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DA ORDEM MARTINISTA
por
- 1896 -
Primeira Edição
por
O segredo do presente documento é deixado à lealdade e à honra de quem com ele é honrado.
Nós cordialmente e fraternalmente recomendamos o “Ritual da Ordem Martinista” por Dr. Edouard
Blitz, Delegado Geral do Supremo Conselho da Ordem Martinista para os Estados Unidos da
América, em favor dos Irmãos da Instituição Martinista onde quer que estejam dispersados.
A supressão dos 3 primeiros graus transformaram a iniciação, a qual foi reduzida aos 3 graus
essenciais e aos graus adicionais de aplicação. Assim foi estabelecida a ordem dos S I.
TABELA COMPARATIVA DOS PRINCIPAIS RITOS
(Total ou parcialmente derivados do Rito
dos Elus Cohen (1766-1780))
MASONERIA MENOR
Aprendiz Aprendiz Aprendiz
Verdadeiro Maçom Companheiro Companheiro Companheiro
Mestre Mestre Mestre
V.M. no Caminho Corr. Mestre Perfeito
Eleito Eleito
Arquiteto
Escocês Sublime Escocês
Sublime Escocês Cav.'. Da Espada
Cav.'. De Oriente Cav.'. Do Oriente
Cav.'. Chave Dourada
MAÇONARIA MAIOR
Pr.'. Jerusalem
Cav.'. Arco-iris Rosa+Cruz
Irmão Azul I. Cap. R+C (Simbólico)
Cav.'. Do Templo II. Cap. R+C (Histórico)
Filósofo Incógnito
Cav.'. Argonauta III. Cap. R+C (Filosófico)
Irmão Vermelho Filósofo Sublime
Cav.'. Velocino Dourado Iniciado IV. Cap. R+C (Ocultista)
Filaleto
TABELA DAS TRANSFORMAÇÕES
DO RITO MARTINISTA (1750-1887)
SEGUNDO TEMPLO
Grado V
Cav.'. Kadosch
Cav.'. Comendador
Grado VI
Grado VII
TRABALHOS DE SAINT-MARTIN
REGRAS GERAIS
Título: Esta organização é conhecida como Ordem Martinista.
Qualidade do Membro: A pessoa de qualquer condição e de qualquer religião pode ser admitida na
Ordem (Art. IV dos Estatutos dos Filósofos Incógnitos). A Ordem, estando embasada na doutrina
da Cabala a qual proclama a perfeita igualdade entre homem e mulher, admite as mulheres como
membros sob certas restrições. Não podem ser admitidos à iniciação: escravos, menores de idade, e
mulheres solteiras menores de 25 anos; exceto por dispensa escrita do Presidente do Supremo
Conselho.
Governo: O governo da Ordem se deve a 3 corpos, chamados respectivamente, por ordem
hierárquica: Supremo Conselho, Grande Conselho e Loja.
A) Supremo Conselho: A autoridade do Supremo Conselho reside em Paris (França), e é absoluta.
B) Grande Conselho: A autoridade do Grande Conselho está confiada a departamentos ou mesas, e
serve para regular: Delegados Gerais, Inspetores Principais, Inspetores Delegados, os quais são os
dirigentes em suas jurisdições, exceto no que concerne às coisas que estejam sob a autoridade do
Supremo Conselho.
C) Loja: A autoridade de uma Loja está determinada e limitada pelo Supremo Conselho ou pela
Dispensa do Grande Conselho, dispensa chamada Carta do Supremo Conselho. Uma Loja
Martinista não é regular se esta Carta ou Dispensa não está exposta no local de tal Loja.
OFICIAIS
Os Oficiais de uma Loja são os seguintes:
Conselho: O Filósofo Incógnito, o Irmão Incógnito, o Irmão Iniciado, o Irmão Associado.
Comitê de Examinadores: Orador, Experto*, Primeiro Introdutor*, Segundo Introdutor*.
Administação: Mestres dos Selos*, Tesoureiro, Secretário.
Ordem: 1º Mestre de Cerimônias, 2º Mestre de Cerimônias, Guardião, Marechal*.
Casa: 1º Economista*, 2º Economista*.
Capela: Organista, Coro.
Filósofo Incógnito
Irmão Incógnito
Irmão Iniciado
Irmão Associado
Orador
Experto
Primeiro Introdutor
Segundo Introdutor
Arquivista
Mestre de Selos
Tesoureiro
Secretário
Primeiro Mestre de Cerimônias
Segundo Mestre de Cerimônias
Guardião
Marechal
Primeiro Economista
Segundo Economista
Organista
As túnicas são vermelhas para a Mesa Diretora, os quais são o Orador, o Mestre de Selos, o
Tesoureiro, o Secretário, o Experto, Primeiro e Segundo Introdutores, e o Arquivista; a túnica
levará a orla dourada para os primeiros 4 Oficiais, e prateada ou branca para os outros quatro. Eles
usarão touca de seda vermelha com o Pentagrama dourado, e colar branco de seda ou veludo, com
os seguintes emblemas suspensos neles:
As túnicas serão pretas para o Mestres de Cerimônias, Economistas e Guardião, com cordão
dourado para os Mestres de Cerimônias, prateado ou branco para os Economistas e preto para o
Guardião. Eles vestirão uma touca preta de seda com um Pentagrama dourado, e um colar branco
com os seguintes emblemas suspensos neles:
O Marechal vestirá o “gibão” preto do século XVI e levará um cetro ou uma bengala longa e
pesada ou uma alabarda. Sua insígnia é uma corrente metálica posta como um colar.
As túnicas dos Membros serão pretas, com um cordão preto. A touca de seda preta com um
Pentagrama prateado bordado sobre ela; com exceção dos Associados, os quais vestirão a Cruz de
Malta.
Os S.I. vestirão uma estola branca do ombro direito ao lado esquerdo, com as letras S. I.
entre seis pontos dispostos em dois triângulos opostos, da maneira seguinte:
Os Iniciados vestirão uma estola vermelha do ombro direito ao lado esquerdo, e os Associados
vestirão uma estola vermelha do ombro esquerdo ao lado direito.
Todos os Oficiais e Membros usarão a Máscara de seda preta, exceto o Marechal.
UTENSÍLIOS
O Filósofo Incógnito usará um bastão curto de metal branco tendo em cada extremo um cristal
oblongo ou pirâmide de vidro em forma de uma lança.
O Irmão Incógnito usará um bastão similar, porém terminado como tridente ou forquilha, formado
por três pontas triangulares oblongas descansando numa barra transversal.
A decoração de uma Loja deverá incluir os símbolos essenciais da Ordem, aos quais o Conselho da
Loja poderá adicionar algum.
Nota: Como uma questão de cortesia, os maçons que sejam Soberano Grande Inspetor Geral (Grau
33º do Rito Escocês Antigo e Aceito) ou Grandes Mestres (do Rito York), será permitido que
visitem (vestidos formal e apropriadamente) os trabalhos da Câmara Filosófica da Loja Martinista,
quando esteja em sessão. Serão recebidos com as honras relativas aos Filósofos Incógnitos.
EXAMES
Quando um estranho se apresenta a entrada da Loja, sem que o Filósofo Incógnito haja sido
notificado de tal visita, será examinado minuciosamente pelo Experto e os dois Introdutores. Deverá
trazer consigo seu Diploma com a firma do Delegado Geral, sua túnica e sua máscara e conhecer as
palavras de reconhecimento da Ordem.
PALAVRAS DE PASSE
A cada seis meses o Supremo Conselho dará aos Presidentes dos Quadros e aos Delegados as
palavras de passe, tratando de assegurar com ele o bom funcionamento da Ordem.
(Estas palavras deverão ser perguntadas a todos aqueles que se apresentam aos trabalhos, e não
serão comunicadas fora da Loja).
Nota: Cada Quadro pode ter sua palavra de passe local, da qual estarão excluídos os martinistas no
afiliados.
CASTIGOS
Honras
O Supremo Conselho dará a seus membros e Oficiais do quadro, a quem desejem distinguir por sua
devoção a Ordem, as distinções seguintes:
1.Diplomas de Honra pessoais.
2.Medalhas, com menção especial enviada a todos os Quadros da Ordem.
3.Medalhas distintivas, com menção especial enviada a todos os Quadros da Ordem.
Emendas
O Supremo Conselho da França e o Grande Conselho do país são livres para fazer modificações nas
presentes Regras, conforme o considerem necessário. Os Presidentes dos Quadros serão informados
regularmente de qualquer adição ou modificação aos presentes Estatutos.
PRIMEIRA CÂMARA DE INSTRUÇÃO
(FILOSÓFICA)
NOTA: A Loja Martinista não pode abrir seus trabalhos senão até que estejam presentes pelo menos
7 membros; não se pode deliberar nenhum trabalho antes que o Filósofo Incógnito esteja em seu
trono.
Todos os trabalhos, exceto o outorgamento de graus e as leituras especiais, tem lugar nesta Câmara
Filosófica.
(Os Irmãos estarão reunidos previamente na antesala deste quarto).
ABERTURA
Filósofo Incógnito: (X)(Dá um golpe, e diz): Meus Irmãos, por que estamos reunidos?
Irmão Incógnito: Para deliberar na busca das operações da Natureza, Mui Sábio Mestre.
Filósofo Incógnito: Se tal é nossa intenção, vamos a realizá-lo lhe à Câmara de Instrução. Irmão
Guardião, aproxima-te e dá a palavra semestral. (Se executa a ordem). Vamos a ir além do Quarto
de Instrução e revisar a palavra de passe dos Irmãos enquanto vão entrando. Irmão Segundo Mestre
de Cerimônias, chamai aos irmãos a ordem e guiai-os a dito quarto.
Segundo Mestre de Cerimônias: Atenção meus irmãos, entrem.
(Todos os Irmãos formam uma só linha. O Segundo Mestre de Cerimônias os guia; cada um dá em
voz baixa a palavra de passe semestral ao Guardião, que está fora da porta, a direita dos Irmãos.
Todos os Oficiantes, exceto o Segundo Mestre de Cerimônias e o Marechal permanecem no
recebedor. Todos os Irmãos são dirigidos aos seus postos respectivos e permanecem alí. Todos
portarão seus distintivos e suas máscaras. Quando tudo esteja em ordem, serão anunciados os
Oficiais por 3 golpes dados pelo Marechal. Todos os irmãos giram a ponta de suas espadas de cima
para baixo. Os Oficiais, recebidos pelo Marechal, entram na Câmara na seguinte ordem: O
Marechal, o Primeiro Mestre de Cerimônias, o Primeiro e Segundo Introdutor juntos, o Mestre de
Selos, o Segundo e Terceiro Assessores juntos, o Primeiro Assessor sozinho, e o Filósofo Incógnito,
o qual é seguido pelos Economistas juntos; a procissão é encerrada pelo Experto. Ao Oriente
tomarão assento: o Primeiro Mestre de Cerimônias, o Orador, o Tesoureiro, o Secretário, o Mestre
de Selos, e o Filósofo Incógnito; o Presidente toma assento primeiro. O resto da procissão chega ao
Sul, ao Oeste e ao Norte, e se sentam até que os Oficiais ocupem seus respectivos postos).
Filósofo Incógnito: (X) (Dá um golpe e todos os membros da Loja tomam assento, depois disto,
diz): Irmão Incógnito, estamos protegidos adequadamente contra a curiosidade dos profanos?
Irmão Incógnito: (X) (Dá um golpe e diz): Irmão Experto, limpe o acesso a Câmara Filosófica,
que o Guardião cuide da Loja por que vai ser aberta no Primeiro Grau, e peça a palavra de passe a
todos os irmãos.
(X-X-X-X-X) (O Experto da cinco golpes, os Introdutores se aproximam do posto do Experto, e os
três fazem o percurso por toda a Loja pedindo a palavra do Primeiro Grau).
Experto: Os aredores do quarto estão desertos, tudo está em silêncio, o Guardião está em seu posto,
e todos os presentes são Martinistas e tem a palavra.
Irmão Incógnito: Dá-me a palavra de passe (Se executa a ordem. X, dá um golpe, os Oficiais
tomam assento em seus postos, e diz): Mui Sábio Mestre, estamos protegidos adequadamente.
Irmão Incógnito: Porque sua meta, que tenta cumprir, é o uso constante de suas faculdades
intelectuais, exceto durante alguns momentos de descanso do corpo, que necessita por sua
debilidade de natureza física.
Filósofo Incógnito: E quando tem lugar estes momentos de descanso do corpo que nossas tradições
concedem ao martinista?
Irmão Incógnito: Quando o sol, demonstração visível do centro invisível de toda vida e de toda
luz, derrama sobre todas as criaturas sua influência tonificante.
Irmão Incógnito: Durante as horas de escuridão física, no silêncio profundo da meditação, quando
a iluminação (discernida no centro da natureza) descobre a fonte de toda natureza e de toda verdade,
e unidos em espírito com os agentes virtuosos da Pessoa.
Filósofo Incógnito: Que horas são? (Doze golpes são dados lentamente num gongo ressonante)
Irmão Incógnito: É meia-noite para os profanos, mas o sol intelectual apenas nasce nesta
assembléia. (Neste ponto o fogo do centro é acendido).
Filósofo Incógnito: (XXX) (Os Irmãos se levantam) Meus Irmãos, unidos em corpo, nos unamos
em alma e em espírito, invoquemos a influência do invisível, para que a luz visivel deslumbre
nossos olhos.
(Os irmãos, exceto o Conselho, formam ao redor do Pantáculo central um triângulo com a ponto
para o Oriente, joelhos e mãos unidas, cada um dando a seu irmão da direita a mão esquerda e ao
da esquerda sua mão direita, os braços direitos por cima e a cabeça inclinada. Soa música
suavemente).
(Silêncio)
Filósofo Incógnito: (X-X-X) (Dá 3 golpes lentamente).
Filósofo Incógnito: Irmãos, em nome do Supremo Conselho da Ordem Martinista, declaro aberto
os trabalhos da Loja (nome e número). Juntos, irmãos, pelo Sígno, a Batería e a Aclamação. (Se
executa a ordem).
Irmão Segundo Mestre de Cerimônias, avisa o Guardião (Se executa a ordem).
ORDEM DOS TRABALHOS
Esta ordem de trabalhos deve ser estritamente mensal, e todos os comunicados deverão estar
controlados:
A ordem dos trabalhos das Oficinas semanais (ou quinzenais), será o seguinte:
NOTAS:
1.Em todas as moções e debates deverão ser observadas as regras parlamentarias, tanto como
estipula a Constituição Geral do Supremo Conselho e os usos tradicionais.
2.A Loja não admitirá a nenhum Visitante a suas Oficinas regulares durante a execução dos
trabalhos
FECHAMENTO
Irmão Incógnito: Oh Deus feito homem! Oh IEOSCHUA, seja nosso guia! Oh crucificado no sol
invisível! Atende com suas emanações vivificantes nossa Obra de Luz e Redenção.
Filósofo Incógnito: Comigo irmãos, pelo sígno (1), a Bateria (5), e a Aclamação (6).
(O Segundo Mestre de Cerimônias se levantade de seu lugar e se dirige para o Oriente, passando
pelo Sul. Cada irmão se une ao cortejo ao momento que este passa por seu lugar. Os Oficiais
permanecem em seu posto até que os irmãos estejam na porta do Laboratório e se formam na
mesma ordem que antes. Em cada percorrida, o Mestre de Cerimônias encerra a marcha. Todos
saem pela porta do local. O guardião é relevado de seu posto. Todos retiram suas insígnias, e se
retiram em silêncio).
ASSOCIADO (A:::)
CERIMÔNIA DE INICIAÇÃO
Todos as pedidos de Iniciação deverão ser dirigidas a direção postal particular do Filósofo
Incógnito e deverá estar firmada pelo candidato e por dois membros da Loja. Estas solicitações
serão lidas na reunião regular mensal tendo os nomes dos candidatos, os quais serão secretos em
poder do Comitê de Investigação (composto de 3 membros), o qual estará obrigado a render o
seguinte informe:
« Nós prometemos por nossa palavra de honra, a qual é sagrada, não revelar os nomes dos
solicitantes, na moralidade da qual é nossa missão proteger ».
Os nome e as direções dos candidatos serão dados ao Comitê em envelopes fechados. Tendo este, o
Comitê deverá fazer uma investigação dos membros e dar mensalmente um informe detalhado e
completo deles. Se forem aprovados os pedidos, os demandantes são avisados pelos assinantes de
seus pedidos, os quais serão chamados previamente e introduzidos a Loja. [Depois de que todos os
requisitos estejam cobertos e os demandantes presentes na Loja, se iniciará a cerimônia].
Filósofo Incógnito: (X) (Dá um golpe, e diz): Irmão Segundo Mestre de Cerimônias, verifique se
há algum candidato a espera de receber a Luz.
(O Segundo Mestre de Cerimônias abandona o salão, e ao regressar da 2 toques a porta. Ao seu
regresso à Loja, por meio da sala e ante o Pentáclo faz o signo, e dirigindo-se ante ao trono, diz):
Segundo Mestre de Cerimônias: Mui Sábio Mestre, há um candidato para receber a Luz.
Segundo Mestre de Cerimônias: Sua presença aqui em companhia de 2 Honrados Irmãos desta
Loja e a promessa que trago aqui.
Filósofo Incógnito: (X) (Dá um golpe, e diz): Irmão Primeiro Mestre de Cerimônias, dá-me esta
promessa.
(Depois que está ordem é executada, o mesmo Filósofo Incógnito a lê, dizendo):
OBRIGAÇÃO
« Eu (nome do candidato), prometo solenemente e juro para sempre não revelar o nome de meu
Iniciador, os segredos, as cerimônias e rituais, símbolos, palavras sagradas, sígnos e segredos ou
mistérios da Ordem Martinista a ninguém a quem não seja reconhecido por mim como membro da
Ordem, depois de um exame atento de seu Diploma. Prometo e juro executar as ordens desta Loja
ou daquelas as quais pertença consecutivamente, assim como as ordens do Grande Conselho
regional ou do Supremo Conselho Central, e obedecer as ordens de seus Delegados. Além do mais,
prometo e juro observar os ensinamentos do Martinismo esforçando-me para o benefício da maior
Glória de Deus e de meus congêneres. Para a fiel observância desta obrigação, entrego minha
palavra de honra, a qual é sagrada, e coloco voluntariamente minha firma (Ne varietur) para selar
este compromisso ».
Firma
Testemunhas
Irmão: (Firma)
Irmão: (Firma)
Guardião: (Firma)
Loja: (Nome e número)
Data: Dia/mês/ano
Filósofo Incógnito: Irmãos, ouviram a promessa deste Homem de Desejo que foi devidamente
selecionado; não obstante, se alguém tem alguma objeção para não realizar sua iniciação, é o tempo
de apresentá-la e dizê-la. Irmão Orador, qual é tua conclusão?
Irmão Orador: Mui Sábio Mestre, eu concluo que deve ser recebido.
Filósofo Incógnito: Irmão Segundo Mestre de Cerimônias, por favor, informe ao candidato que vai
ser recebido de acordo com os rituais e costumes de nossa venerável Ordem, e convidá-o aquí para
submeter-se a esta cerimônia.
(A ordem é executada. Ao seu regresso a Loja, o Segundo Mestre de Cerimônias vai ao centro do
quarto ante o Pentaclo, depois se dirige ao trono, e diz):
Segundo Mestre de Cerimônias: Mui Sábio Mestre, sua ordem já foi executada.
Filósofo Incógnito: (X) (Dá um golpe; o Segundo Mestre de Cerimônias toma seu logar)
(X) (Dá outro golpe, e diz): « Irmão Experto, retira-te ao Laboratório com os Irmãos Introdutores e
preparem o Candidato ».
(A ordem é executada).
« Irmãos, coloquem as vestimentas e distintivos de nossa Ordem para receber a este candidato na
Luz ».
Recepção: Se coloca o candidato na porta da Loja, a qual está envolta na escuridão total. Nada se
escuta no interior. Na Loja se observa o maior silêncio. Depois de alguns intantes, o candidato é
forçado a golpear forte e por bom tempo, quando pronto, e antes que isto suceda pela terceira vez, a
porta se agita e se abre de golpe; 4 pessoas avançam lentamente e fazem 6 vezes uma viagem ao
centro do local. Na terceira torre se inicia o seguinte diálogo:
Irmão Associdado: O Oriente emana Glória. O sol aparece. O véu do mundo começa a levantar-se.
A verdade está por aparecer.
Filósofo Incógnito: Irmão Iniciado, o sol rasgará as trevas para este profano? Nos negará o calor e
a vida aos ignorantes? Nos negará a distribuição de sua influência benéfica na escuridão?
Irmão Iniciado: O Sol, que é a demonstração visível do centro invisível de toda vida e toda luz,
não nega a ninguém sua influência astral, e todo o criado recebe um raio de sua divina substância.
Filósofo Incógnito: Irmão Incógnito, por que a verdade não pode ser demonstrada? Por que nos
negaríamos em participar da influência do Homem de Desejo?
O Sol Aparece! Assim como se desvanecem as sombras da noite, assim se separam os véus que
cobrem a Divina verdade.
(X-X-X) (O Filósofo Incógnito dá 3 golpes pausadamente)
Irmão Associado: « No princípio, Deus criou o céu, e a terra estava sem forma e vazia ».
(A procissão avança, e ao chegar em frente ao Irmão Iniciado, se detém pela segunda vez, e este
diz:)
Irmão Iniciado: « Tais foram as origens dos céus e da terra, quando foram criados, até o dia em
que o Deus eterno fez a terra e os céus, e todas as ervas do campo, antes de que fossem criados.
Porque o Deus eterno não havía feito chover sobre a terra, porém uma neblina rosa (nesse momento
derrama água na mão direita do Candidato, ou põe sobre seu braço um recipiente contendo água)
molhava toda a superfície da terra ».
(As 4 pessoas avançam até o Irmão Incógnito, o qual diz):
Irmão Incógnito: « E o Deus eterno formou o homem do pó da terra, e soprou em seu nariz o
alento de vida; e o homem foi feito uma alma vivente.
(O Irmão Incógnito desce desde seu assento e tomando o candidato pelo braço direito, se encaminha
lentamente para o Oriente e para o centro do Pantaculo, e diz): « E o Deus eterno plantou um
jardim no Édem, no lado oriental, e nele colocou o homem que havia formado ».
(O Irmão Incógnito regressa a seu assento no ocidente, depois dá um golpe. O Experto e os
Iniciadores se detém atrás do candidato)
Filósofo Incógnito: Nenhuma origem é superior a do homem, porque é o mais antigo de todas as
coisas da Natureza. Ele existiu por muito tempo antes da aparição do primeiro Germe, ainda que
tomou lugar na terra muito tempo depois. Porém quando se elevou muito alto acima de todas as
coisas viventes, separou sua origem de um pai e uma mãe, apesar que o homem descendeu
diretamente do alento divino. As funções dessas criaturas foram inferiores a ele. A tarefa do homem
divino foi lutar pelas razões de sua Desordem para estabelecer sobre as ruínas a Unidade sublime da
Paz; contudo, o dever destas coisas inferiores era obedecer ao homem.
Porém, igual a esses esforços, com os poderes instáveis pode ser muito perigoso para o homem
celestial, que esteve protegido por uma armadura impenetrável (neste ponto o Candidato é vestido
com um saco aberto, o qual deixa-lhe livres a cabeça e os pés; é atado para que se detenha e não
seja grande) o qual pode ser usado de diferentes maneiras, e para a qual foi comissionado para fazer
multiplas cópias conforme o original.
Além do mais, também recebeu uma lança feita da união de 4 metáis numa liga perfeita, que desde
a origem do mundo ninguém foi capaz de separar em seus elementos (alguém ajuda ao Candidato
para que segure, apesar do saco que tem, uma lança pequena ou uma espada flamígera ou algo
que represente a lança). Esta lança pode iluminar-se ela mesmo como o fogo; porém foi
desembaraçada e, com nada que a penetrou, agil, suavemente golpeia nos 2 quartos ao mesmo
tempo.
Estas vantagens, adicionais a outras numerosas, devolveram ao homem o poder e a grandeza.
É neste lugar de delícias, morada da felicidade do homem e trono de sua glória, que foi sempre feliz
e invensível: porque havendo recebido a ordem de ocupar o centro dele, foi capaz de observar na
segurança tudo o que ocorría ao redor dele, e de « olhar » todas as astúcias e movimentos de seus
adversários, sem que nunca fosse descoberto.
Ocupado o lugar que Deus o havia assinalado há muito tempo, o homem conservou sua
superioridade natural gozando de uma paz e uma felicidade incomprensível aos homens de nossa
condição presente.
(Silencio. O candidato é retirado suavemente do centro e conduzido fora do Pantáculo).
« Porém apenas deixou o centro, onde as forças estavam perfeitamente equilibradas, e
imediatamente deixou de ser o amo, outro agente foi enviado para ocupar seu lugar, e o homem caiu
no turbilhão da força fatal ».
(Neste ponto, os Irmãos se levantam em confusão fora de seus lugares, imitando todo tipo de
ruídos, gritando, chorando, golpeando com as lâminas de suas espadas como silumando uma luta;
o orgão toca notas muito graves. Alguém simula um ruido do trovão por meio de pedras que rodam
dentro de uma caixa. O que o conduz gira rapidamente ao Candidato [Ver o Diagrama da Página
9A] e o detém ao pé do trono do Filósofo Incógnito, o qual continúa com o discurso dizendo):
« Então o homem, tendo sido despojado ignominiosamente de seus direitos, foi lançado a região de
seus pais e mães, onde desde então permanece pobre e vencido, no sofrimento e tribulação,
confundido com as coisas inferiores da natureza, e constantemente presa dos vícios mais abjetos e
das mais baixas paixões ».
(Aqui, um dos presentes remove a venda que mantinha coberto os olhos do candidato, o qual vê ao
redor dele e entre chamas roxas e verdes, aos Irmãos ameaçando-lhe com suas espadas; alguns
tem postas máscaras horrendas, porém não ridículas; todos prontos para atacar ao Candidato.
Depois de alguns instantes, a venda é posta novamente sobre seus olhos, e o Filósofo Incógnito,
diz):
« Possivelmente seja mui duro imaginar uma condição mais patética e triste que a infelicidade
humana, ao tempo de sua queda. Não somente perdeu esta lança invencível, que não pode resistir a
força, senão que também esta maravilhosa armadura que o protege se desvaneceu (alguém retira o
saco que traz o Candidato) e foi substituido por outro que, não sendo impenetrável como o
primeiro, foi para ele uma fonte de danos contínuo, de tal maneira que, tendo sempre como ao
princípio os mesmos inimigos para lutar, foi exposto a seus golpes infinitamente.
Não obstante, apesar de maltratado, o Pai não deixou retirar toda esperança de suas criaturas caídas
e abandonadas inteiramente à furia de seus inimigos. Movido pelo arrependimento e a vergonha do
homem, permitiu que pelos seus esforços controlados o homem pudesse recuperar sua primeira
condição de felicidade, porém somente depois de haver recuperado a posse de sua lança perdida que
lhe havia sido confiada e pela qual o homem havia saido do Centro do Universo ».
(Neste momento o Candidato é colocado de frente ao Ocidente, sua venda é removida e o Neófito
encontra a sua frente: uma alta coluna de fogo saindo do Centro do Pentaculo, e uma imagem
vestida com uma túnica branca (representando um Querubim) o qual tem uma espada que lança
uma chama ou um raio para o Candidato. A venda é recolocada e o candidato girado novamente
para o Oriente. O Filósofo Incógnito continua dizendo):
« Por conseguinte está em busca desta arma incomparável, que está perdida desde a queda do
homem celeste: e seu propósito de cada dia é esta longa e triste busca, porque é da recuperação
deste objeto perdido que depende sua reinstalação no seu lugar correto e com o qual gozará de todas
as prerrogativas e favores das quais está destinado.
Não deve-lhe surpreender que estes recursos numerosos se permitam ao homem apesar de sua
desobediência; é a mão do Pai que o castigou, porém é também o coração do Pai que o vigia, ainda
quando a justiça condena as criaturas caídas a serem desterradas da presença de seu Criador. Do
lugar donde vém o homem está disposto com sabedoria, mesmo que não regresse e mesmo que
continúe pelos mesmos caminhos que percorreu, é certo que o homem recupere todos os seus graus
anteriores que ganhou sobre tudo e dos quais foi despojado, e para encontrá-los novamente é neste
ponto central onde, somente aqui, é capaz de possuir alguma força e de gozar de alguns descanso.
Tal é a história alegórica da origem do homem e de sua degeneração, quando lhe faltou obediência a
lei primitiva, a lei da Unidade, que é a Lei de Deus. Por este drama tratamos de dirigir te a fonte de
todas as debilidades e todas as penas da humanidade, e de indicar te – misteriosamente, o qual é
verdade – como levantar te e defender te delas.
Agora vai regressar ao Laboratório; toma tuas prendas e acompanha ao Experto ao Quarto
Filosófico de Instrução ».
(Todo o quarto está em penumbras, com uma luz no Oriente, e a um lado os 3 archotes que
iluminam: a mesa da qual fala está somente iluminada por uma pequena lâmparina.
O Experto e o Candidato se colocam a entrada da Loja; O Experto dá 7 golpes) (X-X-X-X-X-X-X)
Guardião: O Irmão Experto com um Neófito que havendo sido iniciado, deseja receber a instrução
do Primeiro Grau do Martinismo.
(O Mestre de Cerimônias fecha a janela e reporta).
Segundo Mestre de Cerimônias: Mui Sábio Mestre, o alarme foi feito pelo Irmão Experto que
vem com um Neófito, que foi iniciado e agora busca adquirir novas luzes no Primeiro Grau do
Martinismo.
Filósofo Incógnito: O Neófito declara sob sua palavra de honra que não foi influenciado por uma
curiosidade maldosa, e que somente é guiado por um forte desejo de instruir-se? Se é assim, as
portas do Santuário estão abertas para todos os Homens de Desejo.
Segundo Mestre de Cerimônias: (Abre a porta, e diz): Neófito, quando fizeste teu pedido,
declaraste por tua palavra de honra que não estava influênciado por uma curiosidade maldosa, e que
somente o impulsionava o desejo de intruir-se. O ratificas assim?
Segundo Mestre de Cerimônias: Então entrem. As portas do Santuário estão abertas a todos os
Homens de Desejo.
(O Experto e o Neófito passam ao Quarto de Intrução e são levados pelo o Segundo Mestre de
Cerimônias ante o trono).
Experto: Mui Sábio Irmão Filósofo Incógnito, tenho a honra de apresentá-los a nosso mais recente
Neófito, o qual, havendo sido eleito e iniciado de acordo com nossas regras, busca agora receber a
instrução do Primeiro Grau do Martinismo.
(O Filósofo Incógnito dirige ao Neófito algumas palavras de boas vindas e o convida a meditar
profundamente no significado misterioso da impressionante cerimônia com a qual foi recebido pela
Loja Martinista. Depois da chamar sua atenção acerca do ato (no qual deve deduzir a compração
meticulosa entre as instruções que está a ponte de receber e a cerimônia mística que viveu), o
Filósofo Incógnito conclui fazendo a observação ao Neófito que « o desejo para conhecer não
implica a vontade para adquirir », e que ainda muitos são os chamados, poucos são os escolhidos).
Filósofo Incógnito: (X) (Dá um golpe. O neófito se senta). Irmão Orador, te peço que dê a
instrução ao Neófito.
(Observação: É dever do Orador explicar todos os símbolos da Ordem nos términos adequados ao
grau de instrução de neófito e desenvolver um vocabulário de acordo com o carater do informe do
Comite de Investigação e das qualidades intelectuais do candidato. Não obstante, a conferência
pode incluir a adaptação do simbolismo aos 3 mundos da Cabala: Deus, o Homem, e a Natureza.
O Orador pode enfatizar especialmente em algum tópico preferido pelo Neófito tal como Religião,
Moral, ou Ciência. As instruções seguintes (ainda que não seja necessário dizê-lo), não devem ser
confiadas necessariamente a memória ou apresentadas todas juntas ao neófito. O Orador é livre
para dar um a um cada tópico, ou desenvolvê-los como o julgue conveniente para o maior avanço
do neófito e dos membros da Loja).
DISCURSO DO ORADOR
O SIMBOLISMO MARTINISTA
Não existe um fato físico que não inclua uma verdade intelectual.
Saint-Martin
Olhai estas luzes, dispostas em triângulo e que descansam sobre tecidos de cores diferentes,
vermelho e preto. Eles simbolizam a Unidade emanando da diversidade. Assim como de uma única
luz emanam 3 diferentes luzes, da mesma forma de uma única verdade emanam diferentes fontes e
que em aparência são opostas. Neste símbolo o Iniciado sabe como reconhecer a religião, apesar
dos diferentes cultos em que foi traduzida para o vulgo.
Somente existe uma Religião, assim como somente há uma Verdade, e nos cultos como o
Bramanismo, o Budismo, o Catolicismo, o Judaismo, e o Islamismo, que não podem atribuir-se o
monopólio e a exclusão de outro culto. Assim foi como nasceu a antiga iniciação (os mistérios de
Menfis, Eleusis, ou Mitra).
Todos os sacerdotes dos cultos antigos foram como o Iniciado, que entendeu perfeitamente que
somente existe uma única religião e que as diferentes formas de culto eram somente para traduzir
esta religião aos diferentes povos, de acorcom com seus temperamentos particulares. Como
resultado importante disto, um sacerdote de Deus pode aceitar esta fato e estar honradamente nos
templos de outros deuses, e estar autorizado para oficiar neles. Não obstante, não é necessário
pensar que isto foi devido a doutrina ou a idéia do Politeismo: o Sumo Sacerdote judeu recebeu em
seu templo ao iniciado Alexandre, o Grande, e o convidou ao Santo dos Santos para oferecer um
sacrifício.(Referência: Papus, « O Tarô »).
Nossas disputas religiosas pela supremacia de um culto ou outro pode ter divertido muito a um
antigo iniciado e pode ter feito ele chorar de rir por nossa ignorância e nossa má fé.
A meta maior das Sociedades Secretas é, por meio da inteligência, restabelecer esta união, esta
tolerância entre os membros da família humana.
Maravilha do imenso progresso que possa fazer que a marcha dos povos seja dirigida para a
perfeição, esta comunicação espiritual de sacerdotes de todos os cultos, e poderás entender o
tamanho desta idéia que perseguimos.
Assim como a Fé, a Ciência deve buscar a unidade finalmente procedendo da diversidade científica,
pelo meio da síntese conciliadora (de uma maneira racional) do materialismo e do idealismo.
(O Orador se dirige ao Neófito com temas acerca da ciência, que podem dissertar sobre verdades e
erros das modernas escolas de filosofia).
2 + 6 = 8
HIERARQUIA
Tais devem ser as bases de toda organização real e segura, qual seja social, científica e religiosa.
Adoramos a divindade em suas manifestações hierárquicas na natureza, no homem e neste divino
“Mundo de Mentes que não é firme”.
Acerca do homem, recordemos a mesma hierarquia nas 3 partes que constituem o tronco, a saber: o
estômago, o peito, e a cabeça (os quais dão nascimento respectivamente: o estômago, ao corpo que
renova; o peito, a vida que mantém; a cabeça, ao pensamento que demonstra).
A cabeça e o pensamento, figurado pelas Velas, são graus da Luz; o peito e a vida, figurados pelo
tecido vermelho, são graus da Penumbra; o estômago e o corpo, figurados pelo tecido negro, são
graus de Escuridão.
Na natureza, igualmente como no homem, se recorda esta hierarquia misteriosa em 3 graus, que são
os nomes dos 3 reinos: o Mineral, o Vegetal, e o Animal. O reino mineral corresponde ao corpo do
homem ou ao tecido negro; o reino vegetal, a vida do homem ou ao tecido vermelho; e o reino
animal, ao pensamento do homem ou as velas.
Deus, o homem e a natureza formam as 3 grandes divisões hierárquicas do universo, e cada término
parece estar animado por uma força que é mui particular.
A natureza atua por uma força fatal guada pela sorte, poderíamos dizer se a sorte existe. Esta força
fatal e cega é o Destino, o Deus dos materialistas, simbolizado pelo tecido negro. O homem atua
por uma força semi-fatal e semi-inteligente, de nosso cérebro; por sua vontade, tão poderosa como o
destino, e a qual está simbolizada pelo tecido vermelho. A vontade humana é o Deus do Panteísmo.
Deus atua pela força inteligente, terrível e super-consciente chamada Providência, a qual pode unir-
se a vontade humana, porém somente pelo consentimento livre e absoluto desta vontade (a qual é
um grande mistério que devemos deixar a nossa meditação). Esta Providência é o Deus do Deísmo
puro da impressionante iniciação dos antigos, a qual está simbolizada pelas Velas.
Porém assim como estas 3 velas somente emanam uma única luz, da mesma forma estas 3 forças (o
destino, a vontade humana e a providência) são somente uma e única força universal ocupando o
centro de tudo o que existe. A esta grande força a antiga sabedoria deu o nome de Luz, e é desta luz,
a qual foi criado por Deus “No princípio” quando a terra estava sem forma e vazia, da qual
procedeu a luz física do sol.
É em consideração perfeita das analogias e na identidade dessas 3 grandes forças no qual deve estar
embasado a reconciliação dos 3 graus escolares da moderna Filosofia: o Ateísmo, o Panteísmo, e o
Deísmo, em uma associação grande e forte para o triunfo da verdade científica e religiosa: com a
proclamação de uma única Lei, de um só Força, de uma só Luz, e de um só Deus.
Finalmente as 3 velas, archotes reais da Ciência Universal, simbolizam, igualmente as 3 grandes
colunas da Cabala nas quais descansam o universo intelectual e físico: a Sabedoria, a Força e a
Beleza.
Nas escolas gnósticas, com as quais o Martinismo está intimamente conectado, a Beleza (da qual a
inicial hebraica é G : Gomer) é a força moral, a força de vontade, a qual é o dispensador da Vida e
da Morte, da bondade e da maldade, ou noutros termos, do Poder social. A Força (da qual sua
inicial em hebraico é O : Oz), é o material, a força dinâmica ou numérica. A Sabedoria (da qual sua
inicial em hebraico é D : Dabar), é a força espiritual manifestada pela ciência filosófica e religiosa.
Estas iniciais (G.O.D.) te recordam que é a associação da Sabedoria (ou religião e ciência psíquica),
da Força (ou filosofia natural), e da Beleza (ou moral e política) que os Martinistas chegaram ao
entendimento do grande princípio único, o Absoluto, o qual está representado pela ponta de um
instrumento pontiagudo e o qual em nossos mistérios está composto cabalisticamente pela iniciais:
Gomer, Oz e Dabar, que significam Sabedoria, Força e Beleza. (G-O-D).
As aplicações destes princípios sensíveis que te foram expostos, são infinitos. Porém tu deverás
desenvolvê-los por ti mesmo, tão pronto como descubras o caminho que deves seguir. Medita com
todo teu coração sobre os símbolo das 3 Luzes e de sua misteriosa disposição, e a Providência te
abençoará.
Nós representamos este símbolo das Luminárias por meio de hieróglifos e números.
O grande ensinamento da lei da unidade na Trindade está representada nas Luzes pela letra
hebraica Aleph, a qual na Cabala é o símbolo de Deus e o homem. Esta letra está composta de dois
Iod colocadas a cada lado da letra Vau. Não obstante, estas 3 letras, por sua disposição, fazem um
único caráter.
Esta unidade representa 3 números: um (1), vinte e seis (26), e oito (8). Um, porque é a primeira
letra do alfabeto hebraico. Vinte e seis, porque está composta de dois Iod e um Vau, das quais os
valores respectivos são: 10, 10, e 6. Oito, porque é a soma da redução teosófica de 26 (2 + 6=8).
Um é o número da face de Deus; o 26 é um dos nomes incomunicáveis da Divindade (Iod-He-Vau-
He), do qual o total das letras formam o número 26 (isto é: 5+6+5+10 = 26).
Finalmente, o número 8 simboliza a unidade divina do Círculo Universal (∞), os Céus e a Terra, e o
Pensamento de Deus.
A MÁSCARA
A revivificação da vontade é a tarefa principal de todas as coisas.
Saint-Martin
(Antes de iniciar o discurso, o Primeiro Mestre de Cerimônias coloca a máscara sobre a face do
Neófito)
Por esta máscara, tua personalidade desaparece. Com isto chegas a ser um Desconhecido
(Incógnito), à outra metade desconhecida; já não tens medo que sejas rejeitado em tua vida diária
pela outra metade das pessoas que constantemente te estão observando; estarás bem protegido
contra os ardis da ignorância aliada com a opinião recorrente, que diariamente se abaterá contra ti.
Como nossos antigos irmãos, te aplicarás a arte de permanecer Incógnito, de subtrair-te, enquanto
observa aos outros. “Esta, que é a máscara da circunspecção, sempre te protege contra os olhares
inquisitivos daqueles a quem o caráter e a conduta não aprovamos que sejam dignos de chegar e
penetrar no santuário sagrado onde a verdade delibera seus oráculos”.
Ao estar de frente as pessoas, tu não sabes, tu não tens nada que perguntar lhes. Sois contigo
mesmo, em total isolamento, que tu poderás dar conta de teu avanço. Não esperes nada de outro em
caso de necessidade extrema; em outras palavras, aprende a contar unicamente contigo mesmo.
Incógnito, tu não tens nada que receber de ninguém. Somente tu és o responsável pelos teus atos, e
tua consciência é o Mestre de quem deves temer e de quem sempre deves receber conselhos, o juiz
inflexível e severo a quem deves dar conta de teus atos.
Esta máscara te isola do resto da humanidade durante o período de trabalho, e te mostra o preço que
deves anexar a tua Liberdade, onipotente por tua Vontade antes que o Destino e antes que a
Providência; “Esta liberdade que alguém chama a Divindade do homem, o mais belo, o mais
estupendo, o mais irrevogável de todos os presentes de Deus ao homem. Esta Liberdade que o
Supremo criador mesmo não pode violar sem denegrir sua própria natureza; esta liberdade que
alguém deve conseguir pela força quando alguém não possui a suprema autocracia”(Eliphas Levi).
Além do mais, meu irmão, tu não possuis esta liberdade, que é a liberdade de alma e da mente, e
não somente de corpo; e é enquanto lutas contra tuas paixões, contra teus desejos terrenos, que tu
podes esperar conquistar esta independência glorificada, realmente divina. As pessoa do mundo não
tem direito de ir sem esta liberdade intelectual e moral; somente serás o amo absoluto se corriges
ante tua consciência e teu Deus por teus erros e faltas que pudeste haver causado a comunidade.
Esta máscara te ensina a estar Incógnito daqueles que tem a má fortuna da ignorância; te ensina o
sacrifício de tua personalidade sempre que seja necessário para Deus e a coletividade.
B. B. Nagarkar disse em 1893, ante o Grande Encontro de Religiões efetuada em Chicago: “Buda, o
grande mestre da Moral e da Ética ensinou o estilo mais sublime da doutrina do Nirvana, que é a
Abnegação e o desaparecer de si mesmo. Esta doutrina de extrema auto-abnegação significa nada
mais que a subjugação e a conquista de nossa sensualidade carnal. Porque tu sabes que o homem é
um ser composto. Nele se encontra o anjo e o animal, e o treinamento espiritual de nossa vida
significa a subjugação do animal e a libertação do anjo.”
Existe além do mais, meu irmão, ensinamentos tão profundos como o símbolo da máscara, porém
outras aplicações te serão reveladas, se teu coração verdadeiramente deseja conhecê-las.
Este símbolo é a pedra fundamental do Martinismo, e o representamos no hieróglifo pela letra IOD,
porque esta letra é o princípio, a célula com as quais todas as letras do alfabeto hebraico estão
formadas. O Associado mascarado é o princípio, a célula que forma o grande corpo da humanidade
regenerada temporal e espiritualmente.
A máscara também está representada pelo número 10, o qual é o número da letra IOD e o número
do Pensamento, ao mesmo tempo humano e divino.
CONSAGRAÇÃO
(Grau Associado)
Filósofo Incógnito: (X-X-X) (Dá 3 golpes, e os Irmãos se levantam). “Em nome de nosso
Venerável Mestre, o Filósofo Incógnito, e em virtude dos poderes que o Supremo Conselho da
Ordem Martinista me conferiram [através de seu Delegado Geral] nesta região, te confiro o Grau de
Associado, Primeiro Grau do Martinismo Moderno, que equivale ao 4º grau (Mestre Perfeito) do
Rito Primitivo Retificado de Saint-Martin; e ao reconhecer-te como tal, recebe esta espada,
emblema de poder e de força, cuja ponto nos recorda o princípio eterno das coisas”.
(O Mestre de Cerimônias entrega a espada ao Neófito).
Filósofo Incógnito: (X) (Dá 1 golpe, e os Irmãos se sentam) “Estais agora qualificado para receber
a comunicação do Signo, a firma, a Palavra e a Bateria do grau. O signo é este ...(1), e é uma clara
alusão ao sacrifício que o Associado deve fazer em sua natureza sensual; porém especialmente
estando ocupado pelo homem antes da queda, no centro do universo, onde todas as forças estão
equilibradas e onde oferecemos nossas aspirações, que com idéias, nos unem com nossas palavras
consagradas de J, C, S...(2), as quais são dadas em voz baixa como contestação ao signo.
A firma deste grau é ...(3), seguida de..., dispostas em 2 triângulos, um superior e o outro inferior.
Este signo aparecerá sempre seguido de tua firma em toda correspondência com teus Irmãos. Esta
marca estará colocada em todas as insígnias da Loja Martinista. A Bateria está composta de ...(4)
golpes dados pausadamente...(5). Esta bateria é dada em forma de aplauso: é simples depois de uma
iniciação, no fechamento da Loja, e aos Visitantes distintos que se recebem; é dupla ao receber aos
membros do Supremo Conselho e seus Delegados; e é tríplice para receber ao Presidente do
Supremo Conselho, Grande Mestre da Ordem. A aclamação ...(6) é dada para o fechamento da
Loja; é seguida imediatamente da bateria, e todas as vezes que seja indicado pelo Filósofo
Incógnito. A aclamação pode ou não ser dada com aplauso, porém esta não pode ser dada
isoladamente”.
Filósofo Incógnito: (X-X-X-) (Dá 3 golpes). Meus irmãos, estou contente por apresentar na Loja
___________________(Nome e número) a ______________________(nome do novo irmão) como
um novo membro e como um zeloso Incógnito. Dêem-lhe as boas vindas.
Irmão Incógnito: Juntos meus irmãos, pela bateria (todos juntos …(5)).
(Neste ponto se convida ao Associado a agradecer a boa vinda dada pela Loja. Se é incapaz de
fazê-lo, o Experto contestará por ele. Em caso de que o novo Associado conteste, dirá):
Filósofo Incógnito: Irmãos, aplaudamos a excelente contestação de nosso novo Irmão. Comigo
irmãos, pela bateria (5) e pela aclamação (6).
(Depois disto, dá um golpe e todos os irmãos se sentam).
RESUMO
“Esta é uma regra que temos: que os tipos são superiores aos símbolos, faces e hieróglifos que os
representam”
Saint-Martin
Filósofo Incógnito: Os símbolos que te foram oferecidos em meditação são suscetíveis de uma
variedade infinita de interpretações. São adaptadas as coisas religiosas, morais, científicas e sociais.
Elas personificam em poucos objetos o conhecimento da Grande Lei da Natureza, e todos são uma
miríade de diferentes aspectos. Nós te ensinamos 3 verdades das quais, tarde ou cedo tu chegarás a
apreciar em todo seu valor:
INICIADO
(MÍSTICA)
ABERTURA
Filósofo Incógnito: Irmão Incógnito, estamos bem protegidos contra a curiosidade dos profanos?
Irmão Incógnito: (X) (Dá um golpe, e diz): Irmão Experto, por favor desaloje da Câmara Mística e
notifique ao Guardião que a Loja vai ser aberta no Segundo Grau. Verifique com os Irmãos a
Palavra de Passe.
Irmão Incógnito: Dá-me a Palavra de Passe (A ordem é executada). Mui Sábio Mestre, estamos
protegidos adequadamente.
Irmão Incógnito: Quando pela meditação haja adquirido o conhecimento do contraste natural e o
entendimento da lei divina da harmonia universal, simbolizada formalmente pela Lira de Orfeu.
Filósofo Incógnito: (X-X-X; Dá 3 golpes, e diz): Meus irmãos, vemos que com nosso corpo e
nosso pensamento, nossa alma e nossa mente, com esta divina verdade é pela qual verdadeiramente
chegaremos à reintegração dos direitos e vantagens originais do homem. Meus irmãos, declaro
aberto os trabalhos da Câmara Mística da Loja (Nome e número).
Todos juntos pelo Signo (7) e a Bateria (8).
Irmão Segundo Mestre de Cerimônias, verifique se algum Associado Martinista está à espera de
receber nova luz em nosso mistérios.
(O Segundo Mestre de Cerimônias executa a ordem, e diz):
Segundo Mestre de Cerimônias: Um Irmão Incógnito Associado está à espera de ser examinado
acerca de seu progresso no Primeiro Grau do Martinismo, e espera no Pronaos do Templo.
1 – Filósofo Incógnito
2 – Irmão Incógnito
3 – Irmão Iniciado
4 – Irmão Associado
5 – Mestre de Selos
6 – Tesoureiro
7 – Orador
8 – Experto
9 – Primeiro Introdutor
10 – Secretário
11 – Arquivista
12 – Primeiro Mestre de Cerimônias
13 – Segundo Mestre de Cerimônias
14 – Segundo Introdutor
15 – Marechal
16 - Candidato
EXAME DO CANDIDATO
[O exame do Candidato é dirigido pelo Orador, o Experto e o Primeiro Introdutor, e este exame
não deverá durar mais que 20 minutos. As perguntas ficam a critério dos examinadores, não
obstante deverão apegar-se a seguinte ordem:
Filósofo Incógnito: Se entendeu a importância dos ensinamentos que te foram dados, a iniciação ao
primeiro Grau da Ordem Martinista fez de ti um novo homem. Ser filósofo da Unidade, como os
antigos Iniciados, te faz entrar em comunhão espiritual com os sacerdotes de todos os cultos, com
os discípulos de todas as escolas de filosofia; e terá presente para sempre diante de teus olhos o
fértil símbolo das Luminárias, as quais te ensinam como a diversidade constantemente te devolve a
unidade da verdade ou do absoluto. Esta pirâmide representa que cada face individual pode ser
tomada como base, e a ponta é infalivelmente um ponto. Ela nos ensina que nenhuma nação,
nenhuma pessoa, nenhuma categoria de indivíduos, pode dizer que tem exclusivamente o
monopólio da verdade de deus; senão que ao contrário, esta é acessível a todos os indivíduos, a
todas as comunidades, a todas as pessoas, a todas as nações que desejam se elevar.
Na Convenção de Religiões de 1893, o Professor J. Estin Carpenter de Oxford, disse o seguinte:
“Uma nação pagã, outra judia, e a terceira muçulmana. Porém os Filósofos vem em cada um que
todos são agradáveis a Deus”. Isto é uma doutrina martinista pura. Assim como todas as formas de
culto divino se reúnem na unidade de uma Religião Universal e todos os sistemas de Filosofia
harmonizam com a unidade da ciência, da mesma forma todos os homens e as mulheres formam a
unidade da humanidade. Assim como a célula, princípio anatômico do corpo, forma os órgãos
(músculos, glândulas, sangue, veias, etc), da mesma maneira os órgãos formam partes (cérebros,
braços, pernas, etc), e todos os órgãos reunidos formam ao indivíduo. E assim o indivíduo (que é a
célula do corpo da humanidade) forma a família (que é o orgão da humanidade). Muitas famílias
formam uma Tribo, e muitas tribos formam uma Colônia, a qual é um indivíduo mais considerável.
Com algumas colônias se formam as Nações, e as nações formam as Raças, e todas as raças se
combinam elas mesmas na organização individual mais sublime: A Humanidade. É por esta razão
que todas as tribos diferem em suas faculdades, suas linguagens, seus usos, assim como os
indivíduos. A humanidade mesma é um indivíduo, um ser real que está consciente de suas leis
particulares de movimento e transformação – não de morte, porque a humanidade é eterna – e as
leis reagem em cada um dos homens que compõem esse grande corpo, assim como cada uma das
células anatômicas reagem sobre todo nosso organismo. Isso te dá a chave da necessidade social
que temos de solidariedade para destruir os prejuízos monstruosos como o Sexo, a Religião e o
Racismo; e demonstrar-te claramente que tanto é racional sacrificar sua personalidade pelo bem do
mundo e da coletividade, assim como o símbolo impressionante da máscara. No sistema religioso
dos Persas se pode observar que cada discípulo de Zoroastro, antes de sua oração para si mesmo,
orava pela soberania e pela comunidade, e sua religião prescrevia minimizar sua individualidade
pelo interesse da comunidade. Deve considerar-se um mesmo como uma parte e uma parcela de
toda comunidade. A bondade de um todo será a bondade – e a força – de cada uma de suas partes.
Esta filosofia sublime, que é a mesma dos Centros de Iniciados Orientais e do Iluminismo
Ocidental, é tão velha como o mundo mesmo, e se alguém não crê na Tradição, foi a mesma do
primeiro grupo dos Anjos de Deus do Sétimo Selo.
A Humanidade, formada pelos homens e as mulheres que a constituem, foi chamada pelos
antigos: Adam-Eva. Donde Adam significa “todos os homens”, e Eva significa “todas as mulheres”.
A história de Adam e Eva é a história da humanidade, a qual foi descrita pelos teólogos. Este
conhecimento da personalidade das coisas humanas nos dá a razão de ser da Fraternidade, a qual
nos mostra que a reabilitação (reintegração?) Individual não nos ensina como existir sem a
reabilitação da Coletividade. Este conhecimento aplica-se tanto a nossos estudiosos sociais como as
religiões.
Filósofo da unidade, medita tudo em teu coração e em alguma idéia como conseqüência do
que foi exposto e terá uma maior claridade no relativo ao símbolo d'As Luminárias e d'A Máscara.
A queda do homem te parecerá então como uma triste realidade, e a reintegração de seus
direitos e prerrogativas primitivas as verá como meta verdadeira dos objetivos de todos os
Iniciados. A reabilitação da Coletividade pelo desinteresse e se é necessário pelo sacrifício da
personalidade da cada indivíduo, são as bases dos ensinamentos misteriosos do Martinismo.
Agora que estás totalmente informado dos pontos de vista de nossa Amada Ordem: desejas
meu Irmão realizar o solene juramento para ser Um conosco, e que nós cheguemos a ser Todos
contigo?
Filósofo Incógnito: (X-X-X; dá 3 golpes, todos se levantam, e dizem): “Repete depois de mim:
JURAMENTO: “Diante do Divino Criador e ante esta Respeitável Loja de Iniciados, Eu (nome e
sobrenome), prometo solenemente e juro dedicar toda minha vida, minhas forças, minhas
influências e meus bens, à reabilitação da Humanidade e de seus mais sagrados privilégios, como
são: o intelectual, o moral, o físico e a Liberdade, sem prejuízo de raça, sexo, posição social,
crenças, e opiniões políticas. Além do mais, a unidade de corpo e mente com os membros da toda a
Ordem Martinista, onde quer que se encontrem reunidos, para o bem estar da humanidade. Além do
mais, juro e prometo solenemente ajudar sem reserva alguma a todos os honrados membros da
Ordem com o que possa reunir. Prometo e juro sinceramente, com a firme resolução de realizá-lo,
não exibir me com as coisas da Ordem, com o risco ser vergonhosamente expulso dela. Que Deus
me ajude.”
Filósofo Incógnito: (X, dá um golpe, e todos se sentam. Depois, diz): Declaro que a partir de hoje
este digno Irmão Incógnito foi admitido em nosso Templo. Irmão Introdutor, regresse o Neófito ao
Laboratório, prepara-o e espera minhas ordens.
(O Neófito e seu condutor se retiram do templo).
SEGUNDA CÂMARA DE INSTRUÇÃO
(MÍSTICA)
RECEPÇÃO AO GRAU
DISPOSIÇÃO DA LOJA
(A Loja está dividida em 3 apartamentos por meio de 2 véus. O primeiro véu é branco e está no
Oriente, o qual separa o Quarto Místico do Trono; esta parte permanece oculta todo o tempo da
recepção. O segundo véu é negro e separa ao Irmão Associado do Irmão Iniciado. Do lado
ocidental do segundo véu e a cada lado da entrada da Câmara Mística estarão colocadas 2
colunas de cores diferentes; a da direita é amarela, e a da esquerda é vermelha. Ambas suportam
um arco cuja cor é uma mescla em partes iguais de vermelho e amarelo de ambas colunas. Na
parte superior do arco está colocado um lírio dourado. Um carpete, imitando a um pavimento de
mosaico está colocado longitudinalmente no quarto, desde as colunas até o trono no Oriente; em
seu centro descansa uma Cruz Vermelha. O altar, que tem a forma de uma pedra cúbica (de
mármore branco), está situado no punto de intersecção dos braços da Cruz. Uma lâmpada de
álcool alumia o altar. Em cada extremidade da Cruz está posta, de pé, uma irmã vestida de branco,
a qual tem uma espada flamígera na mão direita e uma bandeira na esquerda. No Oriente, a
bandeira tem uma Águia, a do Ocidente tem um Homem, a de Setentrião (Norte) tem um Touro, e a
do Sul possui um Leão. Em cima do altar está suspenso um Pentaclo dourado e uma Estrela de 5
pontas. A Carta-Patente deverá estar colocada a direita, em frente do Orador).
QUARTO DE OFICIAIS
1 – O Filósofo Incógnito, 2 – O Orador, 3 – Mestre de Cerimônias, Mestre de Selos, Tesoureiro,
Arquivista, Supervisores, 4 – Irmão Associado, 5 – Irmão Iniciado, 6 – Irmão Incógnito, 7 – O
Candidato, 8 – O Experto; 9,10 – Iniciadores, 11 – Marechal do templo. Além do mais: T – A
bandeira do Toura (preta), A – A bandeira da Águia (branca), L – A bandeira do Leão (vermelha),
H – A bandeira do Homem (amarela; deverá estar colocada no pé da Cruz, imediatamente atrás do
Candidato quando este esteja penetrado na Câmara Mística); A – O Laboratório, B – Corte e
lugar do Guardião.
(…......) Indica a trajetória seguida pelo candidato durante a cerimônia.
(O Candidato entra no quarto e segue a trajetória indicada pela linha pontilhada [Ver o diagrama],
com a qual chega até o ângulo Sudeste da Loja, penetra na Corte – cuja porta havia permanecido
aberta – , quando no Laboratório, no quarto da Loja, e se detém no ocidente, em frente ao Irmão
Incógnito, o qual diz):
Primeiro Introdutor: Irmão Experto, este Irmão Incógnito foi julgado como digno de obter a
admissão no Templo e receber as benevolências da luz. Está completamente preparado, e é um filho
representativo da Natureza. Seu pé esquerdo está descalço, e representa a Água; seu pé direito está
calçado e representa a Terra; seu braço direito está descoberto, e na sua mão direita sustenta um
ramo de Murta-comum, para simbolizar o fato de que a vida e a morte se sucedem continuamente,
assim a vegetação do verão segue a fria desolação do inverno; seu braço esquerdo está coberto, e
em sua mão esquerda sustenta uma espada, que significa que a morte é a sucessora da vida. Está
vendado, para representar a lei fatal e cega que preside a geração e a regeneração eternas.
Experto: Irmão, já chegaste a porta do templo. Irmão Introdutor, remova a venda que cobre os
olhos do nosso irmão e recolha as coisas que traz.
“Podemos ler nas Escrituras que Salomão, uma imitação dos Hindus e os Egípcios, colocou em
frente a entrada do Templo de Jerusalém 2 colunas de bronze: a uma chamou Jaquim e a outra
Boaz, as quais significam a Força e a Debilidade em oposição. Estas 2 colunas representam ao
Homem e a Mulher, a Razão e a Fé, a Autoridade e a Liberdade, o Direito e o símbolo monumental
da oposição, tão necessário na grande lei da Criação. De fato, toda Força necessita de uma
Resistência, toda Luz de uma Sombra, toda Convexidade de uma Concavidade, toda Vacuidade de
um Recipiente, todo Reino de um Rei, toda Regra de Pessoas, todo Trabalhador de Matérias Primas,
todo Conquistador de um tópico de conquista; a afirmação se estabelece ela mesma pela negação, a
força nunca triunfa pela comparação com a debilidade, a aristocracia nunca aparece enquanto
domina ao proletariado. As colunas, ainda que de diferentes cores, porém da mesma substância, se
opõem uma a outra, harmonizando não obstante na unidade de um termo resultante, esotérico e
conciliatório, o qual neutraliza aos 2 primeiros num só princípio idêntico: a Lei do Equilíbrio.
Então, a união de 2 termos opostos gera um terceiro princípio, que é resultante dos outros 2, porém
o qual une aos 2 princípios em oposição, numa neutralidade comum.
O número 3 é por excelência o símbolo do Princípio Neutro da Natureza, Conciliador da oposição
violenta que vemos ao nosso redor. Somente a Iniciação permite descobrir as Leis do Equilíbrio,
deste termo comum que une todas as oposições. Bondade e Castigo, Vida e Morte, Luz e Escuridão,
Mente e Matéria, Frio e Calor, Harmonia e Discórdia, Iniciativa e Resistência, Fixo e Volátil, Gás e
Substância, tais são as Colunas. E o verdadeiro Iniciado verá no arco o terceiro termo que da a razão
de ser estas oposições óbvias, quando recordamos que a harmonia resultante da analogia dos
opostos, axioma sublime de nossos velhos Mestres. Não existe na natureza dos contrates nada que
contribua a esta formosa Harmonia, simbolizada poeticamente pelos Gregos com Lira de Orfeu,
cujos braços, representativos das 2 colunas, descansam em equilíbrio perfeito sobre a base graciosa
do instrumento”.
(O Experto da 2 golpes ou 2 aplausos com suas mãos. Uma parte da cortina se eleva. O Candidato
caminha lentamente para o pé da Cruz).
Irmãos, meditemos.
(Toca música suave. Depois de alguns minutos de silêncio, o Filósofo Incógnito desce de seu trono
e se encaminha para o pé da Cruz. O Orador, segurando em sua mão um espelho, se coloca a direita
do Candidato)
Filósofo Incógnito: (Dirigindo-se ao Candidato, o diz): “Quem sois tu? Meu irmão, e o que desejas?
Filósofo Incógnito: A Unidade, meu Irmão, não está disponível a qualquer um para produzir pela
oposição dela mesma.
(O Neófito avança para o Altar, ao centro da Cruz. Quatro bandeiras estão colocadas nos ângulos da
Cruz. Os dois Iniciados colocam a Capa sobre os ombros do Candidato. O Filósofo Incógnito dá
dois golpes com suas mãos, e todos os Irmãos se levantam):
“Agora te instruirei acerca dos mistérios da Capa, distintivo da Iniciação ou do Conhecimento real,
ornamento místico do adepto, contra o qual nem a espada flamígera dos Querubins, não poderá
fazer algo. A prudência nunca se detém a aconselhar-te, Oh meu digno irmão, o ensina a isolar-te na
calma da consciência despojada de vícios e banalidades da vida. Este ornamento, que cativa a visão
do humilde e do profano, o Iniciado é quem conhece seus múltiplos usos, deverá cobrir-te
silenciosamente com suas asas protetoras. Assim como a Capa de Apolônio de Tiana, este símbolo
representa a completa e total posse de si mesmo; e também serve, não somente para isolar-te do
instinto corrente do Sábio, senão também para isolar-te à Prudência e a Discrição que caracteriza ao
real Iniciado. Assim como o Véu de Isis e a Capa de Cibele, que estes sagrados ornamentos
permaneçam próximos de ti para por-te sempre ante os estranhos. A Capa é quiça o símbolo de
maior profundidade que a Ordem colocou ante teus olhos; a super-vivência deste símbolo te permite
cuidar-te de teu trabalho pessoal e de tua perseverança. A letra hebraica representativa da Capa é o
Tau, última do alfabeto, e a qual é o signo cabalístico da Verdade, da Luz, do sol, do humano em
seu estado de perfeição. Seu número é o 400 (ou 5x8x10), e significa que é pelas portas da morte
que a Vontade humana chegará até o Pensamento Divino. Para este momento supremo, quando
estais nas portas da imortalidade, ante um mundo que não conheces, isolado no lado terrível de um
rugido oceano, donde as mais terríveis correntes empurram a uns contra os outros e chagam a
atmosfera de um ruído indescritível, chorando os que antes não eram sensíveis, com lamentos para
partir o coração e os clamores para deixar-te surdo, este terror não te atrapalha porém observa no
Oriente e contempla a magnífica Estrela da esperança, o Pentalfa, símbolo do domínio da vontade
humana sobre a matéria, signo da Superioridade e a Faculdade intelectual da autocracia sobre as
mentes más ou paixões do homem material. É a estrela dos 3 sábios do evangelho, que é o signo do
verbo feito carne; ele representa o Cordeiro bendito de São João ou o Macho caprino maldito de
Mendes, Lúcifer ou Véspero, Maria ou Lilith; em resumo, representa o homem na onipotência de
sua livre vontade. De acordo aos místicos, disse Macróbio, essas cinco pontas representam ao Deus
Supremo ou Motor Primário, a inteligência ou os homens que nasceram Dele, a alma do mundo, as
esferas celestiais e as coisas terrestres. És chamado na Cabala o Signo do Microcosmo, signo do
qual Goethe exasta a força no monólogo sublime de Fausto que diz: “Ah, esta visão excita meus
sentidos! Sinto este santo e juvenil prazer de vida ebulindo em meus nervos e em minhas veias. Foi
um Deus que desenhou este signo acalmando o atordoamento de minha alma, enchendo meu pobre
coração de alegria, e num inicio misterioso desvelar-me as forças da Natureza? Sou Deus? Venham
todos para aclarar-me isso”. Vejo nestas simples linhas a Natureza ativa desvelando-se a si mesma
ante minha alma; pela primeira vez entendo a verdade das palavras dos sábios, que dizem: “O
mundo mental não está fechado, teus sentidos são obtusos, teu coração está morto. Ergue-te! Lava
teu peito, encerrá-o outra vez no véu terrestre, nos esplendores de um novo dia, oh Adepto da
Ciência Divina!”
CONSAGRAÇÃO
(Antes de dar inicio a este ato, se indica ao Neófito que se prostre ante o Altar)
“[A Glória de Ieoschua, Grande Arquiteto do Universo, e] Em nome de nosso Venerável Mestre, o
Filósofo Incógnito, e pelos poderes que me foram conferidos pelo Supremo Conselho da Ordem
Martinista, te confiro o título e grau de Iniciado Martinista, Aprendiz Cohen, e Maçom do Segredo.
Te apresento este Diploma o qual tem direito, e também teu nome místico e teu número, porque
como novo iniciado a nossos mistérios, tua personalidade desaparece e é absorvida numa com o
Iniciador, até que por uma meditação persistente e paciente, proves que tu compreendas totalmente
a profundidade e sublimidade da filosofia que professamos; até que demonstre estar bem
qualificado para romper tuas ligaduras, e assegures em breve tua independência intelectual total
pela completa auto-criação de tua personalidade. Então, como mestre de ti mesmo se acabarão os
informes de instrução de todos os Martinistas que há, e tu assumirás a responsabilidade de teu
conhecimento ante tua própria consciência e ante Deus”.
O Signo deste grau é: (9), o qual faz alusão a estrela de 5 pontas flamejantes.
A Palavra Sagrada é: (9), e dá em 3 partes (10).
Agora, meu Irmão, te apresento minha mão direita, e com ela o abraço de Martinista. Ergue-te e
acompanha-me ao Oriente, dondo tomarás assento a minha direita”.
(Durante a Consagração o Neófito esteve prostrado ante o altar. Os quatro Querubins formam
uma Cruz com suas espadas flamígeras sobre a cabeça do neófito. O Filósofo Incógnito conduz ao
novo Iniciado até o Trono. As quatro bandeiras estão colocadas a direita e esquerda do Trono. O
Filósofo Incógnito avança até o pé da Cruz, sob o Arco. Os Véus do Templo são retirados).
FECHAMENTO
Irmão Incógnito: (X-X; faz o mesmo) (O orgão toca uma marcha religiosa. Os irmãos em 2 fileiras
formam uma procissão, a qual é precedida pelo Mestre de Cerimônias. Todos os Oficiais – exceto o
Filósofo Incógnito e o Irmão Incógnito – encerram a procissão. Dão 2 voltas ao redor do Altar).
ORDEM DA PROCISSÃO
A-Primeiro Mestre de Cerimônias
B-Segundo Mestre de Cerimônias
C-Membros
D-Orador
E-Experto
F-Secretário
G-Mestre de Selos
H-Arquivista
I-Tesoureiro
J-Primeiro Introdutor
K-Segundo Introdutor
L-Primeiro Economista
M-Segundo Economista
N-Irmão Iniciado
O-Irmão Associado
Todos: Amém.
(Os irmãos abandonam o Templo na seguinte ordem: Bandeira do Homem, Primeiro e Segundo
Mestres de Cerimônias, Irmão Incógnito, Irmão Iniciado e Irmão Associado, Bandeiras de Leão e
de Touro, Primeiro e Segundo Economistas, Primeiro e Segundo Introdutores, Arquivista e
Tesoureiro, Secretário e Mestre de Selos, Orador e Experto, Filósofo Incógnito e Neófito, e
Bandeira de Águia).
TERCEIRO GRAU
SUPERIOR INCÓGNITO
CABALÍSTICA
ABERTURA
(Os irmãos se reúnem na antecâmara da Corte. Se há algum candidato que deva ser iniciado ao grau
de Superior Incógnito, este deverá ser apresentado na abertura da Loja)
Irmão Incógnito: Para deliberar na busca das operações da Natureza, Mui Sábio Mestre.
Filósofo Incógnito: Tal como é nossa intenção, vamos fazê-lo na Câmara de Instrução. Irmão
Guardião, aproxima-te e dá-me a Palavra de Passe semestral.
(A ordem é executada)
Toma seu teu lugar na Câmara sem fechar a porta da Câmara de Instrução e verifica a Palavra de
Passe aos irmãos que se vão apresentando à entrada. Irmão Segundo Mestre de Cerimônias, chama
a ordem aos irmãos e conduze-os à Câmara.