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Artigo Inédito

O Desenvolvimento das Faces Longas e


Curtas e as Limitações do Tratamento
The Development of Long and Short Faces and Their
Limitations in Treatment

Variação no padrão de cresci- apresentaram a “Teoria do Estiramento


mento do Tecido Mole”. Eles postularam uma re-
Os estudos de Broadbent e Brodie rea- lação entre a obstrução da via aérea e a
lizados nos anos 30 e início do anos 40, posição da cabeça em relação à coluna
e que se tornaram clássicos, introduziram cervical. As alterações na atividade de
Frans P. G. M.
a visão de que o crescimento facial ocor- certos músculos levariam a uma exten-
van der Linden re de uma forma mais ou menos unifor- são da cabeça e manutenção da via aé-
me1,2. Eles mostraram que os maxilares rea. Estas alterações causariam um esti-
crescem anteriormente, a mandíbula mais ramento dos músculos mastigatórios e da
que a maxila e que a altura facial aumen- mímica além de outros tecidos moles, in-
ta, o perfil se torna mais reto, o mento cluindo a pele. Este estiramento supõe-
mais pontiagudo e que os incisivos dos se ser transmitido ao periósteo e às es-
dois maxilares se posicionam mais verti- truturas esqueléticas subjacentes. Uma
calmente. obstrução prolongada da via aérea leva-
Estas descobertas, em termos de médi- ria ao remodelamento das unidades ós-
as, foram defendidas por Björk. No entan- seas e a uma alteração na morfologia es-
to, ele também demonstrou que os indiví- quelética. Posteriormente, os dois pesqui-
duos podem divergir consideravelmente sadores consideraram que o processo
em quase todos os detalhes do padrão pode iniciar em qualquer um dos locais
médio de crescimento.3 Mais tarde, ele pro- na cadeia de 6 pontos que eles conecta-
vou, por meio de estudos roentgenocefa- ram em um círculo.
lométricos com implantes, que a variação Na tentativa de explicar as diferenças
no crescimento facial está associada com entre as faces longas e curtas, foram ana-
diferenças na intensidade dos processos lisados os músculos mastigatórios. As
envolvidos4. Posteriormente, mostrou imagens por ressonância magnética (IRM)
como o crescimento das faces longas e cur- revelaram que o tamanho dos músculos
tas divergem do padrão médio5. dos maxilares nos indivíduos com face
Foram realizadas várias tentativas longa é mais de 30% menor que os dos
para se explicar o excesso de desenvolvi- indivíduos normais, enquanto que a po-
mento facial vertical, geralmente acom- sição dos músculos era razoavelmente
panhado por uma mordida aberta ante- comparável nos dois grupos7. No entan-
rior. Finalmente, SOLOW e KREIBORG, to, a força máxima da mordida nos indi-

Unitermos: 035-99. ART - The development of long and short faces and their limitations in treatment.
Crescimento; Face Tradução: Maria Alexandra Grosso; Revisão Científica: Dr. Hélio Terada; Diagramação: Valéria Vieira
longa; Padrão facial; Frans P. G. M. van der Linden
Mordida aberta. Escrito para publicação original na Revista Dental Press de Ortodontia e Ortopedia Facial

Rev Dental Press Ortodon Ortop Facial - v.4, n.6, p.6-11 - nov./dez. - 1999 6
FIGURA 1 - Na situação normal há equilí- FIGURA 2 - Quando os componentes fun- FIGURA 3 - Quando os componentes fun-
brio entre os componentes funcionais in- cionais internos prevalecem sobre os ex- cionais externos prevalecem sobre os in-
ternos e externos. O crescimento prosse- ternos, o crescimento ocorrerá principal- ternos e é necessário mais espaço do que
guirá conforme o padrão normal de cres- mente na direção caudal, levando a um o disponível para o último, o crescimento
cimento. aumento no espaço para os componen- será principalmente na direção anterior e
tes funcionais internos. a altura anterior inferior da face aumen-
tará apenas um pouco ou até mesmo di-
minuirá.

víduos com face longa é, a grosso


modo, metade dos indivíduos nor-
mais 8. A variação na geometria dos
músculos dos maxilares da face longa
e normal poderia explicar somente
parte da diferença na média da sua
força de mordida máxima8,9. É possí-
vel que o tipo de composição da fibra
muscular seja responsável pela dife-
rença remanescente10,11.
Na tentativa de explicar a variação
no crescimento facial, particularmente
das faces longas e curtas, o autor in- IDADE
troduziu o conceito de interação dos Início do tratamento 10 anos
componentes funcionais internos e ex- Início da contenção 12 anos
Final da contenção 14 anos
ternos12. Os componentes funcionais in- Cinco anos sem contenção 22 anos
ternos se referem às cavidades bucais,
FIGURA 4 - Comparação das alterações do crescimento entre os indivíduos tratados
nasais e faringeais e às atividades den- com uma ancoragem extrabucal cervical e as dos indivíduos que não receberam trata-
tro das cavidades. Os componentes fun- mento.
cionais externos se referem à muscula- A - Alterações médias de 25 rapazes com anomalia Classe II, Divisão 1 tratados com
uma ancoragem extrabucal cervical e um plano de mordida superior removível. Os da-
tura mastigatória e da mímica e outros dos foram coletados ao início do tratamento, início da contenção, término da contenção
tecidos moles na parte anterior da ca- e há 5 anos sem contenção.
B - Comportamento do crescimento médio de 18 rapazes sem anomalias ortodônticas
beça e pescoço, incluindo seu compor- do Estudo do Crescimento de Nijmgen. As idades correspondem aos do grupo em trata-
tamento, particularmente em repouso mento.
O grupo tratado apresentou aumento marcante da altura anterior inferior da face du-
(FIG. 1, 2, e 3). rante o tratamento, seguido por pouco crescimento vertical e desenvolvimento marca-
damente anterior durante a fase de contenção nos dois anos seguintes. O grupo con-
trole apresentou um aumento gradual na altura inferior da face e desenvolvimento
O efeito da terapia ortopédica anterior durante os 4 anos correspondentes. Nos anos subseqüentes, o padrão de
facial crescimento foi quase semelhante.
As diferenças significantes entre os dois grupos ao final da contenção, 2 anos após o
Foi considerado que a direção da tratamento, foram quanto a uma posição mais posterior das partes anteriores dos
força excercida pelos aparelhos extra- maxilares, dos incisivos e dos lábios no grupo tratado do que no grupo controle. Além
bucais têm um efeito sobre as altera- disso, os primeiros e segundos molares superiores permanentes estavam numa posi-
ção mais distal. Cinco anos mais tarde, foram encontradas as mesmas diferenças sig-
ções resultantes. Na verdade, foi nificantes.

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a erupção dos primeiros molares supe-
riores permanentes é impedida e o
aumento da altura inferior da face é
reduzido. No entanto, foi demonstra-
do que o desenvolvimento vertical ex-
tra que ocorre durante a terapia com
ancoragem extrabucal cervical é com-
pensado nos anos seguintes por mais
crescimento horizontal e menos cres-
cimento vertical do que deveria ocor-
rer (FIG. 4)15. As observações clínicas e
os dados ainda não publicados indi-
cam que um desenvolvimento compa-
rável, mas inverso, ocorre após o uso
de uma ancoragem extrabucal de tra-
A B
ção alta. Particularmente, nos pacien-
FIGURA 5 - Modelo das alterações que ocorrem em um paciente com anomalia média tes com faces longas, a supressão do
Classe II, Divisão 1 durante o tratamento com ancoragem cervical e as alterações nos
anos seguintes. desenvolvimento vertical durante o
A - Durante o tratamento, o desenvolvimento anterior da maxila fica restringido, a altu- tratamento é seguida por um aumen-
ra inferior da face aumenta, o ângulo do plano mandibular se torna maior e a parte
anterior da mandíbula alcança uma posição mais anterior. to excessivo na altura inferior da face
B - Após o tratamento, a altura inferior da face aumenta apenas ligeiramente, o ângulo nos anos seguintes. Por um outro lado,
do plano mandibular se torna menor e a parte anterior da mandíbula alcança uma posi-
ção marcadamente mais anterior.
os pacientes com face curta tratados
por meio de ancoragem extrabucal
cervical podem apresentar um aumen-
to na altura anterior inferior da face
que parcialmente se perde nos anos
seguintes (FIG. 5, 6, e 7).
A maioria dos estudos publicados
sobre o efeito dos aparelhos funcionais
e extrabucais está limitada aos regis-
tros coletados antes e após o trata-
mento. Na verdade, foi provado, por
intermédio de muitos aparelhos faciais
ortopédicos, que eles podem resultar
em uma alteração na direção do cres-
cimento facial e na quantidade de cres-
cimento que ocorre durante o trata-
mento. No entanto, outras descober-
tas indicam que o crescimento rema-
nescente irá cancelar o efeito do tra-
A B
tamento sobre a morfologia esquelé-
FIGURA 6 - Modelo das alterações que ocorrem em um paciente com anomalia Classe tica. É só quando o tratamento é ini-
II, Divisão 1 e face longa durante o tratamento com ancoragem extrabucal de tração
alta, e das alterações nos anos seguintes. ciado mais tarde e finalizado antes do
A - Durante o tratamento, os primeiros molares superiores permanentes ficam impedi- término do crescimento facial, que o
dos de irromper ou até mesmo intruir e a altura anterior inferior da face aumenta ape-
nas um pouco.
efeito não se perde16. O mesmo se apli-
B - Após o tratamento, os primeiros molares permanentes superiores irrompem consi- ca quando o crescimento esquelético
deravelmente, a altura facial aumenta marcadamente e o ângulo do plano mandibular
se torna maior.
remanescente é controlado até ser
alcançada a maturidade17.

demonstrado que a utilização de uma no comprimento do ramo do que de- Faces longas e mordidas aber-
ancoragem extrabucal cervical gera veria ter ocorrido sem esta terapia13,14. tas
mais aumento na altura facial ante- Quando é utilizada uma ancoragem O autor definiu uma mordida aber-
rior inferior da face, maior inclinação extrabucal de tração alta, o desenvol- ta como uma condição em que mais
do plano mandibular e mais aumento vimento vertical da face é restringido, de dois dentes adjacentes não tocam

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seus antagonistas ou a gengiva opos-
ta na oclusão habitual.
As mordidas abertas são causadas
por um fator que evita mais erupção
dos dentes envolvidos ou por um dis-
túrbio no processo de erupção. A maio-
ria das mordidas abertas ocorre devi-
do à interposição lingual e ao hábito
de sucção de dedo da criança.
Muitos indivíduos com face longa
possuem uma mordida aberta anterior.
No entanto, as mordidas abertas tam-
bém são encontradas nos indivíduos
sem face longa.
A B
Mordidas abertas grandes nos in-
divíduos com altura facial excessiva FIGURA 7 - Modelo das alterações que ocorrem em um paciente com anomalia Classe
II, Divisão 1 e face curta durante o tratamento com ancoragem extrabucal cervical, e
podem ser chamadas de mordidas aber- das alterações nos anos seguintes.
tas esqueléticas. As mordidas abertas A - Durante o tratamento, a altura inferior da face aumenta e o ângulo do plano mandi-
bular se torna maior.
sem desfiguração facial podem ser cha- B - Após o tratamento, o ângulo do plano mandibular se torna menor e a altura anterior
madas de mordidas abertas dentárias inferior da face diminui.

e são observadas com freqüência. Uma


extensa pesquisa populacional nos Pa-
Sistema do Complexo Dentofacial
íses Baixos mostrou que cerca de 60%
dos adolescentes possuem uma mor-
dida aberta na região anterior e cerca
de 18% carecem de contato vertical na
região posterior. Nos adultos, os nú-
meros são de 40% e 10%18,19. Estas des-
Esqueleto Dentição
cobertas correlacionam-se às de outros
estudos que indicam que cerca de 50%
das mordidas abertas nas crianças de-
saparecem espontaneamente com o
avanço da idade.
Em geral, as mordidas abertas es-
queléticas não melhoram com o cres-
Função
cimento e são difíceis de tratar. As mor-
didas abertas esqueléticas e as
dentárias ocorrem principalmente de-
vido às influências funcionais. Neste FIGURA 8 - A diferença na espessura das setas indica que o desenvolvimento do es-
aspecto, a interação entre o esquele- queleto e da dentição têm uma influência de intensidade comparável, mas menos in-
fluência na função, enquanto que o papel desempenhado pela função no desenvolvi-
to, dentição e função podem ser en- mento da dentição e do esqueleto é considerada maior. A terapia facial ortopédica e/ou
tendidas mais prontamente quando é ortodôntica contínua introduz um fator ambiental adicional que temporariamente pode
aplicada uma abordagem de sistema20. produzir uma situação além da extensão normal de variação para um ou mais dos três
componentes. No final do tratamento e da contenção, o equilíbrio normal é restaurado,
sendo que as alterações resultantes geralmente são consideradas como recidiva.
Sistema do complexo dentofa-
cial
O complexo dentofacial pode ser
considerado como um sistema com ortodônticos faciais intervém em de é uma necessidade de ajuste dos
três subsistemas: esqueleto, dentição todo o sistema (FIG. 8). três subsistemas. Na FIG. 8, os con-
e função. Os subsistemas mantém Cada um dos três subsistemas pos- tornos finos internos e externos in-
uma interação contínua durante o sui uma grande variação em seu modo dicam a variação assumida no cresci-
desenvolvimento, bem como em qual- de expressão. Eles se adaptam segun- mento e adaptabilidade. Teoricamen-
quer situação em um momento parti- do as necessidades resultantes das te, a situação real pode variar entre
cular. Os tratamentos ortopédicos e interações mútuas. Esta adaptabilida- os dois contornos.

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Em um indivíduo normal em cres- ça e Classe II, Divisão 2 na outra. Na pelos inferiores. A interposição lingual
cimento, os três subsistemas irão ama- primeira criança, o lábio inferior esta- e um selamento labial inadequado re-
durecer de diferentes maneiras em ve- va situado para palatino dos incisivos duzem as chances de estabilidade, mes-
locidades diferentes, mas estão em superiores; na segunda, o lábio infe- mo futuramente. Os dentes podem
equilíbrio e cada um ficará situado rior cobriu excessivamente aqueles movimentar-se lateralmente e girar, e
dentro da extensão normal de varia- dentes no lado vestibular21. surgirá um diastema, a despeito da
ção. A extensão da variação na fun- Nas crianças com mordida aberta, contenção fixa.
ção (incluindo os tecidos moles) é con- geralmente um dos pais possui a mes- Tendo em vista que a mordida aber-
siderada mais limitada do que os dois ma condição. Isto é verdade para as ta na região anterior ou posterior não
outros subsistemas. Além do mais, um mordidas abertas anteriores bem como irá desaparecer, então não faz sentido
papel mais dominante no sistema é para as posteriores. É provável que o buscar-se uma oclusão ideal que não
atribuído à função do que ao esquele- controle neuromuscular da posição da possa ser alcançada ou mantida. As li-
to e dentição. língua e movimentos seja determina- mitações causadas pelos aspectos fun-
Na maioria dos distúrbios funcio- do principalmente pela genética. Esta cionais devem ser respeitadas e haver
nais os fatores internos provavelmen- suposição também serve para explicar um comprometimento no sentido de se
te são mais importantes do que os ex- bem que a terapia miofuncional que aceitar o resultado do tratamento. Ain-
ternos, mas o prognóstico de altera- corrige o comportamento da língua da assim, é difícil estimar se uma mor-
ção é mesmo favorável para os aspec- tem pouco sucesso22. dida aberta irá fechar espontaneamen-
tos funcionais internos. Algumas obs- te ou durante o tratamento. No entan-
truções nasais não podem ser elimina- Faces curtas e mordidas pro- to, a análise computadorizada dos da-
das pela terapia ENT. Os padrões de fundas dos cefalométricos coletados parece for-
deglutição anormais são difíceis ou As faces curtas, e particularmente necer um resultado de predição melhor
impossíveis de alterar. O mesmo ocor- aquelas com altura anterior inferior da do que a avaliação clínica23.
re para a interposição lingual, a me- face pequena estão associadas com
nos que possa ser estabelecido o con- uma mordida profunda. Muitas ano- Faces longas geralmente apre-
tato oclusal. No entanto, a fala, me- malias Classe II, Divisão 2 e também sentam uma anomalia Classe
nos importante neste respeito do que as oclusões Classe I com sintomas de II, Divisão 1
outros aspectos funcionais, pode ser Classe II, Divisão 2 apresentam este fe- 1. Esta condição pode ser tratada
melhorada sob certas circunstâncias. nômeno. No entanto, faces curtas com com uma ancoragem extrabucal de tra-
Em pesquisa e em procedimentos mordida profunda não são encontra- ção alta e técnicas adicionais para se
clínicos deve ser dada mais atenção das apenas nas sobremordidas chegar a um resultado aceitável. No
aos tecidos mineralizados porque eles (deckbisse), mas também em certas entanto, como afirmado anteriormen-
permanecem após a morte e podem anomalias Classe II, Divisão 1. te, a melhora percebida na configura-
ser claramente observados por meio Uma face curta apresenta um pa- ção facial tem de ser mantida. Isto
de radiografias. Este é o contraste à drão de crescimento descrito por Björk pode ser feito com uma ancoragem ex-
situação para os tecidos moles e fa- como uma face com rotação anterior trabucal de tração alta ou um bloco
tores funcionais à medida que são da mandíbula. Os componentes fun- de mordida17. No entanto, é difícil con-
difíceis de avaliar e quantificar. Ain- cionais externos prevalecem sobre os vencer um adolescente de que ele tem
da assim, é possível entender que os internos e a dentição gradualmente de usar este aparelho até o final do
estudos que procuraram analisar fa- adquire uma posição mais dorsal na crescimento, particularmente os rapa-
tores etiológicos e hereditários e in- cabeça. zes, porque ele poderá levar muitos
fluências ambientas são, em sua mai- anos. Nestes exemplos, geralmente é
oria, limitados à morfologia do es- Estratégias de tratamento preferível postergar o tratamento para
queleto e dentes, incluindo a organi- Os pacientes com uma mordida um estágio mais à frente e, então, se
zação do último. aberta anterior devido à interposição encaminhar o paciente para cirurgia.
No entanto, é mais provável que lingual geralmente apresentam irregu- É certo que em faces longas com
os fatores que controlam o crescimen- laridade dos dentes anteriores supe- uma desfiguração esquelética inacei-
to do esqueleto craniofacial não estão riores. A correção destas irregularida- tável, o tratamento deve ser posterga-
posicionados nos ossos ou periodon- des é indicada e ela deve ser concluí- do até que o crescimento esteja finali-
to, mas nos componentes funcionais. da pela contenção com um retentor zado e a cirurgia possa ser realizada.
Uma ilustração clara deste fenômeno colado palatinamente que inclui tam- A ortodontia pré- e pós-cirúrgica é
é a ocorrência, em um conjunto de gê- bém os primeiros pré-molares. Em uma necessária na maioria destes trata-
meos monozigóticos, de uma anoma- mordida aberta anterior, a posição dos mentos cirúrgicos. A avaliação de
lia Classe II, Divisão 1 em uma crian- incisivos superiores não é sustentada amostras grandes de pacientes que

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sofreram esta abordagem combinada de dida anterior pode evitar a redução in- Considerações finais
tratamento revelou que a melhora desejada na altura anterior inferior da O desenvolvimento em crianças
esquelética é boa e fica bem mantida, face26. Um retentor superior removível com faces curtas e longas diverge do
no entanto, geralmente há o retorno de bem concebido e construído, sobre o padrão médio. Considera-se que os as-
uma mordida aberta dentária. As qual os incisivos inferiores repousem e pectos funcionais são os principais res-
interposições linguais parecem sobrevi- que seja usado durante o sono, precisa ponsáveis por este fenômeno. Isto se
ver à cirurgia ortognática24. A redução de pouca manutenção. Uma visita de aplica à resposta aos procedimentos de
no tamanho da língua geralmente não controle anual é suficiente27. A experiên- tratamento facial ortopédico e orto-
produz o efeito desejado25. cia dos autores é que os pacientes não dôntico. Particularmente, nas faces
Nos pacientes com face curta, o de- apresentam problemas em seguir este longas, as limitações do tratamento
senvolvimento após o tratamento pode protocolo até que o crescimento esteja conservador são óbvias. Para os paci-
ser controlado com mais facilidade que mais ou menos finalizado. Nos rapazes, entes com uma desfiguração facial,
nas faces longas. Como BJÖRK e isto geralmente significa 21 ou 22 anos geralmente é indicada a cirurgia
SKIELER apontaram, um plano de mor- de idade. ortognática.

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