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Sibele Cestari
Orientador Professor Luis Cláudio Mendes
Rio de Janeiro
2010
ii
RESUMO
ABSTRACT
This document intends to present the state of the art of natural fibre reinforced
composites (NFRC), introducing a brief history about the first developments of this
kind of material, continuing with basic concepts from literature related to the subject,
main properties of the most common natural fibres in such composites, and entering
the discussion about the chosen bibliographic references. The search was focused
on articles having the potential for building materials development and sustainability.
iii
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................1
2.1 COMPÓSITO....................................................................................................3
REFERÊNCIAS.........................................................................................................24
1
1 INTRODUÇÃO
Embora a demanda por papel tenha aumentado, a questão ambiental tem feito da
celulose de madeira a fibra natural mais utilizada na preparação de compósitos
poliméricos. Porém fibras vegetais pós-consumidas, oriundas de bagaço de cana,
bananeira, côco, curauá, casca de arroz, juta, sisal, piaçava, dentre outras, têm sido
pesquisadas como substitutas da celulose (ISLAM; HAQUE; HUQUE, 2009).
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 COMPÓSITO
(a) (b)
(c) (d)
Figura 1. Fotomicrografias obtidas por SEM da seção transversal das fibras de a)
balsa; b) bambu; c) mamona; e d) embaúba (MARINELLI et al., 2008)
60 PP/ 60 PP/
70 PP/ 70 PP/
Propriedade 10 PP-g-MA/ 10 PP-g-MA/
30 WWF-A 30 WWF-C
30 WWF-A 30 WWF-C
Tensão de escoamento (MPa) 30,3 ± 0,3 35,2 ± 0,4 32,7 ± 0,9 33,5 ± 0,3
Deformação no escoamento (%) 5,8 ± 0,2 5,1 ± 0,2 5,9 ± 0,3 5,1 ± 0,2
Módulo (GPa) 2,6 ± 0,2 2,9 ± 0,1 2,6 ± 0,2 2,7 ± 0,1
Tensão na Ruptura (MPa) 24,6 ± 1,9 29,5 ± 0,9 25,7 ± 1,0 28,3 ± 1,6
Deformação na ruptura (%) 8,0 ± 0,5 6,3 ± 0,9 9,4 ± 0,7 6,5 ± 0,2
Por outro lado, Lei e colaboradores (2007), quando estudando compósitos de HDPE
reciclado (HDPE-r) e bagaço de cana, perceberam que o Xc do HDPE-r aumentou, o
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que foi atribuído à capacidade de nucleação das fibras do bagaço. Também foi
observado por este grupo que, ao adicionar-se diferentes agentes de
compatibilização nestes compósitos, ocorreu uma diminuição do Xc dos mesmos.
Yang e colaboradores (2005) corroboram o que foi encontrado por Lei e seu grupo,
no tocante ao aumento do Xc do HDPE em função da ação de nucleação das fibras
de madeira.
Figura 4. Curvas de DSC dos compósitos (a) PP-g-MA, (b) 70 PP/30 WWF-A, (c) 60
PP/10 PP-g-MA/30 WWF-A, (d) 70 PP/30 WWF-C; (e) 60 PP/10 PP-g-MA/
30 WWF-C (CORREA et al., 2003).
(a) (b)
(c) (d)
Com o intuito de aumentar o ciclo de vida dos plásticos após seu consumo, e
minimizar os problemas ambientais inerentes ao seu descarte, foram desenvolvidos
compósitos chamados de madeira plástica. Em geral, apresentam densidade maior
do que a da madeira, têm impermeabilidade e resistência ao mofo e cupins, e são
compostos por uma mistura de polímeros termoplásticos reciclados associados a
refugos de madeira ou celulose (MARTINS; SUAREZ; MANO, 1999).
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Em compósitos deste tipo pode-se agregar fibras naturais como serragem, fibra de
côco e bagaço de cana, além outros aditivos que lhe confiram propriedades
específicas. Deles se pode industrializar tábuas, blocos, formas para concreto,
moirões para cercas, bancos de jardim (Figura 6a), rodapés, portais, parapeitos de
janela, decks marinhos (Figura 6b), blocos para separação de trânsito, meios-fios,
entre outros (ECOBLOCK, 2010).
(a) (b)
Percebe-se que não houve alteração significativa nos valores da Tonset com o
aumento do teor de carga nos compósitos, porém a Tm foi alçada para valores
ligeiramente superiores. Tal comportamento foi atribuído à restrição da mobilidade
de fluxo das moléculas do HDPE reciclado, em presença das fibras de madeira, no
processo de fusão cristalina.
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Quanto aos ensaios à flexão, foi avaliado inicialmente o valor da tensão em função
do teor e do comprimento das fibras dos compósitos (Figura 7). Percebe-se que as
fibras mais curtas resultam em maior resistência à flexão, comportamento associado
ao fato de que em fibras menores a área superficial de contato com a matriz
polimérica é maior.
A juta é uma fibra vegetal originária da Índia, Egito, Guiana, Jamaica, Ghana,
Malauí, Sudão e Tanzânia. Atualmente os maiores produtores mundiais desta fibra
são Índia, China e Bangladesh, com uma produção mundial de cerca de 2,5 milhões
de toneladas. Apresenta uma densidade de 1,3 g/cm³, resistência à tração de 393 a
773 MPa, módulo de Young de 26,5 GPa e alongamento de 1,5 a 1,8% (TAJ;
MUNAWAR; KHAN, 2007). Com seu grande volume de produção e propriedades
mecânicas interessantes, atrai diversas pesquisas relacionadas a NFRCs.
Num estudo sobre confecção por pultrusão de perfis de tecido de juta impregnado
com resina fenólica para fabricação de aduelas (batentes) de portas, Singh e Gupta
(2005) apuraram que este compósito apresentou estabilidade dimensional e
propriedades mecânicas adequadas ao uso proposto, sob diversas condições de
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(a) (b)
(c) (d)
Figura 10. Fotomicrografias de SEM dos compósitos: 20% (a) e 50% (b) de fibras de
225 μm; e com fibras de 75 μm (c) e 450 μm (d) (CUI et al., 2010).
material polimérico por não permitir que o oxigênio alcance a zona de combustão
facilmente.
O côco é uma fibra vegetal originária da Índia, Sri Lanka, Filipinas e Malásia.
Apresenta uma produção mundial de cerca de 100 mil toneladas. Possui uma
densidade de 1,2 g/cm³, resistência à tração de 175 MPa, módulo de Young de 4 a 6
GPa e alongamento de 30% (TAJ; MUNAWAR; KHAN, 2007).
Figura 12. Telhado em telha com fibra de côco e betume asfáltico (TECOLIT, 2010)
Figura 13. Telha de fibra de côco, resina ureica, tanino e impermeabilizante vegetal
(WIEDMAN, 2002)
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(a) (b)
Figura 14. Fotomicrografia de SEM de compósitos com fibra sem tratamento (a) e
tratadas com DNPH (b) (ISLAM; HAQUE; HUQUE, 2009)
(a) (b)
Figura 15. Feixes de fibras (a) e fotomicrografia de SEM (b) de palmeira (BACHTIAR
et al., 2009)
objetivo era obter materiais compósitos de baixo custo, pouco peso, durabilidade
aprimorada, com força e rigidez suficientes para servir como material de construção.
E Dieu e colaboradores (2004), buscando reduzir o custo de materiais poliméricos
reforçados com fibra de vidro, pesquisaram compósitos baseados em PP reforçados
com juta e fibra de vidro e compatibilizados com MAPP, concluindo que o agente de
acoplamento aumentou a adesão do polímero às cargas, aprimorando as
propriedades de resistência à tração e à flexão em 55% e 190% respectivamente.
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
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