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Quando os abri estava numa carruagem, vestida com uma roupa estranhamente medieval.
Virei-me e vi uma menina, menina nada! Uma completa donzela! Aparentava 14 anos apenas
pela altura. Tinha cabelos castanhos doirados e dormia profundamente.
— Reconheces? — Perguntou uma voz feminina que não me soava nada familiar.
Passou ao meu lado um rapaz, mais alto do que eu, com barba arruivada e o rosto repleto de
sardas.
A portinhola estalou, assustei-me, a moça acordou e o primeiro que vi foram uns lindos olhos
verdes-esmeraldas, assim como os meus, quando lhes batem o sol.
Espera! Onde é que eu já tinha visto isto? Onde é que eu já tinha lido isto?
Soltei uma gargalhada pela cara de espanto do homem quando se apercebeu que a esposa era
da altura dele.
Então, corri para fora da carruagem, vendo o que nunca tinha visto antes, era uma multidão!
Havia quem cantasse, quem bailasse e até mães com filhos ao colo à espera de um beijo ou um
afago…
Até meninas pequeninhas oferecendo flores à mais nova rainha de Portugal, rodopiando como
exímias bailarinas.
O rei sorria vaidoso por ter uma moça tão bonita só para ele.
E eu chorava de alegria. Não me interessava que ninguém me visse, tinha respirado o mesmo
ar que ela, tinha presenciado uns dos momentos mais emocionantes para ela e isso tornou-se
demasiado emocionante para mim.
— Não faço ideia de quem sejas, ou de onde vieste, obrigada por me trazeres aqui.
Apenas sorri. E comigo levei uma recordação agridoce, misto de assombro, excentricidade,
singularidade…
Tânia, 8º A