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B) Interpretação
Todos os exegetas sublinham que Cristo Jesus identificou-se de maneira
privilegiada com os mais indigentes de seu tempo. Mas isto seria truncar as
coisas esquecendo que o Cristo identifica todas as pessoas consigo mesmo. É
uma característica quase fundadora da fé.
Desde o início do cristianismo homens e mulheres agiram neste sentido,
servindo-se das parábolas do Mestre. Sem descontinuidade, a Igreja por meio
de seus pastores, suscitou, encorajou, o exercício das obras de misericórdia ou
de caridade tais como são descritas em Mt 25. Bem perto de nós, a
Constituição Pastoral sobre a Igreja no Mundo de Hoje (Gaudium et Spes §27)
convida cada um de nós a considerar seu próxima, sem exceção, como outro
eu, levando em consideração antes de tudo a sua vida e os meios necessários
para mantê-la com dignidade. Sobretudo nos nossos tempos, temos a
imperiosa obrigação de nos tornarmos próximos de qualquer homem,
indistintamente; e se ele se achega a nós devemos servi-lo efetivamente que
seja um velho abandonado por todos, ou um estrangeiro injustamente
discriminado ou um exilado, uma criança nascida de união ilegítima sofrendo
imerecidamente por um pecado que não cometeu, seja um faminto que
interpela a nossa consciência recordando a voz do Senhor: “todas as vezes
que fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, a mim o
fizestes”(Mt 25, 40).
Desde o tempo dos evangelhos até hoje e ainda amanhã, a parábola nos
provocará a ver qual é a atitude que temos para com o próximo. O critério de
avaliação poderia ser a lista das obras de misericórdia para entrar no reino.
Aproximar-se do irmão é uma recomendação evangélica. Jeremias assinala:
“Teu companheiro , diz Jesus nesta parábola (do Juízo Final) pode ser depois
teu compatriota, mas é preciso não parar ai. O mesmo devem ser todos os que
têm necessidade de teus cuidados.”
Aproximar-se de todos os que têm necessidade de ajuda é um apelo
feito à comunidade; jamais um indivíduo sozinho poderia saldar esta
obrigação.
No hospital, ir ao encontro de quem precisa de ajuda pode parecer de
estar sozinho. Mas não fazemos a experi6encia que uma pessoa doente
empobrece rapidamente em suas relações? O fardo a carregar é pesado, e
inclui ao mesmo tempo uma marginalização social, em que se mistura um
sentimento cruel de se acreditar excluído da salvação de Deus.
Todos os homens são irmãos em Jesus Cristo. São Paulo o dirá à sua
maneira aos Colossenses: “Já que sois eleitos, santificados, amados por Deus,
revesti-vos então de sentimentos de compaixão, de bondade, de humildade, de
doçura, de paciência...”(Cl 3,12).
No domingo da ressurreição Jesus confidencia às santas mulheres: “Ide
anunciai a meus irmãos que eles devem partir para a Galiléia, e lá me verão”
Mt 28,10 e na Galiléia ele lhes dirá: Ide, pois, pelo mundo inteiro, fazei
discípulos... Mt 281,9).