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Sequências de Ensino

Investigativas (SEIs):
Metodologia para aulas condizentes
com o Ensino por Investigação

Autoras:
Valéria de Souza Marcelino
Lília do espírito Santo Azevedo
Bianca Rangel Viana
Cassiana Barreto Hygino Machado

Sumário
A escola de ontem e a escola de hoje ................................................................................................................5
Alfabetização Científica...........................................................................................................................................8
Ensino por investigação........................................................................................................................................ 10
Etapas de uma SEI................................................................................................................................................... 11
I) O problema............................................................................................................................................................ 11
II) Sistematização do conhecimento................................................................................................................ 12
III) Contextualização social do conhecimento.............................................................................................. 12
IV) Atividade de avaliação.................................................................................................................................... 13
Atividades que podem ser utilizadas como PROBLEMA em uma SEI.................................................. 14
A vela que atrai água: um exemplo.................................................................................................................. 15
O que os alunos precisam saber ao final da SEI aplicada?....................................................................... 17
Referências ............................................................................................................................................................... 18
A escola de ontem e a escola

problematizadora para o ensino e o trabalho em grupos


Arco de Maguerez e Jigsaw: associando uma metodologia
de hoje

Até início do século XX o acesso à cultura erudita em


nosso país acontecia apenas por meio da escola, por exem-
plo, as obras de Camões e Machado de Assis, as músicas de
Bach e Villa Lobos, as proposições de Darwin e Einstein. So-
bre os objetivos do ensino, este se limitava a transmissão dos
conteúdos por parte dos professores e acúmulo de informa-
ções por parte dos alunos (SASSERON, s.d., p.21). As aulas
seguiam um modelo de ensino tradicional, o que está repre-
sentado a seguir. (figura 1).

Figura 1: Aula tradicional início do século XX.

Fonte: http://fabiopestanaramos.blogspot.com.br/2011/06/educacao-
-no-brasil-na-primeira-metade.html

Atualmente, sabemos que todas as pessoas, professores


e alunos inclusive, têm acesso à informação e aos diferentes
tipos de conhecimentos. Por sua vez, a escola não é um es-
paço isolado da sociedade. Sendo assim, as pessoas entram
e saem da escola, assim como as mídias também entraram
na vida das pessoas e na escola, o rádio, a televisão, o com-
putador e todo tipo de tecnologia passou a fazer parte da
estrutura da escola.

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Arco de Maguerez e Jigsaw: associando uma metodologia

Nesse contexto, a escola atual não pode ter como fins edu-
cativos apenas a transmissão dos conteúdos e conhecimen-
tos, as metodologias de ensino precisam atender aos novos
fins educativos e os sujeitos envolvidos nesse processo pre-
cisam refletir e participar dessas mudanças que aconteceram
na sociedade e na escola.
Dessa forma questionamos:

— Qual a deve ser a função da escola de hoje?


— Qual deve ser o objetivo do nosso ensino?
— Qual a deve ser o papel do professor?

A fim de refletirmos e buscarmos as respostas para estas


questões apresentamos algumas situações por meio das figu-
ras abaixo.
Na Figura 2 apresentamos um acidente nuclear aconteci-
do em nosso país. Nesse acidente as pessoas desconheciam os
códigos da linguagem científica, bem como os riscos envolvi-
dos no manuseio e exposição a um elemento químico radioa-
tivo. Nesta figura também observamos conteúdos científicos
(Química e Biologia) relacionados ao tema radioatividade, o
qual é relevante socialmente.

Figura 2: Notícia sobre acidente com radioatividade no


Brasil, símbolo que indica presença de radioatividade e
conteúdos escolares que envolvem a radioatividade.

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Arco de Maguerez e Jigsaw: associando uma metodologia
Na figura 3 apresentamos um exemplo de aplicação de
um conhecimento escolar na vida cotidiana da aluna, e nesse
caso sendo usado para salvar pessoas.

Figura 3: Notícia mostrando o uso de conhecimentos


escolares no cotidiano.

Na Figura 4 apresentamos diversos recortes retirados de


meios de comunicação divulgados em rede que apresentam
situações que interferem diretamente na vida dos cidadãos e
estes devem estar preparados para se posicionarem de forma
que suas vidas sejam beneficiadas, sejam melhores.

Figura 4: Notícias exemplificando temas que os cidadãos


podem se posicionar por meio da alfabetização científica.

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Portanto, entendemos que vivemos em uma sociedade


que tem acesso a todo tipo de informação e recursos tecnoló-
gicos atrelados ao desenvolvimento científico e a escola pre-
cisa assumir um papel que possibilite aos seus alunos:

•  Conhecer, reconhecer e aplicar em variados contextos a linguagem


e os conceitos científicos;
•  Saber como estes surgiram e como se desenvolveram;
•  Entender os benefícios e os riscos da tecnologia e da ciência
presentes em suas vidas.

Ao concordarmos que este deve ser o objetivo do ensino,


em particular do ensino de ciências, estamos indo ao encontro
do que se conhece por ALFABETIZAÇÃO CIENTÍFICA.

Alfabetização Científica

O termo “Alfabetização Científica” surge como referência


ao Ensino de Ciências voltado para a preparação de um cida-
dão consciente e crítico, capaz de agir de forma ativa frente as
mais diversas situações e questões cotidianas que envolvam
conceitos científicos. Sendo assim, observamos a necessida-
de de trabalhar os conteúdos científicos no ambiente escolar
de forma conectada a realidade dos alunos, para que estes
consigam enxergar o mundo em que vivem sob uma pers-
pectiva científica.
Para que o indivíduo possa compreender ou até mes-
mo opinar sobre questões científicas em debate atualmente,
como por exemplo, a existência de vida inteligente fora da
Terra, o aborto, a utilização de células tronco no tratamen-
to de doenças, o consumo de alimentos transgênicos, entre
outras discussões, é necessário que este tenha um conheci-
mento científico básico que o guie em seu posicionamento
perante a essas discussões. Para isso, faz-se necessário a con-
solidação de um Ensino de Ciências que tenha por objetivo
alfabetizar cientificamente os indivíduos.
Como resultado de uma revisão bibliográfica realizada
por Sasseron e Carvalho (2008), identificou-se eixos estrutu-
rantes da Alfabetização Científica com o intuito de agrupar
convergências nas concepções de diferentes autores acerca

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das habilidades a serem trabalhadas com o objetivo de possi-
bilitar o desenvolvimento da Alfabetização Científica nos es-
tudantes. Com isso, a autora propôs três eixos estruturantes
englobando as habilidades citadas pelos diferentes autores
investigados em sua revisão bibliográfica.
O primeiro eixo estruturante corresponde à compreensão
básica de termos, conhecimentos e conceitos científicos funda-
mentais. Sendo assim, os trabalhos agrupados nesse eixo res-
saltam a importância da construção de conhecimento cien-
tífico necessário aos estudantes para aplicações em diversas
situações de seu cotidiano, além da aquisição de conceitos-
-chave para compreensão de informações pontuais presentes
em seu dia a dia.
O segundo eixo estruturante refere-se a compreensão da
natureza das ciências e dos fatores éticos e políticos que cir-
cundam sua prática. Podemos destacar nesses trabalhos a
importância de tratar a ciência como um conjunto de conhe-
cimentos sujeitos à transformações e não como algo pronto e
acabado. Com isso, os alunos desenvolverão a capacidade de
questionar, refletir e analisar contextos frente ao processo de
tomada de decisões.
O terceiro eixo estruturante diz respeito ao entendimen-
to das relações existentes entre ciência, tecnologia, sociedade e
meio ambiente. Tem por objetivo conscientizar os estudantes
acerca da relação existente entre essas diferentes esferas vi-
sando um futuro sustentável para o planeta. Buscar uma so-
lução imediata de um problema correspondente à determi-
nada esfera, pode ocasionar problemas futuros associados.
A utilização desses eixos para o planejamento e elabora-
ção de aulas concede as bases essenciais quando o objetivo
do ensino é promover a Alfabetização Científica. Se as aulas
são elaboradas visando se estabelecer uma sequência de en-
sino, nem sempre todos os três eixos serão trabalhados em
uma mesma aula. Cada eixo estruturante deverá ser imple-
mentado de acordo a finalidade específica da aula.
Portanto, Alfabetizar cientificamente os alunos significa
trabalhar as Ciências de modo que os alunos possam conhe-
cer temas científicos e possam reconhecê-los em seu dia a dia
para tomada consciente e crítica de decisões. Para isso, o en-
sino tradicional, que se caracteriza pela transmissão dos con-
teúdos, não é mais viável. É necessário que os alunos atuem
ativamente em sala de aula, investiguem situações e debatam
temas controversos em grupo, tornando-se autores de seus
próprios conhecimentos (SASSERON e MACHADO, 2017,
p. 22). Por isso, propomos o uso do Ensino por Investigação,
o qual será apresentado a seguir.

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Ensino por investigação
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Para planejarmos nossas aulas com atividades didáticas


que caracterizem um ensino por investigação, condizente
com um ensino que promova a Alfabetização Científica dos
alunos, é fundamental que estas aulas sejam pautadas na
problematização e na investigação.

De acordo com Carvalho 2011, existem quatro etapas bá-


sicas para a proposição de uma atividade investigativa:

Os estudantes ao serem expostos à situações problemas


começam a desenvolver um raciocínio e, com isso, a função
do professor deixa de ser a de expor os saberes e passa a ser
orientar os educandos em suas reflexões, encaminhando-os
para o processo de construção de conhecimento.
O professor tem papel importante na passagem da ação
manipulativa para a ação intelectual, uma vez que leva ao
aluno por intermédio de questões à tomada de consciência
acerca da resolução do problema. Sendo assim, todo proces-
so de construção de novo conhecimento deve corresponder
à atividades manipulativas contendo um problema que in-
clua experimentos, jogos ou textos.

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A tomada de consciência não se dá de forma imediata.
Para isso, é necessário que os alunos reorganizem os conhe-
cimentos e informações anteriores ao tomarem posse das no-
vas informações. A tomada de consciência é essencial para o
reconhecimento das variáveis importantes em um problema.
A construção de explicações corresponde à compreensão
do fenômeno por meio do estabelecimento das relações exis-
tentes entre as variáveis, deixando de ser uma ação individu-
al do aluno.

Etapas de uma SEI

A SEI consiste em uma sequência didática descrita por


Carvalho (2013), que condiz com um ensino pautado em
uma metodologia investigativa. Pode ser dividida em quatro
partes principais:

I) O problema

O tipo de problema escolhido para introduzir uma SEI


pode variar entre problemas experimentais, problemas não
experimentais ou demonstrações investigativas quando os
experimentos escolhidos apresentam algum tipo de risco aos
estudantes e, por isso, precisam ser manipulados pelo pro-
fessor e apenas observado pelos alunos. Entretanto, os pro-
blemas experimentais são os que mais despertam interesse e
curiosidade nos discentes.
Independentemente do tipo de problema escolhido para
introduzir a SEI, todos devem propor as mesmas etapas: dis-
cussão em grupos pequenos de alunos, abertura das discus-
sões com toda a classe com a coordenação do professor, e a
elaboração individual de um pequeno texto pelos alunos a
fim de verificar suas conclusões acerca do problema proposto.

Uma atividade de investigação deve partir de uma situa-


ção problematizadora e deve levar o aluno a refletir, dis-
cutir, explicar, relatar, enfim, que ele comece a produzir
seu próprio conhecimento por meio da interação entre o
pensar, sentir e fazer. Nessa perspectiva, a aprendizagem
de procedimentos e atitudes se torna, dentro do processo
de aprendizagem, tão importante quanto a aprendizagem
de conceitos e/ou conteúdos (AZEVEDO, 2004, p. 35).

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Azevedo (2004) explica, de acordo Bachelard, que todo sa-


ber é a resposta de um problema. Todavia, este problema deve
estar inserido na realidade dos estudantes, para que estes bus-
quem a solução para a questão proposta fazendo uso de seus
saberes imediatos sobre o assunto. O problema é, portanto,
um dos fundamentos para a construção do conhecimento.

II) Sistematização do conhecimento

Apesar da etapa de problematização envolver discussão


com toda a turma e sistematização do conceito ou conheci-
mento contido no problema escolhido, pode ser que nem to-
dos os educandos tenham alcançado o nível de conhecimento
necessário sobre aquele determinado assunto. Por isso, des-
taca-se a necessidade de oferecer um texto de sistematização.
O objetivo dessa etapa é fazer com que os estudantes re-
pensem o passo a passo realizado até se chegar à resolução
da questão, além de rever os conceitos introduzidos pela pro-
blematização inicial. Nesse texto, os alunos terão acesso ao
processo de resolução do problema e à solução final numa
linguagem mais científica.
Essa atividade de leitura do texto de sistematização deve
vir acompanhada a uma discussão. O professor tem o papel
de conduzir a discussão de modo que os alunos construam o
saber científico respectivo ao tema abordado.

III) Contextualização social do conhecimento

Essa etapa da SEI é de extrema importância, pois ela irá fa-


zer com que os alunos reflitam onde aquele determinado fenô-
meno estudado pode ser aplicado em seu dia a dia. Ela pode se
dar de forma simples, apenas por meio de perguntas, indaga-
ções sobre a existência do fenômeno estudado no cotidiano, ou
por meio de um texto, quando se pretende obter uma contex-
tualização mais elaborada e/ou aprofundamento do conteúdo.

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IV) Atividade de avaliação

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Arco de Maguerez e Jigsaw: associando uma metodologia
Carvalho (2013, p.18), sugere que ao término de uma SEI,
seja realizada uma avaliação. No entanto, a autora destaca que
a forma de avaliação deve ser compatível com a metodolo-
gia de ensino utilizada. É importante a mudança de postura
do professor em relação ao método tradicional de avaliação.
A avaliação incluirá a observação das ações realizadas e dos
resultados obtidos pela turma. Desta forma, o docente deve-
rá observar e registrar a evolução da turma como um todo,
como também a dos alunos individualmente e suas respecti-
vas participações durante a aula. Vale ressaltar que normal-
mente os conteúdos processuais e atitudinais não são avalia-
dos, mas nas SEIs essas avaliações são importantes, visto que
os processos e atitudes fazem parte dessa metodologia.
Assim temos de compatibilizar os objetivos do ensi-
no, realizado pelas atividades das SEIs, com a avaliação da
aprendizagem dos alunos nos mesmos termos: avaliação dos
conceitos, termos e noções científicas, avaliação das ações e
processos da ciência e avaliações das atitudes exibidas duran-
te as atividades de ensino. (Carvalho 2013, p.18)
A proposta para avaliação visando a aferição da apren-
dizagem conceitual é que seja feita em forma de questiona-
mento, construção de painel ou resposta às cruzadinhas, por
exemplo. A ideia é que a avaliação se dê de forma interessan-
te, sem que os alunos percebam que estão sendo avaliados.
Uma outra forma de avaliação, porém um pouco tradicional
seria, ao findar de cada SEI, propor um questionário envol-
vendo os principais conceitos estudados.

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Atividades que podem ser utilizadas como
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PROBLEMA em uma SEI

Tipo de
Descrição Problema proposto
atividade

Estratégia para sala de aula quando não tem


material suficiente para ser trabalhado por
todos ou quando apresenta certo grau de
periculosidade; Pode ser realizada em apenas
Demonstração uma aula;
investigativa Diferente da tradicional, que segue roteiro
pré definido, o professor tem papel de propor
um problema, testar as hipóteses dos alunos O que acontecerá com o
e inquiri-los sobre novas ideias, possibilitando balão de aniversário se
que eles percebam outras variáveis. aquecermos o recipiente?

Envolve um processo de investigação com


criação de hipóteses, levantamento de dados
para a formulação de conclusões viáveis;
Laboratório
Adequado para trabalhos em grupos;
investigativo O professor só propõe o problema e oferece
liberdade aos alunos de opinarem, intervindo O que acontece com
apenas de forma pontual. a temperatura da
água enquanto nós a
aquecemos?

Problema com lápis e papel, teórico; Diferença


dos exercícios tradicionais está no enunciado;
Os exercícios tradicionais fornecem os dados Durante uma viagem, um
no enunciado e indica caminhos para se carro faz parte do trajeto
chegar ao resultado esperado, geralmente
com uma velocidade e
Problema único;
a outra parte com outra
aberto O problema aberto apresenta em seu
enunciado uma situação problemática, os velocidade. Qual será a
dados surgem a partir da análise para gerar as velocidade média desse
proposições iniciais, as respostas são variadas carro?
e passíveis de validação;
Sugere-se trabalho em grupos pequenos.

Discussão de aspectos correlacionados ao


fazer científico;
Pode ser utilizada para enfatizar contextos
históricos;
Leitura Exemplo de leitura
Necessidade de correlacionar o texto lido
investigativa proposta: “A vida de
com outros conhecimentos para responder às
perguntas propostas pelo professor, levando, Galileu”
portanto, à construção de hipóteses;
Sistematização de informações discutidas para
construir relações com outros temas em pauta.

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A vela que atrai água: um exemplo

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Arco de Maguerez e Jigsaw: associando uma metodologia
Reações químicas
Materiais Procedimento experimental
- Uma vela;
1. Fixe a vela no prato e encha-o de
- Uma caixa de fósforo
água;
- Um prato de vidro;
2. Acenda a vela e depois a cubra com o
- Um copo de vidro;
copo de vidro;
- Água.

Figura 5: Esquema do experimento

http://www.cienciamao.usp.br/tudo/exibir.php?midia=rip&cod=_expe-
rienciadavela4-termologia-txttem0017

Por que a chama da vela se apaga?


Questões Por que a água contida no prato sobe pelas paredes do copo?

Os alunos poderão ser divididos em pequenos grupos de


no máximo 5 integrantes. O aparato experimental deverá ser
entregue a cada grupo que, após a realização do experimento,
deverá levantar hipóteses, por meio de uma discussão, para
responder às questões propostas.
Se o professor julgar que o experimento oferece riscos a
integridade física dos estudantes, ele poderá realizar o expe-
rimento como uma demonstração investigativa. Entretanto,
a discussão com a turma sobre o fenômeno ocorrido faz-se
de extrema relevância para o levantamento de hipóteses e ex-
plicações para o observado.
O professor deve tomar cuidado para não “dar dicas” ex-
cessivas aos educandos, antes deve fazer perguntas chaves
apenas para guiar a discussão. É importante que todos os
alunos participem e exponham suas opiniões, mesmo que as
hipóteses levantadas não estejam corretas, elas deverão ser
valorizadas no processo de construção do conhecimento. As
questões propostas também servirão para encaminhar os es-
tudantes na discussão.

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Arco de Maguerez e Jigsaw: associando uma metodologia

Possíveis hipóteses que os alunos irão levantar


Acabou o ar;
A água apagou o fogo;
A chama da vela apaga porquê...
A umidade do copo apagou o fogo;
O copo sufocou a chama.
- O copo é escorregadio;
A pressão é menor;
A água sobe pelas paredes do
Para apagar a chama;
copo porquê...
A água encontrou espaço;
A força da gravidade puxou a água.

Quando o professor observar que as hipóteses estão se


aproximando da explicação esperada, ele deverá questionar
os alunos de forma mais enfática acerca dessas hipóteses su-
geridas, a fim de aprofundar a questão e chegar na resolu-
ção do problema. Terminando esta etapa de levantamento de
hipóteses, o docente poderá fornecer a explicação científica
para o ocorrido e iniciar a etapa de sistematização do conhe-
cimento, na qual os alunos se aprofundarão nos conceitos in-
troduzidos pelo experimento. Essa etapa poderá ser realizada
por meio de um texto sistemático ou mesmo pela construção
da compreensão acerca dos conceitos e termos referentes ao
assunto trabalhado.
O experimento proposto trata da realização de uma rea-
ção química específica: a reação de combustão. Cada reação
química exige condições específicas para a sua ocorrência
como por exemplo o contato entre os reagentes ou o aqueci-
mento quando tratamos de certas reações de decomposição.
As reações de combustão exigem a presença três fatores es-
senciais para a sua ocorrência: 1) Combustível; 2) Combu-
rente; 3) Energia.

Fatores essenciais para a ocorrência de uma reação de combustão


Combustível Comburente Energia (calor)
Material oxidável que é Fonte ignição necessária para
Normalmente é o
consumido. Ex: A parafina que a reação se inicie.
oxigênio presente no ar.
presente na vela. Ex: A chama do fósforo.

Qual finalidade de utilizar este experimento como pro-


blematização inicial?
Tem a finalidade de fazer com que os alunos compreen-
dam os fatores necessários para que a reação de combustão
se processe. A partir dessa questão, o conteúdo poderá ser
trabalhado abordando os outros tipos de reações existentes e
suas respectivas condições de ocorrência.

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O que os alunos precisam saber ao final da SEI

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Arco de Maguerez e Jigsaw: associando uma metodologia
aplicada?

É importante que ao final da sequência didática os alunos


tenham de forma clara em suas mentes os pontos principais
dos conteúdos introduzidos no experimento. Nesse caso,
eles terão que compreender que:

A chama da vela é alimentada pelo oxigênio presente no ar e por isso a vela


se apaga depois de alguns segundos em que é tampada por um copo. A
chama só permanece acesa enquanto ainda existe o combustível.

o fenômeno da água subindo pela parede do copo é de simples assimilação,


uma vez que quando o oxigênio é consumido pela chama, o ar quente, que
envolve a vela, vai resfriando-se na medida em que a vela apaga. Portanto,
a pressão dentro do copo se torna menor e a água é empurrada para dentro
do copo pela pressão atmosférica. Por meio desse fato é possível enfatizar
que mesmo não conseguindo enxergar os gases, eles estão presentes na
atmosfera e ocupam um espaço físico.

Após a etapa de sistematização do conhecimento, é im-


portante que o professor contextualize o conteúdo aplicado o
máximo que conseguir. No caso do conteúdo escolhido, rea-
ções químicas, o docente poderia trabalhar sobre as diversas
reações de combustão existentes em nosso dia a dia, como
por exemplo, a combustão do gás de cozinha produzindo a
chama no fogão e a combustão que permite o funcionamento
de um carro. Além disso, outras reações diversas poderiam
ser trabalhadas, como reações para produção de sabão e de-
tergentes, a ferrugem, as diversas reações que ocorrem no or-
ganismo durante a digestão, a fotossíntese, a reação de uma
pilha, a fermentação, entre outros exemplos. Desta forma, o
aluno enxergaria os conteúdos científicos de uma forma mais
conectada ao seu cotidiano, tendo mais prazer em estudá-los
e curiosidade para compreender o mundo à sua volta.
Ao fim da sequência didática, faz-se necessário uma ati-
vidade de avaliação, que pode ser feita por meio de ques-
tionários com perguntas abertas e fechadas ou mesmo pela
elaboração de um pequeno texto, em que o professor avaliará
a capacidade argumentativa do estudante.

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Referências
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