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Traduzido por
Silvio Marchini
April 2005
Wildlife Conservation Society
CONTEÚDO
INTRODUÇÃO 3
COMO COMEÇAR 4
DESENHO AMOSTRAL
As premissas da captura-recaptura 9
Seleção do local 17
Instalando as câmeras 18
Programa CAPTURE 21
Estimativas de densidade 23
REFERÊNCIAS 27
APÊNDICE 1 28
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INTRODUÇÃO
tigres na Índia em que Ullas Karanth e Jim Nichols usaram técnicas de captura e recaptura
(Karanth 1995; Karanth e Nichols 1998, 2002). Esta metodologia foi posteriormente usada
para estimar a abundância de outras espécies crípticas de felinos tais como onças-pintadas,
abundância de onça-pintada através do uso de armadilhas fotográficas. Ele foi baseado nas
impressas nas fotografias, os pesquisadores podem medir dias ou blocos de dias como
captura e recaptura não será discutida aqui. Para mais detalhes sobre esse tema, consulte
se obter tal estimativa, é necessário primeiro estimar a probabilidade de captura com base
nas histórias de captura dos animais que são capturados pelo menos uma vez. O número de
animais na área amostral é estão estimado através da divisão do número total de animais
capturados pela probabilidade estimada de se capturar um animal pelo menos uma vez. A
técnica não precisa ser baseada em uma amostragem não-aleatória da área, ou seja, as
captura para todos os animais dentro da área amostral. Quanto mais onças são fotografadas
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e quanto maior a freqüência com que elas podem ser fotografas, mais robusta será a
estimativa de abundância.
COMO COMEÇAR
Antes de começar qualquer projeto de pesquisa, pesquisadores devem ter uma idéia clara da
informação que precisam obter para abordar suas questões em conservação. Antes de
estar certos de que abundância ou densidade é a medida que será, de fato, utilizada na
pesquisa.
Requerimentos básicos:
2) Acesso à área de estudo e meios de se deslocamento pela área de estudo que sejam
rápidos o suficiente para monitorar as armadilhas fotográficas antes que elas deixem de
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3) Pelo menos uma idéia grosseira das características topográficas das áreas habitadas ou
dos lugares visitados pelo animal de estudo, assim como de suas rotas de locomoção;
em número suficiente para que a instalação e o monitoramento das armadilhas sejam feitos
em tempo; e
Itens desejáveis:
equipamento;
alvo;
Como na maioria dos projetos de pesquisa, um estudo piloto é valioso nos trabalhos com
valiosos que decorrem de erros na instalação e uso das armadilhas fotográficas. A prática
com o equipamento na área de estudo ajuda a minimizar erros tais como a instalação das
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câmeras apontando para direções que não correspondem aquela da rota de locomoção do
animal, ou a instalação das câmeras próximas demais ou distantes demais da rota, ou ainda
em ângulo inapropriado em relação ao animal, de modo que não seja possível uma clara
quantas câmeras e que tamanho de área são necessários para uma amostragem que gere
animais (tanto da espécie-alvo quanto de outras espécies) são fotografados e quanto tempo
com que você deverá visitar as câmeras para a manutenção de rotina, que inclui a
substituição de filmes e baterias. Além disso, você vai ser capaz de estimar a frequência de
falha do equipamento.
pessoas da equipe desenvolvam suficiente nível de familiarização com seu uso. Ele permite
Em suma, um estudo piloto ajuda a economizar tempo, esforço e recursos, ao mesmo tempo
levantamento propriamente dito, o que resulta, por sua vez, em um aumento na acurácia da
estimativa de abundância.
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SELEÇÃO DAS CÂMERAS
Disparam quando um animal ou objeto cruza o feixe de luz infravermelha. Essas câmeras
raramente falham, mas são mais suscetíveis às capturas falsas, ou seja, aquelas disparadas
por folhas movidas pelo vento ou gotas de água da chuva. Dias particularmente chuvosos
ou com muito vento podem consumir filmes inteiros com fotos desperdiçadas.
zona de detecção da câmera. Essas câmeras são menos propensas às capturas falsas, mas
são mais suscetíveis à “cegueira por calor” quando a temperatura ambiente sobe para níveis
comparáveis à temperatura corporal dos mamíferos. A incidência direta de luz solar agrava
esse problema.
como uma nova opção para os pesquisadores. A possibilidade de eliminar o uso de filmes e
de aumentar o número de fotos armazenadas faz das câmeras digitais uma perspectiva
atraente para a pesquisa. Porém, dois obstáculos limitam seu uso nos levantamentos de
onça-pintada: 1) câmeras digitais em modo “pronto para disparar” consomem muita bateria.
Note que muitos fabricantes anunciam que as baterias duram de 2 a 3 meses. Porém, tal
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duração se refere ao modo “sleep”, que economiza baterias mas requer de dois a três
segundos para despertar ao detectar o animal; e 2) o “shutter lag”, ou seja, o tempo entre a
detecção do animal e o disparo da câmera, pode ser mais longo. Se for maior que 1
estudo no qual ele será empregado. A seguir, uma lista parcial de considerações para a
Preparo técnico – Alguns modelos de armadilha fotográfica requerem mais preparo para
serem devidamente operados. De um modo geral, armadilhas com sensores ativos requerem
visitas de monitoramento das câmeras podem ser pouco freqüentes e, portanto, o tempo de
vida das baterias, o consumo de filmes e o peso das armadilha fotográfica devem ser
considerados. Nesses casos, é recomendável levar pelo menos uma câmera substituta em
pode ser recomendável levar mais de uma câmera substituta. Se for necessário carregar as
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câmeras por longas distâncias, modelos menores e mais leves podem ser mais
recomendáveis.
Segurança local – Embora seja praticamente impossível evitar o roubo de câmeras, alguns
sejam trancadas. Nos modelos mais seguros as câmeras ficam trancadas dentro de estojos
de metal que, por sua vez, são ancorados à árvore com cabos de metal e cadeado. Se seu
local de estudo não apresenta risco de furto e vandalismo, considere modelos sem
Alguns modelos à prova de água podem até mesmo ser submersos, enquanto outros
Acesso a suporte técnico – Pergunte a outros usuários sobre suas experiências com o
suporte por parte do fabricante. Conheça sua política de garantia e informe-se sobre o preço
de peças de reposição, se eles são acessíveis por telefone e quanto tempo levam para enviar
peças ou fazer consertos. Todas essas considerações podem fazer uma diferença
campo.
DESENHO AMOSTRAL
As premissas da captura-recaptura
Existem duas premissas críticas que devem ser satisfeitas no desenho de um levantamento.
Essas premissas são discutidas em detalhe por Karanth e Nichols (1998) e estão resumidas
abaixo.
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População fechada
verdade, poucas populações de onça são realmente fechadas, portanto, na prática a premissa
levantamento, maior a probabilidade de que essa premissa seja violada. Com base nas
características da história de vida de tigres, Karanth e Nichols consideraram que três meses
Levantamentos parecidos com leopardos foram realizados em períodos de dois a três meses
(Henschel & Ray 2003). Embora não existam muitos dados disponíveis sobre história de
vida de onças-pintadas, é razoável supor que levantamentos com a mesma duração sejam
menos (Wallace et al. 2003; Silver et al. 2004; Maffei et al. 2004).
A segunda premissa importante é a de que todo animal que habita a área de estudo tem pelo
menos alguma probabilidade de ser fotografado (ou seja, existe pelo menos uma armadilha
fotográfica dentro de sua área de uso durante o levantamento). É importante entender que
nem toda onça na área de estudo precisa ser fotografada, mas toda onça deve ter alguma
permitido de uma área contínua dentro da área de estudo que não contenha pelo menos uma
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armadilha fotográfica. As armadilhas podem estar tão próximas entre si quanto o
pesquisador desejar, mas não deve haver entre as armadilhas áreas iguais ou maiores que a
área de uso de uma onça-pintada. Uma abordagem conservadora para satisfazer essa
premissa é adotar a menor estimativa de área de uso documentada para a espécie no habitat
e/ou região de estudo como a área mínima dentro da qual deve haver pelo menos uma
armadilha fotográfica. Uma vez conhecida esta área mínima, calcule o diâmetro de um
círculo com tal área. Esse diâmetro é a distancia máxima permitida entre as armadilhas
Neste caso, uma pesquisa bibliográfica estabeleceu que 10 km2 era a menor área de uso da
máxima distância em linha reta entre as armadilhas. Note que 10 km2 é a área máxima; as
armadilhas podem ser colocadas mais próximas entre si do que isso. Porém, embora não
exista uma distância mínima permitida entre as armadilhas, um levantamento terá pouco
significado se todas as câmeras estiverem concentradas em uma área muito pequena, onde
somente poucas onças são capturadas. Um desenho amostral que seja pequeno demais
implica no risco de não amostrar o suficiente da população para gerar uma estimativa
confiável de densidade. O desenho deve cobrir uma área grande o suficiente para fotografar
por quanto tempo as câmeras ficarão instaladas e quão densamente as armadilhas podem
ser espaçadas. Em ambos casos, as estimativas podem ser conservadoras sem violarem
qualquer das premissas do modelo de população fechada. Não existem tempo ou densidade
de câmeras mínimos necessários para um estudo de captura e recaptura, desde que sejam
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Ajuste Fino do Desenho Amostral
Uma vez estabelecido o desenho básico que satisfaça às premissas, você deve fazer o ajuste
fino do local onde as armadilhas serão instaladas. Lembre-se que a colocação das câmeras
e, ao mesmo tempo, cobrir uma área tão grande quanto possível para maximizar o
Trata-se de um balanço entre a colocação das câmeras próximas o suficiente para satisfazer
a premissa de que todos os animais têm uma probabilidade de captura diferente de zero
(como descrito acima) e longe o bastante para fotografar o maior número possível de onças
quando as probabilidades de captura são similares entre os animais. Por isso, tente manter
colocação de muitas câmeras dentro da área de uso de um animal e de apenas uma câmera
Para planejar seu desenho amostral, comece com um mapa topográfico da área de estudo.
Marque os locais com alta probabilidade de se fotografar onças, tais como trilhas, estradas
de terra, etc. Selecione os locais tão distantes uns dos outros quanto possível, sem deixar de
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geográfico. Lembre-se que as câmeras deverão ser monitoradas, portanto mantenha em
Uma vez que a localização ideal das câmeras tenha sido selecionada no mapa, verifique se
existem espaços entre as câmeras que sejam maiores do que o espaço máximo permitido.
que estejam distantes demais. Algumas armadilhas podem ter que ser colocadas em áreas
com pouco ou nenhum sinal de onça, mas evite locais onde você sabe que onças não vão
(por exemplo, declives muito acentuados). Novas trilhas talvez tenham que ser abertas para
predeterminadas das armadilhas. Para os fins desse documento, estas localizações são
chamadas suas “coordenadas predeterminadas”. Elas servirão como um guia geral para a
colocação das câmeras, mas a posição definitiva pode diferir um pouco quando você for
Se o número de câmeras for limitado, o tamanho da área amostral pode ser ampliado da
seguinte maneira. Defina duas áreas de amostragem, ou seja, grides, adjacentes uma a outra
levantamento (por exemplo, 4 semanas), então desloque as câmeras para o segundo gride,
pelo mesmo período de tempo (neste caso, 4 semanas para uma duração total do
grides tivessem sido amostrados simultaneamente, mesmo que não tenham sido. Todas as
onças fotografadas no primeiro dia em cada gride são tratadas como fotografadas no Dia 1;
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aquelas fotografadas no segundo dia de cada gride são tratadas como fotografadas no Dia 2,
etc. Animais fotografados em dias diferentes são considerados recapturas. Esta técnica pode
ser repetida mais vezes se necessário (ou seja, grides adicionais podem ser incorporados) e
os dados podem ser analisados da mesma maneira, mas certifique-se de que a duração total
do levantamento não seja maior que o tempo máximo necessário para satisfazer a premissa
Filme
É extremamente importante que todos os rolos de filme estejam rotulados com a data da
câmeras sejam colocadas no campo. Quando os filmes forem coletados e revelados, você
poderá ter dúzias de rolos de 20-30 localizações diferentes. É vital que você conheça a
localização de todas as fotografias para poder estimar sua área efetiva de amostragem (veja
abaixo)
hora. A data na fotografia é essencial para determinar o evento de captura individual. Cada
indivíduo tiradas em um mesmo dia são consideradas como uma única captura. Ainda que
diferentes modelos de câmera possam diferir um pouco no modo como registram hora e
dia, o importante é que o ajuste seja consistente para todas as câmeras usadas no
levantamento.
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Intervalo de tempo entre fotos sucessivas
tempo entre fotos sucessivas. Isto é importante quando grupos de turistas, bandos de
queixadas ou de outros animais que não sejam o alvo do estudo possam resultar em fotos
levantamento. Uma câmera que fica sem filme cria uma lacuna de dados no desenho do
levantamento que pode resultar na perda de todos os dados daquele período. O ajuste do
intervalo de tempo entre fotos sucessivas deve ser baseado na probabilidade de captura de
grupos grandes de animais que não sejam de interesse para o levantamento. A experiência
adquirida durante o estudo piloto deve auxiliar na determinação do intervalo entre fotos
sucessivas para seu local de estudo. O intervalo deve ter a mínima duração possível, apenas
o necessário para evitar o desperdício com fotos indesejadas, visto que intervalos maiores
do levantamento. Cada armadilha fotográfica deve ser composta por duas câmeras, uma de
cada lado da trilha, riacho ou estrada, e apontadas em ângulo perpendicular à suposta rota
para que se possa fotografar os dois lados do corpo do animal (e assim aumentar as chances
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Figura 1. Posição de armadilhas fotográficas no Santuário de Vida Silvestre da Bacia de Cockscomb, Belize. Como a suposta área de uso mínima
de uma onça era de 10 km2, nenhuma câmera está mais distante que o diâmetro de um círculo de 10 km2 (ou seja, 3.6 km) de sua vizinha mais
próxima. Note que a maioria das armadilhas está localizada ao longo de estradas, trilhas e rios.
Seleção do local de instalação
É altamente recomendável que seu local de estudo seja cortado trilhas ou estradas. Sem
trilhas ou estradas não estará claro onde as câmeras deverão ser instaladas. Trilhas de
suficientemente altas, praias e barrancos podem ser inundados, mas trilhas e estradas são
utilizadas por onças o ano inteiro. Voce talvez deva tornar as trilhas mais atraentes para as
onças de modo que elas caminhem mais pelas trilhas e do que fora delas. Isso pode implicar
de se obter uma boa foto da onça-pintada. O objetivo é fotografar os dois flancos do animal,
pois é nessa área que as marcas individuais são mais fácil de se distinguir.
Escolha um local “bom para onças” – Uma vez nas proximidades das coordenadas
predeterminadas, procure pelo local mais próximo que tenha uma boa chance de ser
visitado por onças. Locais como trilhas, estradas de terra, barrancos de rio, praias e
caminhos que certos animais usam para chegar até a água são regularmente freqüentados
por onças-pintadas. Procure por sinais de onças (rastros, arranhões e fezes) ou informe-se
sobre registros de presença. Geralmente, se existe qualquer sinal de onça na trilha, mesmo
que a quilômetros de distância, é provável que toda a trilha seja usada por onças.
Tente determinar o caminho percorrido pela onça – Escolha um local onde o caminho
percorrido pela onça seja restrito à área que pode ser fotografada pelas câmeras. Por
exemplo, um local com vários sinais de onça, mas com muitas trilhas diferentes passando
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por perto não é um bom local para se colocar armadilhas fotográficas. Se existem mais de
uma trilha por perto, é menos provável que você possa prever em qual trilha a onça irá
passar e será, portanto, mais difícil apontar as câmeras para o lugar certo. Do mesmo modo,
um local aberto não é uma boa escolha por que as onças podem atravessar por qualquer
ponto e em qualquer direção. Uma trilha estreita e isolada que seja evidentemente utilizada
diferentes pontos, e uma área maior deverá ser coberta pelo campo da câmera. Lembre-se
que o objetivo é obter boas fotos dos dois lados do corpo do animal. A distância máxima de
separação das câmeras não pode ser maior que a distância coberta pelo flash.
Considere o terreno – O chão debaixo do feixe sensor deve ser relativamente plano. Em
trilhas muito cavadas ou cercadas por montes de terra, o chão pode obstruir o sensor e
permitir que uma onça passe sem ser fotografada. Trilhas com declive lateral também
devem ser evitadas, pois uma das câmeras pode não capturar o animal, dependendo se este
Instalando as câmeras
Uma vez que todos esses fatores tenham sido considerados, as câmeras devem ser
diametralmente opostos à trilha. Árvores adequadas são aquelas que possuem troncos
relativamente retos e finos o suficiente para amarrar uma corrente ou fio ao seu redor, mas
não tão fino que o vento, pessoas ou animais possam agitá-lo excessivamente. No caso de
armadilhas passivas, tente minimizar a incidência direta de sol sobre as câmeras, pois o
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calor excessivo pode reduzir a sensibilidade dos sensores a animais de sangue quente. As
câmeras devem ser instaladas a pelo menos dois metros do ponto mais próximo onde a onça
deve cruzar o sensor. Isso permite que as fotos saiam claras e focadas e que o zona de
detecção do sensor seja razoavelmente grande. Quanto mais tempo a onça permanecer na
O feixe do sensor deve estar na altura aproximada do ombro da onça, portanto, as câmeras
devem ser instaladas a 50-70 centímetros de altura em relação ao solo e paralelas a ele. As
câmeras devem apontar levemente para baixo para evitar interferência mútua, embora
devam apontar aproximadamente para o mesmo ponto. Use fios de cobre flexíveis para
fixar as câmeras aos troncos das árvores. Use alicates para apertar o fio quando a posição
são necessários para evitar roubo, coloque-os depois que as câmeras tenham sido
devidamente fixadas com fios. Não use cadeados e corrente para fixar a câmera à árvore,
Use gravetos e ramos para ajudar a fixar a câmera ao tronco. Um toco de madeira bem
colocado entre o estojo da câmera e o tronco pode ajudar a ajustar o ângulo no qual o
Uma vez que a câmera esteja instalada, remova qualquer vegetação existente entre a câmera
e a trilha por onde a onça deverá passar. Qualquer coisa que obstrua o feixe do sensor
grandes podem disparar a câmera quando aquecidas pelo sol e agitadas pelo vento. Evite
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também apontar os sensores para objetos expostos ao sol que possam absorver calor e
Verifique o enquadramento das duas câmeras passando em frente delas. Faça isso pelas
duas laterais e pelo centro da trilha. A maioria dos modelos de armadilha fotográfica vem
equipada com uma luz de indicação que se acende quando o sensor detecta o alvo. Imite a
os ângulos nos quais uma onça possa passar em frente às câmeras seja testado e de que em
que a trilha seja completamente coberta pelo sensor. Nesse caso, coloque galhos ou outros
obstáculos para influenciar o caminho percorrido pela onça. Essa técnica pode ser usada
também para impedir que a onça passe perto demais da câmera gerando fotos mal
focalizadas.
sensibilidade da armadilha definem a freqüência com que os filmes devem ser trocados. É
muito importante que as câmeras não fiquem sem filme durante o levantamento. O mesmo
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Todas as armadilhas devem estar funcionando continuamente para que todas as premissas
À medida que os filmes são removidos das câmeras, certifique-se de que eles estão
Uma vez que todas as fotos estejam prontas, identifique onças individuais através da
comparação do padrão de manchas nos flancos do animal. Compare seus resultados com os
de alguma outra pessoa olhando para as mesmas fotos. Anote a data em que cada indivíduo
foi fotografado. Rotule cada foto de onça-pintada com o número da câmera, localização e o
código de identificação do indivíduo. Boas anotações são muito importantes nesse estágio.
Programa CAPTURE
Existem vários programas de computador que podem analisar dados populacionais obtidos
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O programa mais comumente usado para analisar estimativas de abundância de onça-
pintada através de câmeras fotográficas é o CAPTURE (Otis et al. 1978; White et al. 1982;
Rexstad & Burnham, 1991). Este programa usa diferentes modelos para gerar estimativas
captura, incluindo variação entre indivíduos (por exemplo, baseadas em gênero, idade,
função de seleção de modelo que analisa os dados para determinar qual modelo e qual
Para preparar os dados para a análise em CAPTURE, crie uma matriz com a história de
captura de cada animal fotografado (veja Apêndice 1). Cada linha na planilha corresponde à
história de captura de cada indivíduo durante o levantamento. Cada dia (ou grupo de dias)
representado como uma coluna separada na matriz. Para cada onça, “0” representa uma
ocasião em que o animal não foi capturado e “1” representa que o animal foi fotografado. O
Uma vez que a matriz esteja preparada, salve-a como “texto sem formatação”. Com o
formato correto, a matriz pode ser colada diretamente no programa CAPTURE para
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dados podem ser analisados diretamente no website ou o programa CAPTURE pode ser
exemplos do formato adequado para a análise por CAPTURE, assim como informação
Estimativas de densidade
CAPTURE pela área amostral efetiva. A área amostral efetiva envolve as armadilhas
fotográficas e mais uma área tampão que inclui aqueles indivíduos cujas áreas estão apenas
Existem vários métodos para estimar essa área tampão (veja Karanth e Nichols 2002).
Karanth e Nichols usaram uma área tampão cuja largura correspondia à metade da média da
distância máxima percorrida (half the mean maximum distance moved ou HMMDM) entre
determinamos o HMMDM e usamos SIG para criar uma área-tampão circular ao redor de
cada armadilha fotográfica cujo raio era igual a HMMDM. A fusão de todos as áreas-
tampão circulares representa a área amostral (Figura 2). Outros estudos consideraram o
uma faixa-tampão cuja largura era a HMMDM (Karanth e Nichols 1998). Grandes lacunas
que certamente não abrigam onças (como corpos d’água, vilarejos, etc) podem ser
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O uso da fusão de áreas-tampão circulares ao redor de cada armadilha fotográfica para
medir a área amostral representa um modo de testar seu desenho amostral inicial. A média
área de uso. A MMDM também pode ser usada para testar a área de uso mínima suposta em
desenho amostral, isto indicará que havia espaços entres as câmeras que eram maiores que
uma única área de uso e que, portanto, a premissa de que cada onça tinha alguma
probabilidade de ser capturada não foi satisfeita (Nichols com pessoal) A média da
distância máxima percorrida (MMDM) pode variar bastante entre levantamentos (até
mesmo entre levantamentos no mesmo local), portanto, onde existem dados disponíveis de
diferentes levantamentos para o mesmo local, nós optamos, quando possível, pelo uso da
anos naquele mesmo local. Com isso aumentamos o tamanho amostral e reduzimos a
variação associada ao MMDM, obtendo uma estimativa mais precisa da área amostral
efetiva.
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Figura 2. Área amostral efetiva (em vermelho) para o Levantamento de Onças de Cockscomb, representada pela combinação de áreas-
tampão ao redor de cada câmera.
Além de fornecer um número estimado de abundância, o programa CAPTURE gera
intervalo de confiança de 95%. Este método não foi elaborado para gerar um número
estimativa.
necessariamente para estimar densidades além da área de estudo. A menos que uma região
fornecem estimativas apenas para a área do levantamento. Não é realista supor que
que podem ter gradientes topográficos e meteorológicos bem diferentes daqueles da área do
levantamento.
Agradecimentos
Eu agradeço a assistência de Linde Ostro e Luke Hunter na elaboração desse protocolo. Ambos
sugestões e comentários importantes. Por fim, gostaria de agradecer a Rob Wallace, Andy
Noss, Marcella Kelly, Bart Harmsen e muitos outros pelas horas de conversa sobre o assunto,
que contribuíram para meu melhor entendimento da metodologia dos levantamentos com
armadilhas fotográficas.
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REFERÊNCIAS
Karanth, K.U. e Nichols, J.D. (1998) Estimation of tiger densities in India using
photographic captures and recaptures. Ecology 79(8), 2852–2862.
Karanth, K.U. e Nichols, J.D. (2000) Ecological status and conservation of tigers in India.
Final Technical Report to the Division of International Conservation, U.S. Fish and
Wildlife Service, Washington D.C. and Wildlife Conservation Society, New York.
Centre for Wildlife Studies, Bangalore, India.
Karanth, K.U. e Nichols, J.D. (2002) Monitoring tigers and their prey: A manual for
researchers, managers and conservationists in Tropical Asia. Centre for Wildlife
Studies BANGALORE India.
Karanth, K.U. (1995) Estimating tiger (Panthera tigris) populations from camera-trap data
using capturerecapture models. Biological Conservation 71, 333–338.
Maffei, L, Cuellar, E, e Noss, A (2004) One thousand jaguars (Panthera onca) in Bolivia's
Chaco? Camera trapping in the Kaa-Iya National Park. Journal of Zoology 262 (3):
295-304
Otis, D.L., Burnham, K.P., White, G.C., e Anderson, D.R. (1978) Statistical inference from
capture data on closed populations. Wildlife Monographs 62, 1–135.
Rexstad, E. e Burnham, K.P. (1991) User’s guide for interactive program CAPTURE.
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Collins, Colorado, USA.
Silver, S.C., Ostro, L.E., Marsh, L.K., Maffei, L., Noss, A.J., Kelly, M.J., Wallace, R.B.,
Gomez, H., e Ayala, G. 2004. The use of camera traps for estimating jaguar
(Panthera onca) abundance and density using capture/recapture analysis. Oryx 38
(2): 148-154
Wallace, R.B., Gomez, H., Ayala, G., e Espinoza, F. (2003). Camera trapping capture
frequencies for jaguar (Panthera onca) in the Tuichi Valley, Bolivia. Mastozoologia
Neotropical 10(1): 133-139
White, G.C., Anderson, D.R., Burnham, K.P., e Otis, D.L. (1982) Capture-recapture and
removal methods for sampling closed populations. Los Alamos National
Laboratory, Los Alamos, New Mexico, USA.
27
APÊNDICE 1
Exemplo de planilha de dados pronta para ser analisada pelo CAPTURE. Estes dados
representam as histórias de captura de 8 onças (rotuladas de A a H), em 35 dias de
amostragem. Neste exemplo, a onça A foi fotografada em duas ocasiões separadas (dia 4 e
dia 11). Quatro animais (B, D, F e H) foram fotografados apenas uma vez. O arquivo de
entrada de capturas deve ser algo como o seguinte:
Em detalhes:
task read captures occasions=35 x matrix – Matriz x se refere ao formato dos dados.
# de dias do
format='(2x, a1, 5x, 35 f1.0)' - 1.0 refere-se ao formato dos dados levantamento
SEUS DADOS
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task population estimate ALL
task population estimate APPROPRIATE
Estas são as tarefas que você está pedindo que o CAPTURE realize.
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