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Faculdade Integrada Do Recife

Bacharelado em Relações Internacionais


Disciplina: História Moderna
Prof. Lucas Victor Silva
Questões para avaliação da aprendizagem.

Aluno: Diego da Nóbrega Riff


05/10/2010

1. Como sabemos, a formação do Estado Absolutista, se relaciona estreitamente


com o fenômeno da crise da sociedade feudal. Disserte sobre as questões
abaixo:

a) A crise feudal do século XIV.

A crise do feudalismo do século XIV foi ponto chave para a formação dos
Estados Absolutistas na Europa e teve fatores diversos que a motivaram.
O crescimento demográfico gerou uma necessidade de aumento de produção
de bens de consumo primários. Com uma tecnologia limitada na agricultura, o
esgotamento dos solos se tornou uma realidade e foi causados por fatores
como falta de rotação de culturas e a diminuição do numero de cabeças de
gado para utilização das terras de pastagens, o que teve como conseqüência
a queda na produção de adubo. Isso levou a Europa, durante os primeiros
anos do século XIV, a ser maculada pela fome, o que gerou abandono das
terras e diminuição na taxa de natalidade.
Por outro lado, os senhores feudais também sofriam com problemas como a
inflação galopante que atingiu o continente. Outra vez, a limitação técnica da
época contribuiu para este acontecimento, pois a extração mineira tinha
chegado ao seu limite, ou seja, não havia conhecimento para buscar metais
em poços mais fundos nem para separar os menos puros.
O surgimento da renda em dinheiro também é apontado por alguns autores
como um fator importante para a crise da sociedade feudal. Se por um lado
isso gerou o aparecimento uma nova classe mercantilista de pequenos
camponeses, por outro lado isso aumentou a migração de camponeses para
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as cidades, uma vez que estes não alcançaram o sucesso na venda do
excedente de produção e não tinham como pagar aos
senhores feudais a sua permanência nas terras. Isso levou a uma
diminuição da mão de obra disponível no campo.
Surgem movimentos de revolta contra os senhores e a opressão que estes
impõem aos camponeses, como a Jacquerie.
Para completar a conturbada época, a peste negra dizima uma boa parte da
população, o que restringe ainda mais a já abatida força de produção.

b) O papel das economias urbanas no aprofundamento da crise da economia


medieval

A carência de mão de obra nas cidades causou um vasto processo de


migração de camponeses para as cidades, onde eles passaram a atuar junto
às corporações artesanais, que eram antes mantinham fortes vínculos
restritivos, mas que se viram obrigadas a aceitar os camponeses como
aspirantes devido a exigüidade da força de trabalho pós Peste Negra.

c) A formação do Estado Absolutista como uma resposta a crise da sociedade


medieval

O caos gerado pela crise do feudalismo no século XIV causou o


enfraquecimento dos poderes locais, ou seja, dos senhores feudais. Esses
tinham autonomia sobre as questões internas ao seu feudo, utilizavam-se da
servidão para produzir e mantinham verdadeiros exércitos para se defender e
até atacar feudos vizinhos. No auge da crise, era comum a utilização dessas
forças para saquear feudos vizinhos devido ao empobrecimento dos senhores
feudais.
Esse cenário onde os poderes locais estavam enfraquecidos e buscavam
meios de superar a crise, alem de outros fatores como o fortalecimento das
economias urbanas, favoreceram a formação do Estado Absolutista, onde o
Rei passa a ter poder sobre todos dentro de seu território e o poder deixa de
ser descentralizado. Assim, todo um aparato governamental foi formado, com
exércitos para a defesa do território, sistema burocrático, criação de moedas
nacionais, criação de leis e um sistema tributário nacional.
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2. Disserte sobre a Formação dos Estados Nacionais comentando o processo de


centralização política e unificação dos mercados internos, criação dos exércitos
nacionais, padronização de pesos e medidas, cunhagem de moedas nacionais,
formação de um corpo administrativo-burocrático formado pela nobreza, alto
clero e em alguns momentos pela burguesia, redução do poder papal, aumento
da autoridade monárquica.

No feudalismo ocorria uma descentralização política, ou seja, a figura do Rei


exercia poder dentro de seu feudo. Os senhores feudais tinham autonomia
dentro de seus feudos, tinham sua leis, seus próprios exércitos e podiam
inclusive não reconhecer o poder do Rei. Com a crise do feudalismo, o
fortalecimento das economias urbanas, as revoltas do campesinato, entre
outros fatores, o poder descentralizado dos feudos foi enfraquecido e isso deu
margem a ascensão do poder real e a centralização do poder. Alguns
feudos aceitaram essa mudança naturalmente, outros foram subjugados pelo
poder da espada do Estado, para que assim passassem a ter uma unidade
nacional onde o Estado pudesse garantir a segurança da população.
O surgimento dos Estados Nacionais veio acompanhado de algumas
mudanças, como:
- A criação de um exército regular para a defesa contra revoltas internas e
ameaças externas;
- A padronização do sistema de pesos e medidas, facilitando assim as
relações comerciais;
- Criação de um sistema monetário nacional, baseado na cunhagem de
moedas, o que permitiu o avanço do comércio entre diversos locais do
Estado;
- Utilização de uma máquina administrativa composta pela nobreza, alto
clero e, devido ao crescimento e enriquecimento da classe, por alguns
membros da burguesia que compravam cargos públicos. Esse aparato foi
fundamental para a coleta de impostos, aplicação de leis e para a
administração dos recursos do Estado.
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Outras características interessantes merecem destaque. Assim como o
soberanos não reconhecia a autoridade de outros membros da nobreza, ele
também não reconhece a autoridade papal, e a Igreja passa a ser submetida
à sua autoridade. Isso demonstra o aumento do poder do Rei e sua
superioridade dentro do Estado.

3. Disserte sobre as transformações econômicas (formas de produção de riqueza e


propriedade da terra), religiosas (causadas pelos efeitos da Reforma Protestante)
e sociais (hierarquias sociais e divisão da sociedade em classes) que levaram a
Inglaterra à Revolução Burguesa.

A Inglaterra passou por transformações econômicas e sociais decisivas


durante os séculos XV e XVI que acarretaram à Revolução Burguesa. As
transformações sociais estavam diretamente relacionadas com as
transformações econômicas que estavam ocorrendo.
O desenvolvimento da manufatura têxtil, onde a Inglaterra passou a deter a
liderança no continente, teve um caráter peculiar. Fugindo das restrições
impostas pelos centros urbanos, houve uma descentralização da produção,
onde a indústria têxtil adotou o sistema de produção doméstico, o que criou
uma massa de trabalhadores assalariados, uma vez que os produtores não
detinham o capital da produção e apenas serviam a burguesia.
A Inglaterra passou a produzir quatro quintos de todo o carvão do continente,
sendo este de fundamental importância no avanço das industrias,
movimentando grandes somas de capital.
A indústria naval foi fortemente impulsionada pelo avanço do comércio
interior e exterior, e foi criada uma frota que ficava atrás apenas da Holanda.
No campo a agricultura deixou o modo de produção feudal e passou para uma
produção comercial, estimulado pelo mercado de lã e pelo crescimento da
economia e o aumento no consumo de produtos agrícolas.
As mudanças econômicas foram acompanhadas de mudanças sociais
profundas e amplas. O afluxo de prata e ouro americanos provocou uma
revolução dos preços (grande onda inflacionária), gerando uma redistribuição
de renda e assim um intenso processo de mobilidade social.
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O enfraquecimento da alta aristocracia rural ao passo que se tinha um rápido
fortalecimento dos pequenos comerciantes gerou um outro fenômeno
interessante: a redistribuição de terras. O que ocorria é que a propriedade de
terra dava prestígio social (status) e poder político a quem a possuía. Assim
os pequenos comerciantes passaram a investir suas riquezas, provenientes
das atividades mercantis, na compra de terras. Assim, pequenos
comerciantes e mercadores passaram a fazer parte da Gentry, que também
era composta pela pequena e media nobreza rural e por todos aqueles que
puderam acumular riquezas e comprar terras.
Acima da Gentry estavam os Pares, formados pelos Grandes proprietários de
terras, cada vez mais enfraquecidos pela dificuldade que tiveram em se
integrar a nova dinâmica econômica.
Entre os camponeses, enquanto a camada mais rica de pequenos e médios
proprietários prosperou, os menos favorecidos foram expulsos do campo pelo
processo dos cercamentos, que com o apoio do parlamento e a omissão da
coroa, passou a forçar os camponeses a migrar para as cidades, aumentando
o contingente de vagabundos, que assim eram ferozmente perseguidos. Com
isso a Inglaterra se distingue de outras nações européias, que durante a
mesma época tinham classes camponesas revoltadas.
A Reforma Religiosa feita por Henrique VIII também gerou um ambiente
propício a Revolução Burguesa. A criação da Igreja Anglicana causou uma
instabilidade entre os católicos que não aceitavam o rompimento do Estado
com o poder do Papa, e também entre os protestantes, que não concordavam
com a base ideológica na qual o Anglicanismo havia sido fundamentado. É
importante destacar que Henrique VIII criou o Anglicanismo com razões muito
mais políticas que religiosas, uma vez que ele tentava submeter o poder da
Igreja aos interesses do estado e combater o caráter supranacional do
Papado.

4. A Revolução Inglesa foi um evento de grande importância na história do


Ocidente, pois abriu espaço para o fortalecimento econômico e político da
Inglaterra na Era Moderna. Analise como a Revolução Inglesa contribuiu para a
transformação da Inglaterra do ponto de vista econômico, religioso, social e
político.
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Mesmo com o retorno do regime monárquico após a Restauração, a


Revolução Inglesa deu força ao parlamento, que passou a governar a
Inglaterra sem precisar se subjugar ao poder do monarca. Assim a segurança
e outros princípios básicos como a liberdade civil e política, passam a ser
assegurados pela sociedade e não mais pelo poder absolutista dos Reis. O
Parlamento passa a ser a principal instituição da Inglaterra, mesmo não sendo
perfeito por defender em sua maioria os interesses das classes proprietárias,
mas criando um ambiente propício ao desenvolvimento do capitalismo.
Do ponto de vista religioso, com as liberdades individuais garantidas e a
diminuição das tensões geradas pela disputa de poder entre o Rei e as
religiões, a tolerância religiosa passou a ser presente no país.
Por isso podemos destacar como importantes mudanças geradas pela
Revolução Inglesa:
- O avanço da democracia, quando o poder do Rei fica extremamente
limitado e o parlamento, que tem seus representantes escolhidos pelo
povo, passa a ser a principal instituição política da Inglaterra, garantindo
as liberdades individuais;
- O abandono do modo de produção feudal e o avanço comercial
impulsionando o capitalismo e a movimentação de recursos. O que abriu
espaço para uma mobilidade social e o crescimento de camadas sociais
antes limitadas ao seu vínculo de servidão.
- Desenvolvimento do Estado liberal com a divisão de poderes: executivo,
legislativo e judiciário.
Isso formou a fundação para o avanço do Capitalismo Industrial que logo mais
seria responsável pela Revolução Industrial, que colocou a Inglaterra em
posição de liderança global durante o século XIX.

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