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1 INTRODUÇÃO
Comumente considera-se que o escoamento é laminar para ~0<Re<2000 e turbulento para Re>
4000, onde Re= número de Reynolds= VD/ , onde é a massa específica do fluido, V é a
velocidade média na seção transversal do duto, D é o diâmetro hidráulico e é a viscosidade
dinâmica do fluido. Apesar desta consideração simplificada ser utilizável na maior parte das
situações, sabe-se que já se conseguiu escoamento laminar com Re> 100.000, e sabe-se que o
Re da transição é determinado em grande parte pelas condições na entrada do duto (entrada em
canto vivo produz transição a partir de Re= 2000, enquanto entradas arredondadas e suaves
podem produzir transição a partir de Re=10.000); o comprimento da tubulação também tem um
papel importante no fenômeno da transição, assim como perturbações externas.
2 FUNDAMENTOS TEÓRICOS
Aplicando-se Bernoulli entre as secções 1 e 4 (entre dois piezômetros, por exemplo) do duto de
vidro que será estudado tem-se:
H 1 H 4 h f (perda de carga distribuída)
sendo
P1 V12
H1 z1 1
2g
P4 V42
H4 z4 4
2g
Como o escoamento está em regime permanente, com fluido incompressível e o duto é prismático, segue que
a vazão é constante e portanto as velocidades médias nas seções são iguais, resultando :
P1 P4
Assim : h f (nesta experiência determina - se h f graficamente, através da L.P. média)
Segundo a fórmula universal para perda de carga de Darcy Weisbach tem - se outra maneira para
calcular a perda de carga distribuída :
L V2
hf f
D 2g
No caso de regime laminar tem - se :
f C.Re A
e demonstra - se que C 64 e que A -1 (valores teóricos)
portanto
C L
hf V
D 2 2g
Pode-se concluir então, que no escoamento laminar a perda de carga distribuída varia linearmente
com a velocidade.
3 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL]
a) reservatório de água
b) tubulação de vidro com diâmetro conhecido
c) quatro piezômetros graduados colocados espaçadamente ao longo do duto de vidro
d) capilar para injeção de tinta no centro da tubulação
e) reservatório de tinta
f) válvula reguladora de vazão
g) proveta
h) régua
a) medir a distância entre os tubos piezométricos para calcular a perda de carga distribuída no
trecho.
b) Estabelecer escoamento no duto, abrindo a válvula reguladora, estabelecer escoamento de
tinta pelo capilar. Regular a vazão até conseguir escoamento laminar, visualizado como um
filete de tinta estável no centro do tubo de vidro.
c) Efetuar a leitura dos quatro piezômetros.
d) Calcular a vazão correspondente cronometrando o tempo de enchimento da proveta.
e) Repetir os itens b , c e d para, no mínimo, mais 5 valores de vazão diferentes no
escoamento laminar.
f) Aumentar a vazão até o início da transição, onde será observada uma perturbação, ( puff )
no filete central de tinta, trafegando rapidamente e interrompendo a linha de tinta. Repetir o
procedimento para calcular a vazão, e para apenas uma vazão.
g) Aumentar a vazão até que o escoamento seja totalmente turbulento, visualizado como se
todo o filete de tinta ocupasse desordenadamente o interior do tubo de vidro. Repetir o
procedimento para calcular a vazão, e para apenas uma vazão.
4 QUESTÕES PROPOSTAS
a) traçar para cada vazão do escoamento laminar a linha piezométrica (LP= P/ + z) e a linha
de energia (LE= V2/2g + P/ + z) em escala conveniente e indicando a perda de carga
distribuída. Trace LP e LE no mesmo gráfico para cada vazão.
b) Traçar o gráfico da função hf = hf (Q) e justificar o comportamento da curva. (Justificar
analiticamente). Só para escoamento laminar.
c) Traçar o gráfico da função f = (R) em papel bilogarítmico, (onde f é o coeficiente de perda
de carga distribuída), novamente somente para os dados referentes ao escoamento
APOSTILA MECÂNICA DOS FLUIDOS (atualização 21/04/2003) 5
laminar. Considerando que a equação é do tipo log f = log C + A log R, determinar os
valores das constantes A e C. Comparar com os valores teóricos esperados.
d) Descrever dois casos práticos em que ocorre o regime laminar.
e) Calcule o número de Reynolds em que foi visualizada a transição. Comente.
f) Calcule o número de Reynolds em que foi visto que o escoamento já era totalmente
turbulento.Comente
g) Traçar o diagrama de velocidades correspondente à instalação do laboratório para número
de Reynolds igual a 800 e calcular a velocidade máxima.
5 BIBLIOGRAFIA