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1. ANTIGA MESOPOTÂMIA
A Mesopotâmia
Nome grego que significa "entre rios" (meso - pótamos) - é uma região de interesse histórico
e geográfico mundial. Trata-se de um planalto de origem vulcânica localizado no Oriente Médio,
delimitado entre os vales dos rios Tigre e Eufrates, ocupado pelo atual território do Iraque e
terras próximas. Os rios desembocam no Golfo Pérsico e a região toda é rodeada por desertos.
Inserida na área do Crescente Fértil - de Lua crescente, exatamente por ela ter o formato de
uma Lua crescente e de ter um solo fértil -, uma região do Oriente Médio excelente para a
agricultura, exatamente num local onde a maior parte das terras vizinhas era muito árida para
qualquer cultivo, a Mesopotâmia tem duas regiões geográficas distintas: ao Norte a Alta
Mesopotâmia ou Assíria, uma região bastante montanhosa, desértica, desolada, com escassas
pastagens, e ao Sul a Baixa Mesopotâmia ou Caldéia, muito fértil em função do regime dos rios,
que nascem nas montanhas da Armênia e desaguam separadamente no Golfo Pérsico.
História
um a nova forma de domínio do ambiente é uma das causas possíveis da eclosão urbana na
Mesopotâmia.
A partir do III milênio cidades como Lagash, Uma, Kish, Ur, Uruk, Gatium e a região do Elam
se desenvolvem e a atividade comercial entre eles se torna mais intensa. Os templos passam a
gerir a economia e muitos zigurates são construídos.
Porém, Richard Leakey, em seu livro A evolução da Humanidade, relata como Jack Harlan
demonstrou que coletores poderiam ter um armazenamento de alimentos significativo: sua
experiência se deu utilizando uma foice de sílex colhendo trigo e cevada selvagens. Portanto, as
primeiras comunidades que abandonam o nomadismo poderiam ser de caçadores-coletores não
restringindo o sedentarismo unicamente à agricultura ou a domesticação de animais, o que
também se fez importante nesse processo de urbanização.
O surgimento dos primeiros núcleos urbanos na região foi acompanhado do
desenvolvimento de um complexo sistema hidráulico que favorecia a utilização dos pântanos,
evitava inundações e garantia o armazenamento de água para as estações mais secas. Fazia-se
necessária a construção dessas estruturas para manter algum tipo de controle sobre o regime
dos rios Tigre e Eufrates. Esses rios gêmeos, em função do relevo que os envolve, correm de
noroeste para sudeste, num sentido oposto ao rio Nilo, sendo as enchentes na Mesopotâmia
muito mais violentas e sem uniformidade e a regularidade apresentada pelo Nilo. " A recompensa
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- terra para lavrar, água para irrigar, tâmaras para colher e pastos para a criação - fixou o homem
à terra" (PINSKY, 1994) Somente o trabalho coletivo permitiu que se pudesse dominar os rios, o
homem que se afastava das cidades se afastava das áreas irrigadas, pondo-se à margem desse
processo.
Os mesopotâmicos não se caracterizavam pela construção de uma unidade política. Entre
eles, sempre predominaram os pequenos Estados, que tinham nas cidades seu centro político,
formando as chamadas cidades-Estados. Cada uma delas controlava seu próprio território rural e
pastoril e a própria rede de irrigação. Tinham governo e burocracia próprios e eram
independentes. Mas, em algumas ocasiões, em função das guerras ou alianças entre as cidades,
surgiram os Estados maiores, sempre monárquicos, sendo o poder real caracterizado de origem
divina. Porém, essas alianças eram temporárias. Apesar de independentes politicamente, esses
pequenos Estados mesopotâmicos eram interdependentes na economia, o que gerava um
dinâmico processo de trocas. Segundo Pierre Lévêque "o Estado mesopotâmico é, primeiro que
tudo, uma cidade, à qual o príncipe está ligado por estreitos laços; é igualmente uma dinastia,
legitimação do seu poder".
Os vestígios arqueológicos são limitados e por isso não se pode definir como a organização
política e social se dava exatamente dentro de algumas dessas primeiras cidades. Uma das
fontes de referência para o estudo da Mesopotâmia, que não um dos documentos encontrados
nas escavações na região, é a bíblia. Nela se fazem referências as cidades de Ur, Nínive e
Babilônia . Muitas das histórias presentes no Antigo Testamento são possivelmente derivadas de
tradições dessa região, por exemplo o dilúvio. Os autores da Antigüidade como Heródoto,
Beroso, Estrabão e Eusébio também fazem referências à Mesopotâmia. Por isso ao estudar a
Mesopotâmia deve-se atentar para a construção de uma proto-história baseada em evidências
fragmentadas e esparsas, já que as escavações só se iniciam a partir do século XIX, e ainda
hoje muitas lacunas estão expostas.
Povos da Mesopotâmia
A Mesopotâmia foi uma região por onde passavam muitos povos nômades oriundos de
diversas regiões. A terra fértil fez com que alguns desses povos aí se estabelecessem. Do
convívio entre muitas dessas culturas floresceram as sociedades mesopotâmicas. Os povos que
ocuparam a mesopotâmia foram os sumérios, os acádios, os amoritas ou antigos babilônios,
os assírios, os elamitas e os caldeus ou novos babilônios. Como raramente esses Estados
atingiam grandes dimensões territoriais, conclui-se que apesar da identificação econômica, social
e cultural entre essas civilizações, nunca houve um Estado mesopotâmico, mas Estados
Mesopotâmicos.
Desde o quarto milênio a.C., os sumérios realizavam obras de irrigação e utilizavam técnicas
de metalurgia do bronze e utilizavam uma escrita cuneiforme. Sua organização social influenciou
muitos povos que os sucederam na região.
Após um período de domínio dos reis elamitas (viviam no sudoeste do atual Irã), os
sumerianos voltaram a gozar de independência.
Grupos de nômades, vindos do deserto da Síria, começaram a penetrar nos territórios ao
norte das regiões sumerianas. Conhecidos como acadianos, dominaram as cidades-estados da
Suméria por volta de 2550 a.C.
Curiosidade
Certa vez, os Assírios iriam destruir completamente um povoado para extrair suas riquezas e
exterminar aquele povo. Sabendo disso, o chefe daquele povoado teve a brilhante idéia de
promover um acordo entre eles. Enviou um mensageiro para propôr o tal acordo que dizia:
"Se o seu exército não derramar uma gota de sangue, nós o-entregaremos nossas riquezas".
Os Assírios concordaram e não derramaram uma gota de sangue como haviam prometido,
porém se apossaram de toda a riqueza e enterraram todos completamente vivos.
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Economia e sociedade
Escrita cuneiforme gravada numa escultura do século XXII a.C. (Museu do Louvre, Paris).
A linguagem escrita é resultado da necessidade humana de garantir a comunicação e o
desenvolvimento da técnica.
Escrita
A escrita cuneiforme, grande realização sumeriana, usada pelos sírios, hebreus e persas,
surgiu ligada às necessidades de contabilização dos templos. Era uma escrita ideográfica, na
qual o objeto representado expressava uma idéia. Os sumérios - e, mais tarde os babilônicos e
os assírios, que falavam acadiano - fizeram uso extensivo da escrita cuneiforme. Mais tarde, os
sacerdotes e escribas começaram a utilizar uma escrita convencional, que não tinha nenhuma
relação com o objeto representado. As convenções eram conhecidas por eles, os encarregados
da linguagem culta, e procuravam representar os sons da fala humana, isto é, cada sinal
representava um som. Surgia assim a escrita fonética, que pelo menos no segundo milênio a.C.,
já era utilizado nos registros de contabilidade, rituais mágicos e textos religiosos. Quem decifrou
a escrita cuneiforme foi Henry C. Rawlinson. A chave dessa façanha ele obteve nas inscrições da
Rocha de Behistun, na qual estava gravada uma gigantesca mensagem de 20 metros de
comprimento por 7 de altura. A mensagem fora talhada na pedra pelo rei Dario, e Rawlinson
identificou três tipos diferentes de escrita (antigo persa, elamita e acádio - também chamado de
assírio ou babilônico). O alemão Georg Friederich Grotefend e o francês Jules Oppent também
se destacaram nos estudos da escrita sumeriana.
Literatura
Era pobre. A que foi encontrada é uma literatura a serviço do poder do Estado, da religião e
dos negócios. Há, crônicas sobre os feitos dos governantes e dos deuses, hinos, fábulas, versos,
além de anotações de comerciantes. Tudo isso encontra-se registrado em tábuas de argila, em
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escritas cuneiforme, assim denominada porque seus caractere têm forma de cunha. Destacam-
se apenas o Mito da Criação e a Epopéia de Guilgamesh - aventura de amor e coragem desse
herói deus, cujo objetivo era conhecer o amor da imortalidade.
Direito
O Código de Hamurabi, até pouco tempo o primeiro código de leis que se tinha notícia, é
uma compilação de leis sumerianas mescladas com tradições semitas. Ele apresenta uma
diversidade de procedimentos jurídicos e determinação de penas para uma vasta gama de
crimes. Contém 282 leis, abrangendo praticamente todos os aspectos da vida babilônica,
passando pelo comércio, propriedade, herança, direitos da mulher, família, adultério, falsas
acusações e escravidão. Suas principais características são: Pena ou Lei de Talião, isto é, “olho
por olho, dente por dente” (o castigo do criminoso deveria ser exatamente proporcional ao crime
por ele cometido), desigualdade perante a lei (as punições variavam de acordo com a posição
social da vitima e do infrator), divisão da sociedade em classes (os homens livres, os escravos e
um grupo intermediário pouco conhecido – os mushkhinum) e igualdade de filiação na
distribuição da herança. O Código de Hamurábi reflete a preocupação em disciplinar a vida
econômica (controle dos preços, organização dos artesãos, etc.) e garantir o regime de
propriedade privada da terra. Os textos jurídicos mesopotâmicos invocavam os deuses da
justiça, os mesmos da adivinhação, que decretavam as leis e presidiam os julgamentos.
Anterior ao Código de Hamurábi, tem-se o Código de Ur-Nammu, descoberto em 1952 pelo
assiriólogo e professor Samuel Noah Kromer.
Artes
A Arquitetura. A mais desenvolvida das artes , porém não era tão notável quanto a
egípcia. Caracterizou-se pelo exibicionismo e pelo luxo. Construíram templos e palácios, que
eram considerados cópias dos existentes nos céus, de tijolos, por ser escassa a pedra na
região;. O zigurate, torre piramidial, de base retangular, composto de vários pisos superpostos,
formadas por sucessivos andares, cada um menor que o anterior. Construção característica das
cidades-estados sumerianos. Nas construções, empregavam argilas, ladrilhos e tijolos.
Provavelmente só os sacerdotes tinham acesso à torre, que tanto podia ser um santuário, como
um local de observações astrônomicas.
As muralhas construidas por Nabucodonosor eram tão largas, que sobre elas realizavam-se
corridas de carros. Mais famosas foi as portas, cada uma dedicada a uma divindades e
ornamentadas com grandes figuras em relevo. O caminho das procissões e a porta azul de
Ishatar(deusa do amor e da fertilidade) eram decorados com figuras em cerâmicas esmaltada. A
porta encontra-se no Museu de Berlim, mas suas cores desaparecem.
Escultura e a pintura. Tanto a escultura quanto a pintura eram fundamentalmente
decorativas. A escultura era pobre, representada pelo baixo relevo. Destacava-se a estatuária
assíria, gigantesca e original. Os relevos do palácio de Assurbanipal são obras de artistas
excepcionais. A pintura mural existia em função da arquitetura.
Um dos raros testemunhos da pintura mesopotâmica foi encontrados no Pálacio de Mari,
descoberto entre 1933 e 1955. Embora as tintas utilizadas fossem extremamente vulneráveis ao
tempo, nos poucos fragmentos que restaram é possível perceber o seu brilho e vivacidade. Seus
artistas possuíam uma técnica talvez superior à que lhes era permitido demonstrar.
"Leis da frontalidade"
Como era preciso colocar figuras tridimensionais, em uma superficíe bidimensional, a
imagem sofria um rígido processo de distorção: onde a cabeça, pernas e pés eram
representados de perfil e o busto de frente.
Música e dança
A música na Mesopotâmia, principalmente entre os babilônicos, estava ligada à religião.
Quando os fiéis estavam reunidos, cantavam hinos em louvor dos deuses, com
acompanhamento de música. Esses hinos começavam muitas vezes, pelas expressões: " Glória,
louvor tal deus; quero cantar os louvores de tal deus", seguindo a enumeração de suas
qualidades, de socorro que dele pode esperar o fiel.
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Nas cerimônias de penitência, os hinos eram de lamentação: "aí de nós", exclamavam eles,
relembrando os sofrimentos de tal ou qual deus ou apiedando-se das desditas que desabam
sobre a cidade. Instrumentos sem dúvida de sons surdos, acompanhavam essa recitação e no
corpo desses salmos, vê-se o texto interromper-se e as onomatopéias "ua", "ui", "ua",
sucederem-se em toda uma linha. A massa dos fiéis devia interromper a recitação e não retomá-
la senão quando todos, em coro tivessem gemido bastante.
A procissão, finalmente, muitas vezes acompanhava as cerimônias religiosas e mesmo as
cerimônias civis. Sobre um baixo-relevo assírio do British Museum que representa a tomada da
cidade de Madaktu em Elam, a população sai da cidade e se apresenta diante do vencedor,
precedida de música, enquanto as mulheres do cortejo batem palmas à oriental para compassar
a marcha.
O canto também tinha ligações com a magia.
Há cantos a favor ou contra um nascimento feliz, cantos de amor, de ódio, de guerra, cantos
de caça, de evocação dos mortos, cantos para favorecer, entre os viajantes, o estado de transe.
A dança, que é o gesto, o ato reforçado, se apóia em magia sobre leis da semelhança. Ela é
mímica, aplica-se a todas as coisas:- há danças para fazer chover, para guerra, de caça, de
amor etc.
Danças rituais têm sido representadas em monumentos da Ásia Ocidental, Suméria. Em
Thecheme-Ali, perto de Teerã; em Tepe-Sialk, perto de Kashan; em Tepe-Mussian, região de
Susa, cacos arcaicos reproduzem filas de mulheres nuas, dando-se as mãos, cabelos ao vento,
executando uma dança. Em cilindros-sinetes vêem-se danças no curso dos festins sagrados
(tumbas reais de Ur).
Religião
Lista de deuses em língua suméria a partir da Escrita cuneiforme no século XXIV a.C.
Os deuses, extremamente numerosos, eram representados à imagem e semelhança dos
seres humanos. O sol, a lua, os rios, outros elementos da natureza e entidades sobrenaturais,
também eram cultuados. Embora cada cidade possuísse seu próprio deus, havia entre os
sumérios algumas divindades aceitas por todos. Na Mesopotâmia, os deuses representavam o
bem e o mal, tanto que adotavam castigos contra quem não cumpria com as obrigações.
O centro da civilização sumeriana era o templo, a casa dos deuses que governava a cidade,
além de centro da acumulação de riqueza. Ao redor do templo desenvolvia-se a atividade
comercial. O sacerdote representava o deus e combinava poderes políticos e religiosos.
Apenas ao sacerdote era permitida a entrada no templo e dele era a total responsabilidade
de cuidar da adoração aos deuses e fazer com que atendessem as necessidades da
comunidade. Os sacerdotes do templo estavam livres dos trabalhos nos campos, dirigiriam os
trabalhos de construção de canais de irrigação, reservatórios e diques. O deus através dos
sacerdotes emprestava aos camponeses animais, sementes, arados e arrendava os campos. Ao
pagar o “empréstimo”, o devedor acrescentava a ele uma “oferenda” de agradecimento. Com a
necessidade de controlar os bens doados aos deuses e prestar contas da administração das
riquezas do templo iniciou-se o sistema de contagem e a escrita cuneiforme. Como exemplo do
poder dos deuses em Lagash, o campo era repartido nas posses de aproximadamente 20
divindades, uma destas, Baú, possui cerca de 3250 hectares, das quais três quartos atribuídos,
um em lotes, as famílias singulares, um quarto cultivado por assalariados, por arrendatários (que
pagam um sétimo ou um oitavo do produto) ou pelo trabalho gratuito dos outros camponeses.
Em seu templo trabalham 21 padeiros auxiliados por 27 escravas, 25 cervejeiros com 6
escravos, 4 mulheres encarregadas do preparo da lã, fiandeiras, tecelãs, um ferreiro, alem dos
funcionários, dos escribas e dos sacerdotes.
A concepção de uma vida além-túmulo era confusa. Acreditavam que os mortos iam para
junto de Nergal, o deus que guardava um reino de onde não se poderia voltar
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Introdução
A civilização egípcia antiga desenvolveu-se no nordeste africano (margens do rio Nilo) entre
3200 a.C (unificação do norte e sul) a 32 a.c (domínio romano).
Como a região é formada por um deserto (Saara), o rio Nilo ganhou uma extrema importância
para os egípcios. O rio era utilizado como via de transporte (através de barcos) de mercadorias e
pessoas. As águas do rio Nilo também eram utilizadas para beber, pescar e fertilizar as margens,
nas épocas de cheias, favorecendo a agricultura.
A sociedade egípcia estava dividida em várias camadas, sendo que o faraó era a
autoridade máxima, chegando a ser considerado um deus na Terra. Sacerdotes, militares e
escribas (responsáveis pela escrita) também ganharam importância na sociedade. Esta era
sustentada pelo trabalho e impostos pagos por camponeses, artesãos e pequenos comerciantes.
Os escravos também compunham a sociedade egípcia e, geralmente, eram pessoas capturadas
em guerras.Trabalhavam muito e nada recebiam por seu trabalho, apenas água e comida.
A escrita egípcia também foi algo importante para este povo, pois
permitiu a divulgação de idéias, comunicação e controle de impostos.
Existiam duas formas de escrita: a demótica (mais simplificada) e a
hieroglífica (mais complexa e formada por desenhos e símbolos). As
paredes internas das pirâmides eram repletas de textos que falavam
sobre a vida do faraó, rezas e mensagens para espantar possíveis
saqueadores. Uma espécie de papel chamado papiro, que era
produzido a partir de uma planta de mesmo nome, também era utilizado
Hieróglifos: a escritapara registrar os textos.
egípcia
A economia egípcia era baseada principalmente na agricultura que era realizada,
principalmente, nas margens férteis do rio Nilo. Os egípcios também praticavam o comércio de
mercadorias e o artesanato. Os trabalhadores rurais eram constantemente convocados pelo
faraó para prestarem algum tipo de trabalho em obras públicas (canais de irrigação, pirâmides,
templos, diques).
A religião egípcia era repleta de mitos e crenças interessantes. Acreditavam na existência
de vários deuses (muitos deles com corpo formado por parte de ser humano e parte de animal
sagrado) que interferiam na vida das pessoas. As oferendas e festas em homenagem aos
deuses eram muito realizadas e tinham como objetivo agradar aos seres superiores, deixando-os
felizes para que ajudassem nas guerras, colheitas e momentos da vida. Cada cidade possuía
deus protetor e templos religiosos em sua homenagem. .
Como acreditavam na vida após a morte, mumificavam os cadáveres dos faraós colocando-os
em pirâmides, com o objetivo de preservar o corpo para a vida seguinte. Esta seria definida,
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segundo crenças egípcias, pelo deus Osíris em seu tribunal de julgamento. O coração era
pesado pelo deus da morte, que mandava para uma vida na escuridão aqueles cujo órgão estava
pesado (que tiveram uma vida de atitudes ruins) e para uma outra vida boa aqueles de coração
leve. Muitos animais também eram considerados sagrados pelos egípcios, de acordo com as
características que apresentavam : chacal (esperteza noturna), gato (agilidade), carneiro
(reprodução), jacaré (agilidade nos rios e pântanos), serpente (poder de ataque), águia
(capacidade de voar), escaravelho (ligado a ressurreição).
A civilização egípcia destacou-se muito nas áreas de ciências. Desenvolveram
conhecimentos importantes na área da matemática, usados na construção de pirâmides e
templos. Na medicina, os procedimentos de mumificação, proporcionaram importantes
conhecimentos sobre o funcionamento do corpo humano.
A Civilização Egípcia
Soldados:pouco prestigiados pela população, viviam dos produtos recebidos com os saques em
guerras. No exército egípcio, os soldados estrangeiros recebiam um pedaço de terra por seus
serviços.
Camponeses e artesãos: a base da sociedade egípcia era a atividade agrícola e o trabalho de
marceneiros, pintores, escultores, tecelões e ourives.
Todos trabalhavam para o faraó e sua nobreza, recebendo como pagamento parte da produção.
Como acreditavam na vida após a morte, guardavam parte de seus proventos para o próprio
funeral, não se importando em ter uma vida humilde.
Escravos: prisioneiros de guerra, que trabalhavam em serviços pesados, por exemplo, na
construção de templos, palácios e pirâmides. Em geral, eram bem tratados pelos egípcios em
comparação ao que outros povos faziam com os escravos.
O Antigo Império (3200-2200 a.C.)
A fase de maior prosperidade do Antigo Império foi em 2800 a.C. Mênfis tornou-se a capital
do império e foram construídas as famosas pirâmides de Gizé, dedicadas aos faraós Quéops,
Quefrén e Miquerinos.
Entre 2400 e 2000 a.C. os nomarcas e a nobreza, descontentes com o poder absoluto do
faraó, provocaram crises políticas e revoltas internas.
O Médio Império (2000-1750 a.C.)
No ano de 2000 a.C., houve um movimento na cidade de Tebas para restauração do poder
faraônico. Com a vitória sobre os nomarcas, o Egito novamente retoma a expansão.
Tebas torna-se capital do império e o Egito investe nas conquistas militares, ocupando a
Palestina e a Núbia (atual Sudão). O Egito sofre invasão dos hicsos, povo asiático que ocupou a
região do delta do Nilo. A vitória dos hicsos deu-se principalmente pelo uso de seus carros de
guerra puxados por cavalos.
Neste período também chegaram ao Egito os hebreus.
Novo Império (1580-670 a.C.)
Com a expulsão dos hicsos em 1580 a.C. e aproveitando os conhecimentos adquiridos com
eles, houve a invasão da Síria e da Palestina sob o comando de Tutmés III, levando o domínio
egípcio até o rio Eufrates.
Com as riquezas e os escravos obtidos com conquistas, o Egito atingiu seu apogeu. Os
sacerdotes passaram a ter grande prestígio, ameaçando constantemente o poder dos faraós.
Ramsés II manteve um governo extremamente militarista. Com sua morte, porém, iniciam-
se disputas internas pelo poder, enfraquecendo o governo e facilitando a ação de invasores.
No final do século VII a.C., os assírios invadiram o país. A independência egípcia foi
reconquistada com a invasão persa, mas não de forma duradoura. Em 332 a.C., o Egito foi
dominado por Alexandre Magno e em 30 a.C. pelos romanos.
29/05/2005
Historia do Povo Hebreu - 12 -
3. O CÓDIGO DE HAMURABI
"O Código de Hamurabi protege a propriedade, a família, o trabalho e a vida humana (...) O
autor de roubo por arrombamento deveria ser morto e enterrado em frente ao local do fato (...) As
penas eram cruéis: jogar no fogo (roubo em um incêndio), cravar em uma estaca (homicídio
praticado contra o cônjuge), mutilações corporais, cortar a língua, cortar o seio, cortar a orelha,
cortar as mãos, arrancar os olhos e tirar os dentes." Trecho da obra: "Criminologia", do Des.
Álvaro Mayrink da Costa, Ed. Forense, vol. 1, p. 23.
Art. 1º - Se alguém acusa um outro, lhe imputa um sortilégio, mas não pode dar prova disso,
aquele que acusou deverá ser morto...................................................................
Art. 3º - Se alguém em um processo se apresenta como testemunha de acusação e não prova o
que disse, se o processo importa perda de vida, ele deverá ser morto.
Art. 4º - Se alguém se apresenta como testemunha por grão e dinheiro, deverá suportar a pena
cominada no processo.
No art. 5º está estabelecido que o juiz prolator de uma sentença errada será punido com o
pagamento das custas multiplicadas por 12, e ainda será expulso publicamente de sua cadeira
Art. 15 - Se alguém furta pela porta da cidade um escravo ou uma escrava da Corte, ou escravo
ou escrava de um liberto, deverá ser morto......................................................
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As justas leis que Hamurabi, o sábio rei, estabeleceu e com as quais deu base estável ao governo: - Eu sou o
governador guardião. Em meu seio trago o povo das terras de Sumer e Acad. em minha sabedoria eu os refreio, para
que o forte não opirma o fraco e para que seja feita justiça à viúva e ao órfão. Que cada homem oprimido compareça
diante de mim, como rei que sou da justiça. Deixai-o ler a inscrição do meu monumento. Deixai-o atentar nas minhas
ponderadas palavras. E possa o meu monumento iluminá-lo quanto à causa que traz e possa ele compreender o seu
caso. Possa ele folgar o coração exclamado: - "Hamurabi é na verdade como um pai para o seu povo; estabeleceu a
prosperidade para sempre e deu um governo puro à terra. Nos dias a virem, por todo tempo futuro, possa o rei que
estiver no trono obeservar as palavras da justiça que eu tracei em meu monumento".
Historia do Povo Hebreu - 14 -
4. A HISTÓRIA DO JUDAÍSMO
Os Hebreus tem três Nomes:
1º Hebreus – vem do (Tataravô de Abraão?), que tinha o nome de EBER (Gn. 10.21).
2° Israelitas – veio na mudança do nome de Jacó para Israel, pelo o Anjo do Senhor (Gn. 32.28).
3° Judeus – veio por motivo da tribo de Judá, ser a principal tribo de Israel (Mq. 5.2; Mt. 2.1). O
Abraão foi Quem fundou do Judaísmo
Segundo a Bíblia, Abraão recebe uma revelação de Deus, abandona o politeísmo e muda-se
para Canaã, atual Palestina, em torno de 1800 a.C. De Abraão descendem Isaque e o filho deste
Jacó. Jacó um dia luta com um anjo de Deus e tem seu nome mudado para Israel. Seus doze
filhos dão origem às doze tribos do povo judeu. Em 1700 a.C., os hebreus vão para o Egito, onde
são escravizados por 400 anos. Libertam-se por volta de 1300 a. C., liderados por Moisés,
descendente de Abraão, que recebe as tábuas com os Dez Mandamentos no monte Sinai. Por
decisão de Deus, peregrinam no deserto por 40 anos, aguardando a indicação da terra
prometida, Canaã.
O rei Davi transforma Jerusalém em centro religioso e seu filho, Salomão, constrói um templo
em seu reinado. Depois de Salomão, as tribos dividem-se em dois Reinos, o de Israel, na
Samaria, e o de Judá, com capital em Jerusalém. Com a cisão, surge a crença na vinda de um
messias (o enviado de Deus para restaurar a unidade do povo judeu e a soberania divina sobre o
mundo), que persiste até hoje. O Reino de Israel é devastado em 721 a.C. pelos assírios. Em
586 a.C., o imperador babilônico Nabucodonosor II invade o Reino de Judá, destrói o Templo de
Jerusalém e deporta a maioria dos habitantes para a Babilônia, iniciando a diáspora judaica
Mitzvah para os meninos (aos 13 anos) e o Bat Mitzvah para as meninas (aos 12 anos). Quando
reza, um homem judeu habitualmente cobre a cabeça com a kippa, peça semelhante a uma
pequena touca, em sinal de respeito a Deus. O templo, chamado Sinagoga, é o principal ponto
de encontro da comunidade e abriga sempre uma Arca, armário em que são guardados os
pergaminhos sagrados da Torá usados nas cerimônias.
Festas Religiosas - Elas são definidas por um calendário lunisolar e, por isso, têm datas
móveis. As principais são Purim, Pessach, Shavuót, Rosh Hashaná, Yom Kipur, Sucót, Chanucá
e Simchat Torá. No Purim comemora-se a salvação de um massacre planejado pelo rei persa
Assucro. A Páscoa (Pessach) celebra a libertação da escravidão egípcia, em 1330 a.C. Shavuót
homenageia a revelação da Torá ao povo de Israel, em aproximadamente 1300 a.C. Rosh
Hashaná é o Ano-Novo dos judeus. A partir de Rosh Hashaná, começam os Dias Temerosos, em
que se faz um balanço do ano terminado. Eles culminam no Yom Kipur, dia do perdão, quando
os judeus jejuam 25 horas para purificar o espírito. Sucót rememora a peregrinação pelo deserto,
após a saída do Egito. Chanucá homenageia a vitória contra o domínio assírio e a restauração
do Templo de Jerusalém, no século V a.C. O Simchat Torá comemora a entrega dos Dez
Mandamentos a Moisés.
A história dos judeus, Livros sagrados, Símbolos e rituais da religião judaica, Festas
religiosas.
Jerusalém é transformada num centro religioso pelo rei Davi. Após o reinado de Salomão,
filho de Davi, as tribos dividem-se em dois reinos : Reino de Israel e Reino de Judá. Neste
momento de separação, aparece a crença da vinda de um messias que iria juntar o povo de
Israel e restaurar o poder de Deus sobre o mundo.
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Em 721 começa a diáspora judaica com a invasão babilônica. O imperador da Babilônia, após
invadir o reino de Israel, destrói o templo de Jerusalém e deporta grande parte da população
judaica.
A Torá ou Pentateuco, de acordo com os judeus, é considerado o livro sagrado que foi
revelado diretamente por Deus. Fazem parte da Torá: Gênesis, o Êxodo, o Levítico, os Números
e o Deuteronômio. O Talmude é o livro que reúne muitas tradições orais e é dividido em quatro
livros: Mishnah, Targumin, Midrashim e Comentários.
Os cultos judaicos são realizados num templo chamado de sinagoga e são comandados
por um sacerdote conhecido por rabino. O símbolo sagrado do judaísmo é o memorá, candelabro
com sete braços.
Entre os rituais, podemos citar a circuncisão dos meninos (aos 8 anos de idade) e o Bar
Mitzvah que representa a iniciação na vida adulta para os meninos e a Bat Mitzvah para as
meninas (aos 12 anos de idade)...........................................................................
Os homens judeus usam a kippa, pequena touca, que representa o respeito a Deus no momento
das orações...............................................................................................................
Nas sinagogas, existe uma arca, que representa a ligação entre Deus e o Povo Judeu. Nesta
arca são guardados os pergaminhos sagrados da Torá.
As Festas Judaicas
As datas das festas religiosas dos judeus são móveis, pois seguem um calendário lunisolar.
As principais são as seguintes:......................................................................
Purim - os judeus comemoram a salvação de um massacre elaborado pelo rei persa Assucro.
Páscoa ( Pessach ) - comemora-se a libertação da escravidão do povo judeu no Egito, em 1300
a.C. ..................................................................................................................................
Shavuót - celebra a revelação da Torá ao povo de Israel, por volta de 1300 a.C.
Rosh Hashaná - é comemorado o Ano-Novo judaico.........................................................
Yom Kipur - considerado o dia do perdão. Os judeus fazem jejum por 25 horas seguidas para
purificar o espírito............................................................................................................
Sucót - refere-se a peregrinação de 40 anos pelo deserto, após a libertação do cativeiro do
Egito.
Chanucá - comemora-se o fim do domínio assírio e a restauração do tempo de Jerusalém.
Simchat Torá - celebra a entrega dos Dez Mandamentos a Moisés.
Historia do Povo Hebreu - 17 -
A história dos hebreus, História dos Persas e História dos Fenícios, Religião hebraica
(judaísmo), religião e cultura dos persas e fenícios, Zoroastrismo, economia e política.
Os filhos de Noé foram Sem, Cão e Jafé. Eles foram distribuídos pelos Continentes da Terra.
Jafé foi para Europa. Cão foi para África. Sem foi para Ásia. A linhagem do Messias (Cristo) foi
de Sem. Veja o gráfico abaixo:
JAFÉ
(Europa)
SEM
(Ásia)
(América)
(Oceania)
CÃO
(África)
A Bíblia é a referência para entendermos a história deste povo. De acordo com as escrituras
sagradas, por volta de 1800 a.C, Abraão recebeu um sinal de Deus para abandonar o politeísmo
(Js 24.2), e para viver em Canaã (atual Palestina). Isaque, filho de Abraão, tem um filho chamado
Jacó. Este luta, num certo dia, com um anjo de Deus e tem seu nome mudado para Israel. Os doze
filhos de Jacó dão origem as doze tribos que formavam o povo hebreu. *Por volta de 1800 a.C, o
povo hebreu migra para o Egito, porém são escravizados pelos faraós por aproximadamente 430
anos (Êx. 12.40). *A libertação do povo hebreu ocorreu por volta de 1400 a.C. A fuga do Egito foi
comandada por Moisés, que recebeu as tábuas dos Dez Mandamentos no monte Sinai. Durante 40
anos ficaram peregrinando pelo deserto, até receberem um sinal de Deus para voltarem para a
terra prometida, Canaã.
Historia do Povo Hebreu - 19 -
Jerusalém é transformada num centro religioso pelo rei Davi. Após o reinado
de Salomão, filho de Davi, as tribos dividem-se em dois reinos: Reino de Israel e
Reino de Judá. Neste momento de separação, aparece a crença da vinda de um
messias que iria juntar o povo de Israel e restaurar o poder de Deus sobre o
mundo. .........................................
Em 721 começa a diáspora judaica com a invasão babilônica. O imperador da Babilônia, após
invadir o reino de Israel, destrói o templo de Jerusalém e deporta grande parte da população
judaica.
Ciro, o grande, foi o mais importante imperador dos medos e persas. Durante seu governo (
560 a.C - 529 a.C ), os persas conquistaram vários territórios, quase sempre através de guerras.
Em 539 a.C, conquistou a Babilônia, levando o império de Helesponto até as fronteiras da Índia.
Os Hebreus são semitas que viviam em tribos nômades, conduzidas por chefes. Eles
atravessam a Palestina na época de Hamurabi, penetram no Egito, retornam (o Êxodo) à
Palestina e instalam-se aí entre os Hititas e os Egípcios, provavelmente nos inícios do século XII.
A época em que viveu Moisés, assim como o período histórico do Êxodo, ainda é um
problema para os historiadores. Uma corrente defende que o faraó opressor dos hebreus teria
sido Ramsés II e o faraó do êxodo, seu sussessor Menephtah, por volta de 1230 a.C.
O direito é dado por Deus ao seu povo. O direito é desde logo imutável; só Deus o pode
modificar, idéia que reencontraremos no direito canônico e no direito mulçumano. Os intérpretes,
mais especialmente os rabinos, podem interpretá-lo para o adaptar à evolução social; no
entanto, eles nunca o podem modificar. Há uma espécie de aliança entre Deus e o povo que ele
escolheu; o Decálogo ditado a Moisés é a Aliança do Sinai, o Código da Aliança de Jeová; o
Deuteronômio é também uma forma de aliança.
A Bíblia é um livro sagrado; contém a "Lei" revelada por Deus aos Israelitas. Compreende
(na sua parte pré-cristã, isto é, o Antigo Testamento) três grupos de livros.
O Pentateuco tem para os Judeus o nome de Thora, quer dizer, a "lei escrita" revelada
por Deus; ela é atribuída, segundo a tradição judia, a Moisés, donde a sua denominação usual
de "Leis de Moisés". Compõe-se de Cinco Livros: Génese (a Criação, a vida dos patriarcas); o
Êxodo (estadia no Egito e volta à Canaã); o Levítico (livro de prescrições religiosas e culturais; os
Números (sobretudo a organização da força material); o Deuterônómio, complemento dos quatro
precedentes; os Profetas (que diz respeito, sobretudo, à história); os Hagiógrafos (sobretudo,
costumes e instituições).
O Código da Aliança, conservado no Êxodo (XX, 22, a XXIII, 33); pela sua forma e pelo
seu fundo, tem um texto que assemelha-se às codificações mesopotâmicas e hititas,
nomeadamente ao Código de Hamurabi. A Thora conservou uma autoridade considerável,
mesmo nos nossos dias; qualquer interpretação do direito hebraico apoia-se num versículo da
Bíblia.
Historia do Povo Hebreu - 21 -
A Bíblia, além de fonte formal de direito, também ainda é a principal fonte histórica para
conhecimento do povo hebreu.
Uma testemunha apenas não leva à pena de morte: "Todo homem que matar outro, será
morto, ouvidas as testemunhas, mas uma só testemunha não pode em seu depoimento
condenar." (Num. 35:30).
A lei mosaica também condenava a serem lapidados os que não guardavam o dia de
sábado. O Números é o livro da Bíblia que relata a história do povo hebreu, desde os episódios
do monte Sinai até o começo de sua fixação na "terra prometida", mas é também uma obra onde
aparece, de modo eloqüente, toda a severidade de Moisés na aplicação da pena de morte:
"Durante a sua permanência no deserto, os filhos de Israel encontraram um homem a apanhar
lenha, em dia de sábado. Os que o encontraram a apanhar lenha, condurizam-no à presença de
Moisés e de Arão, diante de toda a congregação. Meteram-lo em prisão, porque não fora ainda
declarado o que se lhe deveria fazer. Então o Senhor disse a Moisés: 'Esse homem deve ser
punido com a morte, toda a congregação o apedrejará fora do acampamento'. E toda a
congregação o levou para fora do acampamento, apedrejando-o até morrer, como o Senhor tinha
ordenado a Moisés (Num 15:32, 33, 34, 35, 36).
Ramsés III foi rei do Egito durante os anos de 1182 à 1151 a.c., 20ª Dinastia. Como o
último dos grandes reis do Egito antigo, líder militar, passou boa parte do seu reinado
defendendo o Egito de invasores e perto do fim de seu reinado sofreu algumas conspirações.
No Egito antigo cabia ao faraó o papel principal na confecção das leis, embora não se
tenha até hoje encontrado qualquer código, a exemplo do Código de Hamurabi, todos
conhecimentos relativos à administração da justiça daquele povo são oriundos do trabalho dos
historiadores.
Como nas demais civilizações daquela época, havia a pena de morte, a qual era aplicada
por diversos modos: crocodilos, estrangulamento, decapitação, fogueira, embalsamamento em
vida, empalação, etc.
Vários daqueles que conspiraram contra Ramsés III foram condenados à morte:
"Condenados a serem colocados sobre a madeira", segundo o que ficou registrado; ficando a
dúvida entre os historiadores se esses condenados foram empalados (suplício antigo, que
consistia em espetar o condenado em uma estaca, pelo ânus, deixando-o assim até morrer), ou
se foram amarrados em um poste até que a morte sobreviesse.
A mutilação também era uma pena muito aplicada na época e os órgãos afetados por
essa pena cruel eram: o nariz, os olhos, as mãos e a língua. Havia também penas de trabalhos
forçados nas fronteiras do país, nas colônias ou nas pedreiras; a multa, a bastonada, etc.
O ÊXODO
(A palavra “Êxodo” significa “Saída”). Após tal façanha os Israelitas se inflamam com a
grandeza do acontecido e junto com Moisés, com o acompanhamento de sua irmã Maria e todas
mulheres, entoaram e dançaram um poema tal como é muito comum ainda no Oriente Médio (Ex
15,1-21). Entoam um canto a Iahweh reconhecendo Seu Poder e Soberania, bem como a força
do Seu Espírito ("sopro"), "entre todos os deuses", como se fora um Hino da Independência,
mencionando sua santidade, forma de caracterizar biblicamente a transcendência de Deus,
separado e distinto dos seres que criou e tendo sobre eles ainda pleno domínio:
"Ao sopro das tuas narinas amontoaram-se as águas, as correntes pararam como montão;
os abismos coalharam-se no coração do mar. O inimigo dizia: Perseguirei, alcançarei, repartirei
os despojos; deles se satisfará a minha alma; arrancarei a minha espada, a minha mão os
destruirá. Sopraste com o teu vento, e o mar os cobriu; afundaram-se como chumbo em águas
profundas. Quem entre os deuses é como tu, ó Senhor? Quem é como tu poderoso em
santidade, admirável em louvores, operando maravilhas? Estendeste a mão direita, e a terra os
tragou." (Ex 15,8-12)................................................
Realçam a misericórdia de Deus libertando e conduzindo o Povo de Israel para a Terra
Prometida, aqui referenciada com uma frase que fora introduzida no poema para esclarecimento
tempos depois. Isso aconteceu quando se assumiu a posse dela, nela residindo e estabelecido,
já com uma organização ritual do Templo, aqui denominado de santuário, e tendo sido
derrotados e dominados os pagãos ou gentios, tal como se lê:
"Na tua bondade guiaste o povo que remiste; na tua força o conduziste à tua santa
habitação. Os povos ouviram e estremeceram; dores apoderaram-se dos a habitantes da
Filistéia. Então os príncipes de Edom se pasmaram; dos poderosos de Moab apoderou-se um
tremor; derreteram-se todos os habitantes de Canaã. Sobre eles caiu medo, e pavor; pela
grandeza do teu braço emudeceram como uma pedra, até que o teu povo passasse, ó Senhor,
até que passasse este povo que adquiriste. Tu os introduzirás, e os plantarás no monte da tua
herança, no lugar que tu, ó Senhor, aparelhaste para a tua habitação, no santuário, ó Senhor,
que as tuas mãos estabeleceram. O Senhor reinará eterna e perpetuamente" (Ex 15,13-18).
Não se pode deixar de registrar essa inclusão de esclarecimentos com fatos ocorridos no
futuro que mostra algo muito comum na confecção das Escrituras Sagradas e que muitas das
vezes confunde o estudioso. Um exemplo claro disso foi a frase usada na narrativa da "saída" do
Egito em que se diz que Deus "levou-os não pelo caminho habitual da terra dos filisteus" (Ex
13,17), sabendo-se que a esse tempo os filisteus ainda não habitavam na Palestina. Narra-se o
acontecimento com a cultura e os conhecimentos que se tem na ocasião da narrativa e não
conforme a ocasião em que aconteceram realmente. Também, costuma o narrador mesclar
algum versículo estranho ao contexto e fora do assunto, tal como nesse poema, acrescentado
muito tempo depois, trechos fora de lugar e entrecortados por uma espécie de parêntesis,
destinados à satisfação de algum esclarecimento exigido por tradição oral distinta da narrada.
Neste ponto parece que se extravia do assunto para outro aspecto da viagem, abrindo-se uma
espécie de "parêntesis", dizendo:
"Depois Moisés fez partir a Israel do Mar Vermelho, e saíram para o deserto de Sur;
caminharam três dias no deserto, e não acharam água. E chegaram a Mara, mas não podiam
beber das suas águas, porque eram amargas; por isso chamou-se o lugar Mara. E o povo
murmurou contra Moisés, dizendo: Que havemos de beber? Então clamou Moisés ao Senhor, e
o Senhor mostrou-lhe uma árvore, e Moisés lançou-a nas águas, as quais se tornaram doces. Ali
Deus lhes deu um estatuto e uma ordenança, e ali os provou, dizendo: Se ouvires atentamente a
Historia do Povo Hebreu - 24 -
voz do Senhor teu Deus, e fizeres o que é reto diante de seus olhos, e inclinares os ouvidos aos
seus mandamentos, e guardares todos os seus estatutos, sobre ti não enviarei nenhuma das
enfermidades que enviei sobre os egípcios; porque eu sou o Senhor que te sara. Então vieram a
Elim, onde havia doze fontes de água e setenta palmeiras; e ali, junto das águas, acamparam"
(Ex 15,22-27). (O povo hebreu saiu do Egito por volta do ano 1400 aC.)
Não se pode deixar de lado e esquecer a presença na vida humana das conseqüências do
pecado e se manifestar sempre, mesmo com os eleitos, os escolhidos por Deus para uma
missão. Deus usa delas para os amadurecer, "prová-los" (Ex 15,25), em outras palavras mais
adequadas à realidade, "temperá-los" ou mesmo "prepará-los", para aquilo que deles espera;
pois, já os conhece bem e não necessita submeter ninguém à prova, para saber com quem lida
(1 Sm 16,7; 11,20; Jó 10,4; Jr 17,10; Is 55,8-9; Jo 2,25). Também não se pode deixar de lado
que a Bíblia não é um livro especializado em História ou em Psicologia ou em qualquer ciência e
que o centro gravitacional dela é a fé em Iahweh. Além de tudo isso não se pode analisar um fato
do passado apressadamente sem considerar o situação real do acontecimento, ou com a cultura
atual. Principalmente ainda pelo fato de que a Bíblia teria sido escrita não para o homem atual
mas para os israelitas daquele tempo e a disposição lógica dos fatos do que se narra se
adequava a eles, com a sua cultura e modo de raciocinar. As narrativas daquele tempo nem
sempre se identificam ao sistema atual de relatar fatos ou acontecimentos nem seguem a
mesma ordem lógica ou cronológica.
Tomando-se em consideração todos esses fatores pode-se agora examinar o que se refere
ao clima originário entre os israelitas por causa da falta de água. Tudo indica que a reclamação
teria sido séria e até mesmo quase próxima ao desespero. Mas, é isso mesmo que soe
acontecer a um povo sedentário que de uma hora para outra vai "às pressas" para a vida
nômade, completamente despreparado para ela. Na realidade vivia no Egito na amargura de
uma servidão, mas tinham água para beber e comida com a fartura necessária para manter-se e
a própria família. Não era um regime de escravidão plena como se pensa e muitas vezes se
propaga, mas um sistema econômico que reduziu todo o povo a um regime de servidão
semelhante ao que se denomina "corvéia", onde não lhes faltava o alimento necessário à
subsistência, para manter o ritmo do trabalho e da produção (Ex 14,12; 16,3). Agora, porém, sem
esse conforto, caminhando errante num deserto com todos os familiares, expostos a toda a sorte
de intempéries, tendo que encontrar uma fonte de água para se dessedentar, com o pão ainda
sem o fermento mal preparado e agora esgotado, sem mais alimentos e não conhecendo ainda a
vida no deserto, é muito natural que se desesperem. De novo se observa que não desertaram,
procuraram Moisés e Aarão e reclamaram. É essa transformação de vida que o narrador quer
mostrar e a situação em que se encontravam, demonstrando pelo resultado alcançado que não
houve uma sedição propriamente dita, mas uma situação de emergência contornada da qual o
povo saiu amadurecido e preparado para o prosseguimento da "peregrinação" em busca da
consumação da Promessa da Terra Prometida que apenas se iniciava. Deus os prepara desde já
e tal como com os Patriarcas pelo sofrimento, pelo que recebem de Deus a aprovação:
"...Ali Deus lhes deu um estatuto e uma ordenança, e ali os provou, dizendo: Se ouvires
atentamente a voz do Senhor teu Deus, e fizeres o que é reto diante de seus olhos, e inclinares
os ouvidos aos seus mandamentos, e guardares todos os seus estatutos, sobre ti não enviarei
nenhuma das enfermidades que enviei sobre os egípcios; porque eu sou o Senhor que te cura"
(Ex 15,25-26).
Essas palavras não se aplicariam a um povo rebelde que tivesse realmente se revoltado
contra Deus. Recorreram a quem deveriam recorrer e pelo fato da prática adquirida por Moisés
da vida no deserto, onde aprendeu os seus segredos e as condições necessárias para a
sobrevivência nele e nas mais adversas, foi tudo solucionado. É que o Povo de Israel seguia o
mesmo trajeto, que lhe era muito familiar, até atingir o Monte Sinai, onde Deus lhe aparecera e
onde apascentava o rebanho de seu sogro (Ex 3,1). No local onde Deus seria "adorado" (Ex
3,12) quando fosse libertado, comprovando-se assim o cumprimento da promessa de Deus de
libertá-lo, em que acreditavam, ele e o Povo. Por causa disso é que Moisés soube que tipo de
Historia do Povo Hebreu - 25 -
madeira colocar na água para a "adoçar". Aqui é que não se pode analisar como se fora uma
narração comum, mas deve-se levar em conta a fé, já que tanto a "água amarga" como seu
“adoçante” é como que figuras das muitas dificuldades encontradas trazendo o amadurecimento
dos israelitas no contato com a vida selvagem e rude:
"Então vieram a Elim, onde havia doze fontes de água e setenta palmeiras; e ali, junto das
águas, acamparam" (Ex 15,27)
Quando muitas vezes não se entende o que se lê na Bíblia é que foi deixado de lado o
sentido religioso que, por excelência, foi escrito com primazia. Também, o Povo Israelita não era
apenas um amontoado de pessoas com costumes, sentimentos, ambições, história e normas
comuns, mas um povo organizado em torno de uma religião comum, centro irradiador de todos
os demais elementos constitutivos de sua realidade. Então o significado imediato do versículo
acima transcrito não se limita a um relato apenas cronológico ou seqüencial da peregrinação. É
que as doze fontes são como que representação das doze tribos dos filhos de Israel, frutos das
setenta pessoas que desceram ao Egito (Ex 1,5 / Gn 46,27), representadas pelas setenta
palmeiras, onde fertilmente se proliferaram e "acamparam junto das águas" ("rio Nilo"), qual seja
de seu Senhor, recebem a Sua Bênção, a "fonte" da fecundidade, motivo da grande proliferação
dos Filhos de Israel (Ex 1,7.12).
"Depois disse Moisés a Arão: Dize a toda a congregação dos filhos de Israel: Chegai-vos à
presença do Senhor, porque ele ouviu as vossas murmurações. E quando Aarão falou a toda a
congregação dos filhos de Israel, estes olharam para o deserto, e eis que a glória do Senhor
apareceu na nuvem" (Ex 16,9-10).
São relatos do que a vida dura no deserto esculpiu na personalidade e no caráter do Povo de
Deus amadurecendo-o para a envergadura da missão que o aguardava assumindo a Aliança de
Abraão, Isaac e Jacó. Deus levou-o com uma pedagogia apropriada à tomada de consciência de
sua tarefa de Povo Primogênito, "as primícias da fecundidade do Senhor" (Gn 49,3), sustentado
e alimentado pelo próprio Deus, com o Maná, "figura" da Eucaristia, do mesmo modo que irá
alimentar o Povo da Nova Aliança com o Corpo e Sangue de Seu Filho:
"Ora, os filhos de Israel comeram o maná quarenta anos, até que chegaram a uma terra
habitada; comeram o maná até que chegaram aos termos da terra de Canaã" (Ex 16,35).
A significação messiânica desses fenômenos religiosos será constatada de várias formas, tal
como fez São Paulo (1 Cor 10,1-4), quando "se cumprirem" em Jesus (Mt 5,17), destacando-se o
Maná:
"Pois não quero, irmãos, que ignoreis que nossos pais estiveram todos debaixo da nuvem, e
todos passaram pelo mar; e, na nuvem e no mar, todos foram batizados em Moisés, e todos
comeram do mesmo alimento espiritual; e beberam todos da mesma bebida espiritual, porque
bebiam da pedra espiritual que os acompanhava; e a pedra era Cristo" (1 Cor 10,1-4).
Historia do Povo Hebreu - 26 -
A Bíblia é a fonte por excelência para o conhecimento da História do povo Hebreu, apesar
de não se tratar de uma literatura que corresponda ao conceito de história contemporâneo, pois o
historiador hebreu só se interessava pelo passado em função do presente e mesmo do futuro, as
mensagens messiânicas dominam toda a narrativa bíblica.
Como os demais povos do Oriente, os hebreus possuíam escravos. A lei mosaica não
instituiu a escravidão, pois a mesma já existia desde a época dos patriarcas. Distinguiam-se
entre os hebreus duas classes de escravos: o escravo hebreu e o estrangeiro.
No Direito Penal dos hebreus havia mais humanidade e igualdade, além da religiosidade, do
que no direito dos demais povos do Oriente Próximo, e os delitos podiam ser classificados em:
Delitos contra a Divindade; Delitos praticados pelo homem contra o seu semelhante; Delitos
contra a honestidade; Delitos contra a propriedade; e Delitos contra a honra.
Havia diversas maneiras de ser executada a pena capital: lapidação, morte pelo fogo,
decaptação etc... A lapidação era a forma mais comum. A fogueira era mais rara, foi aplicada aos
incestuosos e à filha do sacerdote, ré do crime de fornicação (Levítico 20,14;21;9). Também
encontramos entre os hebreus as penas de flagelação, prisão, internação, anátema, pena
pecuniária e, finalmente, a pena de Talião. A flagelação consistia em estender no chão ou
amarrado a uma coluna o culpado que era batido com varas. Não deviam, porém, dar-lhe mais
de quarenta golpes e a presença do juiz era indispensável (Deuteronômio 25,1-3). O anátema
era a ex-comunhão, constituía-se em uma verdadeira morte civil do culpado, aplicada aos
atentados contra os princípios religiosos mais importantes. A prisão servia para o réu aguardar o
julgamento ou a aplicação imediata de outra pena.
A história da sucessão do trono por Davi (Sam. 2,9-20, I Re. 1,2), quando este tinha por
volta de 33 anos, é a narração bíblica que mais se aproxima do conceito moderno de História. O
autor presta atenção aos detalhes dos eventos e personagens e interpreta o curso dos
acontecimentos à luz das motivações humanas, nela encontramos uma pena aplicada por David
contra os assassinos do rei Isboset (Isbaal), que havia se refugiado na Transjordânia, mandando
arrancar as mãos e os pés dos culpados:
Recab e Baana, filhos de Remon de Berot, chegaram à casa de Isboset na hora mais
quente do dia, quando Isboset dormia, entraram sem serem percebidos, foram até a cama de
Isboset e o mataram e após cortarem-lhe a cabeça, carregaram-a andando a noite toda pela
estrada do deserto.
Levaram a cabeça de Isboset a David em Hebron, e disseram ao rei: "Aqui está a cabeça
de Isbosetl, filho de Saul, o inimigo que queria matar você. Javé trouxe hoje ao senhor meu rei
uma vingança contra Saul e sua descendência". (Samuel 2:8).
David, porém, dirigiu-se a Recab e seu irmão Baana, filhos de Remon de Berot, e lhes
disse: "Pela vida de Javé (Jehovah), que me salvou a vida de todo perigo! Quem anunciou a
morte de Saul, acreditava que estava trazendo uma boa notícia! Pois eu o prendi e o matei em
Siceleg, em troca da boa notícia! Com maior razão ainda, será que não devo pedir contas a
vocês do sangue de Isboset e fazê-los desaparecer da face da terra, por terem matado um
homem honesto dentro de sua casa, enquanto dormia na sua cama?". (Samuel 2:9,10,11).
Então Davi ordenou a seus homens que matassem Recab e Baana. Eles cortaram as
mãos e os pés dos dois e penduraram seus corpos perto do açude de Hebron. Depois pegaram a
cabeça de Isboset e a enterraram no túmulo de Abner, em Hebron.
Historia do Povo Hebreu - 28 -
1. ISRAEL
O Oriente Médio é a região mais conturbada do planeta desde os tempos antigos. Hoje é
conhecido como Barril de Pólvora e Estopim do Mundo. Havia um ditado em Roma que dizia que
quem governasse bem a Judéia estaria apto para governar Roma.
A Bíblia diz: "E depois das sessenta e duas semanas, será tirado o Messias e não será mais;
e o povo do príncipe, que há de vir, destruirá com uma inundação; e até ao fim haverá guerra;
estão determinadas assolações" (Dn 9.26). Essa profecia começou a se cumprir com a morte de
Jesus e a destruição de Jerusalém em 70 d.C.
A crise do Oriente médio é algo complexo e muito profundo. Por isso que inúmeras tentativas
já foram feitas para se estabelecer uma paz duradoura e todas fracassaram. Os dois tratados, com
a Jordânia e o Egito, ainda vigentes não garantem a paz porque são apenas um começo das
negociações de paz e porque há diversos grupos radicais que são contra a existência do Estado de
Israel e defendem a luta armada: o terrorismo. Além disso, não é muito comum o cumprimento de
tratados e acordos no Oriente Médio.
2. A Palestina
Jerusalém, deu aspecto pagão a Cidade Santa, mudando seu nome para Aelia Capitolina, em
honra a Júpiter, deus máximo dos pagãos, e proibiu os judeus de entrarem em Jerusalém sob pena
de morte.
2. Origem do nome “Palestina”
O nome –Eretz Israe/, "Terra de Israel", soava e ainda soa muito forte na alma e no íntimo
do povo judeu. Depois, para humilhar os vencidos, os romanos mudaram esse nome para
"Palestina". um antigo inimigo de Israel que habitava a faixa costeira mediterrânea, em hebraico se
chama Pelishtim: os conhecidos filisteus. Daí veio o nome Falastim "Palestina", que significa Terra
dos Filisteus".
O país foi dividido em três regiões: Palestina Prima: Judéia e Samaria, ficando Cesaréia
Marítima como capital, pois era a residência do governador romano; Palestina Secunda: Galiléia,
Galã e algumas áreas do outro lado do rio Jordão, sendo Séforis sua capital; e a Palestina Tertia:
incluindo o sul da Terra Santa até o mar Vermelho, sendo Petra sua capital. Essa divisão se
manteve durante os períodos bizantino e persa, sendo alterado com a chegada dos muçulmanos,
no século VII.
3. Os Árabes
1. Origem
Nem todos os árabes são muçulmanos e nem todos os muçulmanos são árabes. Os árabes
são descendentes de Ismael, filho de Abraão com a concubina egípcia Agar: “E Agar deu um filho
a Abrão; e Abrão chamou o nome do seu filho que tivera de Agar, Ismael" (Gn 16.15). Muitos
árabes do oriente Médio são descendentes dos povos antigos que desapareceram, portanto, nem
todos os árabes são Ismaelitas. Ismaelitas e midianitas se confundem em Gênesis 37.25-28.
Depois do nascimento de Isaque Sara mandou que Abraão despedisse Agar com seu filho. O
conflito começou desde que Agar ainda estava grávida. Quando Isaque foi desmamado, em virtude
da zombaria de Ismael, cerca de dezoito anos mais velho que Isaque, Sara não quis que Ismael
fosse herdeiro de Abraão, junto com Isaque Leia:(Gn 16.4-11; 21.8-13).
5. O Estado Palestino
1. Existe o Estado Palestino?
A Jordânia é a antiga região bíblica de Moabe, Amon e das duas tribos e meia de Israel:
Rúben, Gade e meia tribo de Manassés, ou seja, a Transjordândia ou Palestina Oriental. O lado
ocidental do rio Jordão, Estado de Israel, juntamente com o lado oriental, Reino Haschemita da
Jordânia, formam o que ao longo da história foi conhecido como Palestina.
A região que compreende hoje Israel e Jordânia era conhecida como Palestina desde 132
d.C. A edição de 1910 da Encyclopaedia Britannica chama toda essa região de Palestina. “...o rio
Jordão marca uma linha de delimitação entre a Palestina ocidental e a oriental”. Isso significa que,
quando a Transjordânia se tomou Jordânia em 1946, surgia o Estado Palestino dos árabes.
Ainda hoje 70% da população da Jordânia são palestinos. O jornal The Jerusalém Post
(jornal israelense de língua inglesa) era antes de 1948, chamado de The Palestine Post. Assim,
Israel seria o Estado Palestino dos judeus. O rei Abdulah I, avô do rei Hussein, quis dar o nome de
Palestina ao seu país, mas dissuadido por seus conselheiros britânicos que sugeriram o nome
"Jordânia", alegando que esse nome acentuaria o poder do rei sobre as duas margens do Jordão.
Se o nome "Palestina" fosse dado ao país talvez não houvesse necessidade de se criar mais um
Estado Palestino. A Palestina de Yasser Arafat é, no dizer de Moshe Aumann, um "estado
sanduíche", entre a Palestina dos judeus e a dos árabes.
Historia do Povo Hebreu - 32 -
2. A Criação da OLR
A OLP (Organização para a Libertação da Palestina) foi criada inicialmente pelos países
árabes como instrumento para exterminar o Estado de Israel, varrendo-o do mapa. Em 1968
Mohamed Abed Arouf Arafat, conhecido mundialmente pelo nome Yasser Arafat, assumiu o
comando da OLP. Arafat era integrante do exército da República Árabe Unida e participou da
Campanha do Sinai, segunda guerra de Israel contra os árabes, em 1956. Depois disso fundou no
Kwait a al-Fatah, grupo terrorista, de resistência segundo eles, que veio a ser um braço armado da
OLP. Em 1970 disse que para ele a paz é o extermínio de Israel.
3. Uma questão de ordem espiritual
A existência do Estado de Israel per si está afirmando que o Islamismo é falso. Outro ponto
importante saber é que Arafat insuflou no povo palestino o ódio contra Israel e pregou a vida inteira
extinção do Estado judeu. Ainda que a nova posição tomada sobre Israel para um diálogo que
resultou na criação da Autoridade Palestina, no Tratado de Oslo assinado por Itzhak Rabin e
Yasser Arafat, seja genuína, todavia esse ódio tornou-se cultura, que não se muda rapidamente.
Para muitos, a luta não é para a criação de um Estado Palestino, mas para expulsar os Judeus do
Oriente Médio e eliminar Estado de Israel.
O primeiro ministro de Israel, era Ariel Sharon, ocupa algumas cidades como jenin, Nablus,
Jamallah, Tucaren e Belém em busca desses ativistas que não reconhecem o direito de Israel
existir. Isso porque Arafat, como presidente da Autoridade Palestina não o faz. Não importa qual
seja a posição de Israel sobre os palestinos, os radicais usam sempre o terrorismo para boicotar
qualquer negociação de paz.
Conclusão
Exercício Geral
1. Os Árabes são descendentes de quem?
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2. Quem construiu a Mesquita em Jerusalém?
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3. Quem destinou uma verba graúda para ajudar processo imigratório dos judeus?
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4. Como é a saudação judaica?
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5. Escreva com suas palavras:
“O que o judeus precisam fazer para ter Paz nos dias atuais”?
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História do Povo Hebreu - 34 -
Bibliografia
A Bíblia Sagrada. Edição revista e corrigida no Brasil. Ed. Vida, SP, 1981.
A bíblia Sagrada. Edição Revista e Atualizada no Brasil. Ed. Vida Nova, SP, 1986.
OBRAS HITÓRICAS
JOSEFO, flávio. Antigüidades Judaicas.
JOSEFO, flávio. Guerras Judaicas.
HERÓDOTO, historiador Grego. Ephaneroth ton Persa.
Texto em Grego Instrumental. Babilon ton Kainos.
OBRAS GEOGRÁFICAS
Da Bíblia e do Cristianismo. Atlas, Vida Novas, SP, 1799.
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História do Povo Hebreu - 35 -
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Aluno (a):...................................................................................................................................................data.................../...................../........................
(Marque um X na alternativa correta)