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ETP Sicó

Curso Profissional de Técnico de


Informática de Gestão

3ºAno
Escola Tecnológica
e Profissional de Sicó

Disciplina de Organização de
Empresas e Aplicações de Gestão

Módulo nº 10
Gestão de Recursos Humanos
36 H or as

Ano Lectivo: 2010/2011

Gestão de Recursos Humanos Formadora: Nuno Santos


1
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ÍNDICE

Pág.

Comportamento nas Organizações 7


• Organização 7
• A importância das pessoas nas organizações 9
• A motivação 10
• A liderança 15
• A gestão de conflitos 17
• Avaliação de desempenho 20

Factores críticos de sucesso na gestão de pessoas 23


• Cultura da empresa 23
• Gestão da mudança 25
• Gestão do stress 26
• Análise e qualificação de funções 31

Função Recursos Humanos 33


• Gestão Administrativa de Pessoal 33

Recrutamento e Selecção 34
• Objectivo da selecção / recrutamento 34
• Perfil do candidato 35
• Tipos de recrutamento 36
• Fases do processo de selecção 37

Legislação laboral 46

Segurança e Saúde no Trabalho 47


• Importância da Segurança e Saúde no Trabalho 47
• Regulamentos gerais de Segurança e Saúde no Trabalho 51

Actividade 1 54
Actividade 2 56
Actividade 3 57
Actividade 4 58

Prova Modelo 59

Gestão de Recursos Humanos 2


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OBJECTIVOS

Com este módulo pretende-se que domines os seguintes objectivos:

 Compreender a abrangência do estudo do comportamento nas e das organizações;


 Valorizar a imagem de uma organização através das atitudes comunicacionais e dos efeitos
comportamentais;
 Compreender a motivação e a satisfação e a importância do seu impacto, não apenas no bem-
estar pessoal, mas também na produtividade individual;
 Compreender a importância da liderança e sua a influencia no comportamento humano;
 Compreender os modelos de tomada de decisão e a sua importância na actividade de gestão;
 Compreender o modo como funcionam os grupos e as equipas em situação profissional;
 Identificar situações de conflito e negociar soluções satisfatórias;
 Reconhecer a importância da cultura organizacional e o seu impacto a nível empresarial.
 Compreender o processo de mudança organizacional;
 Reconhecer resistências à mudança;
 Sensibilizar os novos técnicos, para a importância da adopção de atitudes e formas adequadas
utilizadas no relacionamento entre as pessoas na organização;

CONTEÚDOS

 Comportamento nas Organizações


 Factores críticos de sucesso na gestão de pessoas
 Recrutamento e Selecção

 Legislação laboral
 Segurança e Saúde no Trabalho

ACTIVIDADES

 Exposição teórica dos assuntos do módulo em sala de aula,

 Fichas de trabalho,

 Trabalho de grupo apresentados pelos alunos em salas de aula,

AVALIAÇÃO

Gestão de Recursos Humanos 3


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A avaliação deverá centrar-se em cada formando. Assim será desejável, ao longo de cada
módulo desenvolveres a capacidade de auto-avaliação e verificares se os objectivos propostos estão a
ser atingidos.

Para efeito de avaliação final serão tidos em conta os seguintes critérios:

Os alunos serão avaliados segundo os aspectos cognitivos e comportamentais:

• Aquisição e aplicação dos conhecimentos;


• Avaliação contínua, tendo em conta a atitude demonstrada durante as aulas (empenho,
comportamento, interesse, motivação, autonomia, pontualidade, assiduidade, etc.);

Os instrumentos de avaliação utilizados são:

• Participação e envolvimento nos trabalhos práticos;


• Trabalhos de Grupo;
• Realização de uma ficha escrita de avaliação de conhecimentos.

Grelha de Avaliação de Competências

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Níveis de avaliação das competências técnicas


Competências técnicas/

Objectivos a atingir Nível 1 Nível 2 Nível 3 Nível 4 Nível 5


Mau Insuficiente Suficiente Bom Muito Bom
(De 0 a 5 Valores) (de 6 a 9 Valores) (de 10 a 14 Valores) (de 15 a 17 Valores) (de 18 a 20 Valores)

Identificar a importância da O aluno não identifica a O aluno identifica a O aluno identifica a O aluno identifica a O aluno identifica a
gestão de pessoas na importância da gestão de importância da gestão de importância da gestão de importância da gestão de importância da gestão de
organização, bem como pessoas, nem dos pessoas, no entanto não pessoas, no entanto apenas pessoas, no entanto apenas pessoas, define e reconhece
dos comportamentos dentro comportamentos que identifica a importância dos reconhece a importância de define e identifica a a importância de todos
da mesma (Motivação, existem numa organização comportamentos que dois dos comportamentos importância de 4 dos comportamentos que
Liderança, Cultura, Gestão (Motivação, Liderança, existem numa organização que existem numa comportamentos que existem numa organização
de Conflitos e Avaliação de Cultura, Gestão de (Motivação, Liderança, organização (Motivação, existem numa organização tais como a Motivação,
Desempenho). Conflitos e Avaliação de Cultura, Gestão de Liderança, Cultura, Gestão (Motivação, Liderança, Liderança, Cultura, Gestão
(A) Desempenho). Conflitos e Avaliação de de Conflitos e Avaliação de Cultura, Gestão de de Conflitos e Avaliação de
Desempenho). Desempenho). Conflitos e Avaliação de Desempenho.
Desempenho).

Descrever o processo de O aluno não descreve o O aluno apenas descreve os O aluno descreve os O aluno descreve os O aluno é capaz de descrever
recrutamento e selecção de processo de recrutamento e objectivos do processo de objectivos e ainda dois objectivos e ainda quatro os objectivos e ainda seis
pessoal (objectivos, selecção de pessoal recrutamento e selecção de métodos do processo de métodos e cinco fases do métodos e doze fases do
métodos e fases do (objectivos, métodos e pessoal (objectivos, recrutamento e selecção de processo de recrutamento e processo de recrutamento e
processo). fases do processo). métodos e fases do pessoal (objectivos, selecção de pessoal selecção de pessoal
(B) processo). métodos e fases do (objectivos, métodos e (objectivos, métodos e fases
processo). fases do processo). do processo).

Indicar e aplicar a casos O aluno não indica nem O aluno indica duas normas O aluno indica pelo menos O aluno indica sete normas O aluno indica, e aplica em
práticos as normas de aplica nenhuma das normas de regulamentação do cinco regras de de regulamentação do casos práticos dez normas de
regulamentação do de regulamentação do trabalho, no entanto não as regulamentação do trabalho trabalho, mas apenas aplica regulamentação do trabalho.
trabalho. trabalho. consegue aplicar. mas apenas aplica três seis delas.
(C) delas.

Reconhecer a importância
da Legislação sobre O aluno não reconhece a O aluno reconhece a O aluno reconhece a O aluno reconhece a O aluno reconhece a
Segurança, Higiene e importância da legislação importância da legislação importância da legislação importância da legislação importância da legislação

Gestão de Recursos Humanos 5


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Saúde no Trabalho sobre SHST, nem indica sobre SHST, mas no sobre SHST, indica cinco sobre SHST, indica sete sobre SHST, indica e aplica
(SHST), indicar e aplicar qualquer norma da referida entanto não indica ou normas, mas no entanto normas, mas apenas aplica todas as normas existentes
as respectivas normas em legislação aplica qualquer norma da não aplica em casos cinco delas em casos em casos práticos.
exercícios práticos. referida legislação práticos. práticos.
(D)

Gestão de Recursos Humanos 6


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Organizações e Comportamento Organizacional

Organizações

Mais ou menos estruturada e formalizada, mais ou menos disseminada na textura global da


empresa, a função de RH está sempre presente, nem que seja somente sob uma forma meramente
administrativo-legal.

Habitualmente, a estruturação formal e a organização da função aumenta com a dimensão da


empresa, mas pode também variar de acordo com outros factores, quer de natureza interna, quer da
natureza externa: as tecnologias utilizadas, os produtos comercializados, os mercados, etc. Para além
deste aspecto, a visão do dirigente influencia, o tipo de organização da função no interior da empresa.

Neste contexto, o papel atribuído pelo empresário ou pela direcção geral da empresa à função de
RH no contexto da gestão global é muitas vezes influenciado pelas características individuais desses
dirigentes, os seus preconceitos, o seu dinamismo, a sua formação, a sua experiência anterior, etc.
Assim, o papel desempenhado pela função de RH depende da forma como o responsável máximo da
empresa encara as actividades relacionadas com o pessoal.

Analisemos alguns factores a ponderar na organização da GRH.

O papel atribuído pela Direcção à Gestão de Recursos Humanos

A GRH pode assumir vários papéis na empresa:

 Participar e aconselhar na formulação de estratégias e políticas de RH e fornecer informação


para utilização na gestão de topo, em relação quer ao ambiente interno quer externo.
 Apoiar e aconselhar os gestores de linha nas actividades da gestão corrente do seu pessoal, os
quais são em última análise, os responsáveis pelos seus colaboradores.
 Desempenhar uma função de auditoria nas actividades da gestão corrente do seu pessoal, os
quais são em ultima analise, os responsáveis pelos seus colaboradores.
 Desempenhar uma função de auditoria social e controlo da aplicação das políticas e
metodologias de GRH.
 Contribuir na aplicação e desenvolvimento de técnicas de GRH inovadoras, tão importantes no
contexto actual, de modo a assegurar a permanente melhoria de produtividade e de qualidade de
vida no trabalho.

A posição do gestor de Recursos Humanos

O gestor de RH dever-se-á situar, preferencialmente, numa posição elevada da estrutura


hierárquica para poder cumprir plenamente as suas funções desde o nível estratégico ao operacional.
Poderá, assim, ter o poder necessário para tomar parte na formulação das políticas e acompanhar a sua
correcta implantação no terreno.

Gestão de Recursos Humanos 7


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Os seus responsáveis

Numa óptica abrangente, poderemos afirmar que todos os membros da empresa poderão ser
responsáveis pela GRH.

Por um lado, a GRH é habitualmente tarefa de pessoas que nela se especializaram e que são os
primeiros responsáveis perante o pessoal. Mas é também dos gestores e supervisores de linha, que
embora não tenham formação especializada neste domínio, são os responsáveis pela implantação no dia-
a-dia das actividades respeitantes ao pessoal.

Enquadramento

A expressão estrutural que a função RH apresenta na empresa, é habitualmente, um indicador


importante para avaliar a importância que a empresa lhe atribui.

PEQUENA EMPRESA MÉDIA EMPRESA

- Pouca importância atribuída às diferentes - Maior sofisticação nos tratamentos da gestão


tarefas de GRH, com excepção da administrativa do pessoal com apoio
administração do pessoal. informático.

- Concentração das decisões em GRH na figura - Delegação mais ou menos acentuada das
do dirigente da empresa. decisões mais “técnicas” em GRH.

- Tarefas operacionais a cargo do responsável - Tarefas operacionais de um sector especifico


da contabilidade ou de uma secretaria equivalente a uma “secção de pessoal”.

- Inexistência de formação especializada nos - Progressiva especialização de funções, a


domínios de RH. cargo de uma pessoa ou uma pequena equipa
com formação apropriada.

Gestão de Recursos Humanos 8


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A importância das Pessoas na Organização

Corresponde a centrar as atenções e as práticas nos aspectos energéticos das relações entre a
pessoa e a organização.
Tal como todos os recursos, os humanos são portadores de energia que alimentam o
sistema/organização. Nesta perspectiva, sendo os RH a maior fonte de energia que a empresa tem, existe
a necessidade de compreender a especificidade deles, o que leva a um desenvolvimento cada vez maior
das pesquisas em comportamento organizacional, e por outro lado, há que criar nas empresas, as
condições que nelas permitam uma efectiva potenciação dessa energia, com vista a uma cada vez maior
eficácia.

Planeamento das Necessidades

Existem 3 actividades vitais para garantir um adequado planeamento de efectivos:

 A previsão das necessidades organizacionais em termos de RH a médio e a longo prazo.

 Analise dos postos funcionais da empresa para determinar quer os seus objectivos e tarefas
principais quer as capacidades, conhecimentos e aptidões requeridas para o seu bom
desempenho.
 Desenho de planos de carreiras adequados à realidade da empresa e o mais possível ajustados às
expectativas profissionais dos colaboradores.

Preenchimento das Necessidades

As actividades básicas desta função são:

 O recrutamento de candidatos aos diversos postos funcionais.


 A selecção, entre os candidatos, das pessoas mais adequadas aos postos funcionais a preencher.
 A integração dos novos colaboradores.

Estabelecimento e Manutenção das boas relações laborais

Poderemos assinalar 2 pressupostos básicos a ter em conta para estabelecer e manter um bom
clima laboral na empresa:

 Respeito pelos direitos legais;


Negociação dos conflitos com os colaboradores e com as suas organizações representativas.

Gestão de Carreiras

Desde a integração de um novo colaborador até à sua saída da empresa, algumas operações de
mobilidade interna justificam a adopção de princípios e métodos destinados a garantir índices de
progressão e enriquecimento profissional suficientemente motivadores e realistas com o crescimento do
negócio.

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Para garantir uma integração bem sucedida de um novo colaborador, deve ser criado um Manual
de Acolhimento com as políticas e procedimentos da empresa, bem como a sua história, os seus planos
futuros e outras informações gerais. Por outro lado, sabendo que os primeiros dias são cruciais para que
o colaborador venha a ficar na empresa e sentir-se feliz no trabalho, o gestor e as chefias directas
assumem um papel muito activo, garantindo uma efectiva socialização do novo colega.
Com a continuidade de permanência do colaborador na empresa e a evolução das suas
necessidades surgem expectativas de promoção, quer vertical, quer horizontal. Estas devem incidir
sobre os colaboradores que são capazes de assumir mais responsabilidades e que demonstram iniciativa.
No entanto, devem ser promovidos com cuidado para não provocar ressentimentos.
Para isso, a empresa deve delinear carreiras, onde estabelece as linhas de progressão
profissional nas áreas sócio-profissionais chave: carreiras de gestão, técnicas, administrativas,
comerciais ou operacionais. Os critérios de progressão nas linhas de carreira reproduzem aquilo que a
empresa valoriza como factores de promoção: desempenho, formação especializada, antiguidade, etc..
De uma forma geral as linhas de carreira são explícitas, o que já não acontece com os critérios
de progressão, que pela crescente turbulência das mudanças das PME’s, podem alterar-se, tomando-se
difícil apresentá-los como definitivos.
Daí a necessidade de uma gestão individual das carreiras, como factor estratégico, onde, cada
individuo dá contributos e possui interesses e aspirações muito próprias; por sua vez a empresa tem
momentos altos e baixos, onde pode ou não gerir as expectativas de cada um com maior ou menor
convicção.

Métodos de Compensação

Podemos definir a compensação como o processo através do qual a empresa avalia as


contribuições dos seus empregados de modo a distribuir adequadamente as recompensas de acordo com
as suas possibilidades económico-financeiras.
Em sentido lato, podemos agrupar as recompensas em duas grandes categorias:
* Extrínsecas
* Intrínsecas.
As primeiras reportam-se ao salário e a todo o tipo de incentivos, prémios e benefícios.
As segundas estão relacionadas com o conteúdo dos postos de trabalho, desempenho das
funções, com a autonomia e realização profissional dos trabalhadores.
Ambos constituem um todo a ter em conta no sistema de compensação e o seu peso relativo
deve ser ponderado e definido tendo em conta, quer os objectivos estratégicos da empresa, quer as suas
possibilidades económicas.

Motivação, Satisfação

Se as técnicas e os instrumentos são fundamentais para uma eficaz GRH, eles todavia terão que
ser suportados por uma capacidade de as pôr ao serviço de um projecto de dinamização efectiva dos
comportamentos profissionais. E para que uma empresa progrida de facto, é necessário melhorar as suas
formas de gerir e dinamizar os homens. Neste capítulo sugere-se algumas pistas para o realizar.

A IMPORTÂNCIA DOS COMPORTAMENTOS

Gestão de Recursos Humanos 10


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A animação das pessoas e das equipas numa empresa em mudança deve constituir uma
preocupação fundamental.
As perspectivas clássicas da gestão consideravam a empresa como um universo simples,
cruzado por processos simples, facilmente planeáveis. Hoje, no entanto, a complexidade e o cruzamento
dos fenómenos económicos, no plano internacional, obrigam as empresas a aumentar a sua
competitividade, correndo maiores riscos e enfrentando situações atípicas.
Esta, encontra-se enquadrada num espaço e num tempo conturbados, onde o mundo empresarial
faz viver, no seu interior, uma dinâmica contraditória:
* Por um lado, a explosão de novas necessidades e ambições, faz apelo a uma busca individual
de maior autonomia, liberdade e poder por parte do conjunto de colaboradores da empresa.
* Por outro lado, a empresa tem necessidade de manter, no seu seio, um clima interno coeso,
através de uma interacção positiva entre as suas diferentes áreas diferenciadas.
Diferenciação e integração, são, assim, os dois pólos em que se agita a vida empresarial, nem
sempre conseguindo uma eficaz gestão da sua articulação.
Neste contexto, sem dúvida que uma das grandes batalhas do nosso tempo e do nosso mundo
empresarial é conseguir dinamizar, no seio da empresa, uma identidade profissional sólida que permita a
cada um situar-se com clareza no projecto da sua empresa, fazendo do desenvolvimento da empresa
uma parte importante do seu próprio desenvolvimento.
Numa pequena empresa este processo é, naturalmente, mais facilitado do que na grande
empresa. Na verdade, a “pequenez” da PME cria uma situação única, em termos do ambiente dos
recursos humanos: maior proximidade entre as pessoas, menor burocratização nos processos de
comunicação e, portanto, menor ruído nos respectivos canais, maior proximidade ao negócio, o que
favorece uma mais forte penetração da mentalidade empresarial.
No entanto, esta mesma situação pode, por sua vez, gerar efeitos contrários. Depende da
maneira como o projecto da empresa é vivido pelos seus dirigentes, dos modos de comunicar esse
projecto ao conjunto dos colaboradores e do maior ou menor grau de adesão das pessoas aos valores e à
cultura da empresa.

A cultura da empresa diz respeito aos valores, crenças, imagens simbólicas, rituais e formas de
expressão que estabelecem um conjunto de normas implícitas, informais, relativamente às quais o
indivíduo situa o seu comportamento na empresa.
A gestão do sistema cultural é um meio extremamente poderoso de integração dos
comportamentos pessoais, reforçando o papel do sistema formal constituído pelas regras de conduta
subjacentes à estrutura organizacional e aos modos de exercício do poder.
É, normalmente, ao dirigente da empresa que cabe a primeira responsabilidade na gestão do
sistema cultural. E ele que, mais do que qualquer outro, representa os valores sobre os quais se
desenvolve o edifício empresarial na sua globalidade. Neste sentido, o dirigente aparece como o poio
aglutinador da identidade da empresa, ou seja a maior ou menor adesão que os diferentes colaboradores
apresentam relativamente aos valores e ao projecto de empresa. Cada colaborador desenvolve, face à
sua empresa uma atitude ou um conjunto de atitudes que permitem identificar a sua motivação.
O diagnóstico das motivações dos colaboradores aparece então como um instrumento
fundamental da Gestão de RH.

A GESTÃO DAS MOTIVAÇÕES

Embora as teorias existentes, não sejam todas unânimes numa definição, podemos entender por
motivação uma força que impulsiona o indivíduo a procurar satisfazer as suas necessidades, os seus
desejos e que determina um comportamento visando reduzir um estado de tensão e assim estabelecer
(ou restabelecer) um estado de equilíbrio.
Gestão de Recursos Humanos 11
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As pessoas diferem no que respeita à motivação. As necessidades, os valores, as capacidades


variam de indivíduo para indivíduo e como tal também os seus modos de comportamento. Até no
mesmo indivíduo esses aspectos podem variar ao longo do tempo.

O processo que leva aos comportamentos todavia, é no essencial o mesmo:


* Todo o comportamento tem uma causa (estímulos internos ou externos)
* Todo o comportamento tem uma finalidade, é orientado para um objectivo explícito ou
implícito.

A motivação é um processo de 3 etapas que implica a vontade de efectuar uma tarefa ou de


atingir um fim, conseguindo:

* Realizar um esforço;
* Suportar esse esforço até que o objectivo seja atingido;
* Consagrar-lhe a energia necessária.

Assim, por motivação designa-se a direcção e a amplitude dos comportamentos envolvidos, o


seu vigor e a sua intensidade. Motivamo-nos para realizar uma tarefa precisa, atingir um
objectivo específico: mas é um contra-senso dizer e alguém está ou não motivado,
simplesmente.

MODELO COMPREENSIVO DOS PROBLEMAS DA MOTIVAÇÃO

Uma das teorias da motivação mais conhecidas é a de Abraham Maslow. Afirma que cada
indivíduo possui uma hierarquia de necessidades. Quando essas necessidades de base, tais como a
alimentação, alojamento e segurança, estão asseguradas, as pessoas consagram a sua energia a satisfazer
necessidades mais elevadas, tais como as de pertença, estima e auto-realização.

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A hierarquia apresenta-se como segue:

Maslow insistiu na complexidade das necessidades dos indivíduos, na relação hierárquica destas
necessidades (por exemplo, é preciso satisfazer uma necessidade inferior antes de passar a uma
necessidade superior) e na ideia de que as necessidades satisfeitas não são mais factores de motivação.
Os estudos realizados sobre a hierarquia das necessidades levantam questões quanto à sua validade.
Na prática, os gestores aplicam a teoria de Maslow segundo uma abordagem situacional. As
necessidades dependem da personalidade e dos desejos dos indivíduos. Os cinco níveis de necessidades
são igualmente e simultaneamente necessários à sobrevivência e eles cruzam-se, em graus diferentes,
em cada indivíduo.

ALGUMAS TÉCNICAS DE MOTIVAÇÃO

A partir das teorias e das pesquisas até hoje desenvolvidas na área da motivação, surgiram
algumas técnicas das quais destacamos duas:
-> O Enriquecimento das Tarefas;
- > A Gestão por Objectivos.

O ENRIQUECIMENTO DAS TAREFAS

É uma técnica de organização do trabalho, baseado na teoria de F. Hertzberg, que


permite modificar o conteúdo das funções no sentido de proporcionar um nível mais elevado de
desafio e realização. O conceito de enriquecimento engloba a

reestruturação horizontal e vertical das funções com vista a aumentar o significado e a satisfação do
trabalho. Novas aptidões e capacidades podem ser usadas e a função é valorizada.

Indicamos seguidamente alguns princípios do enriquecimento das funções, identificando os


factores de motivação em jogo.

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Princípios de enquadramento das tarefas.

MOTIVAÇÃO E INOVAÇÃO

A motivação é mais um efeito do que uma causa. Ela é resultado da interacção entre um
colaborador com os seus interesses, as suas aspirações, as suas competências, e os valores e o ambiente
físico e social onde está inserido.

Os dirigentes e gestores em geral preocupam-se muito com a motivação dos seus colaboradores
e falam muito a esse respeito. Queixam-se da falta de dinamismo, de iniciativa e de assumpção de
responsabilidades. Essa legítima preocupação resulta de um desajustamento situado a dois níveis:

Existe um primeiro desajustamento entre o interesse do colaborador pelas tarefas a seu cargo e
as expectativas que tem face ao trabalho. Frequentemente é a própria natureza do trabalho que está na
origem da desmotivação. Constrangimentos de várias ordens tais como a rotina, a pasteurização, certos
horários, etc., tornam o trabalho desmotivado.

O enriquecimento das funções, a polivalência, assim como a robotização das tarefas repetitivas,
são um início de resposta a esse problema.

Noutro plano, existem pessoas cujas funções apresentam missões mais atraentes e
aparentemente mais valorizadas. Nesse caso, já não é a natureza do trabalho que causa a desmotivação,
mas sim o conjunto do ambiente profissional que pode estar empobrecido. Se a empresa não consegue
garantir um bom clima laboral onde existam relações interessantes e de qualidade, os indivíduos
afastam-se.

É precisamente neste caso que os dirigentes mais referem a motivação ligada à iniciativa e ao
dinamismo.

Gestão de Recursos Humanos 14


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A evolução das técnicas, a sofisticação dos produtos e a complexidade dos serviços, exigem
qualidades e competências que não se compadecem com uma simples “boa evolução” das funções. A
experiência mostra que as empresas que ganham vantagem competitiva são aquelas em que o seu
pessoal ultrapassa um desempenho médio.

Deste modo, para assegurar a sobrevivência e o desenvolvimento da empresa


moderna é preciso promover a iniciativa

A iniciativa diz respeito à parte imprevisível da execução. Todo o indivíduo numa organização
tem a sua margem de iniciativa com a qual pode jogar para modelar o seu desempenho. O que permite à
organização transformar-se é essa margem de iniciativa e não a “perfeita execução” de acordo com as
prescrições.

Jogando com as palavras, poder-se-ia dizer que as organizações conseguem mudar porque todos
os dias os colaboradores desobedecem um pouco. E uma nova atitude face às directivas, que se deve
estimular.

Liderança
Os desenvolvimentos anteriores situaram-nos alguns conceitos principais sobre a motivação. Não
são, todavia, as teorias que motivam os colaboradores. As teorias sobre a motivação têm sem dúvida, o
mérito de classificar as necessidades e explicar, de um modo simples e directo, coisas que, no fundo, são
muito mais complexas e menos lineares.

Uma coisa é realçada das teorias de motivação: quando as pessoas estão mais felizes trabalham
melhor, e uma melhor realização no trabalho pode contribuir para um melhor bem-estar a todos os
níveis. Claro que o sentimento de “conforto” no exercício de uma actividade profissional varia muito de
pessoa para pessoa.

Todavia, pensa-se, que das possibilidades do desenvolvimento de sentimentos de “conforto”


profissional aumentam à medida que cada empresa vai gerindo os seus recursos humanos de acordo com
os princípios e com o suporte das técnicas já referenciadas.

Entrámos, no mundo empresarial, na era dos resultados. A valorização, às vezes exagerada, dos
resultados quantitativos levam-nos muitas vezes a subestimar os esforços desenvolvidos numa
determinada acção.

Procurar atingir resultados é também darmo-nos um caminho, uma perspectiva, um método.


Ora, uma das tarefas a desenvolver pela Gestão de Recursos Humanos é precisamente, procurar
desenvolver nas pessoas as competências necessárias a estas orientações estratégicas.

O papel dos responsáveis hierárquicos aparece aqui, como relevante, na medida em que eles são
um dos pontos-chave na “fabricação de resultados”.

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Nas empresas, muitas vezes o papel de chefia é secundarizado relativamente às suas


componentes de gestão, valorizando-se apenas as actividades técnicas.

É, claro, o posicionamento que cada responsável hierárquico assume face à polaridade definida,
tem incidências expressivas nas suas práticas como “gestor do seu pessoal”.
Pensa-se que as evoluções recentes no panorama empresarial apontam para a necessidade de
uma assumpção, cada vez mais clara, dos responsáveis hierárquicos como os grandes e primeiros
“actores” da GRH, dinamizando, pelas sua práticas de gestores de pessoas, uma efectiva sinergia
organizacional que permita à empresa posicionar-se, como um todo integrado e sólido, na batalha da
concorrência

Conflitos e Negociação

Desde pequenos que somos confrontados com situações quer de conflito, quer de stress.
Inicialmente essas situações são pouco significantes mas, assim como as pessoas crescem, também
crescem os seus problemas.

De certeza que pela vossa vida fora vocês vão ter muitas situações onde vão necessitar de
alguma forma saber reagir a um destes problemas. Porque não começar a aprende-lo já antes que seja
tarde demais?

Gestão de Recursos Humanos 16


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Gestão de Conflitos

Basicamente todos sabemos o que é um conflito. A dificuldade surge quando temos de o definir.

Efectuando como que uma tradução a letra da definição encontrada no livro "Management",
podemos definir o conflito como sendo:

"A oposição que surge quando existe um desacordo dentro ou entre indivíduos, equipas,
departamentos ou organizações"

E, independentemente dos tipos de divergências de onde pode resultar, podemos dividir o conflito em 3
tipos:

o Conflitos de Objectivos;
o Conflitos Cognitivos;
o Conflitos Afectivos.

Tipos de Actuação face a Conflitos

Independentemente do tipo de conflito que se esteja a enfrentar, existem três tipos formas actuar
perante um conflito:

o Negativas;

O indivíduo tenta evitar a todo o custo qualquer tipo de conflito


ou

O indivíduo tenta utilizar o conflito de uma forma que leva a


uma competição intensiva.

o Positivas;

O Indivíduo tenta manter sempre um conflito

O Indivíduo quer que esse conflito seja um conflito construtivo

O indivíduo graças a esse conflito vai tentar descobrir as


diferenças de opinião entres os diversos participantes.

o Equilibradas.

Distingue-se da atitude denominada positiva, pelo facto de se


tentar encontrar um ponto de equilíbrio entre os dois tipos
anteriores quando se verifica que qualquer conflito pode ter
resultados negativos quer para a empresa/organização ou para
as próprias pessoas envolvidas.

Esta medida permite reduzir a ambiguidade e o conflito no


trabalho.

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Estilos de Gestão e de Conflitos

Quando se trata de resolver um conflito, existem diversas maneiras de o abordar. Analisando


essas abordagens podemos dizer que, na sua essência existem Cinco estilos de gestão de Conflitos:

Estilo "Evitar"

Consistem em tentar evitar a existência de conflitos.

Chega-se a dá-se razão a outra parte, mesmo que esta não a


tenha, só para que esse conflito não apareça.

Este estilo, apesar de parecer pouco interessante revela-se


positivo quando:

o Os assuntos são pouco significantes;


o Existe falta de Informação pelo que não convém tomar
certas atitudes que podem-se revelar erradas;
o A falta de Poder que temos não nos possibilitas que a
nossa posição seja tida em consideração;
o Existe outro indivíduo que consegue resolver melhor
este problema.

o Estilo "Calmo"

Permite a existência de conflitos mas sem haver grandes


discussões sobre o assunto.

Quando o conflito se torna um pouco mais elevado, facilmente


desiste da sua posição.

São condições para que este estilo seja utilizado com sucesso:

o Existir uma carga emocional elevada entre as partes


envolvidas;
o Ser fundamental que a harmonia se mantenha;

o O conflito existente basear-se na personalidade de


cada um e não nos objectivos ou meios utilizados.

o Estilo "Ditador"

Como o próprio nome indica, o funcionamento deste estilo, é a


base da ditadura.

Independentemente da opinião dos outros envolvidos, o


"Ditador" tem de "vencer" sempre.

Gestão de Recursos Humanos 18


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Parecendo um estilo totalmente a reprovar, existe pois algumas


situações onde a sua utilização se revela benéfica.

o A emergência da situação em que nos encontramos


implica uma acção imediata;
o É necessário tomar medidas pouco populares que vão
contra a posição dos outros elementos.
o As consequências de uma "derrota" são muito elevadas
especialmente para nos.

o Estilo "Compromisso"

Difere do estilo "Ditador" pelo facto de permitir que exista um


compromisso entre o que pretendemos e o que os outros
pretendem.

Exemplos de situações onde este tipo de acção se torna eficaz


são:

o A existência de um acordo é preferível a este não


existir;
o Não será possível levar a avante a nossa posição pois
sabemos que não nos é possível ganhar;
o Os pontos de vista existentes são muito diferentes.

o Estilo "Colaborador”

O estilo Colaborador consiste, como o próprio nome


indica em colaborar.

Basicamente tentamos chegar a um acordo comum entre


todos que minimize as perdas para todas as partes
envolvidas.

Este tipo de atitude é muito útil quando:

o O objectivo é o mesmo apenas existe uma


divergência na forma como o obter;
o Existe necessidade de se obter um consenso
o A solução a que devemos chegar necessita de ter
muita qualidade;

Mas, apesar de parecer muito nobre, existem algumas


situações que não se devem resolver com base neste
método.

o O tempo que dispomos é muito curto não


permitindo amplos debates;
o Existe a possibilidade de aparecerem aspectos
negativos de elementos do grupo;
Gestão de Recursos Humanos 19
ETP Sicó

o A tomada de uma acção desse tipo seria ma vista


pela empresa caso se trata-se de uma empresa cuja
gestão se baseia-se em métodos antiquados.
o

Negociação e gestão de conflitos

Negociar é o processo necessário que os indivíduos com objectivos comuns ou divergentes,


usam para apresentar e discutir propostas para atingir um acordo.

A relação existente entre negociar e os estilos de conflito, é bastante interessante e não deve ser
desprezada, pois há estilos que ajudam ou pioram a negociação. Se não, vejamos o caso tradicional,
onde cada parte envolvida fazia sempre uso do estilo "ditador", cedendo apenas em última instância,
com algum compromisso.

É portanto, evidente que o estilo colaborativo é o que produz melhores resultados na maioria das
negociações. A seguinte frase de Leornard Greenhalgh (professor de negociação no Dartmounth's Tuck
School of Business Administration) ilustra bem o contrário da filosofia tradicionalista: "Os gestores
precisam de fazer negócios, baseados nas relações com os outros."

Ou seja, não é estranho, o uso dos vários estilos de gestão de conflitos durante as negociações.
Principalmente se os estilos colaborativo e compromisso dominarem o processo, e neste caso
normalmente chega-se a soluções positivas para ambas as partes. É ainda aconselhável o uso do estilo
calmo, para ceder em alguma situação que seja muito importante para a outra parte, e pouco penosa para
a nós.

Em contrapartida ao estilo "ditador", pode ser usado o estilo compromisso quando nenhumas
das partes consegue fazer valer a sua solução. Neste caso pode ainda recorrer-se ao estilo "evitar",
deixando para futuras negociações os pontos de discórdia.

Usando de novo a exemplo da breve dos jogadores de basebol, a negociação durou meses,
porque as duas partes (jogadores e clubes) usavam o estilo "ditador", querendo apenas impor a sua
própria solução, causando hostilidade.

Avaliação de Desempenho

A prática da avaliação, em seu sentido genérico, é inerente à natureza humana assim como é
também a base para tomada de decisão que está presente em toda escolha. As organizações buscam
atrair e seleccionar colaboradores que compartilham os seus valores e crenças e utilizam sistemas de
reconhecimento para estimular e tentar garantir os desempenhos considerados adequados e desejáveis às
suas realidades. Contudo, entre o desempenho real e o desempenho esperado pode ocorrer um hiato, que
é muitas vezes designado como discrepância de desempenho. Para solucionar esta situação é comum
vermos as organizações delinearem diversas actividades e implantarem conceitos e metodologias que
nem sempre atendem suas próprias necessidades. Muitas vezes, nestes processos, ocorrem efeitos
opostos aos desejados, onde muitas expectativas são criadas e poucas são atendidas de forma positiva,
ou que venham a representar um ganho representativo na trajectória de desenvolvimento
pessoal/profissional dos trabalhadores. A partir desta realidade surge a indagação se a metodologia
tradicionalmente usada para mensurar o desempenho é adequada e contribui efectivamente para que o
trabalhador alcance o sucesso em suas metas.

A Avaliação de Desempenho foi originalmente estruturada para mensurar o desempenho e o


potencial do funcionário, tratando-se de uma avaliação sistemática, feita pelos supervisores ou outros
hierarquicamente superiores familiarizados com as rotinas e demandas do trabalho. Ela é
Gestão de Recursos Humanos 20
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tradicionalmente definida como o processo que procura mensurar objectivamente o desempenho e


fornecer aos colaboradores informações sobre a própria actuação, de forma que possam aperfeiçoá-la
sem diminuir sua independência e motivação para a realização do trabalho. O desempenho reflecte-se
no sucesso da própria organização e talvez por isso é característica mais óbvia a ser medida.

Observa-se que em muitas empresas o desempenho e a produtividade da equipa são muito


valorizados, porém poucos funcionários parecem apresentar o perfil e o desempenho esperado. Segundo
GIL (2001), é necessário para uma organização que ela mantenha um sistema de Avaliação de
Desempenho tecnicamente elaborada. Sendo esta, uma maneira de evitar que a avaliação seja feita de
forma superficial e unilateral, do chefe em relação ao supervisionado.

No entanto na visão de SCOTT (1998), a Avaliação de desempenho deveria preocupar-se com o


nível habitual de desempenho no trabalho actual, em determinado período, a contar desde a última
avaliação.

CHIAVENATO (1981), diz que a Avaliação de Desempenho é uma sistemática apreciação de


desempenho do indivíduo no cargo e do seu potencial de desenvolvimento.

Em muitas organizações a Avaliação de Desempenho é tratada como um procedimento de


grande importância na gestão de recursos humanos. Muitos gestores vêem na avaliação de desempenho
um conjunto de vantagens proveitosas para a melhoria da produtividade, sendo um meio para
desenvolver os recursos humanos da organização, pois torna possível identificar o grau de contribuição
de cada empregado para a organização, identificar os empregados que possuem qualificação superior à
requerida pelo cargo, identificar em que medida os programas de treino tem contribuído para a melhoria
do desempenho dos empregados, promover o auto-conhecimento e o dos empregados, além de fornecer
subsídios para definir o perfil requerido dos ocupantes dos cargos, remuneração e promoção, e também
para elaboração de planos de acção para desempenhos satisfatórios.

CHIAVENATO (1981) através da avaliação podem ser observadas e avaliadas competências


como: visão estratégica, planeamento, organização, responsabilidade, acompanhamento, liderança,
delegação, tomada de decisão, solução de problemas, iniciativa, criatividade e inovação, orientação a
resultados, auto-desenvolvimento, administração de conflitos, capacidade de negociação, flexibilidade e
adaptação a mudanças, competências interpessoal e trabalho em equipe.

A avaliação de desempenho é um instrumento utilizado pelas organizações há muito tempo.


Percebe-se que em muitas organizações há uma preocupação crescente em implantar algum sistema de
avaliação, que vise conhecer a extensão em relação a cada um dos colaboradores, tais como identificar
problemas de integração, supervisão, motivação, sub-aproveitamento do potencial e outros.

Métodos Tradicionais de Avaliação de Desempenho

Para CHIAVENATO (1981) avaliação de desempenho, muitas vezes, pode servir de base às
políticas de promoção das organizações. O processo é efectuado periodicamente, normalmente com
carácter anual, e consiste na análise objectiva do comportado do avaliado no seu trabalho, e posterior na
comunicação dos resultados. Tradicionalmente compete aos superiores avaliarem os seus subordinados,
estando à avaliação sujeita a correcções posteriores para que os resultados finais sejam compatíveis com
a política de promoções. A seguir apresentamos alguns dos métodos tradicionalmente utilizados para
avaliar desempenho.

Métodos da Escala Gráfica: É o método de Avaliação de desempenho mais utilizado, divulgado


e simples. Exige muitos cuidados, a fim de neutralizar a subjectividade e o pré-julgamento do avaliador
para evitar interferências. Trata-se de um método que avalia o desempenho das pessoas através de
factores de avaliação previamente definidos e graduados. Utiliza um formulário de dupla entrada, no
qual as linhas em sentido horizontal representam os factores de avaliação de desempenho; enquanto as
Gestão de Recursos Humanos 21
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colunas em sentido vertical, representam os graus de variação daqueles factores. Os factores são
previamente seleccionados para definir em cada empregado as qualidades que se pretende avaliar.

Método da Escolha Forçada: Consiste em avaliar o desempenho dos indivíduos por intermédio e
frases descritivas de determinadas alternativas de tipos de desempenho individual. Em cada bloco, ou
conjunto composto de duas, quatro ou mais frases, o avaliador deve escolher, forçosamente, apenas uma
ou duas alternativas, que mais se aplicam ao desempenho do empregado avaliado. As frases podem
variar, porem basicamente existem duas formas de composição: 1- os blocos são formados por duas
frases de significado positivo e de duas de significado negativo. O supervisor ou avaliador, ao julgar o
empregado, escolhe a frase que mais se aplica e a que menos se aplica ao desempenho do avaliado. 2-
Os blocos são formados apenas por quatro frases com significado positivo. O supervisor ou avaliador,
ao julgar o empregado, escolhe as frases que mais se aplicam ao desempenho do avaliado.

Método de Pesquisa de Campo: é feito pelo chefe, com assessoria de um especialista (staff) em
Avaliação de Desempenho. O especialista vai a cada sessão para entrevistar a chefia sobre o
desempenho de seus respectivos subordinados. Embora a Avaliação seja responsabilidade de cada chefe,
há uma ênfase na função de staff em assessorar da maneira mais completa.

Métodos dos Incidentes Críticos: Baseia-se no facto de que no comportamento humano, existem
certas características extremas, capazes de levar a resultados positivos. Uma técnica sistemática, por
meio da qual o supervisor imediato observa e regista os factos excepcionalmente positivos e os factos
excepcionalmente negativos a respeito do desempenho dos seus subordinados. Focaliza tanto as
excepções positivas como as negativas no desempenho das pessoas.

Método de Comparação aos Pares: consiste em comparar dois a dois empregados de cada vez,
anotando-se na coluna da direita, aquele que é considerado melhor, quanto ao desempenho.

Pode-se ainda, utilizar factores de avaliação. Assim, cada folha do formulário seria ocupada por
um factor de avaliação de desempenho.

Método de Frases Descritivas: é um método que não exige obrigatoriedade na escolha de frases.
O avaliador assimila apenas as frases que caracterizam o desempenho do subordinado (sinal “+” ou “s”)
e aquelas que realmente demonstram o oposto de seu desempenho (sinal “-“ ou “n”).

Método da Auto-Avaliação: é o método por meio do qual o próprio empregado é solicitado a


fazer uma sincera análise de suas próprias características de desempenho. Pode utilizar variáveis
sistemáticas, inclusive formulários baseados nos esquemas apresentados nos diversos métodos de
avaliação do desempenho já descritos.

Método de Avaliação por Resultados: liga-se aos programas de Administração por Objectivos.
Este método baseia-se numa comprovação periódica entre os resultados fixados (ou separados) para
cada funcionário e os resultados efectivamente alcançados. As conclusões a respeito dos resultados
permitem a identificação dos pontos fortes e fracos do funcionário, bem como as providências
necessárias para o próximo período. É considerado um método prático, embora o seu funcionamento
dependa das atitudes e dos pontos de vista do supervisor a respeito da avaliação do desempenho.

Também CHIAVENATO (1981) propõe a Avaliação por objectivos: Neste método de avaliação
o gestor e o colaborador negociam os objectivos a alcançar durante um período de tempo. Os objectivos
devem ser específicos e estar alinhados aos objectivos da organização. Periodicamente o gestor e o
colaborador devem se reunir e discutir o nível de desempenho, podendo ser re-negociados os objectivos.
O colaborador tem que estar motivado para apresentar planos, propor correcções e sugerir novas ideias.
Em contrapartida o gestor deve comunicar o seu agrado (ou desagrado) perante os resultados alcançados
e propor também correcções. A avaliação vai assim tomando forma através da análise do desempenho
do colaborador. O desempenho deve estar, contudo, limitado aos objectivos negociados. O gestor nunca
deve ter em conta aspectos que não estavam previstos nos objectivos, ou que não tivessem sido

Gestão de Recursos Humanos 22


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comunicados ao colaborador. Deve ser permitido ao colaborador apresentar a sua auto-avaliação e


discuti-la com o gestor.

Quando chega o momento do gestor comunicar a avaliação aos seus colaboradores, tanto um
como o outro, têm consciência dos resultados que foram alcançados e se foram satisfeitos, ou não, os
objectivos. Desta forma, o colaborador sabe de antemão o que se espera dele, e sabe se a avaliação que
lhe foi atribuída é justa ou não, pois já recebeu previamente o feedback do seu gestor. Por outro lado,
não poderá pôr em causa a avaliação dos colegas, pois os objectivos são negociados individualmente.

A política de progressão de carreiras, ou de aumentos salariais, também pode estar incluída


neste processo, podendo os colaboradores e o gestor negociar mediante o alcance dos resultados
esperados. Em todo e qualquer passo da Avaliação de Desempenho é fundamental que as informações
sejam correctas e reais, para que se possa, ao final, obter resultados reais sobre os empregados.

Métodos Mistos: é muito comum organizações que se caracterizam pela complexidade de seus
cargos, recorrerem a uma mistura de métodos na composição do modelo de Avaliação de Desempenho.

Factores Críticos de sucesso na gestão de pessoas

Cultura Organizacional
Gradualmente, as abordagens sociológicas relativas às organizações superaram as insuficiências dos
paradigmas teóricos do início do século, baseados em pressupostos de pura racionalidade, e numa visão
maquinista do papel dos indivíduos naquelas estruturas. A crescente preocupação com o ser humano em
situação laboral surge assim como perfeitamente lógica, integrada em modelos de investigação e análise
demonstrativos da existência de factores não económicos que motivam e mobilizam os trabalhadores.

Nos finais dos anos 70 e ao longo de toda a década de 80, desenvolve-se um interesse notório pelo
estudo da cultura organizacional. Assiste-se à "tomada de consciência, por parte de teóricos e práticos,
da importância dos factores culturais nas práticas de gestão, e a crença no facto de a cultura constituir
um factor de diferenciação das organizações bem sucedidas das menos bem sucedidas, sendo a "boa
cultura" de organização (no sentido de adequada) um factor explicativo do sucesso económico."
(Ferreira et al., 1996: 315).

A focalização na cultura traduz globalmente o interesse pela construção quotidiana de sentido


que é o processo de partilha da realidade por parte dos membros da organização, e pela tentativa, mais
ou menos pensada, para construir uma identidade e gerir as relações entre seres humanos. (Pepper,
1995; Bernoux, s.d.).

Razão de Ser

Como vimos anteriormente, na primeira metade do século as organizações eram vistas sob
critérios puramente económicos. O seu reconhecimento como realidade social vem possibilitar uma
nova política de relações humanas, e os estudos decorrentes nesta área levam à aceitação posterior da
existência de uma cultura própria em cada organização. Aquela desempenha uma função simbólica, ao
representar a realidade complexa que é a vida social de um conjunto de pessoas. Assume também uma
função identificadora, visto ser a referência principal de pertença a um grupo ou uma sociedade. É
igualmente importante na medida em que, expressa através do comportamento de um indivíduo,
possibilita a sua integração no conjunto humano com o qual se identifica.

Um outro factor – não menos importante – releva a importância da gestão da cultura nas
organizações; o facto de, progressivamente, os locais de emprego se terem vindo a tornar cada vez mais

Gestão de Recursos Humanos 23


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comunidades de vida, assumindo a função de preencher o espaço deixado vazio por outras instituições,
como a escola, a igreja, associações ou grupos de residência. As comunidades de trabalho ganham pois
protagonismo na socialização dos indivíduos. Dotadas de linguagem e identidade próprias, afastam-se
da tradicional e redutora função de sistema produtivo e assumem-se como sistema social vivo.

São consideradas apenas locais de trabalho ou de passagem para os seres humanos, as


organizações tornam-se sistemas inviáveis; daí as preocupações emergentes no sentido de introduzir
qualidade de vida no trabalho, e o investimento nos tempos livres dos funcionários. Tal como referem
Camara et al. (1998: 131), "com a desagregação dos grupos tradicionais, a Empresa surge agora ao lado
da família e da Escola como ponto-chave da socialização. É na cultura da organização e no grupo que
ela forma, que o indivíduo vai reforçar a sua identidade social, contrapondo-a aos grupos externos".

Referem ainda os autores que a cultura organizacional permite criar nos membros de
uma organização um sentimento de harmonia, visto todos se sentirem portadores do mesmo
conjunto genérico de valores, partilhando ideias claras sobre quais os comportamentos
aceitáveis ou inaceitáveis no contexto da sua empresa. É assim facilitada a homogeneização de
atitudes dos seus membros, e o alinhamento destes em conformidade com a missão do
organismo. Esta ideia remete-nos de imediato para uma outra, que traduz a potencialidade da
cultura organizacional no sentido de distinguir aquela instituição das demais, criando nos seus
elementos um sentimento de pertença e partilha de valores que os compromete com a sua
tarefa, tendo em vista o bem comum da instituição. "A cultura é também, como daqui resulta
claro, um mecanismo de orientação e controlo que molda e guia as atitudes e comportamentos
dos empregados" (idem: 153). Este aspecto é particularmente importante no caso dos novos
funcionários, que, pela absorção da cultura, conseguem ajustar-se e ser aceites como membros
de pleno direito na instituição.

Gestão da Mudança
A gestão da mudança constitui uma das preocupações fundamentais dos gestores. O número de
publicações conta-se pelos milhares – e os paradigmas de análise são diversos. Pese embora a
abundância das investigações e a existência de um conjunto de prescrições úteis, continuam a cruzar-se
muitas dificuldades perante o trabalho de quem, na prática, tem que conduzir a mudança das suas
organizações. Apesar do grande manancial de saber acumulado, os processos de mudança continuam a
ser difíceis de captar em toda a sua complexidade e de pilotar com eficácia.

Não basta considerar a mudança como um processo planeado, sendo também necessário
acolher a mudança emergente. A fraca atenção que a faceta emergente tem concitado pode, de facto,
contribuir para desvirtuar a compreensão da natureza da mudança. Mais do que isso, pode induzir os
investigadores e os gestores a tomarem a parte (a componente planeada) pelo todo (a mudança
organizacional) – com todas as consequências daí decorrentes.

Pressuposto 1: A mudança organizacional é um processo planeado, guiado pela gestão e destinado a


conduzir a organização de um estado A para um estado B mais favorável (mudança planeada).

Pressuposto 2: A mudança é um processo complexo e emergente, cujos contornos se vão delineando à


medida que, através da organização, as pessoas vão procurando responder aos desafios com os quais a
organização vai sendo confrontada (mudança emergente).

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Estes dois pressupostos representam concepções diferentes sobre a natureza das organizações e
conduzem inevitavelmente a formas de gestão distintas. As duas concepções serão discutidas nas
secções que se seguem.

Mudança Planeada

A ideia de que a mudança é um processo planeado corresponde à visão dominante nos estudos
organizacionais e na gestão. Esta perspectiva tem uma base teleológica [1], tratando a gestão da
mudança como uma responsabilidade dos responsáveis de topo. A estes compete conduzir a mudança de
tal forma que a organização se torne mais adaptada e, desejavelmente, mais adaptativa, isto é, que revele
um grau elevado de ajuste às características actuais da envolvente, sem o fazer sacrificando a
possibilidade de ajustamento a diferentes condições futuras.
Nesta acepção, o trabalho dos gestores corresponde a duas etapas: (a) descongelamento do
estado A em que a organização se situa; (b) posterior re-congelamento da organização num estado B
superior ao estado inicial. Para ajudar a condução da organização ao longo deste processo, vários
modelos.

Mudança Emergente

A mudança emergente denota características e pressupostos profundamente diferentes. Ela


consiste no surgimento de novos padrões organizativos como consequência da adaptação às
contingências locais e na ausência de um programa pré-estabelecido. O seu ponto de partida é a
complexidade das interacções sociais no sistema organizacional, a qual torna redutora qualquer tentativa
de entender a mudança como um processo capturável através da análise das decisões da gestão de topo.
Ou seja, a mudança é um processo auto-organizativo e não apenas um processo (planeado) de gestão da
organização.

A mudança emergente pode ser encarada como um facto universal da vida das organizações.
Essa universalidade não obsta, porém, a que lhe tenha vindo a ser dedicada apenas uma fracção do
interesse que tem sido conferido à mudança planeada. Este diferencial de atenção pode provir de
diversas razões, sendo de destacar que: os processos emergentes são complexos, o seu carácter é
intrinsecamente imprevisível; não são controlados pela gestão.

Apesar desta evidência, a mudança emergente tende a ser relegada para plano secundário pela
mudança planeada. Ou seja, enquanto que a mudança planeada, sendo gerida, controlada e “pilotada”,
corresponde supostamente aos desígnios (e obedece à vontade) do topo, a mudança emergente é, por
definição, resultante das interacções no sistema e não da vontade de quem gere. Em qualquer caso, a
acumulação de mudanças emergentes cria disponibilidade ou propensão para a aceitação da mudança
planeada.

Gestão do Stress

O que é o stress?

A raiz etimológica do conceito de “stress” encontra-se no latim, nomeadamente, no verbo


“stringere” que significava constranger, molestar ou prejudicar. Sobressai assim, um sentido
prejudicial; “stress” estava intrinsecamente ligado a algo nefasto, desagradável, em suma, a algo a
evitar.

Gestão de Recursos Humanos 25


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Contudo, o significado actual provem do domínio da biologia: no início do século, Claude


Bernard, enquanto fisiologista, define stress como um processo disruptivo, ameaçador do estado de
homeostase (equilíbrio).
Com Cannor, nos anos 30, inicia-se a duplicidade de sentido do conceito que acarretará graves
consequências a nível da imprecisão terminológica: com efeito, o autor define stress quer como força
externa imposta, quer como resposta universal do organismo.
No entanto, a primeira investigação sistemática na área foi efectuada por Seyle, sendo por isso
conhecido como “ pai do stress “. Os trabalhos deste endocrinologista foram divulgados em 1956 na
sua obra intitulada “ The stress of life “, na qual define stress como um «estado manifestado por um
síndroma específico que consiste na totalidade das alterações inespecíficas induzidas num sistema
biológico». Com o autor surge ainda a noção de Síndroma Geral Adaptação (SAG):« conjunto de
respostas neurofisilógicas precisas e universais que são dadas quando certo agente é suficientemente
potente para o desencadear ». Desta definição ressalta que, para Seyle, o stress é visto como uma
resposta hormonal estereotipada, ou seja, idêntica em todos os indivíduos, que surge como reacção a
um estímulo desencadeador. No entanto, este não é obrigatoriamente negativo ( também pode ser
positivo ), mas só os negativos poderão ter consequências nefastas.
Ressalta ainda a sua faceta adaptativa – permite uma readaptação dia-a-dia mas também se pode
tornar desadaptativo e patológico. Tal remete para as três fases do SAG descritas por Seyle:
1-Fase do Alarme: Caracteriza-se por uma reacção rápida e forte do organismo a uma ameaça
do ambiente;

2-Fase de Resistência: Se a fonte de stress é persistente resultam mudanças adaptativas


fisiológicas ou mentais – o indivíduo adapta-se e os sintomas desaparecem;

3- Fase de Exaustão: Surge quando são superados os recursos físicos e psicológicos, emergindo
as manifestações físicas, ou seja, os sintomas.

Mason, em 1975, insurge-se contra a definição de stress como resposta não específica – para
este autor o stress é uma resposta específica de cada indivíduo a cada estímulo. É assim, introduzida
a variável personalidade como variável moderadora da relação:

fonte resposta de stress

Todavia, existem vários aspectos consensuais, que foram revelados nos últimos vinte anos pelas
investigações quer de biólogos, quer de psicólogos. Desta forma, é consensual que o stress é
multifacetado, ou seja, existem múltiplas respostas.
Foi demonstrado que a resposta de stress é específica e não constante em termos de indivíduos e
das situações. Não é algo que se deva evitar a todo o custo porque é parte de uma resposta
obrigatória – é uma resposta automática a qualquer alteração do meio externo ou interno, mediante a
qual o organismo se prepara para fazer face
às exigências geradas pela situação. Produz-se com o objectivo de fornecer ao organismo recursos
excepcionais através do aumento do nível de activação fisiológica e cognitiva que permite perceber
melhor a situação, interpretar mais rapidamente o que é solicitado e decidir qual o comportamento a
utilizar e executá-lo da forma mais rápida e intensa possível. O stress não é assim, algo que se deva
evitar a todo o custo, é mesmo desejável em condições e quantidades adequadas.
Quando o stress é episódico não constitui problema, mas se as respostas se repetem com
excessiva frequência, duração e intensidade, assiste-se a um desgaste do organismo que se irá
traduzir em transtornos psicofisiológicos. O stress enquanto resposta patológica surge a partir de uma
sobreactivação que se torna desorganizada.

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È preciso sublinhar, no entanto, a necessidade de eliminar a ideia estereotipada que associa


stress a doença. O stress em si mesmo não é nem positivo, é apenas uma forma de energia
disponível. Constitui uma enrgia individual que cada um utiliza de forma própria.
Em suma, o stress não é consequência de uma situação objectiva. É a resultante da interpretação
que um indivíduo dá num dado momento a uma determinada situação. Está em relação estreita com
os processos individuais de percepção, através dos quais cada indivíduo entra em contacto tanto com
o mundo externo como interno. Tal foi a conclusão da maioria dos autores actuais, cujos estudos têm
caminhado no sentido de enfatizar a noção de percepção, através dos quais cada indivíduo entra em
contacto tanto com o mundo externo como interno.
Resumindo, o stress não é um problema a resolver nem uma doença, sendo de salientar que é
sempre a melhor resposta que o indivíduo encontra, à luz das circunstâncias, tal como as interpreta.
STRESS NO TRABALHO

O stress segundo Camara et al. (1997), é um “ vírus do mindware “. Enquanto tal, inibe o
potencial humano nas organizações – como processo emocional negativo, inibe a optimização das
faculdades criativas, a capacidade diagnóstica e a tomada de decisão. As organizações funcionam
abaixo do potencial intelectual disponível porque os recursos humanos não são geridos eficazmente.
Diversas estatísticas informam-nos sobre o peso que o stress tem, tanto para os indivíduos
(trabalhadores), como para as empresas e governos. Por exemplo, Doc Childre afirma que 75% dos
trabalhadores experimentam condições físicas ou mentais relacionadas com o stress. Wolf (1992),
refere que durante os anos 80 aumentaram, em 540%, as queixas de stress. Este padrão repete-se nos
países industrializados: na Inglaterra o número de baixas devidas ao stress aumentou 500% desde os
anos 50; no Canadá o stress é considerado responsável pela maioria dos acidentes de trabalho e
doenças ocupacionais. No Japão existe um termo para designar morte por excesso de trabalho – “
karoshi”. O número de mortes por “ karoshi ” é estimado em 30 000/ano.
A Academia Médica Americana referenciou, no ano passado, que dois terços das consultas médicas
estão relacionadas com sintomas de stress. Não é, então, surpreendente que os três medicamentos
mais prescritos sejam:

 Medicação para as úlceras

 Medicação para a hipertensão

 Tranquilizantes

Já que as três consequências mais frequentes do stress são: úlcera nervosa, hipertensão e
ansiedade.
O estudo do stress foi impulsionado pelo aumento das suas consequências negativas. As
investigações são particularmente numerosas nos EUA devido aos recursos científicos do país mas,
também, por ter sido comprovado que o stress contribui para as seis primeiras causas de morte nos
EUA:

 Doenças Coronárias

 Cancro

 Acidentes

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 Cirrose

 Suicídio

 Problemas Pulmonares

Contribuiu ainda para que o stress seja, hoje em dia, um assunto muito investigado, a
verificação dos seus custos: estima-se que o “ stress “ custe biliões de dólares/ano em tratamento
médico e programas de intervenção.
Está assim demonstrada a necessidade de conhecer as fontes de stress, de modo a prevenir as
consequências negativas, tanto para os indivíduos, como para as Organizações.

FONTES DE STRESS

A partir da revisão de Hackman, em 1970, podem-se identificar várias fontes de stress, que
podem ser geridas pelas organizações, por forma a serem minimizadas as suas possíveis
consequências nefastas, ou mesmo. Serem transformadas em desafios propulsores de actividade e
satisfação, bem como de desenvolvimento organizacional.

 TAREFAS
Existem, fundamentalmente, três características das tarefas, que quando são preenchidas levam
a que sejam consideradas como fontes de stress. São elas: o incumprimento do tempo de trabalho,
habitualmente, considerado normal; a ambiguidade e complexidade das tarefas; e as tarefas rodeadas
de perigo.

 PAPÉIS
O papel de cada indivíduo pode ser definido como: as expectativas que os outros têm acerca do
seu trabalho ou posição.
Os papéis que os outros têm acerca do seu trabalho ou posição.
Os papéis tornam-se fontes de stress nos casos em que são ambíguos, exigentes ou estão em
conflito. Nestes casos são considerados como bons preditores do stress (resposta) tanto psicológico
como fisiológico.

 RELAÇÕES INTERPESSOAIS
French e Caplan, em 1973, demonstraram que o déficite de confiança , de suporte e interesse
por parte dos supervisores e colegas, facilitam o desenvolvimento de consequências nefastas devido
ao stress.
Investigações mais recentas confirmaram a fiabilidade do estudo dos autores: quando um indivíduo
não percepciona apoio social e/ou percepciona a existência de um conflito com as pessoas com quem
trabalha, a probabilidade de vir a sofrer consequências negativas devido ao stress, aumenta
significativamente.

 CARREIRA
Existem alguns momentos e aspectos da carreira de um indivíduo nos quais a resposta de stress
se pode tornar particularmente intensa.

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No que respeita a aspectos temporais, é sabido que existem momentos particularmente difíceis no
desenrolar de uma carreira de trabalho, por ex: ter de mudar de cidade ou país para ser promovido,
efectuar uma escolha que ponha em causa a estabilidade a nível pessoal, etc.

 PROCESSOS GRUPAIS
Em particular os processos de coesão e conflito são fundamentais na área em questão.
A maioria dos autores é de opinião que nos grupos onde a coesão é diminuta, a comunicação é
menos rápida e eficaz, o que promove ambiguidade e isolamento e daí maior insatisfação.
Em relação ao conflito denota-se que quando está presente, são activadas tensões, excesso de
competição e actividade política sendo, em consequência, consumidos tempo e energia
fundamentais.
A exaustão devida à resposta de stress muito frequente encontra, nestes casos, boa oportunidade para
se desencadear.

 AMBIENTE FÍSICO
As condições do meio de trabalho, mais frequentemente citadas como aversivas e com
interferência na saúde física e mental dos trabalhadores são:
O excesso ou déficite de luz, o excesso de calor e frio, a poluição atmosférica e sonora, a
humanidade e a iminência de perigo.
Tal remete para o imperativo de controlo e contorno dos estímulos que possam ser prejudiciais para
os trabalhadores.
Existem duas áreas que podem ser controladas pela gestão:
1- Condições aversivas ( barulho, calor, poluição, etc.) – é importante introduzir pausas
quando não é possível acabar completamente com as condições de trabalho adversas.
2- Criação de um ambiente de trabalho agradável – música, janelas, plantas, obras de arte,
etc.

 CARGO
Alguns cargos são intrinsecamente mais stressantes do que outros. Tal tem a ver,
essencialmente, com a tecnologia usada e com a natureza das tarefas. Por exemplo, o trabalho por
turnos e de controlador aéreo são dois exemplos de actividades onde existem fontes de stress que não
podem ser totalmente controladas por serem inerentes ao cargo.
No entanto, apesar de tradicionalmente se pensar que os empregos como: técnicos de saúde,
advogados, juizes e bombeiros eram mais susceptíveis ao “burnout” (exaustão emocional ), hoje
sabe-se que « O “burnout” não é apenas uma doença nobre das profissões nobres (...) encontra-se em
todos os tipos de trabalhos.» ( Todavia, em muitos casos é possível reduzir a natureza stressante do
cargo, através da sua redefinição: feedback sobre o desempenho, aumento da segurança, implementar
mais autonomia e tarefas variadas, são exemplos de reestruturações que ajudam a aumentar a
satisfação e motivação no trabalho.

 MUDANÇAS NO TRABALHO
A mudança como fonte de stress faz-se sentir, sobretudo, quando não é planeada. Alterações
como: reorganização, implementação de novo sistema de controlo, mudança nas funções,
despedimentos, admissão de novos gestores, perda de controlo, introdução de tecnologia, etc, são
exemplos de mudanças com repercussões no supra-sistema organizacional, mas também no sub-
sistema grupal (departamentos) e, em última análise, no trabalhador, podendo dar azo a que este
venha a sofrer de problemas somáticos – daí que a corrente sistémica o considere como paciente
identificado (portador do sintoma) da empresa.

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GESTÃO DO STRESS

O primeiro passo para uma gestão eficaz do stress é o seu reconhecimento. Os gestores devem,
portanto, estar informados sobre os indicadores de stress mais frequentes.
A nível individual é possível detectar um grande número de sinais que poderão estar associados
ao stress (negativo):
 Maior nervosismo. Distracção, dificuldade de concentração;
 Aumento do absentismo e atraso: faltar a reuniões, não cumprir prazos;
 Dificuldades interpessoais: mais conflitos, discussões, falta de colaboração e cooperação;
 Decréscimo da performance: mais descuidos, erros, incapacidade para tomar decisões;
 Abuso de substâncias: tabaco, álcool, café, etc.

Estes dados podem ser recolhidos através de uma conversa, de um documento escrito ou pela
simples observação.

Ao nível organizacional também são visíveis os sintomas do stress (negativo):


 Faltas, atrasos e rotação: particularmente elevados num departamento;
 Acidentes e violação das regras de segurança;
 Diminuição da performance;
 Aumento de greves, roubo e sabotagem;

É importante notar, que o que deve ser procurado, em ambos os níveis, é um padrão de
comportamento. Apenas a existência de um sintoma não é indicador de nenhum problema sério.
Mas, pelo contrário, dificuldades contínuas numa série de áreas pode indicar uma reacção negativa
ao stress.

Análise e Qualificação de Funções

Análise e Qualificação de Funções (AQF)

Os métodos de avaliação de formação actuam de forma integrada, recolhendo a participação de


vários actores do processo formativo: os formandos, os formadores e as chefias directas. Desde os
resultados da avaliação de desempenho feita pelas chefias até à própria auto-avaliação dos formandos,
passando pela verificação de resultados práticos do desempenho quando inseridos em projectos
concretos, é possível montar esquemas combinados de avaliação da formação e produzir indicadores
que orientem a gestão da empresa para estratégias de formação, que contribuam efectivamente para
dotar as empresas de vantagens competitivas nos mercados onde operam Análise e Qualificação de
Funções (AQF)

Para a gestão, o conhecimento objectivo do conteúdo e exigências das funções permite-lhes:


 Recrutar e seleccionar os elementos possuidores das competências adequadas para o
desempenho das funções.

Gestão de Recursos Humanos 30


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 Formar os colaboradores nos conhecimentos, habilidades e atitudes exigidas para a função.


 Remunerar o trabalho realizado efectivamente segundo as complexidades, responsabilidades
e condições de execução das tarefas inerentes a cada função.
 Definir carreiras profissionais que constituam uma verdadeira progressão profissional.

Com estes “outputs”, a AQF assume particular importância, na medida em que permite
simultaneamente: apreciar o desempenho com mais objectividade, diagnosticar as necessidades de
formação com maior precisão, recrutar melhor e fazer compreender aos colaboradores o que se espera
deles.

Existem vários métodos de AQF, desde os mais simples menos objectivos, até aos mais
complicados e morosos, mas todos assentam em três momentos:

 Recolha de dados sobre o conteúdo e exigências da função, através das técnicas


convencionais de estudo do comportamento:
o A observação do titular no posto funcional.
o A entrevista estruturada aos representantes de cada posto funcional.
o O questionário direccionado aos quadros que desempenham as funções.

 A analise da função à luz de critérios de avaliação que apreciam determinadas dimensões das
exigências da função. Este momento implica sobretudo:

o A adopção de critérios ou padrões de avaliação que não só permitem o estudo da


função, mas também reproduzam aquilo que a gestão considera importante valorizar
no conteúdo das funções.
o A definição de critérios em termos descritivos, bem como a escala de valores da sua
intensidade.
o Fazer analisar as funções por técnicos analistas ou alguém que garanta a
homogeneidade interpretativa dos critérios e saiba aplicar as técnicas de análise de
funções.
o Construir monografias de funções onde se especificam a missão, as tarefas e as
exigências da função em cada padrão/critério.

 A qualificação propriamente dita, onde se procura quantificar as diferenças qualitativas das


funções, produzindo uma hierarquia de funções segundo o seu valor relativo. Assim pressupõe-se:

o A constituição de um Manual de Qualificações, onde se descrevam claramente os


critérios e respectivos graus.
o A pontuação do Manual de forma a poder reproduzir numericamente o valor de
cada função.
o A obtenção final de uma lista hierárquica das funções da empresa onde se observa a
sua importância relativa.
o A utilização destas listagens para moralizar a estrutura salarial de base e para
definição de carreiras profissionais.

Gestão de Recursos Humanos 31


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Função dos Recursos Humanos


O problema da gestão de pessoas que trabalham nas empresas é naturalmente um problema
velho e tem sido abordado de maneiras diferentes.

Gestão Administrativa do Pessoal

Corresponde a centrar as atenções e as práticas nos aspectos instrumentais das relações entre a
pessoa e a organização. Correspondem nesta perspectiva, práticas como:

 Constituição do cadastro individual de cada colaborador


 Gestão dos documentos e registos impostos pela legislação laboral
 Relações com os serviços administrativos ligados ao trabalho
 A administração dos salários

A gestão administrativa de pessoal consiste ainda em centrar as atenções e as práticas nos


aspectos operacionais das relações entre a pessoa e a organização.

Esta perspectiva, integra a gestão administrativa do pessoal com a vertente política de pessoal,
que compreende aspectos como o recrutamento, a gestão de carreiras, a remuneração, a avaliação de
desempenho, a formação, entre outros.

Gestão de Recursos Humanos 32


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Recrutamento e Selecção de Pessoal


O sucesso de qualquer organização passa, indubitavelmente, pelo factor humano – os
colaboradores, razão pela qual o processo de Recrutamento e Selecção assume uma importância tão
grande na área da gestão dos recursos humanos. Mais precisamente este processo pretende dotar a
organização de colaboradores adequados, não só à função, mas também à própria organização, isto é à
sua cultura
O processo de Recrutamento e Selecção contempla nas seguintes fases gerais:
• Tomada de decisão sobre o preenchimento da vaga
• Descrição e análise da função e definição do perfil profissional
• Recrutamento
• Selecção
• Acolhimento

TOMADA DE DECISÃO SOBRE O PREENCHIMENTO DA VAGA

Na tomada de decisão sobre o preenchimento da vaga entram em linha de conta, não só o plano
de recursos humanos, mas também a resposta dada a algumas questões, tais como:
• A função ainda se justifica?
• As tarefas podem ser redistribuídas por outros colaboradores?
• Os colaboradores existentes estão a ser totalmente “aproveitados?”
• As tarefas podem ser suprimidas, com a introdução de novas tecnologias?
• Será mais rentável optar pelo outsourcing ou trabalho temporário?

Estas questões fazem todo o sentido uma vez que o processo de recrutamento e selecção
acarreta não só custos para a organização, como dispêndio de tempo e envolvimento de vários técnicos,
pelo que a decisão de iniciar um processo deva ser bem ponderada (daqui também a importância de se
elaborarem planos de RH).

O QUE É O RECRUTAMENTO? O QUE É A SELECÇÃO?

Tomada a decisão de levar a cabo o processo, começa-se com a descrição e análise da função e
definição do perfil profissional (caso isto já exista, procedem-se a reformulações), para depois se passar
aos processos de recrutamento e selecção propriamente ditos. Depois de seleccionado o candidato que
irá ocupar o lugar vago, importa ainda fazer o seu acolhimento na organização.
Antes de mais, importa clarificar a diferença entre os termos recrutamento e selecção, muitas
vezes usados indiscriminadamente para designar uma mesma realidade. Assim, o recrutamento refere-se
ao processo que decorre entre a decisão de preencher um cargo vago e o apuramento dos candidatos que
Gestão de Recursos Humanos 33
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preenchem o perfil da função e reúnem condições para entrar na empresa, ao passo que a selecção
consiste no processo de escolha entre os finalistas e na tomada de decisão sobre a qual deles se deve
oferecer a função (Camara et al. 1997). Naturalmente, a qualidade da selecção depende da forma como
se processou o recrutamento.

Perfil do Candidato

PERFIS DE COMPETÊNCIAS

O perfil de competências inclui normalmente, os seguintes itens (que podem depois ser
classificados como fundamentais ou preferenciais):

• Competências profissionais
o Neste item incluem-se as capacidades reconhecidas em determinado domínio,
conjugando os conhecimentos adquiridos (obtidos sobretudo através de
formação) e o saber-fazer (obtido essencialmente da experiência profissional) e
que são consideradas como necessárias e suficientes para iniciar a função. Para
determinar as competências necessárias para o desempenho de uma função
deve-se, após a sua descrição, verificar cada um dos conteúdos e perguntar-se:
“o que deve saber ou conhecer o candidato, no momento em que se candidata a
esta função, para desenvolver esta actividade e porquê?”.

• Competências pessoais
o As competências pessoais referem-se ao saber-ser, expressando-se em
comportamentos que têm subjacentes características pessoais ou de
personalidade. Estas características mantêm-se relativamente inalteradas,
independentemente da formação ou da experiência profissional, apesar de os
comportamentos poderem ser submetidos a algum controlo e treino. Assim, é
necessário identificar as principais características pessoais desejáveis para o
exercício de uma determinada função, ou seja, os comportamentos que o seu
titular deverá manifestar no exercício das suas actividades. Mais uma vez, deve
recorrer-se à descrição da função e perguntar-se, face a cada actividade, quais
as características pessoais ou quais os comportamentos que a pessoa que a vai
desempenhar deverá possuir ou manifestar.

• Motivações

Gestão de Recursos Humanos 34


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o Tem que ver com as motivações fundamentais que o candidato deve possuir
para o bom desempenho da função. É fundamental ter em atenção que recrutar
candidatos sobrequalificados pode ter como consequência uma motivação mais
fraca, devido à ausência de novidade e de estímulo para continuar a lutar por
objectivos já atingidos em outras ocasiões. Naturalmente que cada candidato
terá os seus próprios motivos para se candidatar à função, mas neste ponto
pretende-se, mais uma vez através da descrição de funções, ponderar quais as
motivações que se gostaria de descobrir nos candidatos.
o
• Outros requisitos
o Neste ponto incluem-se outros requisitos que não tenham ainda sido
especificados e que sejam importantes, como pode acontecer no caso de a
função ser desempenhada em equipa, ou dados relativos a expectativas de
desenvolvimento profissional. Relativamente ao trabalho em equipa, deve ter-se
em conta que um novo elemento provoca sempre reajustes no resto da equipa.

Uma vez efectuada a análise da função, ou seja, uma vez concluído o levantamento de todos os
elementos que integrarão o perfil de competências, estes deverão ser sintetizados numa ficha construída
para esse efeito, e que será uma espécie de guião do processo de recrutamento.

Tipos de Recrutamento

Num primeiro momento, é necessário optar por uma ou mais fontes de recrutamento: interno ou
externo.

Recrutamento Interno

O recrutamento interno consiste em preencher a vaga recorrendo aos colaboradores da própria


empresa. Para tal é necessário conhecer em pormenor as capacidades, potencialidades, aspirações e
interesse profissionais de cada um dos colaboradores. Este conhecimento pode advir, por exemplo, de
sistemas de avaliação de desempenho.
Este conhecimento, aliado à DAF permitirá verificar facilmente se a vaga pode ser preenchida
por algum colaborador da organização ou se será necessário proceder ao recrutamento externo.

Recrutamento Externo

Por seu turno, o recrutamento externo consiste em identificar, fora da organização, candidatos
com perfil para preencher a vaga existente. Dependendo do tipo de função a preencher, a organização
poderá optar por recrutar directamente (o recrutamento directo é feito pela própria empresa), ou por
Gestão de Recursos Humanos 35
ETP Sicó

utilizar os serviços de uma outra empresa especializada (headhunters, consultores de pesquisa directa ou
consultores de recrutamento).
A utilização de empresas especializadas torna-se indispensável por exemplo para o
recrutamento de gestores de topo, que, sendo bons profissionais normalmente têm um bom emprego, o
que leva a que não respondam a anúncios, e nem sejam facilmente contactáveis para efeitos de
recrutamento.

Fases do processo de selecção

PROCESSO DE SELECÇÃO

Concluído o processo de recrutamento ter-se-á já um número mais limitado de candidatos. Estes


serão então sujeitos a uma ou várias provas de selecção, para que se consiga determinar a qual deles se
atribuirá a vaga disponível.
Assim, podem ser utilizados diversos métodos, não devendo sobrevalorizar-se uns em
detrimento de outros, dado que cada um deles poderá ser importante, dependendo da situação em causa
e da função para a qual para a qual se está a seleccionar. Os diferentes métodos podem, muitas vezes,
complementar-se.

A “Noção Realista da Função”

A “noção realista da função”, consiste em apresentar um quadro, tão realista quanto possível, da
função, com os seus aspectos positivos e negativos, o tipo de liderança que vai receber, o nível de
autonomia e responsabilidade, etc. Esta funciona para a auto-selecção, o que significa que os candidatos
adquirem os dados necessários acerca da empresa e da função para poderem desistir da candidatura ou,
por outro lado, continuar no processo.
É importante que se apresente a “noção realista da função” quando o número de candidatos que
chegam a esta fase é muito elevado e antes de se dar início a outro tipo de provas, uma vez que assim
continuarão no processo apenas aqueles candidatos que realmente o desejem, o que diminui o risco de
se contratar alguém que depois virá a ficar insatisfeito com eventuais características da função ou da
organização, das quais não tinha conhecimento.
Esta noção pode ser apresentada na entrevista inicial. No entanto, se o número de candidatos for
tal que inviabilize a realização de entrevistas a todos, pode apresentar-se por exemplo através de
folhetos (que podem ser enviados para casa do candidato) ou numa sessão onde estejam presentes todos
os candidatos.

Entrevistas Iniciais
Gestão de Recursos Humanos 36
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A entrevista é um método de troca de informação, através de um processo mais ou menos


formal de diálogo directo entre duas ou mais pessoas. Deve obedecer a uma determinada disciplina e
ritmo, a fim de atingir os objectivos a que se propõe. Tem uma duração variável, que deve ser
predeterminada. No caso da entrevista inicial, esta duração é de cerca de 30 minutos.
O objectivo da entrevista inicial é fundamentalmente informativo. A empresa procura, por um
lado, conhecer o candidato e, por outro lado, dar a conhecer a empresa e o processo de selecção, bem
como informar os acerca das características da função para a qual se está a seleccionar. Para além disto,
as entrevistas iniciais são normalmente biográficas (Anexo 15), ou seja, procuram explorar, sobretudo,
as experiências passadas do candidato, baseando-se na premissa de que o comportamento passado
permite predizer o seu comportamento futuro. O seu objectivo é abranger a experiência prévia do
indivíduo, quer em situações formais de trabalho, quer fora delas. Procurar-se-á avaliar também
elementos que possam ser determinados face-a-face (presença, aparência, personalidade,
comunicabilidade).
Normalmente, esta entrevista é complementada com outras técnicas de selecção.
A entrevista inicial possui um carácter eliminatório, podendo a decisão de não continuar com o
processo partir da empresa ou do próprio candidato. Assim, ainda que já se tenha apresentado uma
noção realista da função, é importante reforçar quais as características da organização e da função que
irá ser desempenhada.
A entrevista inicial deve ser realizada o quanto antes, uma vez que os candidatos que hoje estão
disponíveis, amanhã poderão já não estar. Ao efectuar a sua calendarização, é importante ter em conta
algum tempo no final de cada uma, para que o entrevistador tenha oportunidade de tomar notas, avaliar
o candidato, fazer um pequeno intervalo e relembrar os dados relativos ao candidato seguinte.

Confirmação de Referências

Apesar de ser pouco comum em Portugal, é importante que as referências que os candidatos
inserem no CV sejam confirmadas. Em anexo (Anexo 16) apresenta-se um modelo de carta para a
obtenção de referências sobre o candidato, apesar destas também poderem ser confirmadas
telefonicamente.

Provas de Selecção

“O método de avaliação perfeito e seguro não existe, na medida em que o avaliado é um


ser humano complexo e transaccional e por isso difícil de ser analisado.”
In Pires (1993)

Gestão de Recursos Humanos 37


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Provas psicológicas

No que diz respeito às provas psicológicas, apesar de serem muito populares, há alguns factores
que devem ser tidos em conta na sua aplicação:
• Devem ser aplicadas apenas por profissionais qualificados e treinados para tal.
• Deve verificar-se se as normas de avaliação existentes são referentes à população
portuguesa. Caso não sejam, é preferível não utilizar a prova.
• As provas psicológicas medem apenas algumas manifestações dos comportamentos ou
aptidões, e não a sua totalidade;
• As provas baseiam-se nas diferenças individuais, analisando o que varia e quanto varia
a capacidade ou aptidão do indivíduo em relação ao conjunto de indivíduos tomados
como referencial de comparação;
• As provas nunca devem ser consideradas como um fim em si mesmo, mas como um
meio de observação. Assim, as conclusões obtidas a partir dos resultados apenas têm
interesse quando analisadas em conjunto com as restantes informações acerca do
mesmo candidato, obtidas através de outros métodos.
• As provas não são contingenciais. Dependendo do momento, cada indivíduo poderá ter
resultados substancialmente diferentes.

Há vários tipos de provas psicológicas. De seguida apresentam-se alguns.

Testes de conhecimentos

Dependendo da área de conhecimentos abrangida, estes testes podem ser gerais (se avaliam
noções de cultura geral) ou específicos (se avaliam conhecimentos relacionados com determinada
função, ou conhecimentos técnico-profissionais).

Testes de aptidões

Enquanto um teste de conhecimentos oferece um diagnóstico das habilidades actuais do


candidato, um teste de aptidão oferece um prognóstico do seu potencial de desenvolvimento. Desta
forma, os testes de aptidões permitem a avaliação de competências e de capacidades específicas. A
principal função destes testes é prever o desempenho do indivíduo em tarefas específicas e estimar até
que ponto este terá um bom desempenho numa determinada função. Estes testes podem ser de
compreensão numérica, compreensão verbal, raciocínio espacial, raciocínio mecânico, de verificação,
etc.

Questionários / Inventários

Gestão de Recursos Humanos 38


ETP Sicó

Estes são, essencialmente, medidas de “auto-descrição” dos candidatos, dependendo, deste


modo, da sinceridade das respostas das pessoas (no entanto, muitos destes questionários incluem uma
escala que permite verificar o grau de veracidade das respostas dadas).
Em selecção, os questionários mais utilizados são os questionários ou inventários de
personalidade, inventários de estilos de liderança e inventários de interesses/projectos de
carreira/valores no trabalho.

Provas profissionais

Neste tipo de provas, criam-se situações mais ou menos próximas da situação de trabalho, com
as quais o candidato é confrontado e nas quais terá que demonstrar comportamentos adequados. Assim,
o seu objectivo consiste fundamentalmente em observar o indivíduo em acção.

Provas Individuais de Situação (In-Tray ou In-Basket)

Estas provas consistem em exercícios que simulam aspectos de uma função. O exercício é
geralmente composto por cartas, relatórios, memos, registos de mensagens telefónicas e material de
apoio, como folhetos sobre a empresa, informação acerca do empregador, normas importantes e alguma
informação acerca dos procedimentos nas organizações. O que se pede ao candidato é que trabalhe com
os vários documentos, tal como se estivesse numa situação real. O que está subjacente a isto é que o
modo como o candidato aborda o problema será semelhante à forma como este desempenhará a função
em causa.

Exercícios de Grupo

Neste tipo de exercícios os candidatos são reunidos em grupos de seis a oito e confrontados com
uma tarefa, de forma a que dois avaliadores independentes possam observar a forma como interagem. A
tarefa deverá ser clara, de modo a que a discussão surja de uma forma mais ou menos estruturada. Este
tipo de exercício constitui uma fonte de informação valiosa acerca do modo como as pessoas se
comportam numa reunião e como trabalham em equipa, permitindo avaliar competências como a
influência/persuasão, trabalho em equipa, resolução de problemas, comunicação oral e orientação para o
cliente.

Jogos de gestão

São variantes dos exercícios de grupo, mas numa perspectiva mais empresarial, em que se
procura obter determinado lucro, muitas vezes em competição com outros grupos.

Gestão de Recursos Humanos 39


ETP Sicó

Técnica de confronto

Esta é uma técnica de simulação prática, em que o candidato é colocado perante um conflito que
terá de resolver da melhor forma. Pode utilizar-se na selecção destinada a funções que se caracterizem
por provocar um stress constante, em que a pessoa que as desempenha seja frequentemente confrontada
com situações problemáticas que exijam decisões rápidas.

Apresentações

Podem ser úteis para seleccionar candidatos para funções que exijam falar em público
(professores, formadores). Podem variar em função do tema, do tempo permitido para a sua preparação
e para a apresentação, etc.

Exercícios de procura de informação

Neste tipo de exercícios, os candidatos são confrontados com uma determinada tarefa e recebem
apenas algumas informações básicas. Devem tentar decidir que dados necessitam para realizar a tarefa
proposta e procurar obtê-los do avaliador, colocando-lhe questões. Estes exercícios são úteis na
avaliação de competências de análise da informação, planeamento e organização, tomada de decisão,
orientação para a acção e comunicação oral.

Exercícios de escuta/atenção

A informação é apresentada oralmente (em vídeo, por exemplo) seguindo-se exercícios que têm
como objectivo avaliar a exactidão do que o candidato escutou/observou.

Assessment Centres

Os Assessment Centres (centros de avaliação) são uma forma mais completa de avaliar os
candidatos, de modo a que se possam seleccionar os melhores, uma vez que consistem num conjunto
diversificado de provas (provas psicológicas, entrevistas, provas de grupo, simulações, etc.) a que é
submetido um grupo de candidatos. Estas provas pretendem simular situações reais, permitindo avaliar a
forma como os candidatos enfrentam e solucionam os problemas com que são confrontados. Os
resultados destes centros de avaliação são considerados muito fiáveis, tendo porém a desvantagem de
Gestão de Recursos Humanos 40
ETP Sicó

serem muito dispendiosos (uma vez que duram normalmente mais do que um dia e implicam a presença
de vários observadores).
As fontes de avaliação são várias porque:
• São avaliadas várias dimensões, critérios ou competências, que devem ser claramente
definidas.
• Utiliza-se uma série de técnicas diferentes de avaliação, o que assegura uma vasta
cobertura das características a avaliar e aumenta a precisão da medida.
• Participam vários avaliadores/observadores, aumentando a objectividade e a
imparcialidade.
• São observados, em conjunto, vários candidatos ou participantes, permitindo a
interacção entre eles.

Depois de realizado o Assessment Centre, é importante proceder à integração de toda a


informação obtida, tendo-se em conta cada um dos participantes individualmente, sem se fazerem
quaisquer tipos de comparações entre eles.

Provas médicas

O objectivo das provas médicas consiste em estimar se o candidato reúne condições para
suportar a tensão física ou psicológica da função e se não tem nenhuma condição física que possa
prejudicar os seus companheiros de trabalho e/ou clientes.
O exame médico tem um carácter eliminatório, no caso do candidato ser considerado inapto. No
entanto, este nem sempre é realizado antes do processo de decisão, devido aos elevados custos que
acarreta para a organização, podendo ser efectuado apenas após a admissão do candidato seleccionado.
A avaliação médica processa-se normalmente em duas etapas:
1. Inicialmente através de um questionário, a preencher pelo candidato, no qual
ele fornece informações acerca do seu estado de saúde, acidentes sofridos e
intervenções cirúrgicas a que se tenha submetido;
2. Depois desse questionário, o médico da empresa efectua um exame físico.

Apesar de, de acordo com a Constituição da República Portuguesa, não dever existir
discriminação com base na incapacidade física do candidato, a verdade é que a organização tem que ter
em conta que o impacto do absentismo e de tratamentos médicos prolongados pode ser muito grande,
tanto a nível produtivo como financeiro.
Para sistematização dos dados referentes às provas clínicas, pode construir-se uma Ficha Clínica
(Anexo 18).

Entrevista
Gestão de Recursos Humanos 41
ETP Sicó

Uma das provas de selecção mais utilizadas, especialmente devido à sua flexibilidade e
acessibilidade é a entrevista. Normalmente, num processo de selecção efectua-se sempre, pelo menos
uma entrevista, podendo mesmo ser o único método utilizado. Independentemente de se ter efectuado,
ou não, uma entrevista inicial, a entrevista nesta fase do processo procura aprofundar até que ponto o
candidato se adequa ao perfil de competências definido. É normalmente mais longa e exaustiva do que a
entrevista inicial, podendo durar até 1 hora. De um modo geral, as entrevistas efectuadas nesta fase do
processo são:

Entrevistas de avaliação de competências, que consistem numa série estruturada de perguntas


(Anexo 15), que têm como objectivo a recolha de informações acerca de comportamentos relativos a
competências relacionadas com a função (competências podem definir-se como dimensões
comportamentais, importantes para o bom desempenho da função). A tarefa do entrevistador consiste
em identificar pontos fortes e pontos fracos do candidato, relativamente a cada uma das competências a
avaliar.
Entrevistas Situacionais, nas quais as perguntas colocadas são questões hipotéticas,
predeterminadas e relacionadas com a função. As respostas são avaliadas por comparação com um
conjunto de exemplos de respostas. Deste modo, a entrevista é muito estruturada, quer em termos das
questões colocadas, quer no que diz respeito à sua avaliação.

Dependendo da situação e da informação que se pretende recolher, não é obrigatório seguir


apenas um dos modelos de entrevista, podendo ser útil chegar mesmo a combinar vários.
Independentemente de serem entrevistas de avaliação de competências ou situacionais, as
entrevistas efectuadas nesta fase podem ser individuais, de painel (ou de júri), em série, em grupo, de
stress ou sociais:
• Individuais – entrevista com dois interlocutores: o entrevistador e o entrevistado. É a
mais rápida e menos dispendiosa, permitindo uma comunicação mais aberta, espontânea
e sincera, uma vez que o candidato tem maior facilidade em desinibir-se. No entanto, a
avaliação efectuada por um só técnico tende a ser mais subjectiva.
• Painel / de Júri – entrevista efectuada a um só entrevistado, com mais do que um
entrevistador, em que um deles assume o papel de presidente. Normalmente, os
entrevistadores são de área diferentes, o que permite especificar e aprofundar o
conhecimento do candidato, bem como avaliar o seu comportamento numa situação de
grupo. O papel do presidente consiste em acolher o candidato e fazer as apresentações,
iniciar e concluir a entrevista. Esta entrevista tem alguma objectividade, mas:
o É mais demorada e dispendiosa;
o Pode ser difícil conciliar os horários dos entrevistadores;

Gestão de Recursos Humanos 42


ETP Sicó

o O candidato tende a sentir-se mais intimidado e inibido na presença de vários


avaliadores;
o É necessário que haja um presidente competente, responsável e experiente, para
conduzir a entrevista;
o É necessário que haja uma boa preparação e coordenação de toda a equipa
(deve-se acordar qual será a ordem das questões e qual o tempo que cada
entrevistador terá disponível).
• Série – um mesmo candidato é entrevistado por vários entrevistadores, de forma
sucessiva, é uma sucessão de entrevistas individuais. Este tipo de entrevista tem as
mesmas vantagens da entrevista de painel, mas para além delas há ainda o facto de o
candidato se ir sentindo cada vez mais à vontade em cada nova entrevista. No entanto,
este é um processo ainda mais moroso, em que se corre o risco de fatigar o candidato,
prejudicando as suas respostas e a sua espontaneidade.
• Grupo – neste tipo de entrevista participam vários candidatos e um ou vários
entrevistadores. A técnica utilizada consiste em lançar várias questões a que todos os
candidatos têm que responder, ou então escolhe-se um tema para discussão, proposto
pelo grupo ou pelo(s) entrevistador(es). O que se pretende aqui em causa é a capacidade
de lidar com a situação, mais do que as respostas em si mesmas. Assim, pretende-se
avaliar a capacidade de liderança, de persuasão, de influência e de argumentação, sendo
útil quando se está a seleccionar para funções em que a relação com os outros seja
importante. Algumas vantagens desta entrevista são:
o Ganho de tempo e de custos;
o Maior espontaneidade na conversação;
o Permite uma observação dos candidatos mais aprofundada.

No entanto:
o Os candidatos mais inibidos ficam ainda menos à vontade na presença de outros
mais extrovertidos;
o As avaliações tendem a ser polarizadas em dois extremos (muito bom e muito
mau), havendo a tendência para os candidatos intermédios serem vistos como
maus;
o Torna-se difícil abordar aspectos pessoais ou íntimos de cada candidato (esta
dificuldade pode ser ultrapassada com o recurso a entrevistas iniciais).
• Stress – é útil na selecção de candidatos para funções que impliquem a vivência de
muitas situações de stress, em que seja necessário possuir capacidade de influenciar, de
contra-argumentar, e onde seja necessário um grande auto-domínio (funções
comerciais, por exemplo). O entrevistador assume um tom provocatório e hostil, com o
objectivo de provocar o descontrolo no candidato e averiguar até que ponto ele

Gestão de Recursos Humanos 43


ETP Sicó

consegue dominar as suas emoções e contornar a situação com tacto e diplomacia. Este
tipo de entrevista permite colocar o indivíduo numa situação idêntica à realidade de
trabalho. No entanto, exige da parte do entrevistador uma grande preparação e
experiência.
• Sociais – decorre normalmente em ambientes descontraídos, como “cocktails”
ou jantares, e tem como objectivo observar o comportamento do candidato em
situações informais. Utiliza-se na selecção para funções que exijam frequentes
eventos sociais (relações públicas, por exemplo). O candidato não tem
conhecimento de que está a ser alvo de observação, o que a torna eticamente
questionável.

Gestão de Recursos Humanos 44


ETP Sicó

Legislação Laboral - Contrato de trabalho

Artigo 11.º - Noção

Contrato de trabalho é aquele pelo qual uma pessoa se obriga, mediante retribuição, a prestar a sua
actividade a outra ou outras pessoas, no âmbito da organização e sob a autoridade e direcção destas.

Neste capítulo do Manual serão abordadas as questões relacionadas com a Legislação laboral, que
abordam, nomeadamente:
• Tipos de contrato de trabalho
• Modalidades da retribuição do trabalho
• Períodos de trabalho
• Condições e efeitos da isenção de horário de trabalho
• Regime das férias, feriados e faltas
• Formas de cessação do contrato de trabalho

Para que abordemos esta temática devemos consultar o site: http://dre.pt/pdf1s/2009/02/03000/0092601029.pdf

Gestão de Recursos Humanos 45


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Segurança e Saúde no Trabalho


Importância da Segurança e Saúde no Trabalho

A qualidade das condições de trabalho é um dos factores fundamentais para o sucesso de um


sistema produtivo. Nesse âmbito, a melhoria da produtividade e da competitividade das empresas
portuguesas passa, necessariamente, por uma intervenção no sentido da melhoria das condições de
trabalho.

A regulamentação destas actividades nas empresas levantou questões relacionadas com a


qualificação dos Técnicos de Segurança e Higiene do Trabalho e do seu papel nas organizações. Estes
profissionais terão como missão planear, implementar, coordenar e controlar as actividades de gestão da
prevenção e de protecção contra riscos profissionais, em consonância com o sistema de Certificação,
obrigatório desde 30 de Agosto de 2000.

O Decreto-Lei nº. 100/2000, de 30 de Junho, veio dar cumprimento ao disposto na Lei-Quadro


(Decreto-Lei nº. 441/91, de 14 de Novembro), estabelecendo normas de acesso à certificação
Profissional e Homologação dos Cursos de segurança e Higiene.

O reconhecimento dos Técnicos Superiores de Segurança e Higiene no Trabalho pressupõe a


aquisição e o desenvolvimento de competências, nos termos previstos naquele diploma legal, de modo a
garantir a prática de elevados padrões de excelência numa área de importância crescente para a
qualidade como a Segurança e a Higiene no Trabalho

A ESTRATÉGIA DA UNIÃO EUROPEIA PARA A SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO

A segurança e saúde do trabalho inseree-se no âmbito das políticas sociais, sendo que os
tratados originais das Comunidades Europeias, CECA, CEE e CEEA, visavam objectivos de natureza
económica e comercial. É, contudo, a partir do Tratado da CEE que surge uma dinâmica no âmbito da
segurança e saúde do trabalho.

O Tratado CEE explicitava no seu art.º 2º a necessidade de se promover um desenvolvimento


harmonioso das actividades económicas e, também, um acelerado aumento do nível de vida. Contudo,
esta intervenção não foi, em si mesma, suficiente para garantir o desenvolvimento social que era
entendido como consequência natural do crescimento económico.

Paralelamente, os art.ºs nr.ºs 117 e 118 que contemplavam matérias inerentes à saúde e
segurança, não se mostram suficientes para desencadear o enquadramento normativo e garantir o
suporte jurídico adequado para o desenvolvimento destas questões.

A s Directivas que apareceram sobre a segurança dos produtos eram fundamentadas no art.º 100,
visando facilitar as livres trocas comerciais, mas, na prática, tiveram um efeito perverso, pois deram
lugar a normas nacionais que, de facto, acabavam por inviabilizar a livre circulação pretendida.

Por estas razões a “oportunidade” para a segurança, higiene e saúde do trabalho surge quando, na
Conferência de Chefes de Estado e de Governo, realizada em Paris, em 1972, se formularam alguns
considerandos e princípios destinados ao estabelecimento de um programa de acção social, onde se
indicava que:

Gestão de Recursos Humanos 46


ETP Sicó

• A expansão económica não é um fim em si mesmo, mas deve traduzir-se por uma melhoria da
qualidade do nível de vida;
• Uma acção vigorosa no domínio social tem a mesma importância que a realização da união
económica e monetária, pelo que se convidavam as instituições comunitárias a empreenderem
um programa de acção social.

A orientação base para este Programa apontou para a “melhoria das condições de vida e trabalho que
permitam a sua igualização no progresso”. E, assim, a humanização das condições de vida e de trabalho,
passa, normalmente, pela:

• Melhoria da Higiene e Segurança do Trabalho;


• Eliminação progressiva dos riscos físicos e psíquicos nos locais de trabalho.

Na sequência deste desenvolvimento, uma resolução do Conselho, de 21 de Janeiro de 1974, apontava


para o estabelecimento de um programa de segurança, higiene e saúde no trabalho.

E, por Decisão do mesmo Conselho, de 27 de Junho de 1974, foi criado o Comité Consultivo para a
Segurança, Higiene e Protecção da Saúde no Local de Trabalho, cujas funções se circunscrevem ao
âmbito do Tratado CEE e que serve de órgão de consulta destinado a apoiar a acção de Comissão na
matéria em causa.

Obrigações para Estados, Empregadores e Trabalhadores

A Directiva-Quadro estabelece uma plataforma comum e inovadora quanto à gestão da


prevenção de riscos profissionais nos locais de trabalho, onde se evidenciam obrigações fundamentais
para os Estados, Empregadores e Trabalhadores.

Quanto aos Estados será de realçar a obrigação de adoptarem medidas legislativas, regulamentares e
administrativas, necessárias ao efectivo cumprimento dos princípios daquela Directiva e entre elas
destacam-se as que se referem à definição de:

• Capacidade dos profissionais (e outros intervenientes relevantes) de segurança e saúde no


trabalho;
• Aptidões dos serviços externos de prevenção;
• Instrumentos de planeamento e avaliação da actividade dos serviços de prevenção da empresa;
• Critérios de dimensionamento dos recursos afectos ao desenvolvimento das actividades
daqueles serviços.

Quanto aos Empregadores o núcleo central das suas obrigações reside em:

• Assegurar a prevenção relativamente a todos os trabalhadores e a todos os riscos profissionais;


• Desenvolver as actividades preventivas de acordo com uma ordem fundamental de princípios
gerais de prevenção;
• Promover no âmbito daqueles princípios a avaliação dos riscos que não puderem ser
eliminados;
• Disponibilizar a organização de meios adequados à implementação das medidas de prevenção e
protecção, de forma integrada no processo produtivo e na gestão da empresa;
• Promover um quadro de participação na empresa para potenciar a acção preventiva.

Gestão de Recursos Humanos 47


ETP Sicó

Quanto aos Trabalhadores a Directiva indica como obrigações fundamentais:

• Utilizar correctamente os meios que lhes são colocados à disposição na empresa;


• Comunicar situações de perigo grave e iminente;
• Colaborar com o empregador, os profissionais da prevenção e as autoridades públicas na
melhoria das condições de segurança e saúde nos locais de trabalho.

A problemática da prevenção na empresa já não se pode confinar a determinados riscos específicos


ou determinados riscos específicos ou determinados trabalhadores, devendo ser assumida globalmente
quanto “a todos os aspectos relacionados com o trabalho”, incluindo a interacção dos riscos e o conjunto
dos factores psico-sociais e, ter como horizonte a promoção da melhoria da segurança, da saúde e do
bem estar dos trabalhadores.

Princípios fundamentais

Toda a actividade de prevenção passou a ter uma matriz de referência, baseada num conjunto de
princípios fundamentais (princípios gerais de prevenção):

• Evitar os riscos;
• Avaliar os riscos que não podem ser evitados;
• Combater os riscos na origem;
• Adaptar o trabalho ao homem, agindo sobre a concepção, a organização e os métodos de
trabalho e de produção;
• Realizar estes objectivos tendo em conta o estádio da evolução da técnica;
• De uma maneira geral, substituir tudo o que é perigoso, pelo que é isento de perigo ou menos
perigoso;
• Integrar a prevenção dos riscos num sistema coerente que abranja a produção, a organização, as
condições de trabalho e o diálogo social;
• Adoptar prioritariamente as medidas de protecção colectiva, recorrendo às medidas de
protecção individual unicamente no caso de a situação impossibilitar qualquer outra alternativa;
• Formar e informar os trabalhadores e demais intervenientes na prevenção.

Em todo o contexto, a avaliação dos riscos assume um papel fundamental, porque é a partir deste
processo que se devem determinar as abordagens preventivas, tendo em conta:

• As prioridades de intervenção;
• As necessidades de informação e formação;
• As medidas técnicas e organizativas;
• O controlo periódico das condições de trabalho;
• O grau de exposição dos trabalhadores aos riscos;
• As necessidades da vigilância da saúde dos trabalhadores.

A conjugação de todas estas abordagens supõe, naturalmente, o planeamento, para que seja
garantida a adequabilidade e a eficácia das medidas, a par dos seus bons resultados ao nível da gestão
empresarial.

A Directiva-Quadro aponta, assim, a necessidade das empresas desenvolverem a capacidade de


gestão, nela integrando a prevenção dos riscos profissionais, como forma do empregador reunir,

Gestão de Recursos Humanos 48


ETP Sicó

organizar e rentabilizar um conjunto de meios suficientes e adequados à promoção de níveis de


segurança, saúde e bem estar elevados.

Ora, é nesse contexto que surge o conceito de Serviços de Prevenção, enquanto sistema de gestão
que dê qualidade e coerência às actividades a desenvolver e obtenha a sua perfeita integração no
processo produtivo, na organização da empresa e no seu processo de desenvolvimento.

A Directiva-Quadro acentua todo este conjunto de princípios enformadores da filosofia da gestão da


prevenção, deixando aos Estados Membros a liberdade de definirem em concreto os sistemas de
organização dos serviços de prevenção na empresa.

Refira-se ainda, que esta Directiva considera como fundamental o papel que deve ser desempenhado
pelos próprios trabalhadores. Partindo da consideração de que os trabalhadores não são o objecto da
prevenção, mas, sim, actores da prevenção, define como dimensões fundamentais do seu envolvimento,
a informação e a formação, devendo o campo da sua participação estender-se à consulta e à cooperação
em diversos domínios das actividades preventivas.

Por fim, importa referir que após a realização do Ano Europeu para a Segurança e Saúde no Local
de Trabalho, em 1992, e já no âmbito desta Directiva e das Directivas especiais dela decorrentes, o 4º
Programa de Acção, adoptado pela Comissão em 1996 com um horizonte temporal até ao ano 2000,
vem colocar o acento tónico na informação, no apoio às PME’s, no reforço da protecção dos
trabalhadores a par do desenvolvimento da capacidade competitiva das empresas e no papel do diálogo
social na promoção das políticas de segurança e saúde.

INFORMAÇÃO DOS TRABALHADORES

Quer os trabalhadores, quer os seus representantes devem dispor de informação actualizada sobre:

• Os riscos profissionais que correm;


• Que medidas de protecção e prevenção são tomadas;
• Medidas de primeiros socorros;
• Medidas de combate a incêndio e de evacuação de trabalhadores.

OBRIGAÇÕES DAS ENTIDADES PATRONAIS

Organização de serviços de protecção e de prevenção:

A organização destes serviços constitui, em si mesma, uma obrigação legal e é condição indispensável
para que o empregador possa garantir a realização das actividades com segurança. (art. 13 do DL 441/91
de 14 de Novembro).

É de notar que:

Se uma empresa recorrer a entidades exteriores (pessoas ou serviços) isso não a isenta da sua
responsabilidade neste domínio.
(art. 9 nº. 2 do DL 26/94)

Estas medidas devem ser tomadas com base nos seguintes princípios gerais de prevenção:

• Evitar riscos;
• Avaliar os riscos que não possam ser evitados;
Gestão de Recursos Humanos 49
ETP Sicó

• Combater os riscos na origem;


• Adaptar o trabalho ao homem – na concepção dos postos de trabalho, na escolha dos
equipamentos de trabalho e nos métodos de trabalho e produção;
• Substituir o que é perigoso pelo que é isento de perigo ou menos perigoso;
• Dar prioridade às medidas de protecção colectiva em relação às medidas de protecção
individual;
• Dar instruções adequadas aos trabalhadores.

Regulamentos Gerais de Segurança e Saúde no Trabalho

Decreto-Lei 46/2006 de 24 de Fevereiro de 2006


Sumário: Transpõe para a ordem jurídica nacional a Directiva n.º 2002/44/CE, do Parlamento
Europeu e do Conselho, de 25 de Junho, relativa às prescrições mínimas de protecção da saúde e
segurança dos trabalhadores em caso de exposição aos riscos devidos a agentes físicos (vibrações).

Decreto-Lei 140/2005 de 17 de Agosto de 2005


Sumário: Estabelece os valores de dispensa de declaração do exercício de práticas que impliquem
risco resultante das radiações ionizantes e, bem assim, os valores de dispensa de autorização prévia
para o exercício das mesmas actividades, transpondo as correspondentes disposições da Directiva
n.º 96/29/EURATOM, do Conselho, de 13 de Maio.

Decreto-Lei 50/2005 de 25 de Fevereiro de 2005


Sumário: Transpõe para a ordem jurídica interna a Directiva n.º 2001/45/CE, do Parlamento
Europeu e do Conselho, de 27 de Junho, relativa às prescrições mínimas de segurança e de saúde
para a utilização pelos trabalhadores de equipamentos de trabalho, e revoga o Decreto-Lei n.º 82/99,
de 16 de Março.

Rectificação 2301/2003 de 6 de Dezembro de 2003


Sumário: Rectifica o Despacho n.º 18754/2003 (2ª série), de 1 de Outubro, que aprova o
Regulamento do Programa de Apoio a Projectos do Movimento Associativo em matéria de
Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho.

Decreto Legislativo Regional 38/2003/A de 4 de Novembro de 2003


Sumário: Adapta à Região Autónoma dos Açores o Decreto-Lei n.º 362/93, de 15 de Outubro
(informação estatística sobre acidentes de trabalho).

Decreto-Lei 273/2003 de 29 de Outubro de 2003


Sumário: Procede à revisão da regulamentação das condições de segurança e de saúde no trabalho
em estaleiros temporários ou móveis, constante do Decreto-Lei n.º 155/95, de 1 de Julho, mantendo
as prescrições mínimas de segurança e saúde no trabalho estabelecidas pela Directiva n.º
92/57/CEE, do Conselho, de 24 de Junho.

Gestão de Recursos Humanos 50


ETP Sicó

Despacho 18754/2003 (2ª série) de 1 de Outubro de 2003


Sumário: Aprova o Regulamento do Programa de Apoio a Projectos do Movimento Associativo em
Matéria de Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho.

Decreto-Lei 236/2003 de 30 de Setembro de 2003


Sumário: Transpõe para a ordem jurídica nacional a Directiva n.º 1999/92/CE, do Parlamento
Europeu e do Conselho, de 16 de Dezembro, relativa às prescrições mínimas destinadas a promover
a melhoria da protecção da segurança e da saúde dos trabalhadores susceptíveis de serem expostos a
riscos derivados de atmosferas explosivas.

Portaria 478/2003 de 16 de Junho de 2003


Sumário: Fixa as percentagens legais, para o ano de 2003, que constituem receitas do Fundo de
Acidentes de Trabalho - FAT - incidentes sobre os salários seguros e capitais de remição das
pensões em pagamento à data de 31 de Dezembro de 2002.

Decreto Legislativo Regional 14/2003/M de 7 de Junho de 2003


Sumário: Adapta à Região Autónoma da Madeira o Decreto-Lei n.º 109/2000, de 30 de Junho, que
define o regime de organização e funcionamento das actividades de segurança, higiene e saúde no
trabalho.

Decreto-Lei 16/2003 de 3 de Fevereiro de 2003


Sumário: Procede à interpretação autêntica do n.º 1 do artigo 6.º do Decreto-Lei n.º 142/99, de 30 de
Abril, que cria o Fundo de Acidentes de Trabalho

Portaria 1275/2002 de 19 de Setembro de 2002


Sumário: Aprova as normas de segurança contra incêndio a observar na exploração de
estabelecimentos de tipo hospitalar.

Portaria 1276/2002 de 19 de Setembro de 2002


Sumário: Aprova as normas de segurança contra incêndio a observar na exploração de
estabelecimentos de tipo administrativo.

Portaria 1184/2002 de 29 de Agosto de 2002


Sumário: Aprova o modelo de relatório anual da actividade dos serviços de segurança, higiene e
saúde no trabalho

Portaria 1031/2002 de 10 de Agosto de 2002


Sumário: Aprova o modelo de ficha de aptidão, a preencher pelo médico do trabalho face aos
resultados dos exames de admissão, periódicos e ocasionais, efectuados aos trabalhadores.

Portaria 1009/2002 de 9 de Agosto de 2002


Sumário: Fixa as taxas de actos relativos à autorização ou à avaliação da capacidade de serviços
externos de segurança, higiene e saúde no trabalho.

Decreto-Lei 29/2002 de 14 de Fevereiro de 2002


Sumário: Cria o Programa de Adaptação dos Serviços de Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho,
previstos no Decreto-Lei n.º 26/94, de 1 de Fevereiro, alterado pelas Leis n.os 7/95, de 29 de Março,
e 118/99, de 11 de Agosto, e pelo Decreto-Lei n.º 109/2000, de 30 de Junho, e define o respectivo
Gestão de Recursos Humanos 51
ETP Sicó

regime jurídico

Decreto-Lei 164/2001 de 23 de Maio de 2001


Sumário: Aprova o regime jurídico da prevenção e controlo dos perigos associados a acidentes
graves que envolvem substâncias perigosas, transpondo para a ordem jurídica interna a Directiva n.º
96/82/CE, do Conselho, de 9 de Dezembro

Decreto-Lei 109/2000 de 30 de Junho de 2000


Sumário: Altera o Decreto-Lei n.º 26/94, de 1 de Fevereiro, alterado pelas Leis n.os 7/95, de 29 de
Março, e 118/99, de 11 de Agosto, que contém o regime de organização e funcionamento das
actividades de segurança, higiene e saúde no trabalho.

Decreto-Lei 248/99 de 2 de Julho de 1999


Sumário: Procede à reformulação e aperfeiçoamento global da regulamentação das doenças
profissionais em conformidade com o novo regime jurídico aprovado pela Lei nº 100/97, de 13 de
Setembro, e no desenvolvimento do regime previsto na Lei nº 28/84, de 14 de Agosto

Decreto-Lei 159/99 de 11 de Maio de 1999


Sumário: Regulamenta o seguro de acidentes de trabalho para os trabalhadores independentes

Decreto-Lei 143/99 de 30 de Abril de 1999


Sumário: Regulamenta a Lei nº 100/97, de 13 de Setembro, no que respeita à reparação de danos
emergentes de acidentes de trabalho

Lei 100/97 de 13 de Setembro de 1997


Sumário: Aprova o novo regime jurídico dos acidentes de trabalho e das doenças profissionais

Gestão de Recursos Humanos 52


ETP Sicó

Actividade 1

Escola Tecnológica e Profissional de Sicó


Curso Profissional de Técnico de Informática de Gestão
Avelar
Ano Lectivo 2010-2011

Disciplina: OEAG Ano: 3º Trimestre: 1


Docente: Nuno Santos Tipo de Prova: Actividade nº 1
Data:
Curso: Informática de Gestão

Grupo I

A escola é uma organização de recursos humanos, materiais, financeiros, tecnológicos e


conhecimento.
Em grupo de trabalho de quatro colegas, recolhe informações sobre os recursos humanos da
escola. Cada grupo de trabalho poderá trabalhar uma vertente diferente, ou seja, uns trabalham o
número de professores, outros, o número de alunos e outros, o número de funcionários e as valências
(serviços prestados na escola). Para efectuares este levantamento poderás recorrer à página web da
escola, à aplicação informática da escola e aos serviços administrativos da mesma.
A informação pretendida dirá respeito a professores, funcionários e alunos cuja prestação de
trabalho se faça na escola.
A apresentação da informação recolhida e quantificada poderá efectuar-se com recurso a
quadros ou tabelas como as que a seguir se indicam, a título exemplificativo.
Deves melhorar os quadros indicados acrescentando as informações que julgues necessárias ou
substituí-los por outros que consideres mais adequados à realidade da tua escola.
Título
Alunos M F
CEF
IOSI TIPO 2
IOSI TIPO 3
CURSOS
Informática de Gestão
Electrónica, Automação e Comando
Gestão
CET
Aplicações Informáticas de Gestão
….

Totais

Título
Professores M F
Grupo …
Gestão de Recursos Humanos 53
ETP Sicó

Grupo…
….
….
Totais

Título
Funcionários M F
Serviços Administrativos
Bar
Cantina
….
Totais

BOM TRABALHO!

Gestão de Recursos Humanos 54


ETP Sicó

Actividade 2

Escola Tecnológica e Profissional de Sicó


Curso Profissional de Técnico de Informática de Gestão
Avelar
Ano Lectivo 2010-2011

Disciplina: OEAG
Ano: 3º Trimestre: 1
Tema: A Função dos Recursos Humanos
Docente: Nuno Santos Tipo de Prova: Actividade nº 2
Curso: Informática de Gestão Data:
Grupo I
1. “A grande questão que se coloca ao Gestor de Recursos Humanos é tentar
compatibilizar os objectivos da empresa e das pessoas”.
a. Identifica os objectivos da gestão dos recursos humanos.
b. Distingue os objectivos da empresa e dos seus trabalhadores ou colaboradores.

2. Para cumprir os objectivos definidos, a GRH apoia-se num conjunto de actividades.


Identifica essas actividades.

3. Explica em que consiste o recrutamento dos Recursos Humanos e identifica as várias


fontes de recrutamento existentes.

4. Explica o significado de avaliação de desempenho.

5. A selecção é outra das actividades levadas a cabo pela GRH.


Explica em que consiste o processo de selecção, referindo a actividade que lhe precede.

Grupo II
1. Valida as seguintes afirmações, classificando-as como verdadeiras (V) ou falsas (F):

V F
a) O objectivo da gestão de recursos humanos é recrutar as pessoas certas para os lugares
certos.
b) Os objectivos dos trabalhadores e da empresa não são convergentes.
c) O GRH deve satisfazer sempre e unicamente os objectivos dos seus colaboradores.
d) Uma das novas exigências à GRH é o empowerment.
e) O recrutamento de pessoas é o processo de escolha das pessoas certas para o lugar
certo.
f) O recrutamento de pessoas é o processo de recolha de candidatos certos para o lugar
certo
g) O recrutamento interno faz-se com recurso a anúncios na imprensa, através do IEFP e
do contacto com as escolas.
h) A selecção de pessoas é a última fase do processo de aquisição de novos
colaboradores.

2. Corrige as frases falsas da primeira questão.


BOM TRABALHO!

Gestão de Recursos Humanos 55


ETP Sicó

Escola Tecnológica e Profissional de Sicó


Curso Profissional de Técnico de Informática de Gestão
Avelar
Ano Lectivo 2010-2011

Disciplina: OEAG
Ano: 3º Trimestre: 1
Tema: A Motivação
Docente: Nuno Santos Actividade nº 3
Módulo nº 10 Data:
Grupo I

6. “A motivação gera comportamentos nem sempre previsíveis”.


a. Apresenta uma definição de motivação.
b. Classifica as motivações.
7. Distinga motivação interna de motivação externa.

Grupo II

1. Explica o princípio de Maslow.


2. De que modo se poderá aplicar esta teoria de Maslow à GRH?
3. Acrescenta outras motivações que poderão conduzir ao aumento da satisfação dos
trabalhadores numa empresa.

Grupo III

1. Dos factores seguintes, distingue os factores motivadores (de satisfação) dos factores
higiénicos (de insatisfação ou ausência de satisfação).
Sentimento de realização
Relação com os colegas
Trabalho variado e estimulante
Condições de trabalho
Relação com o chefe
Desenvolvimento pessoal.

2. Dos factores anteriores, refere aqueles que poderão conduzir às motivações internas.

BOM TRABALHO!

Gestão de Recursos Humanos 56


ETP Sicó

Escola Tecnológica e Profissional de Sicó


Curso Profissional de Técnico de Informática de Gestão
Avelar
Ano Lectivo 2010-2011

Disciplina: OEAG
Ano: 3º Trimestre: 1
Tema: A gestão de recursos humanos
Docente: Nuno Santos Actividade nº 4
Módulo nº 10 Data:
Grupo I
1. “A grande questão que se coloca ao gestor de recursos humanos é tentar compatibilizar
os objectivos da empresa e das pessoas.”
a. Identifica os objectivos da gestão de recursos humanos.
b. Distingue os objectivos da empresa e dos seus trabalhadores ou colaboradores.

2. Em que sentido pode a intervenção do gestor de recursos humanos facilitar o processo


de desenvolvimento da empresa e ter um papel activo na mudança empresarial?

3. Para cumprir os objectivos definidos, a gestão de recursos humanos apoia-se num


conjunto de actividades. Identifica as actividades tradicionais da GRH.

Grupo II
1. Explica em que consiste o recrutamento de recursos humanos.

2. Comenta a afirmação seguinte: “Não basta à empresa recrutar bem as pessoas, há que
saber retê-las e fidelizá-las.”

3. No âmbito do recrutamento de pessoas para prestarem trabalho na empresa, identifica


os alvos desse recrutamento.

4. Descreve as formas possíveis de recrutar pessoas para a empresa.

5. Qual a tua opinião acerca da possibilidade de o recrutamento se processar através da


escola.

Grupo III

1. Refere as técnicas utilizadas na selecção de pessoas para a ocupação de determinado


cargo.
2. A selecção é outra das actividades levadas a cabo pela GRH. Explica em que consiste
o processo de selecção, referindo a actividade que lhe precede.
3. Qual o significado de avaliação de desempenho.

BOM TRABALHO!

Gestão de Recursos Humanos 57


ETP Sicó

PROVA DE AVALIAÇÃO

1— Diga qual a importância dos recursos humanos.


R: Corresponde a centrar as atenções e as práticas nos aspectos energéticos das relações
entre a pessoa e a organização.
Tal como todos os recursos, os humanos são portadores de energia que alimentam o
sistema/organização. Nesta perspectiva, sendo os RH a maior fonte de energia que a empresa
tem, existe a necessidade de compreender a especificidade deles, o que leva a um
desenvolvimento cada vez maior das pesquisas em comportamento organizacional, e por outro
lado, há que criar nas empresas, as condições que nelas permitam uma efectiva potenciação
dessa energia, com vista a uma cada vez maior eficácia.

2.Qual a função dos recursos humanos nomeadamente a actividade de


planeamento das necessidades.
R: A actividade de planeamento das necessidades é importante na medida em que permite:
- A previsão das necessidades organizacionais em termos de RH a médio e a longo prazo.
- Analise dos postos funcionais da empresa para determinar quer os seus objectivos e tarefas
principais quer as capacidades, conhecimentos e aptidões requeridas para o seu bom
desempenho.
- Desenho de planos de carreiras adequados à realidade da empresa e o mais possível ajustados
às expectativas profissionais dos colaboradores.

3-No que consiste o processo de recrutamento do processo de selecção?


R: O recrutamento refere-se ao processo que decorre entre a decisão de preencher um cargo
vago e o apuramento dos candidatos que preenchem o perfil da função e reúnem condições para entrar
na empresa, ao passo que a selecção consiste no processo de escolha entre os finalistas e na tomada de
decisão sobre a qual deles se deve oferecer a função

4- Explique em que medida é importante a “Análise e Qualificação de Funções”


(AQF).
R: A AQF assume particular importância, na medida em que permite simultaneamente: apreciar
o desempenho com mais objectividade, diagnosticar as necessidades de formação com maior precisão,
recrutar melhor e fazer compreender aos colaboradores o que se espera deles.

6- O que significa Liderança.


R: Pode-se definir liderança como o processo de dirigir e influenciar as actividades
relacionadas às tarefas dos membros de um grupo.

Gestão de Recursos Humanos 58


ETP Sicó

7- O que significa motivação?


R: Por motivação designa-se a direcção e a amplitude dos comportamentos envolvidos, o seu
vigor e a sua intensidade. Motivamo-nos para realizar uma tarefa precisa, atingir um objectivo
específico: mas é um contra-senso dizer e alguém está ou não motivado, simplesmente.

Gestão de Recursos Humanos 59

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