento de aparelhos,
da fala do personagem nos trechos em discurso indireto livre, ga- explicações a respeito de aparelhos. Caracteriza o discurso científico, o
nhe em importância o papel do contexto, pois que a passagem do jornalístico e a correspondência comercial.
que seja relato por parte do narrador a enunciado real do locutor é,
muitas vezes, extremamente sutil, tal como nos mostra o seguinte FUNÇÃO EMOTIVA — põe ênfase no emissor. A linguagem e subjetiva
passo de Machado de Assis: e expressa diretamente emoções, atitudes, sensações, reflexões pessoais, a
“Quincas Borba calou-se de exausto, e sentou-se ofegante. Rubi- carga emocional. Na Literatura, essa função predomina na poesia, prosa
ão acudiu, levando-lhe água e pedindo que se deitasse para des- poética, depoimentos, autobiografias e memórias, diários íntimos. Linguisti-
cansar; mas o enfermo após alguns minutos, respondeu que não camente é representada por interjeições, adjetivos, exclamações, reticências,
era nada. Perdera o costume de fazer discursos é o que era.” agressão verbal (insultos, termos de calão).
2. No plano expressivo, devem ser realçados alguns valores desta
construção híbrida: Pertencem também à função emotiva as canções populares amorosas,
a) Evitando, por um lado, o acúmulo de quês, ocorrente no discurso as novelas e qualquer expressão artística que deixe transparecer o estado
indireto, e, por outro lado, os cortes das oposições dialogadas pe- emocional do emissor.
culiares ao discurso direto, o discurso indireto livre permite uma
narrativa mais fluente, de ritmo e tom mais artisticamente elabora- FUNÇÃO CONATIVA — é dirigida ao receptor buscando mobilizar sua
dos; atenção, produzindo um apelo. A linguagem apresenta caráter persuasivo,
b) O elo psíquico que se estabelece entre o narrador e personagem sedutor, procura aproximar-se do receptor (ouvinte, espectador, leitor), con-
neste molde frásico torna-o o preferido dos escritores memorialis- vencer, mudar seu comportamento. Pode ser volitiva, revelando assim uma
tas, em suas páginas de monólogo interior; vontade ou é imperativa, que é a característica fundamental da propaganda.
c) Finalmente, cumpre ressaltar que o discurso indireto livre nem Exemplos:
sempre aparece isolado em meio da narração. Sua “riqueza ex-
pressiva aumenta quando ele se relaciona, dentro do mesmo pa- FUNÇÃO FÁTICA — sua característica principal é a de preparar a co-
rágrafo, com os discursos direto e indireto puro”, pois o emprego municação, facilitando-a, dando eficiência no processo comunicativo. Apre-
conjunto faz que para o enunciado confluam, “numa soma total, as senta excesso de reticências, desejo de compreensão. Ela mantém a cone-
características de três estilos diferentes entre si”. xão entre os falantes.

(Celso Cunha in Gramática da Língua Portuguesa, 2ª edição, MEC- FUNÇÃO POÉTICA — pode ocorrer num texto em prosa ou em verso,
FENAME.) ou ainda na fotografia, na música, no cinema, na pintura, enfim em qualquer
modalidade discursiva que apresente uma maneira especial de elaborar o
FUNÇÕES DA LINGUAGEM código. Ela valoriza a comunicação pela forma da mensagem, ela se preocu-
As funções da linguagem têm como objetivo essencial apontar o dire- pa com a estética do texto. A linguagem é criativa, afetiva, recorre a figuras,

Português para Concursos 77 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
ornatos, apresenta ritmo, sonoridade. Na Literatura, essa função não se A redação oficial não é, portanto, necessariamente árida e infensa à
manifesta apenas na poesia, devemos considerar a prosa poética em suas evolução da língua. É que sua finalidade básica – comunicar com impes-
várias manifestações. Exemplo: soalidade e máxima clareza – impõe certos parâmetros ao uso que se faz
da língua, de maneira diversa daquele da literatura, do texto jornalístico, da
FUNÇÃO METALINGUÍSTICA — é centrada no código visando sua tra- correspondência particular, etc.
dução. A elaboração do discurso é de suma importância, seja ele linguistico
(a escrita ou a oralidade) ou extralinguístico (música, pintura, gestualidades Apresentadas essas características fundamentais da redação oficial,
etc.). É a mensagem que fala de sua própria produção discursiva. A lingua- passemos à análise pormenorizada de cada uma delas.
gem fala sobre a própria linguagem, como nos textos explicativos, nas defini-
ções. Ela é encontrada nos dicionários, nas enciclopédias, gramáticas, livros 1.1. A Impessoalidade
didáticos. A finalidade da língua é comunicar, quer pela fala, quer pela escrita.
Para que haja comunicação, são necessários: a) alguém que comunique,
ASPECTOS GERAIS DA REDAÇÃO OFICIAL b) algo a ser comunicado, e c) alguém que receba essa comunicação. No
caso da redação oficial, quem comunica é sempre o Serviço Público (este
1. O que é Redação Oficial ou aquele Ministério, Secretaria, Departamento, Divisão, Serviço, Seção); o
Em uma frase, pode-se dizer que redação oficial é a maneira pela qual que se comunica é sempre algum assunto relativo às atribuições do órgão
o Poder Público redige atos normativos e comunicações. Interessa-nos que comunica; o destinatário dessa comunicação ou é o público, o conjunto
tratá-la do ponto de vista do Poder Executivo. dos cidadãos, ou outro órgão público, do Executivo ou dos outros Poderes
da União.
A redação oficial deve caracterizar-se pela impessoalidade, uso do pa-
drão culto de linguagem, clareza, concisão, formalidade e uniformidade. Percebe-se, assim, que o tratamento impessoal que deve ser dado aos
Fundamentalmente esses atributos decorrem da Constituição, que dispõe, assuntos que constam das comunicações oficiais decorre:
no artigo 37: "A administração pública direta, indireta ou fundacional, de a) da ausência de impressões individuais de quem comunica: embo-
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos ra se trate, por exemplo, de um expediente assinado por Chefe de
Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, mora- determinada Seção, é sempre em nome do Serviço Público que é
lidade, publicidade e eficiência (...)". Sendo a publicidade e a impessoali- feita a comunicação. Obtém-se, assim, uma desejável padroniza-
dade princípios fundamentais de toda administração pública, claro está que ção, que permite que comunicações elaboradas em diferentes se-
devem igualmente nortear a elaboração dos atos e comunicações oficiais. tores da Administração guardem entre si certa uniformidade;
b) da impessoalidade de quem recebe a comunicação, com duas
Não se concebe que um ato normativo de qualquer natureza seja redi- possibilidades: ela pode ser dirigida a um cidadão, sempre conce-
gido de forma obscura, que dificulte ou impossibilite sua compreensão. A bido como público, ou a outro órgão público. Nos dois casos, te-
transparência do sentido dos atos normativos, bem como sua inteligibilida- mos um destinatário concebido de forma homogênea e impessoal;
de, são requisitos do próprio Estado de Direito: é inaceitável que um texto c) do caráter impessoal do próprio assunto tratado: se o universo te-
legal não seja entendido pelos cidadãos. A publicidade implica, pois, ne- mático das comunicações oficiais se restringe a questões que di-
cessariamente, clareza e concisão. zem respeito ao interesse público, é natural que não cabe qual-
quer tom particular ou pessoal.
Além de atender à disposição constitucional, a forma dos atos normati-
vos obedece a certa tradição. Há normas para sua elaboração que remon- Desta forma, não há lugar na redação oficial para impressões pesso-
tam ao período de nossa história imperial, como, por exemplo, a obrigatori- ais, como as que, por exemplo, constam de uma carta a um amigo, ou de
edade – estabelecida por decreto imperial de 10 de dezembro de 1822 – um artigo assinado de jornal, ou mesmo de um texto literário. A redação
de que se aponha, ao final desses atos, o número de anos transcorridos oficial deve ser isenta da interferência da individualidade que a elabora.
desde a Independência. Essa prática foi mantida no período republicano.
A concisão, a clareza, a objetividade e a formalidade de que nos vale-
Esses mesmos princípios (impessoalidade, clareza, uniformidade, con- mos para elaborar os expedientes oficiais contribuem, ainda, para que seja
cisão e uso de linguagem formal) aplicam-se às comunicações oficiais: elas alcançada a necessária impessoalidade.
devem sempre permitir uma única interpretação e ser estritamente impes-
soais e uniformes, o que exige o uso de certo nível de linguagem. 1.2. A Linguagem dos Atos e Comunicações Oficiais
A necessidade de empregar determinado nível de linguagem nos atos
Nesse quadro, fica claro também que as comunicações oficiais são e expedientes oficiais decorre, de um lado, do próprio caráter público
necessariamente uniformes, pois há sempre um único comunicador (o desses atos e comunicações; de outro, de sua finalidade. Os atos oficiais,
Serviço Público) e o receptor dessas comunicações ou é o próprio Serviço aqui entendidos como atos de caráter normativo, ou estabelecem regras
Público (no caso de expedientes dirigidos por um órgão a outro) – ou o para a conduta dos cidadãos, ou regulam o funcionamento dos órgãos
conjunto dos cidadãos ou instituições tratados de forma homogênea (o públicos, o que só é alcançado se em sua elaboração for empregada a
público). linguagem adequada. O mesmo se dá com os expedientes oficiais, cuja
finalidade precípua é a de informar com clareza e objetividade.
Outros procedimentos rotineiros na redação de comunicações oficiais
foram incorporados ao longo do tempo, como as formas de tratamento e de As comunicações que partem dos órgãos públicos federais devem ser
cortesia, certos clichês de redação, a estrutura dos expedientes, etc. compreendidas por todo e qualquer cidadão brasileiro. Para atingir esse
Mencione-se, por exemplo, a fixação dos fechos para comunicações ofici- objetivo, há que evitar o uso de uma linguagem restrita a determinados
ais, regulados pela Portaria no 1 do Ministro de Estado da Justiça, de 8 de grupos. Não há dúvida que um texto marcado por expressões de circulação
julho de 1937, que, após mais de meio século de vigência, foi revogado restrita, como a gíria, os regionalismos vocabulares ou o jargão técnico,
pelo Decreto que aprovou a primeira edição deste Manual. tem sua compreensão dificultada.

Acrescente-se, por fim, que a identificação que se buscou fazer das Ressalte-se que há necessariamente uma distância entre a língua fa-
características específicas da forma oficial de redigir não deve ensejar o lada e a escrita. Aquela é extremamente dinâmica, reflete de forma imedia-
entendimento de que se proponha a criação – ou se aceite a existência – ta qualquer alteração de costumes, e pode eventualmente contar com
de uma forma específica de linguagem administrativa, o que coloquialmen- outros elementos que auxiliem a sua compreensão, como os gestos, a
te e pejorativamente se chama burocratês. Este é antes uma distorção do entoação, etc., para mencionar apenas alguns dos fatores responsáveis
que deve ser a redação oficial, e se caracteriza pelo abuso de expressões por essa distância. Já a língua escrita incorpora mais lentamente as trans-
e clichês do jargão burocrático e de formas arcaicas de construção de formações, tem maior vocação para a permanência, e vale-se apenas de si
frases. mesma para comunicar.

Português para Concursos 78 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
A língua escrita, como a falada, compreende diferentes níveis, de a- qual se escreve, o necessário tempo para revisar o texto depois de pronto.
cordo com o uso que dela se faça. Por exemplo, em uma carta a um ami- É nessa releitura que muitas vezes se percebem eventuais redundâncias
go, podemos nos valer de determinado padrão de linguagem que incorpore ou repetições desnecessárias de ideias.
expressões extremamente pessoais ou coloquiais; em um parecer jurídico,
não se há de estranhar a presença do vocabulário técnico correspondente. O esforço de sermos concisos atende, basicamente ao princípio de
Nos dois casos, há um padrão de linguagem que atende ao uso que se faz economia linguística, à mencionada fórmula de empregar o mínimo de
da língua, a finalidade com que a empregamos. palavras para informar o máximo. Não se deve de forma alguma entendê-la
como economia de pensamento, isto é, não se devem eliminar passagens
O mesmo ocorre com os textos oficiais: por seu caráter impessoal, por substanciais do texto no afã de reduzi-lo em tamanho. Trata-se exclusiva-
sua finalidade de informar com o máximo de clareza e concisão, eles mente de cortar palavras inúteis, redundâncias, passagens que nada
requerem o uso do padrão culto da língua. Há consenso de que o padrão acrescentem ao que já foi dito.
culto é aquele em que a) se observam as regras da gramática formal, e b)
se emprega um vocabulário comum ao conjunto dos usuários do idioma. É Procure perceber certa hierarquia de ideias que existe em todo texto
importante ressaltar que a obrigatoriedade do uso do padrão culto na de alguma complexidade: ideias fundamentais e ideias secundárias. Estas
redação oficial decorre do fato de que ele está acima das diferenças lexi- últimas podem esclarecer o sentido daquelas, detalhá-las, exemplificá-las;
cais, morfológicas ou sintáticas regionais, dos modismos vocabulares, das mas existem também ideias secundárias que não acrescentam informação
idiossincrasias linguísticas, permitindo, por essa razão, que se atinja a alguma ao texto, nem têm maior relação com as fundamentais, podendo,
pretendida compreensão por todos os cidadãos. por isso, ser dispensadas.

Lembre-se que o padrão culto nada tem contra a simplicidade de ex- A clareza deve ser a qualidade básica de todo texto oficial, conforme já
pressão, desde que não seja confundida com pobreza de expressão. De sublinhado na introdução deste capítulo. Pode-se definir como claro aquele
nenhuma forma o uso do padrão culto implica emprego de linguagem texto que possibilita imediata compreensão pelo leitor. No entanto a clareza
rebuscada, nem dos contorcionismos sintáticos e figuras de linguagem não é algo que se atinja por si só: ela depende estritamente das demais
próprios da língua literária. características da redação oficial. Para ela concorrem:
a) a impessoalidade, que evita a duplicidade de interpretações que
Pode-se concluir, então, que não existe propriamente um "padrão ofi- poderia decorrer de um tratamento personalista dado ao texto;
cial de linguagem"; o que há é o uso do padrão culto nos atos e comunica- b) o uso do padrão culto de linguagem, em princípio, de entendimen-
ções oficiais. É claro que haverá preferência pelo uso de determinadas to geral e por definição avesso a vocábulos de circulação restrita,
expressões, ou será obedecida certa tradição no emprego das formas como a gíria e o jargão;
sintáticas, mas isso não implica, necessariamente, que se consagre a c) a formalidade e a padronização, que possibilitam a imprescindível
utilização de uma forma de linguagem burocrática. O jargão burocrático, uniformidade dos textos;
como todo jargão, deve ser evitado, pois terá sempre sua compreensão d) a concisão, que faz desaparecer do texto os excessos linguísticos
limitada. que nada lhe acrescentam.

A linguagem técnica deve ser empregada apenas em situações que a É pela correta observação dessas características que se redige com
exijam, sendo de evitar o seu uso indiscriminado. Certos rebuscamentos clareza. Contribuirá, ainda, a indispensável releitura de todo texto redigido.
acadêmicos, e mesmo o vocabulário próprio a determinada área, são de A ocorrência, em textos oficiais, de trechos obscuros e de erros gramaticais
difícil entendimento por quem não esteja com eles familiarizado. Deve-se provém principalmente da falta da releitura que torna possível sua corre-
ter o cuidado, portanto, de explicitá-los em comunicações encaminhadas a ção.
outros órgãos da administração e em expedientes dirigidos aos cidadãos.
Na revisão de um expediente, deve-se avaliar, ainda, se ele será de
Outras questões sobre a linguagem, como o emprego de neologismo e fácil compreensão por seu destinatário. O que nos parece óbvio pode ser
estrangeirismo, são tratadas em detalhe em 9.3. Semântica. desconhecido por terceiros. O domínio que adquirimos sobre certos assun-
tos em decorrência de nossa experiência profissional muitas vezes faz com
1.3. Formalidade e Padronização que os tomemos como de conhecimento geral, o que nem sempre é verda-
As comunicações oficiais devem ser sempre formais, isto é, obedecem de. Explicite, desenvolva, esclareça, precise os termos técnicos, o signifi-
a certas regras de forma: além das já mencionadas exigências de impes- cado das siglas e abreviações e os conceitos específicos que não possam
soalidade e uso do padrão culto de linguagem, é imperativo, ainda, certa ser dispensados.
formalidade de tratamento. Não se trata somente da eterna dúvida quanto
ao correto emprego deste ou daquele pronome de tratamento para uma A revisão atenta exige, necessariamente, tempo. A pressa com que
autoridade de certo nível (v. a esse respeito 2.1.3. Emprego dos Pronomes são elaboradas certas comunicações quase sempre compromete sua
de Tratamento); mais do que isso, a formalidade diz respeito à polidez, à clareza. Não se deve proceder à redação de um texto que não seja segui-
civilidade no próprio enfoque dado ao assunto do qual cuida a comunica- da por sua revisão. "Não há assuntos urgentes, há assuntos atrasados",
ção. diz a máxima. Evite-se, pois, o atraso, com sua indesejável repercussão no
redigir.
A formalidade de tratamento vincula-se, também, à necessária unifor-
midade das comunicações. Ora, se a administração federal é una, é natural AS COMUNICAÇÕES OFICIAIS
que as comunicações que expede sigam um mesmo padrão. O estabele- 2. Introdução
cimento desse padrão, uma das metas deste Manual, exige que se atente A redação das comunicações oficiais deve, antes de tudo, seguir os
para todas as características da redação oficial e que se cuide, ainda, da preceitos explicitados no Capítulo I, Aspectos Gerais da Redação Oficial.
apresentação dos textos. Além disso, há características específicas de cada tipo de expediente, que
serão tratadas em detalhe neste capítulo. Antes de passarmos à sua
A clareza datilográfica, o uso de papéis uniformes para o texto definiti- análise, vejamos outros aspectos comuns a quase todas as modalidades
vo e a correta diagramação do texto são indispensáveis para a padroniza- de comunicação oficial: o emprego dos pronomes de tratamento, a forma
ção. Consulte o Capítulo II, As Comunicações Oficiais, a respeito de nor- dos fechos e a identificação do signatário.
mas específicas para cada tipo de expediente.
2.1. Pronomes de Tratamento
1.4. Concisão e Clareza 2.1.1. Breve História dos Pronomes de Tratamento
A concisão é antes uma qualidade do que uma característica do texto O uso de pronomes e locuções pronominais de tratamento tem larga
oficial. Conciso é o texto que consegue transmitir um máximo de informa- tradição na língua portuguesa. De acordo com Said Ali, após serem incor-
ções com um mínimo de palavras. Para que se redija com essa qualidade, porados ao português os pronomes latinos tu e vos, "como tratamento
é fundamental que se tenha, além de conhecimento do assunto sobre o direto da pessoa ou pessoas a quem se dirigia a palavra", passou-se a

Português para Concursos 79 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
empregar, como expediente linguístico de distinção e de respeito, a segun- As demais autoridades serão tratadas com o vocativo Senhor, seguido
da pessoa do plural no tratamento de pessoas de hierarquia superior. do cargo respectivo:
Prossegue o autor: Senhor Senador,
"Outro modo de tratamento indireto consistiu em fingir que se dirigia a Senhor Juiz,
palavra a um atributo ou qualidade eminente da pessoa de categoria Senhor Ministro,
superior, e não a ela própria. Assim aproximavam-se os vassalos de seu Senhor Governador,
rei com o tratamento de vossa mercê, vossa senhoria (...); assim usou-se o
tratamento ducal de vossa excelência e adotaram-se na hierarquia eclesi- Em comunicações oficiais, está abolido o uso do tratamento digníssi-
ástica vossa reverência, vossa paternidade, vossa eminência, vossa santi- mo (DD), às autoridades arroladas na lista anterior. A dignidade é pressu-
dade." posto para que se ocupe qualquer cargo público, sendo desnecessária sua
repetida evocação.
A partir do final do século XVI, esse modo de tratamento indireto já es-
tava em voga também para os ocupantes de certos cargos públicos. Vossa Vossa Senhoria é empregado para as demais autoridades e para par-
mercê evoluiu para vosmecê, e depois para o coloquial você. E o pronome ticulares. O vocativo adequado é:
vós, com o tempo, caiu em desuso. É dessa tradição que provém o atual Senhor Fulano de Tal, (...)
emprego de pronomes de tratamento indireto como forma de dirigirmo-nos No envelope, deve constar do endereçamento:
às autoridades civis, militares e eclesiásticas. Ao Senhor
2.1.2. Concordância com os Pronomes de Tratamento Fulano de Tal
Os pronomes de tratamento (ou de segunda pessoa indireta) apresen- Rua ABC, no 123
tam certas peculiaridades quanto à concordância verbal, nominal e prono- 70.123 – Curitiba. PR
minal. Embora se refiram à segunda pessoa gramatical (à pessoa com
quem se fala, ou a quem se dirige a comunicação), levam a concordância Como se depreende do exemplo acima, fica dispensado o emprego do
para a terceira pessoa. É que o verbo concorda com o substantivo que superlativo ilustríssimo para as autoridades que recebem o tratamento de
integra a locução como seu núcleo sintático: "Vossa Senhoria nomeará o Vossa Senhoria e para particulares. É suficiente o uso do pronome de
substituto"; "Vossa Excelência conhece o assunto". tratamento Senhor.

Da mesma forma, os pronomes possessivos referidos a pronomes de Acrescente-se que doutor não é forma de tratamento, e sim título aca-
tratamento são sempre os da terceira pessoa: "Vossa Senhoria nomeará dêmico. Evite usá-lo indiscriminadamente. Como regra geral, empregue-o
seu substituto" (e não "Vossa ... vosso..."). apenas em comunicações dirigidas a pessoas que tenham tal grau por
terem concluído curso universitário de doutorado. É costume designar por
Já quanto aos adjetivos referidos a esses pronomes, o gênero grama- doutor os bacharéis, especialmente os bacharéis em Direito e em Medici-
tical deve coincidir com o sexo da pessoa a que se refere, e não com o na. Nos demais casos, o tratamento Senhor confere a desejada formalida-
substantivo que compõe a locução. Assim, se nosso interlocutor for ho- de às comunicações.
mem, o correto é "Vossa Excelência está atarefado", "Vossa Senhoria deve
estar satisfeito"; se for mulher, "Vossa Excelência está atarefada", "Vossa Mencionemos, ainda, a forma Vossa Magnificência, empregada por
Senhoria deve estar satisfeita". força da tradição, em comunicações dirigidas a reitores de universidade.
Corresponde-lhe o vocativo:
2.1.3. Emprego dos Pronomes de Tratamento Magnífico Reitor,
Como visto, o emprego dos pronomes de tratamento obedece a secu- (...)
lar tradição. São de uso consagrado:
Os pronomes de tratamento para religiosos, de acordo com a hierar-
Vossa Excelência, para as seguintes autoridades: quia eclesiástica, são:
a) do Poder Executivo; Vossa Santidade, em comunicações dirigidas ao Papa. O vocativo cor-
Presidente da República; respondente é:
Vice-Presidente da República; Santíssimo Padre,
Ministros de Estado; (...)
Governadores e Vice-Governadores de Estado e do Distrito Fede- Vossa Eminência ou Vossa Eminência Reverendíssima, em comunica-
ral; ções aos Cardeais. Corresponde-lhe o vocativo:
Oficiais-Generais das Forças Armadas; Eminentíssimo Senhor Cardeal, ou
Embaixadores; Eminentíssimo e Reverendíssimo Senhor Cardeal,
Secretários-Executivos de Ministérios e demais ocupantes de car- (...)
gos de natureza especial;
Secretários de Estado dos Governos Estaduais; Vossa Excelência Reverendíssima é usado em comunicações dirigidas
Prefeitos Municipais. a Arcebispos e Bispos; Vossa Reverendíssima ou Vossa Senhoria Reve-
b) do Poder Legislativo: rendíssima para Monsenhores, Cônegos e superiores religiosos. Vossa
Deputados Federais e Senadores; Reverência é empregado para sacerdotes, clérigos e demais religiosos.
Ministro do Tribunal de Contas da União;
Deputados Estaduais e Distritais; 2.2. Fechos para Comunicações
Conselheiros dos Tribunais de Contas Estaduais; O fecho das comunicações oficiais possui, além da finalidade óbvia de
Presidentes das Câmaras Legislativas Municipais. arrematar o texto, a de saudar o destinatário. Os modelos para fecho que
c) do Poder Judiciário: vinham sendo utilizados foram regulados pela Portaria no 1 do Ministério da
Ministros dos Tribunais Superiores; Justiça, de 1937, que estabelecia quinze padrões. Com o fito de simplificá-
Membros de Tribunais; los e uniformizá-los, este Manual estabelece o emprego de somente dois
Juízes; fechos diferentes para todas as modalidades de comunicação oficial:
Auditores da Justiça Militar. a) para autoridades superiores, inclusive o Presidente da República:
Respeitosamente,
O vocativo a ser empregado em comunicações dirigidas aos Chefes de b) para autoridades de mesma hierarquia ou de hierarquia inferior:
Poder é Excelentíssimo Senhor, seguido do cargo respectivo: Atenciosamente,
Excelentíssimo Senhor Presidente da República,
Excelentíssimo Senhor Presidente do Congresso Nacional, Ficam excluídas dessa fórmula as comunicações dirigidas a autorida-
Excelentíssimo Senhor Presidente do Supremo Tribunal Federal. des estrangeiras, que atendem a rito e tradição próprios, devidamente
disciplinados no Manual de Redação do Ministério das Relações Exterio-

Português para Concursos 80 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
res. comentário a respeito do documento que encaminha, poderá a-
crescentar parágrafos de desenvolvimento; em caso contrário, não
2.3. Identificação do Signatário há parágrafos de desenvolvimento em aviso ou ofício de mero en-
Excluídas as comunicações assinadas pelo Presidente da República, caminhamento.
todas as demais comunicações oficiais devem trazer o nome e o cargo da f) fecho (v. 2.2. Fechos para Comunicações);
autoridade que as expede, abaixo do local de sua assinatura. A forma da g) assinatura do autor da comunicação; e
identificação deve ser a seguinte: h) identificação do signatário (v. 2.3. Identificação do Signatário).
(espaço para assinatura)
Nome 3.2. Forma de diagramação
Chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República Os documentos do Padrão Ofício devem obedecer à seguinte forma de
(espaço para assinatura) apresentação:
Nome a) deve ser utilizada fonte do tipo Times New Roman de corpo 12 no
Ministro de Estado da Justiça texto em geral, 11 nas citações, e 10 nas notas de rodapé;
b) para símbolos não existentes na fonte Times New Roman poder-
Para evitar equívocos, recomenda-se não deixar a assinatura em pá- se-á utilizar as fontes Symbol e Wingdings;
gina isolada do expediente. Transfira para essa página ao menos a última c) é obrigatória constar a partir da segunda página o número da pá-
frase anterior ao fecho. gina;
d) os ofícios, memorandos e anexos destes poderão ser impressos
3. O Padrão Ofício em ambas as faces do papel. Neste caso, as margens esquerda e
Há três tipos de expedientes que se diferenciam antes pela finalidade direta terão as distâncias invertidas nas páginas pares ("margem
do que pela forma: o ofício, o aviso e o memorando. Com o fito de unifor- espelho");
mizá-los, pode-se adotar uma diagramação única, que siga o que chama- e) o início de cada parágrafo do texto deve ter 2,5 cm de distância da
mos de padrão ofício. As peculiaridades de cada um serão tratadas adian- margem esquerda;
te; por ora busquemos as suas semelhanças. f) o campo destinado à margem lateral esquerda terá, no mínimo,
3,0 cm de largura;
3.1. Partes do documento no Padrão Ofício g) o campo destinado à margem lateral direita terá 1,5 cm;
O aviso, o ofício e o memorando devem conter as seguintes partes: h) deve ser utilizado espaçamento simples entre as linhas e de 6
a) tipo e número do expediente, seguido da sigla do órgão que o ex- pontos após cada parágrafo, ou, se o editor de texto utilizado não
pede: comportar tal recurso, de uma linha em branco;
Exemplos: Mem. 123/2002-MF Aviso 123/2002-SG Of. 123/2002- i) não deve haver abuso no uso de negrito, itálico, sublinhado, letras
MME maiúsculas, sombreado, sombra, relevo, bordas ou qualquer outra
b) local e data em que foi assinado, por extenso, com alinhamento à forma de formatação que afete a elegância e a sobriedade do do-
direita: cumento;
Exemplo: Brasília, 15 de março de 1991. j) a impressão dos textos deve ser feita na cor preta em papel bran-
c) assunto: resumo do teor do documento co. A impressão colorida deve ser usada apenas para gráficos e
Exemplos: Assunto: Produtividade do órgão em 2002. ilustrações;
Assunto: Necessidade de aquisição de novos computadores. l) todos os tipos de documentos do Padrão Ofício devem ser im-
d) destinatário: o nome e o cargo da pessoa a quem é dirigida a co- pressos em papel de tamanho A-4, ou seja, 29,7 x 21,0 cm;
municação. No caso do ofício deve ser incluído também o endere- m) deve ser utilizado, preferencialmente, o formato de arquivo Rich
ço. Text nos documentos de texto;
e) texto: nos casos em que não for de mero encaminhamento de do- n) dentro do possível, todos os documentos elaborados devem ter o
cumentos, o expediente deve conter a seguinte estrutura: arquivo de texto preservado para consulta posterior ou aproveita-
– introdução, que se confunde com o parágrafo de abertura, na qual mento de trechos para casos análogos;
é apresentado o assunto que motiva a comunicação. Evite o uso o) para facilitar a localização, os nomes dos arquivos devem ser for-
das formas: "Tenho a honra de", "Tenho o prazer de", "Cumpre-me mados da seguinte maneira: tipo do documento + número do do-
informar que", empregue a forma direta; cumento + palavras-chaves do conteúdo
– desenvolvimento, no qual o assunto é detalhado; se o texto conti- Ex.: "Of. 123 - relatório produtividade ano 2002"
ver mais de uma ideia sobre o assunto, elas devem ser tratadas
em parágrafos distintos, o que confere maior clareza à exposição; 3.3. Aviso e Ofício
– conclusão, em que é reafirmada ou simplesmente reapresentada a 3.3.1. Definição e Finalidade
posição recomendada sobre o assunto. Aviso e ofício são modalidades de comunicação oficial praticamente
Os parágrafos do texto devem ser numerados, exceto nos casos idênticas. A única diferença entre eles é que o aviso é expedido exclusiva-
em que estes estejam organizados em itens ou títulos e subtítulos. mente por Ministros de Estado, para autoridades de mesma hierarquia, ao
Já quando se tratar de mero encaminhamento de documentos a passo que o ofício é expedido para e pelas demais autoridades. Ambos
estrutura é a seguinte: têm como finalidade o tratamento de assuntos oficiais pelos órgãos da
– introdução: deve iniciar com referência ao expediente que solicitou Administração Pública entre si e, no caso do ofício, também com particula-
o encaminhamento. Se a remessa do documento não tiver sido so- res.
licitada, deve iniciar com a informação do motivo da comunicação,
que é encaminhar, indicando a seguir os dados completos do do- 3.3.2. Forma e Estrutura
cumento encaminhado (tipo, data, origem ou signatário, e assunto Quanto a sua forma, aviso e ofício seguem o modelo do padrão ofício,
de que trata), e a razão pela qual está sendo encaminhado, se- com acréscimo do vocativo, que invoca o destinatário (v. 2.1 Pronomes de
gundo a seguinte fórmula: Tratamento), seguido de vírgula.
"Em resposta ao Aviso nº 12, de 1º de fevereiro de 1991, encami-
nho, anexa, cópia do Ofício nº 34, de 3 de abril de 1990, do Depar- Exemplos:
tamento Geral de Administração, que trata da requisição do servi- Excelentíssimo Senhor Presidente da República
dor Fulano de Tal." Senhora Ministra
ou Senhor Chefe de Gabinete
"Encaminho, para exame e pronunciamento, a anexa cópia do te-
legrama no 12, de 1o de fevereiro de 1991, do Presidente da Con- Devem constar do cabeçalho ou do rodapé do ofício as seguintes in-
federação Nacional de Agricultura, a respeito de projeto de mo- formações do remetente:
dernização de técnicas agrícolas na região Nordeste." – nome do órgão ou setor;
– desenvolvimento: se o autor da comunicação desejar fazer algum – endereço postal;

Português para Concursos 81 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
– telefone e endereço de correio eletrônico.
ATESTADO
SINAIS E ABREVIATURAS EMPREGADOS
1 - Conceito
* = indica forma (em geral sintática) inaceitável ou agramatical. Um atestado constitui-se de uma declaração feita por uma pessoa a favor
§ = parágrafo de outra, procurando atestar uma verdade em que se acredita.
adj. adv. = adjunto adverbial
arc. = arcaico 1.2 - Modelo
art. = artigo O presente documento deverá conter em sua estrutura um timbre, lo-
cf. = confronte calizado no alto, um título (ATESTADO) escrito em fonte maiúscula, abaixo
CN = Congresso Nacional do timbre, no centro da folha, e com espaço de 10 linhas entre o nome e o
Cp. = compare timbre. Na sequência deverá apresentar-se um texto constituído de um
f.v. = forma verbal parágrafo e localizado três espaços abaixo do título, localidade e data
fem.= feminino centralizados à direita da página, dois espaços abaixo do texto e, por fim, a
ind. = indicativo assinatura disposta a quatro espaços abaixo da data, acima do nome
i. é. = isto é datilografado somente com as iniciais maiúsculas.
masc. = masculino
obj. dir. = objeto direto Vejamos um exemplo:
obj. ind. = objeto indireto
p. = página Fundação Universidade Federal do Rio Grande
p. us. = pouco usado Departamento de Letras e Artes
pess. = pessoa COMCUR-LETRAS
pl. = plural
pref. = prefixo ATESTADO
pres. = presente
Res. = Resolução do Congresso Nacional Atesto, para os devidos fins, que o aluno Pedro de Aguiar está regularmen-
RI da CD = Regimento Interno da Câmara dos Deputados te matriculado no segundo ano do curso de Letras/ Português, cursando as
RI do SF = Regimento Interno do Senado Federal disciplinas de Língua Portuguesa II, Linguística II, Teoria da Literatura II,
s. = substantivo Filologia Românica, Estrutura e Funcionamento do Ensino de Primeiro e
s.f. = substantivo feminino Segundo Graus, Didática Geral/ Letras e Ficção Portuguesa Contemporâ-
s.m. = substantivo masculino nea.
sing. = singular Rio Grande, 22 de outubro de 2000.
tb. = também Maria Souza
v. = ver ou verbo Chefe do DRA
var. pop. = variante popular
AVISO
ATA
1 - Conceito
1 – Conceito Um aviso constitui-se em um tipo de comunicação, direta ou indireta,
Uma ata refere-se ao resumo dos fatos de uma reunião de pessoas ou afixada em local público ou privado, com características amplas e variadas.
assembléia para um determinado fim já divulgado.
1.2 – Modelo
1.2 – Modelo Um aviso deve apresentar um timbre e um símbolo referentes à institu-
Uma ata deverá conter um cabeçalho constituído do número da ata e ição que o utiliza, seguidos de um número que identifique o documento e
do nome dos participantes do grupo que se encontram reunidos, uma de um título. O texto deve ser estruturado em forma de parágrafo, o local e
abertura indicando, por extenso, dia, mês, ano, hora, local da reunião e a data devem estar localizados à direita, alinhados com o texto e, por
nome de quem a preside, bem como a finalidade de tal evento, transcrita último, devem vir a assinatura e o cargo do responsável pelo aviso, ambos
da ordem do dia que consta da convocação. Seguindo estes itens, virão centralizados na página.
um pronunciamento referindo-se aos participantes e, a partir disso, a Vejamos o seguinte exemplo:
declaração de abertura da seção. Acompanhando estes elementos, virá
uma relação nominal identificando os presentes, a aprovação da ata ante- Símbolo da FURG
rior, a declaração objetiva e sintética dos fatos a serem tratados no evento Fundação Universidade Federal do Rio Grande
e, por último, um fechamento com as considerações finais. Aviso N° 10223/00

Conforme segue, vejamos um exemplo: Concurso Vestibular 2001


Ata da 1a reunião dos formandos de Letras 2002 da FURG A Comissão Permanente do Vestibular (Coperve), da FURG, solicita
Aos dezessete dias do mês de julho, de dois mil e um, às dezenove que os fiscais estejam em seus prédios 1 hora antes do início das provas.
horas e trinta minutos, na sala B, no Campus carreiros, sob a presidência Rio Grande, 22 de outubro de 2000
da Comissão de Formatura, formada pelos alunos Fulano de tal, Beltrano e Rose da Silva
Ciclano, reuniram-se os formandos interessados na organização da forma- Presidente da Comissão
tura. Após constatada a presença de todos os alunos e feita a identificação
do empenho de formatura, a comissão presidente declarou aberta a reuni- CARTA OFICIAL
ão. A reunião iniciou-se com a solicitação que a partir de dezessete de
agosto fossem viabilizados os processos de arrecadação de valores para a 1 - Conceito
formatura. A comissão informou que o valor a ser arrecadado será de R$ Uma carta oficial consiste num meio de comunicação de caráter oficial
12.000,00. Para tanto, pediu-se o afinco de todos os presentes na seção. decorrente do cargo ou da função públicos.
Por fim, estando os presentes de acordo com o que foi deliberado, os Srs.
presidentes encerraram a reunião, da qual eu, Maria da Silva, secretária 1.2 – Modelo
designada, lavrei a presente ata, após lida e aprovada será assinada por Uma carta oficial deve ser estruturada de maneira que contenha um
mim e pelos presentes. timbre, local e data por extenso e número, antecedido por "c", que é um
Rio Grande, dezessete de julho de dois mil. indicativo de carta. Acompanhando estes elementos devem estar o ende-
(seguem as assinaturas)
Português para Concursos 82 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
reçamento, o vocativo, o texto, fecho e, por último, a assinatura, nome e Pinto Martins
cargo do remetente. Presidente

Vejamos o exemplo que segue: Publicado no D.P. de 21/08/00


Rio Grande, 01 de abril de 2000 C.n° 023/00
COMUNICADO
À
Divisão de Letras 1 – Conceito
COMCUR Um comunicado, também chamado de comunicação, constitui-se num
Av. Itália, 1500 aviso que pode ter caráter externo ou interno.
05523 - 210 Rio Grande – RS
Prezados Senhores, 1.2 – Modelo
gostaria de convidá-los a participar do evento que integrará os alunos do Um comunicado de caráter externo deve ser dotado de um título que
curso de Letras Português. Tal evento proporcionará debates acerca do indique tratar-se de uma comunicação, o nome da instituição comunicante
ensino de gramática na escola, nos dias atuais. e o texto com as informações a serem comunicadas. Pode conter, de
Atenciosamente, acordo com o que cada comunicante desejar, o nome do responsável,
Marcos Pereira juntamente com o seu cargo na entidade e a data.
Reitor
Já a comunicação interna, além desses itens, deve conter Comunicado
CERTIDÃO Interno, uma identificação e o número do documento, juntamente com o
ano e por fim as assinaturas.
1 – Conceito
A certidão é revestida de formalidades legais, através da qual se certi- Seguem abaixo os exemplos de ambos os tipos de comunicado:
fica algo retirado de um outro documento ou livro.
1.2.1) Comunicado Externo
1.2 – Modelo COMUNICADO
A estrutura da certidão constitui-se de um timbre e, três linhas abaixo,
a palavra certidão em letras maiúsculas, seguida de um número. Acompa- VISCONDE DE SABUGOSA INFORMÁTICA LTDA
nhando estes elementos, virão um texto exposto três espaços abaixo do Comunica a seus clientes e amigos a transferência de suas instala-
título, um fecho, local e data por extenso e, por último, a assinatura. ções para o Sítio do Pica-Pau Amarelo na avenida Fernando Osório, 20;
Veremos a seguir um exemplo de certidão: com prestação de serviços e manutenção em equipamentos e Software.

Símbolo 1.2.2) Comunicação Interna


Serviço Público Federal COMUNICAÇÃO
Fundação Universidade Federal do Rio Grande
Campus Carreiros - Rio Grande - Caixa Postal 1006 FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE
CEP 96015 - 220 - Rio Grande - Rio Grande Do Sul FURG
Tel. (053) - 223-3110 Comunicado Interno 55/00

CERTIDÃO N° 55/00 De: Direção


Para: Professores e Alunos
CIRCULAR
Comunicamos que, a partir do ano de 2001, o período especial de provas
1 – Conceito não mais existirá, ficando portanto a marcação do dia das provas aos
Uma circular é uma forma multidirecional que possibilita uma institui- cuidados dos professores.
ção dirigir-se, ao mesmo tempo, a várias repartições ou pessoas. Pedro Moraes
Reitor
1.2 - Modelo
Uma circular constitui-se do nome do órgão ou empresa e da data lo- DECLARAÇÃO
calizada à direita da folha. Seguindo estes elementos vêm o número pre-
cedido de CIRCULAR, o assunto, o texto, a assinatura, o cargo e, por 1 - Conceito
último, a data de publicação. Uma declaração constitui-se num documento semelhante ao atestado,
porém não é expedido por instituições públicas.
Este documento não deve conter nem destinatário, pois não é unidire-
cional, tão pouco endereçamento. 2 – Modelo
Vejamos um exemplo: Este documento deve conter em sua elaboração uma evidência de de-
claração, escrita com letra maiúscula (DECLARO), seguida do texto de
COPERV declaração, local e data, evidenciando dia, mês e ano e, por fim, a assina-
tura do(s) declarante(s) e o cargo do(s) mesmo(s).
COMISSÃO PERMANENTE DO VESTIBULAR
Pelotas, 03 de setembro de 2000 Vejamos dois exemplos:
CIRCULAR GERAL NO. 23
Prorroga o prazo para a entrega EX.1
da inscrição para o Vestibular UFPel/2000
DECLARAMOS que o Senhor José Saramago atuou neste Gabinete no
período de 25 de janeiro de 1999 a 30 de dezembro de 1999, recebendo
O PRESIDENTE DA COPERV, no uso de suas atribuições, transmite a mensalmente um salário mínimo.
seguinte instrução:
Rio Grande, 28 de março de 2000
Os funcionários da COPERV devem receber as inscrições para o processo
seletivo de 2002 até o dia 21 de novembro de 2001 e não até o dia 11 de José de Arimatéia
novembro, como havia sido preestabelecido. Chefe de Gabinete do Vereador João Ferreira
Português para Concursos 83 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Um ofício é um documento utilizado por órgãos do governo ou autar-
EX.2 quias para correspondência externa e que tem por finalidade tratar de
assuntos oficiais.
DECLARO, para fins de comprovação junto à Comissão de Curso de
Direito, que Maria Madalena, matrícula nº 123456, graduanda do curso de 1.2 – Modelo
Direito, participou do IV Seminário de Direito Penal, desta Instituição. Um ofício deve conter em sua estrutura um timbre representado por
Rio Grande, 26 de junho de 2000 um símbolo e o nome da unidade impressa no alto da folha e a numeração,
Marcos da Silva dentro do ano, que o ofício recebe, em ordem cronológica de feitura, se-
Presidente do Diretório Acadêmico de Direito guido da sigla de indicação do órgão eminente. Este, por sua vez, faz-se
anteceder o nome da correspondência escrito por extenso ou abreviado.
EDITAL Acompanhando estes elementos virá o local e data (dia, mês e ano) que
devem ser escritos a sete espaços duplos ou a 6,5cm. da borda superior. O
1 – Conceito mês é escrito por extenso. Entre o espaço e a centena se deixa um alga-
O edital é um meio de notificação direcionado ao público, que se afixa rismo do ano, deve ser feito o ponto final e o término da data deve coincidir
em local de acesso dos interessados ou se publica na imprensa. com a margem direita, que é de cinco espaços duplos ou de 5cm. A seguir
1.2 – Modelo virá o vocativo que deve ser escrito a dez espaços duplos ou 10cm da
O edital constitui-se de um título (Edital de Convocação), do cargo da borda superior, na linha do parágrafo, a dez espaços ou 2,5cm da margem
autoridade, da indicação de quem está sendo convocado e do tipo de e, por fim, um texto, em forma de parágrafo expondo o assunto, que inicia-
reunião, da lista dos assuntos, do local, da data e da assinatura da autori- se a 1,5cm do vocativo. Os parágrafos são enumerados rente a margem,
dade. com exceção do 1º e do fecho.
Vejamos um modelo:
A apresentação do ofício é feita no primeiro parágrafo, no decorrer do
EDITAL CONVOCAÇÃO texto aprecia-se e se ilustra o assunto com os devidos esclarecimentos e
Os alunos do Curso de Letras da Universidade Federal de Pelotas informações pertinentes. Na conclusão se faz a reafirmação da posição
convocam os formandos a seguir para a reunião de sábado à tarde. recomendada pelo emitente do ofício sobre o assunto.
1- Cecília Meireles
2- Érico Veríssimo Quanto ao fecho este deve estar localizado a um espaço duplo (ou
Pelotas, 03 de julho de 2000 1cm) do último parágrafo do texto, centrado à direita e seguido de vírgula.
Seguindo este elemento virá o nome do signatário datilografado em maiús-
(assinatura) culas, do cargo só com as iniciais maiúsculas, escritas sob o nome, a
João da Silva assinatura que deverá ser feita imediatamente acima do nome.

Estes dados devem estar centralizados à direita na direção vertical da


MEMORANDO
fecho, a três espaços duplos ou 2,5cm. deste.
1 – Conceito A identificação do destinatário deverá conter um pronome de tratamen-
Um memorando constitui-se em um meio de comunicação eminente- to, acima da designação da função exercida pelo mesmo, seguido do nome
mente interno, utilizado entre unidades administrativas de um mesmo deste e, após, o endereço.
órgão, independentemente de nível hierárquico.
Caso o ofício seja constituído por mais de uma folha, o endereço do
1.2 – Modelo destinatário deve constar da primeira.
O memorando deve ser estruturado de forma que contenha o número Na diagramação dos dados, o último deve estar a dois espaços duplos
e a sigla de identificação de sua origem, antecedido pela expressão "me- ou 2cm. da borda inferior do papel, e todas as linhas devem coincidir com o
morando" e a data, não precedida do nome da localidade, mas grafada na texto, rentes a margem esquerda.
mesma linha do número e da sigla. Seguindo estes elementos, virão o
nome do destinatário do memorando acompanhado do cargo que ocupa, o Entre os parágrafos do ofício deve ser deixado um espaço duplo ou
assunto sintetizado e um texto que deve iniciar-se a 4 espaços duplos 1cm. O espaço entre as linhas também é duplo; nas transcrições e citações
abaixo do item anterior. Por último, virá o fecho (atenciosamente ou respei- é um ou um e meio; estes, preferencialmente, devem vir salientados por
tosamente) que deve estar centrado à direita, 1 espaço duplo abaixo do aspas e, se ultrapassarem cinco linhas, devem distar cinco espaços da
texto, e o nome e cargo do emitente: estes dados devem ser escritos a 4 margem esquerda.
espaços duplos do fecho, alinhados verticalmente em relação ao texto que
os antecede. Se o ofício tem por objetivo transmitir um assunto do interesse de di-
versos setores, é necessário que sejam tiradas tantas cópias forem preci-
Vejamos um exemplo: so. Nesse caso, o ofício passará a se chamar de ofício circular, grafado
Memorando n° 15/ Comcur Letras Em 04 de maio de 2001 com inicial maiúscula, antes do número de ordem.
À SUPGRAD Vejamos um exemplo:
Assunto: solicitação para que continue em vigor o período especial de
provas. SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
Solicitamos de Vossa Magnificência que o período especial de provas FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE
continue vigorando, uma vez que do contrário, os alunos que fazem prova GABINETE DO REITOR
no último horário serão prejudicados, dada a insuficiência de meios de Rua Eng. Alfredo Huch, 475 - Rio Grande - RS
transporte no Campus Carreiros. OF. GAB. Nº 43/2000 Rio Grande, 17 de fevereiro de 2000
Atenciosamente,

José Firmino ORDEM DE SERVIÇO


Presidente do DA-Letras
1 – Conceito
Uma ordem de serviço é um documento oficial e interdepartamental,
OFÍCIO
com numeração própria e, às vezes, apresenta características de circular.
Refere-se ao ato de expedir determinações que serão executadas por
1 – Conceito instituições de caráter social e por servidores desses órgãos.

Português para Concursos 84 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
que as expediu.
1.2 - Modelo
Uma ordem de serviço deve ser estruturada de maneira que contenha
o nome do órgão emissor da ordem de serviço, o número do documento e PROVA SIMULADA I
o ano. Deverá conter um título referindo-se ao SUPERVISOR ADMINIS-
TRATIVO, um texto, a data e, por fim, a assinatura do supervisor adminis-
trativo e a explicitação de que executa tal cargo. Nota
As questões aqui transcritas foram extraídas de
Vejamos o exemplo: provas anteriores dos mais variados concursos,
ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL obedecendo o programa oficial.
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO E CULTURA
SUPERVISÃO DE APOIO ADMINISTRATIVO Atenção: As questões de números 1 a 10 referem-se ao texto que se-
ORDEM DE SERVIÇO Nº5 / 99/ SUA gue.
O SUPERVISOR ADMINISTRATIVO, no uso de suas atribuições,
Considerando o fiel cumprimento da Lei nº1234, de 12 de outubro de No coração do progresso
1972, que regula prazos e o andamento dos expedientes administrativos. Há séculos a civilização ocidental vem correndo atrás de tudo o que
Considerando que, para apreciação de qualquer tipo de requerimento classifica como progresso. Essa palavra mágica aplica-se tanto à invenção
ou petição, deve o mesmo estar acompanhado de todos os dados impres- do aeroplano ou à descoberta do DNA como à promoção do papai no novo
cindíveis á sua análise. emprego. “Estou fazendo progressos”, diz a titia, quando enfim acerta a
Considerando que, em número substancial, há necessidade de se co- mão numa velha receita. Mas quero chegar logo ao ponto, e convidar o
municar com o signatário da petição inicial, não só em seu interesse, como leitor a refletir sobre o sentido dessa palavra, que sempre pareceu abrir
no da administração. todas as portas para uma vida melhor.
Quando, muitos anos atrás, num daqueles documentários de cinema,
DETERMINA via-se uma floresta sendo derrubada para dar lugar a algum empreendi-
1º Todos os órgãos desta secretaria, antes de darem andamento a mento, ninguém tinha dúvida em dizer ou pensar: é o progresso. Uma
qualquer expediente, deverão verificar se constam no mesmo os elementos represa monumental era progresso. Cada novo produto químico era um
informativos e se a documentação exigida para a sua apreciação foi devi- progresso. As coisas não mudaram tanto: continuamos a usar indiscrimi-
damente anexada. nadamente a palavrinha mágica. Mas não deixaram de mudar um pouco:
2º O endereço do peticionário deverá obrigatoriamente ser anexado, desde que a Ecologia saiu das academias, divulgou-se, popularizou-se e
em todos os formulários, modelos, requerimentos, petições e solicitações. tornou-se, efetivamente, um conjunto de iniciativas em favor da preserva-
ção ambiental e da melhoria das condições da vida em nosso pequenino
Rio Grande, 08 de maio de 1999 planeta.
SUPERVISOR ADMINISTRATIVO Para isso, foi preciso determinar muito bem o sentido de progresso. Do
ponto de vista material, considera-se ganho humano apenas aquilo que
APOSTILA concorre para equilibrar a ação transformadora do homem sobre a nature-
za e a integridade da vida natural. Desenvolvimento, sim, mas sustentável:
Para os estudantes significa uma publicação avulsa com objetivos di- o adjetivo exprime uma condição, para cercear as iniciativas predatórias.
dáticos, geralmente datilografada e mimeografada e de utilização restrita. Cada novidade tecnológica há de ser investigada quanto a seus efeitos
sobre o homem e o meio em que vive. Cada intervenção na natureza há de
Em sentido oficial, significa breve nota, adicionamento à margem de adequar-se a um planejamento que considere a qualidade e a extensão
uma escritura. É um ato pelo qual se acrescenta informações a um docu- dos efeitos.
mento público ou ato administrativo anterior a fim de esclarecê-lo, interpre- Em suma: já está ocorrendo, há algum tempo, uma avaliação ética e
tá-lo ou completá-lo. É um documento complementar de um ato. política de todas as formas de progresso que afetam nossa relação com o
mundo e, portanto, a qualidade da nossa vida. Não é pouco, mas ainda
Indica a nota ou aditamento feito à margem de qualquer documento não é suficiente. Aos cientistas, aos administradores, aos empresários, aos
público, a fim de acrescentar algo que faltava ao texto. Expressa também industriais e a todos nós – cidadãos comuns – cabe a tarefa cotidiana de
um ato pelo qual o documento é anotado, após ser registrado ou averbado. zelarmos por nossas ações que inflectem sobre qualquer aspecto da
Dessa forma, apostila-se o diploma ou título de nomeação, de sorte que o qualidade de vida. A tarefa começa em nossa casa, em nossa cozinha e
indivíduo diplomado ou nomeado venha a exercer sua profissão ou cargo. banheiro, em nosso quintal e jardim – e se estende à preocupação com a
rua, com o bairro, com a cidade.
ORDEM DE SERVIÇO “Meu coração não é maior do que o mundo”, dizia o poeta. Mas um
mundo que merece a atenção do nosso coração e da nossa inteligência é,
certamente, melhor do que este em que estamos vivendo.
É instrução dada a um servidor ou a um órgão administrativo. Encerra
Não custa interrogar, a cada vez que alguém diz progresso, o sentido
orientações a serem tomadas pela chefia para execução de serviços ou
preciso – talvez oculto - da palavra mágica empregada. (Alaor Adauto de
desempenho de encargos. É o documento, é o ato pelo qual se determi-
Mello)
nam providências a serem cumpridas por órgãos subordinados.
1. Centraliza-se, no texto, uma concepção de progresso, segundo a
PORTARIA qual este deve ser
(A)) equacionado como uma forma de equilíbrio entre as atividades
Documento oficial que baixa de qualquer dos ministérios a uma repar- humanas e o respeito ao mundo natural.
tição ou a um indivíduo e é assinado pelo ministro em nome do chefe do (B) identificado como aprimoramento tecnológico que resulte em ativi-
Estado ou por um diretor da repartição. Em linguagem de Direito Adminis- dade economicamente viável.
trativo significa todo documento emanado de uma autoridade, através do (C) caracterizado como uma atividade que redunde em maiores lucros
qual possa transmitir a seus subordinados as ordens de serviço de sua para todos os indivíduos de uma comunidade.
competência. Na administração pública é um ato pelo qual o Ministro de (D) definido como um atributo da natureza que induz os homens a
Estado ou outra autoridade competente estabelece normas administrativas, aproveitarem apenas o que é oferecido em sua forma natural.
baixa instruções para aplicação de leis e decretos ou define situações, (E) aceito como um processo civilizatório que implique melhor distribui-
como dispensa, remoção, lotação. Muitas vezes as portarias são emprega- ção de renda entre todos os agentes dos setores produtivos.
das para nomeações, demissões, suspensões e reintegrações de funcioná-
rios. As portarias em geral são atos de Ministros de Estado, e suas funções 2. Considere as seguintes afirmações:
e importâncias restringem-se à competência da autoridade administrativa I. A banalização do uso da palavra progresso é uma consequência do

Português para Concursos 85 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
fato de que a Ecologia deixou de ser um assunto acadêmico. exprime um dever imperioso, uma necessidade premente.
II. A expressão desenvolvimento sustentável pressupõe que haja III. A expressão Em suma, tal como empregada no quarto parágrafo,
formas de desenvolvimento nocivas e predatórias. anuncia a abertura de uma linha de argumentação ainda inexplorada
III. Entende o autor do texto que a magia da palavra progresso advém no texto.
do uso consciente e responsável que a maioria das pessoas vem fa- Está correto APENAS o que se afirma em
zendo dela. (A) I.
Em relação ao texto está correto APENAS que se afirma em (B)) II.
(A) I. (C) III.
(B)) II. (D) I e II.
(C) III. (E) II e III.
(D) I e II.
(E) II e III. 8. A palavra progresso frequenta todas as bocas, todas pronunciam a
palavra progresso, todas atribuem a essa palavra sentidos mágicos
3. Considerando-se o contexto, traduz-se corretamente uma frase do que elevam essa palavra ao patamar dos nomes miraculosos.
texto em: Evitam-se as repetições viciosas da frase acima substituindo-se os
(A) Mas quero chegar logo ao ponto = devo me antecipar a qualquer elementos sublinhados, na ordem dada, por:
conclusão. (A)) a pronunciam - lhe atribuem - a elevam
(B) continuamos a usar indiscriminadamente a palavrinha mágica = (B) a pronunciam - atribuem-na - elevam-na
seguimos chamando de mágico tudo o que julgamos sem preconcei- (C) lhe pronunciam - lhe atribuem - elevam-lhe
to. (D) a ela pronunciam - a ela atribuem - lhe elevam
(C) para cercear as iniciativas predatórias = para ir ao encontro das (E) pronunciam-na - atribuem-na - a elevam
ações voluntariosas.
(D) ações que inflectem sobre qualquer aspecto da qualidade da vida = 9. Está clara e correta a redação da seguinte frase:
práticas alheias ao que diz respeito às condições de vida. (A) Caso não se determine bem o sentido da palavra progresso, pois
(E)) há de adequar-se a um planejamento = deve ir ao encontro do que que é usada indiscriminadamente, ainda assim se faria necessário
está planificado. que reflitamos sobre seu verdadeiro sentido.
(B) Ao dizer o poeta que seu coração não é maior do que o mundo,
4. Cada intervenção na natureza há de adequar-se a um planejamento devemos nos inspirar para que se estabeleça entre este e o nosso
pelo qual se garanta que a qualidade da vida seja preservada. coração os compromissos que se reflitam numa vida melhor.
Os tempos e os modos verbais da frase acima continuarão correta- (C) Nada é desprezível no espaço do mundo, que não mereça nossa
mente articulados caso se substituam as formas sublinhadas, na or- atenção quanto ao fato de que sejamos responsáveis por sua melho-
dem em que surgem, por ria, seja o nosso quintal, nossa rua, enfim, onde se esteja.
(A) houve - garantiria - é (D)) Todo desenvolvimento definido como sustentável exige, para fazer
(B) haveria - garantiu - teria sido jus a esse adjetivo, cuidados especiais com o meio ambiente, para
(C) haveria - garantisse - fosse que não venham a ser nocivos seus efeitos imediatos ou futuros.
(D) haverá - garantisse - e (E) Tem muita ciência que, se saísse das limitações acadêmicas, acaba-
(E) havia - garantiu - é riam por se revelarem mais úteis e mais populares, em vista da Eco-
logia, cujas consequências se sente mesmo no âmbito da vida práti-
5. As normas de concordância verbal estão plenamente respeitadas na ca.
frase:
(A)) Já faz muitos séculos que se vêm atribuindo à palavra progresso 10. Está inteiramente correta a pontuação do seguinte período:
algumas conotações mágicas. (A) Toda vez que é pronunciada, a palavra progresso, parece abrir a
(B) Deve-se ao fato de usamos muitas palavras sem conhecer seu porta para um mundo, mágico de prosperidade garantida.
sentido real muitos equívocos ideológicos. (B)) Por mínimas que pareçam, há providências inadiáveis, ações apa-
(C) Muitas coisas a que associamos o sentido de progresso não chega a rentemente irrisórias, cuja execução cotidiana é, no entanto, impor-
representarem, de fato, qualquer avanço significativo. tantíssima.
(D) Se muitas novidades tecnológicas houvesse de ser investigadas a (C) O prestígio da palavra progresso, deve-se em grande parte ao modo
fundo, veríamos que são irrelevantes para a melhoria da vida. irrefletido, com que usamos e abusamos, dessa palavrinha mágica.
(E) Começam pelas preocupações com nossa casa, com nossa rua, (D) Ainda que traga muitos benefícios, a construção de enormes repre-
com nossa cidade a tarefa de zelarmos por uma boa qualidade da sas, costuma trazer também uma série de consequências ambien-
vida. tais que, nem sempre, foram avaliadas.
(E) Não há dúvida, de que o autor do texto aderiu a teses ambientalistas
6. Está correto o emprego de ambas as expressões sublinhadas na segundo as quais, o conceito de progresso está sujeito a uma per-
frase: manente avaliação.
(A) De tudo aquilo que classificamos como progresso costumamos
atribuir o sentido de um tipo de ganho ao qual não queremos abrir Leia o texto a seguir para responder às questões de números 11 a 24.
mão.
(B) É preferível deixar intacta a mata selvagem do que destruí-la em De um lado estão os prejuízos e a restrição de direitos causados pelos
nome de um benefício em que quase ninguém desfrutará. protestos que param as ruas de São Paulo. De outro está o direito à livre
(C) A titia, cuja a mão enfim acertou numa velha receita, não hesitou em manifestação, assegurado pela Carta de 1988. Como não há fórmula
ver como progresso a operação à qual foi bem sucedida. perfeita de arbitrar esse choque entre garantias democráticas fundamen-
(D) A precisão da qual se pretende identificar o sentido de uma palavra tais, cabe lançar mão de medidas pontuais – e sobretudo de bom senso.
depende muito do valor de contexto a que lhe atribuímos. A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) estima em R$ 3 mi-
(E)) As inovações tecnológicas de cujo benefício todos se aproveitam lhões o custo para a população dos protestos ocorridos nos últimos três
representam, efetivamente, o avanço a que se costuma chamar pro- anos na capital paulista. O cálculo leva em conta o combustível consumido
gresso. e as horas perdidas de trabalho durante os engarrafamentos causados por
protestos. Os carros enfileirados por conta de manifestações nesses três
7. Considere as seguintes afirmações, relativas a aspectos da constru- anos praticamente cobririam os 231 km que separam São Paulo de São
ção ou da expressividade do texto: Carlos.
I. No contexto do segundo parágrafo, a forma plural não mudaram A Justiça é o meio mais promissor, em longo prazo, para desestimular
tanto atende à concordância com academias. os protestos abusivos que param o trânsito nos horários mais inconvenien-
II. No contexto do terceiro parágrafo, a expressão há de adequar-se tes e acarretam variados transtornos a milhões de pessoas. É adequada a

Português para Concursos 86 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
atitude da CET de enviar sistematicamente ao Ministério Público relatórios
com os prejuízos causados em cada manifestação feita fora de horários e 16. De acordo com o texto, a atitude da Companhia de Engenharia de
locais sugeridos pela agência ou sem comunicação prévia. Tráfego de enviar periodicamente relatórios sobre os prejuízos cau-
Com base num documento da CET, por exemplo, a Procuradoria acio- sados em cada manifestação é
nou um líder de sindicato, o qual foi condenado em primeira instância a (A) pertinente.
pagar R$ 3,3 milhões aos cofres públicos, a título de reparação. O direito à (B) indiferente.
livre manifestação está previsto na Constituição. No entanto, tal direito não (C) irrelevante.
anula a responsabilização civil e criminal em caso de danos provocados (D) onerosa.
pelos protestos. (E) inofensiva.
O poder público deveria definir, de preferência em negociação com as
categorias que costumam realizar protestos na capital, horários e locais 17. No quarto parágrafo, o fato de a Procuradoria condenar um líder
vedados às passeatas. Práticas corriqueiras, como a paralisia de avenidas sindical
essenciais para o tráfego na capital nos horários de maior fluxo, deveriam (A) é ilegal e fere os preceitos da Carta de 1998.
ser abolidas. (B) deve ser comemorada, ainda que viole a Constituição.
(Folha de S.Paulo, 29.09.07. Adaptado) (C) é legal, porque o direito à livre manifestação não isenta o manifes-
tante da responsabilidade pelos danos causados.
11. De acordo com o texto, é correto afirmar que (D) é nula, porque, segundo o direito à livre manifestação, o acusado
(A) a Companhia de Engenharia de Tráfego não sabe mensurar o custo poderá entrar com recurso.
dos protestos ocorridos nos últimos anos. (E) é inédita, porque, pela primeira vez, apesar dos direitos assegura-
(B) os prejuízos da ordem de R$ 3 milhões em razão dos engarrafamen- dos, um manifestante será punido.
tos já foram pagos pelos manifestantes.
(C) os protestos de rua fazem parte de uma sociedade democrática e 18. Dentre as soluções apontadas, no último parágrafo, para resolver o
são permitidos pela Carta de 1988. conflito, destaca-se
(D) após a multa, os líderes de sindicato resolveram organizar protestos (A) multa a líderes sindicais.
de rua em horários e locais predeterminados. (B) fiscalização mais rígida por parte da Companhia de Engenharia de
(E) o Ministério Público envia com frequência estudos sobre os custos Tráfego.
das manifestações feitas de forma abusiva. (C) o fim dos protestos em qualquer via pública.
(D) fixar horários e locais proibidos para os protestos de rua.
12. No primeiro parágrafo, afirma-se que não há fórmula perfeita para (E) negociar com diferentes categorias para que não façam mais mani-
solucionar o conflito entre manifestantes e os prejuízos causados ao festações.
restante da população. A saída estaria principalmente na
(A) sensatez. 19. No trecho – É adequada a atitude da CET de enviar relatórios –,
(B) Carta de 1998. substituindo-se o termo atitude por comportamentos, obtém-se, de
(C) Justiça. acordo com as regras gramaticais, a seguinte frase:
(D) Companhia de Engenharia de Tráfego. (A) É adequada comportamentos da CET de enviar relatórios.
(E) na adoção de medidas amplas e profundas. (B) É adequado comportamentos da CET de enviar relatórios.
(C) São adequado os comportamentos da CET de enviar relatórios.
13. De acordo com o segundo parágrafo do texto, os protestos que (D) São adequadas os comportamentos da CET de enviar relatórios.
param as ruas de São Paulo representam um custo para a popula- (E) São adequados os comportamentos da CET de enviar relatórios.
ção da cidade. O cálculo desses custos é feito a partir
(A) das multas aplicadas pela Companhia de Engenharia de Tráfego 20. No trecho – No entanto, tal direito não anula a responsabilização civil
(CET). e criminal em caso de danos provocados pelos protestos –, a locu-
(B) dos gastos de combustível e das horas de trabalho desperdiçadas ção conjuntiva no entanto indica uma relação de
em engarrafamentos. (A) causa e efeito.
(C) da distância a ser percorrida entre as cidades de São Paulo e São (B) oposição.
Carlos. (C) comparação.
(D) da quantidade de carros existentes entre a capital de São Paulo e (D) condição.
São Carlos. (E) explicação.
(E) do número de usuários de automóveis particulares da cidade de São
Paulo. 21. “Não há fórmula perfeita de arbitrar esse choque.” Nessa frase, a
palavra arbitrar é um sinônimo de
14. A quantidade de carros parados nos engarrafamentos, em razão das (A) julgar.
manifestações na cidade de São Paulo nos últimos três anos, é e- (B) almejar.
quiparada, no texto, (C) condenar.
(A) a R$ 3,3 milhões. (D) corroborar.
(B) ao total de usuários da cidade de São Carlos. (E) descriminar.
(C) ao total de usuários da cidade de São Paulo.
(D) ao total de combustível economizado. 22. No trecho – A Justiça é o meio mais promissor para desestimular os
(E) a uma distância de 231 km. protestos abusivos – a preposição para estabelece entre os termos
uma relação de
15. No terceiro parágrafo, a respeito do poder da Justiça em coibir os (A) tempo.
protestos abusivos, o texto assume um posicionamento de (B) posse.
(A) indiferença, porque diz que a decisão não cabe à Justiça. (C) causa.
(B) entusiasmo, porque acredita que o órgão já tem poder para impedir (D) origem.
protestos abusivos. (E) finalidade.
(C) decepção, porque não vê nenhum exemplo concreto do órgão para
impedir protestos em horários de pico. 23. Na frase – O poder público deveria definir horários e locais –, substi-
(D) confiança, porque acredita que, no futuro, será uma forma bem- tuindo-se o verbo definir por obedecer, obtém-se, segundo as regras
sucedida de desestimular protestos abusivos. de regência verbal, a seguinte frase:
(E) satisfação, porque cita casos em que a Justiça já teve êxito em (A) O poder público deveria obedecer para horários e locais.
impedir protestos em horários inconvenientes e em avenidas movi- (B) O poder público deveria obedecer a horários e locais.
mentadas. (C) O poder público deveria obedecer horários e locais.

Português para Concursos 87 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
(D) O poder público deveria obedecer com horários e locais. (B) o retém / obtém sucesso / se apropriaram aos postos de destaque na
(E) O poder público deveria obedecer os horários e locais. política e no mundo dos negócios
(C) o retém / obtêem sucesso / se apropriaram os postos de destaque na
24. Transpondo para a voz passiva a frase – A Procuradoria acionou um política e no mundo dos negócios
líder de sindicato – obtém-se: (D) o retêm / obtém sucesso / sempre se apropriaram de postos de desta-
(A) Um líder de sindicato foi acionado pela Procuradoria. que na política e no mundo dos negócios
(B) Acionaram um líder de sindicato pela Procuradoria. (E) o retem / obtêem sucesso / se apropriaram de postos de destaque na
(C) Acionaram-se um líder de sindicato pela Procuradoria. política e no mundo dos negócios
(D) Um líder de sindicato será acionado pela Procuradoria.
(E) A Procuradoria foi acionada por um líder de sindicato. 27. Assinale a alternativa em que se repete o tipo de oração introduzida
pela conjunção se, empregado na frase – Questionamos também se uma
Leia o texto para responder às questões de números 25 a 34 corporação profissional deve ter carta-branca para determinar a dificuldade
das provas, ...
Diploma e monopólio (A) A sociedade não chega a saber se os advogados são muito corporati-
vos.
Faz quase dois séculos que foram fundadas escolas de direito e medicina (B) Se os advogados aprendem pouco, a culpa é da fragilidade do ensino
no Brasil. É embaraçoso verificar que ainda não foram resolvidos os engui- básico.
ços entre diplomas e carreiras. Falta-nos descobrir que a concorrência (sob (C) O advogado afirma que se trata de uma questão secundária.
um bom marco regulatório) promove o interesse da sociedade e que o (D) É um curso no qual se exercita lógica rigorosa.
monopólio só é bom para quem o detém. Não fora essa ignorância, como (E) No curso de direito, lê-se bastante.
explicar a avalanche de leis que protegem monopólios espúrios para o
exercício profissional? 28. Assinale a alternativa em que se admite a concordância verbal tanto no
singular como no plural como em: A maioria dos advogados ocupam pos-
Desde a criação dos primeiros cursos de direito, os graduados apenas tos de destaque na política e no mundo dos negócios.
ocasionalmente exercem a profissão. Em sua maioria, sempre ocuparam (A) Como o direito, a medicina é uma carreira estritamente profissional.
postos de destaque na política e no mundo dos negócios. Nos dias de hoje, (B) Os Estados Unidos e a Alemanha não oferecem cursos de administra-
nem 20% advogam. ção em nível de bacharelado.
(C) Metade dos cursos superiores carecem de boa qualificação.
Mas continua havendo boas razões para estudar direito, pois esse é um (D) As melhores universidades do país abastecem o mercado de trabalho
curso no qual se exercita lógica rigorosa, se lê e se escreve bastante. com bons profissionais.
Torna os graduados mais cultos e socialmente mais produtivos do que se (E) A abertura de novos cursos tem de ser controlada por órgãos oficiais.
não houvessem feito o curso. Se aprendem pouco, paciência, a culpa é
mais da fragilidade do ensino básico do que das faculdades. Diante dessa 29. Assinale a alternativa que apresenta correta correlação de tempo
polivalência do curso de direito, os exames da OAB são uma solução verbal entre as orações.
brilhante. Aqueles que defenderão clientes nos tribunais devem demonstrar (A) Se os advogados demonstrarem um mínimo de conhecimento, poderi-
nessa prova um mínimo de conhecimento. Mas, como os cursos são am defender bem seus clientes.
também úteis para quem não fez o exame da Ordem ou não foi bem suce- (B) Embora tivessem cursado uma faculdade, não se desenvolveram
dido na prova, abrir ou fechar cursos de “formação geral” é assunto do intelectualmente.
MEC, não da OAB. A interferência das corporações não passa de uma (C) É possível que os novos cursos passam a ter fiscalização mais severa.
prática monopolista e ilegal em outros ramos da economia. Questionamos (D) Se não fosse tanto desconhecimento, o desempenho poderá ser me-
também se uma corporação profissional deve ter carta-branca para deter- lhor.
minar a dificuldade das provas, pois essa é também uma forma de limitar a (E) Seria desejável que os enguiços entre diplomas e carreiras se resolvem
concorrência – mas trata-se aí de uma questão secundária. (...) brevemente.
(Veja, 07.03.2007. Adaptado)
30. A substituição das expressões em destaque por um pronome pessoal
25. Assinale a alternativa que reescreve, com correção gramatical, as está correta, nas duas frases, de acordo com a norma culta, em:
frases: Faz quase dois séculos que foram fundadas escolas de direito e (A) I. A concorrência promove o interesse da sociedade. / A concorrência
medicina no Brasil. / É embaraçoso verificar que ainda não foram resolvi- promove-o. II. Aqueles que defenderão clientes. / Aqueles que lhes defen-
dos os enguiços entre diplomas e carreiras. derão.
(A) Faz quase dois séculos que se fundou escolas de direito e medicina no (B) I. O governo fundou escolas de direito e de medicina. / O governo
Brasil. / É embaraçoso verificar que ainda não se resolveu os enguiços fundou elas. II. Os graduados apenas ocasionalmente
entre diplomas e carreiras. exercem a profissão. / Os graduados apenas ocasionalmente exercem-la.
(B) Faz quase dois séculos que se fundava escolas de direito e medicina (C) I. Torna os graduados mais cultos. / Torna-os mais cultos. II. É preciso
no Brasil. / É embaraçoso verificar que ainda não se resolveram os engui- mencionar os cursos de administração. / É preciso mencionar-lhes.
ços entre diplomas e carreiras. (D) I. Os advogados devem demonstrar muitos conhecimentos. Os advo-
(C) Faz quase dois séculos que se fundaria escolas de direito e medicina gados devem demonstrá-los. II. As associações mostram à sociedade o
no Brasil. / É embaraçoso verificar que ainda não se resolveu os enguiços seu papel. / As associações mostram-lhe o seu papel.
entre diplomas e carreiras. (E) I. As leis protegem os monopólios espúrios. / As leis protegem-os. II. As
(D) Faz quase dois séculos que se fundara escolas de direito e medicina corporações deviam fiscalizar a prática profissional. / As corporações
no Brasil. / É embaraçoso verificar que ainda não se resolvera os enguiços deviam fiscalizá-la.
entre diplomas e carreiras.
(E) Faz quase dois séculos que se fundaram escolas de direito e medicina 31. Assinale a alternativa em que as palavras em destaque exercem,
no Brasil. / É embaraçoso verificar que ainda não se resolveram os engui- respectivamente, a mesma função sintática das expressões assinaladas
ços entre diplomas e carreiras. em: Os graduados apenas ocasionalmente exercem a profissão.
(A) Se aprendem pouco, a culpa é da fragilidade do ensino básico.
26. Assinale a alternativa que completa, correta e respectivamente, de (B) A interferência das corporações não passa de uma prática monopolista.
acordo com a norma culta, as frases: O monopólio só é bom para aqueles (C) Abrir e fechar cursos de “formação geral” é assunto do MEC.
que ____________. / Nos dias de hoje, nem 20% advogam, e apenas 1% (D) O estudante de direito exercita preferencialmente uma lógica rigorosa.
____________. / Em sua maioria, os advogados sempre ____________. (E) Boas razões existirão sempre para o advogado buscar conhecimento.
(A) o retêem / obtem sucesso / se apropriaram os postos de destaque na
política e no mundo dos negócios 32. Assinale a alternativa que reescreve a frase de acordo com a norma
culta.

Português para Concursos 88 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
(A) Os graduados apenas ocasionalmente exercem a profissão. / Os gra- (A) aos usos informais que o senso comum faz desse termo.
duados apenas ocasionalmente se dedicam (B) às considerações sobre a etimologia dessa palavra.
a profissão. (C) aos métodos com que as ciências sociais a analisam.
(B) Os advogados devem demonstrar nessa prova um mínimo de conheci- (D) às íntimas conexões que ela mantém com o Direito.
mento. / Os advogados devem primar nessa prova por um mínimo de (E) às perspectivas em que é considerada pelos acadêmicos.
conhecimento.
(C) Ele não fez o exame da OAB. / Ele não procedeu o exame da OAB. 36. A concepção de ética atribuída a Adolfo Sanchez Vasquez é retomada
(D) As corporações deviam promover o interesse da sociedade. / As corpo- na seguinte expressão do texto:
rações deviam almejar do interesse da sociedade. (A) núcleo especulativo e reflexivo.
(E) Essa é uma forma de limitar a concorrência. / Essa é uma forma de (B) objeto descritível de uma Ciência.
restringir à concorrência. (C) explicação dos fatos morais.
(D) parte da Filosofia.
33. Assinale a alternativa em que o período formado com as frases I, II e III (E) comportamento consequencial
estabelece as relações de condição entre I e II e de adição entre I e III.
I. O advogado é aprovado na OAB. 37. No texto, a terceira acepção da palavra ética deve ser entendida como
II. O advogado raciocina com lógica. aquela em que se considera, sobretudo,
III. O advogado defende o cliente no tribunal. (A) o valor desejável da ação humana.
(A) Se o advogado raciocinar com lógica, ele será aprovado na OAB e (B) o fundamento filosófico da moral.
defenderá o cliente no tribunal com sucesso. (C) o rigor do método de análise.
(B) O advogado defenderá o cliente no tribunal com sucesso, mas terá de (D) a lucidez de quem investiga o fato moral.
raciocinar com lógica e ser aprovado na OAB. (E) o rigoroso legado da jurisprudência.
(C) Como raciocinou com lógica, o advogado será aprovado na OAB e
defenderá o cliente no tribunal com sucesso. 38. Dá-se uma íntima conexão entre a Ética e o Direito quando ambos
(D) O advogado defenderá o cliente no tribunal com sucesso porque racio- revelam, em relação aos valores morais da conduta, uma preocupação
cinou com lógica e foi aprovado na OAB. (A) filosófica.
(E) Uma vez que o advogado raciocinou com lógica e foi aprovado na OAB, (B) descritiva.
ele poderá defender o cliente no tribunal com sucesso. (C) prescritiva.
(D) contestatária.
34. Na frase – Se aprendem pouco, paciência, a culpa é mais da fragilida- (E) tradicionalista.
de do ensino básico do que das faculdades. – a palavra paciência vem
entre vírgulas para, no contexto, 39. Considerando-se o contexto do último parágrafo, o elemento sublinha-
(A) garantir a atenção do leitor. do pode ser corretamente substituído pelo que está entre parênteses, sem
(B) separar o sujeito do predicado. prejuízo para o sentido, no seguinte caso:
(C) intercalar uma reflexão do autor. (A) (...) a colocará em íntima conexão com o Direito. (inclusão)
(D) corrigir uma afirmação indevida. (B) (...) os valores morais dariam o balizamento do agir (...) (arremate)
(E) retificar a ordem dos termos. (C) (...) qualificação do comportamento do homem como ser em situação.
(provisório)
Atenção: As questões de números 35 a 42 referem-se ao texto abaixo. (D) (...) nem tampouco como fenômeno especulativo. (nem, ainda)
(E) (...) de um agir, de um comportamento consequencial... (concessivo)
Sobre Ética
A palavra Ética é empregada nos meios acadêmicos em três acepções. 40. As normas de concordância estão plenamente observadas na frase:
Numa, faz-se referência a teorias que têm como objeto de estudo o com- (A) Costumam-se especular, nos meios acadêmicos, em torno de três
portamento moral, ou seja, como entende Adolfo Sanchez Vasquez, “a acepções de Ética.
teoria que pretende explicar a natureza, fundamentos e condições da (B) As referências que se faz à natureza da ética consideram-na, com
moral, relacionando-a com necessidades sociais humanas.” Teríamos, muita frequência, associada aos valores morais.
assim, nessa acepção, o entendimento de que o fenômeno moral pode ser (C) Não coubessem aos juristas aproximar-se da ética, as leis deixariam de
estudado racional e cientificamente por uma disciplina que se propõe a ter a dignidade humana como balizamento.
descrever as normas morais ou mesmo, com o auxílio de outras ciências, (D) Não derivam das teorias, mas das práticas humanas, o efetivo valor de
ser capaz de explicar valorações comportamentais. que se impregna a conduta dos indivíduos.
(E) Convém aos filósofos e juristas, quaisquer que sejam as circunstâncias,
Um segundo emprego dessa palavra é considerá-la uma categoria filosófi- atentar para a observância dos valores éticos.
ca e mesmo parte da Filosofia, da qual se constituiria em núcleo especula-
tivo e reflexivo sobre a complexa fenomenologia da moral na convivência 41. Está clara, correta e coerente a redação do seguinte comentário sobre
humana. A Ética, como parte da Filosofia, teria por objeto refletir sobre os o texto:
fundamentos da moral na busca de explicação dos fatos morais. (A) Dentre as três acepções de Ética que se menciona no texto, uma
apenas diz respeito à uma área em que conflui com o Direito.
Numa terceira acepção, a Ética já não é entendida como objeto descritível (B) O balizamento da conduta humana é uma atividade em que, cada um
de uma Ciência, tampouco como fenômeno especulativo. Trata-se agora em seu campo, se empenham o jurista e o filósofo.
da conduta esperada pela aplicação de regras morais no comportamento (C) Costuma ocorrer muitas vezes não ser fácil distinguir Ética ou Moral,
social, o que se pode resumir como qualificação do comportamento do haja vista que tanto uma quanto outra pretendem ajuizar à situação do
homem como ser em situação. É esse caráter normativo de Ética que a homem.
colocará em íntima conexão com o Direito. Nesta visão, os valores morais (D) Ainda que se torne por consenso um valor do comportamento humano,
dariam o balizamento do agir e a Ética seria assim a moral em realização, a Ética varia conforme a perspectiva de atribuição do mesmo.
pelo reconhecimento do outro como ser de direito, especialmente de digni- (E) Os saberes humanos aplicados, do conhecimento da Ética, costumam
dade. Como se vê, a compreensão do fenômeno Ética não mais surgiria apresentar divergências de enfoques, em que pese a metodologia usada.
metodologicamente dos resultados de uma descrição ou reflexão, mas sim,
objetivamente, de um agir, de um comportamento consequencial, capaz de 42. Transpondo-se para a voz passiva a frase Nesta visão, os valores
tornar possível e correta a convivência. (Adaptado do site Doutrina Jus morais dariam o balizamento do agir, a forma verbal resultante deverá ser:
Navigandi) (A) seria dado.
(B) teriam dado.
35. As diferentes acepções de Ética devem-se, conforme se depreende da (C) seriam dados.
leitura do texto, (D) teriam sido dados.

Português para Concursos 89 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
(E) fora dado. 47. Está correta a articulação entre os tempos e os modos verbais na frase:
(A) Se o moralizador vier a respeitar o padrão moral que ele impusera, já
Atenção: As questões de números 43 a 48 referem-se ao texto abaixo. não podia ser considerado um hipócrita.
(B) Os moralizadores sempre haveriam de desrespeitar os valores morais
O homem moral e o moralizador que eles imporão aos outros.
(C) A pior barbárie terá sido aquela em que o rigor dos hipócritas servisse
Depois de um bom século de psicologia e psiquiatria dinâmicas, estamos de controle dos demais cidadãos.
certos disto: o moralizador e o homem moral são figuras diferentes, se não (D) Desde que haja a imposição forçada de um padrão moral, caracteriza-
opostas. O homem moral se impõe padrões de conduta e tenta respeitá- va-se um ato típico do moralizador.
los; o moralizador quer impor ferozmente aos outros os padrões que ele (E) Não é justo que os hipócritas sempre venham a impor padrões morais
não consegue respeitar. que eles próprios não respeitam.
A distinção entre ambos tem alguns corolários relevantes.
Primeiro, o moralizador é um homem moral falido: se soubesse respeitar o 48. Está correto o emprego de ambos os elementos sublinhados na frase:
padrão moral que ele impõe, ele não precisaria punir suas imperfeições (A) O moralizador está carregado de imperfeições de que ele não costuma
nos outros. Segundo, é possível e compreensível que um homem moral acusar em si mesmo.
tenha um espírito missionário: ele pode agir para levar os outros a adotar (B) Um homem moral empenha-se numa conduta cujo o padrão moral ele
um padrão parecido com o seu. Mas a imposição forçada de um padrão não costuma impingir na dos outros.
moral não é nunca o ato de um homem moral, é sempre o ato de um (C) Os pecados aos quais insiste reincidir o moralizador são os mesmos
moralizador. Em geral, as sociedades em que as normas morais ganham em que ele acusa seus semelhantes.
força de lei (os Estados confessionais, por exemplo) não são regradas por (D) Respeitar um padrão moral das ações é uma qualidade da qual não
uma moral comum, nem pelas aspirações de poucos e escolhidos homens abrem mão os homens a quem não se pode acusar de hipócritas.
exemplares,mas por moralizadores que tentam remir suas próprias falhas (E) Quando um moralizador julga os outros segundo um padrão moral de
morais pela brutalidade do controle que eles exercem sobre os outros. A cujo ele próprio não respeita, demonstra toda a hipocrisia em que é capaz.
pior barbárie do mundo é isto: um mundo em que todos pagam pelos
pecados de hipócritas que não se aguentam. (Contardo Calligaris, Folha de Atenção: As questões de números 49 a 54 referem-se ao texto abaixo.
S. Paulo, 20/03/2008)
Fim de feira
43. Atente para as afirmações abaixo. Quando os feirantes já se dispõem a desarmar as barracas, começam a
I. Diferentemente do homem moral, o homem moralizador não se preocupa chegar os que querem pagar pouco pelo que restou nas bancadas, ou
com os padrões morais de conduta. mesmo nada, pelo que ameaça estragar. Chegam com suas sacolas
II. Pelo fato de impor a si mesmo um rígido padrão de conduta, o homem cheias de esperança. Alguns não perdem tempo e passam a recolher o
moral acaba por impô-lo à conduta alheia. que está pelo chão: um mamãozinho amolecido, umas folhas de couve
III. O moralizador, hipocritamente, age como se de fato respeitasse os amarelas,
padrões de conduta que ele cobra dos outros. a metade de um abacaxi, que serviu de chamariz para os fregueses com-
Em relação ao texto, é correto o que se afirma APENAS em pradores. Há uns que se aventuram até mesmo nas cercanias da barraca
(A) I. de pescados, onde pode haver alguma suspeita sardinha oculta entre
(B) II. jornais, ou uma ponta de cação obviamente desprezada.
(C) III.
(D) I e II. Há feirantes que facilitam o trabalho dessas pessoas: oferecem-lhes o que,
(E) II e III. de qualquer modo, eles iriam jogar fora.
Mas outros parecem ciumentos do teimoso aproveitamento dos refugos, e
44. No contexto do primeiro parágrafo, a afirmação de que já decorreu um chegam a recolhê-los para não os verem coletados. Agem para salvaguar-
bom século de psicologia e psiquiatria dinâmicas indica um fator determi- dar não o lucro possível, mas o princípio mesmo do comércio. Parecem
nante para que temer que a fome seja debelada sem que alguém pague por isso. E não
(A) concluamos que o homem moderno já não dispõe de rigorosos padrões admitem ser acusados de egoístas: somos comerciantes, não assistentes
morais para avaliar sua conduta. sociais, alegam.
(B) consideremos cada vez mais difícil a discriminação entre o homem
moral e o homem moralizador. Finda a feira, esvaziada a rua, chega o caminhão da limpeza e os funcioná-
(C) reconheçamos como bastante remota a possibilidade de se caracterizar rios da prefeitura varrem e lavam tudo, entre risos e gritos. O trânsito é
um homem moralizador. liberado, os carros atravancam a rua e, não fosse o persistente cheiro de
(D) identifiquemos divergências profundas entre o comportamento de um peixe, a ninguém ocorreria que ali houve uma feira, frequentada por tão
homem moral e o de um moralizador. diversas espécies de seres humanos. (Joel Rubinato, inédito)
(E) divisemos as contradições internas que costumam ocorrer nas atitudes
tomadas pelo homem moral. 49. Nas frases parecem ciumentos do teimoso aproveitamento dos refugos
e não admitem ser acusados de egoístas, o narrador do texto
45. O autor do texto refere-se aos Estados confessionais para exemplificar (A) mostra-se imparcial diante de atitudes opostas dos feirantes.
uma sociedade na qual (B) revela uma perspectiva crítica diante da atitude de certos feirantes.
(A) normas morais não têm qualquer peso na conduta dos cidadãos. (C) demonstra não reconhecer qualquer proveito nesse tipo de coleta.
(B) hipócritas exercem rigoroso controle sobre a conduta de todos. (D) assume-se como um cronista a quem não cabe emitir julgamentos.
(C) a fé religiosa é decisiva para o respeito aos valores de uma moral (E) insinua sua indignação contra o lucro excessivo dos feirantes.
comum.
(D) a situação de barbárie impede a formulação de qualquer regra moral. 50. Considerando-se o contexto, traduz-se corretamente o sentido de um
(E) eventuais falhas de conduta são atribuídas à fraqueza das leis. segmento do texto em:
(A) serviu de chamariz
46. Na frase A distinção entre ambos tem alguns corolários relevantes, o (B) alguma suspeita sardinha rdinha.
sentido da expressão sublinhada está corretamente traduzido em: (C) teimoso aproveitamento
(A) significativos desdobramentos dela. (D) o princípio mesmo do comércio ação comercial.
(B) determinados antecedentes dela. (E) Agem para salvaguardar
(C) reconhecidos fatores que a causam.
(D) consequentes aspectos que a relativizam. 51. Atente para as afirmações abaixo.
(E) valores comuns que ela propicia.

Português para Concursos 90 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
I. Os riscos do consumo de uma sardinha suspeita ou da ponta de um Ao mesmo tempo que se observa na mídia um grande número de matérias
cação que foi desprezada justificam o emprego de se aventuram, no pri- atinentes às Cortes de Justiça, às reformas na legislação e aos direitos
meiro parágrafo. legais do cidadão, verifica-se o desconhecimento de muitos jornalistas ao
II. O emprego de alegam, no segundo parágrafo, deixa entrever que o lidar com tais temas.
autor não compactua com a justificativa dos feirantes. O campo jurídico é tão complexo como alguns outros assuntos enfocados
III. No último parágrafo, o autor faz ver que o fim da feira traz a superação em segmentos especializados, como a economia, a informática ou a medi-
de tudo o que determina a existência de diversas espécies de seres huma- cina, campos que também possuem linguagens próprias. Ao embrenhar-se
nos. no intrincado mundo jurídico, o jornalista arrisca-se a cometer uma série de
Em relação ao texto, é correto o que se afirma APENAS em incorreções e imprecisões linguísticas e técnicas na forma como as notí-
(A) I. cias são veiculadas. Uma das razões para esse risco é lembrada por Leão
(B) II. Serva:
(C) III. Um procedimento essencial ao jornalismo, que necessariamente induz à
(D) I e II. incompreensão dos fatos que narra, é a redução das notícias a paradigmas
(E) II e III. que lhes são alheios, mas que permitem um certo nível imediato de com-
preensão pelo autor ou por aquele que ele supõe ser o seu leitor. Por conta
52. Está INCORRETA a seguinte afirmação sobre um recurso de constru- desse procedimento, noticiários confusos aparecerão simplificados para o
ção do texto: no contexto do leitor, reduzindo, consequentemente, sua capacidade real de compreensão
(A) primeiro parágrafo, a forma ou mesmo nada faz subentender a expres- da totalidade do significado da notícia.
são verbal querem pagar. (Adaptado de Tomás Eon Barreiros e Sergio Paulo França de Almeida.
(B) primeiro parágrafo, a expressão fregueses compradores faz subenten- http://jus2.uol.com.br.doutrina/texto.asp?id=1006)
der a existência de “fregueses” que não compram nada.
(C) segundo parágrafo, a expressão de qualquer modo está empregada 55. Uma das razões para a dificuldade de se veicularem notícias atinentes
com o sentido de de toda maneira. ao campo jurídico está
(D) segundo parágrafo, a expressão para salvaguardar está empregada (A) na improbidade de jornalistas que se dispõem a pontificar em assuntos
com o sentido de a fim de resguardar. que lhes são inteiramente alheios.
(E) terceiro parágrafo, a expressão não fosse tem sentido equivalente ao (B) na inexistência de técnicas de comunicação adequadas à abordagem
de mesmo não sendo. de temas que exigem conhecimento especializado.
(C) no baixo interesse que os temas desse campo do conhecimento cos-
53. O verbo indicado entre parênteses deverá flexionar-se no plural para tumam despertar no público leigo.
preencher de modo correto a lacuna da frase: (D) na problemática tradução da linguagem do mundo da Justiça para uma
(A) Frutas e verduras, mesmo quando desprezadas, não ...... (deixar) de as linguagem que o leigo venha a compreender.
recolher quem não pode pagar pelas boas e bonitas. (E) no frequente equívoco de considerar um assunto eminentemente
(B) ......-se (dever) aos ruidosos funcionários da limpeza pública a provi- técnico como questão de interesse público.
dência que fará esquecer que ali funcionou uma feira.
(C) Não ...... (aludir) aos feirantes mais generosos, que oferecem as sobras 56. Considere as seguintes afirmações:
de seus produtos, a observação do autor sobre o egoísmo humano. I. A expressão buscar conhecimento complementar sugere, no contexto do
(D) A pouca gente ...... (deixar) de sensibilizar os penosos detalhes da 2o parágrafo, a necessidade de atribuir aos juristas mais eminentes a
coleta, a que o narrador deu ênfase em seu texto. tarefa de divulgar notícias do mundo jurídico.
(E) Não ...... (caber) aos leitores, por força do texto, criticar o lucro razoável II. No segmento que também possuem linguagens próprias (parágrafo 3o),
de alguns feirantes, mas sim, a inaceitável impiedade de outros. a palavra sublinhada assinala que a imprensa dispõe, como outros campos
da mídia, de uma linguagem específica.
54. A supressão da vírgula altera o sentido da seguinte frase: III. Na expressão ao embrenhar-se no intrincado mundo jurídico (parágrafo
(A) Fica-se indignado com os feirantes, que não compreendem a carência 3o), os dois termos sublinhados dão ênfase ao risco de desnorteio que
dos mais pobres. oferece uma matéria específica ao jornalista que pretende simplificá-la.
(B) No texto, ocorre uma descrição o mais fiel possível da tradicional coleta Em relação ao texto, está correto SOMENTE o que se afirma em
de um fim de feira. (A) I.
(C) A todo momento, dá-se o triste espetáculo de pobreza centralizado (B) II.
nessa narrativa. (C) III.
(D) Certamente, o leitor não deixará de observar a preocupação do autor (D) I e II.
em distinguir os diferentes caracteres humanos. (E) II e III.
(E) Em qualquer lugar onde ocorra uma feira, ocorrerá também a humilde
coleta de que trata a crônica. 57. O trecho citado de Leão Serva ressalta o fato de que
(A) a profissão de jornalista leva o homem de imprensa a se familiarizar
Instruções: Para responder às questões de números 55 a 64, considere o com paradigmas que norteiam outros campos de atuação.
texto a seguir. (B) a investigação de assuntos muito específicos faz com que o jornalista
descure dos paradigmas de seu próprio campo de atuação.
Jornalismo e universo jurídico (C) os jornalistas são levados à incompreensão de muitos fatos quando se
É frequente, na grande mídia, a divulgação de informações ligadas a temas limitam aos paradigmas próprios do universo desses fatos.
jurídicos, muitas vezes essenciais para a conscientização do cidadão a (D) a inobservância dos paradigmas da imprensa leva muitos jornalistas a
respeito de seus direitos. Para esse gênero de informação alcançar ade- simplificarem excessivamente a complexidade da matéria de que tratam.
quadamente o público leitor leigo, não versado nos temas jurídicos, o papel (E) as características do jornalismo levam muitos profissionais da imprensa
do jornalista se torna indispensável, pois cabe a ele transformar a submeter uma matéria específica a paradigmas de outra área.
informações originadas de meios especializados em notícia assimilável
pelo leitor. 58. Ainda no trecho de Leão Serva, a expressão Por conta desse procedi-
Para que consiga atingir o grande público, ao elaborar uma notícia ou mento pode ser substituída, sem prejuízo para a correção e o sentido da
reportagem ligada a temas jurídicos, o jornalista precisa buscar conheci- passagem, por:
mento complementar. Não se trata de uma tarefa fácil, visto que a compre- (A) Tendo por alvitre o mesmo procedimento.
ensão do universo jurídico exige conhecimento especializado. A todo (B) No influxo de tal procedimento.
instante veem-se nos meios de comunicação informações sobre fatos (C) Em que pese a esse procedimento.
complexos relacionados ao mundo da Justiça: reforma processual, controle (D) Conquanto seja considerado o procedimento.
externo do Judiciário, julgamento de crimes de improbidade administrativa, (E) A par deste procedimento.
súmula vinculante, entre tantos outros.

Português para Concursos 91 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
59. As normas de concordância verbal estão plenamente atendidas na (B) Se um jornalista decidir pautar-se pela correção das informações e se
frase: dispor a buscar conhecimento complementar, terá prestado inestimável
(A) Cabe aos jornalistas transformar informações especializadas em notí- serviço ao público leitor.
cias assimiláveis pelo grande público. (C) Todo equívoco que sobrevir à precária informação sobre um assunto
(B) Restam-lhes traduzir assuntos especializados em palavras que os jurídico constituiria um desserviço aos que desejarem esclarecer-se pelo
leigos possam compreender já à primeira leitura. noticiário da imprensa.
(C) Exigem-se dos jornalistas que mostrem competência e flexibilidade na (D) As imprecisões técnicas que costumam marcar notícias sobre o mundo
passagem de uma linguagem para outra. jurídico deveriam-se ao fato de que muitos jornalistas não se deteram
(D) Não são fáceis de traduzir em palavras simples um universo linguístico suficientemente na especificidade da matéria.
tão especializado como o de certas áreas técnicas. (E) Leão Serva não hesitou em identificar um procedimento habitual do
(E) Sempre haverá de ocorrer deslizes, ao se transpor para a linguagem do jornalismo, a “redução das notícias”, como tendo sido o responsável por
dia-a-dia o vocabulário de um campo técnico. equívocos que vierem a tolher a compreensão da matéria.

60. Ao mesmo tempo que se observa na mídia um grande número de 65) Indique o período cuja redação está inteiramente clara e correta.
matérias atinentes às Cortes de Justiça, às reformas na legislação (...) a) Resultou frustrada a nossa expectativa de adquirir bons livros, já que,
NÃO se mantém o emprego de às, no segmento acima, caso se substitua na tão decantada liquidação daquela grande livraria, só havia títulos inex-
atinentes por pressivos.
(A) alusivas. b) Os incentivos fiscais constituem uma questão complicada, pois se-
(B) concernentes. gundo alguns, a iniciativa privada recebe benefícios onde a contrapartida
(C) referentes. em criação de empregos é insuficiente.
(D) relativas. c) Naquele editorial da revista não ficou claro a posição do mesmo, seja
(E) pautadas. porque o editorialista de fato não o desejasse, ou então porque a redação
dele não o permitiu.
61. Traduz-se de modo claro, coerente e correto uma ideia do texto em: d) Com o fim do rodízio no trânsito, espera-se que ele aumente, voltando
(A) A complexidade do universo jurídico é de tal ordem, tendo em vista a a terem problemas de congestionamento justamente quando todos saem
alta especialização de seu vocabulário, razão pela qual um jornalista vê-se ou voltam para casa.
em apuros ao traduzir-lhe.
(B) Não apenas o campo jurídico: também outras áreas, como a economia 66) Indique a sequência que preenche corretamente as lacunas:
ou a medicina, onde se dispõem de termos específicos, suscitam sérios 1. Ainda _____ pouco exultava, o que agora chora.
desafios à linguagem jornalística. 2. Conversarei contigo daqui ___ pouco, disse-lhe.
(C) Há matérias especializadas que exigem dos jornalistas uma formação 3. Diz-se que os milionários portugueses, ____ muitos residentes no Brasil,
complementar, para que possam traduzir com fidelidade os paradigmas sentem saudades de Portugal.
dessas áreas. 4. O sábio francês Adhémar, que viveu _____ mais de cem anos, formulou
(D) Sem mais nem porque, alguns jornalistas passam a considerar-se a teoria dos Períodos Glaciários.
aptos na abordagem de assuntos especializados, daí advindo de que a) há - há - há - há
muitas de suas matérias desvirtuam a especificidade original. b) há - a - há - há
(E) Em sua citação, Leão Serva propõe que a incompreensibilidade de c) a - há - há - há
muitas matérias jurídicas na imprensa deve-se ao procedimento redutor d) há -a - a - há
que leva um jornalista a incapacitar-se para aprender a totalidade da
notícia. 67) Marque o conjunto de palavras que preenche as lacunas do texto,
com correção gramatical e adequação à modalidade padrão da língua:
62. Transpondo-se para a voz passiva o segmento Para esse gênero de "Como profissional de comunicação, com alguma experiência em seu uso
informação alcançar adequadamente o público leitor leigo, a forma verbal na política, tenho dificuldade em compreender o que pretendem os candi-
resultante será datos. Enganar-nos? Creio que é isso. Não ________ basta nada
(A) tenha alcançado. ________. Dizem ________. Uns, ________, de fato, nada têm a propor
(B) fosse alcançado. ou oferecer. Outros, ________ sabem falar." (S. Farhat)
(C) tenha sido alcançado. a) lhes - terem a dizer - mal - porquê - mal
(D) ser alcançado. b) lhes - ter a dizer - mal - porque - mal
(E) vier a alcançar. c) nos - termos a dizer - mau - porque - mal
d) lhos - ter a dizerem - mau - porquê - mau
63. Atente para as seguintes afirmações:
I. Haverá alteração de sentido caso se suprimam as vírgulas do segmento 68) A alternativa em que a pontuação está CORRETA é:
Um procedimento essencial ao jornalismo, que necessariamente induz à a) O padrão culto do idioma, além de ser uma espécie de marca de
incompreensão dos fatos que narra, é a redução das notícias (...). identidade, constitui recurso imprescindível para uma boa argumentação.
II. Ainda que opcional, seria desejável a colocação de uma vírgula depois Ou seja: em situações em que a norma culta se impõe, transgressões
da expressão Ao mesmo tempo, na abertura do 3o parágrafo. podem desqualificar o conteúdo exposto e até mesmo desacreditar o autor.
III. Na frase Não se trata de uma tarefa fácil, visto que a compreensão do b) O padrão culto do idioma - além de ser uma espécie de marca de
universo jurídico exige conhecimento especializado, pode-se, sem prejuízo identidade -, constitui recurso, imprescindível, para uma boa argumenta-
para o sentido, substituir o segmento sublinhado por fácil: a compreensão. ção. Ou seja: em situações, em que a norma culta se impõe, transgressões
Está correto o que se afirma em podem desqualificar o conteúdo exposto e até mesmo desacreditar o autor.
(A) I, II e III. c) O padrão culto do idioma, além de ser uma espécie de marca de
(B) I e III, somente. identidade, constitui recurso imprescindível para uma boa argumentação,
(C) I e II, somente. ou seja, em situações em que a norma culta, se impõe transgressões,
(D) II e III, somente. podem desqualificar o conteúdo exposto e até mesmo desacreditar o autor.
(E) I, somente. d) O padrão culto do idioma, além de ser uma espécie de marca de
identidade constitui recurso imprescindível para uma boa argumentação;
64. A flexão dos verbos e a correlação entre seus tempos e modos estão ou seja: em situações em que a norma culta se impõe, transgressões
plenamente adequadas em: podem desqualificar o conteúdo exposto e, até mesmo, desacreditar o
(A) Seria preciso que certos jornalistas conviessem em aprofundar seus autor...
conhecimentos na área jurídica, para que não seguissem incorrendo em
equívocos de informação. 69) Assinale a única alternativa em que a expressão "porque" deve vir
separada:

Português para Concursos 92 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
a) Em breve compreenderás porque tanta luta por um motivo tão simples. Indique a alternativa em que as duas palavras também possuem esse
b) Não compareci à reunião porque estava viajando. encontro vocálico.
c) Se o Brasil precisa do trabalho de todos é porque precisamos de um (A) Quadrado e caatinga.
nacionalismo produtivo. (B) Guaraná e leopardo.
d) Ainda não se descobriu o porquê de tantos desentendimentos. (C) Toalha e saguão.
(D) Violeta e teatro.
70) Assinale a opção correta quanto à pontuação: (E) Moeda e guindaste.
a) De tempos em tempos práticas criadas para reduzir a degradação do
meio ambiente, ganham notoriedade especial. 76. Em – ... destinado a pacientes de alcoolismo... – o substantivo em
b) De tempos em tempos, práticas criadas para reduzir a degradação do destaque é comum de dois gêneros.
meio ambiente ganham notoriedade especial. Assinale a alternativa que apresenta dois substantivos que também são
c) De tempos em tempos práticas, criadas para reduzir a degradação do comuns de dois gêneros.
meio ambiente ganham notoriedade especial. (A) Mártir e monstro.
d) De tempos em tempos práticas criadas, para reduzir a degradação do meio (B) Carrasco e sósia.
ambiente ganham notoriedade especial (C) Xereta e intérprete.
(D) Criatura e piloto.
Considere o texto para responder às questões de números 71 a 76. (E) Ídolo e cônjuge.
O antibafômetro
O Conselho Regional de Farmácia autuou uma drogaria da 77. Assinale a frase correta quanto ao emprego do gênero dos substanti-
capital gaúcha que anunciava a venda de um remédio aparentemente vos.
capaz de mascarar os efeitos do álcool e enganar o bafômetro. Cartazes (A) A perda das esperanças provocou uma profunda dó na personagem.
no interior da farmácia faziam a propaganda do medicamento. Originalmen- (B) O advogado não deu o ênfase necessário às milhares de solicitações.
te destinado a pacientes de alcoolismo crônico, ele não produz os efeitos (C) Ele vestiu o pijama e sentou-se para beber uma champanha gelada.
anunciados. O dono da farmácia deverá responder ainda a um processo (D) O omelete e o couve foram acompanhados por doses do melhor a-
por incitar os consumidores a beber e dirigir, crime previsto no Código guardente.
Penal. (Revista Época, 06.10.2008. Adaptado) (E) O beliche não coube na quitinete recém-comprada pelos estudantes.

71. Em – Cartazes no interior da farmácia faziam a propaganda do medi- 78. Considere as frases:
camento – o verbo em destaque está conjugado no Esta escada tem degrau irregular.
(A) pretérito perfeito, pois apresenta um fato inesperado e incomum, ocor- O troféu vem adornado com ouro.
rido uma única vez. Elas estão corretamente escritas no plural na alternativa:
(B) pretérito imperfeito, pois se refere a um fato que era habitual no passa- (A) Estas escadas têm degraus irregulares. Os troféus vêm adornados com
do. ouro.
(C) pretérito mais-que-perfeito, pois indica fatos que aconteceram repenti- (B) Estas escadas têm degrais irregulares. Os troféis vêm adornados com
namente num passado remoto. ouro.
(D) imperfeito do subjuntivo, pois apresenta um fato provável, mas depen- (C) Estas escadas tem degraus irregulares. Os troféus vem adornados com
dente de algumas circunstâncias. ouro.
(E) futuro do pretérito, pois se refere a um fato de futuro incerto e duvidoso. (D) Estas escadas tem degrais irregulares. Os troféis vem adornados com
ouro.
72. Considere os trechos: (E) Estas escadas têm degrais irregulares. Os troféus vem adornados com
... de um remédio aparentemente capaz de mascarar os efeitos do álcool... ouro.
... por incitar os consumidores a beber e dirigir, crime previsto no Código
Penal. 79. Assinale a alternativa correta quanto ao emprego do gênero e do
Os termos em destaque expressam, respectivamente, as circunstâncias de número das palavras.
(A) afirmação e meio. (A) Os portas-retratos estavam espalhados sobre o baú.
(B) afirmação e lugar. (B) Toalhas laranja deverão recobrir as mesas usadas na próxima conven-
(C) modo e lugar. ção.
(D) modo e meio. (C) A empresa escolheu os uniformes na cor azul-marinha.
(E) intensidade e modo. (D) Os assaltantes, munidos de pés-de-cabras, invadiram o banco.
(E) As folhas de sulfite para a impressão dos convites eram bege.
73. Assinale a alternativa em que os termos em destaque, na frase a
seguir, estão corretamente substituídos pelo pronome. 80. Indique a alternativa cujas palavras preenchem, correta e respectiva-
O dono da farmácia deverá sofrer um processo por incitar os consumidores mente, as frases a seguir:
a beber. ............................o motorista chegou, já havia uma série de tarefas para ele
(A) sofrê-lo ... incitá-los realizar.
(B) sofrê-lo ... incitar-lhes Aquele que .......................... é caráter não progride na carreira profissional.
(C) sofrer-lo ... incitar-los Como ele se saiu ...............................na prova prática, não conseguiu a
(D) sofrer-lhe ... incitá-los colocação esperada.
(E) sofrer-lhe ... incitar-lhes (A) Mau ... mau ... mal
(B) Mau ... mal ... mau
74. Em – ... um remédio aparentemente capaz de mascarar os efeitos do (C) Mal ... mau ... mau
álcool... – os termos em destaque constituem uma (D) Mal ... mau ... mal
locução adjetiva. (E) Mal ... mal ... mau
Indique a alternativa cuja frase também apresenta uma locução desse tipo.
(A) A família viajou de avião à Argentina. 81. Indique a alternativa que completa a frase a seguir, respectivamente,
(B) A energia produzida pela força dos ventos é chamada de eólica. com as circunstâncias de intensidade e de modo.
(C) Ele resolveu de imediato todas as questões pendentes. Após o telefonema, o motorista partiu..................
(D) A secretária gosta de chantili em seu café. (A) às 18 h com o veículo.
(E) No fórum, as salas estavam cheias de gente. (B) rapidamente ao meio-dia.
(C) bastante alerta.
75. No texto, as palavras gaúcha e alcoolismo possuem hiato. (D) apressadamente com o caminhão.
(E) agora calmamente.

Português para Concursos 93 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
(A) Vossa Senhoria.
82. A alternativa em que o termo em destaque exerce a função de substan- (B) Vossa Excelência.
tivo é: (C) Vossa Magnificência.
(A) Respondeu à pergunta com um sorriso amarelo. (D) Vossa Reverendíssima.
(B) Estava pálida, e seu rosto apresentava tons amarelos. (E) Vossa Eminência.
(C) As cortinas amarelas combinavam com o ambiente.
(D) Marque com um traço amarelo as ruas do mapa. 88. Um dos pronomes de tratamento com que as pessoas devem se dirigir
(E) Os amarelos de Van Gogh tornaram suas telas famosas. a juízes de direito é Vossa Meritíssima.
Em sua composição, o pronome Meritíssima é um
83. Considere as frases e as observações sobre elas: (A) adjetivo empregado em seu comparativo de superioridade.
Marcelo, que trabalha em nosso departamento, declara-se um solteirão (B) adjetivo empregado no superlativo relativo.
convicto. (C) adjetivo empregado no superlativo absoluto.
O avô disse à neta: Você é minha princesinha! (D) substantivo empregado no grau aumentativo sintético.
Para dona Salete, todos da vizinhança pertencem à gentalha. (E) substantivo empregado no grau aumentativo analítico.
I. Nos termos em destaque, o emprego do aumentativo e do diminutivo
expressa a ideia de tamanho. 89) Considerando-se o significado com que foi empregada a palavra
II. Você é um pronome pessoal do caso reto. MESMO no trecho "Mesmo depois de pronto, o barco de esporte e lazer
III. Todos classifica-se como pronome indefinido, pois se refere aos seres continua a gerar trabalho em marinas", pode-se afirmar que ela foi empre-
de maneira vaga e imprecisa. gada com idêntico significado na frase:
IV. Em – ... que trabalha em nosso departamento... – o pronome em desta- a) Um passeio de barco é agradável, mesmo com tempo chuvoso.
que é relativo e se refere a Marcelo. b) A Receita Federal mesma é que vetou a diminuição da carga tributária.
É correto o que se afirma em c) Mesmo que o mar esteja agitado, o esportista não deixa de sair com
(A) I e III, apenas. seu barco.
(B) II e III, apenas. d) Apenas um barco chegou ao mesmo local onde estivera antes.
(C) III e IV, apenas.
(D) I, II e IV, apenas. 90. Assinale a alternativa cujos verbos preenchem, correta e respectiva-
(E) I, II, III e IV. mente, a recomendação a seguir, afixada em seção
de determinado fórum.
84. Assinale a alternativa cujos verbos preenchem, correta e respectiva- Prezados Senhores
mente, as frases a seguir. Nós temos ...................a situações constrangedoras por conta do uso
Se o motor do veículo .................a temperatura alta, leve-o à oficina mecâ- indevido do celular.
nica. Se os senhores não se .....................a agir com educação e respeitar o
Quando você .......................o motorista, informe-lhe os novos endereços outro, desligando o aparelho quando necessário, a Direção .......................
do Tribunal de Justiça. tomando medidas drásticas.
(A) manter ... ver Contamos com a colaboração de todos!
(B) manter ... vir (A) chego ... predispuserem ... interverá
(C) manter ... viu (B) chego ... predisporem ... intervirá
(D) mantiver ... ver (C) chegado ... predisporem ... interverá
(E) mantiver ... vir (D) chegado ... predispuserem ... intervirá
(E) chegado ... predisporem ... intervirá
85. Considere as frases:
I. Recomendou que era para mim esperá-lo à porta do cinema. Um arriscado esporte nacional
II. Entre mim e a sua família sempre houve entrosamento.
III. Estes relatórios devem ser conferidos por mim e por vocês. 01 Os leigos sempre se medicaram por conta própria, já que de
O emprego do pronome mim está correto em 02 médico e louco todos temos um pouco, mas esse problema jamais
(A) III, apenas. 03 adquiriu contornos tão preocupantes no Brasil como atualmente.
(B) I e II, apenas. 04 Qualquer farmácia conta hoje com um arsenal de armas de
(C) I e III, apenas. 05 guerra para combater doenças de fazer inveja à própria indústria
(D) II e III, apenas. 06 de material bélico nacional. Cerca de 40% das vendas realizadas
(E) I, II e III. 07 pelas farmácias nas metrópoles brasileiras destinam-se a pessoas
08 que se automedicam. A indústria farmacêutica de menor porte e
Leia o texto para responder às questões de números 86 e 87. 09 importância retira 80% de seu faturamento da venda ''livre'' de
Nova lei torna airbag frontal obrigatório 10 seus produtos, isto é, das vendas realizadas sem receita médica.
O projeto de lei que torna o airbag frontal para motorista e passageiro item 11 Diante desse quadro, o médico tem o dever de alertar a
de segurança obrigatório em carros, camionetes e picapes, aprovado pela 12 população para os perigos ocultos em cada remédio, sem que
Câmara no mês passado, foi sancionado pelo presidente da República e 13 necessariamente faça junto com essas advertências uma sugestão
publicado ontem no “Diário Oficial” da União. 14 para que os entusiastas da automedicação passem a gastar mais
A estimativa é que hoje de 15% a 25% dos veículos vendidos no país 15 em consultas médicas. Acredito que a maioria das pessoas se
tenham o airbag, índice que é menor entre os populares (5%). (Folha de 16 automedica por sugestão de amigos, leitura, fascinação pelo
S.Paulo, 20.03.2009) 17 mundo maravilhoso das drogas ''novas'' ou simplesmente para
18 tentar manter a juventude. Qualquer que seja a causa, os
86. Entre os termos em destaque no texto, os que exercem a função de 19 resultados podem ser danosos.
adjetivo são 20 É comum, por exemplo, que um simples resfriado ou uma
(A) frontal, passado e Oficial. 21 gripe banal leve um brasileiro a ingerir doses insuficientes ou
(B) frontal, item e passado. 22 inadequadas de antibióticos fortíssimos, reservados para
(C) Oficial, ontem e índice. 23 infecções graves e com indicação precisa. Quem age assim está
(D) Oficial, item e passado. 24 ensinando bactérias a se tornarem resistentes a antibióticos. Um
(E) item, ontem e índice. 25 dia, quando realmente precisar de remédio, este não funcionará.
26 E quem não conhece aquele tipo de gripado que chega a uma
87. Supondo-se que um cidadão resolva escrever ao presidente da Repú- 27 farmácia e pede ao rapaz do balcão que lhe aplique uma
blica para elogiá-lo pela sanção desse projeto, esse 28 ''bomba'' na veia, para cortar a gripe pela raiz? Com isso, poderá
cidadão deve se dirigir ao presidente tratando-o por 29 receber na corrente sanguínea soluções de glicose, cálcio,

Português para Concursos 94 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
30 vitamina C, produtos aromáticos - tudo sem saber dos riscos que A) arsenal;
31 corre pela entrada súbita destes produtos na sua circulação. B) armas;
Dr. Geraldo Medeiros - Veja - 1995 C) guerra;
D) combater;
91 Sobre o título dado ao texto - um arriscado esporte nacional -, a única E) inveja.
afirmação correta é:
A) mostra que a automedicação é tratada como um esporte sem riscos; 99 Termo sublinhado que exerce função diferente dos demais é:
B) indica quais são os riscos enfrentados por aqueles que se automedi- A) ...venda de seus produtos...;
cam; B) ...dever de alertar...;
C) denuncia que a atividade esportiva favorece a automedicação; C) ...sugestão de amigos...;
D) condena a pouca seriedade daqueles que consomem remédio por D) ...fascinação pelo mundo...;
conta própria; E) ...fazer inveja à indústria.....
E) assinala que o principal motivo da automedicação é a tentativa de
manter-se a juventude. 100 Ao indicar as prováveis razões pelas quais os brasileiros se autome-
dicam, o Dr. Geraldo Medeiros utiliza um argumento baseado em opinião e
92 Os leigos sempre se medicaram por conta própria,... Esta frase inicial não numa certeza; o segmento que comprova essa afirmação é:
do texto só NÃO equivale semanticamente a: A) É comum...(l.20);
A) Os leigos, por conta própria, sempre se medicaram; B) Acredito...(l.15);
B) Por conta própria os leigos sempre se medicaram; C) ...por exemplo...(l.20);
C) Os leigos se medicaram sempre por conta própria; D) Com isso...(l.28);
D) Sempre se medicaram os leigos por conta própria; E) Qualquer que...(l.18).
E) Sempre os leigos, por conta própria, se medicaram.
As questões de números 101 a 105 referem-se ao texto que segue.
93 O motivo que levou o Dr. Geraldo Medeiros a abordar o tema da
automedicação, segundo o que declara no primeiro parágrafo do texto, foi: Várias famílias percorrem dez ou mais quilômetros com destino à Serra da
A) a tradição que sempre tiveram os brasileiros de automedicar-se; Cantareira, mais precisamente à Chácara do Frade, com seus dezes-
B) os lucros imensos obtidos pela indústria farmacêutica com a venda sete hectares tomados por alface, rúcula, pepino, cenoura e dezenas
''livre'' de remédios; de outras hortaliças. As pessoas caminham entre os canteiros, trocam
C) a maior gravidade atingida hoje pelo hábito brasileiro da automedica- informações sobre o plantio, escolhem o que comprar e levam produ-
ção; tos fresquinhos, jamais "batizados" por agrotóxicos.
D) a preocupação com o elevado número de óbitos decorrente da auto-
medicação; Cada vez mais hortas instaladas perto da capital estão abrindo su-
E) aumentar o lucro dos médicos, incentivando as consultas. as portas aos visitantes. O proprietário, José Frade, lucra com a venda
direta. O consumidor, por sua vez, garante a qualidade do que está co-
94 Um grupo de vocábulos do texto possui componentes sublinhados mendo.
cuja significação é indicada a seguir; o único item em que essa indicação Na Europa, isso é muito comum. Desde a Idade Média, durante a
está ERRADA é: época da colheita, as plantações dos vilarejos vizinhos às cidades se
A) bélico - guerra; transformam em verdadeiras feiras livres. Por aqui, a onda está apenas
B) metrópoles - cidade; começando. Num raio de cem quilômetros da capital já existem pelo menos
C) antibióticos - vida; nove sítios e chácaras que trabalham nesse sistema.
D) glicose - açúcar;
E) cálcio - osso.
101. Considere as seguintes afirmações:
95 O item em que o segmento sublinhado tem forma equivalente corre- I. Muitos consumidores das cercanias de São Paulo passaram
tamente indicada é: a cultivar hortas domésticas, em que podem colher verduras
A) ...já que de médico e louco todos temos um pouco. - uma vez que; não contaminadas.
B) ...vendas realizadas pelas farmácias... - entre as; II. Um hábito da Idade Média inspirou várias famílias que, mo-
C) ...sem que necessariamente faça junto com essas advertências... - rando nas cercanias da Serra da Cantareira, resolveram fa-
embora; zer das hortas comunitárias autênticas feiras livres
D) ...para que os entusiastas da automedicação... - afim; III. A venda de hortaliças diretamente do produtor para o
E) Quem age assim está ensinando bactérias... - mal. consumidor traz, para aquele, vantagens financeiras e,
para este, a garantia de produtos mais saudáveis.
96 ...jamais adquiriu contornos tão preocupantes no Brasil como atual-
mente; ...sem que necessariamente faça junto com essas advertências...; Em relação ao texto, está correto SOMENTE o que se afirma em
...quando realmente precisar de remédio...; os advérbios sublinhados (A) I.
indicam, respectivamente: (B) II.
A) tempo, modo, afirmação; (C) III.
B) tempo, modo, tempo; (D) I e II.
C) tempo, tempo, tempo; (E) II e III.
D) modo, tempo, modo;
E) modo, modo, afirmação. 102. São grandes as vantagens que ....., da compra direta de hortaliças
(ou dos ...... , em geral); sabem disso aqueles que já se ...... e pen-
97 O item em que o par de palavras NÃO está acentuado em função da saram nos males dos agrotóxicos.
mesma regra ortográfica é: Completam corretamente as lacunas do período acima:
A) própria / advertências; (A) adviriam - hortifrutigranjeiros - detiveram
B) farmácia / bactérias; (B) adveriam - hortifrutigranjeiros - detiveram
C) indústria / cálcio; (C) adviriam - hortisfrutisgranjeiros - deteram
D) importância / raízes; (D) adveriam - hortisfrutisgranjeiros - deteram
E) remédio / circunstância. (E) adviriam - hortifrutigranjeiros - deteram

98 Palavra que NÃO pertence ao mesmo campo semântico das demais 103. A frase corretamente construída é:
é:

Português para Concursos 95 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
(A) Alface, rúcula, pepino e outros legumes espalham-se, aos As questões de números 108 a 112 referem-se ao texto que segue.
dezessete hectares na Chácara do Frade.
(B) As pessoas preferem os legumes de cujo risco de agrotóxi- Os velhos das cidadezinhas do interior parecem muito mais plenamente
cos seja evitado. velhos que os das metrópoles. Não se trata da idade real de uns e
(C) Foi na Idade Média onde começou a surgir a venda direta do outros, que pode até ser e mesma, mas dos tempos distintos que e-
plantio ao consumidor. les parecem habitar Na agitação dos grandes centros, até mesmo a
(D) Os agrotóxicos, com que estão contaminados os legumes velhice parece ainda estar integrada na correria, os velhos guardam
nos supermercados, são evitados pelo produtor José Frade. alguma ansiedade no olhar, nos modos, na lentidão aflita de quem
(E) Comprar hortaliças do próprio produtor é uma providência de se sente fora do compasso. Na calmaria das cidades pequeninas, é
que muitas pessoas já começaram a se habituar. como se a velhice de cada um reafirmasse a que vem das monta-
nhas e dos horizontes, velhice quase eterna, pousada no tempo.
104. Transpondo para a voz passiva a frase "Estão abrindo suas portas
aos visitantes", a forma verbal resultante será ..... . Vejam-se as roupas dos velhinhos interioranos: aquele chapéu de
(A) serão abertas feltro manchado, aquelas largas calças de brim cáqui incontavelmente
(B) são abertas lavadas. aquele puído dos punhos de camisas já sem cor  tudo combina
(C) têm sido abertas admiravelmente com a enorme jaqueira do quintal, com a generosa figueira
(D) têm aberto da praça, com as teias no campanário da igreja. E os hábitos? Pica-se o
(E) estão sendo abertas fumo de corda, lentamente, com um canivete herdado do século passado,
enquanto a conversa mole se desenrola sem pressa e sem destino.
105. Na Chácara do Frade, as pessoas olham os canteiros e percorrem Na cidade grande. há um quadro que se repete mil vezes ao dia, e
os canteiros informando-se sobre o que está plantado nos canteiros. que talvez já diga tudo: o velhinho, no cruzamento perigoso, decide-se,
Eliminam-se as repetições viciosas da frase acima substituindo-se enfim, a atravessar a avenida, e o faz com aflição, um braço estendido em
corretamente os termos sublinhados por: sinal de pare aos motoristas apressados, enquanto amiúda o que pode o
(A) percorrem eles - lhes está plantado próprio passo. Parece suplicar ao tempo que diminua seu ritmo, que lhe dê
(B) os percorrem - neles está plantado a oportunidade de contemplar mais demoradamente os ponteiros invisíveis
(C) percorrem-lhes - neles está plantado dos dias passados, e de sondar com calma, nas nuvens mais altas, o
(D) os percorrem - está plantado-lhes sentido de sua própria história.
(E) percorrem-lhes - lhes está plantado
Há, pois, velhices e velhices  até que chegue o dia em que nin-
As questões de números 106 e 107 referem-se ao texto que segue. guém mais tenha tempo para de fato envelhecer. Celso de Oliveira

É grave o quadro anual do ensino superior. A greve de professores paralisa


108. A frase "Os velhos das cidadezinhas do interior parecem muito mais
boa parte das universidades federais. As universidades públicas estão
plenamente velhos que os das metrópoles" constitui uma
amargando uma espécie de êxodo de seus melhores profissionais. Têm
(A) impressão que o autor sustenta ao longo do texto, por meio
cada vez menos condições de competir com os salários pagos pelas
de comparações.
instituições privadas.
(B) impressão passageira, que o autor relativiza ao longo do tex-
to.
106. Indique o período que resume, de forma clara e exata, as informa-
(C) falsa hipótese, que a argumentação do autor demolirá.
ções do texto, e que não apresenta incorreção gramatical alguma.
(D) previsão feita pelo autor, a partir de observações feitas nas
(A) Devido a pagarem mal os professores, estão havendo greves
grandes e nas pequenas cidades.
nas universidades federais, em que os melhores profissionais
(E) opinião do autor, para quem a velhice é mais opressiva nas
procuram as instituições privadas.
cidadezinhas que nas metrópoles.
(B) Os professores do ensino superior oficial estão fazendo gre-
ve, ou mesmo êxodo para as particulares, já que seus salá-
109. Considere as seguintes afirmações:
rios não são competitivos.
I. Também nas roupas dos velhinhos interioranos as marcas do
(C) Como os salários que pagam estão cada vez mais baixos, as
tempo parecem mais antigas.
universidades públicas estão sofrendo greves e o êxodo de
II. Na cidade grande, a velhice parece indiferente à agitação ge-
seus melhores professores.
ral.
(D) As universidades particulares atraem os professores das ofi-
III. O autor interpreta de modo simbólico o gesto que fazem os
ciais, em virtude dos salários que pagam, e que chegam a
velhinhos nos cruzamentos.
provocarem greves.
Em relação ao texto, está carreta o que se afirma SOMENTE em
(E) Há êxodo ou greve dos professores das universidades fede-
(A) I.
rais para as particulares, onde os salários as tornam muito
(B) II.
mais competitivas.
(C) III.
(D) I e III.
107. Indique o período cuja pontuação está inteiramente correta.
(E) II e III.
(A) Há muito, vêm caindo os salários dos professores das uni-
versidades públicas, estes desanimados fazem greve ou, as
110. Indique a afirmação INCORRETA em relação ao texto.
trocam pelas instituições privadas.
(A) Roupas, canivetes, árvores e campanário são aqui utilizados
(B) Há muito vêm caindo os salários, dos professores das uni-
como marcas da velhice.
versidades públicas estes desanimados, fazem greve ou as
(B) O autor julga que, nas cidadezinhas interioranas, a vida é
trocam, pelas instituições privadas.
bem mais longa que nos grandes centros.
(C) Há muito, vêm caindo, os salários dos professores das uni-
(C) Hábitos como o de picar fumo de corda denotam relações
versidades públicas; estes desanimados fazem greve, ou as
com o tempo que já não existem nas metrópoles.
trocam pelas instituições privadas.
(D) O que um velhinho da cidade grande parece suplicar é que
(D) Há muito vêm caindo os salários dos professores das univer-
lhe seja concedido um ritmo de vida compatível com sua ida-
sidades públicas; estes, desanimados, fazem greve ou as
de.
trocam pelas instituições privadas.
(E) O autor sugere que, nas cidadezinhas interioranas, a velhice
(E) Há muito vêm caindo, os salários dos professores, das uni-
parece harmonizar-se com a própria natureza.
versidades públicas; estes, desanimados, fazem greve, ou:
as trocam pelas instituições privadas.
111. O sentido do último parágrafo do texto deve ser assim entendido.

Português para Concursos 96 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
(A) Do jeito que as coisas estão, os velhos parecem não ter (D) refere autores que procuraram conscientemente manter sua
qualquer importância. popularidade explorando temas "rurais" para mostrar como
(B) Tudo leva a crer que os velhos serão cada vez mais escas- se criou o mito de um paraíso campestre.
sos, dado o atropelo da vida moderna. (E) particulariza o espaço estrangeiro visitado pelos ingleses -
(C) O prestígio do que é novo é tão grande que já ninguém repa- Portugal - para esclarecer o que os indivíduos buscavam e
ra na existência dos velhos. não podia ser encontrado na sua pátria.
(D) A velhice nas cidadezinhas do interior é tão harmoniosa que
um dia ninguém mais sentirá o próprio envelhecimento. 114. Leia com atenção as afirmações abaixo sobre o segundo parágrafo
(E) No ritmo em que as coisas vão, a própria velhice talvez não do texto.
venha a ter tempo para tomar consciência de si mesma. I. Em confronto com o primeiro parágrafo, o autor apresenta
um outro matiz da relação do espírito inglês com o espaço ru-
112. Indique a alternativa em que se traduz corretamente o sentido de ral.
uma expressão do texto, considerado o contexto II. O autor assinala os pontos mais relevantes referidos por
(A) "parecem muito mais plenamente velhos" = dão a impressão G.M. Trevelyan para comprovar a ideia universalmente aceita
de se ressentirem mais dos males da velhice. de que o contato com a natureza é importante para o espírito.
(B) "guardam alguma ansiedade no olhar = seus olhos revelam III. O historiador inglês revela pessimismo, a cujos fundamentos
poucas expectativas. ele não faz nenhuma referência no texto.
(C) "fora do compasso" = num distinto andamento. São corretas:
(D) "a conversa mole se desenrola" = a explanação é detalhada. (A) I, somente.
(E) "amiúda o que pode o próprio passo" = deve desacelerar su- (B) III, somente.
as passadas. (C) I e III, somente.
(D) II e III, somente.
(E) I, II e III.
As questões de números 113 a 125 referem-se ao texto que se-
gue. 115. As indagações presentes no terceiro parágrafo representam, no
No inicio do século XX a afeição pelo campo era uma característi- texto,
ca comum a muitos ingleses. Já no final do século XVIII, dera origem ao (A) pontos relevantes sobre os quais a humanidade ainda não
sentimento de saudade de casa tão característico dos viajantes ingleses no refletiu.
exterior, como William Beckford, no leito de seu quarto de hotel português, (B) perguntas que historiadores faziam, ás pessoas para con-
em 1787, "assediado a noite toda por ideias rurais da Inglaterra." À medida vence-las da importância do culto a natureza
que as fábricas se multiplicavam, a nostalgia do morador da cidade refletia- (C) os pontos mais discutidos quando se falava do progresso na
se em seu pequeno jardim, nos animais de estimação, nas férias passadas Inglaterra, terra da afeição pelo campo.
na Escócia, ou no Distrito dos Lagos, no gosto pelas flores silvestres e a (D) questões possivelmente levantadas pelos que procurassem
observação de pássaros, e no sonho com um chalé de fim de semana no entender a razão de muitas pessoas não considerarem a a-
campo. Hoje em dia, ela pode ser observada na popularidade que se gricultura um bem em si.
conserva daqueles autores conscientemente "rurais" que, do século XVII (E) aspectos importantes sobre a relação entre a natureza e o
ao XX, sustentaram o mito de uma arcádia campestre. homem, úteis como argumentos a favor da ideia defendida
por Trevelyan.
Em alguns ingleses, no historiador G.M. Trevelyan, por exemplo, o
amor pela natureza selvagem foi muito além desses anseios vagamente 116. No último parágrafo do texto, o comentário sobre os ingleses seis-
rurais. Lamentava, em um dos seus textos mais eloquentes, de 1931, a centistas foi feito como
destruição da Inglaterra rural e proclamava a importância do cenário da (A) denúncia dos falsos argumentos utilizados por aqueles que
natureza para a vida espiritual do homem. Sustentava que até o final do ocupam territórios indígenas
século XVIII as obras do homem apenas se somavam às belezas da natu- (B) exemplo do caráter pioneiro dos ingleses na tarefa de coloni-
reza; depois, dizia, tinha sido rápida a deterioração. A beleza não mais era zação do território americano.
produzida pelas circunstâncias econômicas comuns e só restava, como (C) maneira de evidenciar a árdua tarefa dos que acreditavam na
esperança, a conservação do que ainda não fora destruído. Defendia que força da agricultura para o progresso da civilização.
as terras adquiridas pelo Patrimônio Nacional, a maioria completamente (D) confirmação de que terras incultas são entraves que, há sé-
inculta, deveriam ser mantidas assim. culos, subtraem ao homem o direito de progredir.
Há apenas poucos séculos, a mera ideia de resistir à agricultura, (E) comprovação de que, há poucos séculos, o cultivo da terra
ao invés de estimulá-la, pareceria ininteligível. Como teria progredido a era entendido como sinônimo de civilização.
civilização sem a limpeza das florestas, o cultivo do solo e a conversão da
paisagem agreste em terra colonizada pelo homem? A tarefa do homem, 117. Assinale a afirmação INCORRETA.
nas palavras do Gênesis, era "encher a terra e submetê-la". A agricultura (A) Infere-se do texto que as palavras do Gênesis foram entendi-
estava para a terra como o cozimento para a carne crua. Convertia nature- das por muitos como estímulo a derrubar matas, lavrar o so-
za em cultura. Terra não cultivada significava homens incultos. E quando lo, eliminar predadores, matar insetos nocivos, arrancar pa-
os ingleses seiscentistas mudaram-se para Massachusetts, parte de sua rasitas, drenar pântanos.
argumentação em defesa da ocupação dos territórios indígenas foi que (B) O paralelo estabelecido entre o cultivo da terra e o cozimento
aqueles que por si mesmos não submetiam e cultivavam a terra não tinham dos alimentos é feito para se pôr em evidência a ação do
direito de impedir que outros o fizessem. homem sobre a natureza.
(C) O texto mostra que o amor pela natureza selvagem está na
base da relação que se estabelece entre cultivo da terra e ci-
113. Ao mencionar, no primeiro parágrafo do texto, a inclinação dos vilização.
ingleses pelo espaço rural, o autor (D) O texto mostra que o amor à natureza selvagem, considera-
(A) busca enfatizar o que ocorre no século XX, em que a afeição do como barbárie, permitiu que certos povos se dessem o di-
pelo campo lhe parece ser realmente mais genuína. reito de apoderar-se dela.
(B) a caracteriza em diferentes momentos históricos, tomando (E) O Gênesis foi citado no texto porque o crédito dado às pala-
como referência distintas situações em que ela se manifesta. vras bíblicas explicaria o desejo humano de transformar a na-
(C) cita costumes do povo inglês destruídos pela aceleração do tureza selvagem pensando no bem-estar do homem.
crescimento das fábricas, causa de sua impossibilidade de
volta periódica ao campo. 118. Assinale a alternativa que apresenta ERRO de concordância.

Português para Concursos 97 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
(A) Não que os esteja considerando inválido, mas o professor (E) Elementos da natureza são verdadeiros artesãos de obras-
gostaria de conhecer os estudos de que se retirou os dados primas; se os homens as desfizerem, estarão cometendo
mencionados no texto. crime contra a humanidade.
(B) Segundo alguns teóricos, deve ser evitada, o mais possível,
a agricultura em regiões de floresta; são áreas tidas como 122. No segundo período do primeiro parágrafo, a forma verbal "dera"
adequadas à preservação de espécies em vias de extinção. pode ser substituída pela forma correspondente
(C) Existem com certeza, ainda hoje, pessoas que defendem o (A) haveria dado.
cultivo incondicional da terra, assim como deve haver muitos (B) havia dado.
que condenam qualquer alteração da paisagem natural, por (C) teria dado.
menor que seja. (D) havia sido dado.
(D) Nem sempre são suficientes dados estatisticamente compro- (E) tinha sido dado.
vados para que as pessoas se convençam da necessidade
de repensarem suas convicções, trate-se de assuntos polê- 123. Do século XVII ao XXX circulou na Europa, com bastante intensida-
micos ou não. de, o mito de uma arcádia campestre. Muitos escritores ingleses
(E) Faz séculos que filósofos discutem as relações ideais entre sustentaram também esse mito durante séculos; os textos desses
os homens e a natureza, questão que nem sempre lhes pa- autores ingleses são até hoje bastante populares.
rece passível de consenso. Reescrevendo-se o segundo período e substituindo-se os termos
grifados acima por pronomes correspondentes, obtém-se correta-
119. Assinale a alternativa que NÃO apresenta erro algum de concordân- mente:
cia. (A) Muitos escritores ingleses, os quais textos são até hoje bas-
(A) Já há muito tempo tinha sido feito por importante estudioso tante populares, o sustentaram também durante séculos.
previsões pessimistas quanto ao destino das áreas rurais na (B) Muitos escritores ingleses, cujos textos são até hoje bastante
Inglaterra, mas muitos não as consideraram. populares, sustentaram-lhe também durante séculos.
(B) Às vazes não basta alguns comentários sobre a importância (C) Muitos escritores ingleses, cujos os textos são até hoje bas-
do cenário da natureza para a vida espiritual do homem no tante populares, sustentaram-no também durante séculos.
sentido de que se tentem evitar mais prejuízos ao meio am- (D) Muitos escritores ingleses, cujos textos são até hoje bastante
biente. populares, sustentaram-no também durante séculos.
(C) Certos argumentos de G.M. Trevelyan tornaram vulnerável (E) Muitos escritores ingleses, que os textos deles são até hoje
certas visões acerca do modo como deveriam ser tratadas bastante populares, sustentaram-lhe também durante sécu-
terras incultas. los.
(D) Segundo o que se diz no texto, os ingleses havia de terem se
preocupado com a legitimação de sua tarefa de ocupação 124. Leia com atenção as frases que se seguem.
dos territórios indígenas. I. Iniciou-se a luta pela conservação da natureza ainda não de-
(E) Quaisquer que sejam os rumos das cidades contemporâ- teriorada pelo homem.
neas, sempre haverá os que lamentarão a perda da vida em II. Durante séculos a atividade humana complementou as bele-
contato direto com a natureza. zas naturais.
III. Chegou o tempo em que a atividade humana começou a de-
120. Assinale a alternativa em que há regência INCORRETA. gradar as belezas naturais.
(A) O empenho com que G.M. Trevelyan dedicou-se à sua causa Assinale a alternativa em que as frases acima estão em correta re-
foi reconhecido por outros, principalmente pelo autor do tex- lação lógica, de acordo com o texto.
to. (A) Chegou o tempo em que a atividade humana começou a de-
(B) A crise em que passa a civilização contemporânea é visível gradar as belezas naturais, mesmo tendo acontecido de, an-
em muitos aspectos, inclusive na relação do homem com a tes, complementá-las, logo que se iniciou a luta pela conser-
natureza selvagem. vação da natureza ainda não deteriorada pelo homem.
(C) O homem sempre esteve disposto a dialogar com a natureza, (B) Iniciou-se a luta pela conservação da natureza ainda não de-
mas esse diálogo nem sempre se deu segundo os mesmos teriorada pelo homem, quando ocorreu o tempo de a ativida-
interesses ao longo dos séculos. de humana começar a degradar as belezas naturais, visto
(D) Muitos consideram ofensivo à natureza considerá-la como que, durante séculos, a atividade humana complementou as
algo à disposição das necessidades humanas. belezas naturais.
(E) Acompanhar a relação do ser humano com o campo através (C) Assim que chegou o tempo de a atividade humana começar
dos séculos propicia ao estudioso observar situações de que a degradar as belezas naturais, iniciou-se a luta pela conser-
o homem nem sempre pode orgulhar-se. vação da natureza ainda não deteriorada pelo homem, à pro-
porção que, durante séculos, a atividade humana comple-
121. Assinale a alternativa em que há ERRO de flexão verbal e/ou nomi- mentou as belezas naturais.
nal (D) Iniciou-se a luta pela conservação da natureza ainda não de-
(A) Receemos pelo futuro, dizem alguns especialistas, pois, afir- teriorada pelo homem, embora a atividade humana tivesse,
mam eles, se os cidadãos não detiverem a deterioração am- durante séculos, complementado as belezas naturais, quan-
biental, a humanidade corre sérios riscos. do chegou o tempo de degradá-las.
(B) Crêem certos estudiosos que convém estudar profunda e se- (E) Apesar de, durante séculos, a atividade humana ter comple-
riamente o progresso da civilização quando ele implica des- mentado as belezas naturais, chegou o tempo em que ela
truir o que a natureza levou milhões de anos para sedimen- começou a degradá-las, por isso iniciou-se a luta pela con-
tar. servação da natureza ainda não deteriorada pelo homem.
(C) Quando, na década de 30, o historiador inglês interviu na
discussão sobre o tratamento dispensado às terras adquiri- 125. As frases abaixo, tiradas do texto, apresentam alterações em sua
das pelo Patrimônio Nacional, muitos não contiveram seu de- pontuação original. Assinale a alternativa em que a alteração acarre-
sagrado. tou frase pontuada de maneira INCORRETA.
(D) Dizem alguns observadores que, quando as pessoas virem o (A) Hoje em dia ela pode ser observada na popularidade, que se
que resta da natureza sem as marcas predatórias do homem, conserva daqueles autores conscientemente "rurais" que do
elas próprias buscarão frear as atividades consideradas ne- século XVII ao XX, sustentaram o mito de uma arcádia cam-
gativas para o meio ambiente. pestre.

Português para Concursos 98 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
(B) Em alguns ingleses  no historiador G.M. Trevelyan, por 130. Estão corretamente grafadas todas as palavras da frase:
exemplo , o amor pela natureza selvagem foi muito além (A) Não devem prevalescer nossas intuições ou percepções mais imedia-
desses anseios vagamente rurais. tas, mas apenas os critérios mais objetivos, quando se trata de formular
(C) Sustentava que, até o final do século XVIII, as obras do ho- alguma precisa definição.
mem apenas se somavam às belezas da natureza; depois, (B)) A todos os que apenas subsistem, como é o caso de quem vive da
dizia, tinha sido rápida a deterioração. mendicância, negam-se os direitos da cidadania, ao passo que para uns
(D) A beleza não mais era produzida pelas circunstâncias eco- poucos reservam-se todos os privilégios.
nômicas comuns e só restava como esperança a conserva- (C) Não se constitue uma sociedade verdadeiramente democrática en-
ção do que ainda não fora destruído. quanto não venham a incluir-se nela aqueles que, já a séculos, vivem mais
(E) E quando os ingleses seiscentistas mudaram-se para Mas- do sistema de favor que de um trabalho digno.
sachusetts, parte de sua argumentação em defesa da ocu- (D) Os que alferem lucros excessivos na exploração do trabalho alheio
pação dos territórios indígenas foi que aqueles que, por si também devem ser responsabilizados pelo contingente de infelizes que
mesmos, não submetiam e cultivavam a terra não tinham di- estão abaixo da linha de pobreza.
reito de impedir que outros o fizessem. (E) Deve-se à inépsia ou à má fé de sucessivos governos, que descuraram
a implementação de medidas de caráter social, o fato de que continua
126. A cesta de bens inclui, nesse caso, apenas os alimentos mínimos crescendo o número de pobres e indigentes em nosso país.
necessários para que a pessoa permaneça viva, de acordo com os pa-
drões da Organização Mundial da Saúde. Leia o texto e responda às questões de números 131 a 140
A redação desse período do texto deve ser aprimorada, pois
I. a expressão nesse caso tem sentido obscuro, já que o contexto do último As vendas de produtos piratas no Brasil em 2007 significaram uma perda
parágrafo não permite saber de que caso se trata. de R$ 18,6 bilhões em impostos nos 12 meses encerrados em setembro de
II. a expressão de acordo com os padrões da Organização Mundial da 2008, levando-se em conta apenas sete setores da indústria nacional. As
Saúde tem dupla leitura, pois tanto pode se referir a permaneça viva quan- estimativas são da pesquisa “O impacto da pirataria no setor de consumo
to a alimentos mínimos necessários. no Brasil”, divulgada pela Associação Nacional para Garantia dos Direitos
III. A proximidade entre termos inclui e apenas gera uma contradição que Intelectuais (Angardi) e pelo Conselho Empresarial Brasil - Estados Unidos.
prejudica o sentido da frase.
É correto SOMENTE o que se afirma em “Discutíamos em 2007 R$ 40 bilhões da CPMF. Só essa perda significa
(A) I. metade do que se estimava para a CPMF em 2008. É um número muito
(B)) II. grande”, frisou Solange Mata Machado, representante no Brasil do Conse-
(C) III. lho Empresarial Brasil - Estados Unidos.
(D) I e II.
(E) II e III. Além da menor arrecadação de impostos, há também a perda de receita da
indústria, que chegou a R$ 62,4 bilhões considerando apenas os setores
127. Estão corretos o emprego e a flexão dos verbos na seguinte frase: de tênis, roupas e brinquedos. Quando entram na conta relógios, perfumes
(A) Quando eles virem a receber o suficiente para a aquisição desses bens e cosméticos, jogos eletrônicos e peças para motos, as perdas podem ter
e serviços, situar-se-ão acima da linha de pobreza. atingido R$ 93,1 bilhões.
(B) Quem se provém apenas do estritamente necessário para não morrer
de fome inclui-se na chamada linha de indigência. A despeito da significativa perda de arrecadação e do prejuízo estimado
(C) Se alguém se contrapor a esse método de quantificação dos pobres, os para a indústria, a estimativa é de que em 2008 o consumo de produtos
acadêmicos refutarão demonstrando o rigor de seus critérios. piratas nas três categorias pesquisadas (tênis, roupas e brinquedos) seja
(D)) Caso tal metodologia não conviesse aos acadêmicos, eles tê-la-iam de R$ 15,609 bilhões, contra R$ 25,175 bilhões no ano anterior.
abandonado e substituído por outra.
(E) Os acadêmicos há muito comporam uma cesta de bens e serviços em Para Solange, isso é reflexo direto da ação do governo contra a pirataria e
cujo valor monetário se baseiam para fixar a linha de pobreza. o contrabando. Em 2008, segundo a enquete, foram
apreendidos mais de R$ 1 bilhão em mercadorias, recorde na história do
128. Pode-se, corretamente, e sem prejuízo para o sentido do contexto, país. Além disso, a pesquisa salienta que houve também uma mudança de
substituir o elemento sublinhado na frase rumo nos hábitos da população, principalmente de baixa renda, que con-
(A) Para que a discussão possa ser feita em bases mais sólidas por desde sumiu menos produtos piratas.
que.
(B) Embora suficientes para conversas informais sobre o assunto por uma Em termos da demanda, Solange explica que o público não é sensível às
vez. perdas de arrecadação, aos prejuízos da indústria ou
(C) A cesta de bens inclui, nesse caso, apenas os alimentos necessários ao potencial de corrupção existente no sistema de distribuição e vendas de
para que a pessoa permaneça viva por mesmo assim. produtos piratas ou contrabandeados. Em contrapartida, os argumentos de
(D) A maioria diria que os pobres são aqueles que ganham mal por os que o comércio ilegal pode fomentar a violência e o crime organizado
mesmos. costumam, segundo a enquete, contribuir para que os brasileiros deixem
(E)) Ou seja, teoricamente, quem está abaixo da linha de indigência não de comprar produtos piratas. (Rafael Rosas, Valor Online, 10.11.2008.
conseguiria sequer sobreviver por vale dizer. Adaptado)

129. Justificam-se inteiramente ambas as ocorrências do sinal de crase 131. De acordo com o texto,
em: (A) estima-se um crescimento do impacto da pirataria sobre a economia
(A)) Os que têm pleno acesso àquilo que oferece a cesta de bens e servi- brasileira.
ços devem considerar-se à margem da pobreza. (B) o governo brasileiro adotou medidas mais eficazes no combate à
(B) Quem atribui um valor monetário à essa cesta de bens e serviços está- pirataria em 2008.
se habilitando à definir uma linha de pobreza. (C) o aumento da violência em 2008 está diretamente ligado ao aumento
(C) Não falta, à maioria das pessoas, uma definição de pobreza; o que falta da pirataria.
à uma boa definição é o rigor de um bom critério. (D) o impacto da pirataria na arrecadação de 2007 foi inferior ao que se
(D) Há quem recrimine à cultura da subsistência, imputando-lhe à respon- esperava.
sabilidade pelo mascaramento da real situação de miséria de muitos brasi- (E) o prejuízo da pirataria sobre as finanças públicas excedeu ao impacto
leiros. no setor privado.
(E) Os que têm proventos inferiores à quantia necessária para a aquisição
dessa cesta deixam de atender à todas as suas necessidades básicas. 132. Conforme o texto, pode-se inferir que os brasileiros tendem a se
convencer do caráter negativo da pirataria

Português para Concursos 99 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
(A) quando se apela para seu senso de ética e justiça. (D) Se for considerado apenas os setores de tênis, roupas e brinquedos, a
(B) ao refletirem sobre seu impacto na economia. perda da indústria chega a R$ 62,4 bilhões.
(C) ao se sentirem ameaçados por suas ramificações. (E) Consumiu-se menos produtos piratas em 2008.
(D) quando se sentem explorados por vendedores corruptos.
(E) pois entendem que os danos ao governo afetam a população. 139. Assinale a frase em que o pronome está posicionado corretamente.
(A) Muitos não preocupam-se com a pirataria no Brasil.
133. Observe o trecho do segundo parágrafo: – Discutíamos em 2007 R$ (B) A verdade é que tornou-se um hábito para muitos.
40 bilhões da CPMF. Só essa perda significa metade (C) Ainda espera-se reduzir a pirataria no Brasil.
do que se estimava para a CPMF em 2008. ......................é um número (D) O governo tem mostrado-se atento ao problema.
muito grande. – A conjunção adequada para estabelecer a relação entre as (E) Naturalmente, a pirataria tornou-se comum nas classes populares.
ideias das frases é:
(A) Contudo 140. Observe a pontuação nas frases:
(B) Portanto I. As vendas de produtos piratas no Brasil, em 2007, significaram uma
(C) Todavia perda de R$ 18,6 bilhões em impostos nos 12 meses encerrados em
(D) Conforme setembro de 2008.
(E) Embora II. A estimativa é de que, em 2008, o consumo de produtos piratas nestas
categorias, seja de R$ 15,609 bilhões.
134. No trecho do último parágrafo – Em contrapartida, os argumentos de III. Além disso, a pesquisa salienta que houve também, uma mudança de
que o comércio ilegal pode fomentar a violência e o crime organizado rumo nos hábitos da população.
costumam, segundo a enquete, contribuir para que os brasileiros deixem A pontuação está correta apenas em
de comprar produtos piratas. (A) I.
– o verbo fomentar tem sentido equivalente a (B) II.
(A) aferir. (C) III.
(B) delatar. (D) I e II.
(C) arrefecer. (E) II e III.
(D) defraudar.
(E) fustigar. Vícios tolerados

135. No penúltimo parágrafo – Além disso, a pesquisa salienta que houve Ficam longe de animadores os resultados de uma pesquisa de opinião
também uma mudança de rumo nos hábitos da população, principalmente sobre ética realizada pela Universidade de Brasília entre
de baixa renda, que consumiu menos produtos piratas. – a expressão em cidadãos de todo o país e também com servidores públicos de sete unida-
destaque pode ser substituída, sem alterar o sentido do trecho, por des federativas. Só 59% dos entrevistados na população geral disseram
(A) inversão de valores. ser éticos; 26% declararam que não, e outros 13%, às vezes. Entre servi-
(B) troca de papéis. dores públicos, variam as cifras, mas não o panorama: 51% “éticos”, 19%
(C) retratação pública. “não-éticos” e 22%, às vezes. Pode-se argumentar, com razão, que o
(D) nova orientação. conceito comum sobre ética é vago, quase vazio. Um terço dos que já
(E) revolução dogmática. ouviram falar disso alegam não saber do que se trata.

136. Atendo-se apenas às regras de regência verbal e/ou nominal, a ex- Abstrações à parte, a consulta abrangeu também situações muito presen-
pressão em destaque no trecho – Em termos da demanda, Solange explica tes, como o nepotismo. No plano sociológico, pode-se
que o público não é sensível às perdas de arrecadação, aos prejuízos da até compreender que 32% dos servidores avaliem a prática como permis-
indústria ou ao potencial de corrupção existente no sistema de distribuição sível. Afinal, são seus maiores beneficiários: 37% obtiveram o emprego
e vendas de produtos piratas ou contrabandeados. – pode ser corretamen- público por indicação de parentes, políticos ou amigos, e menos da metade
te substituída, sem alteração do restante da estrutura da frase, por por concurso (44%).
(A) despreza.
(B) desconsidera. Bem mais inquietante é a popularidade do nepotismo entre cidadãos
(C) é alienado. comuns. Metade dos ouvidos afirmou que contrataria parentes para um
(D) é indiferente. cargo público, se tivessem oportunidade. A população parece inclinar-se
(E) é desinteressado. por chancelar, na esfera privada, o
que condena na vida pública.
137. Assinale a frase correta quanto ao emprego do acento indicador de
crase. Essa contradição é uma das marcas da vida nacional – e provavelmente se
(A) O título atribuído à esta pesquisa foi “O impacto da pirataria no setor de verifica, em graus variados, em outros países.
consumo no Brasil”. Cabe à lei o papel de conter as inclinações pessoais. Deixadas à vontade,
(B) As vendas de produtos piratas equivaleram à uma perda de R$ 18,6 elas corroem a possibilidade de uma nação percorrer o longo caminho
bilhões em impostos. civilizatório. (Folha de S.Paulo, 06.11.2008)
(C) A pesquisa vincula-se à Associação Nacional para Garantia dos Direi-
tos Intelectuais (Angardi). 141. De acordo com o autor, os resultados da pesquisa sobre ética não são
(D) As somas se elevam à aproximadamente R$ 93 bilhões se considerar- animadores porque
mos outros setores da indústria. (A) os valores éticos têm atingido os cidadãos comuns e não os servidores
(E) Alguns argumentos tendem à funcionar mais que outros para dissuadir públicos.
os brasileiros da compra de produtos piratas. (B) poucos não sabem o que seja ética, e muitos a têm nas suas práticas
cotidianas.
138. Considerando as regras de concordância na voz passiva, assinale a (C) há uma quantidade significativa de cidadãos que não se atêm aos
frase correta. valores éticos.
(A) Divulgou-se, recentemente, a análise de alguns números relacionados (D) a quantidade de cidadãos éticos é bem menor do que a de cidadãos
ao impacto da pirataria no Brasil. não-éticos.
(B) Uma perda de R$ 18,6 bilhões em impostos foram causados pelas (E) o sentido do conceito é muito comum, porque falta a sua devida divul-
vendas de produtos piratas no Brasil. gação.
(C) Também deve ser levado em conta, além da menor arrecadação de
impostos, a perda de receita da indústria. 142. Entende-se por nepotismo a

Português para Concursos 100 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
(A) investidura de cidadãos comuns em cargos públicos por meio de con- (D) consenso.
curso. (E) autenticidade.
(B) aprovação de parentes e amigos em concurso público sem favoreci-
mento. 150. O pronome elas, em destaque no último parágrafo do texto, refere-se
(C) eliminação de parentes e amigos de empregos e de concursos públi- às
cos. (A) pessoas comuns.
(D) realização de concurso público para os cidadãos tornarem-se servido- (B) leis.
res. (C) marcas da vida nacional.
(E) obtenção de emprego público por meio da indicação de parentes. (D) inclinações pessoais.
(E) nações.
143. Quando se trata de nepotismo, a população parece
(A) aceitar na vida pessoal o que condena no âmbito da vida pública. 151. Ache o verbo que está erradamente conjugado no presente do
(B) rejeitar para a vida pessoal qualquer forma de favorecimento. subjuntivo:
(C) ser coerente, pois condena para a vida pessoal o que condena para a a ( ) requera ; requeras ; requera ; requeiramos ; requeirais ; requeram
pública. b ( ) saúde ; saúdes ; saúde ; saudemos ; saudeis ; saúdem
(D) acreditar que a ajuda pessoal deva ser coibida, mas não na vida públi- c ( ) dê ; dês ; dê ; demos ; deis ; dêem
ca. d ( ) pula ; pulas ; pula ; pulamos ; pulais ; pulam
(E) aprovar plenamente essa prática, seja na vida pessoal seja na pública. e ( ) frija ; frijas ; frija ; frijamos ; frijais ; frijam

144. De acordo com o autor, pode-se até compreender que 32% dos 152. Assinale a alternativa falsa:
servidores avaliem a prática como permissível. Isso quer dizer que ele a ( ) o presente do subjuntivo, o imperativo afirmativo e o imperativo
(A) acredita que o nepotismo é uma forma legítima nas práticas sociais de negativo são tempos derivados do presente do indicativo;
um país. b ( ) os verbos progredir e regredir são conjugados pelo modelo agredir;
(B) entende por que os servidores aceitam o nepotismo, mas não concorda c ( ) o verbo prover segue ver em todos os tempos;
com essa prática. d ( ) a 3.ª pessoa do singular do verbo aguar, no presente do subjuntivo é
(C) justifica a opção dos servidores pelo nepotismo, declarando-a adequa- : águe ou agúe;
da e honesta. e ( ) os verbos prever e rever seguem o modelo ver.
(D) condena os servidores que se valem do nepotismo, embora o utilizasse
em seu benefício. 153. Marque o verbo que na 2ª pessoa do singular, do presente do indica-
(E) define o nepotismo como uma prática necessária à organização de uma tivo, muda para "e" o "i" que apresenta na penúltima sílaba?
sociedade. a ( ) imprimir
b ( ) exprimir
145. Para o autor, a popularidade do nepotismo entre cidadãos comuns é c ( ) tingir
bem mais inquietante. Portanto, tal situação d ( ) frigir
(A) é apreendida com indiferença por ele. e ( ) erigir
(B) aplaca a sua ansiedade.
(C) lhe traz certo desassossego. 154. Indique onde há erro:
(D) leva-o à ignorância dos fatos. a() os puros-sangues simílimos
(E) sublima seu sentimento de impotência. b() os navios-escola utílimos
c() os guardas-mores agílimos
146. O título – Vícios tolerados – pode ser entendido, quanto à ética, como d() as águas-vivas aspérrimas
uma .................... , segundo o ponto de vista expresso pelo autor. e() as oitavas-de-final antiquíssimas
Segundo as informações textuais, o espaço da frase deve ser preenchido
com 155. Marque a alternativa verdadeira:
(A) necessidade para a civilidade do país a ( ) o plural de mau-caráter é maus-caráteres;
(B) rotina moralmente adequada b ( ) chamam-se epicenos os substantivos que têm um só gênero grama-
(C) mudança comportamental aceitável tical para designar pessoas de ambos os sexos;
(D) transformação social inevitável c ( ) todos os substantivos terminados em -ão formam o feminino mudan-
(E) permissividade social indesejável do o final em -ã ou -ona;
d ( ) os substantivos terminados em -a sempre são femininos;
147. O sinônimo do termo chancelar, em destaque no 3.º parágrafo, é e ( ) são comuns de dois gêneros todos os substantivos ou adjetivos
(A) evitar. substantivados terminados em -ista.
(B) aprovar.
(C) recusar. 156. Identifique onde há erro de regência verbal:
(D) engrandecer. a() Não faça nada que seja contrário dos bons princípios.
(E) superar. b() Esse produto é nocivo à saúde.
c() Este livro é preferível àquele.
Para responder às questões de números 148 e 149, considere a informa- d() Ele era suspeito de ter roubado a loja.
ção que inicia o último parágrafo: Essa contradição é uma das marcas da e() Ele mostrou-se insensível a meus apelos.
vida nacional...
157. Abaixo, há uma frase onde a regência nominal não foi obedecida.
148. A expressão Essa contradição diz respeito Ache-a:
(A) ao comportamento dos cidadãos comuns. a ( ) Éramos assíduos às festas da escola.
(B) às formas de atuação dos servidores públicos. b ( ) Os diretores estavam ausentes à reunião.
(C) à falta de lei para inibir as inclinações pessoais. c ( ) O jogador deu um empurrão ao árbitro.
(D) à impossibilidade de uma nação se civilizar. d ( ) Nossa casa ficava rente do rio.
(E) ao descaso da população com a vida pública. e ( ) A entrega é feita no domicílio.

149. O antônimo de contradição é 158. Marque a afirmativa incorreta sobre o uso da vírgula:
(A) incoerência. a() usa-se a vírgula para separar o adjunto adverbial anteposto;
(B) desacordo. b() a vírgula muitas vezes pode substituir a conjunção e;
(C) contestação. c() a vírgula é obrigatória quando o objeto pleonástico for representado

Português para Concursos 101 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
por pronome oblíquo tônico; d ( ) as coordenadas conclusivas encerram a dedução ou conclusão de
d ( ) a presença da vírgula não implica pausa na fala; um raciocínio;
e ( ) nunca se deve usar a vírgula entre o sujeito e o verbo. e ( ) no período composto por coordenação, as orações são independen-
tes entre si quanto ao relacionamento sintático.
159. Marque onde há apenas um vocábulo erradamente escrito:
a() abóboda ; idôneo ; mantegueira ; eu quiz 168. Identifique a afirmativa verdadeira:
b() viço ; sócio-econômico ; pexote ; hidravião a ( ) as orações subordinadas ou são adjetivas ou adverbiais;
c() hilariedade ; caçoar ; alforje ; apasiguar b ( ) a preposição que introduz uma oração subordinada nunca pode ser
d() alizar ; aterrizar ; óbulo ; teribintina omitida;
e() chale ; umedescer ; páteo ; obceno c ( ) duas orações subordinadas podem estar coordenadas entre si;
d ( ) uma oração se denomina principal porque vem primeiro que as
160. Identifique onde não ocorre a crase: outras;
a() Não agrade às girafas com comida, diz o cartaz. e ( ) o período composto por subordinação só pode ter duas orações.
b() Isso não atende às exigências da firma.
c() Sempre obedeço à sinalização. 169. Enumere a segunda coluna de acordo com a abreviatura da forma
d() Só visamos à alegria. de tratamento adequada:
e() Comuniquei à diretoria a minha decisão. ( 1 ) V.Ex.ª Rev.ma ( ) reitor de universidade
( 2 ) V.Mag.ª ( ) papa
161. Assinale onde não ocorre a concordância nominal: ( 3 ) V.Em.ª ( ) bispo e arcebispo
a() As salas ficarão tão cheias quanto possível. ( 4 ) V.S. ( ) cardeal
b() Tenho bastante dúvidas. a() 1;4;3;2 d()4;2;3;1
c() Eles leram o primeiro e segundo volumes. b() 2;4;1;3 e()2;4;3;1
d() Um e outro candidato virá. c() 3;4;2;1
e() Não leu nem um nem outro livro policiais.
170. Onde o pronome está erradamente empregado?
162. Marque onde o termo em destaque está erradamente empregado: a() fez + o = fê - lo
a() Elas ficaram todas machucadas. b() diríamos = di - lo - íamos
b() Fiquei quite com a mensalidade. c() pondes + o = ponde - lo
c() Os policiais estão alerta. d() tem + o = tem - no
d() As cartas foram entregues em mãos. e() diríeis + o = diríei – lo
e() Neste ano, não terei férias nenhumas.
171. Que nome se dá ao termo que determina ou indetermina o substan-
163. Analise sintaticamente o termo em destaque: tivo a que se refere?
"A marcha alegre se espalhou na avenida..." a ( ) advérbio
a ( ) predicado b ( ) adjetivo
b ( ) agente da passiva c ( ) substantivo próprio
c ( ) objeto direto d ( ) artigo
d ( ) adjunto adverbial e ( ) pronome
e ( ) adjunto adnominal
172. Marque a classificação possível dos substantivos abaixo:
164. Marque onde o termo em destaque não representa a função sintáti- Europa - ferro - livraria - ramalhete
ca ao lado: a ( ) concreto - primitivo - derivado - coletivo
a ( ) João acordou doente. (predicado verbo-nominal) b ( ) abstrato - coletivo - derivado - coletivo
b ( ) Mataram os meus dois gatos. (adjuntos adnominais) c ( ) comum - próprio - coletivo - primitivo
c ( ) Eis a encomenda que Maria enviou. (adjunto adverbial) d ( ) coletivo - abstrato - próprio - concreto
d ( ) Vendem-se livros velhos. (sujeito) e ( ) primitivo - próprio - comum - abstrato
e ( ) A ideia de José foi exposta por mim a Rosa. (objeto indireto)
173. Indique a classificação incorreta do advérbio ou locução adverbial
165. Ache a afirmativa falsa: em destaque:
a ( ) usam-se os parênteses nas indicações bibliográficas; a ( ) Não havia ninguém por perto. (lugar)
b ( ) usam-se as reticências para marcar, nos diálogos, a mudança de b ( ) O filme, sem dúvida, será um sucesso. (afirmação)
interlocutor; c ( ) Ela caminhou depressa para o quintal. (intensidade)
c ( ) usa-se o ponto-e-vírgula para separar orações coordenadas assin- d ( ) Ele chegará mais tarde. (tempo)
déticas de maior extensão; e ( ) Ela nunca saía aos sábados. (negação)
d ( ) usa-se a vírgula para separar uma conjunção colocada no meio da
oração; 174. Complete a frase com o adjetivo adequado:
e ( ) usa-se o travessão para isolar palavras ou frases, destacando-as. O que tem a forma de elipse é ________ .
a ( ) elipsal
166. Identifique o termo acessório da oração: b ( ) elipsilar
a() adjunto adverbial c ( ) elipsilal
b() objeto indireto d ( ) elipérico
c() sujeito e ( ) elíptico
d() predicado
e() agente da passiva 175. Na frase: "Toda a escola poderá comparecer à festa.", é verdadeiro
dizer que:
167. Qual a afirmativa falsa sobre orações coordenadas? a ( ) o uso ou não do artigo, antes de "escola" é indiferente com relação
a ( ) as coordenadas quando separadas por vírgula, se ligam pelo sentido ao sentido da frase;
geral do período; b ( ) o artigo que aparece na frase é indefinido;
b ( ) uma oração coordenada muitas vezes é sujeito ou complemento de c ( ) o artigo que aparece antes de "escola" poderia ser substituído por
outra; um outro, indiferentemente;
c ( ) as coordenadas sindéticas subdividem-se de acordo com o sentido e d ( ) a frase só ficará correta quando for iniciada pelo artigo da frase;
com as conjunções que as ligam; e ( ) o artigo dá sentido de totalidade à frase. (= A escola inteira poderá

Português para Concursos 102 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
comparecer à festa.) 185. Marque a alternativa onde o verbo em destaque não se encontra no
tempo e modo indicados ao lado:
176. Assinale a única alternativa em que a concordância está feita se- a ( ) Se ele souber a verdade, ficará furioso. (futuro do subjuntivo)
gundo a norma culta: b ( ) Não sejamos otimistas. (imperativo negativo)
a ( ) Tu e teu irmão devem partir amanhã. c ( ) Espero que dessa atitude não advenha nenhuma desgraça. (presen-
b ( ) Um de vocês deverão ficar sem vaga. te do subjuntivo)
c ( ) Muito me indignou sua indiferença e pouco caso. d ( ) Tenho falado muito desse assunto. (gerúndio)
d ( ) Qual de nós sabem a direção a tomar? e ( ) Ele já estudara as lições quando os amigos chegaram. (pretérito
e ( ) Cada uma delas trouxeram sua colaboração. mais-que-perfeito do indicativo)

177. Indique a alternativa correta quanto ao emprego do pronome: 186. Marque a afirmativa falsa:
a() O diretor conversou com nós dois. a ( ) o infinitivo é impessoal quando não se refere a nenhum sujeito;
b() Vou consigo ao teatro hoje à noite. b ( ) os tempos compostos são formados pelos verbos auxiliares e o
c() Esta pesquisa é para mim fazer até o final da semana. particípio do verbo principal;
d() Nada de sério houve entre eu e você. c ( ) o verbo pôr e derivados pertencem à segunda conjugação;
e() Informa a todos que Vossa Santidade está doente. d ( ) o modo indicativo expressa ordem, advertência ou pedido;
e ( ) "entregado" é o particípio regular do verbo "entregar".
178. Classifique corretamente os encontros vocálicos das palavras abai-
xo: 187. Indique o erro:
irmão ; saúde ; queijo ; Paraguai a() enxame é o coletivo de peixes.
a ( ) ditongo ; ditongo ; tritongo ; tritongo b() alma é o substantivo concreto.
b ( ) ditongo ; hiato ; ditongo ; tritongo c() viuvez é substantivo abstrato.
c ( ) hiato ; ditongo ; tritongo ; ditongo d() país é substantivo comum.
d ( ) ditongo ; hiato ; tritongo ; tritongo e() pianista é substantivo sobrecomum.
e ( ) hiato ; hiato ; ditongo ; ditongo
188. Ache o único substantivo feminino:
179. Ache a afirmativa falsa: a() guaraná d ( ) teorema
a() num encontro consonantal, cada letra representa um fonema; b() cal e ( ) trema
b() na palavra "creme" há um encontro consonantal; c() telefonema
c() dígrafo e encontro consonantal são a mesma coisa;
d() os dígrafos podem representar consoantes ou vogais; 189. Indique onde há erro no grau dos adjetivos em destaque:
e() nem sempre ocorre a separação nos encontros consonantais. a() Ele revelou-se um ótimo ator. (superlativo absoluto irregular)
b() Ele é tão inseguro quanto o irmão. (comparativo de igualdade).
180. Qual a palavra abaixo cuja formação não se deu por derivação c() Dizia-se o melhor de todos. (superlativo absoluto regular)
prefixal? d() Pedro é bastante rápido. (superlativo absoluto analítico)
a ( ) antebraço e() Ela é a menos esperta do grupo. (superlativo relativo de inferiorida-
b ( ) infeliz de)
c ( ) renascer
d ( ) somente 190. Ache a palavra erradamente grafada:
e ( ) repor a() esculpir ; borburinho
b() regresso ; louça
181. Qual o significado do radical "cefalo" da palavra "cefaleia"? c() ameixa ; agachar
a() cavalo d() sujeito ; magistral
b() cabeça e() obsceno ; mansidão
c() célula
d() sofrimento 191. Quem se intromete faz uma ...
e() origem a() intromição d ( ) intromissão
b() intromisção e ( ) intromicção
182. Encontre o vocábulo erradamente separado em sílabas: c() intromisão
a() pneu - má - ti - co
b() ap - to 192. Ache a palavra que foi incorretamente grafada sem hífen:
c() coi - sas a() autopeça d ( ) subdiretor
d() a – ve – ri – guou b() contragolpe e ( ) ultramar
e() egíp – cios c() contrasenso

183. Indique o termo erradamente classificado: 193. Encontre a palavra que não tem relação com as outras:
O belo viajante saiu rapidamente. a() livreco d ( ) florzinha
a ( ) O = artigo definido, masculino, singular. b() lugarejo e ( ) mulherona
b ( ) belo = adjetivo uniforme, singular. c() saleta
c ( ) viajante = substantivo simples, comum, derivado, concreto, masculi-
no singular. 194. Marque onde o termo em destaque não é um artigo:
d ( ) saiu = verbo irregular, na 3.ª pessoa do singular do pretérito perfeito a() Os alunos compraram o livro.
do indicativo. b() Eu li a revista e a deixei sobre a mesa.
e ( ) rapidamente = advérbio de modo. c() Ela pegou uns jornais e os entregou ao dono.
d() Nós recebemos o dinheiro que estava no banco.
184. Ache onde o modo da forma verbal em destaque está incorreto: e() O dono da festa falou calorosamente.
a() Não saia da sala! (imperativo)
b() Espero que ele venha à reunião. (subjuntivo) 195. Qual o pronome de tratamento adequado a um sacerdote?
c() Quem lhe deu essa notícia? (indicativo) a() Vossa Santidade
d() Diga-nos a sua opinião. (subjuntivo) b() Vossa Magnificência
e() Gostaria que ele ficasse aqui. (indicativo) c() Vossa Eminência
d() Vossa Reverendíssima

Português para Concursos 103 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
e ( ) Vossa Excelência Reverendíssima D) um período composto por coordenação
E) três períodos sintaticamente paralelos
A MULTIPLICAÇÃO DOS CELULARES
Gabriel Perissé 200. “Um ilustre comentador de TV declarou...”
Telefone celular deixou de ser novidade. Deixou de ser luxo. Deixou de ser A palavra comentador é formada por:
sonho. Virou objeto corriqueiro, que vive de boca em boca, de orelha em A) prefixação
orelha. Tornou-se artigo de primeira necessidade, instrumento de trabalho B) composição
imprescindível e barato, espaço social concentrado na palma da mão. C) sufixação
Normal (talvez apenas comum...) ver todo tipo de gente andando pelas D) aglutinação
ruas e falando com o além... Ou com alguém. Todos recebendo informa- E) redução
ções e tomando decisões e trocando ideias e falando, falando. Ou marcan-
do encontros. Ou discutindo seriamente os destinos da nação. Tecnôma-
des do século XXI. Gente pobre e gente rica. Celulares pululando Brasil RESPOSTAS
afora, mundo afora.
Mas não se fica por aí, como quem tivesse um relógio de pulso e o fato de 01. A 11. C 21. A 31. E 41. B
saber as horas o satisfizesse. Comunicação é outra história. Há pessoas 02. B 12. A 22. E 32. B 42. A
com dois celulares. Um para os contatos profissionais, outro para falar com 03. E 13. B 23. B 33. A 43. C
a família e os amigos. 04. C 14. E 24. A 34. C 44. D
Conheço chefe de empresa que dá de presente ao funcionário de confian- 05. A 15. D 25. E 35. E 45. B
ça um celular para contato exclusivo. E o celular, linha direta com o dever, 06. E 16. A 26. D 36. B 46. A
07. B 17. C 27. A 37. A 47. E
pode tocar música animada em pleno domingo à tarde.
08. A 18. D 28. C 38. C 48. D
E há os que carregam três celulares, pessoas importantíssimas, o dia 09. D 19. E 29. B 39. D 49. B
inteiro procuradas por todos. Um ilustre comentador de TV declarou, faz 10. B 20. B 30. D 40. E 50. C
alguns meses, sem nenhum pudor, que possui três! Três oportunidades de
ouvir e ser ouvido. Conversas nacionais, internacionais e siderais. 51. D 61. C 71. B 81. C 91. D
Haverá alguém com quatro celulares? Não duvido. Um celular para falar 52. E 62. D 72. C 82. E 92. D
com os de sempre. Outro para falar com os novos. 53. D 63. B 73. A 83. C 93. C
Outro para falar com os estranhos. Outro para falar com pouquíssimos 54. A 64. A 74. B 84. E 94. E
seletos, seres privilegiados... 55. D 65. A 75. D 85. D 95. A
E cinco? Cinco celulares, um para cada dia da semana laboral. O celular 56. C 66. B 76. C 86. A 96. A
57. E 67. B 77. E 87. B 97. D
da segunda, para marcar reuniões. O da terça, para cancelá-las. O da
58. B 68. A 78. A 88. C 98. E
quarta, para discussões. O da quinta, para reconciliações. O da sexta, para 59. A 69. A 79. B 89. A 99. C
planejar a semana que vem. 60. E 70. B 80. D 90. D 100. B
Quem dá mais?! No meio da multidão, um homem levanta os braços, grita,
alega ter seis celulares. Com um deles, o mais sofisticado, mantém longas 101. C 111. E 121. C 131. B 141. C
conversas com o próprio Deus, ligação caríssima, mas vale a pena. Para 102. A 112. C 122. B 132. C 142. E
que lançar mão da oração gratuita se é possível ter certeza de que o 103. D 113. B 123. D 133. B 143. A
Interlocutor está realmente nos ouvindo e respondendo? 104. E 114. A 124. E 134. E 144. B
Tenho um celular só, modelo simples, instrumento necessário na Idade 105. B 115. D 125. A 135. D 145. C
Mídia. Mas se alguém quiser me dar de presente um segundo bichinho 106. C 116. E 126. B 136. D 146. E
107. D 117. C 127. D 137. C 147. B
desses... Obrigado, um já é demais.
108. A 118. A 128. E 138. A 148. A
109. D 119. E 129. A 139. E 149. D
196. Um traço característico da crônica lida é: 110. B 120. B 130. B 140. A 150. D
A) temática atual
B) prosa poética 151. A 161. B 171. D 181. B 191. D
C) estrofação regular 152. C 162. D 172. A 182. E 192. C
D) método indutivo 153. D 163. D 173. C 183. B 193. E
E) exposição imparcial 154. B 164. C 174. E 184. D 194. B
155. E 165. B 175. E 185. D 195. C
197. Pode-se afirmar que o autor do texto: 156. A 166. A 176. C 186. D 196. A
A) almeja ter mais de um celular 157. A 167. B 177. A 187. A 197. D
158. C 168. C 178. B 188. B 198. B
B) apóia quem opta por ter vários celulares 159. B 169. B 179. C 189. C 199. E
C) acha que pessoas superiores têm mais de um celular 160. A 170. E 180. D 190. A 200. C
D) satiriza os excessos praticados pelos usuários de
celular
E) compreende que tudo deve ser feito para facilitar a
comunicação

198. “Tecnômades do século XXI.”


“Tecnômades” é um(a): ___________________________________
A) palavra inglesa ___________________________________
B) neologismo
C) galicismo ___________________________________
D) termo corrente na informática
___________________________________
E) vocábulo latino
___________________________________
199. “Telefone celular deixou de ser novidade. Deixou de ser luxo. Deixou
de ser sonho.” _______________________________________________________
No trecho acima destacado há: _______________________________________________________
A) duas orações absolutas
B) três orações coordenadas sindéticas _______________________________________________________
C) duas orações sem paralelismo semântico _______________________________________________________

Português para Concursos 104 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________

Português para Concursos 105 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
_______________________________________________________ _______________________________________________________
______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ ______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________

Português para Concursos 106 A Opção Certa Para a Sua Realização

Das könnte Ihnen auch gefallen