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O substrato para bonsai

Matéria escrita por


Olavo Pastore
São Paulo-SP
olavo@bioreef.com.br

O substrato “ideal” para bonsai era algo que me intrigava muito no início
do meu aprendizado. Não achava muito lógico o porquê de ser necessário
algo diferenciado, pois via várias plantas, de diferentes espécies e
tamanhos, em vasos de diferentes proporções de altura e largura.

Hoje, passada esta fase, acredito que muitos colegas iniciantes, ou mesmo
veteranos, possam ter ainda estas mesmas dúvidas. Por este motivo achei
que seria conveniente tentar ajudar aqueles que ainda estejam trilhando
este caminho, que é realmente básico no cultivo saudável de qualquer
bonsai.

Já repararam que na China e no Japão existem bonsai que sobrevivem há


séculos? Que muitas das plantas que vemos em vasos comuns, dos mais
variados tamanhos, cedo ou tarde, vão parar no chão ou acabam morrendo
em alguns anos?

Já repararam que os vasos e substratos para orquídeas são diferenciados


do restante? Que a tendência é regar menos para que o substrato não
fique encharcado, evitando grandes perdas nas estufas por conta da
“podridão negra”, uma doença fúngica causada pelo excesso de umidade?

Se você entender melhor as necessidades de uma planta e tiver uma noção


básica, bem básica mesmo de botânica, irá ver que não é nada assustador.
Como as orquídeas, nossos bonsai também têm necessidades diferentes.

Próximo ao século XX, quando os bonsai foram levados para a Europa e


Estados Unidos, começou-se a criar um “mito” de que havia algum
“segredo oriental” no cultivo destas plantas, pois elas morriam em pouco
espaço de tempo e que este “segredo” superava os conhecimentos básicos
da botânica. Na verdade, o grande “segredo” era justamente o
conhecimento na formulação do substrato utilizado nesses bonsai.

É útil sabermos que as raízes mais claras, finas e ramificadas (meristema


ou raízes capilares) têm a função de absorver água e nutrientes através
das suas extremidades: é a “boca” da planta. As raízes mais velhas, fortes
e grossas são responsáveis pela fixação e sustentação da planta ao solo.

Precisamos entender que para sobreviver e manter-se fixada, a planta


necessita de espaço para suas raízes e estas, por sua vez, necessitam de
ar, de água para hidratar-se e absorverem os nutrientes através de

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reações químicas; de uma base de sustentação e fixação de determinadas
bactérias que vivem em associação com a planta, ajudando na absorção
e/ou elaboração dos nutrientes, além de um solo com pH ideal para cada
espécie. (Quanto às bactérias associadas, não se preocupem, a planta
saudável se vira muito bem sozinha: elas chegam naturalmente à raiz
através do ar, água, etc.).
Em contrapartida, temos as bandejas ou vasos de bonsai que normalmente
são bem pequenos, cabem pouco substrato e por isso também mantêm a
umidade por um curto período de tempo.
O substrato não deve compactar-se como terra comum, pois isso reduz a
aeração e faz aumentar a umidade, asfixiando, apodrecendo e matando as
raízes e, conseqüentemente, a planta.

Baseado nisto, chegamos à conclusão que este solo “ideal” deve ter:

 aeração (espaços vazios onde possa circular o ar);


 retenção de umidade e nutrientes suficientes para suprir a planta
sem compactar-se nem encharcar;
 sustentação, propiciando a fixação das raízes e a planta como um
todo;
 pH de acordo com a espécie cultivada. Um método prático para se
determinar o pH do solo é a observação através do tamanho das
folhas: folhas maiores, pH mais ácido; folhas menores, pH mais
alcalino. Em geral, excetuando as azaléias, se o solo tiver aeração,
retenção de umidade e drenagem adequadas, isso não será um
grande problema problema.

Se pensarmos bem, o “segredo” está na composição e na granulometria ou


tamanho das partículas deste substrato. É simples!!!!

Tem mais algumas coisas que vamos obter se prestarmos mais atenção
com a composição e granulometria deste tal substrato “ideal”...

• Mais oxigênio nas raízes;

• Melhor drenagem;

• Mais facilidade no transplante, sem os danos às raízes capilares;

• Mais fácil de expor e limpar as raízes durante a poda;

• Maior área de superfície em que as raízes possam crescer;

• Aumento do número de raízes e suas ramificações;

• Menor elevação de temperatura do substrato em nível danoso à planta;

• pH do solo correto para a espécie;

• Condições ideais para a troca de íons;

• Meio apropriado para o desenvolvimento de bactérias benéficas


associadas;

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• Cor e aparência agradáveis;

• Facilidade em aplicar e controlar nutrientes;

• Menos estresse pela diminuição dos riscos em quebrar raízes mais


grossas;

• Menor probabilidade de galhos mortos;

• Melhoria na saúde da planta;

• Aumento da longevidade do bonsai.

Vamos entender essa granulometria ou tamanho das partículas nesse


substrato:

As raízes crescem entre as partículas do solo e, se olharmos bem de perto,


veremos que a parte merismática ou capilar vai de encontro à essas
partículas, hora mudando de direção no seu crescimento, hora
ramificando-se e aumentando de diâmetro, o que é muito bom.

Nesse crescimento, as raízes estarão em busca da água disponível que se


encontra junto ao ar. Isso mesmo!

Todos já viram na escola sobre as propriedades da tensão superficial dos


líquidos, que criam um efeito capilar e que elevam um líquido, aderindo a
pequenos corpos. Isso fará a água aderir às partículas do nosso substrato
granulado, mantendo tanto oxigênio como também a água.

Hoje, sabemos que a granolometria ideal para esse substrato varia entre 2
a 5 milímetros de diâmetro.

Para conseguirmos estes tamanhos precisamos de duas peneiras. Uma com


1 ou 2 milímetros de malha e a outra entre 4 ou 5 milímetros de malha.
Vamos moendo o nosso substrato escolhido e peneirando na peneira de
malha maior, o que não passar por esta, deve ser moído novamente até
passar completamente. Depois peneiramos na peneira mais fina. Nesse
caso, o que passar tem que ser descartado, pois é pó ou pequeno demais.
O que ficar nesta última peneira será utilizado!

Temos também grãos de dois tipos: o liso, do tipo cascalho de rio lavado
(meio vítreo) e os ásperos, do tipo calcário dolomítico (ou Dolomita)
moído. O grão mais áspero tem uma área de superfície muito maior que o
grão mais liso e isso proporciona uma capacidade de retenção de líquidos
muito maior que no grão liso. Portanto, os grãos ásperos são muito mais
apropriados na utilização em bonsai.

Agora uma informação polêmica!!!

Costumamos colocar só cascalho mais grosso no fundo dos vasos com a


finalidade de melhorar a drenagem do substrato e isso é utilizado pela
maioria dos mestres, foi o que me ensinaram e é o que faço ainda, mas
pesquisas recentes mostraram que esta prática pode estar fazendo mal aos

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nossos bonsai.

A capilaridade da água no substrato, que nos ajuda, tende a mover-se de


uma partícula maior para uma partícula menor e isso tende a carregar a
umidade do vaso para a camada mais superior do substrato e criando uma
“falta” de água nas raízes mais baixas do vaso, formando um acúmulo de
sais. Muitos mestres de bonsai estão começando concordar que o ideal é
conter uma mistura homogênea em todo o vaso sem a camada de cascalho
mais grossa no fundo!!! (vamos pesquisar?)

Mais algumas coisas a serem levadas em consideração na formulação do


substrato:

Profundidade do vaso - influencia drasticamente na evaporação da água,


vasos muito pequenos como os de mame ou muito rasos tendem a reter a
umidade por bem menos tempo.

Insolação - ou período em que o vaso permanece exposto ao sol. Um vaso


que fica o dia todo exposto ao sol, obviamente perderá mais umidade que
outro exposto apenas durante a manhã.

Clima - as estações do ano, clima ou micro clima local, ventos, média


pluviométrica, etc.

Espécie cultivada - algumas espécies preferem solos bem encharcados


como as Éricas Chinesas (Leptospermum), plantas originárias da Nova
Zelândia e Austrália. Outros, como os pinheiros e tuias, se desenvolvem
melhor em um substrato bem drenado, isto é, que não encharque.

Vaso – De certa forma, a superfície e material do vaso também influenciam


na umidade. Um vaso mais poroso tende a reter mais água.

Características e possibilidades de materiais

No Japão utiliza-se uma composição de “Akadama”, que é uma argila


vulcânica e compõe a maior parte do substrato, “Kiryu” extraído próximo à
uma cidade de mesmo nome, tem sua composição argilo-arenoso e
“Kanuma”, também extraído próximo à cidade de mesmo nome,
amarelado, ácido, de origem vulcânica, sem matéria orgânica e muito
usado puro nas azaléias. Entretanto, este material todo é muito difícil de
ser encontrado no Brasil.

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Dolomita - ou qualquer
material mineral calcário,
proporciona boa aeração,
drenagem pH alcalino, livre
de matéria orgânica e
nutrientes.

Cascalho lavado de rio -


Pedrisco ou areão de rio,
normalmente formado por
quartzo, proporciona boa
aeração, drenagem, pH
neutro, livre de matérias
orgânicas e nutrientes.
Menos indicado para
algumas regiões que o
cascalho de dolomita, por
possuir uma superfície mais
lisa, com menor área e,
portanto, retendo menos
umidade.

Terra de cupinzeiro moída -


Tem sua composição
argilosa, boa aeração, retém
boa umidade e nutrientes,
compactação moderada
(compacta-se em até um
ano), tende ao pH neutro,
pouco ou nenhum nutriente.
È conveniente assar este
material depois de peneirado
para evitar contaminações e
eliminar sementes de plantas
indesejáveis. Cupinzeiros de
cor mais escura são menos
arenosos e tendem a
compactar-se ainda menos.

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Vermiculita - Material de
origem mineral com grande
capacidade de absorção e
retenção de umidade e de
nutrientes, pH neutro, isento
de nutrientes. Usado
somente em vasos muito
pequenos (mame) ou em
regiões muito quentes, em
proporções não maiores que
10% do total da mistura.
Pode ser encontrada em
casas de agro-pecuárias.

.
Substrato comercial - Do tipo
Plantimax, Biomix, etc.
Normalmente vem com
matéria orgânica “curtida”,
incorporada (restos de
folhas, madeira, serragem,
pó de xaxim) e terra preta.
Não utilizar ou evitar os
substratos que tenham a
adição de adubos (ou
adubado). Alguns fabricantes
colocam também vermiculita
na composição, é bom
observar isso e tomar o
devido cuidado. Pode ser
bem aproveitado para
composição se o substrato
for para Azaléias,
acidificando a mistura. Por
aqui uso 1/3 ou ¼ para as
mesmas.

Carvão vegetal - Tem certa propriedade fito-sanitária e pode ser usado em


até 5% da mistura moída na mesma granulometria dos outros
componentes. é bom observar que, entre outros, ele possui
aproximadamente 15% de Potássio e que, este nutriente é importante na
manutenção estrutural da planta.

Material orgânico - Em geral, restos de vegetais em decomposição e


esterco. Rico em nutrientes, pH ácido, grande capacidade de retenção de
umidade, compacta-se facilmente. Restos de agulhas e cascas de pinheiro
poder proporcionar um fornecimento inicial de micorrizas.

Argila expandida moída – Boas propriedades em retenção de umidade e


absorção de nutrientes, boa aeração, pouca ou nenhuma compactação,
inerte, pH neutro, isento de nutrientes. Tem uma aparência desagradável
por ser cinza escuro, quando quebrada. Outra opção é a Cinasita 500 que é
a argila expandida em sua menor granulometria.

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Tijolo ou telha moído - Boas
propriedades em retenção de
umidade e aeração, pouca
ou nenhuma compactação,
inerte, pH neutro, isento de
nutrientes.

Laterita – Ou laterita
mineira. Granulado rico em
minério de ferro. Não seria
normalmente parte do
substrato, mas podem ser
usados alguns grãos em
Azaléias e plantas com
deficiência em ferro.
Comumente usado como
material em aquário
plantado e fácil de ser
achado em lojas deste ramo.

Composição final do substrato “ideal”

Eu não diria que exista um substrato ideal, mas sim uma mistura básica
para cada região do país (clima) e espécies.

Em geral, não se acrescenta material ou adubo orgânico, nem adubos


químico ao substrato. Toda a necessidade de nutrientes que a planta exigir
será colocado periodicamente através de adubos específicos, sejam eles
químicos ou orgânicos, que serão retidos no vaso pelos materiais com boa
absorção de água.

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Uma mistura de uso geral
que eu uso aqui na região
Sudeste (São Paulo) seria de
50% de pedrisco de dolomita
e 50% de terra de cupinzeiro
moída ou tijolo moído mais
5% de carvão vegetal.

Se for azaléia, retiro 10% de cada material e acrescento 20% de material


orgânico, ou então acrescento 20% ao total da mistura, ou mais, para
acidificá-la.

Se o caso for mame e você não tem como ficar sempre de olho na
umidade, aquela pequena porcentagem de vermiculita pode ajudar e ser
acrescentada.

Tendo em mãos estas informações acredito que seja mais fácil para cada
um formular o “Seu substrato ideal”! Levando em consideração agora o
gosto pessoal, clima local e disponibilidade do material citado!

As alternativas não faltam.

Recomendaria também os substratos prontos comercializados pelos Mizuno


www.bonsaimizuno.com.br , Bonsai Brasil www.bonsaibrasil.com.br e
Nipon Bonsai www.niponbonsai.com.br .

Todo o texto acima foi lido ou estudado em livros, revistas, internet,


conversas com os amigos ou meus Senseis, portanto fica difícil citar uma
fonte específica.

Também não sou nenhum “expert”, só um aficionado na Arte do Bonsai e


se você é um aficionado como eu, irá perceber que vale (e muito!) à pena
estudar a respeito. Fontes para isso é o que não faltam e seus bonsai é
quem agradecem!

Bom cultivo para os seus bonsai e boa sorte!

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Pedrisco + Terra granulada

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