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Ilmo Sr.
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PEDRO CARLOS SALLES PITTHAN
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FILHO ,
Em face do
I – RESENHA DA SITUAÇÃO
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Informamos a Vossa Excelência, que o ato de registro de
armas deve seguir o que preconizava na época, o PROCEDIMENTO OPERACIONAL
PADRÃO Nº 01 / 08 – SFPC/5 – legislação esta que ditava as normas para AQUISIÇÃO,
REGISTRO E CADASTRO DE ARMAS DE FOGO E AQUISIÇÃO DE MUNIÇÕES
POR CAC E PESSOAS JURÍDICAS onde na letra “e”, temos o Procedimento para a
aquisição e registro de arma de fogo importada, senão vejamos:
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Isto quer dizer que, para que alguém pudesse fazer o registro
de uma arma de fogo, deveria obedecer todos estes requisitos. Os cinco atletas que tiveram
suas armas registradas em seu nome, como dito acima, passaram por este crivo de
legalidade.
II – DA COMPROVAÇÃO DA QUEBRA
DO PRINCIPIO DA
LEGALIDADE
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não tem no seu Certificado de Registro (CR) a concessão de comércio expedido pelo
Exército Brasileiro através do Comando da 5ª RM – 5ª DE.
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Art. 43. O CR é o documento hábil que autoriza as pessoas
físicas ou jurídicas à utilização industrial, armazenagem, comércio,
exportação, importação, transporte, manutenção, reparação,
recuperação e manuseio de produtos controlados pelo Exército.
(Grifou-se)
Art. 44 O registro somente dará direito ao que nele estiver
consignado e só poderá ser cancelado pela autoridade militar que o
concedeu. (Grifou-se)
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Com relação às 05 (cinco) amas transferidas para os cinco
atletas, como dito alhures, o Comando do Exército 5ª RM - 5ª DE, por intermédio da sua
Secretaria de Fiscalização de Produtos Controlados (SFPC/5), entendeu haver indícios de
irregularidade no ato que transferiu as 05 (cinco) armas registradas legalmente em nome
dos atletas e resolveu anular o ato administrativo que aprovou o registro destas armas e
determinou no BOLETIN Nº 04 AO BOLETIN REGIONAL RESERVADO Nº 05, que:
(doc. 05)
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concerne à transferência e registro de armas, ou seja, não obedeceu às imposições
insculpidas no PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO Nº 01 / 08 – SFPC/5, em
flagrante arrepio ao Principio da Legalidade, posto que esta transferência e registro em
nome da FCCTE deu-se por imposição do Comando do Exército 5ª RM - 5ª DE.
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No Mandado de Segurança impetrado na Sétima Vara
Federal, o Juiz Federal JOÃO PEDRO GEBRAN NETO manifestou-se no relatório da
seguinte forma:
É o relatório.
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vinculação, depois de decorrido o prazo mínimo de 2 (dois) anos, contados a
partir da aquisição inicial pelo primeiro proprietário (destaquei).
Nesse aspecto, vale frisar que nem a Lei nº 10.826/00, nem o Decreto
nº 3.665/2000, estabelecem um prazo mínimo para a transferência de titularidade
de armas de uso esportivo.
Juiz Federal
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Já no Mandado de Segurança impetrado na Segunda Vara
Federal, a Juíza Federal GISELE LEMKE decidiu em Sentença da seguinte forma:
SENTENÇA
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os casos omissos que venham a surgir e que não dependam de apreciação do
Comandante do Exército.
Nesse aspecto, vale frisar que nem a Lei nº 10.826/00, nem o Decreto
nº 3.665/2000, estabelecem um prazo mínimo para a transferência de titularidade
de armas de uso esportivo.'
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autoridade coatora, que expediu Certificado de Registro de Arma de Fogo e da
Guia de Tráfego de Arma em favor do impetrante (Evento 01 - CERT7).
Sem honorários.
Gisele Lemke
Juíza Federal
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conduzidos de forma atabalhoada, sem critérios e totalmente contrário ao insculpido na lei
Lei nº 12.016, de 7 de agosto de 2009.
III – DA IMPROBIDADE
ADMINISTRATIVA E A ATUAÇÃO DO MINISTÉRIO
PÚBLICO
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A partir de considerações sobre a lei 8.429, de 2 de junho de
1992 e por todos os meios que a Constituição Federal de 1988 atribuiu às funções do
Ministério Público, entendemos que foi dada a este órgão, uma destinação constitucional de
agente legítimo para agir em nome dos interesses da sociedade civil organizada.
III – DA IMPROBIDADE
ADMINISTRATIVA
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indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e
gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.
conforme ensina Hely Lopes Meirelles2, o administrador “não terá que decidir somente
entre o legal e o ilegal, o justo e o injusto, o conveniente e o inconveniente, o oportuno e o
inoportuno, mas também entre o honesto e o desonesto”.
2
MEIRELLES, Hely Lopes, DIREITO ADMINISTRATIVO BRASILEIRO, 22ª ed.,
Malheiros Editores, São Paulo, 1997. pág. 83.
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A conduta do Comando da 5ª RM - 5ª DE deixou violada, em
sua integralidade, a ordem administrativa e, por conseguinte, a probidade na
administração pública.
IV – DA QUEBRA DO PRINCIPIO DA
LEGALIDADE
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
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Destes apontamentos, concluí-se que a expressão “lei” possui
dois sentidos, um em sentido amplo e outro em sentido formal.
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brasileiro ou estrangeiro pode ser compelido a fazer, a deixar de fazer ou a tolerar que se
faça alguma coisa senão em virtude de lei.
a)
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o provimento da presente denuncia juntamente com os
documentos que a instruem, para averiguação de atos de improbidade administrativa
em face do Comando do Exército da 5ª RM - 5ª DE.
b)
seja instaurada investigação para configurar Ato de
Improbidade Administrativa praticado pelo Comando do Exército da 5ª RM - 5ª DE e
da Chefia do SFPC/5, sendo os mesmos funcionários públicos; se configurado o ato,
sejam os mesmos punidos conforme os rigores da lei específica;
e)
caso confirmada esta denúncia de improbidade
administrativa, que sejam tomadas as medidas cabíveis conforme o insculpido no § 4º
do art. 37 da Constituição Federal de 1988;
Nestes Termos
Pede e espera deferimento
Chapecó, 22 de dezembro de 2010.
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