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CDD 378
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Tópicos Especiais 5
1 Tendências organizacionais do mundo moderno. . . . . . . . . . . . 9
2 Administrando a tecnologia e a inovação . . . . . . . . . . . . . . . 21
3 Gestão do comércio eletrônico. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
4 Logística verde. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
5 Redes sociais. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55
6 Networking. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65
7 Comércio exterior . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79
Avaliação de Investimentos 91
1 Investimentos: aspectos gerais. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 95
2 Metodologias de avaliação de investimentos:
VAUE, TMA, VPL e Payback. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 103
3 Metodologias de análise de Investimentos:
TIR, intersecção de Fischer, IL e IBC . . . . . . . . . . . . . . . . . . 113
4 Análise de sensibilidade e risco . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 125
5 Estratégia empresarial como critério
para a avaliação de investimentos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 135
6 O processo decisório de investimentos. . . . . . . . . . . . . . . . . 145
7 Fontes de financiamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 153
Estágio II 315
1 Planejando as ações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 319
2 Ciclo de desenvolvimento das ações . . . . . . . . . . . . . . . . . . 329
3 Entendendo as forças internas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 339
4 Entendendo as forças externas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 349
5 Apresentação do relatório de estágio . . . . . . . . . . . . . . . . . 359
6 Estrutura de um trabalho acadêmico-científico . . . . . . . . . . . 369
7 Intervenção. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 379
Créditos
EQUIPE UNITINS
Organização de Conteúdos Acadêmicos Mariana Carla de Almeida
Revisão Linguístico-Textual Silvéria Aparecida Basniak Schier
Gerente de Divisão de Material Impresso Katia Gomes da Silva
Revisão Digital Leyciane Lima Oliveira
Rogério Adriano Ferreira da Silva
Projeto Gráfico Katia Gomes da Silva
Rogério Adriano Ferreira da Silva
Capas Rogério Adriano Ferreira da Silva
Apresentação
interpretação do ambiente como meio de identificar novas oportunidades de
negócios a fim de gerar ganhos de desempenho e benefícios produtivos para
toda a organização.
Para ajudá-lo a analisar e a interpretar esse novo cenário, elaboramos
este material, composto por sete capítulos. No primeiro, abordaremos algumas
das perspectivas mais recentes e futuras da administração, os parâmetros, as
características e as competências que estão moldando a prática administra-
tiva. No segundo capítulo, apresentaremos aspectos relacionados às variá-
veis tecnológicas e de inovação num ambiente organizacional e compreende-
remos como administrar a tecnologia para obter vantagem competitiva.
Já no terceiro, veremos os aspectos que englobam os negócios no cibe-
respaço, a fim de atingir melhores resultados organizacionais. Em seguida,
no quarto capítulo, conversaremos sobre um assunto bastante importante e
atual: a logística verde. No quinto, destacaremos a importância do uso de
redes sociais na era da mobilidade. No sexto capítulo, abordaremos as estra-
tégias e os recursos para se manter uma boa rede de contatos: o networking.
E, no sétimo, destacaremos os fatores relacionados ao comércio exterior.
Portanto você terá a oportunidade de conhecer assuntos atuais que provo-
carão reflexões a respeito dos novos rumos da administração.
Bons estudos!
Prof.ª Mariana Carla de Almeida
1
CAPÍTULO 1 • tópicos especiais
Tendências organizacionais
do mundo moderno
Introdução
A partir do que você estudou até agora, podemos definir três correntes
marcantes na história da administração. A primeira foi um período mais linear
e lógico (administração científica, teoria clássica...), que é o chamado período
cartesiano, e, por fim, o período sistêmico (teoria dos sistemas até a contin-
gencial). Essa bagagem intelectual formada até o momento, adquirida princi-
palmente por meio da disciplina Teoria Geral da Administração do primeiro
período, será imprescindível para você compreender as perspectivas futuras,
como a Teoria do Caos e da Complexidade.
Além do arcabouço visto no início do curso, o estudo deste capítulo deman-
dará conceitos desenvolvidos sobre liderança na disciplina Gestão de Pessoas do
terceiro período e conceitos vistos em Tópicos Especiais do sétimo período, como
organização glocal e core business. A partir desse conhecimento, agregaremos
tendências para superar os novos desafios do gerenciamento organizacional.
O mundo está em constante mudança, e como condição de sobrevivência,
as organizações precisam se ajustar e se adaptar às mudanças.
Neste capítulo, conheceremos as perspectivas atuais e futuras da adminis-
tração, a Teoria do Caos, a Teoria da Complexidade, e veremos as tendências
organizacionais do mundo moderno. Esperamos que, ao final desse estudo,
você seja capaz de conhecer algumas perspectivas mais recentes e futuras da
administração e os parâmetros, as características e as competências que estão
moldando a prática da administração.
não objetivo. Afinal, mesmo que eu e você presenciemos uma mesma situação,
teremos visões e percepções diferentes sobre ela. E qual é a real? As duas, mas
cada uma foi formada por um conjunto de lentes (princípios, valores, crenças,
experiência etc.). De que forma isso afeta a administração? Muda-se a forma
de ver o mundo, as organizações e suas variáveis. Conheceremos, a seguir, a
Teoria do Caos que influencia isso tudo.
Saiba mais
Reflita
Que tal fazermos uma analogia do efeito borboleta com a nossa ciência
social aplicada, a administração? Você perceberá que quando tomamos
uma decisão na empresa e a colocamos em ação, por mais insignificante
que possamos considerá-la, ela poderá gerar transformações inesperadas.
Essa reação só ocorre em sistemas dinâmicos e abertos, que englobam os
sistemas naturais em sua maioria.
Para Nonaka citado por Wood Jr. (2004, p. 45), “só um sistema caótico pode
adequar-se a um meio caótico [...]. Para uma organização se renovar, ela deve
se considerar em não equilíbrio o tempo todo”. Uma nova estrutura não consegue
surgir sem destruir primeiro a antiga e, para isso, gera caos, desordem, confusão.
Dessa forma, as organizações, em condições normais, conseguem manter uma
administração estável, mas, quando surge um período dinâmico, inovações e
mudanças são integradas à realidade delas. Nesse contexto, algumas pessoas
não conseguem acompanhar o processo de mudança, ou, simplesmente, não
concordam com ele, por isso é necessário refletir sobre qual posição assumir: a de
tomar ou não a decisão de não mais tentar controlar o processo e permitir que a
organização tente encontrar sua própria solução, ou seja, aceitar o caos.
Reflita
Saiba mais
apenas de “dialogar” com esse ambiente, mas de tirar proveito dele para
alcançar a evolução.
Você percebeu o quanto, no decorrer dos tempos, as ondas ficam cada vez
mais curtas, renovando rapidamente a economia para um novo ciclo começar.
A primeira onda durou 70 anos, já a quinta teve duração de 30 anos, metade
do tempo. Vamos nos ater à quinta onda, que descreve o atual momento. Os
elementos centrais da quinta onda são:
• internet (world wide web): conecta pessoas, equipes e organizações;
• globalização dos negócios: crescente número de atividades se dá por
meio das fronteiras e da tecnologia da informação, permitindo comu-
nicação instantânea em todo o mundo. As características preponde-
rantes da globalização são: mobilidade de capital, simultaneidade
(pode ocorrer em muitos lugares ao mesmo tempo), multiplicidade de
Saiba mais
Martin Hoegl e Holger Ernst destacam no texto Equipes virtuais? Não, reais
e eficazes, disponível no sítio: <http://br.hsmglobal.com/adjuntos/14/
documentos/000/082/0000082082.pdf>.
Referências
CHIAVENATO, I. Introdução à teoria geral da administração. Rio de Janeiro:
Elsevier, 2004.
______. Introdução à teoria geral da administração: uma visão abrangente
da moderna administração das organizações. 7. ed. Rio de Janeiro: Elsevier,
2003.
HAVE, S. et al. Modelos de gestão: o que são e quando devem ser usados. São
Paulo: Prentice Hall, 2003.
SIFFERT, C. Teoria do Caos e da Complexidade. Disponível em: <http://www.
teoriadacomplexidade.com.br/textos/teoriadacomplexidade/TeoriaDoCaos-e-
Complexidade.pdf>. Acesso em: 24 jan. 2010.
WOOD JR., T. (Coord.). Mudança organizacional. 4. ed. São Paulo: Atlas,
2004.
Anotações
Administrando a
tecnologia e a inovação
Introdução
No primeiro capítulo, você estudou as tendências organizacionais do
mundo moderno e viu que os gestores precisam acompanhar as mudanças para
sobreviver no mercado. O entendimento do capítulo anterior, do conceito de
benchmarking, visto na disciplina Tópicos Especiais do sétimo período, e de
criatividade nas organizações, abordada na disciplina Criatividade e Inovação
do sexto período, ajudará você a compreender a importância da administração
da tecnologia e da inovação.
Falar que vivemos em um mundo globalizado, volátil, sem fronteiras, em
uma imensa aldeia global, certamente, não é nenhuma novidade. A tecnologia
e a inovação foram fatores decisivos para esse quadro atual. Imagine, então, a
importância e a complexidade de saber administrar essas variáveis.
Não faz muito tempo, um novo produto, para entrar no mercado, levava anos,
até décadas. Desde sua concepção, desenvolvimento, produção, campanha
promocional e venda. Sua permanência no mercado também era grande. Por
isso máquinas, equipamentos, processos produtivos também tinham vida longa.
Esse quadro agora faz parte do passado, nem tão longínquo, mas passado. A
corrida hoje, no desenvolvimento de produto, é para lançar primeiro, lançar
com inovação, mesmo para uma permanência mercadológica mais curta. Quer
um exemplo? Quantas vezes você já trocou o celular ou o computador, sem
nem mesmo ter usado todos os recursos do anterior? Administrar a tecnologia,
atualmente, exige uma maior compreensão de como as tecnologias surgem,
desenvolvem e afetam as organizações.
Neste capítulo, abordaremos os conceitos de tecnologia e inovação, as fases
para o desenvolvimento de novas tecnologias. Conheceremos também o ciclo de
vida tecnológico e veremos como ocorre a disseminação de novas tecnologias.
Veremos a importância da administração da tecnologia em ambiente competi-
tivo da avaliação das necessidades tecnológicas dentro das organizações. E,
por fim, destacaremos como inserir as inovações nas organizações.
Esperamos que, ao final do estudo, você seja capaz de compreender
os aspectos que envolvem as variáveis tecnológicas e de inovação num
ambiente organizacional e como administrar a tecnologia para obter
vantagem competitiva.
1ª Necessidade da tecnologia.
Utilização
máxima
Incorporação
Difusão
Inovação Descarte
Tempo
Reflita
Legenda
Inovadores
Usuários (%) Usuários iniciais
Maioria inicial
Maioria tardia
35 Retardatários
Ciclo de vida tecnológico
30
25
20
15
10
Tempo
Reflita
Saiba mais
Vantagens desvantagens
• Pioneiro na adoção de nova tecnologia • Maiores riscos
• Pouca ou nenhuma concorrência • Custos de desenvolvimento de tecnologia
• Maior eficiência • Custos de desenvolvimento de mercdo
• Maiores margens de lucro e de educação do consumidor
Reflita
2.5.2 Benchmarking
Benchmarking é um processo contínuo e sistemático de comparação
e medição dos produtos, dos serviços e das práticas empresariais, como as
aplicadas pelos líderes de mercado. Seu objetivo é compreender as melhores
práticas, adaptá-las à sua empresa, para atingir tanto melhor desempenho
quanto menores custos.
Na corrente tecnológica, é importante verificar se há tecnologias-chave ou jovens
que possam ser facilmente importadas para oferecer vantagens significativas.
Saiba mais
2.5.3 Scanning
Enquanto o benchmarking focaliza o que atualmente está sendo feito, o scan-
ning focaliza o que pode ser feito, desenvolvido. Enquanto o primeiro examina a
existência de tecnologias-chave e algumas jovens, o segundo busca tecnologias
jovens e emergentes.
O scanning não consiste em um processo de somente observar outras
empresas, ele pode buscar informações em conferências, seminários, periódicos
de pesquisa, entre outras fontes.
A seguir, conversaremos sobre a importância de uma organização voltada
para a inovação.
Reflita
Referência
BATEMAN, T. S. S.; SCOTT, A. Administração: construindo uma vantagem
competitiva. São Paulo: Atlas, 1998.
Anotações
Gestão do comércio
eletrônico
Introdução
Vivenciamos uma profunda alteração nas relações sociais, culturais, polí-
ticas, econômicas, educacionais e empresariais surgidas pela expansão
permanente das tecnologias. Nesse contexto, nossa vida é influenciada pela
utilização do espaço das comunicações por rede de computador. Você,
provavelmente, já utilizou o home banking, o voto eletrônico, já elaborou
seu imposto de renda pela rede, enviou e-mail aos amigos, enfim, já utilizou
o ciberespaço. É essencial aos gestores se familiarizarem com esse novo tipo
de cultura emergente, para que consigam gerenciar seus negócios dentro
do ciberespaço.
Conheceremos, neste capítulo, categorias, estrutura, segurança, modelos
de negócios e sistemas de gestão do comércio eletrônico, enfim os aspectos
importantes da gestão no ciberespaço. Na disciplina Gestão de Sistemas de
Informação, do quinto período, e na disciplina Tópicos Especiais, do sétimo
período, estudamos brevemente sobre o comércio eletrônico. O entendimento
desse conteúdo contribuirá muito para a assimilação deste capítulo, pois veremos
a necessidade de os gestores se atentarem para os fatores que envolvem os
negócios no ciberespaço.
Esperamos que, ao final do estudo, você seja capaz de conhecer a impor-
tância dos negócios no ciberespaço, a fim de atingir melhores resultados organi-
zacionais e entender as diferentes atividades que podem ser desenvolvidas por
meio do comércio eletrônico.
Reflita
Uma loja de eletrodomésticos que funciona oito horas por dia, de segun-
da-feira a sábado, totaliza aproximadamente 208 horas de funcionamen-
to por mês e 2.496 horas por ano. Uma loja virtual funciona 24 horas
por dia e 365 dias por ano, totalizando aproximadamente 8.769 horas.
Percebeu a diferença? Se uma empresa funcionasse tanto física como
virtualmente, quantas horas ela estaria à disposição de seus clientes? As
vendas aumentariam?
Albertin citado por Wood Jr. (2001) diz que a realização de toda a cadeia
de valores dos processos de negócio em um ambiente eletrônico, por meio da
aplicação das tecnologias de comunicação e informação, é o que chamamos
de comércio eletrônico. Já Turban e King (2004) definem comércio eletrônico
como o processo de compra, venda e troca de produtos, serviços e informa-
ções por redes de computadores ou pela internet. É importante entender que
a realização da cadeia de valores inclui desde a distribuição de informa-
ções de produtos e serviços até a realização entre as partes que compõem
o ambiente de negócios. Nesse contexto, os gestores precisam compreender
todos os aspectos que envolvem o comércio eletrônico. Wood Jr. (2001, p. 40)
afirma que
Os aspectos podem ser entendidos como as áreas que devem ser
analisadas e tratadas pelas empresas para que possam imple-
mentar o comércio eletrônico e ter sucesso nessa estratégia de
negócios, aproveitando as contribuições oferecidas.
Saiba mais
o sítio deve ter mecanismos que facilitem o retorno do cliente ao que ele
deseja. Caso isso não ocorra, poderá desistir da compra.
• Satisfação: o usuário/cliente deve gostar de utilizar o sistema. Quanto
mais gostar do sítio da empresa e de utilizá-lo, maior a possibilidade de
efetivação de compras.
Para aprender mais sobre esse assunto tão importante para o sucesso de
portais comerciais, leia o livro Usabilidade na web: projetando websites
com qualidade, escrito por Jakob Nielsen, o guru da usabilidade.
Joint venture: é uma aliança estratégica de empresas, que pode ser perma-
nente ou não, com fins lucrativos, para explorar determinado(s) negócio(s),
sem que nenhuma delas perca sua personalidade jurídica.
Saiba mais
Referências
BARBIERI, C. BI – Business Intelligence: modelagem & tecnologia. Rio de Janeiro:
Axcel Books, 2001.
ECOMMERCEORG: tudo sobre comércio eletrônico. Vendas comércio eletrônico
– Brasil. Disponível em: <http://www.e-commerce.org.br/stats.php>. Acesso
em: 20 fev. 2010.
O’BRIEN, J. A. Sistemas de informação e as decisões gerenciais na era da internet.
2. ed. São Paulo: Saraiva, 2004.
OLIVEIRA, W. CRM e e-business. Lisboa: Centro Atlântico, 2000.
SILVA, A. Gestão de sistemas de informação. In: UNITINS, Fundação Universidade
do Tocantins. Apostila de Administração 5º período. Palmas/Curitiba: UNITINS/
EADCON, 2010.
TURBAN, E.; KING, D. Comércio eletrônico: estratégia e gestão. São Paulo:
Prentice Hall, 2004.
WOOD JR., T. Gestão empresarial: oito propostas para o terceiro milênio. São
Paulo: Atlas, 2001.
Anotações
Logística verde
Introdução
Vivemos no modelo econômico capitalista, isto é, sistema socioeconômico
caracterizado basicamente pela propriedade privada dos meios de produção e
pela existência de mercados livres e do trabalho assalariado. A produção de
bens de consumo é cada vez maior, em que se busca o menor custo e a maior
sofisticação. Esses objetivos se esbarram na limitação de renovação dos recursos
naturais, já que a produção de bens de consumo praticamente é ilimitada e está
inserida em uma biosfera finita e limitada. É um grande problema a ser enfrentado.
Por isso, neste capítulo, abordaremos a necessidade de mudança do paradigma
de gerar o lucro máximo com capital mínimo para criar o lucro máximo com o
uso mínimo de recursos. Conheceremos diversos aspectos a respeito da logística
verde, conceito de logística reversa e a importância da sustentabilidade.
Para o entendimento desse conteúdo, é necessário relembrar o conceito de
logística visto na disciplina Logística Corporativa, no quarto período. Lá vimos que a
logística atua no campo do gerenciamento do fluxo de materiais. Ela está mais preo-
cupada com o local de estocagem, dados de inventário e sistemas de informação,
bem como com transporte e armazenagem. Sinteticamente, podemos definir logís-
tica como o gerenciamento de material de chão a chão, ou então, como o processo
de gerir estratégias para aquisição, movimentação e armazenagem de materiais,
peças e produtos acabados e fluxos de informações correlatas, por meio da organi-
zação de seus canais de marketing, de modo a melhorar a lucratividade.
O entendimento desse conceito é importante para a compreensão do assunto
deste capítulo, pois compõe fator basilar da logística verde. Além disso, para a
análise da importância desse assunto, você poderá reler o primeiro capítulo deste
caderno a fim de relembrar as tendências e as exigências do mundo moderno, no
qual a logística verde também se faz presente.
Esperamos que, ao final do estudo, você seja capaz de entender o que é a
logística verde e a importância dela para os negócios e o que é logística reversa
e desenvolvimento sustentável.
Reflita
Se apenas uma pessoa produz tanto lixo em um ano, quanto ela produzirá
em 50 anos? Quanto lixo é produzido por uma grande indústria?
A partir desses dados constata-se que o ser humano cultivou o título de maior
produtor de lixo do planeta. A maioria ainda não se preocupa muito com esse
problema que já atingiu uma dimensão de proporções mundiais. Todavia, na
atualidade, a atenção a esse problema começa a surgir.
Saiba mais
Saiba mais
Reflita
Referências
COUNCIL OF SUPPLY CHAIN MANAGEMENT PROFESSIONALS. Glossário
de termos. Disponível em: <http://cscmp.org/digital/glossary/glossary.asp>.
Acesso em: 2 abr. 2010.
DONATO, V. Logística verde: uma abordagem socioambiental. Rio de Janeiro:
Ciência Moderna Ltda., 2008.
Anotações
Redes sociais
Introdução
Provavelmente você já ouviu falar em redes sociais, talvez já as utilizou, como
o Orkut, o Facebook, o Twitter, entre outras. Veremos, neste capítulo, que as redes
sociais já existem há muito tempo, mas agora se destacam por sua versão virtual,
analisaremos sua utilização como estratégia competitiva e algumas tendências
para o futuro.
Para acompanhar o desenvolvimento desse conteúdo, seria interessante relem-
brar o conceito de tecnologias da informação e da comunicação – TIC, tecno-
logias que interferem ou medeiam os processos informacionais e comunicativos
das pessoas, assunto estudado na disciplina de Tecnologia da Informação e da
Comunicação, no segundo período do curso. Além disso, revise o primeiro e o
segundo capítulo deste caderno, a fim de relembrar as tendências e as exigências
do mundo moderno, no qual as redes sociais também se fazem presentes.
Esperamos que, ao final deste capítulo, você seja capaz de compreender a
importância das redes sociais para os negócios nos dias de hoje e conheça as
tendências futuras das redes sociais nas organizações.
Saiba mais
Para saber mais sobre a sociedade em rede, leia o livro A sociedade em rede
– a era da informação: economia, sociedade e cultura, escrito pelo filósofo
Manuel Castells. Esse livro aborda a dinâmica econômica e social da nova
era da informação e busca formular uma teoria que dê conta dos efeitos fun-
damentais da tecnologia e da informação no mundo contemporâneo.
Mídias sociais são novos métodos de comunicação social, como blogs, fó-
runs, comunidades virtuais em geral.
Saiba mais
Reflita
Se a maioria das pessoas usa as redes sociais hoje em dia para se comu-
nicar, se informar, se divertir, quais as vantagens das empresas também
aderirem a essas novas tecnologias?
Saiba mais
Saiba mais
Para saber mais sobre o Twitter e o que ele tem a oferecer, acesse o link
<http://br.hsmglobal.com/notas/53930-os-beneficios-que-o-twitter-tem-
oferecer. Nesse link, você encontrará o texto Os benefícios que o Twitter
tem a oferecer, escrito por Andreas Weigend, que explica a importância
estratégica que pode ter um novo meio de comunicação como é o Twitter.
As redes sociais são tão importantes para as empresas que o potencial finan-
ceiro delas ultrapassa o lucro. De acordo com Kiso (2009), as organizações que
não se preocupam com as reclamações dos consumidores podem se deparar
com graves prejuízos via internet. Um caso que exemplifica o prejuízo de uma
empresa é o do músico Dave Carrol que, durante um voo pela United Airlines,
teve seu violão danificado. Carrol tentou reclamar o prejuízo, todavia a compa-
nhia tratou a reclamação com descaso. O resultado disso foi um prejuízo para
a companhia de US$ 180 milhões em suas ações, que caíram após a dissemi-
nação de um vídeo via Youtube em que Carrol cantava uma música criticando o
deslize da empresa. Mais de seis milhões pessoas acessaram o vídeo.
Nesse contexto, é fundamental que as organizações prestem bastante
atenção em seus clientes, em suas opiniões, sugestões, reclamações para que
dessa forma possam agregar valor à empresa. De acordo com o especialista
Kiso (2009, s/p), essa contribuição pode ser obtida por meio das redes sociais,
“que se tornam ambientes de experiências e consequentemente importantes ferra-
mentas de medição da satisfação do público”. Mas não pense que é tão fácil
assim, é fundamental que a organização tenha a estruturação física e cultural
para entrar no mundo virtual e obter resultados favoráveis. “É preciso treinar a
equipe para estar preparada para absorver o que vale a pena e responder em
tempo real de forma acertada” (KISO, 2009, s/p).
Você percebeu os benefícios das mídias sociais para a empresa, viu os bene-
fícios gerados para ela ao estar próxima de seus clientes por meio das redes
sociais. No próximo tópico, veremos se é interessante que os colaboradores das
organizações também tenham acesso às redes sociais.
Referências
BASTOS, M. 10 razõe para adotar redes sociais nas empresas. Disponível em:
<http://br.hsmglobal.com/notas/54285-10-razoes-adotar-redes-sociais-nas-
empresas>. Acesso em: 2 abr. 2010.
GARCIA, I. Um olhar antropológico das redes sociais. Disponível em: <http://
br.hsmglobal.com/notas/56427-um-olhar-antropologico-das-redes-sociais->.
Acesso em: 2 abr. 2010.
IBOPE NIESEN ONLINE. Internet no Brasil cresceu 10% no mês de julho.
Disponível em: <http://www.ibope.com.br/calandraWeb/servlet/Calandra
Redirect?temp=6&proj=PortalIBOPE&pub=T&db=caldb&comp=pesquisa_leitura
&nivel=null&docid=62A33B253477B58783257619004BD15C>. Acesso em:
22 abr. 2010.
LI, C. Redes sociais: o ar que respiramos. Disponível em: <http://br.hsmglobal.
com/notas/56232-redes-sociais-o-ar-que-respiramos>. Acesso em: 1 abr. 2010.
KISO, R. As redes sociais no mundo das empresas. Disponível em: <http://
br.hsmglobal.com/notas/55698-as-redes-sociais-no-mundo-das-empresas>.
Acesso em: 2 abr. 2010.
PAVONI JR., G. Redes sociais internas são tendências para as empresas em 2010.
Disponível em: <http://br.hsmglobal.com/notas/55833-redes-sociais-internas-
sao-tendencia-as-empresas-em-2010>. Acesso em: 1 abr. 2010.
Anotações
Networking
Introdução
Provavelmente você já ouviu a palavra networking. Esse termo não é recente,
já vem sendo utilizado há anos. Atualmente é praticamente impossível ter sucesso
no campo dos negócios sem se atentar às redes de contatos. Por isso, neste
capítulo, abordaremos os recursos e as estratégias utilizadas para se manter um
networking de sucesso.
Para o entendimento desse assunto, é importante a revisão do primeiro capí-
tulo deste caderno, o qual abrange as tendências do mundo moderno. Além
disso, é interessante retomar a disciplina de Planejamento Estratégico, do sétimo
período, na qual conhecemos a escola da gestão estratégica competitiva e
algumas tendências futuras para o campo dos negócios, como atuação global,
proatividade e foco participativo, criatividade, controle pelo balanced score-
card, unidades estratégicas de negócio, alianças estratégicas, responsabilidade
social e aprendizagem contínua. Todos esses aspectos provocam uma nova
ordem política, social, econômica e tecnológica mais competitiva e complexa.
Com essa celeridade das transformações no mundo, o networking pode ser uma
ferramenta eficaz para superar os desafios que as tendências futuras do campo
da administração trazem.
Esperamos que, ao final deste capítulo, você seja capaz de compreender a
importância das redes de contatos e conhecer as estratégias e os recursos para
se fazerem contatos.
cabelo, seu calçado, o modo como você fala. Imagens projetadas geram
as primeiras impressões. Se aquele ditado que fala que “a primeira
impressão é a que fica” for verídico, é fundamental se atentar a esses
fatores. Por isso é preciso responder a alguns questionamentos como:
qual a imagem que você tem de si mesmo? Que tipo de imagem você
projeta para as outras pessoas? Essa imagem é aceitável para aqueles
que você deseja fazer contato? (GITOMER, 2008)
• Sua habilidade de olhar nos olhos da pessoa com a qual conversa é
um indício que revela seu respeito por si próprio. Portanto faça contato
ocular! Não é simplesmente uma exibição de confiança, mas uma
demonstração de verdade e de respeito. Você acha um sinal de fraqueza
uma pessoa não fazer contato ocular com você? (GITOMER, 2008)
• Uma atitude consistente e positiva gerará resultados e respostas favo-
ráveis. É fundamental ter pensamento e comportamento positivos, mas
pouca gente sabe da importância do papel que isso exerce sobre o
modo como você se comunica e na forma como os outros o enxergam
(GITOMER, 2008).
• Todo contato é realizado com algum tipo de risco. Desafie você mesmo,
devemos aceitar o risco de fazer o contato. A filosofia de Gitomer (2008,
p. 28) é “sem risco, sem nada”, ou seja, não se faz contatos sem sofrer
algum tipo de risco. Para minimizar os riscos, é preciso que você se
prepare, isto é, que projete uma boa imagem e tenha autoconfiança.
Faça uma análise. Você já sofreu algum risco ao fazer um contato, teve
êxito? O risco lhe pareceu menor depois que o contato foi estabelecido?
Pergunte a si próprio por que você está evitando o risco.
• Siga o princípio de que 90% do sucesso é se mostrar, mas para isso
você deve estar preparado. “O preparo é a chave do sucesso e preparo
nunca é demais” (GITOMER, 2008, p. 28). Você está preparado?
Quando termina o expediente e você precisa ir a um evento no qual terá
muitos contatos, você consegue ser social, comercial, até que ponto?
• Quanto menos você se concentrar em seus interesses para o encontro, mais
chance de sucesso seu contato terá. A maior parte das pessoas que busca
fazer contatos tem algum tipo de motivo, de razão ou necessidade. Mas
não vá tão afoito, no início é importante buscar amizade e aceitação, para
que depois você possa ter a liberdade de realizar algum pedido. “Nem
pense em tirar proveito” (GITOMER, 2008, p. 29). Qual é seu verdadeiro
objetivo? Um ganho a curto prazo, ou seja, a realização de seu pedido
imediato, ou o estabelecimento de um relacionamento duradouro?
• Tenha interesse sincero pelas outras pessoas, antes de desejar que elas
tenham interesse verdadeiro por você. Se você está fazendo contato
com alguém, é óbvio que deseja conhecer essa pessoa. “E não apenas
avaliá-la, mas para aprender com ela” (GITOMER, 2008, p. 29). A
melhor forma de conhecer outra pessoa é fazer perguntas. É claro que
não pode ser um interrogatório, mas tente elaborar perguntas que o
ajudem a conhecê-la melhor.
• Quanto mais cedo você descobrir algo em comum em relação a outra
pessoa, mais cedo as barreiras entre vocês desaparecerão. “O vínculo
não é o segredo. Descobrir é o segredo” (GITOMER, 2008, p. 29). Tente
desvendar o que há de comum entre vocês, pois assim sempre terão o que
conversar e discutir. Analise seus amigos mais próximos, o que fez com
que vocês se aproximassem? Com certeza, vocês têm algo em comum.
Você está disposto a gastar um determinado tempo para descobrir os
assuntos que talvez tenha em comum com um contato importante?
• Quanto mais você subir a escada, mais cautelosas as pessoas serão
quanto aos seus avanços. Uma coisa é certa: todos querem fazer contatos
poderosos. Com isso, você deve se perguntar: as pessoas poderosas
desejam fazer contato comigo? Isso dependerá do valor, do envolvi-
mento e do interesse que você gerar (GITOMER, 2008). Mas algo é
fundamental, deve-se gerar confiança e ganhar crédito avançando mais
lentamente do que acha que deveria, já que você busca contatos de um
nível superior. É preciso cautela!
• Muitas vezes, a imagem projetada por você determinará sua habilidade
para fazer um contato real. Não se trata de “classe”, mas de “primeira
classe”. A imagem conduz à reputação, por isso tente averiguar o que
andam dizendo de você pelas costas.
• As pessoas o julgam por todas as suas ações. Todo mundo lembra o que
lhe foi prometido e como foi cumprido. Como recomendado anterior-
mente, é preciso ter sempre um desempenho de “primeira classe”, não
só parecer de primeira classe. Portanto, reflita: você sempre cumpre o
que diz? As pessoas o consideram de primeira classe?
• Proporcione valor. Para um contato sólido ser criado, é preciso que haja
troca de valores. Contatos unilaterais, ou seja, aqueles em que a pessoa
só pensa em si própria são de curtíssimo prazo. Já os contatos baseados
em valor são duradouros. Você proporciona ao outro todo o valor que
espera extrair?
• Transmita sua mensagem com excelentes técnicas de comunicação.
“Fazer contatos é uma questão de envolver-se intensamente” (GITOMER,
2008, p. 30). Isso exige que você transmita a mensagem de forma
sincera. Faça esta reflexão: eu sou verdadeiramente bom para transmitir
uma mensagem atraente, a ponto de justificar minha ação?
tenha conhecido casualmente, membros de grupos que você faz parte e pessoas
que você gostaria de contatar. Assim que finalizar sua lista, ligue para as pessoas
que puder e consiga seus e-mails, descubra quais são suas maiores necessidades
este ano e comece a analisar de que forma você poderia fornecer respostas a
essas necessidades (GITOMER, 2008). Um fator positivo é que geralmente vários
desses grupos que você dividiu têm as mesmas necessidades. Comece devagar,
mande mensagens com informações interessantes, peça colaboração, mostre
seu valor, aumente sua lista! Depois disso, é bom realizar uma autoavaliação de
desempenho de contatos. De acordo com Gitomer (2008), existe um formulário
que o ajuda a realizar essa autoanálise. Examine-o com atenção!
Ao utilizar os indicadores a seguir, circule nas perguntas o número que
representa seu nível atual de desempenho.
1 = ruim; 2 = médio; 3 = bom; 4 = muito bom; 5 = o máximo
Pergunta 1: as pessoas gostam de mim?
1 2 3 4 5
Pergunta 2: estou constantemente conhecendo gente nova?
1 2 3 4 5
Pergunta 3: quando conheço as pessoas, consigo me entrosar com elas logo
de início?
1 2 3 4 5
Pergunta 4: tenho um grande comercial de mim mesmo para me
apresentar?
1 2 3 4 5
Pergunta 5: ajudo outras pessoas regularmente?
1 2 3 4 5
Pergunta 6: procuro fazer contatos pelos outros?
1 2 3 4 5
Pergunta 7: trabalho em meu networking pelo menos dez horas por semana?
1 2 3 4 5
Pergunta 8: tenho website próprio e publico nele informações importantes?
1 2 3 4 5
Pergunta 9: tenho e-zine (publicação periódica que foca uma área especí-
fica enviada por e-mail para seus contados ou postada num site) próprio,
que envio a todos os meus contatos?
1 2 3 4 5
não gostam disso. Se está difícil fazer amizades, procure respostas para esse
problema. Busque uma pista familiar, converse com seus pais, seus irmãos, enfim
com as pessoas que o conhecem e com as quais convive. Busque também pistas
com os amigos, pois assim você poderá avaliar se está ou não preparado para
fazer bons relacionamentos e poderá encontrar soluções para esse problema.
Após essa análise, é hora de fazer o networking. É necessário saber que o
“networking não é um opcional antes ou depois das horas de atividade comer-
cial. Ele é uma parte vital e integral de seu sucesso.” (GITOMER, 2008, p. 72)
Para isso, o autor indica seis fundamentos para o sucesso no networking.
• Faça um networking inteligente e em lugares certos, ou você não obterá
os resultados esperados.
• Selecione os eventos com cautela, já que a seleção é tão importante
quanto o próprio networking.
• Comprometa-se criando seu calendário de eventos.
• Saiba como ajudar, já que as pessoas não ligam para o que você faz,
a menos que o que você faz as ajude.
• Pratique as regras e as estratégias do networking, ou seja, compareça
aos eventos e faça o networking. Não adianta só ir aos eventos.
• Esteja ciente do tempo, não gaste muito tempo apenas com uma pessoa.
Além de seguir essas técnicas para fazer bons contatos, é recomendado
também desenvolver um bom comercial de si próprio em no máximo 30 segundos.
O propósito do comercial é envolver um contato potencial com informações que
o deixem interessado em você, portanto faça sua autoanálise, assim como tente
desvendar os interesses da outra pessoa e descubra o que pode instigá-la a
conhecê-lo melhor.
Conforme Gitomer (2008), ainda em relação ao terceiro recurso, há alguns
fatos realistas sobre o networking que orientarão seu sucesso.
• É com você: para identificar o melhor recurso que você tem para o
sucesso no networking, basta fazer a sua autoanálise e olhar no espelho
na próxima oportunidade que surgir.
• Dê primeiro: para conseguir o que deseja, é necessário ceder algo
primeiro, ou seja, dar o exemplo.
• Aprofunde-se: torne-se conhecido como uma pessoa de bom desem-
penho, ou seja, envolva-se a fundo com os seus interesses.
• Seja consistente: frequente eventos com regularidade.
Essas foram algumas estratégias que o ajudarão a ter sucesso no networking.
Conheceremos agora o recurso 4.
Saiba mais
• Ser notavelmente diferente: faça algo diferente, você não precisa ser
esquisito, mas é necessário que se destaque em algo.
• Acrescentar um atrativo a seu bônus: ao escrever um artigo, por exemplo,
indique o seu livro, o seu site, enfim algo que as pessoas possam ter
mais informações.
• Adicionar uma diferença a suas expressões comerciais diárias: seu
correio de voz, sua folha de rosto do fax, seu cartão de visita, seu site,
sua proposta, enfim todos devem expressar a grandeza de sua pessoa.
• Deixar que os outros vendam por você: deixe seus clientes falarem de
você. O poder da propaganda boca a boca é incontestável, são os
testemunhos que fazem sua reputação.
O quinto recurso não é tão complicado de ser aplicado, portanto mãos à
obra. Veremos, na sequência, o próximo recurso.
Reflita
Referência
GITOMER, J. O livro negro do networking. São Paulo: M. Books do Brasil, 2008.
Anotações
Comércio exterior
Introdução
O comércio exterior consiste em atividades relacionadas a transações
comerciais internacionais: a exportação e a importação. Esses processos são
fundamentais para qualquer país, já que é fator preponderante de sobrevivência
no mercado por meio do estímulo da competitividade. A exportação gera mais
recursos financeiros para o país, maior ocupação das fábricas, aumenta a
produção e a produtividade, melhora o controle de qualidade, estimula a busca
de novas e modernas tecnologias para seus produtos e serviços, além disso,
implica geração de novos empregos ou manutenção dos já existentes.
A importação também tem significativa importância, pois nenhum país
consegue se desenvolver de forma isolada, é praticamente impossível ser autos-
suficiente, seja pelas limitações dos recursos naturais (solo, clima etc.), como
pela capacidade produtiva de sua mão de obra ou pela distinção de estágio
de desenvolvimento tecnológico. Por isso a necessidade de formação de blocos
econômicos e de troca entre os países.
A partir dessas informações, de que o comércio exterior é fundamental para
o desenvolvimento dos países, precisamos nos atentar à necessidade de conhecer
e até mesmo de se especializar no assunto. Por isso, neste capítulo, abordaremos
aspectos básicos referentes à exportação e à importação e analisaremos termos
usados para as transações comerciais internacionais denominados incoterms.
Para entender melhor o comércio exterior, é preciso que você retome os
elementos estudados na disciplina de Economia e Mercados Globalizados do
primeiro período, especialmente o capítulo que tratou sobre comércio interna-
cional e desenvolvimento econômico. Nesse capítulo, você estudou conceitos e
condicionantes e aprendeu que as mudanças no mercado global resultaram em
novos modelos de organização. Além disso, é importante retomar os modelos
de organização vistos na disciplina de Tópicos Especiais do sétimo período,
no capítulo sobre Empresa glocal, já que nele foram abordados os modelos
internacionais, multinacionais e transnacionais, aspectos basilares para o enten-
dimento do assunto que abordaremos aqui. Outro tema importante é a pesquisa
de mercado (planejamento, coleta e análise de dados relevantes para a tomada
de decisões de marketing) visto na disciplina Pesquisa Mercadológica no quinto
período. Esse conceito deve ser relembrado já que, para as transações interna-
cionais, é essencial realizar pesquisas.
7.1 Exportações
Atualmente, no país, por mais que as transações internacionais tenham
evoluído, ainda existem muitas dificuldades relacionadas à exportação, como:
burocratização dos processos, falta de conhecimento da área e resistência de
grande parte das empresas brasileiras quanto ao mercado internacional. Apesar
dos esforços advindos do governo e de o Brasil estar entre as dez maiores potên-
cias econômicas do mundo, a participação brasileira nas exportações mundiais
ainda é irrisória (RODRIGUES, 2008b). Um dos motivos dessa problemática é
a resistência das organizações e a falta de conhecimento dos brasileiros em
relação a essa área.
Reflita
melhorias. Dessa forma, o empresário deve definir sua linha de produtos a ser
exportada e para que mercado será destinada. Lembrando que os produtos
devem atender às exigências, às necessidades e, sobretudo, às preferências do
mercado no qual ingressará. Afinal, não adianta você oferecer um produto que
seja referência no Brasil, mas que não atenda às necessidades do povo estran-
geiro. Para não errar no produto oferecido e no que o envolve, recomenda-se
realizar pesquisas de mercado, viagens ao exterior, participar de feiras, exposi-
ções, missões empresariais, enfim buscar informações para que o mercado seja
explorado com sucesso.
A pesquisa de mercado permitirá a identificação de compradores/expor-
tadores potenciais para o produto que se deseja exportar, definição ainda das
características dos futuros clientes, como também de demonstração de fatores
legais, tarifários e da economia do país para o qual se pretende exportar
(RODRIGUES, 2008b). Além dos benefícios gerados por uma pesquisa merca-
dológica bem elaborada, a partir dela será possível utilizar o marketing interna-
cional, ou seja, uma forma de apresentar e divulgar o produto que a empresa
oferece. A divulgação é fundamental para que a empresa se destaque no mercado
internacional, por isso deve ser elaborada com qualidade. Alguns instrumentos
promocionais que são utilizados para atingir o mercado internacional são anún-
cios, folhetos, catálogos, mala direta, website, fitas de vídeos, CDs, cartão de
visitas, entre outros.
Depois da pesquisa realizada e de a empresa estar confiante do seu papel no
mercado internacional, o próximo passo é identificar qual será a melhor maneira
de comercializar seus produtos. Para isso, precisará escolher bons parceiros,
como um distribuidor (comerciante) ou um agente (comissionado) (RODRIGUES,
2008b). Essa escolha deve ser feita com muita cautela, já que seu parceiro será
o representante de sua empresa no país importador. Se você pretende abrir uma
filial de sua empresa no exterior, é imprescindível calcular os gastos, analisar as
vantagens e as desvantagens, para verificar se realmente é necessário e se vale
a pena. Caso não seja possível, deve-se escolher um parceiro, que pode ser um
agente ou um distribuidor.
Rodrigues (2008b, p. 177) informa que “o agente é um representante do
exportador que deve receber um contrato de exclusividade na venda de seus
produtos, naquele mercado, ou nos mercados previamente determinados”. Isso
significa que o agente, depois de escolhido, é o único representante que poderá
vender os produtos da empresa em determinada cidade, Estado, país ou região
do exterior. Os agentes são divididos em dois grupos: o broker e o factor. O
broker é como um corretor, é o agente especializado em um produto ou grupo de
produtos ou mesmo setores da economia. Geralmente, é utilizado para comer-
cializar produtos primários, commodities e sua atuação, via de regra, é na bolsa
de mercadorias (RODRIGUES, 2008b). Já o factor é um agente que recebe os
produtos em consignação para a sua comercialização.
Saiba mais
alguns países, as Leis de Defesa do Consumidor são muito rígidas, por isso o
contrato pode ser uma forma de se resguardar.
Depois do envio da fatura pró-forma ao importador, a empresa exportadora
receberá, de acordo com o interesse, um pedido de compra ou uma carta de
crédito de um banco consistente, ou seja, um documento que confirme a aqui-
sição da mercadoria. Para a preparação da mercadoria, é necessário emitir ou
solicitar os seguintes documentos:
• packing list ou romaneio (listagem das mercadorias por embalagem);
• registro de exportação – RE (Siscomex);
• nota fiscal;
• fatura comercial (commercial invoice);
• registro de operação de crédito – RC;
• registro de venda – RV;
• registro de exportação simplificado – RES;
• declaração simplificada de exportação – DSE;
• averbação do embarque;
• reserva de praça ou espaço da carga no transporte internacional;
• conhecimento de embarque;
• certificados (de origem, fitossanitário etc.).
Saiba mais
Saiba mais
7.2 Importações
Muitas pessoas ainda pensam que importar não é uma boa solução para
a economia brasileira, já que a população pode deixar de comprar produtos
produzidos no Brasil para comprar produtos importados. Todavia isso não é
uma verdade concreta, porque a importação é um meio de suprir falhas na estru-
tura econômica e contribuir para a complementação dos produtos disponíveis
à sociedade de um país, ou de bens de capital necessários às organizações.
Além disso, a importação pode cumprir o papel de modernização da economia
por estimular a competição e permitir a comparação de processos e produtos
(REBONO, 2008). Praticamente nenhum país do mundo consegue sobreviver
apenas com seus recursos próprios, por isso a necessidade da importação.
Os principais grupos de produtos importados pelo Brasil são máquinas e
aparelhos mecânicos, material elétrico, combustíveis, óleos e ceras minerais.
A importação, assim como a exportação, ainda sofre em virtude da buro-
cracia. A liberação de uma mercadoria no porto de Santos é mais demorada
do que em qualquer outro porto do mundo. Em países como os Estados Unidos
ou a França, a liberação é realizada em menos de 24 horas, aqui acontece
em até 48 horas. O Brasil é, provavelmente, o campeão mundial no atraso da
liberação de mercadorias pela alfândega (REBONO, 2008). Isso faz com que
haja um atraso no processo produtivo e/ou uma paralisação nos negócios. “No
7.3 Incoterms
Sabemos que a execução básica de compra ou venda internacional implica
formulação, preparação e gerenciamento de contratos, como: de compra e
venda internacional, de transporte internacional de carga e de seguro e paga-
mentos de cargas, entre outros. Para tanto, é necessário termos internacionais
para a execução dos contratos, que são denominados incoterms. Eles estipulam
as obrigações de ambas as partes do negócio, tanto dos compradores quanto
dos vendedores.
Os incoterms são regras internacionais publicadas pela Câmara de Comércio
Internacional e têm como objetivo simplificar e agilizar a elaboração das cláu-
sulas dos contratos de compra e venda (REBONO, 2008). Esse termo signi-
fica Internacional Commercial Terms, também conhecido como “cláusulas de
preço”, em virtude de cada termo indicar os elementos que compõem o preço
da mercadoria (REBONO, 2008). Os incoterms têm a finalidade de facilitar
um conjunto de princípios aceitos internacionalmente, com caráter facultativo,
que determinam a interpretação dos principais termos utilizados nos contratos
Saiba mais
Referência
REBONO, M. Processo de importação. In: DIAS, R.; RODRIGUES, W. (Org.).
Comércio exterior: teoria e gestão. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2008.
RODRIGUES, W. Condições internacionais de exportação e importação: inco-
terms. In: DIAS, R.; RODRIGUES, W. (Org.). Comércio exterior: teoria e gestão.
2. ed. São Paulo: Atlas, 2008a.
______. Sistemática de exportação: conceitos, operacionalização e práticas. In:
DIAS, R.; RODRIGUES, W. (Org.). Comércio exterior: teoria e gestão. 2. ed. São
Paulo: Atlas, 2008b.
TERCIOTTI, S. H.; GREGORIN, C. O.; MARTONELLI, C. P. S. Michaelis: dicio-
nário escolar língua portuguesa. São Paulo: Melhoramentos, 2002.
Anotações
EQUIPE UNITINS
Organização de Conteúdos Acadêmicos Delson Henrique Gomes
Revisão Linguístico-Textual Domenico Sturiale
Gerente de Divisão de Material Impresso Katia Gomes da Silva
Revisão Digital Leyciane Lima Oliveira
Rogério Adriano Ferreira da Silva
Projeto Gráfico Katia Gomes da Silva
Rogério Adriano Ferreira da Silva
Capas Rogério Adriano Ferreira da Silva
Apresentação
A análise de viabilidade econômica e financeira, se bem estruturada
e fundamentada, trará certamente bons resultados, caso contrário, gerará
conflitos na organização, levando a grandes prejuízos financeiros. O analista
econômico financeiro, dentro desse ambiente, assume obrigações pelo fato
de ficar incumbido de delinear certas decisões pela organização, seja ela
privada, pública ou instituição financeira. É recomendável bom senso, ética e
responsabilidade na condução dos processos decisivos.
Na estrutura econômica e financeira em que vivemos, os recursos finan-
ceiros servem para facilitar transações econômicas e são um importante
componente no processo de produção e distribuição de bens e serviços.
As atribuições de avaliação de investimentos e viabilidade de negócios
possibilitam os conhecimentos necessários para a gestão de investimentos.
O fator primordial desta disciplina é poder trazer ao alcance dos estu-
dantes a importância e a relevância da avaliação de investimentos e viabili-
dade de negócios, seus métodos e técnicas para a tomada de decisões com
segurança, para alcançar o sucesso da organização.
Bons estudos!
Prof. Delson Gomes
1
CAPÍTULO 1 • AVALIAÇÃO DE INVESTIMENTOS
Introdução
Para compreender os principais aspectos do investimento e sua necessi-
dade para as organizações, sugiro que você reveja os principais tópicos das
disciplinas ligadas à área de finanças, a Matemática Financeira e a Gestão
Financeira e Orçamentária.
Diariamente você passa por situações em que necessita desembolsar dinheiro
para adquirir uma roupa, para pagar a viajem dos seus sonhos, para comprar
um lanche, ou mesmo para a compra de um carro novo.
Mas isso não ocorre somente com você ou comigo. As empresas, sejam elas
públicas ou privadas, também efetuam gastos diversos em seu dia a dia, o que
exige um planejamento para que esses gastos diários possam ser honrados sem
que o orçamento estoure.
Além de gastos ocorridos no dia a dia, você também necessita efetuar
compras de bens ou serviços que tragam algum benefício futuro. Por exemplo: a
compra de um livro para estudar para a prova final; uma roupa nova para ir a
uma entrevista de emprego; um notebook com configuração compatível com sua
profissão e seu trabalho.
Perceba que todas essas aquisições objetivam um retorno esperado: a apro-
vação na prova final; o sucesso na entrevista do novo emprego; estando bem
vestido; a atualização eletrônica que trará mais competitividade em seu negócio.
Esse processo de aquisição de um bem ou serviço com a finalidade de um
retorno futuro é chamado, na administração financeira, de investimento ou gasto
de capital.
É sobre os investimentos ou gastos de capitais que estaremos aprofundando
nossos estudos, de forma que você possa compreender detalhadamente como
funciona esse processo na visão empresarial.
Saiba mais
Reflita
Agora que já está “afiado” nesse assunto, podemos dar mais um passo em
nosso conteúdo.
Reflita
processo de orçamento de capital. Isso será importante para você, pois estará
auxiliando e simplificando futuras discussões.
Inicialmente, veremos as definições dos dois tipos mais comuns de projetos.
Para Gitman (2004, p. 305) os projetos de investimentos podem ser caracteri-
zados como:
• projetos independentes – são aqueles cujos fluxos de caixa não têm relação
uns com os outros; a aceitação de um dos projetos não elimina os outros;
• projetos mutuamente exclusivos – são aqueles que têm a mesma função
e, portanto, dependem uns dos outros; a aceitação de um dos projetos
elimina todos os outros que desempenham função semelhante.
Reflita
Reflita
Referência
GITMAN, Lawrence Jeffrey. Princípios da administração financeira. São Paulo:
Pearson Addison Wesley, 2004.
Anotações
de investimentos: VAUE,
TMA, VPL e Payback
Introdução
Para efetuar as análises e os cálculos financeiros relativos aos métodos de
avaliação de investimentos VAUE, TMA, VPL e Payback, é necessário que você
utilize os conhecimentos aprendidos em Matemática Financeira (2º período) e
em Gestão Financeira e Orçamentária (4º período).
Após vermos, no capítulo anterior, os aspectos gerais da avaliação de investi-
mentos, de suma importância para avançarmos em nosso conteúdo, podemos apro-
fundar um pouco mais os estudos referentes à analise de investimentos nas empresas.
Ao mergulharmos nesse universo, não podemos nos esquecer de que uma
eficiente decisão provém de um planejamento também eficiente que dê condições
ao empresário e ao administrador de prever possíveis problemas que possam
vir a ocorrer.
Dessa forma, conforme Brom (2007, p. 3) afirma, “a decisão empresarial
pressupõe o atributo da racionalidade, que significa buscar o melhor resultado,
considerando todos os aspectos da realidade e de forma isenta relativamente às
preferências pessoais do decisor”.
Com isso, você pode perceber que uma boa decisão empresarial é carac-
terizada pela lógica, já que o profissional responsável pela decisão baseia-se
em informações disponíveis e apoia-se em metodologias que ele melhor julgue
relevantes para a ocasião.
Propomos, aqui, quatro metodologias distintas, que podem ser utilizadas em
conjunto ou separadamente.
1
i(1+ i)n
(1+ i)n − 1
Análise
Perceba que o cálculo do VAUE consiste em determinar o que renderia o
capital empregado a uma taxa mínima de atratividade, subtraindo esse valor
dos saldos anuais líquidos de entrada de caixa. Dessa forma, ao analisarmos
a aquisição de novo maquinário, tanto o modelo “X” quanto o modelo “Y” são
viáveis, pois possuem resultados positivos.
Analisando separadamente, podemos verificar que o modelo de maquinário
“X” possui um VAUE extremamente baixo, representando 0,024% do investimento,
enquanto no modelo “Y” o VAUE referente ao investimento é de 0,421%.
Portanto, na prática, as duas opções de investimento são equivalentes,
quanto à sua viabilidade, já que ambas proporcionam retornos acima dos
valores investidos. Porém, ao escolher apenas uma opção, que é o caso da
empresa em análise, o modelo “Y” é o mais viável, pois possui maior saldo
positivo de retorno.
Reflita
Agora que você, com certeza, já está craque para determinar a viabilidade
de um projeto através do método VAUE, podemos avançar em nossos estudos.
Saiba mais
R$ 100.000
1
Fvp =
(1+ i)n
1 1 1
Fvp1 = = = = 0, 9523
(1+ i)n
(1+ 0, 05)1
1, 05
1 1 1
Fvp3 = = = = 0,8639
(1+ i)n
(1+ 0, 05)3
1,1576
1 1 1
Fvp 4 = = = = 0,8227
(1+ i)n
(1+ 0, 05)4
1, 2155
1 1 1
Fvp5 = = = = 0, 7835
(1+ i)n
(1+ 0, 05)5
1, 2763
Fórmula (VPL):
VPL = ∑ Fcd – I.I.
Onde temos:
VPL = valor presente líquido
Fcd = somatório de fluxo de caixa descontado
I.I. = investimento inicial
Assim,
VPL = ∑Fcd – I.I. → 109.416,50 – 100.000
VPL = 9.416,50
Sendo o VPL um valor > 0, o projeto analisado é um investimento viável e aceito.
Para Brom (2007, p.15), as regras básicas de decisão pelo método VPL são:
Reflita
Reflita
Referências
BROM, Luiz Guilherme. Análise de investimentos e capital de giro: conceitos e
aplicações. São Paulo: Saraiva, 2007.
CASAROTTO FILHO, Nelson; KOPITTKE, Bruno Hartmut. Análise de investimentos:
matemática financeira, engenharia econômica, tomada de decisão, estratégia
empresarial. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2008.
Anotações
de Investimentos: TIR,
intersecção de Fischer, IL e IBC
Introdução
Para compreender os métodos de avaliação de investimentos TIR, Intersecção
de Ficher, IL e IBC e efetuar os cálculos financeiros dessas metodologias, assim
como suas respectivas análises, é necessário que você tenha um bom embasa-
mento sobre os assuntos abordados na disciplina de Matemática Financeira,
vista no 2º período, assim como sobre os assuntos vistos em Gestão Financeira
e Orçamentária, estudada no 4º período.
Você viu, no capítulo 2, as primeiras metodologias aplicadas à avaliação de
investimentos: VAUE, TMA, VPL e Payback.
O VAUE ou valor anual uniforme equivalente consiste em encontrar a série
uniforme anual que possui equivalência ao fluxo de caixa dos investimentos a
uma taxa mínima de atratividade (TMA). Taxa mínima de atratividade é uma
referência mínima, em termos financeiros, utilizada para analisarmos a viabili-
dade de um ou mais projetos de investimentos. Algo em que o empresário possa
se basear, como por exemplo, a taxa da caderneta de poupança.
Em seguida vimos o método do valor presente líquido, ou VPL, em que todos
os valores futuros são trazidos para a data presente por meio de uma taxa de
desconto mínima previamente conhecida.
Por fim, vimos mais um método de avaliação de investimentos de grande
importância para o analista: o método do prazo de retorno, também conhecido
como Payback. Essa metodologia caracteriza-se por apurar qual será o tempo
que um determinado investimento necessitará para que o capital investido seja
recuperado e retorne ao “bolso” do investidor.
Existem outras metodologias a serem estudadas, pois, na avaliação de inves-
timentos, quanto mais possibilidades analisadas, mais assertiva será a decisão
do gestor responsável.
Vejamos a seguir mais algumas!
em um projeto empresarial. Brom (2007, p. 24) afirma que essa “taxa média
periódica de retorno representa a medida de rentabilidade de um determinado
projeto de investimento”.
A taxa interna de retorno tem como característica essencial não levar em
consideração qualquer informação externa ao fluxo de caixa do projeto, como
por exemplo, a TMA. Dessa forma, como não há influência de juros no decorrer
do fluxo, o valor presente líquido ou VPL do projeto analisado através da TIR será
sempre igual a zero.
Vejamos na prática como funciona a análise de um projeto de investimento,
utilizando como critério de metodologia a taxa interna de retorno.
Exemplo 1 (Resolvido)
Uma empresa de tecnologia pretende adquirir um software novo por
R$ 30.000,00 para reestruturar sua área de TI. Com esse investimento espera
atender mais pontualmente seus clientes e, consequentemente, aumentar suas
receitas anuais conforme os valores a seguir: ano 1: em R$ 11.000,00; ano 2:
em 12.100,000; ano 3: em R$ 13.310,00.
Resolução
Primeiramente, devemos entender que, ao calcular a TIR de um projeto,
utilizamos uma função matemática bem complexa, chamada função polinomial
de grau n, não havendo formas de resolução pelo meio convencional. Alguns
autores sugerem que seja encontrada a TIR por meio de uma abordagem por
tentativas e erros, o que não é aconselhável, pois a maioria das vezes não
dispomos de tempo para isso.
Obs.: Para a resolução do exercício e como estratégia pedagógica de
ensino, adotaremos a TIR, para esse exercício, de 10% ao ano.
Então teremos
11.000 12.100 13.3100
TIR = 10% ao ano, pois 0 = −30.000 + + +
(1,1)1 (1,1)2 (1,1)3
Reflita
R$ 120.000 R$ 144.000
R$ 200.000
Saiba mais
R$ –1.000
R$ –1.000
Análise
Veja que, no exemplo anterior, quando a taxa de atratividade é menor que
a taxa de cruzamento, ocorre um conflito. Isso porque o VPL indica o projeto “Y”
como o mais viável, enquanto a TIR indica o “X” como o projeto a ser aceito.
Você deve estar se perguntando o porquê disso. Bem, vamos dar mais um
passo em nossa análise.
Basicamente dois fatores devem ser considerados para compreender a
diferença entre os resultados do VPL e da TIR. Para Brom (2007, p. 30), esses
fatores são:
• há diferenças de tamanho ou de escala entre projetos mutuamente exclu-
dentes, com investimento maior em um projeto do que em outro;
• há diferenças de timing entre os fluxos de caixa, ou seja, um projeto tem
seus retornos concentrados a curto prazo e outro os tem concentrados a
longo prazo.
Mas, enfim, qual metodologia utilizar?
Para que possamos solucionar esse conflito, é recomendado que sempre
se utilize o valor presente líquido (VPL). Além de ser uma metodologia de
avaliação de investimentos tecnicamente correta, considera a taxa de atrativi-
dade do investidor.
Significa que o fluxo de caixa líquido gera lucro, ou seja, além de recu-
IL > 1
perar o investimento inicial, o projeto gerará um ganho adicional.
Significa que o fluxo de caixa líquido gera prejuízo, ou seja, o investi-
IL < 1
mento inicial nunca será recuperado.
Significa que o fluxo de caixa gerado pelo projeto zerou o investimento
IL = 1
inicial, ou seja, está em equilíbrio com o investimento.
Por sua facilidade matemática de contabilização dos valores e por sua facili-
dade de interpretação, o IL é usualmente utilizado concomitantemente com o VPL
e o Payback, servindo como mais um parâmetro de avaliação de investimentos.
R$ –1.000 R$ –1.000
Resolução
Levemos em consideração uma taxa de atratividade de 5% a.a.
1º passo: descontar o fluxo de caixa dos projetos (Fcd).
Você já sabe como descontar um fluxo. Então vamos em frente.
1 1 1
Fvp1 = = = = 0, 9523
(1+ i)n
(1+ 0, 05) 1, 05
n
1 1 1
Fvp2 = = = = 0, 9070
(1+ i)n
(1+ 0, 05)2
1,1025
1 1 1
Fvp3 = = = = 0,8639
(1+ i)n
(1+ 0, 05)3
1,1576
1 1 1
Fvp 4 = = = = 0,8227
(1+ i)n
(1+ 0, 05)4
1, 2155
IL =
∑ Fcd
Investimento inicial (I.I.)
Projeto “X” − IL =
∑ Fcd =
1.180,39
= 1,11804
Investimento inicial (I.I.) 1.000
Projeto “X” − IL =
∑ Fcd =
795,16
= 0, 7952
Investimento inicial (I.I.) 1.000
Análise
Conforme dito anteriormente, os projetos que possuem o IL maior que 1 são
os projetos viáveis. Dessa forma, o Projeto “X” é o que podemos aceitar como o
único projeto que possui viabilidade financeira.
Ao subtrairmos R$ 1,00 de cada projeto, teremos o quanto cada um dará
de lucro ou de prejuízo se aplicado.
No Projeto “X” temos 1,1804 – 1,00 = 0,1804, ou seja, para cada R$ 1,00
investido teremos um lucro de R$ 0,1804.
Já no Projeto “Y” temos 0,7952 – 1,00 = – 0,2048, ou seja, para cada
R$ 1,00 investido teremos um prejuízo de R$ 0,2048.
Essa análise confirma, novamente, que o Projeto “X’ representa um inves-
timento viável, pois garante lucro para o empresário caso ele opte por essa
proposta. Além de o Projeto “Y” ser inviável, ele ainda gera um prejuízo finan-
ceiro ao empresário.
Reflita
Dessa forma, sugerimos que você refaça os exercícios vistos neste capítulo e
que busque em materiais específicos de administração financeira complemen-
tos sobre o assunto que estamos abordando. Isso o auxiliará na assimilação
não só desse conteúdo, como de toda a disciplina. Visões de autores diferen-
tes, com análises diferenciadas, poderão complementar seu aprendizado.
114.454, 49
IBC =
120.000
128.937, 27
IBC =
132.000
Análise
Para análise da viabilidade econômica através dessa metodologia que
estamos estudando (IBC), seguiremos o seguinte critério de decisão:
• IBC > 1, aceita-se o projeto;
• IBC < 1, rejeita-se o projeto.
Referência
BROM, Luiz Guilherme. Análise de investimentos e capital de giro: conceitos e
aplicações. São Paulo: Saraiva, 2007.
Anotações
Análise de sensibilidade
e risco
Introdução
Cheagamos a um capítulo de grande importância para o administrador finan-
ceiro, pois aqui será abordado um conteúdo que, dentro da avaliação de inves-
timentos, é crucial para uma tomada de decisão assertiva: os riscos inerentes.
Dessa forma, todo o embasamento das disciplinas de Métodos Qualitativos,
e de Gestão Financeira e Orçamentária, ambas vistas no 4º período, será de
grande aproveitamento para você, pois dará subsídios para o aprofundamento
do conteúdo aqui estudado.
Boas leituras de sítios especializados, revistas de economia e bibliografias
de finanças darão um suporte extra para que você fique informado e tenha uma
visão dos possíveis cenários futuros da economia nacional e mundial.
Nos três primeiros capítulos desse caderno, você teve uma introdução apro-
fundada sobre o que é a avaliação de investimentos, seus aspectos básicos, a
necessidade da organização, planejamento e estudos, para que o desenvolvi-
mento de novos negócios e novos investimentos seja feito de forma sustentável
para a empresa, assim como as principais metodologias de análise: VAUE, TMA,
VPL, Payback, TIR, Intersecção de Fischer, IL e IBC.
Nas análises até aqui vistas, foram levados em consideração o tempo, como
fator primordial, e o que chamamos de taxa mínima de atratividade, elementos
sobre os quais os analistas se baseiam para mensurar o mínimo aceito para
viabilizar um projeto.
Porém um fator de grande importância não pode ficar fora de uma avaliação
de investimentos feita pelos administradores financeiros. Tudo o que você faz na
sua vida pessoal, seja o que for, guarda um risco eminente, não estou certo? Por
exemplo, se você optar por mudar de emprego, tem a possibilidade de ganhar
mais, de ter mais estabilidade e melhores condições de trabalho. Por outro lado,
a incerteza do que estará por vir pode ser um “risco”, pois você poderá não se
adaptar à nova empresa, poderá não ganhar o que esperava. Não queremos
ser pessimistas. Só queremos analisar nossas ações considerando as diversas
possibilidades positivas e negativas.
Essas incertezas não ocorrem somente em nossa vida pessoal, mas também
acontecem no meio empresarial. Imagine um projeto de investimento proposto por
uma empresa. É analisada sua viabilidade por meio de todas as metodologias
vistas, mas sem que seja feita uma avaliação do mercado econômico, dos possí-
veis clientes, dos possíveis cenários econômicos, por fim, um diagnóstico dos
possíveis riscos inerentes a esse novo negócio.
É nessa perspectiva, a de que o risco existe em todas as atividades execu-
tadas pelas empresas, que desenvolveremos nossos estudos neste capítulo.
4.2 Riscos
A palavra risco tem sua derivação do italiano “rischiare”, que significa
arriscar, ousar. O risco não é uma opção na administração financeira, mas sim
um elemento inerente a todo projeto, seja ele qual for. Risco é toda probabili-
dade de ocorrência de um evento desfavorável no decorrer de um certo período
de tempo. Ou seja, é o grau de incerteza associado a um investimento.
Os riscos que assumimos ao tomarmos uma decisão de investimento podem
ser divididos em dois tipos. Segundo Brom (2007, p. 33), eles são:
• riscos não sistemáticos – riscos específicos ou próprios de um projeto
de investimento, de uma empresa ou de um indivíduo, fruto de suas
deficiências e fraquezas;
• riscos sistemáticos – riscos trazidos por eventos macroeconômicos,
sociais e políticos, aos quais se sujeitam, indistintamente, todas as
pessoas físicas e jurídicas. São eventos que podem representar grande
ameaça, mas cujas ocorrências independem da vontade ou da ação de
uma pessoa ou de uma empresa. Isso significa que o risco sistemático
é representado por variáveis não controláveis, externas ao campo de
domínio e ação de uma empresa ou de um indivíduo.
Dessa forma, podemos concluir que um projeto de investimentos sofre influên
cias compostas por ambos os riscos, os sistemáticos e os não sistemáticos.
Quanto às fontes de risco para os administradores, temos basicamente
quatro tipos. Gitman (2004, p.185) os caracteriza conforme exposto no quadro:
4.3 Retorno
Vimos anteriormente que os retornos são diretamente proporcionais aos
riscos. Basicamente, ao termos um risco alto, podemos esperar um retorno
também alto, como, por exemplo, no caso dos investimentos em ativos de renda
variáveis. Em contrapartida, ao nos depararmos com situações em que temos
riscos eminentes baixos, obviamente só pode-se esperar um baixo retorno. O
exemplo, entre os ativos financeiros de renda fixa, é a caderneta de poupança.
O retorno, dessa forma, é a contrapartida das empresas ao se disporem a
correr um risco qualquer.
Gitman (2004, p.184) conceitua o retorno como
o ganho ou a perda total sofridos por um investimento em certo
período. É comumente medido pela soma dos proventos em
dinheiro durante o período com a variação de valor, em termos
de porcentagem do valor investido no início do período.
Projeto de Projeto de
investimento “X” investimento “Y”
Resultados Probabilidades Resultados Probabilidades
esperados (R$) (%) esperados (R$) (%)
Recessão
100 10 100 20
profunda
Recessão leve 150 15 300 20
Estabilidade 200 50 500 40
Expansão leve 250 15 700 10
Expansão
300 10 900 10
acelerada
Projeto de Projeto de
investimento “X” investimento “Y”
Recessão profunda 0,10 × 100 = 10 0,20 × 100 = 20
Recessão leve 0,15 × 150 = 22,5 0,20 × 300 = 60
Estabilidade 0,5 × 200 = 100 0,40 × 500 = 200
Expansão leve 0,15 × 250 = 37,5 0,10 × 700 = 70
Expansão acelerada 0,10 × 300 = 30 0,10 × 900 = 90
(E(R)) = 200 440
Projeto de Projeto de
investimento “X” investimento “Y”
Redessão
(100 – 200)2 × 0,10 = 1.000 (100 – 440)2 × 0,20 = 23.120
profunda
Recessão leve (150 – 200)2 × 0,15 = 375 (300 – 440)2 × 0,20 = 3.920
Estabilidade (200 – 200)2 × 0,50 = 0 (500 – 440)2 × 0,40 = 1.440
Expansão leve (250 – 200)2 × 0,15 = 375 (700 – 440)2 × 0,10 = 6.760
Expansão
(300 – 200)2 × 0,10 = 1.000 (900 – 440)2 × 0,10 = 21.160
acelerada
σ2 = ∑ 2.750 56.400
σ = √∑ 52,44% 237,49%
• Projeto “X”
σ 54, 44
CV = = = 0, 2622 ou 26, 22
E(R) 200
• Projeto “Y”
σ 237, 49
CV = = = 0, 5398 ou 53, 98
E(R) 440
Análise
Com base nos cálculos anteriormente elaborados, podemos perceber que
o projeto que possui uma melhor relação entre risco e retorno, através do
Coeficiente de Variação, é o Projeto “X”, de aproximadamente 26. O Projeto
“Y” tem uma relação de aproximadamente 54. Dessa forma, pela análise risco/
retorno, deve-se escolher o Projeto “X”.
Reflita
Exemplo 2 (Resolvido)
O quadro a seguir traz informações sobre três cenários econômicos dife-
rentes, analisados para que seja proposto um projeto de investimento em novos
maquinários para aumentar a capacidade de produção de uma indústria.
Calcula-se o coeficiente de variação, para determinar qual é o cenário de
menor risco e proporcionar assim a melhor relação risco/retorno.
PROBABILIDADE DE
CENÁRIOS POSSÍVEIS RETORNO ESPERADO
OCORRÊNCIA
Expansão 25% 8%
Estabilidade 50% 12%
Recessão 25% 7%
50 × 12 = 600
Estabilidade 50% 12% = 6%
100
25 × 7 = 175
Recessão 25% 7% = 1, 75%
100
CENÁRIOS
σ2 = ∑(TAXA DE RETORNO – (E(R)))2 × P
POSSÍVEIS
Expansão (8 – 2)2 × 25 = 900 → √900 = 30
Estabilidade (12 – 6)2 × 50 = 1.800 → √1.800 = 42,43
Recessão (7 – 1,75)2 × 25 = 689,06 → √689,06 = 26,25
• Cenário de expansão
σ 30
CV = = = 15
E(R) 2
• Cenário de estabilidade
σ 42, 43
CV = = = 7, 07
E(R) 6
• Cenário de recessão
σ 26, 25
CV = = = 15
E(R) 1, 75
Análise
Saiba mais
Possivelmente você deve estar se perguntando o que são e como são ela-
borados tais cenários, assim como sua composição. Uma sugestão de
pesquisa sobre o assunto é a ata elaborada periodicamente pelo Comitê
de Política Monetária do Banco Central do Brasil (COPOM).
É um relatório completo com informações micro e macroeconômicas.
Para ter acesso a esse material, visite o sítio do Banco Central <http://
www.bcb.gov.br/?ATACOPOM> e faça uma leitura dos principais tópicos
lá abordados.
É importante que fique claro para você, que o risco e o retorno são definidos
como a probabilidade de que o retorno real de mercado seja diferente do retorno
esperado pelo investimento. Outros pontos importantes a se destacarem são a
volatilidade de um investimento e suas flutuações que ocorrem desviando-se em
uma série representativa.
Referências
BROM, Luiz Guilherme. Análise de Investimentos e capital de giro: conceitos e
aplicações. São Paulo: Saraiva, 2007.
GITMAN, Lawrence Jeffrey. Princípios da administração financeira. São Paulo:
Pearson Addison Wesley, 2004.
Anotações
Introdução
Para conhecer sobre estratégia empresarial e utilizar o mix estratégico
como fator essencial na análise de um projeto de investimentos, recomendamos
que você faça uma revisão dos capítulos vistos anteriormente e compreenda
de forma clara como são trabalhadas as várias metodologias de avaliação de
investimentos já vistas.
É fundamental que você saiba tanto desenvolver os cálculos matemáticos
dessas metodologias, quanto interpretar seus resultados. Isso dará subsídios
para que você tenha um processo decisório de investimentos assertivo, gerando
sucesso em sua administração.
As várias metodologias de avaliação de investimentos vistas em nossas aulas,
o VPL, o Payback, a TIR, o IL e o IBC, dão condição ao analista financeiro ou
ao responsável pela administração financeira da organização de elaborar uma
série de análises que gerem dados e informações de imensa relevância para a
tomada de decisão eficiente e eficaz.
Através de cálculos e interpretações, como já visto por você anteriormente, e
com base em cenários econômicos possíveis, essas metodologias permitem aos
administradores financeiros as tomadas de decisão.
As incertezas vividas na economia tornam as tomadas de decisão uma tarefa
árdua e cansativa, pois há vários fatores a analisar em um projeto de investi-
mentos, além do risco inerente de uma consequência negativa.
Entre as várias ferramentas de apoio ao gestor, uma em especial é muito
utilizada pelos analistas de finanças com a finalidade de facilitar a busca dos
critérios voltados para a tomada de decisão sobre as várias alternativas de inves-
timentos possíveis, principalmente os investimentos voltados para o longo prazo,
que são os que exigem mais discernimento. Estou me referindo à estratégia
empresarial como critério para a avaliação de investimentos.
Diante da estratégia empresarial como critério para a avaliação de
investimentos, o presente capítulo demonstrará como os profissionais da
área de finanças identificam os componentes essenciais para a elaboração
de uma análise estratégica de investimentos, através da definição de um mix
estratégico.
• filosofia
• políticas gerais
• macro-objetivos
• diretrizes
• objetivos específicos
• metas
• estratégias globais
• estratégias específicas
• análise ambiental externa
• análise ambiental interna
• fatores de sucesso
• planos de ação
• políticas específicas
• plano contingencial
Tais componentes, dessa forma, são elementos estratégicos essenciais para
que os empreendimentos possam definir seus projetos de investimento. Quanto
mais especificado e detalhado for cada um dos componentes, mais assertiva
será a tomada de decisão.
A avaliação de investimentos vista até o momento está centrada nos modelos
de análise de projetos quantitativos, havendo a necessidade de incluírem-se
fatores que levem em consideração a estratégia empresarial, já que algumas
dessas metodologias utilizadas pela avaliação de investimentos, como, por
exemplo, o Valor Presente Líquido e o Payback, constituem apenas parâmetros
para as políticas financeiras das empresas.
Porter demonstra que as empresas que têm maior rentabilidade são as que
possuem grande fatia do mercado, devido a seus baixos custos. Em contra-
partida, as empresas que têm menor rentabilidade são os empreendimentos
que possuem pequenas fatias de mercado, devido à sua especialização. Um
terceiro grupo de empresas são as que detêm fatias intermediárias do mercado.
Essas, na maior parte dos casos, não possuem uma definição estratégica clara
e eficiente.
Para comprovar seus estudos, Porter (1996, p. 129) exemplifica grafica-
mente por meio da “Curva de U”. Vejamos.
Figura 1 Curva de U.
Redes
Retorno do
flexíveis de empresas
investimento
Reflita
Reflita
Início
Sim
Altera?
Não
Definição do mix estratégico
Mas o que são UENs? Para Casarotto Filho e Kopittke (2008, p. 308), as
UENs são “uma unidade organizacional que deve ter uma estratégia de negó-
cios definida e um gerente com responsabilidade de vendas e lucro”.
Para facilitar, deve haver uma subdivisão também dos produtos da empresa,
elaborada a partir dos seguintes fatores:
• similaridade de negócios ou produtos;
• magnitude dos negócios ou produtos.
Nas estratégias de avaliação de investimentos, sugere-se elaborar o que
chamamos de “matriz de blocos compartilhados”, definindo assim não só a ampli-
tude do negócio da empresa, como a do projeto de investimento em análise. No
quadro 3, apresentamos os elementos desejáveis a serem analisados na matriz.
Início
Análise da indústria
Análise do mercado
Análise da competitividade
Entrantes
Substitutos
Fornecedores
Clientes
Rivais
Saiba mais
Como sugestão, convido você a visitar uma biblioteca que possua biblio-
grafias referentes à estratégia empresarial e a aprofundar o assunto.
Pesquise alguns desses livros em uma das várias web-livrarias existentes,
como Saraiva.com. Acesse o sítio <http://www.livrariasaraiva.com.br/>
e faça sua busca.
Referências
CASAROTTO FILHO, Nelson; KOPITTKE, Bruno Hartmut. Análise de investi-
mentos: matemática financeira, engenharia econômica, tomada de decisão,
estratégia empresarial. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2008.
PORTER, M. E. Estratégia Competitiva. Rio de Janeiro: Campus, 1996.
Anotações
O processo decisório
de investimentos
Introdução
Para conhecer como são tomadas as decisões de investimentos e utilizar as
ferramentas empregadas como técnica de tomada de decisão, é importante que
você tenha um bom conhecimento sobre negociação e tomada de decisão. Uma
boa forma de aprofundar esses conhecimentos é fazer uma revisão da disciplina
de Negociações Estratégicas, que você acabou de ver no 7º período, assim
como pesquisar sobre o assunto. Esse conhecimento lhe dará mais propriedade
no momento em que você, futuro gestor, deverá tomar decisões ao analisar um
projeto de investimentos.
Neste momento, você já possui capacidades técnicas para efetuar uma
avaliação de investimentos, pois conhece os aspectos gerais do investimento
e tem amplas noções das principais metodologias financeiras para a análise
de projetos de investimento. Outro fator importante para seu sucesso enquanto
analista de investimentos é o fato de já possuir noções sobre os possíveis cenários
econômicos existentes, assim como sobre as consequências que podem derivar
do empreendimento, expondo seus projetos e sua empresa aos riscos inerentes.
Dessa forma, você já é capaz de elaborar uma análise da sensibilidade e risco.
Ao estudarmos algumas teorias sobre a estratégia empresarial, fizemos uma
análise de sua utilização como critério de avaliação de investimentos, em que
vários outros fatores devem ser observados. Assim, você já tem condições de
analisar um ou mais projetos de investimentos de forma sistêmica.
Porém, como o assunto é bastante amplo, vários outros pontos devem ser
discutidos para que você possa tomar as decisões corretas ao efetuar uma
avaliação de investimentos. Não poderemos deixar de propor um estudo sobre
as fontes de recursos existentes destinadas ao investimento, assim como uma
abordagem sobre o processo decisório na avaliação de investimentos.
A seguir vamos viajar no universo do processo decisório na análise de
projeto de investimentos.
Porém, como vimos no capítulo anterior, existem variáveis que podem influen-
ciar um projeto de investimento, sendo praticamente impossível ordená-las de
forma matemática. Se olharmos por outra perspectiva, as influências e consequên-
cias de cada projeto e de cada proposta de investimento devem ser devidamente
avaliadas de forma a decidir a melhor e a mais viável para o empreendimento.
Ao utilizarmos as metodologias de avaliação de investimentos e avaliarmos
a viabilidade de um projeto, estamos apenas dando um passo na solução de um
problema, já que pode não haver eficácia nessa análise caso tais técnicas não
forem devidamente aplicadas.
Assim, podemos concluir que o processo decisório se sustenta por uma
análise quantitativa dos elementos, assim como as qualificações que integram
positivamente e negativamente o projeto de investimento em análise.
Reflita
Para que você possa se apropriar da metodologia proposta por Krick va-
mos praticar com o exercício a seguir.
Relacione a primeira coluna de acordo com a segunda, conceituando de
forma correta as cinco fases da metodologia para o processo do projeto.
Por outro lado, Kepner citado por Casarotto Filho e Kopittke (2008, p. 277)
propõe uma metodologia com sete fases aplicadas à tomada de decisão numa
avaliação de investimentos, com enfoque na melhor alternativa.
Reflita
Saiba mais
Para que seu estudo fique completo, faça algumas pesquisas sobre a temá-
tica deste capítulo e conheça os principais estudos referentes à tomada de
decisão. Uma boa sugestão é acessar o sítio Adminstradores.com através
do endereço <http://www.administradores.com.br/>. Tenha uma ótima
viajem nesse espaço criado para os administradores.
Referências
CASAROTTO FILHO, Nelson; KOPITTKE, Bruno Hartmut. Análise de investi-
mentos: matemática financeira, engenharia econômica, tomada de decisão,
estratégia empresarial. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2008.
KRICK, Edward V. Métodos e sistemas. Rio de janeiro: LTC, 1971.
Anotações
Fontes de financiamento
Introdução
Para conhecer as diversas fontes de capital para financiamento no curto e no
longo prazo para empresas, será necessário que você aprofunde seus conheci-
mentos sobre as linhas de crédito disponíveis para a capitalização de empresas
e realização de projetos de investimento. Entre em contato com o gerente do seu
banco e debata com ele sobre a temática aqui abordada. As bibliografias utili-
zadas no nosso curso também abordam a temática em questão e são uma fonte
de pesquisa bastante rica sobre as fontes de financiamentos.
Você aprendeu como fazer uma análise quantitativa e qualitativa de inves-
timentos de forma eficiente, para que o empreendedor ou o gestor da empresa
possa tomar decisões sustentadas e assertivas. Agora, daremos mais um passo
em nossos estudos e passaremos a um outro estágio, dentro da administração de
investimentos: a captação de recursos para que as empresas possam colocar em
prática seus investimentos. Tudo o que fazemos em nossa vida pessoal demanda
recursos financeiros. Isso também não é diferente no universo empresarial. Um
simples treinamento de funcionários, a aquisição de maquinários pesados ou
a implementação de uma nova filial em outro Estado representam ações que
dependem de dinheiro. As empresas, de forma geral, utilizam seus recursos
financeiros para a manutenção do seu capital de giro. Pois ao decidir-se pela
implementação de um projeto de investimento, elas acabam se esbarrando na
necessidade de conseguir recursos financeiros. Isso não é um problema, desde
que a captação desses recursos seja feita de forma consultiva. Ao lançar mão
de fontes de recursos financeiros voltadas para investimentos, a empresa deve
analisar sua viabilidade. Mas, para elaborar tal análise, é necessário conhecer
as fontes de recursos disponíveis no mercado financeiro, destinadas aos investi-
mentos empresariais, tanto de longo quanto de curto prazo.
Saiba mais
Reflita
Exemplo 1 (Resolvido)
Uma indústria de cosméticos necessita de R$ 5.000.000,00 por dois dias
úteis, para manter suas operações de produção, honrando os pagamentos
com seus fornecedores. Sabe-se que as taxas de over mensais são de 2%
e 2,4%, respectivamente. São considerados 21 dias úteis no período da
operação. O banco em que a empresa possui relacionamento cobra um
spread de 0,07% ao dia. O IOF é de 0,0037% ao dia, descontado anteci-
padamente. Os juros e o spread são acumulados ao montante da dívida e
pagos no final da operação.
Diante de tais dados, pede-se que você auxilie o diretor financeiro da indús-
tria a calcular os valores recebidos e pagos pela empresa.
Resolução
1º dia
Empréstimo 5.000.000,00
IOF – 5.000.000 x 0,0037% = 185,00
Valor a ser liberado pelo banco 4.999.815,00
Juros + spread – 5.000.000 x (0,02/30 + 0,0007) = 6.833,33
Saldo devedor 5.006.648,33
2º dia
Empréstimo 5.006.648,33
IOF – 5.006.648,33 x 0,0037% = 185,25
Valor a ser liberado pelo banco 5.006.463,08
Juros + spread – 5.006.648,33 x (0,025/30 + 0,0007) = 7.676,58
Saldo devedor 5.014.139,66
Reflita
Exemplo 2 (Resolvido)
A Silva & Mello Pisos e Azulejos deseja descontar uma duplicata no valor
de R$ 30.000,00 com vencimento para daqui a 60 dias. A taxa de juros
cobrada pelo banco de relacionamento da empresa é de 4,2% ao mês,
sendo o IOF de 0,0037% ao dia. Devido ao bom relacionamento da empre-
sa com o gerente do banco, não será cobrada a TAC. Diante de tais dados,
solicita-se que seja calculada a taxa de juros efetiva, nessa transação.
Resolução
Reflita
Exemplo 3 (Resolvido)
Resolução
Reflita
Exemplo 4 (Resolvido)
Uma empresa de informática obteve uma conta garantida no valor de
R$ 200.000,00 pelo período de 30 dias. No momento da abertura do
crédito foi cobrada uma TAC de 1% sobre o valor tomado. Os encargos
financeiros são de 3,5% ao mês. Calcule os juros pagos pela empresa e os
custos da operação.
Resolução
Nº DE DIAS
DÉBITO/ SALDO Nº DE
DATA LANÇAMENTO × SALDO
CRÉDITO DEVEDOR DIAS
DEVEDOR
1/05 TAC 2.000 (D) 2.000
1/05 Saque 100.000 (D) 102.000 7 714.000
12/05 Saque 70.000 (D) 172.000 15 2.580.000
22/05 Depósito 25.000 (C) 147.000 3 441.000
25/05 Saque 50.000 (D) 197.000 5 985.000
Juros
30/05 0,037 5.821,33
× 4.720.000
30
Entre as vantagens das operações de Sale Lease Back, Di Agustini citado por
Brom (2007, p. 105) destaca algumas relevantes.
Empresas vendedoras
7.1.7 Arrendamento
Uma das fontes de financiamento mais utilizadas pelas empresas, hoje em
dia, é o conhecido arrendamento.
Gitman (2004, p. 574) afirma que o arrendamento permite à empresa usar
certos ativos permanentes e em troca é obrigada a fazer uma série de paga-
mentos contratuais, periódicos e dedutíveis para fins de imposto de renda.
O arrendamento possui duas figuras indispensáveis à sua existência:
• arrendatário: é o beneficiário dos serviços dos ativos sob contrato de
arrendamento;
• arrendador: é o proprietário dos ativos.
Basicamente, podemos encontrar o arrendamento sob duas formas: o arren-
damento operacional e o arrendamento financeiro (ou de capital).
Segundo Gitman (2004, p. 574), os arrendamentos operacionais e os arren-
damentos financeiros se caracterizam da seguinte forma.
• Arrendamento operacional: é normalmente um contrato pelo qual o
arrendatário concorda em fazer pagamentos periódicos ao arrendador,
em geral por cinco anos ou menos, para obter os serviços de um ativo.
São em grande parte canceláveis, a critério do arrendatário, que pode
ser obrigado a pagar uma multa pelo cancelamento.
• Arrendamento financeiro (ou de capital): tem prazo mais longo que
um arrendamento operacional, não é cancelável e obriga o arrenda-
tário a fazer pagamentos em troca do direito de uso de um ativo por
um período predeterminado. Costuma ser empregado para arrendar
terrenos, prédios e equipamentos de grande porte.
Você pôde ver algumas das linhas de créditos disponíveis para que o empre-
sário possa se capitalizar e implementar seus projetos de investimento, assim
como financiar seu capital de giro, quando necessário.
Existem outros produtos bancários com essa finalidade. Cabe a você, estu-
dante de administração e possível futuro gestor financeiro, conhecer a fundo
cada um deles.
Pesquise, estude, seja curioso, pois o mercado de investimentos é muito
promissor.
Referências
BROM, Luiz Guilherme. Análise de investimentos e capital de giro: conceitos e
aplicações. São Paulo: Saraiva, 2007.
GITMAN, Lawrence Jeffrey. Princípios da administração financeira. São Paulo:
Pearson Addison Wesley, 2004.
Anotações
EQUIPE UNITINS
Organização de Conteúdos Acadêmicos André Pugliese da Silva
Revisão Linguístico-Textual Silvéria Aparecida Basniak Schier
Gerente de Divisão de Material Impresso Katia Gomes da Silva
Revisão Digital Leyciane Lima Oliveira
Rogério Adriano Ferreira da Silva
Projeto Gráfico Katia Gomes da Silva
Rogério Adriano Ferreira da Silva
Capas Rogério Adriano Ferreira da Silva
Apresentação
nossos clientes extremamente felizes, surpreendendo-os.
Desde o início do curso, procuramos abordar, de maneira objetiva, a
importância dos aspectos humanos para as organizações. A visão tecni-
cista foi discutida em vários vieses e também revista, sobretudo, à medida
que avançávamos rumo ao entendimento das habilidades que devem ser
desenvolvidas pelo administrador de uma organização, seja qual for a sua
natureza – técnicas, humanas ou conceituais. Em termos gerais, podemos
dizer que as habilidades técnicas dependem de prática; as habilidades
conceituais dependem de conhecimento, observação e análise sistêmica; e
as habilidades humanas baseiam-se fortemente na capacidade de estabe-
lecer relacionamentos.
As organizações, ao estabelecerem relacionamentos com os seus cola-
boradores, esperam que sejam duradouros, pois essa condição produz certa
tendência à qualificação cotidiana dos processos e das atividades, mais do
que isso, esperam que as expectativas criadas quanto à capacidade dos indi-
víduos sejam alcançadas.
O desenvolvimento de uma política séria em relação à gestão de pessoas
configura-se como a base de sustentação da empresa no decorrer do tempo,
e a competitividade, cada vez maior, exige dos colaboradores, das equipes
e, consequentemente, das empresas novas competências. É preciso que os
indivíduos desenvolvam novos conhecimentos, novas habilidades e, sobre-
tudo, tenham nova atitude em relação ao trabalho e ao conhecimento a ele
agregado. É uma nova perspectiva, um novo paradigma, que você, futuro
administrador, saberá valorizar a cada dia de sua vida profissional.
Prof. André Pugliese
1
A nova era da gestão CAPÍTULO 1 • GESTÃO DE TALENTOS HUMANOS
de pessoas: busca da
metacompetência
Introdução
Será que ainda podemos trabalhar com as pessoas da mesma forma que
sempre trabalhamos? Penso que ninguém ousa acreditar nisso, ainda mais nós,
administradores, que devemos estar cada vez mais antenados com o desenvol-
vimento das empresas e o consequente aumento das necessidades em relação
às competências dos membros de suas equipes. O termo competência está cada
vez em voga e não é puro modismo. Ou temos empresas competentes ou não
podemos continuar no mercado competindo, pois seremos dele expulsos. É a
nova lei! A centralização, já devidamente estudada em nosso curso, não tem
mais o mesmo espaço de outrora. Os feudos poderosos, em que cada um lutava
pela manutenção de seu espaço, devem acabar. O entendimento sistêmico da
organização e de seus processos é condição básica de sobrevivência.
Neste capítulo, abordaremos, de forma sintética, a partir da utilização de
quadros, as práticas desfavoráveis e as tendências da gestão de pessoas em três
funções básicas já estudadas por você. Por meio deles, poderemos compreender
o processo evolutivo que talvez seja a mais importante das grandes áreas das
empresas. Tenho certeza de que se lembrará de conteúdos do terceiro período,
e as reflexões que serão feitas a partir daqui possibilitarão a construção de um
arcabouço de conhecimentos muito úteis à sua vida profissional, mesmo que
você não atue diretamente com gestão de pessoas.
Para que você inicie bem os estudos, é importante que relembre os conte-
údos da disciplina de Gestão de Pessoas, do 3º semestre, como recrutamento,
seleção, desenvolvimento e remuneração. Agora, a abordagem é no sentido de
repensar as práticas tradicionais e indicar novas perspectivas para a gestão das
equipes.
Esperamos que, ao final deste capítulo, você seja capaz de conhecer as
forças restritivas e as tendências de gestão de pessoas e identificar a área de
pessoas como centro de resultados para as organizações.
Função: provimento
Área: recrutamento e seleção de pessoal
Forças restritivas
• Recrutamento de talentos sistematicamente realizado no mercado.
• Seleção realizada na área de Recursos Humanos, sem a participção dos detentores
de cargos vagos.
• Processo fechado, em que os candidatos raramente recebem feedback objetivo
sobre suas performances.
• Avaliação do candidato tendo como base a descrição de cargos (foco no conheci-
mento e nas habilidades).
Tendências
• Aproveitamento dos talentos existentes na empresa (programas de sucessão e
seleção interna).
• Participação do gerente do cargo no processo seletivo (partilhamento de responsa-
bilidades na escolha).
• Abertura dos processos seletivos, por meio do retorno sobre desempenho dos candi-
datos (entrevista de feedback pós seleção).
• Avaliação do candidato tendo como base o perfil de competências exigido para o
cargo (junto de conhecimento, habilidades e atitudes).
Fonte: adaptado de Gramigna (2002, p. 7).
Função: capacitação
Área: treinamentos e desenvolvimento
Força restritivas
• Ofertas de listas de cursos e seminários, resultantes de levantamento de necessidade
de treinamento.
• Processo de levantamento de necessidades de treinamento com base na decisão
unilateral e na soma de desejos dos gerentes.
• Programas de treinamentos elaborados pela área de Recursos Humanos, sem a
participação da área cliente.
• Eventos extensivos a todos os colaboradores de determinado cargo ou função
(planejamento para todos os gerentes, relacionamento interpessoal para todas as
equipes, atendimentos para todas as secretárias.
• Decisão quanto a quem irá participar dos treinamentos, sob a responsabilidade do
chefe imediato, ou da área de Recursos Humanos.
• Ausência de critérios objetivos para encaminhamento de profissionais aos eventos
oferecidos no mercado: cursos, seminários, palestras, congressos e similares.
• Os colaboradores interpretam sua indicação para treinamentos externos como
instrumento de prêmio ou castigo. Acreditam que os mais próximos ao gerente
imediato têm maiores chances de ser indicados e os que contrariam o interesse do
chefe são “castigados” e nunca participam.
• Ausência de instrumentos que permitam informar aos treinandos seu estágio de
competências (o que a empresa deseja versus como cada um é visto naquele
momento pela organização).
• Difusão da cultura paternalista, na qual os colaboradores veem a empresa como
“responsável pelo seu desenvolvimento”, com tendência a se acomodar quando
esse investimento é efetivado.
Fonte: adaptado de Gramigna (2002, p. 7-8).
“novo” não significa que tais processos não sejam aplicados por organizações
neste exato momento. O objetivo é levá-lo ao entendimento da necessidade de
observar minuciosamente tais processos à luz das mudanças que ocorrem no
seio da sociedade e que, direta ou indiretamente, pressionam as organizações
a repensarem os seus modelos de gestão. No quadro 3, veremos quais são as
tendências relativas aos processos de capacitação nas empresas.
Função: capacitação
Área: treinamentos e desenvolvimento
Tendências
• Incremento dos projetos de identificação de talentos, favorecendo o rastreamento
e o registro de colaboradores em potencial e a identificação de necessidades de
desenvolvimento de competências.
• Oferta de programas de treinamento e desenvolvimento a partir da consulta em
diversas bases de informações (avaliação de desempenho, resultados de avaliação
de potencial, observação no posto de trabalho, redes de feedback, entre outros).
• Participação e influência da área cliente na definição de seus programas de treina-
mento e desenvolvimento.
• Programas de treinamento e desenvolvimento por competências ou habilidades,
em que participam aqueles que realmente necessitam ampliar seus domínios, para
apresentar melhores resultados no trabalho.
Fonte: adaptado de Gramigna (2002, p. 7-8).
Função: avaliação
Área: gestão do desempenho
Forças restritivas
• Conteúdo da avaliação de desempenho definido pela área de Recursos Humanos,
contendo indicadores subjetivos.
• Ausência de avaliação de empenho e resultados.
• Avaliação do desempenho unilateral (chefia avalia colaborador) sem que seja dada
a oportunidade de reflexão e discussão entre o avaliador e o avaliado.
• Possibilidades de ocorrer tendência central na avaliação (escolha de indicadores
de desempenho na média.
• Avaliação realizada uma vez por ano, com finalidade de servir como informação
para promoções.
• Avaliação como ferramenta de promoções e aumentos salariais.
Fonte: adaptado de Gramigna (2002, p. 7-8).
Função: avaliação
Área: gestão do desempenho
Tendências
• Indicadores de medição do desempenho definidos em parceria com as diversas
áreas da empresa.
• Indicadores de desempenho que contemplam o esforço pessoal e os resultados
alcançados pelo avaliado.
• Participação das redes de interface na avaliação do desempenho.
• Menor probabilidade de ocorrer tendência central na avaliação do desempenho.
• Avaliação realizada por meio da formação de redes, sempre que ocorrer um projeto
ou empreendimento significativo na área.
• Avaliação como ferramenta de gestão das competências dos colaboradores e sina-
lização para intervenção de treinamentos e desenvolvimento.
Fonte: adaptado de Gramigna (2002, p. 7-8).
Função: remuneração
Área: cargos e salários – carreira
Forças restritivas
• Estruturas de organização fortemente hierarquizadas.
• Carreiras apenas verticais: em alguns casos, oferta de oportunidades laterais por
meio de curvas de maturidade.
• Gestão de desempenho individual.
• Cultura do controle fundamentada no relacionamento hierárquico.
• Remuneração por desempenho apenas individual.
• Uso do processo de remuneração orientado essencialmente para disciplinar relações
salariais.
Fonte: adaptado de Gramigna (2002, p. 9-10).
Como vimos, muitas das variáveis da estruturação dos cargos e dos seus
respectivos salários refletem aspectos relativos à própria cultura da organização,
como a hierarquia e o controle. Em linhas gerais, os cargos e os salários são
pensados de forma a atender à visão fragmentada que a gestão tem da estrutura
organizacional, inclusive por negligenciar as conquistas obtidas por meio do
Função: remuneração
Área: cargos e salários – carreira
Forças restritivas
• Foco no cargo, por meio de avaliações baseadas em fatores comuns.
• Uso de descrições de cargos delimitadoras das responsabilidades individuais.
• Busca da equidade interna.
• Desintegração com as outras funções de Recursos Humanos.
• Definição da atividade de remuneração como ferramenta essencial de controle.
• Tentativa tímida de relacionar a política de remuneração aos objetivos da
organização.
• Uso apenas de salário fixo.
• Resistência ao uso da remuneração por desempenho.
• Uso de escalas salariais com elevado número de níveis e faixas ou amplitudes salariais.
Fonte: adaptado de Gramigna (2002, p. 9-10).
Função: remuneração
Área: cargos e salários – carreira
Tendências
• Redução natural do número de títulos já que o cargo deixa de ser o fulcro do
processo.
• Foco nas pessoas, por meio de avaliações e remuneração por competências.
• Uso das competências requeridas pelo papel do indivíduo na equipe e na
organização.
• Uso de abordagens variadas e mutáveis, em função de características de processo,
conjuntura, mercado etc.
• Integração das atividades de Recursos Humanos, principalmente remuneração, trei-
namento e desenvolvimento.
Função: remuneração
Área: cargos e salários – carreira
Tendências
• Definição da atividade de remuneração como ferramenta estratégica e de consulta.
• Vinculação da política de remuneração à estratégia da organização e às suas
competências essenciais.
• Uso do salário variável como oportunidade de auferir maiores ganhos, ao mesmo
tempo em que solidariamente as equipes possam alinhar seus esforços aos destinos
desejados pela organização.
• Uso do salário variável por recompensar o desempenho da equipe, da unidade e
da organização.
• Uso de bandas amplas, com número mínimo de níveis e faixas ou amplitudes elevadas.
Fonte: adaptado de Gramigna (2002, p. 9-10).
Saiba mais
Reflita
Referência
GRAMIGNA, M. R. Modelo de competências e gestão dos talentos. São Paulo:
Makron Books, 2002.
Anotações
pessoas e a evolução
do conhecimento
Introdução
Esta disciplina tem por objetivo focalizar a gestão de talentos humanos, ou
seja, todo o esforço organizacional necessário para desenvolver o conhecimento
dos colaboradores com vistas à aquisição de vantagem competitiva.
Usamos a expressão conhecimento sem pensar no que ela efetivamente
significa, onde surgiu e o que representa para a gestão de talentos humanos.
Por isso estudaremos, neste capítulo, como se deu a evolução do conhecimento
desde a Antiguidade até a Era Moderna. Você perceberá que houve uma grande
evolução e, sobretudo, que é a única fonte inesgotável de que as empresas
dispõem para qualificar os seus processos, os seus produtos e os seus serviços.
Para o entendimento desse conteúdo, é importante que você retome estudos
sobre as organizações de aprendizado, feitos na disciplina de Tecnologia da
Informação e da Comunicação. Estudamos a importância do conhecimento
para as organizações e vimos que é por meio dele que as organizações conse-
guem criar os diferenciais necessários para aquisição de vantagem competi-
tiva no mercado. É importante também que você revise o que estudamos na
disciplina de Planejamento Estratégico, sobretudo, em relação à evolução do
pensamento estratégico. Esse conhecimento será fundamental, pois agora estu-
daremos sobre influência do pensamento estratégico para a conceituação da
gestão por competências.
Esperamos que, ao final deste capítulo, você seja capaz de entender como
se deu a evolução histórica do conhecimento, as origens da gestão do conheci-
mento e da gestão por competências.
mente lhe é familiar, pois é a raiz de uma palavra muito conhecida: economia.
A casa era o local de realização das atividades produtivas da vida privada, pois
é de onde vinham bens de consumo, produtos perecíveis, ou seja, tudo o que
garantia o sustento das pessoas. Esse espaço – a casa – contudo, não permitia
que fosse preservada a memória do que ali se realizava, ou seja, de tudo o que
ocorria naquela dimensão, era um espaço exclusivo para a ação e, por isso,
como acontece em nossas vidas, agimos sem pensar efetivamente naquilo que
fazemos quase que de forma repetitiva.
Já a polis era o local público destinado aos cidadãos livres das obrigações da
casa, ou seja, que não precisavam dedicar seus esforços às ações que objetivavam
a manutenção da casa, a sua sobrevivência. Esses cidadãos faziam política por
meio do discurso e da persuasão, ou seja, o poder era exercido pela palavra e pela
capacidade de argumentação nos debates. Era na polis que os feitos humanos se
tornaram publicizados (públicos), e esse efeito convertia a polis em um espaço de
imperecibilidade (ARENDT citada por CARBONE e outros, 2006). É nesse contexto
que Platão conceituou conhecimento como uma crença verdadeira, justificada.
Após a morte de Platão, começou a entrar em crise a ideia de conhecimento
justificado pela persuasão. O próprio Sócrates foi condenado por não conseguir
“persuadir” os juízes sobre sua própria inocência. Após esse episódio, os filó-
sofos seguidores de Platão passaram a se valer somente do conhecimento alcan-
çado por meio da contemplação das verdades eternas. Há uma separação entre
o pensamento e a ação. Mas esse entendimento sobre o conhecimento mudou.
Na Era Moderna, o conceito de conhecimento foi fortemente influenciado
pelo pensamento de Santo Agostinho. Veremos, a seguir, as contribuições desse
importante pensador.
das críticas recebidas ao modelo de Porter é quanto aos seus efeitos morais, pois
o modelo atribui pouca importância aos processos internos, ou seja, à aprendi-
zagem e à inovação.
pode ser inovador se, antes de qualquer coisa, você souber inovar-se. Consiste
em um processo contínuo de construção, desconstrução e reconstrução”.
Esse “novo” cenário indica mudanças na organização, principalmente no
que diz respeito à autonomia dada aos colaboradores e também ao ambiente
organizacional, moldado e mantido com vistas ao desenvolvimento da criativi-
dade e da responsabilidade. A exigência, cada vez maior, de novas compe-
tências conduz a um novo patamar em relação ao envolvimento (e por que não
dizer comprometimento) dos colaboradores em suas atividades. Nesse sentido,
podemos afirmar que a competência
É o tomar iniciativa e assumir responsabilidade do indivíduo
diante de situações profissionais com as quais se depara [...].
Tomar iniciativa é uma ação que modifica algo que existe,
que introduz algo novo, que começa alguma coisa, que cria
(ZARIFIAN, 2001, p. 69).
Reflita
Saiba mais
Para você saber mais sobre a gestão de competências, poderá ler um in-
teressante artigo publicado por Ana Lúcia Barduchi e Josiane Cintra, na
HSM on-bline. Nele, são discutidas questões relativas à necessidade de
Referências
BARNEY, J. B.; HESTERLY, W. Organizational economics: understanding the rela-
tionship between organizations and economic analysis. In: CLEGG, S. R. et al.
Handbook of organization studies. London: Sage, 1996.
CARBONE, P. P. et al. Gestão por competências e gestão do conhecimento. Rio
de Janeiro: FGV, 2006.
DELUIZ, N. Globalização econômica e desafios à formação profissional. São
Paulo: SENAC, 1996.
FLEURY, A.; FLEURY, M. T. Estratégias empresariais e formação de competências: um
quebra cabeças caleidoscópio da indústria brasileira. São Paulo: Atlas, 2000.
HIRSCHMAN, A. O. As paixões e os interesses: argumentos políticos a favor do
capitalismo antes do seu triunfo. Rio de Janeiro: Record, 2002.
PRAHALAD, C. K.; HAMEL, G. The core competence of the corporation. Harward
Business Review, Boston, v. 68, n. 3, maio/jun., 1990.
ROCHA-PINTO, S. R. et al. Dimensões funcionais da gestão de pessoas. Rio de
Janeiro: FGV, 2003.
ZARIFIAN, F. Objetivo competência: por uma nova lógica. São Paulo: Atlas, 2001.
Anotações
Gestão do conhecimento e
gestão por competências
Introdução
Neste capítulo, estudaremos o conceito de gestão do conhecimento, enten-
deremos como se dá a relação entre conhecimento e aprendizagem. A partir
desse entendimento, serão descritas as visões japonesas e orientais da gestão
do conhecimento. Por fim, conheceremos as semelhanças e as diferenças entre
gestão do conhecimento e gestão pelo modelo de competências.
Para o entendimento desse conteúdo, é necessário que tenham sido bem
aproveitadas as bases da disciplina Gestão de Pessoas, que você estudou no
terceiro período. Como já deve ter percebido, ela norteia boa parte da estrutura
desta disciplina. Além da disciplina mencionada, abordaremos questões rela-
tivas às estratégias empresarias e, por isso, serão trazidos à discussão alguns
conceitos da disciplina Planejamento Estratégico.
Esperamos que, ao final deste capítulo, você seja capaz de entender como
se dá a interface entre a gestão do conhecimento e a gestão por competências
e compreender os impactos da abordagem das competências no processo de
gestão de pessoas.
Reflita
O conhecimento que você foi construindo ao longo da sua vida tem alguma
relação com sua capacidade de aprendizagem? Será que neste momento
em que dedica seus esforços a processos formais de educação tem construí-
do novos conhecimentos? Você pensa que sua capacidade de aprendiza-
gem tem limites? Quais são eles?
objetivo da abordagem
Comparação Gestão do conhecimento Gestão por competência
Sistema de memória técnica Constituição de bancos de
Forma de
baseada em mecanismos de talentos, visando à retenção
proteção do
salvaguarda do conhecimento apoiada em mecanismos de
patrimônio
(direitos de copyright, patentes,
mensuração e certificação de
intelectual
marcas, registros etc.) competências
Aprimoramento dos sistemas de
Facilitação do planejamento es-
informação, com impactos posi-
tratégico e da gestão da força de
tivos nos processos decisórios.
trabalho. Orientação dos subpro-
Impactos na
Desenvolvimento do sistema de
cessos de gestão de pessoas
gestão
aprendizagem, capacitação e (identificação e aplicação de
transferência de conhecimento
talentos, educação corporativa,
organizacional e pessoal remuneração e benefícios etc.)
Foco no Domínios cognitivo, psicomotor
Domínio cognitivo (conhecimento
processo de e afetivo, (conhecimento, habili-
e habilidades intelectuais)
aprendizagem dade e atitudes)
Fonte: Carbone e outros (2006, p. 99).
Subsistema de Gestão
Planejamento Educação corporativa
de Pessoas
Avaliação
e diagnóstico de
do Orientação profissional
competências
desempenho carreira
profissional
Remuneração e benefícios
Planejamento
em Gestão de
Comunicação interna
Pessoas
Saiba mais
Referências
BRANDÃO, H. P.; FREITAS, I. A. de. Trilhas de aprendizagem como estratégia
para o desenvolvimento de competências. In: BORGESANDRADE, J. E.; ABBAD,
G. (Org.). Treinamento, desenvolvimento e educação no trabalho. Brasília:
Instituto de Psicologia da UnB, 2005.
Anotações
aspectos conceituais e
modelos de gestão
Introdução
Neste capítulo, aprofundaremos nossos estudos na esfera da gestão de
competências. Competência é uma palavra derivada de competição, de competir.
E a palavra competir lembra rivalidade, duelo. Segundo Leboyer citado por
Gramigna (2002, p. 15), competências são designadas como “repertórios de
comportamentos e capacitações que algumas pessoas, organizações dominam
melhor do que outras, fazendo-as eficazes em uma determinada situação”.
Como esses conceitos já estão claros para você, aprenderemos um pouco mais
sobre isso, a partir de uma abordagem sistêmica e também prática da gestão
por competências e a apresentação de um modelo de gestão.
Como referência para o desenvolvimento desse conteúdo, você poderá
revisar as competências essenciais, estudadas no 7º período, na disciplina
Tópicos Especiais. Esse conteúdo é importante porque, se identificar o que a
empresa precisa saber fazer em relação ao seu negócio, você terá facilidade
para descrever como deve ser feito.
Esperamos que, ao final deste capítulo, você seja capaz de compreender
a esfera de aplicação do conceito de competência, saber quais são valo-
rizadas pelas organizações contemporâneas e conhecer a estrutura de um
modelo de gestão por competências e a metodologia de implementação de
sua estratégia.
Reflita
b) O tronco é o conhecimento
O conhecimento é a soma de informações que armazenamos e, sobre-
tudo, processamos ao longo da vida. Lembre-se: conhecimento é infor-
mação eficazmente processada. Quanto mais conhecimento, maior a
chance de fortalecimento das competências humanas, o que garante
melhor posicionamento profissional do indivíduo, além do aumento da
capacidade analítica.
4.5.1 Sensibilização
Como vimos na disciplina Gestão da Mudança Organizacional, no processo
de mudança, é imprescindível conhecermos quem são as pessoas-chave não
só na administração, mas também em cada equipe de trabalho que compõe
a organização. A sensibilização é, portanto, o estágio inicial para a adoção
do modelo. Segundo Gramigna (2002), a sensibilização acontece de formas
variadas. Vejamos quais são essas formas.
mapeamento e definição de
vantagens
perfis e competências
• Objetividade.
1. Reuniões orientadas por consultoria
externa, realizada com diretores e • Racionalização de tempo.
alguns gerentes, selecionados por
serem formadores de opinião e exer- • Imparcialidade.
cerem influência nas diversas áreas da • Enriquecimento das discussões por
empresa.
profissional com visão imparcial.
2. Reuniões orientadas por consultoria • Conhecimento da cultura empresarial.
interna, com a presença de diretores e
pessoas chave. • Valorização do profissional intermo.
• Sensibilização do público-alvo de
3. Workshops e seminários ministrados forma mais intensa.
por consultoria externa ou interna, nos
quais se focalizam a parte conceitual e • Possibilidade de colher impressões e
metodológica, bem como os aspectos feedback dos envolvidos no evento.
relativos a comprometimento, responsa-
bilidades e papéis. • Participação das pessoas com ideias e
sugestões de implantação.
Fonte: adaptado de Gramigna (2002, p. 23).
4.7 Capacitação
A filosofia do modelo de gestão por competências baseia-se na crença do
potencial ilimitado de desenvolvimento do ser humano. Nosso desafio aqui é
identificar o posicionamento de cada colaborador em relação a duas variáveis:
potencial e desempenho. Veremos como isso funciona a partir da figura 1.
1
Sensibilização
5 2
Gestão de Definição de
desempenho perfis
3
4
Montagem
Capacitação
do BIT
Saiba mais
Referência
GRAMIGNA, M. R. Modelo de competências e gestão dos talentos. São Paulo:
Makron Books, 2002.
Anotações
mapeamento, certificação
e dificuldades decorrentes
Introdução
Na disciplina de Tópicos Especiais, do 7º período, estudamos que a orga-
nização precisa saber qual é o seu core business, ou seja, em que negócio
realmente a empresa atua, a partir da observação das necessidades dos
clientes e também das suas competências essenciais, ou core competences. A
partir do entendimento das competências essenciais, partiremos para identifi-
cação das competências com a finalidade de identificar os gaps existentes e
também as dificuldades em relação à implementação de modelos de gestão
por competências.
Compe
tências
atuais
Competências mapeadas
Gap0
Gap1
sá rias
tências neces
Compe
T0 T1 Tempo
Saiba mais
Para que você possa ampliar o assunto, acesse o texto no sítio <http://bit.
ly/az4dqv>, publicado por Maurício Fernandes Lima. O artigo versa sobre
o papel estratégico do mapeamento de competências e explica de maneira
bastante clara a importância de tais processos à gestão dos talentos de
uma organização. Boa leitura!
Reflita
Referências
CARBONE, P. P. et al. Gestão por competências e gestão do conhecimento. Rio
de Janeiro: FGV, 2006.
GRAMIGNA, M. R. Modelo de competências e gestão dos talentos. São Paulo:
Makron Books, 2002.
Anotações
de talentos, avaliação e
gestão do desempenho
Introdução
Para conhecer bem os colaboradores, é preciso utilizar um instrumento cada
vez mais em voga e obviamente ligado aos preceitos da gestão por competências:
o banco de identificação de talentos, assunto que abordaremos neste capítulo.
Para o adequado entendimento desse conteúdo, é importante que você
retome alguns aspectos da disciplina Gestão de Pessoas, principalmente os
temas relacionados ao recrutamento e à seleção de pessoas. Esse conhecimento
é importante para que você saiba relacionar as necessidades da empresa com
os talentos que estão à disposição no mercado. Além disso, os processos de
avaliação de desempenho que você já estudou servirão de base a esse novo
conteúdo, abordado agora com maior complexidade.
Esperamos que, ao final deste capítulo, você seja capaz de compreender
a estrutura do banco de identificação de talentos e a sua importância para a
gestão pelo modelo de competências e conhecer estratégias de avaliação do
desempenho e os critérios de elaboração dos instrumentos avaliativos.
MÉTODO
Avaliação de desempenho tradicional
PROCESSAMENTO
Mecanismo de avaliação em que o gestor e o colaborador analisam e chegam a um
consenso sobre desempenho, metas e padrões.
Vantagens Desvantagens
Clima de confiança Parcialidade na avaliação
Melhoria feedback Impressões gerais
MÉTODO
Avaliação de desempenho tradicional
Vantagens Desvantagens
Tempo curto Visão restrita do gerente
Custo baixo Frustração
Método
Observação no posto de trabalho
Processamento
Observação do colaborador no exercício das suas funções e posterior avaliação pelo
gerente, pelo instrutor ou pelo cliente.
Vantagens Desvantagens
Objetividade Tempo excessivo
Simplicidade Depende de maturidade
Custo baixo Estresse no avaliado
Método
Teste de mapeamento potencial
Processamento
Instrumentos específicos desenvolvidos e testados em laboratórios que permitem indicar
tendências pessoais.
Vantagens Desvantagens
Confiabilidade no processo Alto custo
Capacitação dos avaliadores Falta de observação da rotina
Tempo relativamente curto Testes inespecíficos
Método
Autoavaliação
Processamento
Por meio de instrumento próprio de pesquisa, as pessoas fazem autoanálise e se
autoavaliam.
Vantagens Desvantagens
Rapidez de resposta Subjetividade
Custo baixo Percepção do avaliado
Método
Entrevistas pessoais
Processamento
Entrevista individual de avaliação realizada por especialista, com o objetivo de mapear
potenciais e por mei o de roteiros preestabelecidos com base em perfis de competên-
cias desejáveis.
Vantagens Desvantagens
Contato direto Demanda tempo
Capacitação dos avaliadores Alto custo
Analise de especificidades Subjetividade de avaliação
Método
Avaliação presencial/simulações
Processamento
Participação de grupos em workshops ou seminários com atividades vivenciais e
simulações
Vantagens Desvantagens
Confiabilidade Alto custo
Específico para a empresa Exigência de especialistas
Observação das ações Necessidade de infraestrutura
Método comparativo
Feedback imediato
Fonte: adaptado de Gramigna (2002, p. 47).
Reflita
Como a sua empresa faz para organizar os currículos que recebe? Parece
bobagem falar sobre esse assunto, mas infelizmente, na maioria das empre-
sas, eles não são vistos como uma fonte de informação importante à qualifi-
cação das equipes e dos talentos humanos. Outra questão importante é que
os gestores de recursos humanos, em geral, buscam identificar potenciais
talentos apenas quando a empresa precisa de novos colaboradores, quando
na verdade deveria, a todo momento, observar no mercado profissionais que
pudessem ajudar a organização a se tornar cada vez mais competitiva.
Saiba mais
Para saber mais sobre a avaliação 360º, acesse o texto disponível no sítio
<http://bit.ly/diBZR4>. Nele, Magui Lins de Castro aborda, de maneira
bastante simples e objetiva, os aspectos que envolvem a utilização de tais
processos em modelos de gestão fundamentados nas competências huma-
nas. Boa leitura!
• outros relatórios
Referência
GRAMIGNA, M. R. Modelo de competências e gestão dos talentos. São Paulo:
Makron Books, 2002.
capital intelectual:
gestão e mensuração
Introdução
A partir do que estudamos, fica mais fácil compreender que o conhecimento
é a grande riqueza das organizações. Assim a gestão dos ativos intangíveis é
determinante para o crescimento e a sustentação das empresas. A importância
desse componente demonstra-se tão relevante que, a partir do ano de 2007, uma
nova legislação, Lei n. 11.638/2007, alterou e revogou a Lei n. 6.404/76 (Lei
das Sociedades Anônimas), em função de uma nova dimensão para conceitos
de composição do ativo não circulante, criando um grupo específico, dentro do
plano de contas das empresas, o intangível.
Tanto na gestão quanto na contabilidade, a existência dos ativos intangí-
veis modificou a maneira de a empresa gerenciar e mensurar. Agora, um novo
componente se releva: o capital intelectual. Até 2007, esse não era considerado
legalmente como um grupo de contas componente do plano de contas, tanto que
era facultativo para as empresas fazerem sua divulgação.
O ativo intangível é a representação de valores não mensuráveis, incorpóreos
destinados à manutenção da empresa que passou a ocupar um lugar privilegiado
para os pensadores da gestão. Para entender o que o ativo intangível representa
para a sustentação da empresa, revisaremos a contabilidade tradicional para
depois fazermos o estudo das formas de contabilizar os ativos intangíveis.
Na disciplina de Gestão Mercadológica, você aprendeu que produto é algo
tangível, levado na sacola, e que serviço é intangível, vai no coração, na mente.
A compreensão de tangível e de intangível é base para que você apreenda o
que vem a ser um ativo intangível.
Esperamos que, ao final deste capítulo, você seja capaz de compreender
o capital intelectual como um componente do ativo intangível e entender os
modelos de gestão do capital intelectual, os processos de gestão e avaliação do
capital humano.
e consumo dos bens. Em outras palavras, podemos dizer que, na forma tradi-
cional da contabilidade, o benefício intelectual da capacidade de produção e
prestação de serviços não é mensurado.
Na era do surgimento de troca de mercadorias e bens de consumo, tinha-se
como mensuração somente o valor financeiro ou o valor da troca do bem, sem
que se agregassem outros valores, como, por exemplo, o econômico.
Consequentemente, na contabilidade tradicional, os resultados são apre-
sentados somente com os valores financeiros, desconsiderando-se outros. Por
exemplo, na demonstração de resultado de exercício, o valor encontrado entre a
diferença de produção menos seus custos e despesas é um valor financeiro. Esse
valor produzido pela entidade em um determinado período de tempo é conside-
rado, por muitos gestores, como um parâmetro para a tomada de decisão; por
outros gestores, esse valor não tem tanta importância, uma vez que é somente
um mero cumprimento de formalidade legal.
Portanto a contabilidade tradicional apresenta-se de uma forma conserva-
dora. O sistema de informações é composto somente de informações para prover
os usuários com demonstrações e análises econômicas, financeiras, físicas e
de produtividade decorrentes dos atos e fatos ocorridos em um determinado
período, em uma determinada entidade.
Vejamos, a seguir, a importância dos ativos intangíveis nesse contexto.
Saiba mais
Se você se interessa pelo assunto, sugiro que faça a leitura do texto que
pode ser acessado por meio do sítio <http://bit.ly/cojRSd>. Nele, Cesar
Augusto Costa faz um interessante paralelo entre a tecnologia e suas infini-
tas possibilidades de uso/desenvolvimento e o capital intelectual.
Perspectiva
Perspectiva Perspectiva Perspectiva
de inovação e
Financeira cliente interna
aprendizado
Como a empresa Como a empresa Em quais Capacidade da
Enfoque
Reflita
Foco financeiro
Ambiente operacional
Referências
CARBONE, P. P. et al. Gestão por competências e gestão do conhecimento. Rio
de Janeiro: FGV, 2006.
KAPLAN, R. S.; NORTON D. P. A estratégia em ação: balanced scorecard. Rio
de Janeiro: Campus, 1997.
OLIVEIRA, L. M. de; PEREZ JR., J. H.; SILVA, C. A. dos S. Controladoria estraté-
gica. São Paulo: Atlas, 2002.
STEWART, T. A. Capital intelectual: a nova vantagem competitiva das empresas.
3. ed. Rio de Janeiro: Campus, 1998.
EQUIPE UNITINS
Organização de Conteúdos Acadêmicos Marcelo Rythowem
Revisão Linguístico-Textual Silveria Aparecida Basniak Schier
Gerente de Divisão de Material Impresso Katia Gomes da Silva
Revisão Digital Leyciane Lima Oliveira
Rogério Adriano Ferreira da Silva
Projeto Gráfico Katia Gomes da Silva
Rogério Adriano Ferreira da Silva
Capas Rogério Adriano Ferreira da Silva
Apresentação
concretas nas diferentes épocas históricas, bem como as múltiplas meta-
morfoses pelas quais o mundo do trabalho passa na atualidade.
No capítulo 2, exploraremos o conceito de empregabilidade que é uma
condição necessária para que o currículo e a carreira mantenham-se compe-
titivos na disputa por boas colocações no mercado de trabalho.
Nos capítulos 3 e 4, faremos uma análise dos fatores que contribuem
para sustentar a empregabilidade. Refletiremos sobre itens que contribuirão
para você traçar um diagnóstico de sua empregabilidade e dos desafios que
enfrentará para o desenvolvimento profissional.
No capítulo 5, daremos algumas dicas de como confeccionar um currí-
culo que possa abrir as portas para uma entrevista de emprego. Indicaremos
também quais são os principais pontos a serem observados na condução da
entrevista.
O capítulo 6 trará uma análise da situação atual do mercado de trabalho
e os desafios para a construção da carreira. Refletiremos sobre o desemprego
e suas consequências para o trabalhador, bem como as dificuldades que os
profissionais que estão atualmente empregados enfrentam em suas organiza-
ções empresariais.
No capítulo 7, veremos que não existe mais segurança no emprego, a
segurança se dá por meio da empregabilidade. Em trabalhos desafiadores,
os profissionais poderão aprender habilidades diferenciadas, as quais farão
com que eles sejam donos de si próprios e de suas carreiras. Como enfrentar
esses desafios para as carreira na atualidade é o principal objetivo do
capítulo.
Bons estudos!
Prof. Marcelo Rythowem
1
Introdução e evolução CAPÍTULO 1 • DESENVOLVIMENTO E EMPREGABILIDADE
histórica da gestão
do trabalho
Introdução
Relembre quando você começou a trabalhar... Do seu primeiro emprego até
o atual... Pense sobre as alterações ao longo dos anos... Percebeu que as rela-
ções de trabalho foram alteradas?
Neste capítulo, faremos uma retrospectiva sobre a construção das relações
de trabalho na história. Veremos como essas relações foram se modificando e
modificando também todo o cenário da época. Discutiremos, ainda, as mudanças
que ocorreram nas organizações e, consequentemente, nas pessoas presentes
nessas organizações.
O final do século XX apresentou as mais variadas mudanças nos costumes,
nas culturas e nas estruturas das atividades das organizações. Carvalho (2004)
destaca a influência nos processos de geração, redução e/ou eliminação de
postos e oportunidades de trabalho. Há algum tempo, os empresários podiam
decidir se aceitavam ou não essas mudanças e se as implementariam em suas
empresas. Hoje, isso já não é uma opção: muitas não conseguiram evitar
ou escapar das exigências que o mercado impunha. Assim tiveram de rever
diversos aspectos em relação aos processos, aos produtos, à tecnologia e à
gestão de pessoas.
Você terá mais facilidade no acompanhamento deste capítulo se for capaz
de identificar aspectos vistos na disciplina Introdução à Administração, do 1º
período, como: especialização e divisão do trabalho, linha de montagem e
estudo de tempos e movimentos. Esses conceitos retratam alguns fatores relacio-
nados ao trabalho e serão úteis para o entendimento da evolução. Muitas alte-
rações que ocorreram nas relações de trabalho fizeram com que as organiza-
ções também mudassem, o que provocou alterações nas relações de trabalho,
que precisam se adequar ao novo ambiente. Enfim, vivemos dentro de um ciclo
de mudanças.
Esperamos que, ao final deste capítulo, você seja capaz de identificar o
processo de construção da ideia do que seja trabalho, até chegar à forma como
hoje a conhecemos e compreender de que forma as principais mudanças ocor-
ridas nas relações de trabalho afetaram as organizações de hoje.
de ofício. Não havia ainda o livre mercado. É em relação a esse tipo de controle
que se dirigiam as críticas dos economistas da época. Apesar de elas não serem
uma indústria capitalista, já se tratava de uma produção típica de transição.
Assim já havia uma mudança nas relações de trabalho: os trabalhadores
eram subordinados aos donos dos negócios e, em alguns casos, mesmo não
sendo um regime de escravidão, o trabalhador ficava vinculado à corporação
submetendo-se, muitas vezes, a um regime de trabalho desumano. A forma
de pagamento também mudou. O recebimento pelo trabalho passou a ser em
dinheiro. Essa fase foi marcada por dois importantes processos: acumulação de
capital e formação da classe operária.
Avancemos mais um pouco na história.
Saiba mais
Reflita
Referência
CARVALHO, P. C. de. Empregabilidade: a competência necessária para o sucesso
no novo. São Paulo: Alínea, 2004.
Anotações
Empregabilidade:
conceitos e pilares
Introdução
O mundo mudou e com ele mudaram as organizações e também as carreiras.
Essas transformações desafiam as pessoas a planejarem sua vida profissional de
forma dinâmica e perceberem que a formação para o mundo do trabalho deve
ser constante. A palavra-chave para o sucesso no trabalho agora é emprega-
bilidade, um conceito novo e em sintonia com as transformações do mundo
contemporâneo.
Neste capítulo, apresentaremos a origem do conceito de empregabilidade e
os fatores que a compõem.
Você poderá compreender melhor esse conceito na medida em que trouxer
para a sua análise a discussão feita no capítulo anterior sobre as mudanças nas
organizações. Dessa forma, entenderá que o tempo todo a vida profissional é
desafiada pelas demandas do mercado.
Esperamos que, ao final deste capítulo, você seja capaz de compreender o
que é empregabilidade e quais são os pilares que a sustentam.
dos padrões exigidos pelo novo cenário empresarial. Além de ter total domínio
do serviço que pretende oferecer, esse profissional precisa conhecer o mercado
em que atuará e saber para quais clientes vender.
As modificações não ocorreram somente no setor de negócios, elas passaram
do primário e secundário para o terciário. As mudanças dentro das empresas,
relacionadas ao seu enxugamento, fizeram com que os profissionais fossem, aos
poucos, moldando-se de acordo com as necessidades. Anteriormente, tínhamos
níveis hierárquicos e cargos bem definidos. Hoje, isso já não ocorre. A tendência
é de que os profissionais se tornem multifuncionais. Os colaboradores estão
aprendendo as funções dos colegas e podem, facilmente, substituir um superior
que está em viagem. Assim estão mais dispostos a assumir funções para os quais
não foram contratados.
As organizações sindicais veem no conceito de empregabilidade uma obri-
gação a mais para o trabalhador que precisa reunir uma série de requisitos
profissionais capaz de atender às constantes transformações do mercado de
trabalho. Esse processo ficaria única e exclusivamente a cargo do trabalhador
que teria de arcar com todos os ônus dessa prática.
Na próxima seção, investigaremos várias nuances do conceito de emprega-
bilidade no mercado de trabalho brasileiro.
Saiba mais
Reflita
Como você tem construído seus relacionamentos. Eles têm sido pontes para
alcançar novos desafios ou são barreiras que impedem seu crescimento
profissional?
Referências
CARVALHO, P. C. de. Empregabilidade: a competência necessária para o sucesso
no novo. São Paulo: Alínea, 2004.
FERREIRA, A. B. de H. Novo Aurélio século XXI. Rio de Janeiro: Nova Fronteira,
1999.
Anotações
vocação, competência
e idoneidade
Introdução
A empregabilidade é formada por um conjunto de fatores. E é nessa
complexa relação entre os diferentes aspectos da vida profissional e dos valores
pessoais que se pode construir uma carreira sólida. Talvez não seja possível
conseguir a excelência em todos os pilares da empregabilidade, todavia se deve
buscar sanar as deficiências e explorar ao máximo os aspectos positivos em um
determinado pilar. Neste capítulo, estudaremos com maior atenção o aspecto
vocacional, a competência profissional e a idoneidade pessoal como formas
de alcançar a empregabilidade. Esperamos que os aspectos vistos aqui possam
contribuir para você planejar melhor sua carreira e buscar as melhores oportuni-
dades no mercado de trabalho.
Os temas vistos até agora (mudanças e as bases da empregabilidade) serão
úteis para o melhor entendimento deste capítulo. Você viu que todos eles têm
sua importância, não deve se esquecer da importância do conjunto. A todo o
momento, procure relacionar um tema a outro, assim entenderá, de forma mais
clara, todo o processo da empregabilidade.
Esperamos que, ao final deste capítulo, você seja capaz de entender o
conceito de adequação vocacional, competência profissional e idoneidade, bem
como as formas de alcançá-los para o seu desenvolvimento profissional.
Por outro lado, podemos ter um bom emprego, com uma boa remuneração
e não conseguirmos crescer dentro daquela função. Isso acontece justamente
porque não estamos motivados para buscar cursos de atualização e desenvolver
habilidades que o ajudarão a exercer melhor nossa função. A falta de vocação
pode causar inúmeros problemas ao profissional.
Outro problema pode ocorrer se a vocação do indivíduo for em área que
não tenha reconhecimento pela sociedade, não seja rentável. O ideal é que se
consiga uma convergência entre trabalho e vocação, mesmo que seja necessário
mudar de função ou atividade (MINARELLI, 1995).
Você sabe qual é sua vocação? Se está fazendo um curso de Administração
e sente que encontrou seu lugar, já deu um grande passo. Como já deve ter
percebido, a área de Administração é bastante ampla: é preciso descobrir em
qual área está sua vocação.
No semestre anterior, na disciplina Liderança Empreendedora, estudamos
que algumas pessoas só se sentem realizadas quando concretizam o sonho de
ser donas de seu próprio negócio. Isso também é uma vocação.
Muitas vezes é necessário planejar uma mudança no roteiro de sua carreira,
pois a única saída para ser um bom profissional é mudar de profissão, aproxi-
mando-se o máximo que puder de sua vocação. Nesse sentido, é preciso identi-
ficar quais as afinidades vocacionais para determinada carreira. O ideal seria
que as pessoas, desde cedo, começassem a descobrir sua vocação. Isso permi-
tiria que já buscassem formação adequada para a área escolhida. Porém se o
indivíduo não identificar logo sua vocação, nunca será tarde para descobri-la.
A empregabilidade, portanto, é fortalecida pelo pilar adequação vocacional,
pois diz respeito a aptidões, facilidades, gostos e interesses do profissional
(MINARELLI, 1995). Não existe nada pior do que fazer um trabalho de que você
não gosta, por obrigação, sem prazer, para o qual você não tem jeito nenhum.
Apresentaremos, a seguir, agora algumas questões que, depois de respon-
didas, permitirão uma avaliação sobre aspectos relacionados à sua vocação.
Reflita
3.3 Idoneidade
Com certeza, você já ouviu falar inúmeras vezes sobre a idoneidade.
Lembra-se dos discursos dos pais e avós sobre ser idôneo, ter caráter e outras
coisas parecidas? Eles também se encaixam perfeitamente no ambiente empre-
sarial. A idoneidade precisa estar presente nas relações profissionais.
É necessário conquistar a confiança de seus colegas de trabalho e de seu
superior. Ter um histórico profissional com atividades não muito éticas em seu
antigo emprego influencia na forma como a organização o enxerga como profis-
sional. A maioria das atividades na empresa exige comprometimento, honesti-
dade, responsabilidade e outros aspectos relacionados ao caráter do indivíduo,
principalmente se o cargo for relacionado à liderança.
Ninguém consegue influenciar positivamente alguém se não tiver bons exem-
plos para seguir. Minarelli (1995, p. 60) destaca que “alguém só é contra-
tado ser for idôneo; só será recomendado se for honesto; só será apresentado,
elogiado ou convidado ser for correto, confiável”.
Imagine que você tenha bastante experiência, excelente formação e todas
as habilidades necessárias para exercer sua função na empresa. Além de tudo
isso, se saiu muito bem quando recebeu uma tarefa de bastante responsabili-
dade e confiança. Com isso, conquistou a simpatia de seu superior, que sabe
que pode contar com sua competência e idoneidade. Caso ele seja consultado
sobre suas habilidades, um dos pontos que será citado será o caráter que foi
percebido durante o cumprimento de suas tarefas.
Se você já precisou contratar ou indicar alguém, uma das questões que
fez parte de suas análises foi a honestidade da pessoa indicada ou que estava
sendo selecionada. Portanto mesmo que consiga preencher com êxito todos os
outros requisitos referentes à empregabilidade, é imprescindível que o profis-
sional seja idôneo.
Veja a seguir alguns elementos que são necessários para aferir em que
medida você pode construir sua idoneidade.
• Você concorda que todo homem tem seu preço (em dinheiro, joias,
imóveis, benefícios, mordomia etc.)?
Procure se lembrar de que uma decisão errada poderá comprometer toda
uma carreira. Algumas decisões podem não ter uma segunda chance.
• Acredita que existam pessoas incorruptíveis? Pensa que honestidade é
uma característica romântica e ingênua ou uma qualidade moral?
Essa pode ser uma pergunta da entrevista do emprego que você tanto
quer. Procure seguir bons exemplos de profissionais que já conheceu.
Com certeza, a honestidade é uma qualidade moral.
• Quem defende a honestidade, na sua opinião, corre o risco de perder
bons negócios ou o próprio emprego? Por quê?
Se a empresa em que você está atualmente não vê a honestidade como
um aspecto imprescindível em um profissional e acredita que, para
ganhar bons negócios, vale tudo, tenha cautela, você pode estar no
lugar errado!
• A empresa em que você trabalha tem reputação idônea ou duvidosa no
mercado?
O fato de uma organização não ser bem vista no mercado pode compro-
meter a forma como você também é visto. Procure levantar informações
sempre antes de buscar uma colocação.
Saiba mais
Referência
MINARELLI, J. A. Empregabilidade: como ter trabalho e remuneração sempre.
São Paulo: Gente, 1995.
Anotações
saúde, finanças e
relacionamentos
Introdução
Se fizermos uma pesquisa pedindo que nos indiquem quais são os três
maiores bens que uma pessoa pode ter, com certeza apontarão saúde, dinheiro
e boas relações. Neste capítulo, exploraremos os pilares saúde física e mental,
importância de se possuir uma reserva financeira e portas que se abrem no
mundo profissional a quem tem boas relações.
Você compreenderá esse conteúdo com mais facilidade se for capaz de
relacioná-lo com os temas dos capítulos anteriores. Já discutimos três fatores, a
idoneidade, a competência profissional e a adequação vocacional. Entender
que um único pilar não sustentará essa estrutura facilitará seu aprendizado.
Aspectos relacionados à gestão de pessoas são importantes quando falamos
de relacionamentos. Os relacionamentos são construídos a partir da forma como
tratarmos as pessoas. Alguns aspectos vistos em Gestão Mercadológica, como
marketing pessoal, serão importantes para entender melhor os relacionamentos
e sua importância. Marketing pessoal e relacionamento são características
bastante próximas, pois estão voltadas para convívio com outras pessoas.
Esperamos que, ao final deste capítulo, você seja capaz de entender a
importância da saúde física e mental e dos relacionamentos para fortalecer a
empregabilidade.
Reflita
financeira para não ser pego de surpresa diante das adversidades que constan-
temente nos ameaçam. Na próxima seção, veremos como cuidar desse pilar.
Saiba mais
O que você pode efetivamente fazer para garantir uma reserva financeira?
Vejamos, a seguir, algumas dicas.
4.3 Relacionamentos
Minarelli (1995, p. 69) afirma que “quem conhece pessoas adquire informa-
ções e quem tem informações tem acesso. Acesso e informações são a garantia
de um diálogo mais produtivo e de um provável negócio”. Os relacionamentos
promovem o fortalecimento da empregabilidade, na medida em que as informa-
ções são alcançadas e implementadas no negócio.
Um grande patrimônio do indivíduo são os seus relacionamentos. Um profis-
sional preparado registra os relacionamentos que vai acumulando. Com certeza,
eles serão úteis em algum momento. É importante cativar as pessoas que conhe-
cemos. Minarelli (1995) destaca os relacionamentos como sendo um capital social,
pois são construídos durante a vida em sociedade, família e comunidade.
Os relacionamentos devem ser cultivados para que possam garantir uma eficiente
rede de contatos. Portanto, procure sempre estar em contato e mostre-se interessado
pelas pessoas de sua rede. O importante é que esse interesse seja verdadeiro, caso
contrário provoca nas pessoas a impressão de que estão sendo usadas.
Somos estimulados a acumular recursos financeiros. Primeiro, em um cofrinho,
depois em uma poupança e assim por diante, porém não somos muito estimu-
lados a guardar e acumular ao longo da vida nossos contatos. E esse capital
social é gratuito, ele é adquirido pela nossa simpatia, educação e diversos outros
aspectos que permeiam os relacionamentos.
Saiba mais
Provavelmente você já encontrou alguém que disse “se soubesse que você
trabalhava com isso, tinha te ligado”. Aí podemos avaliar a importância de se
conhecer melhor as pessoas e manter contato sempre com elas.
Caso esteja disponível, é bom se expor, falar do seu trabalho, divulgar as
necessidades dele. Mesmo que não seja demitido, pode ter a pretensão de
mudar de emprego, buscar algo melhor. Deixe isso claro ao seu círculo de rela-
cionamentos. Você pode ser lembrado quando menos esperar.
Outro fator importante é ajudar os outros de sua rede, dando boas dicas. Se você
se propuser a colaborar, possivelmente você terá retorno dessa ajuda. Senão fica
a impressão de que você só quer a ajuda dos outros, mas não se dispõe a ser recí-
proco e pode, dessa forma, manchar sua reputação na rede de relacionamentos.
Você mantém seus relacionamentos se é um profissional idôneo, se tem uma
aparência saudável, se gosta do que faz, se consegue se manter financeiramente
e se tem capacidade técnica para atuar na profissão que escolheu. Os relaciona-
mentos podem ser favorecidos se os outros pilares estiverem sendo observados.
Acompanhemos o que deve ser levado em conta para avaliar como andam
os relacionamentos profissionais.
Referência
MINARELLI, J. A. Empregabilidade: como ter trabalho e remuneração sempre.
São Paulo: Gente, 1995.
Introdução
O currículo é bem mais do que um amontoado de informações que visam
a apresentar e descrever a experiência profissional de um candidato. Ele pode
representar a oportunidade de ser convidado para uma entrevista de trabalho.
Neste capítulo, pretendemos orientá-lo para a produção do currículo e a prepa-
ração para uma entrevista de trabalho. Um currículo bem estruturado, objetivo e
uma entrevista bem realizada são a chave que pode abrir uma série de oportu-
nidades no mercado de trabalho.
Nos capítulos anteriores, você conheceu as bases que sustentam a empre-
gabilidade. Para saber quais são as informações importantes para a construção
de um bom curriculum, é necessário que você tenha compreendido esses pilares.
Neste capítulo, serão retratados, também, aspectos relacionados com a entre-
vista. Na disciplina Gestão de Pessoas, você viu os processos de recrutamento
e seleção, presentes nas organizações. A entrevista faz parte desse processo.
Conhecendo esses conceitos, você entenderá com facilidade os aspectos rela-
cionados à entrevista.
Esperamos que, ao final deste capítulo, você seja capaz de saber quais
são os componentes do curriculum e como deve ser feita a sua construção, bem
como compreender alguns aspectos que devem ser observados no momento
da entrevista.
Reflita
Existem vários formatos de curriculuns. Com certeza, você já deve ter visto
vários. Apresentaremos alguns deles.
a) Curriculum vitae por ordem cronológica
Nesse modelo, o vínculo empregatício do indivíduo com as organizações
deve ser relatado em ordem cronológica inversa: o nome do mais recente
empregador deverá vir em primeiro lugar, os outros nomes deverão vir na
sequência.
Esse modelo permite uma melhor avaliação para a questão da evolução da
carreira e quanto tempo o candidato ficou em cada emprego.
A sua utilização não é recomendada quando:
• o candidato mudou de emprego com muita frequência; ou
• mudou de atividade profissional muitas vezes.
O motivo da não indicação é o impacto visual causado. As informações
ficam muito próximas e, se o tempo entre elas for muito curto, o responsável
pela análise verá isso facilmente (CARVALHO, 2004).
b) Curriculum vitae funcional
Esse modelo destaca as funções exercidas pelo profissional e não as organi-
zações em que ele atuou. Carvalho (2002, p. 83) explica que “o curriculum
Lúcio Costa
CURRICULUM VITAE
Principais qualificações
HISTÓRICO PROFISSIONAL
FORMAÇÃO ESCOLAR
OUTROS CURSOS
• Técnicas de Liderança
Robert & Robert 2003
• Excel Avançado
TNT 2004
OUTRAS INFORMAÇÕES
Lúcio Costa
Data: 1/1/2008
É necessário utilizar alguns verbos fortes, que possam transmitir ideias conclu-
sivas positivas sobre as atividades e as habilidades do candidato. A seguir,
citam alguns desses verbos conforme sugestão de Carvalho (2004).
a) Habilidades de gerenciamento
• Administrar
• Coordenar
• Delegar
• Analisar
• Desenvolver
• Organizar
• Habilidades de comunicação
• Arbitrar
• Colaborar
• Convencer
• Direcionar
• Promover
• Reconciliar
b) Habilidades de pesquisa
• Avaliar
• Diagnosticar
• Esclarecer
• Examinar
• Sistematizar
• Interpretar
c) Habilidades de criatividade
• Atuar
• Conceitualizar
• Criar
• Revitalizar
• Personalizar
• Introduzir
Uma dica importante: é fundamental que você ofereça todas as possibili-
dades de contato. Inclua seu e-mail, MSN, página no Orkut, entre outros. Seria
lamentável que, sendo selecionado, você não fosse encontrado. Por mais estranho
que isso possa parecer, há muitas pessoas que perderam uma boa oportunidade
de trabalho pelo simples fato de não serem localizadas a tempo.
Portanto, não basta saber escrever adequadamente um curriculum, se você
não souber o que é importante para a construção de sua carreira. Um bom curri-
culum deve ter um conteúdo que seja atrativo a quem o ler. Pense nisso quando
construir o seu, pois é ele que garantirá o convite para a entrevista, que é o
próximo assunto.
5.2 A entrevista
Diversas técnicas são utilizadas pelos responsáveis pelo recrutamento e
pela seleção das organizações. Essas técnicas servem de apoio para identificar
determinadas características que procuram no candidato ideal. Algumas dessas
técnicas são: avaliações psicológicas, análise grafológica, entrevistas, redações,
dinâmicas de grupo. Os profissionais precisam conhecer as técnicas utilizadas
para que não ocorram erros e descuidos.
Na sequência, conheceremos alguns critérios observados durante a entrevista.
Saiba mais
aquilo que você publicar na rede poderá ajudá-lo ou trazer uma série de
problemas. Portanto, é importante explorar com responsabilidade essas fer-
ramentas.
É preciso ficar atento para evitar que os erros cometidos na entrevista compro-
metam o seu desempenho. Na próxima seção, traremos uma lista do que você
deve fazer para não cair na lista dos currículos descartados.
Referência
CARVALHO, P. C. de. Empregabilidade: a competência necessária para o sucesso
no novo. São Paulo: Alínea, 2004.
Anotações
alternativas no mercado
de trabalho e na carreira
Introdução
Nos capítulos anteriores, você identificou quais são os pilares que estruturam
a empregabilidade e também os aspectos relativos à seleção de profissionais.
Relacione esses conhecimentos com o conteúdo visto em Gestão de Pessoas.
Nessa disciplina, você estudou sobre a importância das pessoas na organi-
zação. Como foi abordado, o mercado de trabalho é repleto de mudanças.
10,5
2007
2009
8,5
2008
6,5
Janeiro Dezembro
42
2007
39,5 2008
2009
37
Janeiro Dezembro
Reflita
5
0
-15
-30
1 mês 12 meses
Fonte: IPEA; TEM (2010, s/p).
6.2.2 Consultoria
Oliveira (1999, p. 21) expõe que consultoria empresarial
[...] é um processo interativo de um agente de mudanças externo
à empresa, o qual assume a responsabilidade de auxiliar os
executivos e profissionais da referida empresa nas tomadas de
decisões, não tendo, entretanto, o controle direto da situação.
Os aspectos apontados, nesta seção, não surgiram de uma hora para outra,
são resultado de pequenas e constantes mudanças que ocorrem no ambiente.
Diversas outras tendências surgem a cada momento. Cabe a nós, gestores,
estarmos atentos a todas elas.
Além dos problemas externos, há uma série de fatores internos relativos ao
seu emprego atual que influenciam o desempenho. Vejamos, a seguir, como
ocorre essa interferência.
Saiba mais
Referências
CARVALHO, P. C. de. Empregabilidade: a competência necessária para o sucesso
no novo. São Paulo: Alínea, 2004.
IBGE. Indicadores sociais: uma análise das condições de vida. Disponível em:
<http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/condicaodevida/indi-
cadores>. Acesso em: 25 abr. 2010.
Anotações
Os desafios da carreira
na atualidade
Introdução
Antigamente, as carreiras eram tranquilamente planejadas, os degraus eram
claros, o caminho parecia óbvio. Além disso, os empregados tinham de fazer
enormes sacrifícios para alcançar os cargos mais altos (STEWART, 1998).
Hoje, tem-se um cenário bastante diferente: as hierarquias não são tão
rígidas, auxiliares e presidentes têm salas parecidas, reorganizações acon-
tecem a todo o momento e não se sabe ao certo o que é uma carreira. Não
existe mais segurança no emprego, a segurança se dá por meio da emprega-
bilidade. Em trabalhos desafiadores, os profissionais poderão aprender habili-
dades diferenciadas, as quais farão com que eles sejam donos de si próprios
e de suas carreiras.
Para as empresas, mudar as relações de trabalho, criando os trabalhos
temporários, foi fácil. Os profissionais não receberam a notícia da mesma forma.
É preciso uma adequação para que entendam verdadeiramente que alterações
estão ocorrendo nas empresas.
Stewart (1998, p. 180) aconselha o seguinte: “Monitore sua contribuição,
não sua posição. As carreiras serão definidas menos pelas empresas e mais pelas
profissões; serão moldadas menos pelas hierarquias e mais pelos mercados”. Isso
quer dizer que você deve estar atendo à forma como seu trabalho contribui para
o crescimento da empresa, independentemente da posição por você ocupada.
Neste capítulo, veremos como os novos desafios do mundo trabalho que
se apresentam às carreiras provocam diferentes e inovadoras necessidades de
gestão da carreira, como a difícil conciliação entre carreira e vida pessoal e a
forma como aproveitar as novas oportunidades.
Para que você possa ter uma melhor compreensão desse conteúdo, reveja
o conceito de empregabilidade que foi abordado no capítulo 2. Essa revisão se
torna necessária para que fique claro que a carreira é um processo contínuo que
depende de uma série de decisões cujos riscos só podem ser assumidos por você
que busca construir uma sólida formação profissional.
Esperamos que, ao final deste capítulo, você seja capaz de compreender as
mudanças no desenho de carreira em um contexto de grandes transformações e
novos desafios.
chefe hoje em uma empresa pode ser seu subordinado na próxima. As altera-
ções de papéis ocorrem muito rapidamente.
Com a importância dada aos projetos, os profissionais que são desig-
nados a eles sabem que são importantes. Pessoas que participaram de projetos
vencedores serão valorizadas, pois deram sua contribuição à organização. Os
gerentes de projetos buscarão os melhores talentos.
É nessa nova configuração de carreira que novos níveis serão conquistados.
Outra mudança é que os papéis em uma organização podem ser representados
por pessoas de dentro ou de fora. Todos os níveis são necessários à empresa.
Como vimos, a empresa funciona de forma sistêmica, as funções podem estar
fora da empresa. Um consultor pode trabalhar como um estrategista. Tendo habi-
lidades de traçar estratégias fora da empresa, ele tem maiores oportunidades.
Consultores com habilidades especiais podem ser talentos de empresas, sendo
assim associações de talentos.
Tendo em vista que o grande patrimônio de uma organização são seus
talentos, discutiremos a seguir como as organizações procuram contribuir para
a carreira de seus principais talentos.
Reflita
Você, que está na área de Administração, com certeza tem muitas oportuni-
dades. A carreira, nessa área, está repleta de desafios, obstáculos e exige um
alto grau de julgamento e contato com outras pessoas. Pessoas que não gostam
de trabalhar com muita responsabilidade e sozinhas podem não se enquadrar
a essa profissão. A maioria dos administradores é obrigada a trabalhar mais
horas do que o normal, e são exigidas adaptações em sua vida familiar. Como
temos uma ampla gama de funções que se encaixa no perfil do administrador,
não existem padrões dos prós e contras da profissão.
Discutiremos, na sequência, alguns aspectos generalistas sobre essa carreira.
Feedback
Necessidades Esforços de
e aspirações Aconselhamento e desenvolvimentos
do indivíduo avaliação pessoal individuais
Colocação
Comparação Comparação na trajetória
de carreira
Saiba mais
Como você pôde perceber no quadro, o bom emprego engloba uma série
de fatores. Deve proporcionar oportunidades de crescimento na carreira, apren-
dizagem com a sua equipe de trabalho, provocar constantemente o trabalhador
a vencer a inércia que a zona de conforto – quando se alcança uma meta –
pode instaurar.
Um bom emprego supre boa parte das necessidades de realização de qualquer
pessoa. É preciso cuidar para que o emprego não se transforme na única coisa na
vida de alguém. Para um equilíbrio saudável, é preciso que o seu trabalho e sua
vida pessoal relacionem-se de forma harmoniosa. Nesse sentido, veja algumas
dicas para que uma boa relação entre a profissão e vida pessoal seja possível.
Como você pôde perceber, os problemas de ordem pessoal não devem ser
utilizados como desculpas para o desempenho na organização. Bom desem-
penho colabora para que você possa flexibilizar certas possibilidades dentro de
seu local de trabalho. Não se trata de privilégios, mas de construir condições de
confiança que são conquistadas paulatinamente.
Nem sempre uma organização que ofereça essa flexibilidade está à dispo-
sição entre as opções, por isso você deve levar em conta essa possibilidade na
Outra possibilidade que deve ser levada em conta é que uma programação
de trabalho é sempre uma boa saída para evitar que sua vida profissional inter-
fira em sua vida pessoal. Procure manter-se organizado. Evite levar tarefas para
casa, pois isso pode se transformar em um hábito e você pode estender sua
jornada além do necessário. Mantenha o foco naquilo que gerará o melhor
resultado e não a maior quantidade de trabalho.
Portanto procure evitar substituir sua vida pessoal pelo seu emprego, saiba
separar cada coisa; seja responsável e procure sempre alcançar os melhores
resultados aliados à satisfação pessoal de estar fazendo o que gosta, pois a
empresa não é sua família, por mais que você assim o desejasse. Dessa forma,
será possível gerir sua carreira sem colocar em risco sua realização pessoal.
Referências
DRUCKER, P. A profissão de administrador. São Paulo: Pioneira, 2002.
MEGGINSON, L. C.; MOSLEY, D.; PIETRI JR., P. Administração: conceitos e apli-
cações. São Paulo: Harbra, 1994.
STEWART, T. A. Capital intelectual. São Paulo: Campus, 1998.
WELCH, J. Paixão por vencer: a bíblia do sucesso. Rio de Janeiro: Elsevier,
2005.
Anotações
EQUIPE UNITINS
Organização de Conteúdos Acadêmicos Alexandre Antonio de Oliveira Andrade
Omar Raimundo de Paula Teixeira
Revisão Linguístico-Textual Sibéria Sales Queiroz de Lima
Gerente de Divisão de Material Impresso Katia Gomes da Silva
Revisão Digital Leyciane Lima Oliveira
Rogério Adriano Ferreira da Silva
Projeto Gráfico Katia Gomes da Silva
Rogério Adriano Ferreira da Silva
Capas Rogério Adriano Ferreira da Silva
Apresentação
dade de relacionar os conteúdos estudados durante o curso de Administração
com a realidade organizacional. Essa realidade demanda planejamento,
atitudes audaciosas, ações proativas e seu envolvimento profissional.
É importante que você, como futuro administrador, entenda a importância
de buscar soluções para os problemas verificados.
Para a sobrevivência das empresas, sabemos que são necessárias
ações planejadas com objetivos bem definidos e focados na maximização
dos resultados.
O sucesso das ações está intimamente ligado à ideia de lucro que poderá
ocorrer por meio da satisfação de todos os envolvidos, sejam eles empresá-
rios, gestores, colaboradores e, principalmente, clientes.
Este caderno é composto por sete capítulos. O primeiro apresenta a
discussão sobre o planejamento das ações, em seguida, são abordados os
conceitos sobre o ciclo de desenvolvimento das ações.
No terceiro capítulo, discutimos sobre a identificação das forças internas
da organização. No capítulo 4, falamos sobre como identificar e analisar as
forças externas da organização. No capítulo 5 e 6, comentamos a estrutura
do relatório de estágio. O último capítulo, apresenta as ações previstas para
você, futuro recém-formado.
Desejamos a você um bom estudo. Esperamos a sua participação em
todas as atividades previstas para esta disciplina.
Planejando as ações
Introdução
Em qualquer atividade, o planejamento é condição básica para o sucesso
das ações, ou seja, para que o resultado das ações tenha o máximo de proxi-
midade com o que se pretende atingir é necessário estabelecer objetivos que
devem ser definidos no momento em que as ações são planejadas.
Devido à relevância do planejamento estratégico, neste capítulo, discutiremos
a sua importância para o conjunto das ações que serão realizadas no Estágio II.
O planejamento deve ser uma prática natural para todos os profissio-
nais, pois ele faz com que as probabilidades de falhas sejam diminuídas de
forma considerável. Para o desenvolvimento das atividades que demandam
busca de informações, como a realização de uma pesquisa, que é o caso do
Estágio II, o planejamento é imprescindível para a obtenção dos resultados
pretendidos.
Esperamos que, ao final deste capítulo, você seja capaz de entender a
importância da socialização das atividades para a realização do Estágio II e
que tenha compreendido as etapas para a aplicação do método Brainstorming.
Para acompanhar este capítulo, é fundamental que você tenha desenvolvido
todas as ações propostas no Estágio I, pois o grupo já havia definido todas as
atividades que serão realizadas no Estágio II. Essas ações estão previstas no
cronograma de atividades e cabe, agora, a aplicação do método apresentado
neste capítulo com o intuito de realizar tudo dentro do esperado.
1.1 Planejando
Vamos iniciar este tópico com uma citação de Fayol (1994, p. 26), na qual
ele define a arte de administrar:
Prever é perscrutar o futuro e traçar o programa de ação.
Organizar é constituir o duplo organismo, material e social da
empresa. Comandar é dirigir o pessoal. Coordenar é ligar, unir
e harmonizar todos os atos e todos os reforços. Controlar é velar
para que tudo corra de acordo com as regras estabelecidas e as
ordens dadas.
desejado. Para que essa consciência passe a fazer parte do grupo, é necessário
definir, em conjunto, qual caminho deverá ser seguindo.
O grupo deverá definir os três elementos iniciais, ou seja, o que vocês
pretendem atingir; o caminho que pretendem seguir e como obterão os resul-
tados. Esses elementos passarão a ser comuns a todos os participantes. Para
isso, o grupo deverá chegar a um acordo em todos os elementos necessários
para a realização das atividades.
Sabemos que, às vezes, não é tão fácil chegar a um acordo para a reali-
zação de algumas atividades e não será muito diferente aqui, na academia. É
interessante, portanto, que vocês busquem técnicas e metodologias para que
as habilidades de cada um dos componentes do grupo sejam aproveitadas,
ao máximo.
São vários os métodos utilizados para a definição de ações, entre eles,
podemos apresentar o método chamado Brainstorming, ou tempestade cerebral.
O Brainstorming foi desenvolvido pelo publicitário Alex Faickney Osborn, na
década de 90. Esse método é muito utilizado na fase de planejamento e é um
momento no qual todos os componentes do grupo têm a oportunidade de opinar
sobre um determinado assunto. Ele é aplicado para uma maior exploração dos
saberes individuais dos membros da equipe, com o objetivo de se chegar a um
denominador comum que garanta que o projeto seja exequível.
O Brainstorming pode ser desenvolvido em cinco momentos:
• definição da equipe
• definição do foco e enfoque
• geração de ideias
• críticas
• conclusão
Nenhuma ideia é julgada ou descartada apressadamente. Todas elas são
anotadas e discutidas para a busca do somatório dos conhecimentos individuais
e, finalmente, a obtenção de uma solução comum e eficaz.
Há duas etapas dos princípios do Brainstorming:
a) divergente: nessa etapa, a proposta é a geração da maior quantidade
de ideias possíveis. Pode-se dizer que essa é a etapa da ousadia, pois
é necessário combinar soluções e condicionar o pensamento para situa-
ções fora dos padrões considerados normais;
b) convergente: essa etapa é mais simples, mas não menos importante.
Aqui as ideias são geradas e depois são selecionadas, agrupadas e
avaliadas. Essa prática não se difere muito do que fazemos em nosso
Reflita
Saiba mais
Referência
FAYOL, H. Administração industrial e geral. São Paulo: Atlas, 1994.
Anotações
Ciclo de desenvolvimento
das ações
Introdução
O PDCA é um método que objetiva a melhoria contínua dos processos e pode
ser aplicado em várias situações, inclusive no planejamento para a realização
das atividades do Estágio II. Para entendermos melhor o que vem a ser esse
método, precisamos identificar a sua origem.
Em 1911, Taylor publicou o livro Princípios da Administração Científica. Esse
livro foi considerado a “bíblia” dos organizadores do trabalho, pois trazia várias
propostas inovadoras sobre a administração, detalhes sobre planejamento, comandos
e formas de organização de processos, assim como os devidos controles.
As propostas de Taylor foram entendidas como a base para a previsão das ações
com o objetivo da maximização dos resultados. Anos mais tarde, essas propostas
formaram a base para o início da corrida pelo controle de qualidade, que veio a ser
conhecido como Total Quality Control (TQC), ou seja, Controle da Qualidade Total.
Na década de 20, Walter A. Shewart idealizou o método para a melhoria
dos processos, mais conhecido como PDCA, que são as abreviaturas das palavras
inglesas Plan - P (Planejamento), Do - D (Fazer ou executar), Check - C (Verificar
ou analisar) e Action - A (Ação ou agir). Esse método foi divulgado por William
Edwards Deming e ficou popularmente conhecido como o Ciclo de Deming.
Na década de 60, Kaoru Ishikawa organizou sete ferramentas que facilitariam
os estudos dos processos como um todo: Histograma, Diagrama de Causa-Efeito,
Folha de Verificação, Gráfico de Dispersão, Diagrama de Pareto, Fluxograma,
Cartas de Controle.
Em nosso caso, trabalhamos com o Brainstorming, que estudamos no capí-
tulo anterior, com o objetivo de listar dados para a aplicação do PDCA. No
decorrer deste capítulo, entenderemos, exatamente, onde e como o PDCA é
aplicado. Podemos adiantar que as ferramentas citadas neste capítulo têm
como principal papel o levantamento de dados para a aplicação do PDCA.
Assim, esperamos que, ao final deste capítulo, você seja capaz de entender o
que é o ciclo PDCA e seja capaz de aplicar esse ciclo para planejar as atividades
pertinentes ao Estágio II.
Para obter um bom resultado no decorrer deste capítulo, é muito impor-
tante que as ações sugeridas no capítulo anterior tenham sido realizadas. Para
que a determinação do planejamento a partir do PDCA apresente resultados
satisfatórios, todas as ideias sobre o que será realizado, quem irá realizar, quan-
do irá realizar e o porquê dessas ações deverão estar claras, pois essas ideias
serão os elementos norteadores para a determinação do PDCA.
A P
Definir meta
Ação:
corretiva
preventiva
melhoria Definir método
Educar e treinar
Checar
metas X
Executar
resultados
Coletar
C dados D
2.3 Planejando
No momento da realização das sessões do Brainstorming, foram definidas
todas as ideias que nortearão a pesquisa. De posse dessas ideias, daremos início
a sua aplicação com o propósito de realização do projeto propriamente dito.
Nesse primeiro momento, é necessário definir todas as etapas do PDCA de
forma que possamos ter a visão total das necessidades para o planejamento e
execução da cada uma das atividades.
Para a definição de um bom planejamento, vocês devem fazer as perguntas
expostas a seguir.
• Qual é o objetivo?
• Quem será envolvido no processo?
• Qual será o prazo para a efetivação do plano?
• Quais serão os recursos a serem gastos?
• Quais dados serão coletados?
Essas perguntas devem ser formuladas e suas respostas definidas para que
o planejamento já tenha início com horizontes bem definidos. Uma ferramenta
que poderá ser utilizada para estabelecer as questões aqui definidas pode ser
o 5W2H. Essa ferramenta é básica para determinação de um checklist de ativi-
dades que serão desenvolvidas com o maior nível de detalhamento possível.
Ela é basicamente um mapeamento das atividades que serão realizadas.
Deve ser estabelecido:
• what – o que será feito (etapas);
• why – por que será feito (justificativa);
• where – onde será feito (local);
• when – quando será feito (tempo);
• who – quem irá fazer (responsabilidade);
• how – como será feito (método);
• how much – quanto custará (custo, quando aplicável).
Podemos observar como definir a tabela do 5W2H tendo como exemplo a defini-
ção das ações para a coleta de dados do exemplo do item 2.3 do capítulo anterior.
Descrição
Levantar os dados relativos ao departamento de Desenho de Cargos (relacio-
O que
namento com os outros departamentos).
Identificar o nível das relações existentes entre o processo Desenho de Cargos
Por que
e a Diretoria de Produção.
Onde Diretoria de Gestão de Pessoal.
Quando Até o dia xx/xx/xxxx.
Quem Alexandre Andrade.
Aplicando observação não participante/entrevista/questionários/análise de
Como
documentos.
How
Não aplicável.
much
Para definir essas ações, você irá elaborar uma tabela a partir dessas
definições e estabelecer as fases de cada etapa. A seguir, podemos ver um
exemplo de cada uma das etapas de forma detalhada e com o fluxo de cada
uma dessas fases.
• Meta: passo 3 (Por quê?) – justificar o porquê do tema que vocês defi-
niram é importante. Essa talvez não seja uma tarefa muito fácil, porém a
2.3.2 Do – Execução
A segunda etapa do PDCA é a execução, ou seja, é a hora de realizar as
atividades previstas e como definidas no planejamento.
serão atingidos e as respostas para o problema da pesq uisa serão encontradas. Vale
salientar que o problema é a base para todo o processo investigativo.
A N
?
16 A solução foi eficaz? Verifica se a solução foi a mais correta.
S 17 Identificar problemas potenciais. Verifica se outros problemas poderão surgir.
18 Padronizar. Previne contra o reaparecimento do
problema.
19 Conclusão. Recapitula todo o processo de solução do
problema para trabalho futuro.
Reflita
Saiba mais
Após todo esse planejamento para entendermos melhor como fazer e qual a
melhor maneira para realizar a atividade, vamos, no próximo capítulo, discutir sobre
as forças que afetam internamente o grupo e a empresa. Não adianta fazer plane-
jamentos sem que estudemos as variáveis que podem fazer com que nossos planeja-
mentos não alcancem os resultados desejados.
Referências
KNOWER. Ciclo PDCA. Disponível em: <http://www.knower.com.br/arquivoseditor
knower/image/pdca2.jpg>. Acesso em: 20 fev. 2010.
Anotações
Introdução
Vocês se lembram quando, no sétimo período, cursaram a disciplina de
Planejamento Estratégico? Pois é, naquele momento, também tiveram a opor-
tunidade de obter informações detalhadas sobre o que vem a ser o plane-
jamento. Vocês conheceram vários conceitos sobre estratégia empresarial e
sobre o processo evolutivo dessas teorias até chegar à escola do planeja-
mento estratégico.
Naquele momento, foram realizadas a apresentação e discussão sobre a
ferramenta Análise de SWOT. Chegou a hora de aplicar essa ferramenta com
o objetivo de identificar os pontos fracos e fortes de sua equipe e o que vocês
deverão fazer para eliminar, ou diminuir essa fragilidade, com o objetivo de
formar uma equipe forte para a realização do Estágio II.
Essa ferramenta não será utilizada apenas neste momento, iremos investigar
de forma mais aprofundada os pontos francos e fortes da organização na qual
vocês realizam a pesquisa em busca de sugestões eficazes.
Será uma experiência importante poder aplicar metodologias utilizadas na
vida real por empresas de pequeno, médio e, principalmente, grande porte.
Para acompanhar este capítulo, é fundamental que tenham compreendido
a disciplina Planejamento Estratégico, ofertada no sétimo período, que tenham
desenvolvido todas as ações propostas durante a realização do Estágio I, e
entendido os detalhes apresentados no capítulo anterior.
Assim, esperamos que, ao final deste capítulo, vocês sejam capazes de
entender e trabalhar os pontos fortes tanto da equipe quanto da organização
que será o objeto da pesquisa.
Não vamos nos deter em falar apenas em empresas, entendamos que essas
forças também atuam de forma expressiva no interior do grupo. Se quisermos que
essa ferramenta funcione adequadamente para a análise de cenário em uma organi-
zação, devemos pensar que a equipe que irá aplicar o SWOT deve ter suas compe-
tências bem definidas, os objetivos individuais muito bem traçados, e que o soma-
tório dessas ações será o resultado do sucesso ou do fracasso de sua utilização.
Reflita
3.4.1 Planejamento
Para que uma equipe conquiste o êxito em qualquer de suas ações, é neces-
sário que elas sejam determinadas, pois é preciso perceber o cenário real, deter-
minar os objetivos que se pretende atingir, avaliar e determinar os caminhos a
serem seguidos.
Todas essas determinações devem ser feitas de forma bastante racional, por
exemplo, a equipe deve identificar o cenário, com relação ao grupo. Podemos
dizer que, entre outros, esse cenário pode ter como uma de suas características
as limitações individuais, com relação:
a) ao pouco conhecimento sobre o que será pesquisado;
b) ao pouco conhecimento sobre como desenvolver uma pesquisa;
3.4.2 Liderança
A equipe deve eleger um dos membros como líder. Ele terá como responsa-
bilidade várias atribuições, entre elas:
a) cadastrar os membros da equipe;
b) definir o suplente;
c) promover reuniões sempre procurando provocar a participação de todos
com o objetivo de identificar melhorias para as ações no decorrer das
atividades da pesquisa;
d) delegar atribuições para os componentes, inclusive as próprias;
e) acompanhar os resultados obtidos no que se refere ao que foi proposto
para cada membro da equipe;
f) apresentar, com a equipe, sugestões de melhoria das ações realizadas
pelo grupo;
g) observar e fazer observar os prazos e responsabilidades de cada um
dos membros.
3.4.3 Comprometimento
O comprometimento pode ser entendido como a realização de ações concre-
tizadas pelos membros da equipe. Ações que trazem resultados positivos sem
que alguém tenha solicitado, é a proatividade tão buscada pelas organizações
nos dias de hoje. Não podemos ficar presos à realização do que foi estabe-
lecido, é necessário identificar a necessidade de outras ações que, somadas
àquelas previstas, tragam bons resultados para a equipe.
3.4.4 Conhecimento
Para que as atividades funcionem da forma planejada e atinjam os resul-
tados previstos, o grupo precisa apresentar conhecimento sobre o que será
pesquisado. Para tanto, a pesquisa bibliográfica passa a ser uma grande aliada.
Devemos consultar obras:
• na área da pesquisa
• nas áreas correlatas à pesquisa
• obras de metodologia científica
A partir do momento em que foi determinada a área da pesquisa, o grupo
deverá buscar as obras relativas a essa área, pois o suporte teórico dará a
direção necessária para o entendimento da pesquisa.
Com os conhecimentos teóricos reforçados, podemos fazer as visitas e,
com base no que foi estudado, identificar nos processos da subárea os possí-
veis desvios.
Com o suporte de obras sobre metodologia científica, definimos o tipo da
pesquisa, determinamos qual público será investigado, definimos quais ferra-
mentas serão utilizadas para o levantamento dos dados e a sequência de apli-
cação das ferramentas. Uma sequência interessante seria a seguinte:
a) elaboramos o pré-roteiro para a aplicação da observação não partici-
pante, anotamos tudo o que foi observado com relação às atividades
dos colaboradores e a relação com responsável pelo departamento;
b) com base no que foi percebido durante a observação não partici-
pante, elaboramos o roteiro de entrevista e aplicamos ao responsável
pelo departamento. Devemos comparar o que foi observado e o que é
respondido pelo responsável pelo departamento;
c) tabulamos os dados coletados com a entrevista;
d) com base no resultado da tabulação dos dados, elaboramos o roteiro
para a realização da observação não participante que deverá ter como
objetivo principal a comparação entre o que foi observado, o que foi
respondido pelo responsável pelo departamento e o que pode ser eviden-
ciado na realização das ações dos colaboradores do departamento;
e) aplicamos a observação não participante;
f) tabulamos os dados coletados com a observação não participante;
g) com os resultados dos dados tabulados a partir das aplicações das
ferramentas citadas anteriormente, elaboramos o questionário semies-
truturado e aplicamos aos colaboradores que desempenham funções no
departamento investigado;
h) finalmente tabulamos todos os dados coletados, fazendo as devidas
comparações. Ao final dessas ações, o grupo passará a conhecer a
subárea ou departamento, de forma científica. A partir daí buscamos,
Saiba mais
Anotações
Entendendo as
forças externas
Introdução
Conhecer as ameaças que podem afetar a equipe é importante para que
todos os seus membros fiquem atentos aos possíveis problemas que podem surgir
no momento da realização das atividades do estágio.
Em nosso cotidiano, vários acontecimentos podem nos desviar do caminho
definido para o alcance dos objetivos. Essas situações independem de nós e são
chamadas de ameaças. Diferentemente das forças internas, vistas no capítulo
anterior, essas situações podem vir a complicar uma ou várias de nossas ações.
Situações como o fato da organização em que realizamos o Estágio I não
aceitar mais que os estagiários acessem suas dependências para dar continui-
dade às atividades do Estágio II; a empresa, foco da pesquisa, faliu ou foi
transferida para outra cidade dificultando o desenvolvimento das atividades do
estágio; componente do grupo precisou afastar-se por motivos de mudança de
emprego, mudança de cidade por exigência da empresa na qual trabalha, tran-
camento de matrícula etc.
São tantas as situações que independem do grupo e que podem provocar
situações inusitadas que acabam por afetar de forma substancial a realização
dos trabalhos.
Para acompanhar este capítulo, é fundamental que você tenha compreen-
dido a disciplina de Planejamento Estratégico ofertada no sétimo período, que
a equipe tenha desenvolvido todas as ações propostas durante a realização do
Estágio I e que tenha entendido bem os detalhes apresentados no capítulo ante-
rior deste caderno. Todos os conhecimentos adquiridos serão importantes para a
continuidade de nossas discussões.
Esperamos que, ao final deste capítulo, você seja capaz de entender quais
são as possíveis ameaças e oportunidades tanto da equipe quanto da organi-
zação que será o objeto da pesquisa; identificar maneiras de reduzir ao máximo
os efeitos das forças externas.
que, a exemplo das ameaças, também são fatores externos ao grupo, mas que
podem contribuir de forma positiva para a realização de um trabalho no qual o
acadêmico terá uma verdadeira experiência prática na tomada de decisões.
Podemos listar alguns fatores, tais como: o grupo estabeleceu de forma satis-
fatória seu planejamento e conseguiu identificar várias possibilidades de melho-
rias dos processos da empresa e, por esse motivo, a própria empresa convida
o grupo para desenvolver um trabalho de nível mais aprofundado em outros
departamentos da empresa, ou até mesmo de uma das filiais. Outro exemplo de
oportunidade seria o surgimento de proposta para o grupo assumir algum cargo
profissional na empresa.
Notem que essas são situações externas ao grupo, ou seja, a empresa na
qual o grupo realizou a pesquisa, ou outra empresa, ao saber do trabalho do
grupo, pode demonstrar interesse devido aos resultados obtidos no decorrer
da pesquisa. Porém não podemos deixar de pensar que todos os fenômenos
externos que afetam a empresa, certamente, afetarão o resultado do trabalho
da equipe.
A empresa sofre muito mais os efeitos externos e a sua sobrevivência não é
um fato fácil. As ameaças vivem rondando as empresas e nem sempre elas estão
preparadas para resolver de forma rápida os problemas que lhe são impostos.
Muitas vezes as próprias oportunidades não podem ser aproveitadas por falta
de uma gestão eficaz.
Várias situações podem apresentar variáveis positivas ou negativas para a
empresa e ela deve estar atenta para enfrentar os fenômenos externos e trans-
formar uma ameaça em uma oportunidade. A empresa que não se mantém infor-
mada poderá perder uma oportunidade, e essa oportunidade perdida poderá
ser transformada em uma ameaça.
Vamos pensar em algumas situações nas quais podemos identificar oportu-
nidades para a empresa:
a) rápido crescimento dos mercados;
b) novos canais de distribuição;
c) novos usos para antigos produtos;
d) disponibilidade de novos materiais ou matérias-primas;
e) mudanças tecnológicas;
f) localizações privilegiadas;
g) novos modelos organizacionais;
h) mudanças nas leis e regulamentos etc.;
i) novos segmentos de mercados ainda não atendidos;
mercado, problema com algum produto, ou até mesmo por motivo da troca de
seu presidente, essas situações poderão afetar a empresa onde você está desem-
penhando as atividades de estágio de forma muito agressiva e até mesmo fazer
com que tudo o que você havia estudado sobre os processos dela tenha de que
ser refeito, pois, dependendo do impacto, os processos precisam ser repensados.
4.2.1 Oportunidades
As oportunidades são forças ambientais incontroláveis pela empresa e que
podem favorecer as suas ações estratégicas, desde que sejam conhecidas e
aproveitadas com satisfação enquanto perdurarem.
Todos os dias ocorrem inúmeras situações no ambiente externo à empresa
que podem ser consideradas como oportunidades quando a empresa está prepa-
rada ou tem capacidade de resposta. As oportunidades podem ser aprovei-
tadas, caso contrário elas passam a ser ameaças, pois, dependendo da reação
dos concorrentes, a empresa passa a perder espaço.
Vamos imaginar que a empresa na qual vocês realizam o estágio seja do
ramo fabricação de eletrodomésticos, e o governo tenha decidido reduzir o
Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI para esse tipo de produto. A situa-
ção gerada pode ser vista como:
• a redução do IPI provocará um aumento substancial na demanda por
eletrodomésticos (força externa, oportunidade);
• a empresa tem todos os itens expostos a seguir muito bem definidos e
praticados (força interna, pontos fortes).
a) Na área de gestão de pessoas
• Na análise e descrição de cargos, são definidos para cada cargo
a sua identificação, missão do cargo ou função básica, principais
responsabilidades, posição na estrutura organizacional e os relacio-
namentos internos e externos.
• No desenho do cargo, está estabelecido o conjunto de tarefas ou
atribuição que o funcionário deverá desempenhar, ou seja, conteúdo
do cargo. Como esse conjunto de tarefas ou atribuições deverá ser
desempenhado, quais serão os métodos e processos de trabalho? A
quem o ocupante do cargo deverá reportar-se, isto é, qual a relação
com sua chefia? Quem o ocupante do cargo deverá supervisio-
nar ou dirigir.
• No recrutamento de pessoal, são definidas as formas de recruta-
mento interno e externo com o respectivo perfil.
• No processo de seleção de pessoal, já foram estabelecidas as
formas de seleção: análise de currículo, documentação pessoal e
Reflita
Para uma empresa sobreviver no mercado atual, ela enfrenta grandes desa-
fios e deve ter uma gestão responsável. A função do administrador é, portan-
to, um desafio ainda maior. Segundo as previsões, em 2010, 75% do Produto
Interno Bruto – PIB mundial será formado por produtos que ainda não foram
inventados. Nos dias atuais, o conhecimento é duplicado a cada três anos e,
em 2020, essa multiplicação do conhecimento ocorrerá em 83 dias.
A nova era que surge trará mudanças sutis no modo de ser e de operar as
organizações, e poderá ser observada a migração da estrutura hierárquica
para a estrutura matricial, as relações passarão a ser informais e o vínculo
não será burocrático e sim empreendedor.
Nessa nova gestão, o colaborador terá o papel de fazer o que for preciso
e não o que for mandado, como ocorre atualmente. Ele buscará o resultado
da empresa e não mais da sua unidade. A informação será pulverizada
e não mais centralizada, e como já é perceptível, a venda será em local
virtual e não mais local físico.
E para que tudo isso ocorra, as mudanças afetarão 5% das máquinas
(hardware), 15% dos programas (software) e 80% das pessoas.
Essa reflexão é importante principalmente para os profissionais da adminis-
tração que conviverão com todas essas mudanças que já ocorrem no nosso
dia a dia e demandam a nossa capacidade de desaprender e reaprender.
4.2.2 Ameaças
As oportunidades e as ameaças são forças ambientais incontroláveis pela
empresa, só que as ameaças são desfavoráveis para suas ações estratégicas.
Por esse motivo é que a empresa deve estar bem informada sobre todos os
acontecimentos que atingem o mercado, pois muitas empresas transformaram
situações de “Crise” em “Cri$e”, ou seja, sua capacidade de reação somado
ao nível de informação que detinha sobre o mercado permitiram que a empresa
conseguisse se destacar com relação aos seus concorrentes.
As ameaças criam obstáculos para a empresa e poderão ser contornadas
desde que conhecidas em tempo hábil.
O tempo de tomada de decisão varia de empresa para empresa e da
sua capacidade de rever seus processos e adequar-se às exigências impostas
Saiba mais
Referência
OLIVEIRA, D. de P. R. de. Planejamento estratégico: conceitos, metodologias e
práticas. 22. ed. São Paulo: Atlas, 2005.
Anotações
Apresentação do
relatório de estágio
Introdução
As atividades desenvolvidas no Estágio II e transcritas no relatório de estágio
são, na verdade, uma complementaridade e aplicação das atividades realizadas
no Estágio I, do semestre anterior.
Esperamos que, ao final deste capítulo, você tenha a capacidade de enten-der
as formas de apresentação das partes do relatório, aprenda a dar importância
ao que é mais relevante e, dessa forma, permitir que o leitor tenha uma boa visão
do trabalho realizado.
Após a compreensão dos objetivos e lembrando que a disciplina do Estágio II
é uma continuidade dos trabalhos realizados no Estágio I e do projeto de estágio,
devemos considerar que o estudo deste capítulo será melhor compreendido se
relacionado à disciplina de Metodologia da Ciência e Pesquisa. Essa disciplina
foi estudada no segundo período do curso de Administração.
Para compreender melhor um relatório, devemos tomar por base que ele é um
documento no qual o acadêmico relatará suas atividades e aquelas desenvolvidas
pelo grupo ao qual ele pertence. O relatório tem como objetivo a comunicação
ao leitor da sua experiência e dos resultados obtidos com o trabalho.
Os propósitos de um relatório podem ter uma série de objetos e fins, porém,
de modo geral, podemos dizer que os relatórios são adequados para descrever
uma ampla variedade de atividades realizadas. Entre elas, podemos destacar:
as observações de campo, os diagnósticos, os procedimentos técnicos e acadê-
micos, as inspeções e verificações, as auditorias, avaliações, vistorias etc. O rela-
tório pode informar, ainda, sobre o andamento de um projeto, de uma obra ou
sobre as atividades de uma administração; apresentar informações e análises
sobre empresas, mercados, produtos ou tecnologias; sobre áreas promissoras
do mercado e tecnologias emergentes; expor conhecimentos aprofundados sobre
uma determinada instituição, ou ainda descrever atividades realizadas em labo-
ratório, em campo etc. (MARCONI; LAKATOS, 1991).
5.1.1 Formatação
Segundo a NBR 14.724/2005, os textos devem ser apresentados em papel
branco, formato A4 (21,0 cm x 29,7 cm), digitados na cor preta, com exceção
das ilustrações, no anverso da folha e a folha de rosto.
Recomendamos a utilização de fonte Arial ou Times New Roman, tamanho
12 para o texto e tamanho 10 para citações de mais de três linhas, para notas
de rodapé, paginação e legendas das ilustrações e tabelas. No caso de textos
com citações diretas com mais de três linhas, devemos utilizar o recuo de 4 cm
da margem esquerda.
5.1.2 Margem
As folhas devem apresentar margem esquerda e superior de 3 cm; direita e
inferior de 2,0 cm.
5.1.3 Espacejamento
Apesar da NBR 14.724/2005 determinar que o texto seja digitado, com
espaço duplo, em nosso caso do Relatório de Estágio II, adotaremos, como
padrão, o espaçamento de 1,5 linhas. As citações maiores que três linhas, as
notas, as referências, as legendas das ilustrações, das tabelas e dos gráficos
devem ser digitados ou datilografados em espaço simples.
Os títulos das seções devem ser separados do texto que os precede ou que
os sucede por dois espaços de 1,5 linhas. As referências, ao final do trabalho,
devem ser separadas entre si por dois espaços simples.
5.1.4 Numeração
Para evidenciar a sistematização do conteúdo do trabalho, devemos adotar
a numeração progressiva para as seções do texto. Os títulos das seções primá-
rias, por serem as principais divisões de um texto, devem iniciar em folha distinta
sendo que o indicativo numérico de uma seção precede seu título, alinhado à
esquerda, separado por um espaço de caractere.
Destacamos gradativamente os títulos das seções e utilizamos os recursos de
negrito, caixa alta ou versal, conforme a NBR 6.024/2003, no sumário e, de
forma idêntica, no texto.
5.1.5 Paginação
Todas as folhas do trabalho, a partir da folha de rosto, devem ser contadas
sequencialmente, mas não numeradas.
5.1.6 Citações
As citações devem ser apresentadas conforme a ABNT NBR 10.520/2002.
Independentemente de estar no portal do AVA, vamos relembrar um pouco mais.
Primeiramente, vamos lembrar o que é uma citação.
As citações são entendidas como as descrições ou menções (conteúdos ou
informações) contidas em um texto e que foram extraídas de outra fonte. Elas
são utilizadas para sustentar, teórica e empiricamente, o texto. Elas podem ser
diretas, indiretas ou, ainda, a citação de outra citação.
Usamos citações quando transcrevemos trechos de alguma obra ou se
utilizam informações já publicadas, com o propósito de esclarecer ou comple-
mentar as ideias que estão sendo expostas. As citações podem ser usadas com o
objetivo de reforçar argumentos ou para expor posições contrárias àquelas que
estão sendo defendidas. Como padrão utilizaremos as citações dentro do corpo
do texto e não no rodapé, como é apresentado a seguir.
a) Citação direta, textual ou literal: é a citação pela qual se reproduz no texto
a ideia original da obra que está sendo consultada. Quando as citações
são curtas, de até três linhas, elas são inseridas no texto, como nos exem
plos a seguir.
ou
No primeiro exemplo, como o nome do autor faz parte da frase ele deve
ser grafado com maiúscula e minúscula, já, no segundo caso, como o nome
do autor entra no final da frase, ele deve aparecer em maiúscula e dentro dos
parênteses precedendo a data e a página, conforme NBR 10.520/2002. Vale
ressaltar que, de acordo com essa NBR, a indicação da página é obrigatória
para citação direta.
As citações diretas longas, com mais de três linhas, devem constituir um
parágrafo independente, com recuo de 4 cm da margem esquerda, fonte 10 e
espaçamento interlinear menor, simples, sem emprego de aspas. Veja os exem-
plos que seguem.
Dessa forma,
Embora essas percepções sejam eventos ‘reais’, do
ponto de vista de suas consequências, elas ocorrem
dentro da organização [...] isso é importante, visto
que as pessoas reagem em função das suas percep-
ções e não dos fatos reais. Como o ambiente se
torna ‘conhecido’ para uma organização através
das percepções de seus gerentes, muitos teóricos
defendem que o ambiente percebido é mais impor-
tante que o ambiente real (BOWDITCH; BUONO,
2002, p. 147).
ou
referência à fonte é obrigatória, pois, caso ela não seja feita, poderá ser
considerado como um caso de plágio. Nas citações indiretas, a indicação
das páginas consultadas é opcional, conforme a NBR 10.520/2002.
Vejamos o exemplo.
ou
Vale lembrar que nos materiais produzidos pela Unitins, ou seja, nos ca-
dernos das disciplinas, não utilizamos a palavra apud, mas a expressão
citado por.
Saiba mais
Reflita
5.1.7 Referências
As referências de um trabalho acadêmico científico devem ser apresentadas
em forma de listagem com as informações sobre todas as fontes e autores mencio-
nados no texto. Elas são obrigatórias nesse tipo de trabalho e sua elaboração
deve seguir as orientações da NBR 6.023/2002, da ABNT.
As fontes das informações contidas em um texto são diversificadas e
consistem em obras como livros, artigos de publicações científicas ou especia-
lizadas (periódicos), jornais, enciclopédias, dicionário, teses, dissertações ou
monografias, manuais, documentos oficiais, relatórios técnicos, legislação etc.
Além disso, os trabalhos também podem apresentar informações cuja fonte são
documentos eletrônicos, como disquetes, CD-ROM, homepage, e-mail, publica-
ções periódicas on-line ou eventos técnico-científicos, como congressos, seminá-
rios, jornadas etc.
Independentemente do tipo de fonte ou autoria mencionada no trabalho, é
obrigatória a sua identificação na lista das referências. A elaboração das refe-
rências deve seguir a sequência dos elementos do documento a ser referenciado,
conforme os modelos prescritos na norma NBR 6.023/2002. As referências são
alinhadas à margem esquerda do texto, digitadas em espaço simples e sepa-
radas entre si por dois espaços simples NBR 14.724/2005.
O título da obra ou do periódico é geralmente grifado com destaque (itálico
ou negrito). Ao ser definido o tipo de destaque, este deve ser mantido em todas
as referências de um mesmo documento.
As referências de uma lista devem seguir os mesmos princípios. Por exemplo,
ao optar pela utilização abreviada do prenome do autor, isso deve ser adotado
em todas as referências daquela lista. Quanto à pontuação, também deve ser
uniforme em todas as referências e deve respeitar o padrão escolhido.
Em relação à autoria, quando há dois ou três autores, mencionamos todos
na ordem em que aparecem na obra, separados por ponto e vírgula, seguido de
espaço. Quando há mais de três autores, mencionamos apenas o primeiro autor,
acrescentando-se a expressão latina et al que significa “e outros”.
Como podemos observar neste tópico, analisamos as formas de apresen-
tação do relatório de estágio, devemos, ainda, fazer uma reflexão sobre a
sua escrita. Um dos fatores que devemos considerar, quando estamos escre-
vendo, é que não podemos escrever do mesmo modo como falamos, ou seja,
devemos evitar as gírias, os modismos, neologismos, pois o texto deve ter
clareza e objetividade.
Aos olhos do leitor, o texto deve fluir agradavelmente, sem ser enfadonho.
O autor deve ser claro, direto, conciso e objetivo. Deve usar a simplicidade sem
comprometer a qualidade do texto e sem prejuízos gramaticais.
Outro aspecto a ser observado é que devemos evitar a fragmentação exces-
siva do texto em parágrafos. Um parágrafo não deve conter apenas uma frase,
que, por sua vez, não deve ser muito longa, sendo recomendável que ela ocupe
não mais que cinco linhas.
O texto deve, sempre, ser escrito na terceira pessoa do singular. Por mais
pessoais que tenham sido os resultados obtidos, não devemos empregar constru-
ções como “procuramos demonstrar que...” ou “meus resultados sugerem que...”.
MF = A1 ou A3 + A2 ≥ 6,00
2
Referências
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. NBR 6023: infor-
mação e documentação: referências: elaboração. Rio de Janeiro, 2002.
______. NBR 6024: informação e documentação: numeração progressiva das
seções de um documento escrito e apresentação. Rio de Janeiro, 2003.
______. NBR 10520: informação e documentação: citações em documentos:
apresentação. Rio de Janeiro, 2002.
______.NBR 14724: apresentação de relatórios técnico-científicos. Rio de Janeiro,
2005.
BARRASS, R. Os cientistas precisam escrever: guia de redação para cientistas,
engenheiros e estudantes. São Paulo: T. A. Queiroz, 1986.
LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. de A. Fundamentos de metodologia científica.
3. ed. São Paulo: Atlas, 1991.
Anotações
Estrutura de um trabalho
acadêmico-científico
Introdução
Este capítulo nos remeterá aos procedimentos básicos para a elaboração de
um trabalho acadêmico-científico e que têm como objetivo o entendimento da
estrutura de um relatório de estágio e o estímulo da sua produção escrita. A reali-
zação de pesquisas é condição indispensável ao desenvolvimento da vida inte-
lectual disciplinada e produtiva. Essas iniciativas quando norteadas por posturas
e práticas de pesquisa, contribuem para uma melhor formação superior.
A elaboração de trabalhos acadêmicos, por mais elementar que possa
parecer, possibilita ao acadêmico o exercício de práticas essenciais à atividade
científica, ou seja, a busca, o registro e o uso do conhecimento acumulado e
disponível para a construção de novos conhecimentos.
O Estágio II possibilita aos acadêmicos o uso de um instrumental teórico-
metodológico que possibilitará o seu progressivo domínio das práticas do
trabalho intelectual.
Este capítulo, como o capítulo anterior, está embasado nos procedimentos
indicados pela Associação Brasileira de Normas Técnicas, sobretudo na NBR
14.724/2005. É bom observar, porém que elas estão adaptadas aos padrões
eleitos pela Unitins.
6.1.1 Capa
Consideramos como capa a cobertura que reveste o trabalho. Ela deve ser
elaborada com as informações centralizadas em letras maiúsculas e em negrito.
No alto da página, deverá vir o nome da Universidade, nome do curso. No terço
Quadro 1 Capa.
3 cm
UNIVERSIDADE
CURSO
(Letra maiúscula, fonte 12, times new roman, negrito, centralizado)
3 cm 2 cm
TÍTULO DO RELATÓRIO
(Letra maiúscula, fonte 12, times new roman, negrito, centralizado)
LOCAL E ANO
(Letra maiúscula, fonte 12, times new roman, negrito, centralizado)
2 cm
• ano.
3 cm
NOME DO AUTOR
(Letra maiúscula, fonte 12, times new roman, negrito, centralizado)
TÍTULO DO RELATÓRIO
(Letra maiúscula, fonte 12, times new roman, negrito, centralizado)
3 cm 2 cm
LOCAL E ANO
(Letra maiúscula, fonte 12, times new roman, negrito, centralizado)
2 cm
6.1.4 Resumo
Como resumo, segundo França (2000), entendemos uma apresentação
clara, concisa e seletiva do texto. No resumo, devemos ressaltar, de modo claro
Quadro 3 Resumo.
RESUMO
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Sistemas abertos 28
Figura 2 – Organização e variáveis ambientais 31
Figura 3 – Macro ambiente e ambiente operacional 35
Figura 4 – Interrelação organização e ambiente 42
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 – Dimensões do ambiente 45
Quadro 2 – Comportamento incremental e empreendedor 56
Quadro 3 – Tipologia do comportamento estratégico 65
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Classificação geral do ambiente 88
Tabela 2 – Comportamento estratégico p/ problema empresarial 91
Tabela 3 – Comportamento estratégico p/ problema engenharia 97
6.1.6 Sumário
O sumário é o último elemento pré-textual e está relacionado com a divisão
do trabalho acadêmico. Nele, capítulos e seções do trabalho obedecem à mesma
disposição em que aparecem no corpo do trabalho.
O sumário deve ser elaborado de acordo com a norma da ABNT NBR
6.027/2003 e deve conter a indicação das páginas das diferentes partes do
trabalho. Os elementos pré-textuais não devem constar no sumário.
Quadro 5 Sumário.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 14
1.1 APRESENTAÇÃO DO TEMA 16
1.2 OBJETIVOS 23
1.2.1 Objetivo Geral 23
1.2.2 Objetivos Específicos 24
2 DESENVOLVIMENTO 26
2.1 REVISÃO DA LITERATURA 26
2.2 METODOLOGIA 29
2.3 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS 42
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS 68
4 REFERÊNCIAS 75
ANEXOS 77
6.2.1 Introdução
A introdução é o primeiro elemento textual e é a parte na qual o tema deverá
ser apresentado sem detalhes e com clareza. Para isso, devemos indicar a fina-
lidade e os objetivos (geral e específicos) do trabalho. Em relação aos objetivos,
sugerimos que, para o objetivo geral, sejam utilizados verbos com conotações
mais genéricas como conhecer, compreender, entender, desenvolver, propor,
adquirir, aperfeiçoar etc.
Nos objetivos específicos, os verbos mais adequados são, por exemplo:
analisar, aplicar, apontar, classificar, construir, ordenar, reconhecer, enumerar,
responder, selecionar. Na introdução, devemos esclarecer sobre a partir de qual
ponto de vista o assunto é tratado, realizando uma questão ou pergunta de
pesquisa explicando-a, discutindo-a e demonstrando a solução proposta. Justifi-
cando, por fim, a necessidade da realização do trabalho.
6.2.2 Desenvolvimento
O desenvolvimento é o corpo do trabalho. É a parte mais extensa e que
contém os fundamentos básicos de qualquer trabalho acadêmico, ou seja, a
revisão da literatura a metodologia e a apresentação dos resultados.
A revisão da literatura é também denominada de embasamento teórico, refe-
rencial teórico. Trata-se da referência a trabalhos consultados e que servem para
situar a evolução do assunto no âmbito do estudo. Nesse caso, é necessário anun-
ciar os pressupostos teóricos que dão suporte ao ponto de vista adotado na elabo-
ração do estudo, com as devidas indicações de referência, ou seja, autor e data.
O desenvolvimento deve indicar, também, como o problema foi estudado e
como o pesquisador apresenta o que foi encontrado: é a fundamentação lógica do
trabalho. Devemos deixar claro o tipo de pesquisa e a metodologia utilizada.
Quanto aos tipos de pesquisa em relação aos objetivos elas podem ser:
pesquisa exploratória, pesquisa descritiva e pesquisa explicativa. Quanto aos
procedimentos, ela poderá ser bibliográfica, documental, experimental e opera-
cional. Quanto ao objeto, ela poderá ser uma pesquisa bibliográfica, pesquisa
de laboratório ou pesquisa de campo. E, por fim, quanto à sua forma de abor-
dagem, poderá ser uma pesquisa quantitativa ou pesquisa qualitativa.
Além da definição do tipo de pesquisa, devemos apresentar, as fontes de
dados, a população e as técnicas de amostragem.
Na apresentação do corpo do trabalho, devemos considerar os materiais,
técnicas e métodos adotados, que devem ser descritos de maneira precisa de
modo a possibilitar a repetição do experimento com a mesma precisão.
Por fim, devemos apresentar os resultados da pesquisa por meio das análises
dos dados e de sua interpretação. Esses dados podem ser apresentados e acom-
panhados de tabelas, gráficos, ou figuras, com valores estatísticos para maior
clareza das informações.
Tais componentes devem ser inseridos próximos do trecho a que se referem.
Cada tabela ou ilustração deve ser anunciada no texto por seu número. As
tabelas, gráficos e quadros devem apresentar título, as ilustrações não, elas
devem ser acompanhadas de uma legenda.
É necessário informar a fonte das tabelas e figuras quando elas não forem
de dados empíricos da pesquisa. Quando forem muito numerosas, devem vir
anexas, para não sobrecarregarem o texto.
Saiba mais
Reflita
6.3.1 Referências
As referências das obras consultadas deverão ser registradas em ordem alfa-
bética. Obedecendo às normas aprovadas pela Associação Brasileira de Normas
Quadro 6 Referências.
Referências
6.3.2 Notas
Notas são aquelas observações e esclarecimentos necessários sobre deta-
lhes do texto e que devem aparecer em notas de rodapé, ou após o texto,
formando um capítulo com o título NOTAS.
6.3.3 Anexos
São considerados anexos as leis, os questionários, as estatísticas etc. que
acrescentamos a um trabalho como esclarecimento ou como parte da documen-
tação da pesquisa realizada. Os anexos são identificados por letras maiúsculas
consecutivas, travessão e por seus respectivos títulos. Exemplo: ANEXO A – Termo
de compromisso de Estágio.
Podemos observar a importância do relatório de estágio para a formação
acadêmica dos alunos. Podemos afirmar, ainda, que ele é o ápice de todo o
curso de Administração e responsável por concluir as atividades práticas dos
trabalhos acadêmicos.
No próximo capítulo, discorremos sobre como fazer para priorizar uma deter-
minada ação em detrimento de outras, ou seja, definir qual será a ação a ser
trabalhada em primeiro lugar. Obviamente traremos para vocês uma ferramenta
que possibilitará essa identificação com muita eficácia, até lá.
Referências
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6023: informação e
documentação: referências: elaboração. Rio de Janeiro, 2005.
______. NBR 6027: informação e documentação: sumário: apresentação. Rio de
Janeiro, 2003
______. NBR 6028: informação e documentação:, resumo: apresentação. Rio de
Janeiro, 2003.
______. NBR 10719: apresentação de relatórios técnico-científicos: Rio de
Janeiro, 2002.
______. NBR 14724: informação e documentação: apresentação. Rio de Janeiro,
2005.
FRANÇA, J. L. Manual para normalização de publicações técnico-científicas. 4. ed.
Belo Horizonte: UFMG, 2000.
Anotações
Intervenção
Introdução
Neste capítulo, veremos duas formas de auxílio na intervenção e implemen-
tação de ações nas organizações. Elegemos as ferramentas que trabalharemos
neste capítulo para que os acadêmicos tenham os recursos necessários para
a sua aplicação. Essas ferramentas, vale ressaltar, foram eleitas devido à sua
simplicidade e praticidade.
Temos como objetivo, para este capítulo, a apresentação das ferramentas de
auxílio na intervenção. Ao final deste capítulo você deverá ser capaz de identi-
ficar e utilizar adequadamente essas ferramentas no momento da necessária inter-
venção na organização na qual você e seu grupo estão realizando o estágio.
Como vimos, no Estágio I, o ambiente das organizações é complexo e requer
a adoção de decisões rápidas e eficazes. As mudanças nesse ambiente ocorrem
de forma dinâmica, imprevisível e em ritmo acelerado e ampliam a diversidade
de fatores internos e externos que influem no desempenho organizacional e no
grau de interdependência entre eles.
As organizações não podem ser consideradas como sistemas fechados e
alheios ao seu meio. A complexidade do ambiente requer que os gestores tenham
uma visão mais sistêmica do mercado considerando e dando importância ao
detalhes que, em outros momentos, passariam despercebidos.
Cunha (1996) entende que a adaptação para a mudança organizacional é
o processo de ajuste recíproco entre a organização e o seu ambiente. A recipro-
cidade do processo pressupõe que tanto a organização quanto o ambiente se
modificam. A organização se modifica na tentativa de atender às exigências do
ambiente no qual ela se encontra inserida, e o ambiente é modificado à medida
em que ele é moldado pela organização na busca de atendimento das necessi-
dades que surgem.
Saiba mais
Sugerimos que, ao realizarem essa fase, não se detenham apenas nas duas
ferramentas (GUT e 5W2H), procurem conhecer as outras ferramentas da
qualidade, como, por exemplo, o Diagrama de Afinidades, o Diagrama
da Árvore, Diagrama de Relações, Diagrama em Matriz etc. Elas poderão
apresentar algumas vantagens no processo de levantamento, organização
e aplicação do plano de ação.
É interessante, ainda, ter contato com uma obra especializada no assunto.
Sugerimos a obra As sete ferramentas gerenciais da qualidade, de Eduardo
Moura, que foi publicada pela editora Makron Books, em 1994.
Reflita
Referências
CUNHA, C. J. C. A. Adaptação estratégica organizacional em ambiente turbu-
lento. Trabalho apresentado para Concurso de Professor Titular − Programa de
Pós-Graduação em Engenharia de Produção − Departamento de Engenharia de
Produção e Sistemas. Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis,
1996.
MARSHALL JR., I. et al. Gestão da qualidade. Rio de Janeiro: FGV, 2003.
Anotações