Beruflich Dokumente
Kultur Dokumente
P
Nível
geral de
preços
Curva de demanda
Agregada (DA)
Y
Q = PN real = y =
P
1
Há uma diferença entre os conceitos de Demanda Agregada e de Despesa Nacional, vistos na Contabilidade Social. A
DA é ex ante, planejada, enquanto a DN é um conceito ex post, já realizada.
• Aumentar a produção física (Q), mantendo preços (P) constantes, se houver desemprego de
recursos (mão de obra desempregada, capacidade ociosa);
• Aumentar os preços (P), sem aumentar a produção física (Q), se os recursos estiverem
plenamente empregados (pleno emprego de recursos);
• Aumentar tanto P como Q (situação intermediária, em que alguns setores da economia
estariam em pleno emprego e outros com desemprego).
Graficamente, teríamos:
Para simplificar a análise, tomemos apenas os casos extremos, conforme a figura abaixo:
Neste texto, o desemprego a que nos referimos é o desemprego keynesiano ou conjuntural, que
ocorre pela insuficiência da demanda agregada para absorver a produção agregada de pleno
emprego.2
a) Desemprego de recursos
2
Além do desemprego conjuntural ou keynesiano, podemos ter outros conceitos de desemprego:
- desemprego friccional: devido à mobilidade transitória da mão de obra (por exemplo, trabalhador que vem do interior
para a capital, à procura de emprego). É também chamado de Taxa Natural de Desemprego;
- desemprego estrutural ou tecnológico: o desenvolvimento tecnológico do capitalismo é capital intensivo e tende a
marginalizar a mão-de-obra. É também chamado de Desemprego Marxista (“a mão-de-obra desempregada criará um
exército de reserva, que levará à revolução do proletariado”);
- desemprego disfarçado: a produtividade marginal da mão-de-obra é zero. Por exemplo, pode ocorrer uma situação
em que, numa agricultura de subsistência, a retirada de trabalhadores praticamente não altera o produto agrícola.
A DA situa-se abaixo da OA de pleno emprego. Isso implica, no modelo simplificado, que os
preços sejam mantidos constantes e as variáveis consideradas em valores reais (deflacionados).3
b) Curto prazo
A curto prazo, o nível tecnológico, o estoque de capital e o estoque de mão de obra são
considerados constantes. Embora os estoques sejam constantes, o nível de utilização da mão-de-
obra e do capital são variáveis (ou seja, a força de trabalho e a capacidade instalada são fixas,
mas sua utilização varia).
d) (Corolário das hipóteses anteriores) A curto prazo, apenas a demanda agregada provoca
variações no nível de equilíbrio da renda nacional
A oferta agregada é passiva, fixada, a curto prazo, e as variações na renda nacional dão-se
apenas por variações na DA. Isso ressalta o papel da Demanda Agregada dentro da Teoria
Keynesiana. Para tirar a economia de uma situação de desemprego, a curto prazo, a política
econômica deve procurar elevar a DA (de y0 para ype, no gráfico abaixo).
A Demanda Agregada é mais maleável, mais sensível a curto prazo, enquanto a OA é mais
rígida, mais susceptível a políticas de longo prazo, quando o estoque de recursos produtivos
pode variar, como mostra a figura abaixo.
3
Segundo Keynes, o desemprego seria causado em grande medida pelo que chamou de rigidez de salários nominais.
Contrariamente à teoria clássica, que pressupunha flexibilidade de preços e salários, Keynes mostra que os salários
nominais, devido à atuação dos sindicatos, seriam rígidos para baixo, encarecendo o custo da mão-de-obra e fazendo
com que as empresas demandem menos trabalhadores, gerando desemprego.
Esse é, de forma simplificada, o chamado Princípio da Demanda Efetiva pelo qual a demanda
determina a produção. Inverte um dos principais postulados da Teoria Clássica, a chamada Lei de
Say, pela qual a oferta agregada é que determina a procura. Como observado no início deste curso,
essa lei preconizava que toda a produção gerava uma renda que seria automaticamente toda gasta
em bens e serviços.