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No Antigo Egito, nenhuma lei obrigava uma mulher a viver com um homem.

A mulher solteira possuía uma


autonomia jurídica, tinha bens próprios, que ela mesma geria, e ninguém a julgava irresponsável. Essa
independência chocou muitos gregos, que a consideraram quase imoral.

Aos quinze anos ou mesmo mais cedo, uma egípcia podia ser mulher e casada:

• segundo os sábios, é bom ter filhos na juventude

Quando a apaixonada decide casar, ninguém pode impedi-la. É necessário discutir com os pais, mas o pai não
tem o direito de impor um pretendente à filha. Em caso de conflito, prevalece a opinião da jovem. Mas o bom
entendimento familiar foi a regra, tanto mais que se recomendava ao pai que estimasse o seu futuro genro em
função das suas próprias qualidades, e não da sua eventual abastança.

Ao contrário de muitas sociedades antigas e modernas, que dão muita importância à virgindade da noiva, o
Egito faraônico não fez disso uma questão de honra nem motivo de preocupação. Nada impede a jovem de ter
relações sexuais antes do casamento. Documentos tardios mencionam, um "presente de virgem", ou seja, bens
materiais oferecidos pelo marido à mulher, em troca do dom da sua virgindade.

Contratos de casamento temporários, ou experimentais, por determinado período de tempo. Três textos
provenientes da região tebana falam de uma primeira fase do casamento com uma duração de sete anos, finda a
qual os laços que uniam o casal deviam ser definitivamente explicitados, tanto para estabelecer os direitos da
esposa como os dos eventuais filhos.

Habitação comum
Constrói uma casa, e verás que afasta desavenças e desordem. Não penses que podes habitar a casa dos teus
pais. Recomenda o sábio Ani na sua Máxima 26 destinada ao futuro marido.

Para o Egito faraônico, é este o aspecto fundamental do casamento:

• um homem e uma mulher vivam juntos sob o mesmo teto, numa casa própria

Segundo os textos, casa é "fundar uma casa" (gereg per), "viver juntos" (hemsi irem), "entrar na morada" (âq r
per). O casamento não é um ato jurídico, mas social, que consiste numa coabitação livremente decidida por um
homem e uma mulher. A vontade de um casal de viver o seu próprio destino num lugar a que irá por a sua
própria marca: eis o casamento à egípcia.

Cerimônia de casamento
Não sendo considerado um ato sagrado, mas puramente humano, o casamento não era objeto de nenhum ritual.
Supõe-se que a noiva chegava à casa do noivo com objetos que constituíam o dote e trazendo flores; teria
certamente entrançado uma grinalda e recebia uma veste própria, uma espécie de vel. O essencial era viverem
juntos na mesma casa. O casamento era assim oficializado como ato privado, no qual nem o Estado nem a
religião podiam interferir.

Contratos de casamento: proteção da esposa


"És meu marido", "És minha mulher": estas palavras selam o casamento.
Pede-se ao marido que se comprometa formalmente em garantir o bem-estar material da esposa se o casamento
fracassar e terminar com a separação, por iniciativa de um deles. Se o marido deixar a mulher, tem que dar a ela
bens, devidamente assinalados por contrato, e 1/3 de tudo o que tiver sido adquirido a partir do dia em que o
contrato foi estabelecido. Os objetos trazidos pela mulher, ou um valor equivalente restituído. O homem sabe
que não pode divorciar levianamente, porque se arrisca a duras penalidades, como perder os bens adquiridos em
comum. A egípcia estava assim protegida contra uma separação abusiva e injusta. Ao casar a mulher egípcia
não tomava o nome do marido, mantendo o seu, e de bom grado recordando a sua filiação materna.

Liberdade de casamento, liberdade de divórcio: eis a extraordinária independência de que a egípcia gozava, não
tendo de dar contas nem ao Estado nem à Igreja.

Poligamia
Há grupos estatuários em que o marido é representado na companhia de duas mulheres, qualificadas como
"esposas". O exame atento dessa "poligamia", prova que essas esposas não eram simultâneas, mas sucessivas.
Viúvo, o homem volta a casar e quisera associar no Além as mulheres amadas. Não existe até hoje nenhum
exemplo comprovado de poligamia.

Casamento entre irmãos


Idéia feita, devido ao autor grego Diodoro da Sicília: "Diz-se, que, ao contrário do costume, os egípcios
estabeleceram uma lei que permitia aos homens desposarem a própria irmã, porque Ísis havia sido bem
sucedida neste campo, tendo desposado Osíris, seu irmão. E quando ele morreu, não quis aceitar outro
homem."

Esta lei os mergulha numa série de confusões. A mais clara é a mistura do mito com o quotidiano, além disso, o
autor parece ignorar que a mulher trata o marido por "meu irmão" e que o marido trata a mulher por "minha
irmã". É provável que na época ptolomaica a corte grega de Alexandria tenha celebrado casamentos reais entre
irmãos, para perpetuar a pureza dinástica. Na época romana, esse tipo de união foi praticado nas aldeias, mas
não sem uma boa razão, preservar o patrimônio de raiz. Nas épocas anteriores, não há exemplos de casamentos
entre irmãos de sangue na população egípcia.

Na corte, na qualidade de esposo o faraó é também um "irmão", e a grande esposa real, "uma irmã". A maior
parte dos casamentos julgados consanguíneos aparece hoje como uniões com uma meia irmã. Além disso, o
casamento do faraó com a sua irmã carnal, ou com a sua filha, tem normalmente um valor simbólico e ritual,
não sendo consumado fisicamente, como aconteceu nas bodas de Ramsés II com as suas filhas. Mais uma vez,
devemos desconfiar das nossas leituras sobre o Egito faraônico.

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