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UTILIZAÇÃO DO TINGUÍ (Magonia pubescens St.

Hil) NA PRODUÇÃO DE
MEIOS DE CULTURA PARA GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE AROEIRA
(Myracrodruon urundea Fr. All)

ARAÚJO, Aline1
MALUF, Sarah El Chamy
MAROSTEGA, Thalita Neves
ROSA, Dhionatan Lemes da
SOUZA, André Luiz de
FERNANDEZ, José Ricardo Castrillon2
ALMEIDA, Eleusa Maria 3
SILVA, Giovani José

RESUMO

Diversos estudos apontam o Tinguí (Magonia pubescens St. Hil), espécie da família
Sapindaceae, como uma planta que possui características fungistática e germinativa. Ao
colocar sua semente em meio aquoso, ela forma um gel, o qual está diretamente
relacionado com sua parte tegumentar. Um dos problemas apontados na germinação de
sementes encontra-se diretamente relacionado à sua conservação, pois geralmente
ocorre a formação de fungos o que impossibilita a propagação da espécie, problema
acentuado nas espécies lenhosas. Entre essas espécies, encontra-se a Aroeira
(Myracrodruon urundeuva Fr. All), que devido seu uso intensivo para obras externas e
como recurso farmacológico, acha-se ameaçada de extinção. Por este fato, esta pesquisa
estuda a germinação da semente de Aroeira, testando o gel de Tinguí na confecção de
meios de cultura, dado que diversos trabalhos apontam que essa planta possui função
fungistática e alto grau de germinação. Para o experimento, elaboraram-se dois meios
de cultura, um com Agar e outro com o gel de Tinguí, sendo que a melhor concentração
encontrada para o Tinguí foi a de 15g/l de água, apresentando consistência muito
próxima a do Agar. Os dois meios foram elaborados com 50 g de banana verde, 50
gramas de batata inglesa, 2 g de carvão mineral, 2 g de NPK, 10 gramas de açúcar
cristal e água destilada, os quais foram levados à autoclave para esterilizarão. Pronto os
meios de cultura, montou-se 40 frascos com meio de Tinguí com 03 sementes em cada
um, mesmo procedimento adotado para o meio de cultura de Agar. Ao analisar e contar
os frascos, verificou-se que 20 frascos do meio de cultura a base de Tinguí foram
contaminados por fungos. Já o meio de cultura a base de Ágar possuiu um grau de
infestação menor, sendo que 15 frascos foram contaminados. Os resultados da pesquisa
não comprovaram um efeito fungistático do gel do Tinguí, talvez pelo não domínio das
técnicas de preparação dos meios de cultura, pode-se contaminar as amostras.

Palavras-chave: Tinguí. Micropropagação. Meios de Cultura.


1
Alunos da 2ª série do Curso Técnico em Agropecuária Integrado ao Ensino Médio da
EAFC-MT;
2
Orientadora: Profº Msc. do Ensino Médio Integrado da EAFC-MT;
3
Coordenadores: Profª Msc. do Ensino Médio Integrado da EAFC-MT.
INTRODUÇÃO

Popularmente conhecido como Tingui ou Timbó, a espécie Magonia


pubescens A. St.-Hil., da família Sapindaceae, é natural e comum no estado de Mato
Grosso, podendo também ser encontrado nos cerrados do Ceará até Minas Gerais, Goiás
e Mato Grosso do Sul. Uma das características da semente do Tinguí, o que a torna
diferencial em relação a outros tipos de sementes, é que quando mergulhada em água
forma-se um gel. Ao separar as partes que compõe a semente e efetuando o mesmo
processo constata-se que essa formação é dada a partir do tegumento.
Salgado-Labouriau (1973) levantou a hipótese de que o referido gel
possuiria substâncias promotoras de crescimento, enquanto Nakagawa e Carvalho
(1980) afirmaram que ele possui propriedade fungistática, o que não foi possível
encontrar pesquisas que tenham estudado profundamente os princípios ativos existentes
no Tinguí, conseqüentemente essas afirmações até o momento não foram elucidadas.
Outra característica do Tinguí em relação a outras plantas é seu poder de
germinação, pois mesmo separando as partes da semente, constata-se que seu embrião
mantém-se pronto para gerar nova planta. No processo de germinação devem estar
disponíveis, de forma assimilável, nutrientes necessários ao desenvolvimento da
semente. Uma das formas de garantir os nutrientes para a germinação de sementes é
colocá-las em meios de cultura.
Esses meios podem ser preparações sólidas, líquidas ou semi-sólidas que
contém, geralmente, os nutrientes necessários a micropropagação e são utilizados com a
finalidade de cultivar e manter, sob a forma de culturas puras, microorganismos
necessários ao desenvolvimento das sementes. Para tanto, criou-se meios de cultura com
esse gel, depositando em seu interior sementes de Aroeira (Myracrodruon urundeuva
Fr. All).
A escolha da Aroeira se deu pelo fato de seu uso para obras externas como
confecções de currais, postes, moirões, esteios, estacas, armações de pontes, na
construção civil e, principalmente, pela sua resistência mecânica e a água.
Dada essa gama de utilização, a Aroeira encontra-se na lista oficial de
espécies da flora brasileira ameaçadas de extinção, na categoria vulnerável, sendo
importante encontrar caminhos para a sua preservação, o que pode ser feito a partir de
projetos de micropropagação com utilização de meios de cultura. “[...] principalmente
por crescerem no campo por muitos anos e serem rotineiramente infectadas por
microorganismos, interna e externamente, que são difíceis de controlar e a desinfecção
pode trazer simultaneamente danos ou mesmo morte do tecido” (ANDRADE et all,
2000).
Buscando contribuir com a preservação e o aumento de determinadas
plantas que se encontram na lista de extinção, é que esse projeto busca verificar a
possibilidade de usar o gel do Tinguí na produção de meios de culturas, comparando-o
com o meio de cultura a base de Ágar, utilizando-se para testar o seu poder germinativo
sementes da Aroeira.

METODOLOGIA

Sementes de Tinguí (Magonia pubences A.St-Hil) e Aroeira (Myracrodruon


urundeuva Fr. All) foram coletadas na região da Jacobina, no município de Cáceres-
MT, no período de maturação dos frutos, coletando, em média mil sementes de Tinguí e
298 de Aroeira.
Para descobrir qual parte da semente do Tinguí que se transforma em gel, elas
foram separadas e colocadas em água. Sua semente é composta por três partes distintas: o
tegumento ou casca – composta pela testa e o tégmen, onde a testa é a camada mais externa
do tegumento e o tégmen a camada mais interna –, o embrião e o albúmen – tecido nutritivo
que reveste o embrião (Figura 1).

Tegumento Embrião Albúmen

Figura 1. Sementes de Tingui fracionadas para definição da região produtora do gel.

Após a separação e observação, percebeu-se que é do tegumento que se


produz o gel. Sendo assim, separaram as partes das sementes e transformou-se o
tegumento em pó, triturando-o em liquidificador.
Os meios de culturas, quer com Ágar ou com o Gel do Tinguí, produzidos
foram os já desenvolvidos por Tsuyoshi kuwajima. Sua escolha deu-se pelo fato de
possuir ingredientes em sua composição de fácil manipulação. Os ingredientes
utilizados para a preparação dos meios de culturas, foram: 50 gramas de banana verde,
50 gramas de batata, 2 gramas de carvão mineral, 2 gramas de NPK, 10 gramas de
açúcar cristal, 5,5 gramas de Ágar e água destilada, até completar 1L de meio de cultura
(Figura 2).

Figura 2. Ingredientes para produção do meio de cultura.


Após a preparação dos meios de cultura, eles foram distribuídos em frascos
de 100ml, contendo 52ml de meio de cultura, os quais foram levados à autoclave, a
120°C (1 atm), durante 20 minutos, esterilizando o meio, eliminando assim qualquer
organismo vivo contaminante.
O mesmo processo acima foi aplicado para o Tinguí, mas para se chegar ao
meio que mais se aproximava da textura do Ágar, fizeram-se diferentes concentrações,
adicionando-se a 1L de água destilada as seguintes proporções de pó de tegumento da
semente do Tinguí: 5g/l; 10 g/l; 15g/l e 20g/l (Figura 4).

Figura 4. Determinação da textura do meio de cultura a base de Tinguí.

A concentração que mais se aproximou da concentração utilizando 5,5


gramas do Ágar foi a que utilizou 15 g do pó de Tinguí, a qual apresentou-se textura e
consistência semelhante a do meio de cultura com Ágar.
Cada meio de cultura foi dividido em 20 frascos, totalizando quarenta
meios, os quais foram levados a uma geladeira BOD, com a temperatura de 35ºC
(temperatura média para o desenvolvimento de fungos e da semente de Aroeira), com o
período de luz de 16 h por dia. No dia 14 de setembro de 2006, os meios de culturas
foram levados para a câmara de fluxo laminar, inoculando em cada meio, três sementes
de Aroeira (Figura 5), observando a germinação das sementes em cada um dos meios.

Figura 5. Inoculação das sementes de aroeira.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Após a separação das partes das sementes de Tinguí e observação, percebeu-


se que é do tegumento que se produz o gel. A concentração do gel de Tinguí no meio,
que mais se aproximou da concentração do Ágar foi a que utilizou 15 g do pó,
correspondente a 5,5g de Agar.
Ao analisar e contar os frascos, verificou-se que 20 frascos do meio de
cultura a base de Tinguí foram contaminados por fungos. Já o meio de cultura a base de
Ágar possuiu um grau de infestação menor, sendo que 15 frascos foram contaminados
(Figura 6).
100%
90% 25%
80%
70%
60%
50% 100%
40% 75%
30%
20%
10%
0%
Ágar Tinguí

Contaminados Não contaminados

Figura 6. Grau de infestação por fungos.

De acordo com os resultados obtidos, observou-se que 05 frascos com o


meio de cultura a base de Ágar não obtiveram contaminação, o que já não foi observado
no meio a base de Tinguí. Com isso a hipótese levantada por Salgado-Labouriau não foi
possível ser comprovada por nossa pesquisa.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os resultados da pesquisa não comprovaram o efeito fungistático do gel do


Tinguí levantada por Salgado-Labouriau. Bem como se chegou à conclusão que o
tegumento da semente de Tinguí é que produz o gel quando embebida em água.
Por outro lado, a falta de domínio de técnicas de preparação dos meios de
cultura pode ter comprometido o experimento.
Sugere-se a continuidade da pesquisa com procedimentos aperfeiçoados.

BIBLIOGRAFIA

BARROSO, Graziela Maciel; MORIM, Marli Pires, et. all. Frutos e sementes:
morfologia aplicada à sistemática de dicotiledôneas. Viçosa: UFV, 1999. p 4.
CARAMASCHI, G. M. C. L.; CALDAS, L. S. Comparação da germinação in vitro de
sementes provenientes de frutos imaturos de Cyrtopodium spp. (Orchidaceae) com
idades diferentes. Revista Brasileira de Fisiologia Vegetal, Brasília, v. 11, p. 175,
1999. Suplemento.

CARVALHO, N. M.; NAKAGAWA, J. Sementes: ciência, tecnologia e produção.


Campinas: Fundação Cargill, 1980, 326p.
PAULA, J. E. de, ALVES, J. L. de H. Madeiras nativas: anatomia, dendrologia,
dendrometria, produção e uso. Brasília: Fundação Mokiti Okada, 1997, 543p.

SALGADO-LABOURIAU, M. L. A semente de Magonia pubescens St.Hil. -


Morfologia e germinação. Anais da Academia Brasileira de Ciências. Rio de Janeiro,
v.45, n.º 3/4, p.501-537, 1973.

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