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Série Romanos – O Evangelho de Cristo Jesus – Mensagem 1

Série Romanos – O Evangelho de Deus – Mensagem 11

Identidade, Missão e Propósito.


(Texto: Rm 1:1)

1. Introdução.

Passamos um ano estudando o livro de Gênesis. Agora, vamos partir rumo a uma outra
viagem por dentro da Bíblia. Temos agora o desafio de estudarmos a carta de Paulo à
Igreja em Roma. Sem dúvida nenhuma, Romanos é a carta que mais influenciou o
cristianismo. Grandes homens tiveram as suas vidas transformadas lendo as suas
páginas e em momentos em que a Igreja estava longe de Deus, foram suas palavras que
a trouxeram de volta ao Caminho.

A igreja de Roma, a quem a carta foi endereçada, não foi fundada pelo apóstolo Paulo.
Ainda não sabemos quem foi, ou quem foram os fundadores desta igreja. Foi da cidade
de Corinto, aproximadamente no ano 58 AD, que Paulo escreveu a sua mais sublime
carta. Nesta ocasião, Paulo estava já na sua terceira viagem missionária (cf. At 20:2,3), e
já expressava a sua vontade de conhecer a igreja de Roma. Foi em preparação a essa
visita, que Paulo enviou essa carta. Provavelmente Paulo planejava uma viagem para a
Espanha passado por Roma (cf. Rm 15:23,24).

Para quem Paulo escreveu esta carta? A igreja em Roma, na época, a capital do mundo,
era formada por judeus e gentios. É possível que essa Igreja tenha surgido do grupo de
judeus que estiveram em Jerusalém durante o derramamento do Espírito Santo no dia de
Pentecoste (At 2:10). A carta reflete uma certa tensão entre esses dois grupos. Enquanto
os judeus prezavam por um evangelho mais próximo às práticas da antiga lei de Moisés,
os gentios já queriam um evangelho livre dessa lei2.

Diante disso, o grande tema que a carta desenvolve é a respeito do Evangelho de Deus,
manifesto através de Jesus Cristo, o Seu Filho, em quem temos a Justiça de Deus.
Embora a justificação pela fé tenha sido apresentada como tema central por alguns,
parece que um tema mais amplo corresponderia de forma mais satisfatória à mensagem
do livro3. A “Justiça de Deus” compreende não somente o aspecto da justificação pela
fé, mas também abrange idéias correlatas como culpa, santificação e a segurança.
Independente de ser judeu ou gentil, essa justiça de Deus recebida pela fé em Cristo nos
faz um só povo, o povo escolhido, o Reino de Deus4.

Romanos nos traz a síntese mais bem elaborada da vida cristã, desde o seu início. Não é
a toa que homens como Agostinho, Lutero, Calvino, Wesley, Barth foram
profundamente moldados a partir da leitura, estudo e meditação dessa carta. Lutero
relata assim sua experiência:

“Eu ansiava intensamente compreender a carta de Paulo aos Romanos, e a


única coisa que não saia do meu caminho era aquela expressão, “a justiça de
Deus”, pois no meu entender ele significava a justiça seguindo a qual Deus é
1
Pregado no MEP dia 02 de março de 2011.
2
Cf. Sttot, pág. 33.
3
Cf. Nota introdutória de Romanos na NVI de Estudo.
4
Sttot diz: “o mais importante de todos os temas de Romanos é o da igualdade entre judeus e gentios”. In Romanos
pág. 34.

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justo e age com justiça para punir o injusto... noite e dia eu ficava ponderando,
até que... eu compreendi a verdade: que “a justiça de Deus” é a justiça pela
qual, através da graça e pura misericórdia, ele nos justifica pela fé. Depois
disso foi como se eu tivesse renascido e adentrado as portas escancaradas do
paraíso. Toda a escritura adquiriu um novo significado, e enquanto que antes
“a justiça de Deus” me deixava cheio de ódio, agora ela se tornou para mim
uma expressão de amor grandioso e de doçura inexprimível. Esta passagem de
Paulo tornou-se para mim uma passagem para o céu5”

Que o Espírito Santo nos ajude, nessa jornada em Romanos, a conhecermos e


experimentarmos a Justiça de Deus, encarnada na pessoa de Seu Filho Jesus Cristo. Que
possamos viver esse Evangelho de Deus que é o poder de Deus para a salvação de todas
as pessoas.

Hoje, leremos apenas o primeiro versículo. É o versículo de apresentação do remetente


dessa carta, o apóstolo Paulo.

2. Exposição do texto. (Rm 1:1)


1
Paulo, escravo de Cristo Jesus6,
Παῦλος δοῦλος8 Χριστοῦ Ἰησοῦ,
1
chamado para ser apostolo, separado
κλητὸς ἀπόστολος, ἀφωρισµένος εἰς
para (a proclamação d7)o Evangelho de
εὐαγγέλιον θεοῦ,
Deus,

1. Identidade.

“Paulo, escravo de Cristo Jesus” (Rm 1:1a). Paulo, ao iniciar a sua carta, quer se
apresentar. Ora, todos nós conhecemos um pouco sobre a vida de Paulo. Ele era um
fariseu que no início perseguia de maneira implacável os cristãos até que certo dia, a
caminho da cidade de Damasco para onde ia prender mais cristãos, ele teve um encontro
real com Jesus Cristo. A partir daquele momento, Paulo foi fiel ao chamado de Jesus:
“Este homem é o meu instrumento escolhido para levar o meu nome perante os gentios
e seus reis, e perante o povo de Israel. Mostrarei a ele o quanto deve sofrer pelo meu
nome” (At 9:13,14). Paulo foi aquele que levou o Evangelho para grande parte da Ásia
Menor e Europa. Em termos quantitativos, foi o maior missionário da Igreja Primitiva e
o maior professor do Novo Testamento.

Porém nessa carta, ele abre a sua apresentação, a apresentação do remetente, com uma
declaração muito singela em relação à sua importância na história da igreja: Paulo,
escravo de Cristo Jesus. Essa era a identidade primária que Paulo dava a si mesmo em
Romanos. À uma igreja que não fora fundada por ele, Paulo se identificou como um
humilde servo, escravo, daquele que é Tudo, de Jesus.

Porém, o Jesus que Paulo apresenta não é apenas uma pessoa, ou um mestre como
qualquer outro. Ele é “Cristo Jesus”. Muitas pessoas acham que Jesus Cristo é um nome
próprio onde Jesus é o primeiro nome e Cristo seja o sobrenome. Não! Dentro dessa

5
Cf. Sttot, págs. 15, 16.
6
Eugene Peterson in The Massage: Master Jesus; N.T. Wright in Paul for Everyone: King Jesus.
7
Cf. BJ e opção de tradução dada também por NCLNTG.
8
Cf. Metzger, os manuscritos mais antigos trazem Ἰησοῦ Χριστοῦ.

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expressão Jesus Cristo está implícito a declaração de fé mais antiga e pura do


Cristianismo: “Jesus é Cristo”. Jesus é o Messias, o Salvador, o Rei cujo reinado é
eterno, prometido em todo o Antigo Testamento. Ele é o Rei, Ele é o Mestre. Quando
Paulo inverte a ordem e se apresenta como escravo de Cristo Jesus, ele está realçando
ainda mais a identidade Desse a quem ele serve como escravo: o Rei Jesus.

Paulo era escravo desse Rei. Desde a sua chamada até o seu martírio em Roma em 68
AD, quando tradicionalmente foi decapitado, ele nunca deixou de ser fiel ao Rei Jesus.
As suas mensagens, viagens, cartas são testemunhos vivos de que ele não vivia para si
mesmo, mas sim para e por amor de seu Mestre Jesus, o Rei. Repare que Paulo se
apresentou como escravo antes de se apresentar como apóstolo. Embora Paulo tivesse
uma autoridade reconhecida na Igreja como apóstolo, ele se considerava um escravo de
Jesus, uma pessoa que devota submissão total ao seu Senhor. Lembre-se que no Império
Romano, os escravos eram considerados como bens materiais: não tinham direitos, nem
status de seres humanos. Bem, Paulo se colocou nessa posição.

Qual seu status diante de Jesus? Você se coloca na posição de escravo diante de Jesus
Cristo? Ser escravo implica duas coisas: o escravo deve saber qual é a sua própria
condição e deve saber qual é a condição de seu mestre. Você reconhece que Jesus é o
Senhor da sua vida? Que Ele é o Rei a quem devemos toda a nossa submissão, amor e
lealdade? Que você é um miserável que depende, em todas as coisas da graça de Jesus?

Ser escravo pode ser benção ou maldição dependendo do mestre a quem você serve. Seu
mestre é Jesus ou Satanás? Para nós que servimos a Cristo, ser escravo Dele é a maior
honraria que pode existir. Servir ao Rei dos Reis e Senhor dos Senhores e gozar de sua
presença para sempre não tem preço! Você é escravo desse Rei Jesus a quem Paulo
serviu até a morte?

Essa é uma das nossas identidades em Cristo: seus servos, seus escravos.

2. Missão.

Todo escravo era encarregado de alguma tarefa. Todo cristão é chamado para alguma
missão, para algum ofício. Paulo foi “chamado para ser apóstolo” (Rm 1:1b). Algumas
coisas para pensarmos. Primeiramente, Paulo foi chamado. Chamado por quem? Paulo
não é o sujeito da ação de chamar, mas sim o próprio Jesus Cristo. Quando ainda
incrédulo, Paulo foi chamado por Jesus no caminho para Damasco com uma missão:
pregar a mensagem de Jesus a todas as nações.

O chamado, é um ato soberano de Deus, pela sua graça. Paulo reconhece seu chamado
assim em Gl 1:15: “Mas Deus me separou desde o ventre materno e me chamou por sua
graça”. Não havia mérito nenhum em Paulo, pelo contrário, ele era o mais implacável
perseguidor dos discípulos de Jesus. Da mesma maneira, nós também, quando fomos
chamados por Jesus para seguí-lO não tínhamos nada que nos qualificasse diante Dele.
Mas mesmo assim, por nos amar tanto, Ele nos chamou para que pudéssemos participar
de seu ministério.

O chamado de Paulo era para ser um apóstolo, ou seja, um representante autorizado por
Jesus a liderar e a formar toda a base da igreja que estava se consolidando naquele
momento inicial. Um apóstolo tinha um ministério muito específico que durou apenas

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enquanto os apóstolos originais chamados por Jesus viveram. Lembre-se que Jesus tinha
ressuscitado e subido aos céus. Na ausência de Jesus, eram os apóstolos que, movidos
pelo Espírito Santo, traçavam todas as diretrizes da igreja. Embora Paulo não fosse um
dos doze apóstolos originais, ele foi chamado pelo próprio Jesus para fazer parte desse
ministério. Ele foi chamado um uma missão muito clara: levar o Evangelho de Deus aos
gentios, ou seja, àqueles que não eram judeus de nascimento. Hoje não temos mais
apóstolos nesse sentido.

Paulo era cativo de sua missão9. Da mesma maneira que ele foi chamado por Jesus para
desempenhar uma missão, nós também fomos chamados por esse mesmo Senhor Jesus
para um ofício. Mas isso não pode vir descasada de um propósito.

3. Propósito.

“separado para (a proclamação d)o Evangelho de Deus” (Rm 1:1c).

Dizer ter uma missão é diferente do saber qual é essa missão. Mesmo para um agente
secreto a là James Bond, sua missão está clara.

Paulo era fariseu. Fariseu significa também “separado”. É interessante que ele usa uma
palavra que expressa a mesma idéia quando diz que ele foi separado para a proclamação
do Evangelho de Deus. Esse verbo “separado” no grego tem uma relação muito grande
com o verbo kādaš (vd:q'10) no hebraico. Kādaš significa “santificar”, literalmente
“separar”, “consagrar” para o uso divino. Jesus separou, consagrou para o seu uso
Paulo. Deus não nos chamou para que continuássemos a pertencer ao mundo. Mas como
o apostolo Paulo nos ensina: “Porque Deus não nos chamou para a impureza, mas para
a santidade” (1Ts 4:7). Nós fomos chamados para viver uma vida consagrada a Deus.

Mas Paulo foi separado para quê? Para o Evangelho de Deus, ou seja, para anunciar e
proclamar as boas notícias a respeito de seu Senhor e Rei Jesus. Na época do Império
Romano, o imperador era cultuado como um deus. Por isso tudo o que acontecia com
ele era tido como algo divino. A notícia do nascimento, as datas festivas, as vitórias e
conquistas militares, todos estes anúncios públicos eram considerados como
“evangelho”, ou seja, boas notícias. Os arautos dessas “boas notícias” anunciavam com
grande pompa e cerimônia cada acontecimento. É essa a imagem que Paulo tem na
mente ao falar do Evangelho.

Mas Paulo faz uma distinção: ele foi chamado e separado para ser um proclamador, não
do evangelho do Imperador, de César, mas das “Boas Notícias”, do Evangelho de Deus.
Que Evangelho de Deus é esse? São as boas novas acerca da salvação de todos os
homens por intermédio de Jesus Cristo, o Filho de Deus, que se entregou à morte para a
remissão de pecados de todas as pessoas que Nele crêem e que Ressuscitou dos mortos.
É o Evangelho cujo personagem principal é Jesus Cristo, aquele de quem Paulo era
escravo.

Nada mais óbvio do que um embaixador exaltar o Rei a quem ele representa. Nada mais
normal do que um apóstolo, chamado para ser escravo de Cristo, exaltar o próprio Jesus.
O assunto central da proclamação de Paulo era o Evangelho de Deus manifesto na
9
Cf. Barth, pág. 27.
10
Cf. Holladay, pág. 445.

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pessoa de Jesus Cristo. Paulo tinha um compromisso com Jesus e com a sua mensagem
(“Uma obrigação está sobre mim: ai de mim se não pregar o evangelho”, 1Co 9:16).
Pois foi para isso que foi chamado.

Amado, que o Evangelho de Deus seja o centro da sua vida. Que a mensagem de Jesus
possa ser anunciada através da sua vida a todos que necessitarem de salvação. Isso é que
é ser evangélico de verdade. Não um membro de uma religião, mas uma pessoa que
vive o evangelho na sua plenitude.

Conclusão:

Dentre todas as cartas, a apresentação de Paulo em Romanos é a maior e a mais formal.


Aqui podemos ver o como ele se identificava para uma igreja que ele não havia
fundado. Ele precisava apresentar as suas credenciais e sua qualificação para que a carta
fosse aceita, lida e obedecida entre os romanos.

Ele poderia muito bem ter colocado todo um currículo que era muito favorável a ele.
Porém, a sua identidade real estava em Cristo. Ele era Seu escravo. Sua missão também
estava em Cristo, uma vez que ele foi chamado para o apostolado por Jesus. Por fim, o
propósito se seu ministério também dependia de Jesus, pois ele foi separado para
proclamar o evangelho de Deus, a boa notícia da salvação que vem apenas por Cristo.

Meu amado irmão, não são essas as nossas credenciais também? Não somos escravos de
Jesus? Não fomos chamado por Cristo para uma missão? Nosso chamado não ganha
sentido na proclamação do evangelho de Deus? Quem é você em Cristo? Muitos se
acham superiores, outros se acham completamente inferiores. Paulo sabia exatamente
quem ele era, qual sua missão e objetivo na terra. Todos esses três âmbitos orbitavam ao
redor de Jesus, a pessoa mais importante no universo e na historia. Jesus assume esse
papel na sua vida?

Meu amado irmão, como Karl Barth diz: “a diferença entre a situação de Paulo e a dos
demais cristãos é apenas questão de intensidade. De menos ou mais. Onde houver a
graça de Cristo, o homem se torna parte da proclamação da ressurreição, que é o
ponto de retorno para onde convergem todas as coisas e todos os tempos, ainda que
sob a maior relutância ou sob o mais absoluto ceticismo”11. “O mesmo Deus que fez de
Paulo e Apóstolo dos gentios, pensou também nos cristão de Roma para trazê-los ao
seu Reino”12 e também a nós, cristãos que vivemos no séc. XXI. Sim! Jesus te chama
ainda hoje! Jesus quer te separar para Seu uso entre as nações ainda hoje? Qual de vocês
quer aceitar esse convite?

Que eu e você possamos ouvir a voz do nosso Senhor e mestre nos chamando a fazer
parte de sua gloriosa obra, que não confiou aos anjos, mas a nós, pecadores, que mais
do que tudo, precisam de sua graça, para de graça anunciar seu Evangelho, o Evangelho
de Deus. Amén.

11
Cf. Barth, pág. 31.
12
Ibid. pág. 32.

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