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Curso de Especialização em

Engenharia de Petróleo e Gás


Natural

Disciplina: Engenharia Gás Natural I


PARTE II: DESTILAÇÃO DO GÁS NATURAL

Eng. José Wellington de Paiva

Janeiro/2010
SUMÁRIO
_____________________________________________________________________________________

Sumário

1 Conceitos fundamentais ......................................................................1

1.1 Destilação ........................................................................................... 1


1.2 Volatilidade .......................................................................................... 1
1.3 Pressão de vapor.................................................................................. 1
1.4 Ponto de ebulição ............................................................................... 2

2 Equilíbrio líquido-vapor ..................................................................... 4

2.1 Introdução............................................................................................ 4
2.2 Lei de Raoult e lei de Dalton ............................................................... 4
2.3 Diagramas binários pressão - temperatura - composição.................... 5
2.4 Constante de equilíbrio, k.................................................................... 6
2.5 Ponto de orvalho ............. .................................................................. 7
2.6 Cálculo do ponto de orvalho................................................................ 7
2.7 Ponto de bolha .................................................................................... 8
2.8 Cálculo do ponto de bolha ................................................................... 8
2.9 Destilação flash .................................................................................. . 9
2.10 Constante de equilíbrio de hidrocarbonetos ...................................... 11

Destilação do gás natural – José Wellington de Paiva


SUMÁRIO
_____________________________________________________________________________________

3 Fundamentos da destilação ........................................................... 22

3.1 Processos de destilação................................................................... 22


3.1.1 Destilação integral ........................................................................... 22
3.1.2 Destilação diferencial......................................................................... 22
3.1.3 Destilação fracionada ..... ................................................................. 23
3.2 Conceito de estágio de equilíbrio ................................................. 24
3.3 Eficiência de um estágio de equilíbrio ............................................ 25
3.4 Volatilidade relativa ........................................................................ 25

4 Coluna de destilação ou fracionadora ........................................ 27

4.1 Componentes de uma coluna de destilação .................................... 27


4.2 Seções de uma coluna de destilação .............................................. 29
4.3 Funcionamento de uma coluna de destilação convencional ........... 29
4.4 Número de pratos versus razão de refluxo ...................................... 31
4.5 Internos de torres de destilação ....................................................... 32
4.6 Operação de uma coluna de destilação ........................................... 38
4.6.1 Restrições operacionais ................................................................... 38
4.6.2 Problemas operacionais ................................................................... 42
4.6.3 Variáveis operacionais ..................................................................... 43

Bibliografia ............................................................................................. 44

Destilação do gás natural – José Wellington de Paiva


Capítulo 1 CONCEITOS FUNDAMENTAIS
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1

1 Conceitos Fundamentais

1.1 Destilação

É um processo no qual uma mistura de líquido ou vapor de duas ou mais


substâncias é separada em frações de componentes com uma pureza
desejada através da aplicação ou remoção de calor.

1.2 Volatilidade

É a capacidade de uma substância de passar para o estado vapor. Diz-


se que uma substância é mais volátil que outra, quando ela tem maior
tendência para passar ao estado de vapor, ou seja, ela tem maior pressão de
vapor.

1.3 Pressão de vapor

De acordo com a teoria cinética, as moléculas da superfície livre de um


líquido possuem a tendência de passar para o estado vapor, devido ao
desequilíbrio de forças que atuam sobre estas moléculas, comparadas com as
moléculas que estão no interior da massa líquida. Suponhamos, então um
líquido encerrado em um vaso fechado, munido de um manômetro. A
temperatura é mantida constante.

Devido ao desequilíbrio mencionado, ocorre a passagem lenta das


moléculas da superfície do líquido para a fase vapor, ou seja, ocorre a
evaporação. As moléculas dos vapores formados chocam-se contra as paredes
do vaso, exercendo assim uma pressão idêntica à pressão exercida por
qualquer gás. Esta pressão é denominada pressão de vapor do líquido.
Quanto maior o número de moléculas vaporizadas maior será a pressão de
vapor do líquido.

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Destilação do Gás Natural – José Wellington de Paiva
Capítulo 1 CONCEITOS FUNDAMENTAIS
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Entretanto, o número de moléculas da fase vapor não aumenta


indefinidamente. Pois, muitas ao se chocarem com a superfície livre do líquido
voltam à fase líquida. Esta tendência em voltar à fase líquida aumenta com a
concentração das moléculas vaporizadas existentes na fase vapor. Haverá um
instante em que o número de moléculas que passa à fase vapor é igual ao
número de moléculas que, no mesmo instante retorna à fase líquida. Atinge-se
assim um estado de equilíbrio dinâmico. A pressão indicada pelo manômetro,
que antes crescia gradativamente, mantém-se constante daí em diante. A
pressão exercida pelo vapor, em equilíbrio com o líquido que lhe deu origem, é
denominada pressão máxima de vapor (ou simplesmente pressão de vapor) do
líquido para a temperatura em que se encontra.

Suponhamos agora que a temperatura fosse aumentada. Isto terá como


efeito a elevação da energia cinética das moléculas da superfície do líquido e,
como consequência, um maior número de moléculas passarão do líquido para
o vapor e, vice-versa; ou seja, uma nova situação de equilíbrio será atingida.

A pressão de vapor de um líquido varia com a temperatura e é tanto maior


quanto mais alta for esta temperatura.

1.4 Ponto de ebulição

Considere um líquido puro como, por exemplo, a água, na temperatura


de 30ºC e pressão atmosférica padrão, ou seja, 760 mmHg. Nesta
temperatura, a pressão de vapor da água é 31,83 mmHg.

Se aquecermos o recipiente contendo a água, o calor fornecido


provocará a elevação da temperatura da água (calor sensível) com a
conseqüente elevação da pressão de vapor da água. Quando a temperatura
alcançar 100ºC, a água começará a ferver e, por mais calor que se forneça, a
temperatura não se elevará, enquanto houver água fervendo. A pressão de
vapor da água a 100ºC é de 760 mmHg.

Logo, o ponto de ebulição normal da água é 100ºC, porque nesta


temperatura a pressão de vapor da água iguala a pressão atmosférica.

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Capítulo 1 CONCEITOS FUNDAMENTAIS
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O Ponto de ebulição é a temperatura na qual, um líquido puro, quando


aquecido, começa a vaporizar (forma a primeira bolha de vapor). Esta condição
ocorre em que sua pressão de vapor torna-se igual a pressão a qual o líquido
está submetido. A temperatura durante a vaporização é sempre constante.

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Capítulo 2 EQUILÍBRIO LÍQUIDO-VAPOR
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2 Equilíbrio líquido-vapor

2.1 Introdução

Diversos processos, como a absorção, destilação e extração, colocam


em contato duas fases que não estão em equilíbrio. Na industria a grande
maioria dos problemas diz respeito ao equilíbrio líquido-vapor, embora se
encontrem, às vezes, sistemas vapor-sólido, líquido-líquido e sólido-líquido.

2.2 Lei de Raoult e Lei de Dalton

pV = yi P (fase vapor )

pL = xi Pio (fase líquida)

A Pressão parcial exercida na fase vapor por um componente numa


solução ideal é dada por:

pi = xi Pio

No equilíbrio líquido-vapor entre uma fase líquida que é uma solução


ideal e uma fase vapor que é um gás ideal, a pressão parcial de um
componente na fase vapor é igual ao produto da fração molar do componente
na fase líquida pela pressão de vapor do componente puro.

pi = yi P = xi Pio

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Capítulo 2 EQUILÍBRIO LÍQUIDO-VAPOR
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O Tratamento do equlíbrio líquido-vapor seria simples se todos os


sistemas obedecessem á lei de Raoult. Na realidade, observam-se desvios em
relação à lei de Raoult. Os maiores desvios se dá na fase líquida, devido a
distâncias moleculares serem pequenas, provocando o afastamento da fase
em relação em comportamento ideal. Na fase vapor observam-se desvios
quando se trabalha a pressões elevadas.

2.3 Diagramas binários de Pressão –Temperatura - Composição

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Capítulo 2 EQUILÍBRIO LÍQUIDO-VAPOR
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2.4 Constante de Equilíbrio, K

É definida como:

Ki = yi/xi

Para pressões abaixo de 60 psia onde o conceito de gás ideal se aplica


a constante de equilíbrio é dada por:

K = Pio/P

Esta constante “K” é chamada constante de equilíbrio líquido-vapor. É


um termo bastante utilizado na indústria do petróleo e do gás natural. Este fator
fornece uma medida da “volatilidade” de um componente, isto é, sua tendência
de concentrar-se na fase vapor.
Os componentes leves têm valores de K maiores que 1, enquanto os
componentes mais pesados têm valores de K menores que 1.

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Capítulo 2 EQUILÍBRIO LÍQUIDO-VAPOR
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A constante K é uma função complexa da temperatura, da pressão , da


composição do vapor e da composição do líquido.

2.5 Ponto de orvalho (dew point)

É a temperatura na qual, uma mistura vapor de vários componentes,


quando resfriada, começa a condensar (forma a primeira gota de líquido). A
temperatura durante a condensação não é constante. Isto ocorre, por causa
dos componentes mais pesados tenderem a condensar mais rapidamente que
os mais leves, e consequentemente a temperatura diminui a medida que a
condensação se procede.

2.6 Cálculo do Ponto de Orvalho

No ponto de orvalho, todo o sistema está na fase vapor exceto uma


pequena gota de líquido. Então,

Σ (yi/K) = Σ xi = 1

Exemplo: Determine o ponto de orvalho da mistura abaixo a 580 psia.


Assumir que o C7+ tem as mesmas propriedades do C8.

componente yi K (t=153°C) Σ yi/K


CO2 1,25 4,83 0,26
H2S 0,50 2,38 0,21
C1 21,36 6,36 3,36
C2 36,78 2,84 12,95
C3 10,21 1,57 6,50
iC4 6,38 1,02 6,25
nC4 9,84 0,86 11,44
iC5 2,63 0,55 4,78
nC5 4,01 0,49 8,18
C6 3,90 0,28 13,93
+
C7 3,14 0,097 32,37
Σ 100,23

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Capítulo 2 EQUILÍBRIO LÍQUIDO-VAPOR
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2.7 Ponto de Bolha (bubble point)

É a temperatura na qual, uma mistura líquida de vários componentes,


quando aquecida, começa a vaporizar (formação da primeira bolha de vapor).
Esta condição ocorre, no instante em que a soma das pressões de vapor
exercidas individualmente pelos componentes torna-se igual a pressão a qual a
mistura está submetida. A temperatura de vaporização não é constante. Isto
ocorre, por causa dos componentes mais voláteis serem mais rapidamente
desprendidos que os mais pesados, e consequentemente a temperatura
aumenta a medida que a vaporização procede. Por convenção, o ponto de
ebulição de uma mistura multicomponente é seu ponto de bolha.

2.8 Cálculo do Ponto de Bolha

No ponto de bolha todo o sistema está no estado líquido exceto uma


pequena bolha de vapor. Então:

Σ (Kxi) = Σ yi = 1

Exemplo: Determine o ponto de bolha da mistura abaixo a 580 psia.


Assumir que o C7+ tem as mesmas propriedades do C8.

componente xi K (t= -14°C) Σ Kxi


CO2 1,25 1,50 1,88
H2S 0,50 0,41 0,21
C1 21,36 3,48 74,33
C2 36,78 0,58 21,33
C3 10,21 0,16 1,63
iC4 6,38 0,063 0,40
nC4 9,84 0,043 0,42
iC5 2,63 0,017 0,04
nC5 4,01 0,012 0,048
C6 3,90 0,0036 0,014
+
C7 3,14 0,00033 0,001
Σ = 100,30

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2.9 Destilação FLASH

Balanço global:

F=L+V

Para cada componente:

Fzi = Lxi + Vyi

xi = zi/(L + VKi) e yi = zi/(V+ L/Ki)

Σ yi - Σ xi = Σ zi(Ki – 1)/(V(Ki –1) +1) = 0

Rotina de cálculo:

1. Encontre ki a temperatura e pressão de separação;


2. Assumir V ou L;
3. Calcular Σ yi - Σ xi = Σ zi(Ki – 1)/(V(Ki –1) +1) = 0
4. Se a igualdade não for atendida voltar ao passo 2
5. Calcular xi e yi.

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Exemplo: determine a composição do líquido e do vapor e a fração


vaporizada da mistura abaixo nas condições de 100°C e 580 psia:

Comp. zi Ki Σyi - Σxi Σxi Σyi


CO2 1,25 4,050 1,139 0,373 1,512
H2S 0,50 1,740 0,236 0,319 0,554
C1 21,36 5,950 21,974 4,439 26,413
C2 36,78 2,160 22,535 19,427 41,962
C3 10,21 1,030 0,299 9,979 10,279
iC4 6,38 0,600 - 3,688 9,220 5,532
nC4 9,84 0,490 - 8,264 16,203 7,940
iC5 2,63 0,280 - 4,250 5,903 1,653
nC5 4,01 0,240 - 7,348 9,668 2,320
C6 3,90 0,120 - 10,646 12,098 1,452
+
C7 3,14 0,031 - 11,987 12,370 0,383
Σ = 0,00 Σ = 100 Σ = 100

RESUMO:
‰ Σ Kzi e Σ (zi/K) > 1 duas fases coexistem

‰ Σ Kzi < 1 o sistema é todo líquido

‰ Σ zi/K < 1 o sistema é todo vapor

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Capítulo 2 EQUILÍBRIO LÍQUIDO-VAPOR
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2.10 Constantes de equilíbrio líquido - vapor

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Capítulo 2 EQUILÍBRIO LÍQUIDO-VAPOR
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Capítulo 2 EQUILÍBRIO LÍQUIDO-VAPOR
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Capítulo 2 EQUILÍBRIO LÍQUIDO-VAPOR
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Capítulo 2 EQUILÍBRIO LÍQUIDO-VAPOR
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Capítulo 2 EQUILÍBRIO LÍQUIDO-VAPOR
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CAPÍTULO 3 DESTILAÇÃO
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3 Fundamentos da destilação

3.1 Processos de destilação

3.1.1 Destilação Integral

É a destilação em uma única etapa ou estágio, em que a mistura líquida,


ou seja, a carga é separada em dois produtos: um vapor e um líquido que
estão em equilíbrio termodinâmico. É também conhecida como destilação flash.

É uma operação de um estágio apenas onde uma mistura líquida é


parcialmente vaporizada; ou uma mistura gasosa é parcialmente condensada,
resultando numa separação entre as fases líquida e vapor.

Características da destilação FLASH:

9 É uma separação grosseira: utiliza apenas um estágio;


9 Ocorre em: tambores de flash, zonas de flash de torres de destilação,
condensadores parciais de topo e refervedores parciais.

Para se conseguir uma aumento de pureza seriam necessários vários


tambores de flash.

3.1.2 Destilação Diferencial

A primeira bolha de vapor que se forma é retirada do contato com o


líquido residual e totalmente condensada. Continuando o aquecimento sempre
separando o vapor formado, à medida que ele se desprende, para depois
condensá-lo. Ao fim de certo tempo teremos dois líquidos de composições
diferentes, o condensado mais rico no componente mais volátil e o líquido
residual, mais rico no componente menos volátil. Ao contrário da destilação
integral, não existe relação de equilíbrio entre os dois líquidos, se bem que
existe equilíbrio diferencial entre o líquido e o vapor a medida que esse se
forma.

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CAPÍTULO 3 DESTILAÇÃO
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A destilação diferencial é intermitente. Carrega-se o destilador com a


mistura a destilar e vaporiza-se a carga até o ponto desejado. A temperatura do
líquido no destilador sobe continuamente durante a destilação, porque o líquido
vai se enriquecendo com o componente mais pesado.

3.1.3 Destilação fracionada

É uma operação de separação de componentes por intermédio de


vaporizações e condensações sucessivas que, devido às diferentes
volatilidades das substâncias, torna-se possível a obtenção de dois produtos,
um com teor elevado dos componentes mais voláteis e outro nos menos
voláteis.

A destilação fracionada é uma evolução da destilação integral, pois, em


síntese, é uma destilação integral com múltiplos estágios. Ela é necessária
para produzir um ou mais produtos com maior grau de pureza.

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CAPÍTULO 3 DESTILAÇÃO
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3.2 Conceito de Estágio de equilíbrio

É um conceito que simplifica os processos de transferência de energia e


massa numa coluna de destilação. O equilíbrio se dá quando duas fases de
composições diferentes são postas em contato resultando na transferência dos
diversos componentes de uma fase para outra até que a velocidade de
transferência de cada componente seja a mesma em ambos os sentidos. Num
estágio de equilíbrio-vapor, o líquido está no seu ponto de bolha e este valor é
determinado pela pressão e composição do líquido no estágio.

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CAPÍTULO 3 DESTILAÇÃO
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3.3 Eficiência de um Estágio de Equilíbrio

Uma bandeja de uma torre de separação não possui o mesmo


desempenho de um estágio de equilíbrio, daí a necessidade de se definir a
eficiência dos dispositivos de contato:

Eficiência = Número de pratos teóricos


Número de pratos reais

Eficiência típica da destilação: 70%


Eficiência típica da absorção: 20%

3.4 Volatilidade relativa

É a medida da diferença de volatilidade entre dois componentes. É a


forma de expressar quanto um componente é mais volátil que o outro.

α >=1,1 a separação é difícil

α >=1,5 a separação é fácil

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CAPÍTULO 3 DESTILAÇÃO
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A volatidade relativa varia com a temperatura e pressão de operação. A


temperatura de equilíbrio é diretamente proporcional a pressão. É portanto, a
pressão de operação quem vai determinar a maior ou menor volatilidade
relativa, ou seja, a maior ou menor facilidade de separação. Para cada dois
componentes, a volatilidade relativa é mais alta a pressões mais baixas.

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CAPÍTULO 4 OPERAÇÃO DE COLUNAS DE DESTILAÇÃO
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4 Coluna de Destilação ou fracionadora

4.1 Componentes de uma coluna de destilação

É um equipamento usado para promover uma determinada separação


e/ou purificação de duas ou mais correntes de produtos, onde dois fluxos
internos movem-se em contracorrente atráves de “dispositivos de contato”.
Esses dispositivos de contatos são denominados de bandeja ou prato.

Os equipamentos básicos de uma coluna de destilação são: o


condensador, o tambor de refluxo e o refervedor.

O fluxo do líquido vai no sentido descendente (por gravidade) enquanto


que o fluxo do vapor é forçado a subir através dos orifícios dos pratos,
resultando no contato pela ação do borbulhamento formado.

Os componentes leves que estão na fase líquida tendem a se


intercambiar com os componentes pesados que estão na fase vapor. Sempre
que um componente pesado na fase vapor se condensa, um componente
na fase líquida utiliza imediatamente o calor liberado na condensação
para se vaporizar e escapar da fase líquida.

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CAPÍTULO 4 OPERAÇÃO DE COLUNAS DE DESTILAÇÃO
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CAPÍTULO 4 OPERAÇÃO DE COLUNAS DE DESTILAÇÃO
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4.2 Seções da coluna de destilação

A carga é introduzida em um ponto intermediário da coluna e, de acordo


com o seu estado térmico e/ou composição, este ponto será localizado abaixo
ou acima do ponto médio da altura da coluna.

O Ponto de introdução da carga divide a coluna em duas seções: a parte


superior é chamada de seção de enriquecimento, de absorção ou de
retificação. A seção inferior é chamada de seção de esgotamento.

4.3 Funcionamento de uma torre de destilação convencional

A carga ao entrar na torre, dependendo do seu estado térmico, seguirá


de acordo com as seguintes possibilidades:

9 Carga líquida (temperatura ≤ ponto de bolha) – a carga desce para o


prato imediatamente inferior pertencente a seção de esgotamento, se
misturando com o líquido (refluxo interno) que desce da seção de
absorção.

9 Carga vapor (temperatura ≥ ponto de orvalho) – neste caso, a carga é


introduzida na parte inferior da torre, que possui apenas uma seção, que
é a seção de retificação.

9 Carga parcialmente vaporizada ( líquido + vapor ) – a parte líquida desce


para o prato superior da seção de esgotamento se misturando ao refluxo
interno que desce da seção de absorção. A parte vapor sobe,
borbulhando no líquido que escoa no prato inferior da seção de
absorção.

O vapor que se desprende de um dado prato da torre de destilação, no


seu ponto de orvalho, a uma certa temperatura e composição, ao atravessar o
líquido do prato superior, que está a uma outra composição e menor
temperatura sofre condensação preferencial dos seus componentes mais
pesados (menos voláteis). O calor liberado pela condensação destes

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CAPÍTULO 4 OPERAÇÃO DE COLUNAS DE DESTILAÇÃO
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componentes permite a vaporização preferencial dos componentes mais


voláteis do líquido que chega ao prato proveniente do prato superior.

Desta forma, o vapor que abandona um certo prato, além de menor


temperatura, é mais rico nos componentes mais voláteis do que o vapor que
chega a este prato, pois ele deixou componentes menos voláteis no líquido e
recebeu deste maior quantidade de componentes mais voláteis.

Por outro lado, o líquido que abandona o prato, além de maior


temperatura, é mais rico nos componentes mais pesados do que o líquido que
chega ao prato, pois ele recebe maior quantidade de componentes mais
pesados e perde maior quantidade de componentes mais voláteis para o vapor.

Devido a estas vaporizações e condensações que ocorrem por contato


direto entre o vapor e o líquido, se diz que existe uma troca de calor e massa
entre o líquido e vapor escoam em uma coluna de destilação.

A medida que sobem na torre, os vapores tornam-se cada vez mais frios
e mais concentrados nos componentes mais voláteis.

A medida que descem na torre, os líquidos tornam-se cada vez mais


quentes e mais concentrados nos compostos mais pesados.

Simplificando, o topo da torre é o ponto de menor temperatura, menor


pressão e maior concentração de componentes mais voláteis. E,
consequentemente, o fundo da torre é o ponto de maior temperatura, maior
pressão e maior concentração de componentes mais pesados.

O gradiente de temperatura existente entre o topo e o fundo da torre é


gerado pelo refluxo externo , proveniente da condensação de parte dos
vapores que saem pelo topo da torre. Este refluxo externo é quem gera no
interior da torre, o refluxo interno, que desce de prato a prato, variando sua
composição e temperatura. Quanto mais líquido descer na torre melhor será a
remoção de componentes pesados presentes no vapor e, portanto, melhor será
o fracionamento na seção de absorção. A relação entre a vazão de refluxo
externo e o produto destilado é conhecida como razão de refluxo.

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Destilação do Gás Natural – José Wellington de Paiva
CAPÍTULO 4 OPERAÇÃO DE COLUNAS DE DESTILAÇÃO
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Na seção de esgotamento, dá-se o contrário, pois nela se deseja


remover os compostos leves do líquido que descem pela seção. Portanto,
quanto mais vapor subir pelo fundo, maior será a remoção de compostos leves
e mais rico em compostos pesados será o produto de fundo.

4.4 Número de pratos versus vazão de refluxo

O número alto de estágios de equilíbrio é fundamental para se conseguir


maior pureza dos produtos, ou seja, melhor separação entre os componentes.
É claro que isto implica em uma torre de maior altura e, portanto, maior custo
de investimento.

Analogamente, uma alta razão de refluxo implica também em uma


melhor separação entre os componentes. Isto tem como conseqüência um
maior custo operacional, pois, quanto maior for a vazão de refluxo, maior será
as cargas térmicas do condensador e do refervedor e, portanto, maior o
consumo de fluido de resfriamento e fluido de aquecimento.

Portanto, podem ser projetadas torres com grande número de pratos


para operarem com baixa razão de refluxo e torres com menor número de
pratos para operarem com altas razões de refluxo, para se obter uma mesma
separação de carga. Existe, portanto, uma relação adequada entre o número
de pratos necessários para uma dada separação e a razão de refluxo de uma
coluna.

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CAPÍTULO 4 OPERAÇÃO DE COLUNAS DE DESTILAÇÃO
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4.5 Internos de Torres de destilação

A variedade de dispositivos de contato líquido-vapor empregados em


destilação é enorme.

Inicialmente a indústria do petróleo empregou os pratos com


borbulhadores. Com o advento de métodos mais confiáveis de cálculo, o
aumento de mão de obra e o aparecimento de especificações mais rígidas
fizeram com que os pratos com borbulhadores entrassem em desuso.

Os pratos perfurados foram utilizados pela primeira vez em 1832. É, sem


dúvida nenhuma, um dos mais baratos dispositivos de contato, bem como
apresenta uma das mais baixas perdas de carga.

Os pratos valvulados foram patenteados em 1932, vindo ocupar uma


faixa de aplicação que sobrepõem-se às faixas do prato com borbulhadores e
perfurado. É, na maioria das aplicações, o de maior flexibilidade.

Na atualidade, os projetos de torres de pratos fixam-se quase que


exclusivamente em pratos perfurados e valvulados.

A aplicação dos recheios começou com os recheios randômicos. Os


anéis de Raschig, Lessing e as selas de Berl. Estes recheios foram
substituídos por recheios mais efecientes, ainda randômicos, como os anéis de
Pall e as Selas Intalox.

Atualmente, os recheios estruturados de alta eficiência e baixa perda de


carga estão sendo cada vez mais empregados.

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CAPÍTULO 4 OPERAÇÃO DE COLUNAS DE DESTILAÇÃO
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CAPÍTULO 4 OPERAÇÃO DE COLUNAS DE DESTILAÇÃO
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Internos de Torres Recheadas

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CAPÍTULO 4 OPERAÇÃO DE COLUNAS DE DESTILAÇÃO
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4.6 Operação de uma coluna de destilação

4.6.1 Restrições Operacionais

Restrições hidráulicas

Uma coluna de destilação é um complexo sistema de escoamento. Na


base da coluna, vapor com uma pressão suficientemente elevada, tem que ser
gerado para poder vencer o peso da coluna de líquido em cada prato, da base
até o topo da coluna.

Por outro lado, o líquido escoa do topo para o fundo, na mesma direção
do gradiente positivo de pressão, devido a diferença de densidade.

O escoamento interno de vapor e de líquido numa coluna de destilação


deve ser tal que favoreça o contato entre as fases, daí a necessidade de
colocar dispositivos de contatos nas colunas. As figuras a seguir mostram um
prato perfurado e um com borbulhador, respectivamente, promovem a mistura
entre as fases líquida e as fases vapor.

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CAPÍTULO 4 OPERAÇÃO DE COLUNAS DE DESTILAÇÃO
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CAPÍTULO 4 OPERAÇÃO DE COLUNAS DE DESTILAÇÃO
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Vazões muito baixas ou altas de vapor ou líquido podem provocar um


dos seguintes problemas:

9 Arraste de líquido (entrainment)


9 Formação de cones de vapor
9 Pulsação
9 Passagem de líquido ou gotejamento (weeping)
9 Inundação (flooding)
9 Formação excessiva de espuma (foaming)

Se a vazão de vapor for muito grande, a coluna irá inundar, pois o


líquido não consegue vencer o gradiente de pressão.

Se a vazão de líquido for muito alta, a coluna também irá inundar, pois o
vapor não consegue vencer o gradiente de pressão devido a coluna de líquido,
e o mesmo se acumula entre os pratos.

Problemas também ocorre quando as vazões internas de líquido e vapor


são muito baixas. Se falta vapor o líquido começa a escoar pela abertura nos
pratos e não pelo downcomer, diminuindo a eficiência da separação. Se a
vazão interna de líquido na coluna é que é pequena, o líquido é distribuído
irregularmente no prato, proporcionando a formação de pontos quentes.

Portanto, existem máximos e mínimos para as condições operacionais


de uma coluna de destilação.

A mudança de pressão numa coluna deve ser suave. A súbita


diminuição da pressão na coluna provoca uma vaporização brusca do líquido
dos pratos (flashing), e o aumento da vazão de vapor com possível formação
excessiva de espuma. O aumento repentino da pressão provoca condensação
do vapor e a diminuição da vazão do vapor podendo causar passagem do
líquido pelos furos ou válvulas.

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CAPÍTULO 4 OPERAÇÃO DE COLUNAS DE DESTILAÇÃO
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Restrições de separação

A separação é limitada pela quantidade de refluxo disponível e pelo


número de pratos da coluna.

Restrições na transferência de calor

Calor é adicionado na base da coluna para gerar uma corrente interna


de vapor, enquanto que no topo da coluna o calor é retirado para condensar a
corrente de vapor e gerar uma corrente interna em fase líquida.

Se a temperatura do fundo aumenta, o gradiente de temperatura entre o


resíduo e o fluido de aquecimento diminui, causando um decréscimo na
transferência de calor.

Restrições de temperatura e pressão

Temperatura e pressão não podem se aproximar das condições críticas,


pois o fluxo hidráulico depende da diferença entre a massa específica da fase
líquida e gasosa. Além disso algumas substâncias são termicamente sensíveis.

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CAPÍTULO 4 OPERAÇÃO DE COLUNAS DE DESTILAÇÃO
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4.6.2 Problemas Operacionais

Inundação(flooding):

9 Ocorre quando a vazão de líquido é excessiva


9 Caracterizada pela elevação de nível nos downcomers, atingindo o prato superior
9 Vapores ascendentes passam a arrastar líquido para os pratos superiores

É provocada por:

9 Excessivas vazões de refluxo


9 Excessiva velocidade dos vapores ascendentes, provocando arraste e
dificultando o escoamento do líquido

Principais Sintomas são:

9 ΔP elevado na zona inundada: Acompanhar ΔP na torre


9 Esfriamento da zona inundada: Acompanhar perfil de temperatura na torre

Ações Corretivas:

9 Reduzir refluxo da torre


9 Reduzir a temperatura do forno ou refervedor
9 Reduzir carga da unidade

Gotejamento (weeping)

9 Ocorre quando se opera com baixas vazões de carga implicando em baixas


vazões de vapor.
9 Tem como consequência o vazamento de líquido para as bandejas inferiores
prejudicando o contato líquido-vapor

Arraste (entrainment)

9 Ocorre quando a vazão de vapor é excessiva


9 Tem como consequência o transporte de gotas de líquido do prato inferior
contaminando-o com componentes pesados.

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CAPÍTULO 4 OPERAÇÃO DE COLUNAS DE DESTILAÇÃO
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4.6.3 Variáveis operacionais (Torre desbutanizadora)

Relação líquido-vapor

• Seção de absorção
L/V ↑ → FRACIONAMENTO ↑ , C5+ GLP ↓
L/V ↑ QUANDO REFLUXO TOPO ↑ → CONSUMO DE ENERGIA ↑

• Seção de esgotamento

V/L ↑ → FRACIONAMENTO ↑ , C4- NO C5+ ↓


V/L ↑ QUANDO QREFERVEDOR ↑ → CONSUMO DE ENERGIA ↑

Prato de introdução de carga

O prato ótimo de carga é função da composição de carga e da separação


desejada.

Temperatura de carga

TCARGA ↑ → REFLUXO DE TOPO ↑ → L/V ↑ , INTEMPERISMO GLP↓


TCARGA ↑ → QREFERVEDOR ↓ → V/LSEÇÃO ESGOTAMENTO ↓, PVR C5+ ↑

Pressão

PRESSÃO ↑→ ∝AB↓ , PVR GLP E C5+ ↑


PVR GLP ↑ → PRESSÃO TOPO ↑ OU TEMPERATURATOPO ↓ (REFLUXO ↑)

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BIBLIOGRAFIA
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Bibliografia

1. GPSA - Engineering data book


Vol I and II, 11th edition, 1998

2. Gas Conditioning and Processing


John M. Campbell, Larry Lilly and Robet Maddox

‰ Vol 1: The basic Principles, 7th edition, 328 pages, 1992


‰ Vol 2: The equipment modules, 7th edition, 407 pages, 1992

3. Introdução à Termodinâmica na Engenharia Química


J. M. Smith e H.C. Van Ness 3ª edição, 1980

4. Apostila de Controle de coluna de destilação


Ricardo de Araújo Kalid

Destilação do gás natural – José Wellington de Paiva


ANEXO 1 PROPRIEDADES FÍSICAS DE HIDROCARBONETOS
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Anexo 1: Propriedades físicas de hidrocarbonetos

1.1 Regras de misturas

As propriedades físicas de uma mistura de hidrocarbonetos é o


resultado, para gases ideais, da contribuição de cada um na mistura vezes o
valor da propriedade do componente puro.

O peso molecular médio de uma mistura de gases é:


Mm = Σ yi x Mi
Onde: yi é a fração molar de cada componente na mistura.
Mi é o peso molecular de cada componente

As propriedades são aditivas em base molar, base mássica ou base


volumétrica.

A Figura 1 mostra as propriedades físicas de componentes puros.

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ANEXO 1 PROPRIEDADES FÍSICAS DE HIDROCARBONETOS
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Fig.1a.Constantes Físicas

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ANEXO 1 PROPRIEDADES FÍSICAS DE HIDROCARBONETOS
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Fig.1b.Constantes Físicas

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Fig.1c.Constantes Físicas

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1.2 O Comportamento PVT dos gases

O comportamento dos gases quanto a pressão, volume e temperatura


estão muito bem equacionadas. A relação P-V-T, quando se tem apenas uma
fase, pode ser expressa pela equação:

f(P,V,T) = 0

Isto significa dizer que existe uma equação de estado relacionando a


pressão, o volume molar e a temperatura. O exemplo mais simples de uma
equação de estado é a equação dos gases ideais:

PV = nRT

Para gases não ideais esta equação pode ser escrita:

PV = nZRT onde: ρ = PM/ZRT

Onde R é a constante dos gases ideais, que pode assumir os seguintes


valores:

P V T R
kPa m3 K 8,314 kPa.m3/(kmol.K)
MPa m3 K 0,00831 MPa.m3/(kmol.K)
bar m3 K 0,08314 bar. m3/(kmol.K)
psia ft3 0
R 10,73 psia.ft3/(lbmol.oR)
atm.a cm3 K 82,05 atm.cm3/(gmol.K)

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O comportamento P-V-T e P-T para uma substância pura é mostrada na


figuras abaixo:

Figura 2. Diagrama P-V-T para uma substância pura

Figura 3. Diagrama P-T para uma substância pura

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Equações de Estado para gases não ideais:

‰ Van der Waals

(P + a/V2)(V – b) = RT

‰ Benedict-Webb-Rubin (BWR)

P = RTρ + (B0RT – A0 – C0/T2)ρ2 + (bRT – a)ρ3 + aαρ6 + (cρ3/T2)(1 + γρ2)e-γρ2


B

Onde:
A0, B0, C0, a, b, c, α e γ são constantes de correlação
B

P é a pressão absoluta
T é a temperatura absoluta e
ρ é a densidade molar

‰ Redlich-Kwong (RK)

P = RT/(V – b) – a/T0,5V(V+b)
ou
Z = 1/(1 – h) – A/B(h/(1+h))

h = BP/Z

onde B = b/RT e A/B = a/RT1,5

a = 0,4278R2Tc2,5/Pc

b = RTc/8Pc

‰ Peng-Robinson

P = RT/(V – b) – aT/(V(V+b) + b(V – b))

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1.3 Fator de Compressibilidade

É a razão entre o volume molar ocupado por um gás real e o volume


molar ocupado por um gás ideal de mesma natureza molecular, nas mesmas
condições de pressão e temperatura.

Z = Vreal/ Videal

A Figura 4 mostra o fator de compressibilidade aplicados a


hidrocarbonetos de baixo peso molecular incluindo metano, etano, propano e
misturas de gases. Apresenta erros de 2 a 3%.

A Figura 5 mostra o fator de compressibilidade para hidrocarbonetos a


baixas pressões.

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Figura 4: Fator de compressibilidade generalizado para gás natural

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Figura 5: Fator de Compressibilidade para gases a baixas pressões

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1.4 Princípio dos Estados Correspondentes

Todos os gases, quando comparados nas mesmas temperaturas


reduzidas e nas mesmas pressões reduzidas, têm, aproximadamente o mesmo
fator de compressiblidade e afastam-se, em relação ao comportamento ideal,
mais ou menos da mesma forma.

TR = T/TC

PR = P/PC

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1.5 Sistemas Multicomponentes

Curva Envelope

Para sistemas multicomponentes outra variável deve ser levada em conta


no diagrama de fases: a composição. A composição altera o formato da curva
no tocante a sua largura e altura. A figura 6 mostra para um sistema C2 – C7.

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1.6 Condições pseudo críticas e pseudo reduzidas

O Estudo do equilíbrio líquido-vapor de uma mistura mostra que ela


admite, tal como o hidrocarboneto puro, um ponto crítico, onde a densidade e a
composição do vapor são idênticas as do líquido. No caso de misturas, deve
ser considerado adicionalmente ao ponto crítico, o chamado ponto pseudo
crítico. Este ponto, definido a partir de um hidrocarboneto médio fictício, é
utilizado para se definir as coordenadas reduzidas da mistura.
Se a composição não for conhecida as propriedades pseudo críticas
podem ser calculadas por:

Onde: Ppc é a pressão pseudo crítica em psia


Tpc é a temperatura crítica em R

é densidade relativa (ar=1)

1.7 Propriedades físicas de uma mistura de hidrocarbonetos

Um produto é caracterizado por sua massa molecular, estrutura,


composição química, o que define seu comportamento físico-químicos em
diversas condições.

Mistura de produtos químicos de composição conhecida também podem


ser caracterizadas físico-quimicamente desde que se possa calcular por
aditividade o valor médio dessas propriedades.

No caso do petróleo e suas frações, constituídas por misturas


complexas, tal tipo de caracterização é impraticável, pois não é possível
conhecer-se sempre a composição química e a concentração dos constituintes
desses produtos. Vários fatores e constantes foram propostos para a
caracterização físico-química do petróleo, calculados a partir de propriedades
físicas mensuráveis, ou propriedades da mistura calculadas a partir de dados
de análise de laboratório.

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ANEXO 1 PROPRIEDADES FÍSICAS DE HIDROCARBONETOS
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Dentre as propriedades físicas mensuráveis listam-se a densidade, o


peso molecular e as curvas de destilação do petróleo e frações.

1.8 Pressão de vapor

A Pressão de Vapor para hidrocarbonetos leves são mostradas na figura


abaixo:

Figura 10: Pressão de vapor versus temperatura para hidrocarbonetos

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ANEXO 1 PROPRIEDADES FÍSICAS DE HIDROCARBONETOS
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1.9 Propriedades dos hidrocarbonetos líquidos

A tabela abaixo mostra as propriedades dos grupos de hidrocarbonetos

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ANEXO 1 PROPRIEDADES FÍSICAS DE HIDROCARBONETOS
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1.10 Destilação ASTM D-86

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ANEXO 1 PROPRIEDADES FÍSICAS DE HIDROCARBONETOS
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1.11 Fator de caracterização de Watson

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ANEXO 1 PROPRIEDADES FÍSICAS DE HIDROCARBONETOS
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ANEXO 1 PROPRIEDADES FÍSICAS DE HIDROCARBONETOS
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ANEXO 1 PROPRIEDADES FÍSICAS DE HIDROCARBONETOS
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1.12 Equação de Antoine

Constantes de Antoine (Psat em kPa e Tsat em K)


Nome A B C Tmáx (K) Tmin (K)
CO2 20,5748 3103,39 -0,16 204 154
Metano 13,2093 897,84 -7,16 120 93
Etano 13,6487 1511,42 -17,16 199 130
Propano 13,7110 1872,46 -25,16 249 164
Isobutano 13,5231 2032,73 -33,15 280 187
n-butano 13,6632 2154,90 -34,42 290 195
n-pentano 13,8183 2477,07 -39,94 330 220
n-hexano 13,8216 2697,55 -48,78 370 245

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Anexo 2 BALANÇO DE ENERGIA
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Anexo 2: Balanço de Energia

Correlações do calor específico para líquidos:

Normalmente o calor específico é expresso por uma equação da seguinte forma:

Cp = A + BT + CT2

O Calor específico para líquidos pode ser estimado a partir da seguinte equação:

Cp = 2,96 -1,34dL + T (0,00620 -0,00234dL)


Onde: Cp está em kJ/kg.oC
T em oC
DL = densidade relativa do líquido (água =1)

Correlações do calor específico para gases:

Figura 1 : calor específico para gases com densidade 0,65 a 0,75

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Anexo 2 BALANÇO DE ENERGIA
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Correlações para Entalpia para gases e líquidos:

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Anexo 2 BALANÇO DE ENERGIA
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Destilação do Gás Natural – José Wellington de Paiva
Anexo 2 BALANÇO DE ENERGIA
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Anexo 2 BALANÇO DE ENERGIA
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Anexo 2 BALANÇO DE ENERGIA
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Anexo 2 BALANÇO DE ENERGIA
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Destilação do Gás Natural – José Wellington de Paiva
Anexo 2 BALANÇO DE ENERGIA
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Anexo 2 BALANÇO DE ENERGIA
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Anexo 2 BALANÇO DE ENERGIA
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Anexo 2 BALANÇO DE ENERGIA
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Cálculo da Entalpia para substâncias puras – Propano Refrigerante

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Anexo 2 BALANÇO DE ENERGIA
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