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SABEDORIA DE UMBANDA

A vida objetiva de Umbanda em nosso mundo é conduzida através de um


especial desenvolvimento mediúnico, sob aplicações da magia prática milenar.

A Umbanda, nas sementes de seu surgimento nos planos espirituais, deteve a


formulação dos necessários simbolismos e o desenvolvimento de inteligente
metodologia de trabalhos, coordenados e dirigidos para a implantação de giras ou
rituais no plano físico. De maneira geral, a Umbanda é muito mal compreendida por
grande percentual dos adeptos de religiões e certas camadas de nossa sociedade,
que a priori a julgam um monte de primitivas crendices permeadas com pajelanças
fetichistas. A Umbanda não é nada disso, é, sobretudo, aplicação da sabedoria mágica
do passado, de culturas que já se foram ou se transformaram no cenário terreno.

Hoje aos cuidados de uma hierarquia espiritual da magia branca, através de


falanges de obreiros, submete-se a um trabalho edificante em auxílio à humanidade
sob a égide das leis naturais da evolução, segundo os princípios reguladores de
causas e efeitos. O escopo principal de Umbanda é a caridade desinteressada. No
entanto, existem grupamentos mediúnicos que se dizem umbandistas em que a
ausência da caridade e o uso da magia negra são claramente observados. Nesses
casos, a Umbanda ali não está e nem poderia estar presente.

O que posso afirmar por minha conta e visão, sem entrar nos méritos das teses
dos muitos e gabaritados estudiosos das raízes da magia africana, é que a Umbanda
simboliza a mudança cíclica das práticas milenares fetichistas e anímicas, cuja
concepção e acurada preparação começaria muito antes do continente africano
ter existido como reduto das raças negras. As formas da magia começariam a ser
descobertas há mais ou menos 16 a 18 milhões de anos pelos lemurianos,
concomitantemente ao recente surgimento no mundo terreno daquela primeira raça
física.

A magia dos lemurianos, evidentemente, não tinha a elaboração que teriam


todas as práticas das futuras raças. Tudo o que os lemurianos faziam nesse sentido
eram realizações naturais com as combinações dos elementos da natureza, porquanto
seu desenvolvimento físico estava somente começando. Mais tarde, os demais
modelos raciais que se espalhariam pela Terra, - representando etnias no sentido
evolutivo, no estacionário, e no involutivo, - descenderiam dos embrionários
lemurianos, após laborioso trabalho de progênie dos mentores das raças, chamados
de manús. Os milhões de anos decorridos entre o surgimento e evolução da raça
lemuriana, não lhes seriam ainda suficientes ao desenvolvimento de seus cérebros a
fim de que conseguissem aquilatar certas práticas, revelações e teorias adstritas aos
princípios mais aprofundados e permeantes da magia.

A definição de magia não é tão simples como se pensa e diz. Se a magia está
implícita nas leis da natureza, e as leis da natureza não atuam somente no plano
físico, suas bases fundamentais se encontram, justamente, nas relações das causas
invisíveis. O homem, por conta de longuíssimas tradições dos povos, foi descobrindo
como manobrar com as forças duais ocultas, magnetizando-as e polarizando-as às
formas materiais para efeitos mais duradouros e eficientes. E como as relações de
almas e formas humanas não cessassem definitivamente, permanecendo envolvidas
nos grupamentos étnicos após os desenlaces físicos, e os encarnados também
convivessem com os entes da natureza, aprenderam a atraí-los e a mantê-los pelas
cercanias, através de rituais, trabalhos e fórmulas de invocação. Com isso, submetiam
tanto almas, formas espirituais humanas, inumanas, animais ou entes da natureza aos
serviços dos seus objetivos segundo suas necessidades, bem como, em muitos casos,
dissolviam-lhes as atrações com a Terra, libertando-os da servidão ou de obrigações
cármicas.

Todas essas ações e muitas outras viriam conformar-se em resultados parciais


onde a magia funcionasse segundo as tradições culturais, devido à inclusão dos
elementos mentais e emocionais dos povos nas formulações de seus atos mágicos.
Dessa maneira, a magia passou a ser um agente intermediário entre as culturas
humanas e o lado invisível da vida, forçada pelos seus elementos ritualísticos, ritos,
oferendas e sacrifícios a se manifestar objetivamente ou não, em trocas relativas de
causas e efeitos, em geral para premiar ou punir.

Nas civilizações mais adiantadas a magia avançou de um plano de crenças e


práticas sistemáticas - anímicas e mediúnicas - para um entendimento mais
aprofundado das leis da natureza, como elemento revelador da fenomenologia da
criação. As raças que vieram após o desaparecimento do continente lemuriano,
formaram na Atlântida culturas mais avançadas, justamente porque o aparelho físico
humano e suas estruturas espirituais eram exercitados no sentido de desenvolver
maiores potencialidades ao homem com o objetivo de que ele pudesse alcançar uma
forma de manifestação mais unificada. Ou seja, o homem de Atlântida partia para
outra fase de um planejamento evolutivo adrede, de sete raças raízes, onde a ênfase
antes dada na Lemúria ao aperfeiçoamento físico, avançasse para um plano mais
elevado e abrangente em que os elementos emocionais e mentais viessem integrar a
manifestação-vida como entidade mais implementada. Portanto, a ênfase na Atlântida
seria dada aos aspectos emocionais-mentais.

A Atlântida foi de fundamental importância ao desenvolvimento da magia em


suas mais diversificas práticas que até hoje subsistem. A tônica emocional dos povos
atlantes veiculava-se às forças astrais com incomparável poder e eficácia. Os atlantes
mantiveram conscientemente maiores e mais significativos contatos mediúnicos com o
mundo astral do que a maioria dos médiuns bem desenvolvidos hoje consegue. Por
milhões de anos os atlantes construíram suas culturas de modo indissociado dos
elementos da magia, muito embora o culto à magia negra houvesse também lá
surgido, evoluído e se misturado às práticas da magia branca. E de tal forma a magia
negra se alastrou nas vidas dos povos atlantes que obrigou os mais elevados
mentores das raças e diretores do processo evolucionário da Terra, a provocar
prematuramente a destruição daquele continente. As diversidades de práticas da
magia em todo o planeta se devem ainda hoje à memória dos grupamentos étnicos e
povos que restaram após o afundamento do continente de Atlântida. Entretanto,
muitas coisas se modificaram e muitos fundamentos culturais se perderam.

A tradição iniciática, não obstante, foi preservada pelos sábios mestres do


conhecimento mantendo-se intacta nos planos espirituais e conservada em certos
grupamentos étnicos e núcleos raciais por meio de discípulos - verdadeiros iniciados -
a quem era e ainda é exigido o silêncio sobre suas principais práticas ocultas diante
dos especuladores e dos não iniciados. Dessa maneira, muitos elementos culturais
que passaram de geração a geração em civilizações pós-Atlântida foram herdados dos
avoengos, estabelecendo-se com essas culturas e suas idiossincrasias, necessários
ciclos de aprendizado quer pelas práticas populares ou exotéricas, quer pelas ocultas,
sacerdotais e esotéricas.

Após a invasão das Américas pelos europeus, começaria um novo ciclo da


humanidade, pois os valores sociais e humanitários com o tempo aqui desenvolvidos,
principalmente na América do Norte, viriam influenciar as mudanças políticas dos
ultrapassados impérios e monarquias daquele velho continente.

Nada acontece significativamente na Terra sem antecedentes mudanças


cíclicas, substanciadas pela ação instituidora, veladora e organizacional dos diversos
escalões da hierarquia da Fraternidade Branca Universal. Os grandes líderes
fundadores das religiões mundiais, ou raciais, os mentores de experimentos e
revolucionárias proposições científicas e de novas descobertas, os implementadores
dos sistemas político-sociais, enfim todos os agentes humanos precursores de
mudanças verdadeiramente evolucionárias dos hábitos e do pensamento na vida
terrena, foram e são instruídos a agir segundo o que lhes orientam os mestres da
sabedoria. Os verdadeiros líderes de todos os movimentos evolucionários estão,
portanto, subordinados a essa hierarquia que age e trabalha no anonimato,
decodificando os vários aspectos do pensamento-arquetipico de Deus - ou Logos
Criador - ao conceber o Grande Plano da Criação em nosso sistema solar, onde o
planeta Terra está evidentemente incluído.

Deus não predetermina aos homens dividir-se, odiar-se e se matar. Os homens


cometem essas aberrações por suas próprias desobediências aos ditames das leis
evolutivas, que poderiam ter sido seguidas já nos primórdios das raças. As nefastas
conseqüências de hoje nas vidas dos povos, não se deveram por decretos divinos,
mas pelo mau uso que os homens fizeram de seus livres arbítrios. Todos os males: as
doenças, a fome, a miséria, a pobreza, as guerras, tudo enfim que flagela os povos
são decorrências de seus próprios atos. O Grande Plano da Criação idealizado por
Deus prevê um final feliz e realizador para todos os seres humanos. Mas enquanto
existir a ignorância e a cegueira na vida humana, evidencia-se que o agente regulador,
chamado cármico, continuará em ação no mundo não como um instrumento punitivo,
porém ajustador para o bem de todos. Os sofrimentos morais e físicos e as doenças
corrosivas e dolorosas são os expurgos de nossos erros que constituíram
concentrações de energias impróprias e estranhas em nossos corpos espirituais. Os
erros, em suas escaladas, vieram gerar, vidas após vidas, intensas desarmonias nas
delicadas tessituras de nossas composições moleculares. E precisam sair, pois não
nos pertencem, mas sim às desarmonias. O sofrimento atua ao exercício de duas
forças vetoriais simultâneas: o expurgo e o aprendizado. Portanto, até mesmo na dor a
sabedoria de Deus é perfeita!

Assim, com a chegada da cultura africana ao novo mundo de modo indevido e


cruel – que não deveria ter sido como foi – estabeleceu-se uma nova fórmula nos
aplicativos da magia. Essa idéia nos remete novamente aos idos da Atlântida, quando
médiuns preservados dos ajustes cármicos pela não adesão à magia negra, foram
treinados com a finalidade de vir desempenhar um novo papel nas práticas de
Umbanda milênios depois. Portanto, nas Américas, a Umbanda viria representar um
papel senão renovador das tradições populares dos cultos de magia, no mínimo muito
bem elaborado.

Para tal realizar-se, a cultura negra foi fundamental ao seu auxílio. Todos os
passos que os escravos deram no sentido de estabelecer seus cultos de magia e
fetichismos nas Américas foram acompanhados pelos missionários espirituais
responsáveis pelos implementos dessa idéia. Foi necessário não somente o
conhecimento dos fundamentos das forças e tradições dos orixás africanos, os
cuidados, oferendas e ritos como também que se estabelecesse a mescla com o
catolicismo, concebida pela inteligência dos próprios negros nas senzalas. Desse
modo, nesse sincretismo entre raízes africanas e européias, originou-se a inicial forma
popular de Umbanda no Brasil.

Os pesquisadores das origens de Umbanda sabem que muitas de suas


práticas evoluíram a partir das assimilações dos fetichismos africanos. Entretanto, a
organização estrutural de Umbanda baseia-se nas leis da magia iniciática praticadas
desde a Atlântida, como vimos enunciando, levadas a efeito pelos próprios magos hoje
viventes nos planos espirituais. Mas houve em curto espaço de tempo a
caracterização brasileira e ameríndia de cada uma de suas sete linhas básicas, e
respectivas subdivisões, bem como as anexações de novos elementos materiais para
o chamamento dos orixás e incorporações de entidades falangeiras de tais forças ou
linhas de energias. Isso foi efetivamente concebido de modo coordenado através de
oferendas, pontos cantados, defumações, símbolos, sinais, e pontos riscados
diferentemente dos candomblés africanos. Essa parte veio também adicionada da
memória de hábitos e práticas dos grupamentos étnicos de silvícolas brasileiros, e em
outras porções pela assimilação de elementos humanos sociais dos negros escravos
junto aos seus senhores.

Entretanto, posso afirmar que nada é totalmente novo e nem absolutamente


original nas práticas da magia. Os cultos milenares de todas as culturas trouxeram
sempre - e ainda trazem - traços essenciais e importantes para suas manifestações e
realizações objetivas, segundo regras universais, das quais não se podem fugir. A
magia não foi inventada por ninguém, por nenhum povo de qualquer continente e nem
pelos reveladores da cabala. A magia veio evoluindo em práticas e concepções desde
evos lemurianos - portanto há milhões de anos - mas também tergiversou nos casos
de magia negra e práticas fetichistas absurdas de etnias primitivas e atrasadas.

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Vou retomar o tema agora em partes. Começo pelo significado de Umbanda.


Não há um consenso sobre o que o vocábulo Umbanda verdadeiramente hoje significa
ou significou no passado. Nem se sabe com toda a certeza quando pela primeira vez
essa palavra foi pronunciada no Brasil; se por revelação de espíritos, já com
roupagens de guias em um congá do século XX, ou vibrara antes, em meio aos
cânticos e batuques primitivos dos rituais negreiros, numa desprezada senzala de
estuque de barro e alto telhado de um engenho, ou na fazenda de um senhor do café.
Assim, irei buscar definir naquilo que se suspeita seja a verdade.
1. Umbanda – Banda Um – Lado Uno das correntes de forças positivas ou
magia branca. Essa definição se contrapõe com Kiumbanda, Kimbanda, Kibanda ou
Quibanda. Kim, no nagô, é o diabo, o mal, a prática da magia negra; daí nos cultos
nagô e yorubá, aparecer kiumba, espírito elemental do mal, muitos deles habitando as
profundezas da Terra, possuindo corpos quase materiais.

2. Aumbanda, Ombanda, Umbanda. Parece ser aglutinação proposital de dois


termos para resultar numa só idéia ou significado coincidente. AUM em sânscrito é a
grafia do mantra OM, que segundo H.P. Blavatski: “é uma sílaba mística, a mais
sagrada de todas as palavras da Índia. É uma invocação, uma benção, uma afirmação
e uma premissa tão sagrada que era verdadeiramente a palavra em voz baixa da
maçonaria oculta primitiva”.

Com relação à Banda, diz H.P.B.: “Bandha, do sânscrito: laço, vínculo, ligadura,
escravidão, a vida na Terra. Dita palavra, deriva da mesma raiz que Baddha”.
“Baddha: ligado, condicionado, como está todo mortal que não se acha livre por meio
do Nirvana (a liberação final)”.

3. Umbanda, segundo Aluizio Fontenele em “A Umbanda Através dos Séculos”,


Umbanda deriva do idioma Palli, “a primeira língua falada no Oriente Médio e que suas
mais remotas indicações são comprovadas através de qualquer tratado sobre a
história da Índia, Egito e África”. A palavra banda já seria citada no Gênesis de Moisés
I.8, onde é dito: “E plantou o Senhor Deus um jardim no Éden, na banda do oriente, e
pôs ali o homem que tinha formado”.

Esse mesmo autor nos traz o fantástico subsídio com o seguinte trecho: “A
Umbanda nasceu com os séculos para maior aproximação do homem com seu
Criador. A Umbanda nasceu com o homem, e o acompanha através de sua existência
material e espiritual desde que o mundo é mundo. Pelas próprias palavras do Pai
Onipotente: TURIM-EVEI, TUMIM-UMBANDA, DARMOS, ditas pela boca de Seus
ministros, temos a certeza absoluta de que uma nova ordem baixará na Terra, ou seja:
“BAIXOU SOBRE A FACE DA TERRA, A LUZ DE UMBANDA”.

Também como nas interpretações anteriores o autor ressalta a síntese positivo-


negativo, porém implícita no próprio significado do termo Umbanda, como a
representar a idéia do equilíbrio:

Um = Uno = Deus = Infinito = Força do Bem = Pólo Positivo = Éden.

Banda = Divisão = Lado Oposto = Força do Mal = Pólo Negativo = Reino de Exu.

Conforme se nota, há muita coerência no que pretende significar o vocábulo


Umbanda, vindo de todas as formas identificar uma revelação divina milenar. Se
Banda já era pronunciada pelos africanos antes de Moisés, como dito no idioma Gêge:
Ambequerê Ki-banda, “grandes feiticeiros”, seria, possivelmente, resquícios de um
dialeto atlante, de cujo continente da Atlântida os cultos africanos se originaram.
Embora a Umbanda seja vista por uma roupagem simples, caracterizada por
personalidades representando raças, grupamentos étnicos e culturas populares, não é
só o que propositalmente deixa transparecer. Toda e qualquer atividade de magia
branca inserida em qualquer sistema reconhecidamente milenar, como por exemplo, a
cabala egípcia ou a hebraica, ou de movimentos aparentemente atuais de muitas
organizações, incluindo a Umbanda ou o Candomblé, e outros cultos africanos do bem
em seus exemplos e atividades, estão esses subordinados ao comando de uma
hierarquia que se instalou na Terra há milhões de anos. O grande senhor fundador
dessa hierarquia planetária, conhecido por Sanat Kumara, veio de Vênus com seus
sete principais ministros e uma plêiade de trabalhadores graduados.

Sanat Kumara, ao longo de seu trabalho em nosso planeta veio a ter algumas
encarnações junto às raças para melhor apurá-las e determinar-lhes os rumos certos
da evolução. Uma de suas encarnações de que se têm notícias foi de ter sido
Melquisedek, o rei da Salém, com quem o grande iniciado Abraão se entrevistou e
dele obteve ordens e instruções, e possivelmente recebeu de suas mãos um dos livros
mais antigos do mundo, o Sepher Yetzirah, a fim de que realizasse um grande
trabalho, o que efetivamente realizou.

Há vários graus e ordens nos escalões da magia, administrados e preservados


por essa hierarquia regente. Desse modo, a Umbanda estando nela inserida e estando
ancorada popularmente na Terra, é um Portal para mestres e magos nela atuar. E
assim eles fazem, motivo pelo qual a Umbanda tem avançado em graduações na
Terra quando ocultistas fundam organizações a ela ligadas de cunhos iniciáticos. Mas
não podem se afastar do escopo principal na Terra de que a Umbanda está imbuída e
para o que foi materializada, ou seja, a caridade. Caso uma organização se diga de
Umbanda esotérica, iniciática ou científica e não cumpra com os preceitos do serviço
desinteressado e caridade, é falsa, não sendo Umbanda e nem tendo a assistência
das falanges do Alto.

Um dos grandes enganos de alguns ao tratar do assunto é afirmar da


ignorância e atraso das entidades das linhas de Umbanda. As sete principais linhas de
Umbanda já demonstram a inteligente relação de entidades com os elementos da
natureza e suas magias segundo as incorporações de forças de seus elementos. As
entidades de Umbanda, mais do que a caracterização com que vêm incorporar nos
médiuns pelos arquétipos de suas linhas, trazem em seus corpos astrais, justamente,
as forças dos elementos e reinos onde dominam.

É falso afirmar-se que pretos-velhos, caboclos ou outras entidades falando em


idioma yorubá, jeje ou nagô sejam somente por isso atrasados, pois se não fossem
atrasados, argumentam os enganados, mudariam suas vestimentas e caracterizações
físicas, transformando-se na figura de cidadões comuns. Também é falsa a premissa
de que os médiuns que permitem a fala no idioma das entidades de Umbanda,
somente assim conseguem porque já teriam nascido em grupamentos ou etnias
idênticas aos das entidades comunicantes e, portanto, teriam formado registros em
suas mentes de tais culturas e idiomas. Quem assim afirma para justificar
conhecimentos esquece que há médiuns de seres extraplanetários de
humanidades jamais vistas na Terra que conseguem comunicar-se com
desembaraço em vários idiomas da Terra. Ou teriam esses comunicadores
estelares e médiuns vindo das diferentes galáxias e antes encarnado na Terra
somente para aprender idiomas e assim poder dar e receber mensagens?

E aí está a grandiosidade de Umbanda, pois as milhares de entidades de suas


linhas de forças e falangeados, sacrificam suas evoluções deixando temporariamente
de avançar para nova raças, segundo o plano evolutivo da criação, a fim de manter
suas principais características étnicas e idiossincráticas no astral e assim, por seus
conhecimentos de magia e capacidade de assimilar os elementos de energia e forças
da natureza, poderem vir em auxílio da humanidade contra as forças demoníacas e
destrutivas. E com o tempo aprendem a falar o idioma do médium.

O grande problema de críticos é se basearem unicamente em leituras de


comunicadores que nunca conviveram nos meios de Umbanda, jamais aprendendo o
que seja verdadeiramente esse fantástico movimento do astral formulado por grandes
mentes inseridas no plano evolutivo da Terra. São enfim, esses críticos teóricos, mal
informados ou presunçosos. Há muitos segredos na Umbanda, tanto nas suas origens
e manipulações no astral, como em tudo o que diga respeito as forças que nela atuam.
E se por um lado falta-lhe um catecismo ou livro doutrinário, sobram-lhe sabedoria e
práticas das leis da magia, confirmando o adágio que diz: “mais vale a prática do que a
gramática!”

§§§

Embora as religiões e os movimentos esotéricos ou gnósticos de todas origens


e ramificações se tenham organizado mais tarde, segundo as épocas em que se
situaram, todos eles tiveram seus embriões, sem a menor dúvida, das práticas
sacerdotais e populares atlantes. Os instrutores espirituais naquele continente
conseguiram fundir nas almas das suas diversas etnias um sentimento devocional ao
superior, e trabalharam seus pensamentos com a disciplina cada vez mais profunda
da obediência e respeito. Os cultos não tinham a conotação religiosa que hoje
conhecemos, mas pela invasão das forças negativas os sentimentos devocionais à
natureza cederam lugar, na grande maioria dos cultos, ao comando hipnótico dos
praticantes da magia negra, passando à obediência pelo temor, ao surgimento de
hábitos e práticas opostas ao que então era ensinado, e aos sacrifícios de animais e
seres humanos. Quando tudo veio abaixo, tanto a sabedoria do bem como o mal se
fragmentaram tendo esses valores se misturado nas diversas culturas dos povos
decaídos, o que obrigou aos povos nos milênios vindouros a trabalhar com ambas as
polaridades – a positiva e a negativa - e, sempre que possível, procurar separar o bem
do mal. Infelizmente, alguns ingressaram unicamente no mal.

Voltando à lenda yorubana. O personagem Ninrod era caldeu filho de Cuxe,


sobrinho de Sem e neto de Noé, e conforme Genesis 10 – 8.9.10.11: “Cuxe gerou
Ninrode, o qual começou a ser poderoso na Terra. Foi valente caçador diante do
Senhor; daí dizer-se: como Ninrode, poderoso caçador diante do Senhor. O princípio
do seu reino foi Babel, Ereque, Acade e Cainé, na terra de Sinear. Daquela terra saiu
ele para a Assíria, e edificou Níneve, Reobote-Ir e Calá”.
A lenda diz que Ninrod foi chamado por Deus que fez com ele um pacto e o
mandou para a África já com o nome de Oduduwa, onde lá, em região hoje conhecida
por Nigéria, começaria a epopéia yorubana. Sua missão seria inicialmente com os
hotentotes, raça de pigmeus, descendentes de ramo decadente dos povos lemurianos.
No entanto, não foi somente a esse povo pigmeu que Ninrod trataria de impor as
ordens de Deus, pois geraria filhos grandes que iniciariam o grande panteão yorubano
de orixás.

Assim, Oduduwa se uniria a Olokum (oceano), transformando-se em Obá-


Olokun – o Rei dos Oceanos, tendo então três filhos:

1. Ogum = senhor do ferro, fígado e agricultura.

2. Ishedale = senhora das águas e mãe de todas as ninfas.

3. Okanbi = senhor do fogo, das conquistas e da justiça.

A partir de Okanbi, começaria de fato a epopéia dos heróis yorubanos, pois


Okanbi teria sete filhos que gerariam outros heróis e personagens da magia africana.
O fato de existir orixás na Terra nos faz entender que há duas categorias dessas
forças: os orixás menores, aqueles que foram filhos de homens e mulheres da Terra,
incorporando poderes e comandando guerras e situações, e os orixás maiores.

Os orixás maiores, não são entidades na significação usual do termo, pois


representam os picos de linhas de forças de onde emanam as qualidades
personificadas para os orixás menores, segundo suas respectivas tendências nas
variações sétuplas de uma hierarquia. Ou seja, são sete as forças superiores dos
orixás, como sete são as linhas básicas dos orixás menores, contudo haja variações.
Portanto, os orixás maiores são forças, embora haja sob elas, em seus altos escalões,
entidades elevadas emergentes ou não do mundo humano, normalmente incorpóreas
em médiuns ou em seus representantes na Terra. Porém, excepcionalmente, e
dependendo da grandiosidade de uma missão, essas entidades podem vir a se
manifestar em condições especiais num corpo físico ou através de uma mediunidade
superior.

Temos agora uma idéia do que seja orixá. E embora me tenha fixado na
cultura nigeriana, berço do idioma yorubá, o mais conhecido nos meios dos
candomblés e de Umbanda, outros povos africanos também cultuam orixás segundo
suas culturas e idiomas, atribuindo a eles a incorporação das forças da natureza.

§§§

Focalizarei agora um ponto mais alto, segundo as tradições africanas e alguns


sincretismos das religiões antigas e atuais, cujas histórias, lendas e aspectos
litúrgicos, se incorporaram nos simbolismos e práticas de Umbanda e suas magias.

O espaço maior, o universo inexplorado, é chamado de o reino de Obatalá.


Obatalá, quer dizer o firmamento, ou Rei (Obá) do firmamento. Há inúmeros sinônimos
nos cultos africanos para designar esse Deus maior criador dos céus e da Terra, mas
não me estenderei para não complicar muito, permanecendo o quanto possível
adstrito à Lei de Umbanda.
Obatalá é então o pai do mundo e das Forças de todos os orixás de
Umbanda. Há, porém, discordâncias quanto à classificação dos sete orixás menores
de Umbanda, sob cujas forças todos os trabalhos são realizados, cada um com
características diferentes, incorporando e estabelecendo especificamente, segundo
suas linhas, uma série de preceitos tais como: simbologias, roupagens, ferramentas,
cores, cânticos, oferendas, histórias e outros implementos.

§§§

A Umbanda detém muitos mistérios que muitas entidades não os conhecem


com a devida profundidade, ou os conhecem e não têm permissões para revelar,
senão em determinadas ocasiões e sob orientações superiores. Daí que as diversas
correntes de estudiosos e praticantes parecem possuir somente pedaços de um
mosaico que vão dando tratos e os juntando, a fim de montar o tabuleiro. Porém, o
tabuleiro está sempre incompleto e com muitos enganos. O passado de Umbanda,
como vimos, remete a continentes desaparecidos e à épocas anteriores aos tempos
bíblicos. Com efeito, as diversas culturas continentais surgem na Umbanda através de
entidades trazendo algumas características étnicas e conhecimentos diversos da
magia.

Falar sobre Umbanda é infinitamente mais do que apresentei, pois a verdade


de sua força e ciência é muito mais abrangente. Pobres daqueles céticos debochados
e irreverentes e religiosos ortodoxos que desdenham a Umbanda, porque realmente
nada sabem. Pobres também dos “sabe-tudo” que ao cultuar seitas e mediunismos
acham que todo o universo da magia vive neles e com eles.

Umbanda é Umbanda e não adianta inventar. Se formos buscar todos o


princípios materializados na Umbanda estancaremos na sabedoria do Criador e Sua
infinita obra, logo nos limitaremos sempre ao humano. E seria trabalho árduo para
centenas de páginas buscar transcrever visão um pouco mais aprofundada das
práticas desse fantástico movimento coordenado pelos sábios e magos do espaço -
que para tantos é religião - eivado de magia e riquezas culturais correlatas aos
grupamentos humanos da Terra, o que sequer passa pela minha cabeça assim ousar.

Por Sen Rayon Ra

(compilação e adaptação .’.OFU’.’)

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