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(IN)FIDELIDADE PARTIDÁRIA

Daniel Durães Oliveira[1]

A fidelidade partidária é hoje uma verdade presente no sistema eleitoral


brasileiro. Consultas ao TSE respectivamente de nº 1398/07 e 1407/07 colocaram fim às
repetitivas trocas de partidos outrora realizadas pelos mandatários.

Atualmente a troca de partido, seja por mandatário eleito pelo sistema


majoritário, seja pelo sistema proporcional, gera a perda do mandato, quando requerida pela
agremiação partidária, ministério público eleitoral e por aqueles que tiverem interesse jurídico
perante a justiça eleitoral, desde que não atingidas as justas causas presentes na resolução
22.610/07, expedida pelo TSE e posteriormente alterada pela Resolução 22.733/08, que
quando configuradas autorizam o mandatário à troca de partido sem a perda do mandato.

Consideram-se justa causa: a) a incorporação ou fusão de partido; b) a criação


de novo partido; c) a mudança substancial ou desvio reiterado do programa partidário; ou d)
grave discriminação pessoal.

Os partidos políticos são órgãos de especial importância neste atual sistema de


representação democrática. Eles agrupam anseios e reflexões ideológicas de toda uma
coletividade. Assim como os advogados são indispensáveis à administração da justiça, os
partidos políticos também os são quando se trata de representação popular e de soberania
popular.

Com efeito, a legislação eleitoral não contempla a hipótese de candidaturas


avulsas. Destarte, é necessária a filiação partidária de no mínimo um ano, com raríssimas
exceções para a aquisição da capacidade eleitoral passiva.

Algumas reflexões podem ser apontadas para justificar a atual e acertada


posição da corte superior eleitoral, iniciando pelo entendimento de que a constante mudança
partidária promovida pelos mandatários macula a configuração política escolhida pelos
eleitores num sistema representacional no qual se visualizaria um esquema de freios e
contrapesos, seja na deliberação de matérias de natureza administrativa seja na própria
atividade legislativa.
A referida condição anterior de insegurança política adstrita à infidelidade
partidária não só macula a forma representativa, como também a soberania popular exercida
através do prélio eleitoral, consagrando por sua vez a ilegitimidade das representações.

Outro ponto a se discutir é a relevância do partido não visualizada pelo eleitor


que, em respeito à superada insegurança política, votava na pessoa do candidato e não nas
diretrizes e ideais partidários. Com efeito, o que se percebia era um indissociação entre a
figura do candidato e a coisa pública. Conforme (GOMES, 2008), “ ... o debate político deve
ter em foco a realização de idéias e não de projetos pessoais, ou o culto à personalidade”.

A fidelidade doutro modo trouxe o fortalecimento da figura do partido político


que com a manutenção do mandato nos casos de desfiliação injustificada vincula atuação do
mandatário à um norte exaltado pelo partido e de observância obrigatória do eleitor quando da
escolha representativa no pleito.

Palavras chave: Infidelidade partidária, Mandato, Partido Político.

Referências

CANDIDATO, Joel José. Direito Eleitoral Brasileiro. 11ª Ed. São Paulo: Edipro, 2005.

GOMES, José Jairo. Direito Eleitoral. Belo Horizonte: Ed. Del Rey, 2008.

[1]Docente, Especialista em Direito Processual, Professor de Direito


Eleitoral, Faculdades Santo Agostinho, e-mail:
danielduraesoliveira@yahoo.com.br

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