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Artes Deco
orativaas
MOD__01/v01_
Apontamentos coligidos por Joana Sousa do Departamento de Design e Marketing de moda do Citex.
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Índice
1. Artes Deecorativas ....................................................................................................................................... 2
1.1 Campo de aplicação das arrtes decorattivas ........................................................................................ 2
2. Egipto ......................................................................................................................................................... 3
2.1. Enquadramentto histórico .................................................................................................................. 4
2.2. Artee não Arte ....................................................................................................................................... 6
2.1.1. Convençõees da arte eegípcia: ....................................................................................................... 6
2.3. Joalharia ............................................................................................................................................ 12
3. Grécia ....................................................................................................................................................... 14
4. Roma ........................................................................................................................................................ 20
4.1 Arte Romana ...................................................................................................................................... 20
4.1.1. Pintura da arte roman na ............................................................................................................. 20
5. Idade MMédia ............................................................................................................................................. 28
6. Época Barroca .......................................................................................................................................... 43
6.1 Talha Barroca ..................................................................................................................................... 44
6.2. O Azulejo Barro oco ............................................................................................................................. 50
7. Mobiliárrio na corte francesa de Luís XV ................................................................................................. 56
7.1 Mob biliário Estilo o Luís XV ..................................................................................................................... 59
8. Paixão ppela Modern nidade – Arrte Nova ................................................................................................... 73
8.1 Influ
uências da A Arte Nova: ....................
. .............................................................................................. 75
8.3. Vidrro e Joias dee René Laliq que ........................................................................................................... 82
9. Arte Decco ................................................................................................................................................. 86
9.1.Influ
uências da A Arte Deco .................................................................................................................... 86
Arttes Decoraativas
1. Artes D
Decorativaas
Arte: definne o conjunto de objecctos criadoss pelo ser humano com m perfeita ddestreza e qque, para além
de uma fun nção directaa, possui umma intencio
onalidade quue os leva aa usufruir essteticamentte.
Está ultrap
passada a diferença que
q dividia o processo o artístico entre Artees maiores (arquitectu
ura,
pintura e eescultura) e as Artes menores (as restantes). Contudo, continua‐se a privilegiar as primeirras,
opondo‐ass ao núcleo mais alargaado do que hoje se den nomina por Artes Deco orativas.
Artes deco orativas: conjunto das artes ornammentais, por oposição ààs designad das de criatiivas.
Ornamentto: todo o géénero de deecoração ou u enfeite nu
uma obra dee arte.
1.1 Camp
po de apliccação dass artes deccorativas
Temos sem mpre que teer em conta que os m materiais se unem paraa conceber os objectoss sempre co om
uma funcio onalidade, aaplicabilidad de, seja com
mo ornamento ou com mo utensílio,, ou mesmo o ambas.
Como matteriais, antees de mais convém referir que esstes se diviidem em orrgânicos e inorgânicoss, e
como tal, o o leque seráá diverso deesde a madeira, os me etais, o vidro
o e o papel,, a pedra e os pigmenttos,
entre outro os.
O campo d de aplicação o das artes decorativas será extenso e alargado quer nas suas técnicas, quer na
sua funcion nalidade. Ao longo da História da Arte estas estarão preesentes com mo:
Pintura mu ural / Pinturra a fresco
Cerâmica // Porcelana
Mobiliário / Talha
Vitrais / Vidro
Azulejo / M Mosaico
Joalharia
Rendas / B Bordados / TTapeçaria
Iluminura… …
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Arttes Decoraativas
2. Egipto
“Todas as ccoisas receiiam o tempo, mas o tempo tem re
eceio das piirâmides” A
Adb‐ul‐Latif
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Arttes Decoraativas
2.1. Enqu
uadramen
nto históriico
Período Principais A
Acontecimeentos Paralelos
5000‐310000 Populações instalam‐sse no vale d
do Nilo
Período Pré‐ Vida comunitária organiza‐‐se em aldeias,
Dinástico desenvolveendo‐se a agricultura e
e a criação d
de gado
1710‐ 1540
0 País é invadido pelos Hicsos, oriundos
o do
o Próximo
Segundo Período Oriente, sendo po osteriormen nte expulsos pelos
o
Intermédio egípcios.
Regresso àà ordem
1550‐10699 Apogeu do reino egípcio com mandado por faraós
Império No
ovo como Hatchepsut, Tutmés, Amen‐H Hotep e
Tutankamo on.
Tebas tornna‐se a capiital e assiste‐se à consstrução de
grandes ob bras de arqu
uitectura reeligiosa com
mo Karnak,
e Luxor, asssim como ffunerária coom o Vale ddos Reis, o
Vale das Rainhas e e o Vale dos Nobres (lado
ocidental)..
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Arttes Decoraativas
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Arttes Decoraativas
2.2. Arte não Arte
Pintura mural de uma necróp
pole de Hierako
onpolis (reprodução moderna))
Tempera, pigmmentos naturaiss
Época Pré dináástica
Museu de Turim
2.1.1. Convençõess da arte e
egípcia:
Noção de ssilhueta evoocada a duaas dimensõees – bidimensionalidad de.
Escrita ornamental – – não servve para exxprimir uma confidên ncia nem ppara transm
mitir qualqu
uer
mensagem m estética. EEncontra‐see ao serviço
o de leis relligiosas parra criar um mundo quee não se deeve
mostrar tal como aparece.
Pintura sobre linho da necrop
pole de Gebelin
n
Época Pré dináástica
Museu de Turim
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Arttes Decoraativas
A figura huumana era rrepresentad da do seguin nte modo:
Cabeça e rosto repressentados dee perfil, com m olho de frente.
Ombros reepresentado os de frentee.
Bacia reprresentada quase
q de perfil, tendo
o o homem m mais que a mulher, uma pernaa adiantadaa à
outra. O péé avançado é geralmen nte o que see encontra mais longe do espectador.
Pés representados dee perfil (basee do ser hum mano), send do o dedo ggrande visto
o de perfil n
nos dois péss.
O artista / artífice estáá ao serviço
o das convenções e só as altera qu uando receb be uma ordem.
Ausência d de perspectiva
A Cor na arte egípcia era um meeio de transpor valoress e noções ffundamentaais ligadas àà natureza d dos
seres e dass coisas, e n
não ao seu aaspecto. Algguma da sim mbologia daas cores usaadas:
Verde: fresscura e juveentude – paapiro tenro
Negro: terra que dá vida às duas margens
Amarelo‐avermelhado o: esterilidaade, areias ddo deserto
Branco: luzz
Amarelo‐vivo: ouro, ccarne dos deeuses, incorrruptível, etternidade
Amarelo‐claro: epiderrme das mu ulheres
Pardo‐averrmelhado: eepiderme dos homens
Vermelho: cor do sanggue, vida co oncentrada
Lápis‐lazúli: cabeleira das divindaades
Turquesa: anúncio de uma nova vida, luz an ntes da auroora.
A técnica dda pintura ssobre pared de envolvia o os seguintees passos:
Artífice reccobria previiamente a ssuperfície co om uma cam mada de estuque feita de cal bran nca.
Traçava o d desenho a vvermelho (ee raramentee a branco)..
Mestre traaça com um pincel com m tinta negraa pura.
Aglutinante para os pigmentos – goma aráb bica e clara d
de ovo maiss pequenas quantidade es de água.
Partir da XVIIIª dinastia será usad da a cera dee abelha, quue mais tardde servirá de base paraa a encáustica.
Pincéis eraam feitos de caniços m mascados numa das exxtremidadees às quais se juntavam m erva e finnas
nervuras de
d folhas de
d palmeira. Serviam assim parra espalharr as cores sobre supe erfícies mu
uito
extensas.
Tintas prep paradas emm godés feito os de conch has.
Paletas poderiam ter de 8 a 10 pastilhas de cores.
Têmpera: processo de pintura eem que os p pigmentos ssão aglutinaados numa emulsão de água e co ola,
gema ou o ovo.
Pigmentoss: matéria p pulverizada orgânica (vvegetal ou animal) ou inorgânica (mineral) q que, agregaada
com um agglutinante rresulta nas ccores usadaas em pintura.
Os sacerdo otes são quem dita os temas, as aatitudes, os agrupamentos e os geestos, não h havendo luggar
para a fanttasia. A temmática dividee‐se por cen nas religiosaas, do quotidiano e cen
nas de guerrra.
A decoraçãão da superfície distrib bui‐se por rregistos horrizontais, soobrepostos e separado os por uma só
linha.
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Arttes Decoraativas
Friso dos ganssos de Meidum
Monarquia An ntiga c. 2700 a.cc.
Museu do Cairro
Uma das p primeiras pinnturas muraais.
Utilizados os pigmenttos em estado natural: óxido de fe erro para o os vermelho os e castanh hos; malaquuite
para os esveerdeados e azuis
e lazulite p
Estilo realiista havend
do uma preeocupação pelas
p formaas e pelos coloridos, p
permitindo reconheceer a
espécie figgurada.
Opondo‐see sempre que q era representadaa a figura humana:
h seem expresssão no rosto e estátiica.
Contudo, aas figuras seecundárias ccomo camp poneses, são o representtados de mo odo mais livvre.
Túmulo de Meenena
Monarquia Noova c.1420 a.c.
Pintura mural a têmpera sobre estuque
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Arttes Decoraativas
Os patos abatidos rep
presentam d
demónios vencidos.
Os peixes q
que parecemm ascenderr são símbolo das almaas dos defun
ntos.
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Arttes Decoraativas
Pintura do túm
mulo de Khnoumm‐hotep
Império Médioo
Pintura a têmp
pera sobre estu
uque
Pintura mural sepultura de N
Nebamun
British Museum
Banquete eem celebração do “Diaa do Vale”, eem honra dos deuses ee dos defuntos, parentes e amigoss.
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Arttes Decoraativas
Pintura mural do palácio de TTell el‐Amarna.
Pintura a frescco
Império Novo
Ashmolean Museum Oxford
Pintura mural tumulo de Sen
nedjem
Pintura a têmp
pera sobre estu
uque
Império Novo
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Arttes Decoraativas
2.3. Joalh
haria
São elemeentos de addorno ou amuletos
a ussados por todos, desd de homenss, mulheress e crianças a
divindadess e animais sagrados.
As suas forrmas e motivos são insspirados na natureza e nas divindaades.
Encontram mos quer através
a de pinturas quer atravvés de ob bjectos enccontrados nos túmullos:
ornamento os de peruccas, pulseiras – rígidass, flexíveis, para torno
ozelos, paraa braço ‐ co
olares, anéis e
coroas.
Os materiaais usados vão desde o ouro, àss pedras prreciosas e semipreciosas (cornalina, turqueesa,
lápis‐lazúli, ametista, feldspato…)
Bracelete da rrainha Hetepheres
Império Antigo o
Placa de prataa, pasta de vidro
o, cornalina, lap
pis‐lazuli, turqu
uesa
Pulseiras do reei Djoser
Império Antigo o
Ouro, lapis‐lazzuli, turquesa, aametista
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Arttes Decoraativas
Coroa da princcesa Khnoumett
Império Médio o
Ouro, cornalin
na, lapis‐lazuli, tturquesa
Peitoral de Tutankhamon rep presentando o Ba (alma) pássaaro
Império Novo
Ouro, pasta dee vidro, turquessa, cornalina
Pendente com m escaravelho dde Tutankhamon
Império Novo
Ouro, prata, p
pasta de vidro, lápis‐lazúli, turq
quesa, cornalina, quartzo
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Arttes Decoraativas
3. Grécia
São três ass fontes parra o estudo da arte grega:
Monumentos que cheegaram até nós.
Cópias de peças execu utadas peloos romanos,, sem as quaais muitas d delas não ch
hegariam atté nós:
algumas dee qualidadee excelente que levantaa a questão o da certeza de serem ccópias
algumas leevantam a q questão da fidelidade aao modelo, pela existêência de várias cópias d
do mesmo.
Fontes literárias deixaadas pelos ggregos e coppiadas pelos romanos.
Permitiramm a identificcação de algguns artistaas e que obrras executaaram. Contuudo, algumaas delas fazem
menção a monumenttos que não o existem e,, por outro lado, não ffazem mençção a obrass conhecidaas e
consideraddas obras‐primas.
Período Princcipais acontecimentos Paralelos
1100‐770 aa.c. Form
mação da civvilização gre
ega
776 a.c. Instittuição dos Jogos Olímp
picos. Ponto de
d partidaa
Funddação de várrias cidadess. para a cronologiaa
grega
650‐500 a.c.
Estilo geom
métrico
480 a.c Vitórrias gregas ssobre os persas.
Estilo Arcaico Eclossão do gén nio artísticco na pintura e na
arquiitectura moonumental e e escultura.
500‐300 a.c. Apoggeu da arte grega.
Estilo Clásssico
Séc. IV e I aa.c. Arte pela arte e sua expanssão pelo terrritório.
Período Heelenístico
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Arttes Decoraativas
Cerâmica: Modelação o de objectoos em barroo húmido, p posteriormeente seco e cozido. Con nsoante o tipo
de pasta uttilizado, cozzedura e revvestimentoo, classifica‐sse por:
‐ cerâmica em terraco ota
‐ cerâmica vidrada
‐ cerâmica grés: pastaa de quartzo o, feldspato
o, argila e arreia fina
pasta porosa, revestidaa de esmaltee sobre a qual é pintad
‐ faiança: p da a decoração
‐ porcelanaa: aspecto ttranslúcido, composta de caulino, quartzo e ffeldspato.
Cerâmica ggrega surge em três graandes formatos:
‐ Ânfora: vasilha em
e forma de coraçção, com o gargalo o largo orrnado com m duas assas;
‐ Hidra: (deerivado de ydor, água) tinha três asas, uma vertical parra segurar eenquanto ccorria a água e
duas para levantar;
‐ Cratera: tinha a bocca muito larrga, com o ccorpo em fo orma de um m sino invertido, servia para mistu urar
água com o o vinho
Estilo Geométrico
Tem por baase a pinturra de vasos com motivvos e representações figgurativas dee carácter ggeométrico
Os principaais testemuunhos são ânforas e craateras. São recipientess de grande formato, decorados co om
pintura a negro sobrre fundo ro
osáceo, com
mbinando motivos
m geo
ométricos, ccom assunttos figurativvos
alusivos aoo defunto. OOrganizados em registtos horizonttais, onde aas figuras hu umanas e d de animais ssão
representaadas em silh hueta, de naatureza esqquemática e e geometrizaada.
Vaso de Dipylo
on – séc. VIII a.c.
As urnas fu
unerárias seerviam paraa depositar as oferend
das ou as cinzas dos mortos. Os te
emas tratad
dos
raramentee remetemm para um ma vida além da morte, dand do primazia a cenass meramennte
comemoraativas, como o por exemplo, o corteejo do enterrro.
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Arttes Decoraativas
Elementoss geométriccos e figuraativos coexxistem, sen ndo difíceis de distingguir: uns lo osangos tan nto
podem serr as pernas d de um hom mem, como aas pernas de uma cadeeira.
Estilo Arcaaico
Menores que q os preecedentes uma vez que
q não são servem como urnaas funeráriaas que foram
substituídaas pelos mo onumentos de pedra.
Decoração o acentuadamente mais figuratiiva, com cenas c da mitologia,
m d
da lenda e
e da vida do
quotidiano o.
As personaagens encon ntravam‐se normalmente de perfil.
A par destee estilo, a ppartir dos m meados do séc. VI os arttistas (oleirros e pintorees) começam a assinarr as
suas obrass, demonstrando talvezz um orgulh ho nestas e ttentando gaanhar igualmente umaa fama.
Alguns criaaram mesm mo um estilo o próprio, o
originando u uma caligraffia artística,, permitindo desse mo odo
a sua rápid da classificação e o estu udo da sua evolução enquanto arttista.
Figuras Ne egras
Nos finais do século VII, os pinttores adopttaram o esstilo de “figguras negraas”, traçadaas em silhueeta
sobre fund do avermelhado do baarro. Os po ormenores internos
i são riscados com um esstilete sobree a
tinta lisa, p
podendo ap plicar‐se braanco e roxo sobre o neggro para reaalçar certass zonas.
Esta técnicca permite u um efeito decorativo ee bidimensio onal.
Dionísio num barco
Exéquias
540 a.c.
Munique
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Arttes Decoraativas
Héracles mataando o leão de Nemeia
Psíax
Museu Civico Brescia
Aqui, Psíaxx conferiu aalguma tridiimensionaliidade demo onstrando cconhecimen nto pelo corrpo humano o e
perícia no tratamento o do escorço
o.
Denota‐se o ventre e os ombros de Héraclees, apesar d de ainda se existir a combinação ttradicional d
das
duas persppectivas, de frente e dee perfil, visívveis no olho
o do herói.
Figuras Veermelhas
Psíax deve tter sentido que a técn
O artista P nica anterior criava difiiculdades ao desenho dos escorçços,
tendo tenttado o proccedimento iinverso algu umas vezess: pintando todo o fun ndo a negro
o e deixando o à
vista a superfície ocree‐avermelhaada destinada às figuraas.
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Arttes Decoraativas
Eos e Memmo on
Douris
490‐480 a.c.
Museu do Lou uvre
Peça do peeríodo arcaico final, representa a deusa da aaurora segurando o corpo do seu filho, morto e
despojado da armadu ura de Aquiles.
Perante um ma liberdad
de artística ee expressivaa do desenh ho.
Estão pressentes as assinaturass do oleiroo e do pintor. Tem ainda um ma inscrição o dedicatória:
“Hermógenes é belo”.
Estilo Clásssico
Poucos foram os veestígios de pintura mural
m ou em
m painéis que sobrevviveram paara poderm mos
entender aa nova conccepção do eespaço pictó órico.
Contudo, tal
t como annteriormente, recorrem mos à cerâmica, nestee caso a jarrros de aze
eite – lécitos –
usados com mo oferenddas funerárias.
Lécitos: vaaso grego de forma cilííndrica comm grande gaargalo e asaas, destinad do a conter óleos, usad dos
nos rituais funerários..
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Arttes Decoraativas
Musa com cítaara
Pintor de Aquiles
c. 445 a.c.
Munique
Com o creescimento da
d pintura mural, e a dificuldade
e em transmitir cenass pensadas para granddes
espaços em
e pequenos objecto os como eram os de e cerâmica,, dentro d
de um século esta arte
a
desaparecia por comp pleto.
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Arttes Decoraativas
4. Roma
Expansão tterritorial, d
desde a cidaade‐estado ao Império o
Lutas políticas e militaares
Transformação da esttrutura social
Desenvolvimento das instituições, vida públlica e privad da
Grande herança literáária: poesia,, filosofia atté aos registtos do dia‐aa‐dia.
Conjunto dde monumeentos espalh hados desd de a Inglaterrra ao Golfo o Pérsico, d
desde a Península Ibéria à
Roménia.
4.1 Arte R
Romana
Os romano os tiveram sempre uma profunda admiraçção pela arrte grega. Desde cedo o importaram
originais arrcaicos, clásssicos e heleenísticos, co
opiando‐os.
A produção artística rromana asssentava em fontes gregas e muito os dos seuss artistas eram de origem
helénica.
O Império era uma so ociedade cosmopolita eem que as ccaracterísticcas nacionais ou region nais iam sen ndo
absorvidass e fundidaas num pad drão comum m, puramente romano, estabeleecido pela sua capitall, a
cidade de Roma.
4.1.1. Pin
ntura da aarte roman
na
Depois doss frescos etruscos, a pintura romaana representa o grand de conjunto o de pinturaa antiga, ten ndo
em Pompeeia e Herculano o seu eexpoente máximo.
Descobertaa no séc. XVIII, sobrevviveu soterrrada desde a erupção do Vesúvio o no ano de e 79. Uma vvez
que não chegaram
c a nós pin
até nturas muraais gregas clássicas ou helenísticas é difíciil observar os
elementoss de origem romana do os da grega, mais que nna esculturaa ou na arqu uitectura.
Batalha de Issus ou Batalha d
de Alexandre co
ontra os Persas
Pompeia – sécc. I a.c.
Mosaico pavimmentar
Reprodução de uma pintura grega do final sséc. IV referida por Plínio.
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Arttes Decoraativas
Mosaico: TTécnica de p pintura executada com m tesselas ligadas por aargamassas especiais, jjustapostas de
maneira a formar umaa composição ornamental ou figurada, aplicaada no reveestimento de pavimenttos,
paredes ouu coberturaas de edifícioos.
Fresco: Téccnica de pin
ntura murall, executadaa sobre argaamassa húm mida, com ccores diluídaas em água.
Revestido o muro com
c sucesssivas camad das de cal e areia, entre
e as quais é feitto o desen
nho
preparatórrio, são ap
plicadas as tintas sobre a prepaaração húm mida, não ssendo posssível qualquuer
retoque.
Fresco romano o
c. 300‐280 a.c.
Primeiro EEstilo ‐ séc. II a.c. / 80 d
d.c.
Mostra umma clara relaação com o mundo helenístico.
Caracterizaa‐se pela imitação dee revestimeento de mármores co oloridos, seendo por issso um esttilo
abstracto.
Aplicavam cores vivass sobre o reboco divid dido em áre eas quadranngulares em m relevo, immitando desse
modo os blocos de peedras e suass texturas.
Como as ccasas roman nas possuíam poucas janelas paraa o exteriorr, as paredees internas tendiam a ser
contínuas, e o Primeirro Estilo pro ocura enfatizar essa un
nidade crian
ndo ambientes integrad dos.
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Arttes Decoraativas
Pompeia ‐ dettalhe
Villa di Arianna
Com o passsar do tem mpo acresccentaram frrisos decoraados com padrões
p flo
orais, arabescos e figuras
humanas, e outros eleementos dee arquitectu ura como coolunas e corrnijas simulaadas.
Na altura do século I a.C., esse tipo de decoração já havia deseenvolvido no o romano uma
o território
complexidade e refinaamento quee o afastavaa enormeme ente de seuus protótipo os gregos.
As áreas d de cor comeeçam a não o mais obed decer ao de esenho do rrelevo, ultraapassando suas bordas e
gerando in nteressantees efeitos illusionísticoss. O interesse nas combinações de cores contribui
c paara
desvincular cada vez m mais o estilo de sua origem estruttural, empreegando ton ns jamais en ncontrados em
pedras verrdadeiras e padrões geométricos
g s eminentem mente deco orativos quue subvertem a lógica da
arquitectura.
Segundo EEstilo ou Arq quitectónicco
Ambicioso e trabalhad do estilo quue procura “abrir” ou ““afastar” a ssuperfície p plana da parede por meio
de perspecctivas arquittecturais ilu usionísticas e pelos “effeitos de jannela”, incluindo paisage ens e figuraas.
Exigia a in
ntegração do d trabalho o entre o arquitecto
a e
e o artista,, uma vez que o uso extensivo da
perspectiva pintada podia anu ular ou dessvirtuar o efeito da arquitectura real. O projecto era e
desenvolviido em pap des atravéss de um siistema de quadriculado,
pel, e transferido parra as pared
facilitandoo a sua ampliação.
Por seu laddo o artistaa devia sab o de ilusão em
ber executar as técnicaas necessárrias para criiar o efeito
painéis de grandes dim mensões qu ue cobriam aposentos inteiros, criiando um esquema unificado.
Deveria saaber igualm mente saberr representtar objectos desde vaasos, máscaaras, fontess, ornamentos
dourados ee objectos d de vidro.
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Arttes Decoraativas
Villa de Boscoreale
Pompeia
Séc. I a.c.
Villa de Livia –– vista de um jardim
c. 20 a.c
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Arttes Decoraativas
Villa dos Mistéérios
c. 50 a.c. Pompeia
Programa que no seu conjunto representa vvários aspecctos dos miistérios dion nísiacos, culto antigo qque
Itália impo
ortara da Grrécia. Estão presentes Dionísio e A Ariadne, e aa realidade humana e m mítica tendem
a fundir‐see numa só.
m são contudo aind
Os gestos e atitudess são retiraados da artte grega, mas da rígidas, acentuando
a o o
carácter mmonumentall e racionalm mente organizado.
Contudo, o o conjunto éé dinamizad do pelo coloorido vibran nte e pela vaariedade dee atitudes d
das figuras.
Terceiro Esstilo ou Ornnamental
Estilo maiss livre e orn
namental que o anteriior, incluind do uma ten ndência classsicizante, ccontinuando o o
gosto pela cópia ou deerivação dee autores grregos, assim m como umaa influencia da arte egíípcia.
Florescem o tema da paisagem, m mas a persppectiva já nãão tende a “furar” as p paredes e a profundidaade
é achatadaa.
Aparecem cores escuras ‐ algumas salas são o completam mente negrras ‐ e se deesenvolve uma técnica de
representaação de pintturas dentro de pinturas.
O artista ddeveria sabeer recriar ambientes h históricos de e várias épo
ocas e reprresentar figuras human nas
em grandee variedade de situaçõees.
A pintura adquire uma
u função o de decorração de interiores, sendo a aarquitecturaa dividida em
temáticas: tectos – ceenas pintadaas; chão – p padrões geo ométricos.
O especttador já não o precisava abranger o o todo de uma
só vez, ccomo se esp perava no p período antterior, e podia
desfrutá‐lo como se estivessse a passe ear por uma
galeria de
d quadros emoldurad dos, emborra as próprrias
molduras ainda fosssem fictícias, pintadas directamen nte
na pared de.
Villa de Farn
nesina – sala neegra
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Arttes Decoraativas
Casa de Lucrettius Fronto, Pom
mpéia.
Casa do Bracelete de Ouro
Pompeia
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Arttes Decoraativas
Quarto Esttilo
Algumas de suas características ggenéricas sãão:
‐ uma inclinação para composiçõ ões mais asssimétricas,
‐ uma tenddência para o uso de co ores mais quentes e vivvas,
‐ um maiorr requinte, vvariedade ee liberdade nas orname entações.
Além destaas, as figuraas são mais animadas, a técnica d da pinceladaa ficou maiss livre, com uso intenssivo
de tracejad
do para obtter as somb bras e os volumes, e se e popularizaa a simulaçãão pictórica de tapeçarrias
através do uso de larggas áreas dee uma só co or com bord das e faixas ornamentais.
Certos auttores prop
põem uma subdivisão o em quatro expressões: Tapeççaria, Plana a, Teatral ou
Cenográficca, e Barrocca, uma vezz que estas coexistem. Contudo issto não é un nânime, havvendo autores
que caractterizam estee estilo pelaa sua multip
plicidade.
Pompeia – cassa desconhecida
Pompeia
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Arttes Decoraativas
Pompeia
Herculano (basílica)
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5. Idade
e Média
Compreende dois perríodos:
Românico: Construçõ ões em locaais remotos, longe de locais de baatalha, paraa protecção o das relíqu uias
dos santoss…
Gótico: Naasce juntam
mente com o nascimen nto das cidades que crescem
c em
m torno dass relíquias dos
d
santos, quee levam a pperegrinações. Exige um m local de cculto maior,, igrejas de peregrinaçãão e catedraais,
que se tornnam o centro da cidade.
A. Româniico
Termo empregue pelaa primeira vvez em 1824 4 pelo arqueólogo De C Caumont.
Pretendia exprimir do ois conceitos:
− sem melhança en ntre o proceesso de form
mação de líínguas (espaanhol, franccês, italianoo), construíd das
pela mistura d
do latim vulggar aos idio
omas dos invasores gerrmânicos co
om a das arrtes figurativvas
reaalizadas noss países maais ou menos, ao messmo tempo, através da ligação de
d tudo o que
q
restava da grande tradiçãão artística rromana com
m as técnicaas e as tend
dências bárb
baras
− asp
piração da n
nova arte see assemelhaar à da antigga Roma.
Na Arte românica
r foram de facto
f utilizaados eleme entos romanos e germânicos, mas també ém
bizantinoss, islâmicos e arménioss. Sobretudo é uma artte original.
Enquadram mento históórico ‐ Compreende oss séculos XI a XII:
Crescente entusiasmo religioso com o au umento dass peregrinações e culminando, em e 1095, nas
n
Cruzadas ppara libertarr a Terra Santa da alçad da dos infiééis.
Reaberturaa das viass comerciaais do Mediterrâneo pelos barrcos de V Veneza, Génova e Piisa.
Reavivameento do com mércio e da indústria.
Desenvolvimento da vida urban na. Nova classe média urbana: artesãos e mercadore es, acima dos
d
camponesees e abaixo da nobrezaa senhorial.
Papel do Papa
P fundamental com mo unificaddor dos paísses de cariz católico ccristão. Pap
pa Urbano II
I –
Primeira Cruzada.
Dominantee no ocidente e parte d do centro da Europa du urante os sééculos XI e X XII.
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Espalha‐see lentamentte a partir de focos regionais, e e apesar, da
d ausênciaa de uma fonte central,
apresenta afinidades marcantes.
Embora apresente
a u
uma profuunda unidaade em muitos
m das suas caraacterísticas, também se
caracterizo ou por um grande número de escolas
e locaais, ou seja, modos dee aplicação o dos mesmmos
princípios ffundamentais mas reggionalmentee diferenciados.
Arquitectu ura:
‐ arco de ppleno centro
‐ abóbodaa de berço, d de aresta e cúpula + teemplos de p planta longittudinal = ed dificações em cruz latinna.
Escultura:
‐ Preenchee dominanteemente as ffunções arq quitectónicaas
‐ obedece às necessid dades de um m discurso n narrativo centrado nos tímpanos ee arcadas de e portais
‐ figuras dee proporção o antinaturaal, motivos abstractos ou zoomórfficos
Pintura:
‐ pintura a fresco
‐ iluminuraas
Pouco cheggou até hoje da pinturra desta épo oca. Contuddo, sabemoss que esta ffuncionou e em painéis, em
decoração mural dos edifícios e n na ilustração das iluminuras.
No caso do o fresco e nno mosaico estes aindaa podem se er vistos em m Itália, locaal de grande e tradição ddas
duas técniccas, e do co ontacto com m Bizâncio.
No caso daas iluminuraas criarão uma grande variedade nesta arte d de pequenaas dimensõe es, sendo uma
especialidaade da arte românica.
ILUMINUR RA ROMÂNIICA
Entre o sééculo I e o século IV d.C. o cód
dice vem su
ubstituir o rolo de paapiro, suporte até enttão
utilizado, revolucionaando o prrocesso dee transmisssão da escrita e faccilitando a produção o e
conservaçãão de imaggens, já quee no rolo as camadas da pinturaa estalavam m frequente emente com m o
sucessivo enrolamen nto do manuscrito.
m Esta proofunda alteração téccnica teve e implicaçõ ões
significativvas, o iluminador tem agora um espaço maais reduzido o, o do fólio
o, onde deve concenttrar
toda a sua atenção naa relação texto / imageem.
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Para além das imageens de página, das pááginas tape ete e das cenas narrativas, o arttista medieeval
descobriu um novo espaço privilegiado parra as imagens e ornam mentos, as iniciais que podem tom mar
forma histo oriada ou oornada.
A iluminura era produ uzida em mo osteiros por monges co opistas quee trabalhavaam no scripttorium.
O responsável pelo scriptorium coordenavaa o trabalho da cópia dos textoss que, nestaa época, eram
essencialmmente religiiosos. Distrribuía os caadernos peelos monges que prim meiramente copiavam os
textos deixxando espaços livres p para a rubriccação a verrmelho e paara a ilumin nura. Apesar do exemp plar
que serviaa de cópia os
o artistas mostraram, ao longo da Idade Média,
M umaa enorme criatividade
c na
inserção da imagem no fólio e no
n contexto o do códice
e. Em algun
ns manuscrritos são ain nda visíveiss as
notas deixxadas à maargem indiccando ao illuminador a letra a ser
s historiad da ou ornaamentada e e a
respectiva cor.
As imagenns no códicee podiam teer um carácter narrativo, ou sejaa, contar attravés das imagens, uma
história próóxima do teexto ou um carácter orrnamental, criando um m discurso paaralelo a esste.
Na iluminu ura as coress eram (missturadas) co om a cola d de pergaminho, gomas vegetais, como a goma
arábica, ouu clara de ovo; tanto a cola de perrgaminho co omo as solu uções de go omas vegetaais são obtid das
por dissoluução do ligaante em águ ua; a clara dde ovo já é u um meio aq quoso, per si.
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O suporte do códice m medieval é o pergamin nho. Este é preparado a partir da pele de animais, como o o
carneiro, a
a cabra e o
o vitelo. Ass operaçõess que transsformam uma pele an nimal num suporte paara
escrita são
o a depilação o e descarn nagem, dimiinuição de e espessura ee polimento o.
Após a mo orte do anim mal, a pele sseria arranccada e lavada em águaa corrente m muito fria, p
para retirarr as
maiores su ujidades e oo sangue. Seeguir‐se‐ia eentão uma ssegunda fasse, a depilaçção, bastan nte morosa, na
qual a pelee era submetida a um processo d de maceraçãão, em água e cal duraante vários dias. Isto, em
fossas que deveriam sser pequenas e fundass, onde seriaam introduzidas 20 a 3 30 peles de cada vez, q que
seriam remmexidas diaariamente. Terminadaa esta fase, as peles seriam
s de novo passaadas por ággua
limpa.
De seguid da, a pelee seria un niformemen nte esticad
da em caixxilhos de madeira, circulares ou
rectangulaares: os basttidores. A teensão aplicada deveriaa ser distrib buída homoggeneamentte, esticando a
pele, sem a rasgar. Asssim esticad da, a pele sseria desbasstada com u um lunelariium (cutelo concavo paara
raspar as impurezas d da pele) pelo reverso (llado dos pe elos) e polid
da com pedra‐pomes e e um pouco de
água peloo verso. Deepois de convenienteemente rasspada e po olida, a peele, ainda húmida,
h seeria
lentamente esticada, até se obteer a espessu ura de folha desejada.
Esta etapa de secagem m/ estirameento poderia levar sem manas.
Quando o pergaminh ho se destinava ao faabrico de livros, ambos os lado os seriam utilizados
u paara
escrever, ppelo que eraa costume p polir o reveerso com a aajuda de pó ó de giz (carrbonato de cálcio), quee se
poderia applicar, com a palma daa mão, no pergaminho o ainda húmido. Deste modo, oss poros, antes
preenchido os com os pelos do animal, seeriam colmaatados com m o pó de giz, tornaando‐se a sua
s
superfície mais homo ogénea e im mpermeável, permitind do uma esccrita homoggénea e um ma boa fixaçção
da tinta (e não absorçção da mesm ma). A esta pele, assimm tratada, dáá‐se o nomee de pergam minho.
Este pergaminho enco ontra‐se pro onto para ser cortado e e transformmado em fóllio (folha).
O papel do
o escriba de
d passar paara o fólio a mensageem escrita era
e efectuaada com reccurso a várrios
instrumenttos.
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A preparaçção para a eescrita no p pergaminho começava com a marccação do co orpo de textto, traçando o
regramentto com o auxílio
a de um
u estilete,, um esquaadro, uma régua e um m compasso o. Esta grelha
compositivva, formadaa por um coonjunto de linhas recttas verticaiss e horizontais, delimiitava não só
ó a
área reservada à colo
ocação do texto
t (caixaa de texto),, mas definia também as linhas de
d escrita que
q
auxiliavam
m o copista na execuçãão da sua tarefa
t (pauttado). O esstilete, um instrumentto comprido o e
pontiagudo o numa daas extremid dades e achhatado na outra, utiliizado na m marcação do o regramen nto
apresenta uma duplla funcionaalidade: se por um lado permite marcarr, furar ou escrever no
pergaminh ho (através da sua poonta pontiaguda, que podia ser de ferro, ccobre, chum mbo, prata ou
ouro), por outro perm mite, com a extremidad de oposta achatada, an nular os erros que posssam surgir n nas
marcaçõess.
Iluminura:: Decoração o à pena ouu pincel de um texto m
manuscrito. Usual até àà difusão daa imprensa na
ilustração de fólios so
oltos, ou orrganizados em volumee, compreende desde as pequenaas decoraçõ ões
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de vinhetas ou cap pitais de um
u texto paginado
p completame
c ente desennhadas e policromad das,
recorrendo o ao uso do douramento.
Temas são o comuns aos
a da escu ultura, obed
decendo ao os mesmos conceitos dde divulgaçção da fé e da
história atrravés das immagens:
‐ episódios do Velho e do Novo TTestamento o
‐ vidas de santos
‐ ilustrações sobre as actividades humanas
‐ acontecimentos lendários ou d de glorias paassadas.
Característticas:
‐ preocupaação mais ccom o efeito o do que co om a elegância
‐ maior ateenção a relaatar do quee a decorar
‐ uso de coores vivas
‐ figuras desajeitadass mas sempre expressivvas
‐ abandono o com a tradição e cân nones da antiga arte cláássica.
Artistas nãão se esforçam por daar de modoo realista o bre o qual se move a personageem,
o fundo sob
recorrendo o a modos simbólicos para tal: um ma planta p para simbollizar o Paraíso terrestrre ou o uso de
riscas paraa simbolizaar o mar… Não se preocupava
p m com a manifesta irrealidade e daquilo que
q
desenhavaam. Deform mavam as figuras dee modo a acentuarem a expreessividade do conjun nto,
chamando o a atenção para os pormenores m mais significcativos, exaagerando oss gestos parra tornar m mais
evidentes as situaçõees. O sentido de ritmo e estilizaçãão é dado aatravés de eesquemas rrepetitivos em
bandas horizontais.
Campo de decoração da iluminurra:
‐ Ilustraçãoo de um epiisódio, relattiva ao textoo ou não, co onsiderado acessório
‐ decoração das letrass iniciais doss capítulos ou parágraffos, as capittulares.
Característticas das iluuminuras:
‐ vivacidadde do coloriido
‐ fantasia
‐ habilidad
de na condeensação num m pequeno espaço de grandes e m movimentados episódiios
‐ destreza de execuçãão
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Corbie, c. 800
oteca Municipall
Amiens, Biblio
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Evangeliário do Abade de Weedricus, São Joãão Evangelista
c. 1147 Françaa
Dinamismo o do contorno com prrecisão queer da figura central, qu
uer do enqu uadramento, que une os
variados elementos d da composiçção num to odo coerentte. As pregas da roupaa, os desen nhos florais da
moldura poossuem vivacidade.
A unidade é dada peelas formass e pelo seu
u conteúdo modo central que não
o. A figura reside no m o o
podemos d deslocar sem lhe retirrarmos o tin nteiro, assim
m como a ffonte de in nspiração: aa pomba, ou u o
seu símbollo identificaador: a águaa. Restantess medalhões representtam cenas d da vida do ssanto.
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Carmina Buran
na, Paisagem de Primavera
Composto no fim do séc. XII, deedicado aoss deleites da natureza,, do amor ee da bebidaa, à alegria de
viver.
O códex é subdividido o em seis paartes:
‐Carmina m moralia et ssatirica de ccaráter satírrico e morall;
‐Carmina vveris et amo oris cantos p primaveris ee de amor;
‐Carmina lusorum et p potatorum, cantos orgiásticos e fe estivos
‐Carmina d divina, de coonteúdo mo oralístico‐saacro
‐Ludi, jogos religiosos
‐Supplemeentum, supleemento com m diferentees versões dos carmina.
Primeira paisagem deesde a arte ttardo‐romana.
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Nicholas de Veerdun, Passagem do mar Verm
melho
1181
Esmalte em pllaca de ouro
Demonstraa uma procu
ura de hum manidade e n na naturezaa, que despeerta então p
por toda a EEuropa.
Novo modo de encaraar a literatura e aceitaçção da legitimidade dos prazeres ddos sentido
os.
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B. Gótico
Desenvolve‐se na Europa na últim ma fase da Idade Médiia: séculos X XII a XIV
Superação da sociedaade feudal
Formação de novos centros dee poder: ass primeiras monarquiaas, as grandes cidade es, o clero, as
classes “no ovas” e ricas dos comerciantes e b banqueiros.
Arte góticaa nascida numa região o do norte d de Paris, coom a reconsstrução do coro da ab badia de Saiint‐
Denis entre 1140 e 11 144.
Daqui espaalha‐se por várias regiõ ões da Europa.
A luz é a ccomunicaçãão do divino o, o sobrenatural, é o veículo reaal para a co omunhão co om o sagrado,
através deela o homeem comum m pode adm mirar a gló
ória de Deeus e melh hor aperceb ber‐se da sua
s
mortalidad de e inferioridade. Fisicamente a luz vai ter um papel d de importân ncia crucial no interior da
catedral, vvai‐se difund dir através ddos grandess vitrais num ma áurea de misticism mo e a sua caarga simbóllica
vai ser refo orçada pela acentuação o do verticaalismo.
Vitral: Com mposição figgurada ou d decorativa, formada po or um mosaaico de vidro os cerrandoo um vão, cujo
efeito plástico deriva do jogo de transparência à luz.
Técnica po ouco se mod dificou ao loongo dos teempos, parttindo de um m desenho à escala natural, copiaado
em filetes de chumbo o que para aalém de unirem os divversos vidro os, estabelecem a silhu ueta de figuras
e ornatos.
Os contorn nos da silhuueta eram definidos com
c uma tiinta escura junto ao cchumbo, a mesma usaada
para desen nhar os porm menores deentro da figura, como aas pregas do o panejameento.
Arte intim mamente associada
a à arquitecttura, assim
à m como àss oficinas das grand des catedraais,
influencian ndo os deseenhadores aatravés da sua arquitecctura e escu ultura.
O vitral asssume um forte
f caráctter abstractto sem efeiito tridimen
nsional, proofundamentte geométrrico
onde os ún nicos pormenores perrmitidos são o as delineaações a neggro dos olh hos, cabeloss e pregas d das
roupas.
Cenas são episódios retirados da Bíblia ou dos Evangelhos, e cenas do quo otidiano, cujo objectivo o é
instruir o fiel.
A rosácea torna‐se um elemento importtante e característico o da arquittectura góttica, com um
significado o duplamentte simbólico o:
‐ sol: símbbolo de Cristto
‐ rosa: sím
mbolo de Maaria
Constitui u uma nova fo onte de luz qque atravesssa a igreja até à zona d do altar‐mo or.
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Catedral de No
otre Dame de C
Chatres
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As figuras são privadaas de volum
me corpóreoo, alongadaas e bidimen nsionais. A expressivid
dade, antes do
rosto, enco
ontra‐se nos gestos, nuum intuito d
de tornar clara a sua leeitura.
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O espaço ddo fundo éé também b bidimension nal, com rarras indicaçõ
ões de proffundidade. O ambientee é
sugerido por elementtos arquitecctónicos, e eesboços de paisagem eestilizadas o
ou do mar estilizados.
As cores sãão em gerall puras: verm
melhos, azu
uis, amarelo
os e verdes.
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6. Época Barroca
Estende‐see consoantee as regiões entre os fin
ns do séculoo XVI e meaados do Setecentos.
Característticas gerais::
− asppecto dram mático, ceno
ográfico e alegre dass diferentess disciplinas artísticass, de modo
o a
susscitar emoçõ
ões no espeectador.
− dom
mínio das superfícies
s curvilíneas e agitação
o de todas as formas inseridas num
n contexxto
mo
onumental ee sumptuoso
− sob
brevalorizaçção do movimento e effeito expresssivo apoiad
do na luz e ccor.
Tradicionalmente Poortugal não o goza de grande protagonism
p mo na arq quitectura, sendo enttão
necessário
o dinamizar o espaço arrquitectónicco através d
do azulejo, talha, estuqque, pinturaas, até porq
que
eram maniifestações dde baixo cussto.
Desse moddo, a arquiteectura já erra pensada p
para recebe
er estas técnicas artístiicas.
Igreja de São FFrancisco, Porto
o
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6.1 Talhaa Barroca
A talha barrroca é talveez o que meelhor explicca o fenómeeno e sentim
mento religioso em Portugal.
Estamos num contextto de Contraa‐Reforma ((segundo oss cânones d do Concílio d
de Trento)
O encomendador tem m na Igreja o
o seu principal actor. Será vista co
omo tendo u uma funçãoo pedagógicca e
retórica, asssim como o azulejo.
É uma prod dução controlada pela igreja
Os artistas:
− Maais importan nte é o entaalhador porq que pode assumir qualquer obra.
− iscaador é o autor do projeecto. Em Po os que podem
ortugal são os arquitecctos e mestres pedreiro
ser riscadores..
Contra Refforma:
1563 o Con ncílio de Treento vai deffinir um con njunto de no ormas espeecíficas paraa a realizaçãão artística.
A arte religgiosa não po ode ter um serviço auttónomo, esttando assocciada à Igrejja e respondendo a estta.
Via essencialmente m mística e sen nsorial da mmanifestação o da Fé quee pretende aa adesão inconsciente do
crente, esttimulado peelo espectácculo visual, auditivo e aaté olfactivo o do espaço o sagrado.
Assim, surrge a talha e o azulejo
o que estão
o ao serviçoo de uma liturgia, tornando‐se uma
u arte mais
m
simbólica ee metafórica.
A decoraçãão pictóricaa do interioor terá umaa função pe
edagógica e e narrativa, animando assim todo o o
interior, opposto ao exxterior que sse torna maais austero.
Em todos o os interiores surgem oss púlpitos q que recebem m igualmentte grande d decoração dde talha.
Talha: Esccultura em madeira nas n diversaas modalidaades de reelevo, desd de o ornato
o à escultu
ura
arquitectural lavrada por artífice. Incisão feiita com o bu uril na madeira
Organizand do‐se em oficinas
o ain
nda de estrrutura med dieval, os entalhadores recebiam m os riscos ou
traçados dos retábulo os dos arquiitectos ou p pintores. Por vezes eram m eles mesmo a execu utá‐los.
As madeiraas a que davvam preferêência eram o castanho o e o carvalh ho.
Entalhe
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Ensamblaggem (ligação o da estrutuura ou peças de madeira)
Douramen nto
Policromiaa (ou não)
Douramen nto e policro omia:
Cor por exxcelência ligada a Deus, a sua profusão
p de
eve ser enttendida como um pro ocesso paraa a
atracção seensitiva do crente.
Impacto céénico do outro era encarado peloss fiéis como o um serviço o que era deevido a Deu us.
Mestres do ouradores:
Intervençãão do bate‐‐folhas que fornecia a matéria‐prrima, o ourro, em folhas finíssimaas que seriam
aplicadas ssobre a mad deira entalh
hada.
Madeira limpa recebia então duas ou mais capas finass de bolo arrménio, gessso, cola e pó de lápis de
chumbo.
Douramen nto a mordeente e douraamento a ággua:
Mordente::
− Cob brir a madeira com um ma camada d de goma‐lacca e deixar ssecar.
− darr uma ou mais mão de óleo
− aplicar o mord
dente
− assentar as follhas de ouro
o
− revvestir toda aa superfície com um veerniz (goma‐‐laca)
Água:
− Apllicação unifforme de um
ma cola fracca em toda a superfíciee
− aplicação da fo
olha de ouro
− seccagem
− bru
unir – passagem suave do brunido
or sobre a su
uperfície do
ourada paraa obter o brrilho desejado.
O b
brunidor devia ser molh
hado em ággua pura, ou
u se sabão p
para não daanificar o ou
uro
− Envvernizamento
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Arttes Decoraativas
Policromiaa
Paleta ricaa de cores “finas
“ e boas”: branco
o, azul, vermmelhão, verde‐florestaa, verde‐esm meralda, ruubi,
carmesim e roxo.
Simbologiaa:
Negro e branco: corees antagóniicas por naatureza, que e justapostas represenntam a noite e o dia, as
trevas e a luz. O negro exprime a tristeza, o luto e a penitencia, o branco é símbolo da pureza, da
castidade ee da divina sabedoria.
Vermelho: conotado com o sangue, corressponde tam mbém ao ammor divino e humano e à morte de
Cristo. Associado ao M Mistério da Eucaristia éé escolhido para pintarr o interior d dos sacrárioos
Azul: cor ddo céu, simb boliza Cristoo como Verdade (veste es); manto dda Virgem ((serenidade e e candura da
Mãe de Deeus. Represeenta tambéém a Fé.
Verde: cor da cruz, sím mbolo de essperança e de regeneração.
Ouro e am marelo: luz ee sol, símbo olo do próprrio Cristo. SSimboliza taambém a etternidade e e a inteligênncia
iluminada por Deus.
Estilo Naciional:
Último qu uartel do século
s XVII, caracterizada pelo retábulo com colun nas pseudo o‐salomónicas
rematadass por arcos cconcêntrico os e igual nú
úmero de esspirais.
Colunas saalomónicas metáfora com a colu una do Tem mplo de Saalomão num ma concord dância comm o
Antigo e Novo Testam mento, ondee Cristo afirmma no Evan ngelho de Sãão João: “Eu u sou a videe”
Decoração o submergee praticameente em tod da a estruttura, onde dominam o os símboloss eucarísticcos:
cachos de uva, parrass, pássaros, e folhas de acanto e caabeças de aanjos.
Abertura d do espaço ceentral para o trono parra a exposiçção do Santtíssimo.
Assunção d de um carácter escultu ural por parte da talhaa que tendee a ocupar aa capela‐mor, sair para o
arco‐triunffal, estendeendo‐se pelaas paredes da igreja, fo ormando a “igreja forraada a ouro””.
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Igreja de São B
Bento da Vitóriaa, Porto
Surge o tro
ono eucarísttico
Arquitectuura mascarada com elementos veggetais: folhaas de vide, ccachos de u
uva, anjos, e
etc.
As colunass contudo, n
não são salm
mónicas maas sim torsass.
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Convento de A
Arouca
1720
Grande importância d dada ao tron no eucarístiico.
Remate tem um conto orno que trransmite certo movime ento, de arranjos posteeriores.
Talha de estilo joanin no:
Primeira m
metade do século XVIII, divulgada n no reinado de D. João V.
Caracterizaa‐se pelo reetábulo arq
quitectónico
o, de colunaas salomón
nicas, com ccoroamento o e decoraçção
que revelaam o conhecimento do o Barroco italiano, e a vinda de arrtistas estraangeiros ao serviço do rei
(pintores, eescultores, arquitectoss, ourives) q
que divulgam m igualmen nte o que see fazia lá forra.
Figuras ceelestiais e alegóricas acompanh hadas de conchas, festões
f com rosas e e girassóis,, e
desapareceem os símb bolos eucarísticos.
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Igreja de Santaa Clara, Porto
Talha bastante requ
uintada, co
om grandee minúcia e teatralid
dade confeerida pela presença da
sanefa/corrtina.
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6.2. O Azzulejo Barrroco
Azulejo: Ladrilho vidrado de fo
orma e dim mensão variiada, usado o em revesstimento de e pavimenttos,
muros e co oberturas.
A sua origeem não é p portuguesa tendo esta ligações mouriscas, seendo que a partir do século XV jáá se
encontra ddentro do nosso vocabulário.
Em Portuggal nunca foi conceb bido como criação au utónoma, estando
e seempre articculado com m a
arquitectura.
Motivos dee forte expaansão:
‐ recursos limitados
‐ carência d
de matériass primas
‐ respondee às necessid dades sump ptuárias pella sensualiddade pictórica, brilho
‐ ao serviço
o das conveenções conttra‐reformisstas
Vai provoccar a desm
materializaçãão e a anim
mação do espaço
e pariietal, introd duzindo umm espaço co om
profundidaade, perspeectivado, fictício.
Tipologia ee Decoração o:
Albarrada:: motivo deecorativo independente (século X XVII) que poode ser repeetido (sécullo XVIII) e q que
consiste emm ramos dee flores em jarra, cesto o, vaso ou ttaça com ou utros elemeentos figuraativos a ladeear
(pássaros, crianças ou u golfinhos).
Azulejos enxaquetad
e dos: agrupaamento dee azulejos a a formar uma
u malhaa geométricca em xadrez
utilizando elementos alternados de cores diiferentes. Também apllicado em P Portugal no século XVI aaté
meados do o século XVII.
Azulejo de e figura avuulsa: em quue cada azulejo representa uma ccomposição o isolada (flor, animal, ou
até mesmo o, descrição
o de cenas mais comp plexas). Em Portugal divulgou‐se
d mais o gén
nero de figu
ura
simples a aazul durantte o século XVIII com eelementos decorativoss nos canto os a ajudar à união visual
entre os váário azulejos.
Azulejo dee tapete: azzulejos em ggrande núm mero, em re evestimento o parietal, q que pela mu ultiplicação de
determinados modelos resulta num padrãão polícrom mo. Pode seer rematad do com frissos, barras ou
cercadurass apresentando‐se no sseu conjuntto total sem melhante a u um tapete.
motivo decorrativo com apogeu no Barroco qu
Cartela: m ue serve dee fundo a um ma determinada imagem
ou cena dee modo a d destacá‐la dos elementtos circundaantes. Podee ter a form ma de um pergaminho ou
escudo em m que os can ntos enroladdos ou deco orações veggetalistas seervem de moldura.
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Arttes Decoraativas
Figura de convite: caaracterísticaa dos século
os XVIII e XIX,
X esta figgura represeenta uma pessoa
p (lacaaio,
dama, gueerreiro) trajaado a rigor e posicionaado em loccais de entrada de umaa habitação o nobre (átrrio,
patamar de
d escada etc.)
e em geesto de booas vindas, como que a receberr as visitas que chegaam.
Símbolo do o protocolo o aristocrátiico, do poder e riquezaa. Produzida em tamanho real co om o contorrno
recortado.
Barra: Rem mate horizo ontal e vertical (em painéis) co ompostos por
p duas ou mais filaas de azuleejos
adjacentess com motiivos decoraativos variados. Com a a mesma fu unção a cercadura é composta por
p
uma só fileeira de azulejos. A faixxa é compossta por meiios azulejoss (peças rectangulares)) e pode serrvir
ou não de remate a um painel.
Painéis historiados: painéis deescritivos reepresentand do um detterminado acontecime ento ou ceena
histórica, rreligiosa, miitológica ou
u do quotidiiano.
Vai ter duaas grandes ffases:
1ª metade e do século XVII:
Organizaçãão seiscentista mais estática: azuleejo tipo pad drão/tapetee
Produção h historiada ssó para pequenos regisstos.
Sobriedadee e simplicid dade, sendo o a paleta ccromática re eduzida: azu ul, amarelo e branco.
Último quuartel encaminha‐se para p os azulejos azul e branco,, que se p prende com m uma maaior
especializaação do ofíccio. A clienttela torna‐sse mais exiggente. Não esquecend do a produçção holandeesa
que introd duz estas duas
d cores em Portuggal, levand do os artisttas nacionaais a melho
orarem a sua
s
produção, quer a níveel estilístico,, quer a nível estético
1ª metade e do século XVIII
Século XVIII:
Realizam‐sse composiçções de enxxaquetadoss, azulejos d de cor lisa qque, na sua alternânciaa, iam crianndo
malhas deecorativas nas paredees. Era esssencial o uso u de cerccaduras e barras parra uma eficaz
integraçãoo nos contorrnos das arq quitecturas.
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Arttes Decoraativas
«Ponta de Diam
« mante»,
I
Igreja de São Rooque,
L
Lisboa,
Igreja de Jesuss, f
finais do século
o XVI
Setúbal, finaiss do século XVI
Os pintorees de azulejjos serviam
m‐se de gravvuras de orrnamentos que lhes chhegavam daa Europa para
criarem revestimento os cerâmicos destinado os a grandes superfíciees parietais,, trabalho q que obrigavva a
uma imagginativa transposição de escala. Entre este es destacamm‐se no sééculo XVII os chamad dos
“grotescoss", motivos profanos da d antiga Ro oma recupe erados pelo
o pintor Rafael, no sécculo XVI, paara
decorações do Vaticano.
Divulgadass na Europaa, em Portu ugal foram usados no revestimento de igreejas, emborra envolven ndo
temas religgiosos. Os pintores dee azulejos inspiram‐se
i e igualmentte nos exótticos tecidos estampad dos
provenienttes da Índiia que em Portugal se s usaram como fron ntais de altar, transppondo‐os paara
cerâmica, aaliando‐se p por vezes a temas ocid dentais e aju ustando‐se a uma simb bologia cató ólica, no que é
uma das mmais interesssantes evidências de trransculturação nas artees decorativvas portugu uesas.
Frontal de altaar,
segundo quarttel do século XV
VII
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Arttes Decoraativas
Século XVIII‐XVIII
As importaações holan
ndesas obriigaram à reeacção das oficinas naacionais, qu
ue chamamm a si pintores
com formaação na pinntura acadéémica, resp
pondendo assim
a a um
ma clientelaa agora maais exigentee, e
perante oss novos azu ulejos portu
ugueses assistiu‐se ao abandono natural dass importaçõ ões, datando o a
última grannde encomenda de 1715.
Para além dos grandees painéis figgurativos, cchegaram‐n nos também m dos Paísess Baixos azu ulejos comu uns,
chamados de “figuraa avulsa", cada
c um representan ndo uma ceena autóno oma, produução intimista
própria ao
o gosto hoolandês, maas aplicadoos em Porttugal de accordo com a nossa tradição,
t co
om
molduras ppintadas noo azulejo
Igreja da «Madre de Deus»,
Lisboa, c. 1700
0.
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Arttes Decoraativas
Século XVIIII – Os messtres
O pintor de azulejo vo olta a assum
mir o estatu uto de artissta assinand do, com freequência, oss seus painééis.
O precurso or desta situação foi o o espanhol G Gabriel del Barco, actiivo em Porttugal em fin nais do século
XVII, introdduzindo umm gosto por envolvimento decorattivo mais exxuberante, e uma pinttura liberta do
contorno rrigoroso do desenho.
Estas inovaações abrirram caminh ho a outross artistas, dando
d início
o a um perríodo áureo
o da azulejaaria
portuguesaa como reaacção às imp portações h holandesas,, tendo os p pintores aplicado às su uas obras uma
original esspontaneidaade na utilização mais livre e pictórica
p das gravurass, e na criiatividade das
d
composiçõ ões de azuleejos ajustadas aos espaaços arquite ectónicos.
António Pereira, Manuel dos Santos e o monogram mista PMP, são os pin ntores maiss importanttes,
devendo‐se, no entan nto, destacar António de Oliveiraa Bernardess e o seu filho Policarp po de Oliveeira
Bernardes
Cena Mitológica, Gabriel del Barco,
c. 1695
Século XVIIII: A Grande Produção o Joanina
Segundo q quartel do século XVIII assistiu‐se a um aume
ento sem prrecedentes do fabrico de azulejoss, o
que se fico
ou, também
m, a dever a grandes encomendas chegadaas do Brasill. É o perío
odo da gran
nde
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Arttes Decoraativas
produção, em parte ccoincidente com o rein nado de D. JJoão V (17006‐1750), a que corresspondeu o u uso
dos maiorees ciclos de painéis histtoriados jam
mais executtados em Po ortugal.
O aumento da produ ução conduuziu à repetição das figurações,
f ao recursoo a motivoss seriados e
e à
simplificaçção da pin
ntura das cenas, gan nhando as molduras grande im mportânciaa cenográfiica.
Num prolo ongamento do Ciclo dos
d Mestres, evidenciam‐se, aind da, pela qu
ualidade daa obra, alguuns
pintores como Niccolau de Freitas, Teotónio dos Santtos ou V Valentim de Almeida.
A par dos temas religgiosos encomendados pela Igreja,, utilizam‐see agora parra os palácios mais cen nas
bucólicas, mitológicass, de caça e guerreiras,, ou relacionadas com um dia a dia cortesão, bem paten nte
nas chamaadas figuras de convite colocadas nas entradaas.
Figuras de con
nvite, Paço dos Arcebispos,
escadaria, San
nto Antão do Toojal, c. 1730
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Arttes Decoraativas
7. Mobiliiário na co
orte france
esa de Luíís XV
Luís XV
Luís XV, O Bem‐amado, nasceu eem Versaillees a 15 de FFevereiro dee 1710 e aí faleceu, a 1 10 de Maio de
1774. Foi rei de França de 1723
3 a 1774. Quando
Q o se
eu bisavô Luís
L XIV mo orreu, tinha apenas cin
nco
anos e, devvido a esse facto, a reggência do reeino foi exercida pelo d duque Filipee de Orléans, sobrinho de
Luís XIV, quue se manteeve no carggo até 1723,, data da su ua morte.
Maurice Quentin de Laa Tour, 1748
Casou com
m Maria Leszzczynska, fillha do rei da Polónia, d
de quem tevve dez filho
os:
Isabel (172
27 – 1759),
Henriquetaa (1727 – 17
752),
Maria Luísaa (1728‐173
33),
Luís Fernan
ndo (1729 –– 1765) Delffim de França.
Filipe (1730‐1733), Du
uque de Anjjou
1732 – 1800
Adelaide (1 0),
Vitória (1733 – 1799),,
Sofia (1734
4 – 1782),
Teresa (1736‐1744),
7 – 1787),
Luísa (1737
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Arttes Decoraativas
Luís XV eraa um homem inteligen nte, muito cculto, de grande sensib bilidade e uum grande iimpulsionad dor
das artes. Grande seddutor, o rei abandonaava‐se ao prrazer e às paixões,
p ten
ndo tido váárias favorittas,
das quais sse destacarram Madam me Pompado our, também ela impu ulsionadora das artes, e e Madame Du
Barry.
No plano eeconómico ee político o seu reinado foi pautad do por vário os fracassoss, não obstaante, no plaano
intelectuall e artístico foi um dos períodos em m que a Fraança mais see destacou..
Madame de Pompadour
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Arttes Decoraativas
Século XVIII
Com a morte de Luís XIV (1715),, o tempo d de rigidez daa corte e do o aparato m majestoso d dá lugar a uma
certa aberrtura e flexiibilidade qu ue, na verdaade, já se vvinha a fazeer sentir
nos últimoos anos do seu reinado.
Quando Lu uís XIV morre, Luís XV V tem apen nas cinco anos
a e o reeino fica
entregue aa Filipe de O Orleans, sob brinho de Lu uís XIV.
O período da regência é uma época
é de transição. O regente ab bandona
Versailles ee toda a sua monumentalidade ee instala‐se em Paris, n no Palais
Royal, procurando am mbientes mais restritos, que convvidam a um ma maior
liberdade.
Quando em m 1723 Luíss XV sobe aao trono, reegressa a Ve ersailles e aa toda a pompa e prottocolo que lhe
são inerentes mas, no o entanto, o o monarca não escond de a sua preeferência po or uma vidaa privada m mais
recatada. Ele vai habbitar os pettits apparteements, dep pendências mais pequ uenas e acoolhedoras que
q
proporcion nam uma maior
m intim
midade. Estaa tendênciaa de buscaa de espaço os mais inttimistas vai‐se
propagar p pela sociedaade francessa que se m modifica e adquire caraacterísticas que se vão o manter até à
Revolução.
Os primeirros três quaartéis do sééc. XVIII são
o um períoodo de relattiva acalmiaa e prosperridade. É uma
época em que se vãão dar transformaçõess importanttes na man neira das p
pessoas se relacionareem,
conviverem m.
O gosto peelo conforto, pelo reqquinte e pelo exótico
(é a épocaa das chino
oiseries, turrqueries, do os móveis
decorados com laca japonesaa, etc.) sãão agora
característticas indispensáveis a esta sociedade dita
civilizada. Em paralelo o, há transfo ormação daas formas,
a linha direita e e rígida vai dand do lugar,
progressivaamente, à llinha curva;; a simetria vai sendo
substituídaa pela assimmetria.
Os interiorres também m se vão alterar;
a espaaços mais
pequenos e acolhedores são agora a prefeeridos aos
grandes e imponentees salões. Há H uma mu udança de
escala e isso também m se reflectee no mobiliiário. Este
torna‐se mais
m pequeeno e, sim multaneamente, mais
confortáveel. Há uma h humanizaçãão do espaço.
Com uma sociedade tão exigentte e sofisticcada e que busca cada vez mais o conforto o, o mobiliáário
diversifica‐‐se, adaptaando‐se às novas necessidades. Esta atmosfera de abertura e de d uma ceerta
liberdade leva a umaa maior criaatividade po or parte do
os marceneeiros e eban nistas, o qu
ue vai origin
nar
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Arttes Decoraativas
diferentes interpretaçções de mó óveis existentes ou mo odelos completamentee novos. Surgem diverssos
tipos de m mesa, de cad deira, de caanapé, de secretária, eetc. Por outtro lado, rellativamente e à técnica, há
também allguns avançços.
Nesta épocca, atraídoss pelo presttígio e qualiidade do mobiliário fraancês, vêm para Paris vários artisstas
estrangeiro os, oriundos principalm mente dos PPaíses Baixo
os e da Alem manha. Estees ebanistass, ao contráário
de criar um
m estilo próprio, assim
milam completamente e o gosto frrancês pondo o seu virtuosismo
v ao
serviço dessta arte.
Cria‐se um m verdadeiro o estilo naccional, com uma unidaade estilísticca que se affirma de tal maneira q que
se vai prop pagar e impor por todaa a Europa. É o chamad do Século de e Ouro do mmobiliário francês.
7.1 Mobiiliário Estiilo Luís XV
V
Surge por volta de 1730‐1735,
1 cheio de criatividade,, espontaneeidade e diinamismo. Os elementos
decorativo os vegetalisstas são vaariados – fllores das mais
m diverssas espéciees, grinaldaas, folhageens,
enrolamen ntos de acanto.
Depois de 1750, esta “explosão d decorativa” abranda um m pouco, to ornando‐se mais contid da. A partir de
1760, com m o crescen nte desenvvolvimento do neoclasssicismo, há h uma sim mplificação e uma maaior
contenção de toda a ggramática d decorativa, aas próprias formas torn nam‐se mais suaves.
A estética vai estar ao
a serviço da mentaliidade da época, da busca dos p prazeres do quotidiano o e
intimamen nte ligado à figura feeminina, a sua maior inspiração e a autoridade em m matéria de
decoração na corte. Provavelme
P ente a figurra de maiorr destaque no impulsoo das artes decorativas é
Madame d de Pompado our, amantee do rei, quee o incentivva a promovver a produção artísticaa.
O estilo Lu
uís XV caraacteriza‐se pela adopçção da linha curva emm detrimen nto da linhaa direita, pela
p
assimetriaa, pelo moviimento.
As formas arredondaam‐se e torrnam‐se elaas próprias parte da decoração. Os motivo os decorativvos
acompanham‐nas e acentuam‐naas.
Os ornameentistas tiveeram um paapel muito iimportante na criação e difusão d deste estilo.. Estes artisstas
criaram divversos motivos decoraativos, entree eles a con ncha assimé étrica e reccortada, que e será um d dos
motivos mais utilizado os na épocaa ‐ é o chammado rocaillle, que tem o seu apoggeu neste pe eríodo.
O estilo Luuís XV é criaativo, dinâmmico, de uma grande faantasia, em que muitass vezes, na sua gramáttica
decorativa, o abstractto e o figurativo se confundem m mantendo, n no entanto, equilíbrio e e harmonia no
seu conjun nto.
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Arttes Decoraativas
Nos interioores, onde o salão se destaca coomo o espaaço de eleiçção para esstar em socciedade, o pé‐
direito redduz em altu ura e aplicam m‐se cores suaves e to ons pasteiss nas paredes. O mobiliário torna‐se
mais confoortável pelaa redução para
p uma escala
e mais humana e as diferentes peças (agora de fáácil
transportee) espalham m‐se por todo o espaço,, convidand do ao relaxaamento e à intimidade. O mobiliárrio,
que agora não fica só ó encostado o à parede, relegado para áreas d de periferia,, passa a te er um trabalho
mais cuidaado também m nas facess traseiras que antes ficavam esscondidas ao olhar. O acréscimo de
riqueza noo seio da burguesia
b introduz estte estilo taambém noss interioress habitacion nais da classe
média.
Sistema co orporativo:
O fabrico dde um móveel era um p processo com m alguma ccomplexidad de. Envolviaa a colaboraação de várrios
artesãos, cada
c um peertencendo o à sua corrporação, que se regiaa por regraas muito re estritas. O seu
s
executantee, que era m muitas vezes o próprio criador, eraa o marceneiro ou ebaanista. Os outros artesããos
trabalhavaam sob a suaa direcção –– o entalhad dor, cinzelaador, fundiddor, dourado or, serralhe
eiro, etc.
A corporação dos marceneiros
m e ebanistaas possuía estatutos bem definidos. A formação destes
aspirantes a mestress era idênttica. Começçavam com mo aprendizes, numa oficina, on nde deveriam
permaneceer vários an nos até podderem apreesentar a sua melhor peça à Jurranda. A Juranda era um
órgão de ggrande podeer dentro da corporaçãão e tinha ccomo funçãão avaliar oss candidato os à mestran nça
e, ao mesm mo tempo, avaliar a q qualidade da sua produção. As ob bras aprovaadas eram e estampilhad das
com as lettras JME (Juranda de Marceneiro ha passa a ser
os Ebanistaas). A partirr de 1743 aa estampilh
obrigatóriaa, regra seguida princcipalmente em Paris, até 1790, altura em m que foram m extintas as
corporaçõees. Este sisttema corporativo originou uma ve erdadeira “política de ccasamentoss” para quee se
mantivessee a oficina n na família, ffazendo com m que surgissem assim m “dinastias”” de artesão os.
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Arttes Decoraativas
Materiais: madeiras indígenas e
e exóticas, tais como:: nogueira, faia, carvaalho, pau‐roosa, pau‐rooxo,
pau‐santo,, pau‐cetim
m, painéis dee laca, placcas de porccelana e máármore (para tampos), aplicação de
bronzes.
Pintura e laca: utilizam‐se painéis de laaca orientaal. Principaalmente as cadeiras são pintad das,
empregand do‐se meno os a madeira dourada q que no estillo anterior.
Elementoss decorativo os:
− fan ntasia de insspiração na natureza
− esaaparece a fiigura humana e animaal em detrim
mento de m
motivos veggetais: flor ccom caule, de
rep
presentação
o naturalistta ou estilizada, sozzinha, em ramos ou grinaldas, e folhageens
reto
orcidas e en
nroladas
− con
nchas
− rocchas
− crisstas de ondaas (espumaa)
− trofféus
− currvas em C e S
− figu
uras geoméétricas
− marchetaria de contornos sinuosos.
Tipologias:
Proliferam móveis peq quenos e paara diferenttes fins.
‐ Cómodass (sem travees horizontaais a separar as gavetass), toucadorres, mesas ccom espelh
ho
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Arttes Decoraativas
‐ Secretáriaas com inúm
meras gavettas e compaartimentos secretos
‐ Mesas peequenas parra escrever,, jogar, costturar, etc;
‐ Assentos estofados dde diversas tipologias dde acordo ccom a funçãão
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Arttes Decoraativas
Construção
o de uma m
mesa
Depois de cortadas ass árvores sãão feitas prranchas de madeira qu
ue vão ser u
utilizadas naa estrutura do
móvel.
O marceneeiro transfo orma estas pranchas em placas m
mais finas dee madeira ccom as quaais vai fazerr as
várias parttes da estrutura.
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Arttes Decoraativas
Na execuçãão desta tarefa o marcceneiro utiliza diversas ferramentaas.
Vista de um
ma oficina d
de marcenaria.
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Arttes Decoraativas
A construçção de um m
móvel partee sempre dee um desenh
ho.
Começa por se fazerr a estruturra do móveel. O marceneiro faz as várias p
partes que constituem
m a
da mesa, uttilizando mu
estrutura d uitas vezes u
um cavalete e para executar o seu ttrabalho.
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Arttes Decoraativas
Uma partee muito imp portante na construção o da estrutu
ura são os vvários tipos de encaixes utilizados na
junção dass diversas paartes, pois ssão eles quee dão robusstez ao móvvel.
Exemplos d
de encaixess
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Arttes Decoraativas
Feita a esttrutura commeça‐se a dar forma à mesa – esculpem‐se as pernas aaté se obte er a sua forma
arqueada, recorta‐se o tampo, dá‐se a fo
orma curva aos lados (frente e ilhargas) – para isso são
s
utilizadas vvariadas ferrramentas. A
A estrutura fica então preparada para recebeer a decoração.
A decoraçãão é compo
osta pelo follheado, marchetado e também peelos bronzees douradoss. Para se fazer
o folheado
o e o marcheetado é neccessário obtter folhas de madeira m
muito finas.
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Arttes Decoraativas
A maneira de cortar aa madeira é essencial p
para se obte
er os diferen
ntes efeitoss do veio da madeira.
Nas partess curvas daa mesa, o folheado
f ad
dere à estrutura pela acção do ccalor. São aplicados,
a s
sob
pressão, saacos de areia quente que fazem activar a colaa.
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Arttes Decoraativas
É também aplicada a marchetariaa.
Depois de aplicados o folheado
o e a marchetaria vaai‐se proceder ao acaabamento da
d mesa co
om
polimento. A aplicação dos elementos de brronze douraado completa a decoraação.
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Arttes Decoraativas
Termos:
Ebanisteriaa: É a arte de enriqueecer a estrutura de um móvel revestindo‐aa de madeiiras preciossas,
metais ou diversos m materiais de origem animal (tartarruga, osso, etc.) É umaa técnica, o ou melhor, um
conjunto dde técnicas cujo fim é puramentee estético – folheado ee marchetad do são técn nicas utilizad
das
pelo ebaniista. A sua origem rem monta à Arrte Italiana do final daa Idade Média mas é no séc. XVIII e
sobretudo no XVIII qu ue ela atingee o seu apogeu.
Ebanista: Pessoa qu ue executaa móveis de d ebanistteria. Artessão que faaz móveis folheadoss e
marchetad dos com maadeiras exó óticas. Os primeiros
p arrtesãos quee utilizaram
m esta técnica de folheear
utilizaram o ébano, e por isso a p palavra ebanista.
Marchetarria: É uma técnica quee consiste em e comporr um desen nho com finnas placas de
d madeiraa. É
uma técnicca à superffície, isto é,, faz‐se geralmente no os móveis folheados;
f o
o desenho é “aberto” na
folha que rreveste o m móvel. Pode representaar flores, fru utos, motivo os alegóricoos, etc. Este
es motivos ssão
feitos com madeiras d diferentes, d de cores variadas – as madeiras eexóticas com m a sua variedade de to ons
e de brilho
os são as maais utilizadaas para estee fim. Por ve ezes também m se utilizam outros m materiais como
o marfim, ttartaruga, m metais (cobre e latão), etc.
Neste proccesso, podeem‐se colar os elemeentos justap pondo‐os à medida, m mas o maiss comum é as
diferentes partes quee compõem m o desenho serem prreviamente juntas. Deepois do de esenho que se
pretende eestar feito, ccola‐se um papel nestee motivo, do o lado que será visível e, seguidam mente, cola‐se
todo o connjunto na esstrutura do móvel, ond de o desenh ho já está reecortado; q quando a co ola seca retiira‐
se o papel..
Folheado: Consiste em m revestir aa estrutura d de um móvvel, geralmeente de umaa madeira m menos nobrre e
mais resisttente, com uma folha ((1 a 2 mm d de espessurra) de uma madeira exótica ou maais decoratiiva.
Se o aspeccto económ mico é evideente, este p processo qu ue se desen nvolve no séc. XVIII, pe ermite utilizar
madeiras ffrágeis e ob bter efeitos decorativo os difíceis de obter com m madeirass maciças, ssobretudo n nas
partes curvvas dos móvveis.
Faixeado: A técnica éé a mesma d do folheado o, consiste em revestirr a estrutura de um mó óvel com uma
folha de uma madeira mais deco orativa ou vvaliosa. A d diferença esstá na espeessura da m madeira (folha)
que neste caso é maiss grossa quee no folhead do.
Frisage: É um tipo de marchetarria que conssiste em ob bter efeitos a partir do veio da maadeira. Muitas
vezes os mmotivos geo ométricos sãão consegu uidos tirando partido d do próprio vveio da madeira, crian ndo
assim diveersos efeittos: escama de peixxe, asa de borboletaa, encanasttrados variiados, efeitos
geométrico os, etc. As ffolhas (placaas finas de madeira) uttilizadas na marchetaria podem se er cortadas de
várias manneiras, de fo orma a obteer diferentes efeitos co onsoante o ccorrer do veeio da made eira:
1. 1. Corte de Topo
2. 2. Corte oblíquo
3. 3. Corte longitudinaal
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Arttes Decoraativas
Bronzes ciinzelados e
e douradoss: A sua exeecução envvolve uma série de arrtesãos. O escultor fazz o
modelo daa peça, geralmente em madeira, cera ou barrro.
Depois de fazer um m molde a partir deste m modelo, o ffundidor fazz a peça, jáá em bronze e. Esta peça é
ainda um pouco toscca e tem que
q ser acaabada ‐ estte é o trabalho do cin
nzelador – aperfeiçoar e
peça quand
finalizar a p do sai da funndição.
Para finalizzar, o douraador aplica aa folha de o
ouro, um doos processos utilizados para o dou urar uma peeça.
Só então eesta está pro onta para seer aplicada no móvel.
Estampilhaa: A estamp pilha é a “aassinatura” de um móvvel. É a marrca do mestre aplicadaa por meio de
um ferro p percutido so obre a estruutura do mó óvel. Deste ferro constta as inicias e apelido ddo mestre, em
maiúsculass.
Jean‐Franççois Oeben 1721‐1763
Mesa Mecânicca (1760 ‐ 1761 1)
Estrutura de ccarvalho e tília
Marchetaria eem pau‐rosa, paau‐cetim, pau‐santo, amaranto
o, buxo e ébano
o; bronze douraado; laca japon
nesa; veludo
Mesa meccânica de silhueta eleggante aindaa ao gosto Luís XV ‐ as pernas liggeiramente arqueadass, o
tampo recortado, as linhas ondu ulantes e haarmoniosas. Os bronzees são sóbrios e sublin nham as linhhas
elegantes d
da mesa. A marchetariia é geométtrica, no tam mpo e na cintura triparrtida.
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Arttes Decoraativas
Mathieu C
Criaerd 1669
9‐1776
Cómoda ,1742
2
madeira
uvre, Paris
Musée du Lou
Cómoda deecorada com
m flores e aanimais de ggosto orienttal e pintados em azul e branco.
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Arttes Decoraativas
8. Paixão
o pela Mod
dernidade
e – Arte N
Nova
Estilo Arte
e Nova: 189
92 1914
Nascido na
n década final do séc.
s XIX, expande‐se
e pela Euro
opa e América tomaando diversas
designaçõees:
− Libeerty e Modern Style em
m Inglaterraa
− Juggendstil na A
Alemanha
− Wieener Sezesssion na Áusttria
− Artt Noveau em
m França
− Stile Liberty e Florale em Itália
− Mo
odernismo eem Espanhaa
Estilo estéético que encontra antecedentess nos Arts & & Crafts qu ue surge emm Inglaterrra na segun nda
metade do o séc. XIX.
Arts & Crafts:
Movimento fundado por William m Morris em m 1888, deffendia o arttesanato criativo como o alternativa à
mecanização e à prod dução em massa
m e prregava o fim o artesão e o artista. Fez
m da distinçção entre o F
frente aos avanços daa indústria ee pretendia imprimir em móveis ee objectos o o traço do artesão‐artissta,
que mais tarde seria cconhecido ccomo design ner.
Fizeram paarte deste movimento o entre outros o rom mântico John
Ruskin.
W. Morris defendia a importânciia dos motivvos relacion
nados com a
dia.
Idade Méd
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Belle Époq que
Designa o clima inteleectual e artíístico do peeríodo em q questão. Foii uma épocaa marcada por profund das
transformaações cultu urais que see traduziram m em novoos modos de d pensar e viver o quotidiano.
q As
novas inveenções torn navam a vid da mais fácil em todoss os níveis ssociais, e a cena cultu ural estava em
efervescên ncia: cabaréés, o canca an, e o cineema haviamm nascido, e a arte to
omava novas formas. As
inovações tecnológicaas como o telefone, o o telégrafo sem fio, o cinema, a b
bicicleta, o automóvell, o
avião, insppiravam novvas percepções da realiidade.
Paris:
Com seus cafés‐conceerto, opereetas, livrariaas, teatros, boulevardss e alta‐costtura, Paris, a Cidade LLuz,
era considerada o centro produtor e exporrtador da cultura mun ndial. A culttura boémiaa imortalizaada
nas páginaas do roman nce de Henri Murger, Scènes de lla vie de bo ohème (1848), era um referencial de
vida assim como os esscritos de B Baudelaire, R Rimbaud, VVerlaine, Zola e Balzac
A indústriaa do divertim mento (parq que de diveersão e cine ema) foi posssível devido ao desenvvolvimento da
electricidade e a dim
minuição da jornada dee trabalho, fazendo co om que os operários tivessem
t m
mais
horas livrees para o laazer. Os paarques e oss cinemas transformar
t ram‐se em divertimen nto de masssa,
porque o iingresso eraa barato e esses diverrtimentos p provocavam m um despreendimento momentân neo
da realidad de quotidiana das pesssoas.
Ou seja, a arte Nova relaciona‐sse especialm mente com a 2ª Revolução Industtrial em curso na Euro opa
com a exploração de novos mateeriais (como o o ferro e o vidro, principais elementos doss edifícios q que
passaram aa ser constrruídos segundo a novaa estética) e e os avançoss tecnológiccos na área gráfica, como
a técnica dda litografiaa colorida que teve grande influên ncia nos cartazes.
Surge commo a manifestação dee uma vonttade muito firme de criar um estilo radicaalmente novo,
fazendo táábua rasa daas formas o oriundas doss estilos históricos anteeriores, pro ocurando saatisfazer a vida
contemporânea.
Várias foraam as escolas e correntes, protagonizadas por artistass e grupo d de artistas pela
p Europaa e
Inglaterra, chegando mesmo à América.
Apesar de uma crono ologia iniciall, esta mosttra um desffasamento q quando asssociado com m a localizaçção
geográfica tratada.
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Cartazes de Alphonse Mucha:
8.1 Influê
ências da Arte Novaa:
Arte Orienntal, que começava
c a ser comeercializada no Ociden
a nte, atravéss da primeeira exposiçção
mundial, que m Londres e em Paris, nas quais se
q deu oriigem à criaação de lojaas da especcialidade em
expunham m e vendiam m também m, artigos de
d Arte No ova. Eram principalmeente comerrcializadas, as
cerâmicas,, os tecidos,, o mobiliárrio, e sobrettudo, a gravvura japoneesa, que eraa muito aprreciada. Era de
notar, a importânciaa da sua linha, as figuras eram m contornaadas, cromaticamente e planas, sem
volumes, ee com assim metrias, em oposição ao o Renascimento.
Arte de outras culturaas, como a aarte Islâmica, Viking ou u Celta.
A naturezaa, na qual suurgiu o interesse, atravvés do desenvolvimentto das ciênccias com elaa relacionad das,
tal como aa Botânica, o ou a Biologgia. Com o aavançar do movimento o, há uma cada vez maaior estilizaçção
dos elementos, tais co omo, borbo oletas, pavões, vespõess, ou até o n nu feminino o.
O cinema, a imagem em movim mento e o m movimento das máquin nas, contagiaram a Artte Nova, daado
que foi um
ma das suas maiores inffluências.
Romantism mo e revivaalismo na decoração,
d ao contrárrio das artees anteriorees, em que
e a decoraçção
pouco tinh ha a ver comm o objecto o, na Arte N
Nova, a deco oração estava implícitaa ao objecto o, estando em
harmonia ccom a funçãão.
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Surge entãão, uma no ova capacidade decoraativa, em que, o Homem deixa d de anexar a
a decoraçãoo à
estrutura, passando eentão a inclu uía‐la na pró ópria estruttura, sendo valido tam mbém, o con ntrario.
“O adorno o, não dimin nui a funcioonalidade, ccomplemen nta‐a”.
Assim conforme os id deais de Wiliam
W Morrris, surge a criação dee formas, que uniam em
e si, tanto
o o
aspecto técnico, com o aspecto eestético, a fforma e a fu unção.
No entanto, é na áreea do mobilliário que se
s sente um ma maior diificuldade, na materialização destes
ideais. Dad
do que estees móveis erram produzzidos industtrialmente, não possuíam a mesm ma qualidade e
beleza dos seus origginais man nufacturado os, sendo quase
q semmpre reles imitações, criando uma
contradição com os id deais do mo ovimento.
Victor Horrta – Casa Taassel 1892 e 1893, Bru uxelas
O ferro e o o vidro passaram a com mpor ornammentos interrnos e fachaadas.
Como fortte tendência inovadora e simbo olista, a Arte Nova deestacou as linhas currvas e form
mas
orgânicas iinspiradas eem elementtos da naturreza como ffolhagens ee flores.
E só a paartir do uso
o desses novos materiais foi poossível a in
ntrodução d
desses novvos elementos
decorativo os que tinhaam formas d delicadas, irrregulares ee assimétricas.
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Antoni Gau
udi – Casa M
Mila 1905 e
e 1907, Barccelona
Estilo deco
orativo esseencialmente fitomórfico caracterrizado pelo o uso de lin
nhas orgânicas, longass e
e formas ondulantes de todoss os tipos, elegantes
sinuosas, em e e rítmicas, em especiaal a curva em
e
chicote reetiradas dos caules e
e das gavin nhas das plantas,
p chaamas, os d drapeados e os cabeelos
ondulantess batidos peelo vento.
A Arte No
ova tem commo linguaggem a estiliização das formas natturais, espeecialmente da flora e da
figura feminina. Na Arrquitectura as formas ttridimensio onais são submergidas por curvas que fundem m a
estrutura ccom o ornam mento.
Charles Re ennie Mackintosh, 186 68 ‐1928
Oferece um pertório da
ma interpreetação novva e fascinaante do rep
d decoraçções são usados como
Arte Nova: arabescoss lineares das
meio parra a quaalificação espacial dos d ambie entes; um
relacionammento novo o, mais diirecto, é estabelecid
e o entre a
ossatura mural,
m frequentemente maciça e e disposta em ângulo
recto.
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Otto Prutschher, Copos, 19005
Hector Guim
mard, Claraboia
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Emile
e Gallé
Hecto
or Guimard
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Louis Maajorelle
Hoffman
nn
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M
Mucha, Joia
Guimard, joia
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8.3. Vidro
o e Joias d
de René Laalique
Nasceu em m 1860 e mo orre em 19445.
Foi um meestre vidreirro e joalheirro francês. É em Françça que comeeça desde ccedo a sua aprendizagem
junto de uum joalheiro o parisiensee. Estudo em Londres e de regresso a Françça trabalha para algum mas
das casas mmais famossas. Em 188 86 abre a su ua própria jjoalharia, seendo já reconhecido e em 1890 como
joalheiro d
do estilo Artte Nova, criiando peçass para a cassa La Maiso on de l'Art NNouveau de e Samuel Bing,
em Paris.
Seguindo as
a fontes de d inspiraçãão da Arte Nova criou u peças rep
presentando o fauna e flora,
f (pavõ
ões‐
reais, borb
boletas e ou utros insectoos reais e immaginários).
Inovou utiilizando maateriais pou uco comun ns à joalharia da época, como oo vidro, essmalte, couuro,
e perfume em
marfim, náácar, e utiliizando maiss pedras seemi‐preciosas que preciosas. Criaa frascos de
vidro sendo tido como o primeirro a imaginaar a comerccialização d de tal produuto, associando a estéttica
e refinameento à produção em séérie.
Os répteeis serão effectivamentte motivo d de inspiraçãão que Laliq que
irá trabaalhar um poouco ao longgo de toda a sua vida, tanto ao níível
da joalhaaria como dda sua produção vidreira, de bronzes.
Peitoral Serpeentes, Ouro e essmalte
Museu Calousste Gulbekian
De entre o
o bestiário reproduzid do na obra de Lalique
e, o pavão pode ser cconsiderado
o a obra mais
m
emblemátiica do espíírito da Artte Nova sendo um tema recorreente na obra do artista, quer su
urja
isolado, co
omo aqui, quer apareçaa aos pares como em o outras jóias..
O tema é ttambém mu uito represeentado na p pintura simb
bolista, commo símbolo por excelência da beleeza
natural emm todo o seuu esplendorr.
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Peitoral Pavão
o,Ouro, esmaltee, opalas, diamaantes,
Museu Calousste Gulbenkian
A papoila p
pode considderar‐se umma das flores emblemátticas da Artte
Nova, pelaas suas cono
otações simmbólicas com
m o mundo onírico. Estte
pendente, constituíd do por um rosto feminino, de frentee,
executado em vidro opalino, é envolvido por uma cabeleira
c d
de
prata patinada, encim
mada por um toucad do, tambémm em prataa,
formado ppor várias papoilas abeertas. Dos cabelos que emolduram m
a parte inferior doo rosto, pende
p uma pérola barroca de d
considerávveis dimensões.
Pendente Rostto Feminino, Viidro, prata, esm
malte, ouro e péérola barroca
Museu Calousste Gulbenkian
Uma paisaagem com arvoredo
a à beira dum
m lago em vidro
v esmaltado e ourro decora o
o coroamen nto
deste pen nte, de novve dentes, executado o em chifree. Esta peçça única é bem representativa da
revolução trazida pelo o artista ao
o conceber jóias utilizaando materriais menos nobres com mo o chifree, o
vidro e o esmalte. A
A natureza,, sempre presente
p naa obra de Lalique, suurge aqui uma
u vez mais
m
magnificam mente reprresentada por
p uma paisagem
p de
d belo arvvoredo junto a um lago à luz do
crepúsculo o.
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O seu gossto pela fo
otografia muito
m contrribuiu tamb
bém para a
realização de jóias co
om paisagen ns onde é bbem eviden nte a relação
entre o arttista fotógraafo e a obraa do joalheiro.
Pente Paisagem,Chifre e ouro
o esmaltado
Museu Calousste Gulbenkian
Uma vez mais u temas da natureza, do reino an
m o artissta escolheu nimal e veggetal, para a composiçção
desta placa de garganntilha ondee o elementto mais imp portante reeside na eno orme opalaa cabochon de
formato quuadrangular, ao centroo da jóia.
Placa de gargaantilha Águias eentre os pinheirros, Ouro, opalaa e esmalte
Museu Calousste Gulbenkian
Prodígio téécnico de execução, este cálice, em vidro o branco, so oprado
numa estrutura vazad da de prata e bronze, aapresenta d decoração ggravada
e cinzeladaa de motivvos vegetalistas de vid
deiras e uvaas. O nó, dee vidro
branco mo oldado em alto‐relevo o, é constituuído por umm entrelaçado de
figuras. Esstes objecttos de viddro soprad do em arm mações meetálicas
constituemm uma evollução importante nas técnicas de e fabrico doo vidro
de Laliquee e vêm na senda de uma tradição, já conhecida na
Antiguidadde, retomad da por Veneeza no sécullo XIX.
Cálice com mo
otivos de videiras e figuras, Vid
dro, prata e bro
onze,
Museu Calousste Gulbenkian
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Foi em 189 96 que Laliq que apresentou pela p primeira vezz, no Salon,, uma pulseeira executaada em chiffre.
Nos anos seguintes, porém, dado o sucessso obtido, sucedem‐sse as criaçõ ões de jóias em chifree e
marfim. A exótica orq quídea foi umma das flores símbolo do movimeento estéticco do final d do século XIX e
foi tratadaa pelos joalheiros do período Arrte Nova coom muito realismo, aaqui realçad do ainda pela
p
mestria técnica de Reené Laliquee, que baseeando‐se seempre na flor real, con
nsegue simultaneamen nte
conferir a eesta jóia eleegância e fo
orte sentido o erótico.
Diadema Orquuideas, Marfim,, chifre, ouro e topázio
Museu Calousste Gulbenkian
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9. Arte Deco
O estilo deeve o seu nome
n à Exp
posição Inte
ernacional de Artes Decorativas
D e Industriaais Modernnas,
realizada em
e Paris, em 1925. Naa mostra, nus n feminin nos, animaiss e folhageens são apreesentados em
cores discrretas, traçoss sintéticos,, formas esttilizadas ou geométricaas.
Está situad da entre as d duas grandees guerras, nos chamados “loucoss anos 20”.
Edifícios, esculturas,
e j
jóias, luminnárias e mó
óveis são geometrizaddos. Sem ab brir mão doo requinte, os
objectos têêm decoraçção modern na, mesmo q quando feittos com basses simples, como (bettão) armado e
compensad do de madeeira, ganham m ornamen ntos de bronnze, mármo ore, prata, m marfim e ou utros materiais
nobres.
Diferentem mente da arrt nouveau, mais rebusscada, a arte e déco tem mais simplicidade de e estilo.
Afectou ass artes deco orativas, a arquitecturaa, design de interiores e desenho industrial, aassim como o as
artes visuaais, a moda, a pintura, aas artes grááficas e cine ema.
Foi, de cerrta forma, u uma misturra de várioss estilos (ecletismo) e movimento os do início do século X XX,
incluindo:
− con nstrutivismo o,
− cub
bismo,
− mo
odernismo,
− mo
ovimento Baauhaus,
− artee nova
− futurismo.
Embora muitos
m movimentos de design tivessem raízees em intenções filosó
óficas ou políticas,
p a Art
Déco foi m
meramente d
decorativa, visto como o estilo elegante, funcioonal e ultra moderno.
9.1.Influê
ências da Arte Deco
o
O inicio das viagens coom maior frequência ee a continuaação das escavações arrqueológicaas nesta épo oca
influenciou
u artistas e designers, iintegrando elementos oriundo dee países estrrangeiros, taais como:
− Artte de África
− artee greco‐rom
mana clássicca
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− artee da Babilónia, Assíria e Antigo Eggipto
− artee azteca
− artee mexicana
Grande intteresse em Pompeia, TTutankhamo on, cidade d
de Tróia.
A Idade daas Máquinaas e das teccnologias co omo a aviação, electricidade, a rádio, o arraanha‐céus ssão
igualmentee fontes de inspiração..
Outros tem
mas popularres na Arte Deco são aa forma trap pezoidal, em m ziguezaguue, geométricos e form
mas
desordenaadas, que pode
p ser visto em muitas parte
es iniciais, sendo
s form
mas matem
máticas a baase
estrutural da Arte Decco.
Adolphe Mourron Cassandre, cartaz do Nord
d Express
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Tamara de Lem
mpicka, Retrato
o da duquesa de La Salle, 1925
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Bibliografia
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GOZZOLI, Maria Cristinaa (1978) “Como reconh hecer a arte
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TEIXEIRA, Lu
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Imagens
Iconothequ ue numeriq que, Universsité Libre dee Bruxelles, 2006 in htttp://bib18.uulb.ac.be/in
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www.wikip pedia.com
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Recursos EElectrónicoss
http://www w.museu.gu ulbenkian.p
pt/
http://lartnnouveau.co om/
http://cvc..instituto‐caamoes.pt/coonhecer/exxposicoes‐viirtuais/a‐artte‐do‐azuleejo‐em‐portugal.html
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