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N
este trabalho construímos um de água que são carregadas eletricamente
gerador eletrostático no qual a durante o funcionamento da experiência, J. Camillo1 e A.K.T. Assis2
Instituto de Física Gleb Wataghin,
alta tensão é gerada pela queda sendo armazenadas em recipientes iso-
Universidade Estadual de Campinas,
de gotas de água que estão carregadas lados eletricamente, a fim de que a carga
Campinas, SP, Brasil
eletricamente, sendo armazenadas em elétrica acumulada não se perca para a 1
E-mail: julianocamillo@gmail.com
recipientes isolados eletricamente da terra. Terra. Na Fig. 1 encontramos um esquema 2
E-mail: assis@ifi.unicamp.br
Através de uma construção simples e de geral da montagem. O aparelho consiste ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

baixo custo, vários conceitos relacionados em dois reservatórios de água na parte


à eletrostática podem superior, que vão go-
ser discutidos em di- Experiências de eletrostática em tejar ao longo da expe-
ferentes níveis de en- geral proporcionam efeitos riência. Abaixo de cada
sino. visuais interessantes, e o gotejador existe um
Este instrumento gerador eletrostático gotejante anel metálico que fica
foi construído origi- ainda traz consigo uma grande carregado eletrica-
nalmente por William quantidade de detalhes, mente, um deles com
Thomson (1824- transformando-o em uma carga positiva e o ou-
1907), também co- interessante ferramenta tro com carga negati-
nhecido por Lorde didática sobre eletrostática va. Cada anel funcio-
Kelvin, com sua des- na como indutor de
crição publicada em 1867 [1]. Kelvin cargas nas gotas. Nesta experiência ocor-
sempre teve um grande interesse em rem altas voltagens entre a água e o solo,
eletrostática e no ensino de física. Suas da ordem de milhares de volts. Nestes
contribuições significativas ao desenvol- casos a água se comporta como um con-
vimento da física, da indústria e na intro- dutor de eletricidade. Para entender o
dução do laboratório didático em univer-
sidades britânicas foram bem analisadas
por Studart [2] e Lloyd [3]. A Revista Bra-
sileira de Ensino de Física, em seu v. 29,
n. 4 (2007) apresentou uma seção espe-
cialmente dedicada a Lorde Kelvin no cen-
tenário de sua morte.
Experiências de eletrostática em geral
proporcionam efeitos visuais interessan-
tes. O gerador eletrostático gotejante des-
crito aqui é chamado algumas vezes de
chuva elétrica de Kelvin [4-6]. Além do
efeito visual, ele traz consigo uma grande
quantidade de detalhes, desde a sua cons-
trução até seu funcionamento, transfor-
mando-o em uma interessante ferramen- Construímos um gerador eletrostático gotejan-
ta didática sobre eletrostática. Consegui- te de Kelvin que funciona através de uma queda
mos abordar com esta contrução concei- de gotas de água eletrizadas. Ele chega a gerar
descargas elétricas causadas por diferenças de
tos como condutores e isolantes, indução potencial da ordem de milhares de volts. Este
eletrostática e campo elétrico, dentre ou- instrumento é razoavelmente simples e barato
tros. de ser construído. Com ele podem ser explo-
A chuva elétrica é capaz de produzir rados em sala de aula diversos aspectos rela-
altas tensões através da queda de gotas Figura 1. Foto do instrumento. cionados com a eletrostática.

Física na Escola, v. 9, n. 1, 2008 Construção de um gerador eletrostático gotejante 29


funcionamento do gerador, vamos supor mantidas nos indutores. Os materiais iso- ele na cartolina de um eletroscópio carre-
que temos apenas um anel indutor e um lantes também são fundamentais para gado. Caso a tirinha volte à sua posição
único gotejador acima dele. Se o anel esti- evitar a perda das cargas geradas pela que- original junto à cartolina, conclui-se que
ver carregado negativamente, isto vai da das gotas eletrizadas armazenadas nos as cargas escoaram através deste mate-
induzir uma separação de cargas em todo coletores. rial, que é então considerado condutor pa-
o recipiente de água. O volume de água Para analisar quais materiais são con- ra estas tensões elétricas. Caso o eletros-
mais próxima ao indutor ficará eletrizado dutores ou isolantes utilizamos um ele- cópio não se descarregue com este procedi-
com uma carga oposta a do indutor (neste troscópio, cuja função é detectar a pre- mento, temos um material isolante.
exemplo, a parte inferior da água próxima sença de cargas elétricas [7-9, 10, cap. 6].
ao gotejador ficará carregada positiva- Detalhes da construção
mente). A parte superior do volume de O eletroscópio O suporte foi totalmente feito em PVC
água próxima da superfície livre do fluido O eletroscópio utilizado consiste em (diâmetro de 25 mm, com exceção do eixo
ficará carregada negativamente caso o um pedaço de cartolina com dimensões central que é de 32 mm). Na parte supe-
recipiente esteja isolado, ou será neutra- da ordem de 10 cm × 10 cm, coberta com rior encontramos dois recipientes plásticos
lizada se o recipiente estiver aterrado, co- papel de alumínio. Na parte superior da que servem de reservatório para a água.
mo é o caso de nossa montagem. Quando cartolina é colada a extremidade de uma Estes reservatórios estavam aterrados em
o volume inferior da água começar a tirinha fina de papel de seda. O suporte nossa montagem. Para isto foi colocado
gotejar, cada gota estará então eletrizada para a cartolina deve ser um canudo plás- um fio condutor dentro da água de cada
com uma carga oposta à carga do indutor tico de refrigerante, que se comporta como reservatório, e este fio foi ligado a um pon-
(neste exemplo cada gota terá uma carga um excelente isolante elétrico. Muitos to em contato com o chão. Conectados
resultante positiva). outros materiais supostamente isolantes aos reservatórios estão dois gotejadores,
Vamos agora supor que temos dois podem não funcionar: um palito de ma- utilizados para a aplicação de soro, facil-
anéis indutores, um carregado positiva- deira se comporta como condutor para as mente obtidos em uma farmácia ou em
mente e o outro negativamente. A parte tensões elétricas envolvidas nestas situa- lojas de materiais hospitalares. Estes gote-
inferior do volume de água próxima do ções; já o PVC é um ótimo isolante elétrico. jadores fornecem gotas constantes e per-
primeiro indutor estará carregada negati- Na Fig. 2 temos a foto do eletroscópio que mitem grande controle sobre a quantidade
vamente, enquanto a parte inferior do construímos. de gotas liberadas em função do tempo.
volume de água próxima do segundo Para eletrizar o eletroscópio, basta Abaixo dos gotejadores estão os anéis
indutor estará carregada positivamente. atritar uma régua plástica no cabelo ou indutores. No nosso caso utilizamos duas
Quando começa o gotejamento, as gotas em um pedaço de lã e em seguida raspá- arruelas de 1 polegada (2,5 cm de diâme-
que vão passar pelo anel indutor positivo la na parte superior da cartolina. Enquan- tro externo e 1 cm de diâmetro interno)
estarão negativamente carregadas, en- to se raspa a régua na cartolina, o eletros- presas a arames que atravessam o suporte
quanto as que passam pelo indutor nega- cópio deve ser segurado pelo canudo plás- de PVC central, proporcionando ao indu-
tivo estarão positivamente carregadas. As tico, evitando de tocar com as mãos na tor uma altura ajustável.
gotas caem devido à gravidade, passando cartolina ou na tirinha. O eletroscópio, A gota deve se desprender do goteja-
pelos centros dos anéis carregados sem quando carregado, repele a tirinha de pa- dor a uma distância da ordem de 1 cm
perderem suas cargas. As gotas são reco- pel de seda, uma vez que esta adquire car- acima do indutor, conforme mostra a
lhidas por dois reservatórios inferiores que ga de mesmo sinal que a cartolina. O Fig. 3. Com isto se consegue que a parte
estão isolados eletricamente do solo, cha- canudo plástico evita que as cargas arma- inferior do recipiente de água acima do
mados de coletores. O coletor que está zenadas no eletroscópio escoem para a indutor fique carregada com uma carga
abaixo do anel positivo vai armazenar car- terra. oposta ao do indutor. Ao caírem, as gotas
gas negativas, enquanto o coletor que está Para saber se um material é um con- possuem uma carga resultante de sinal
abaixo do anel negativo vai armazenar dutor elétrico ou um isolante, basta segu- oposto à carga do indutor colocado abaixo
cargas positivas. Conectamos com um fio rar este material com a mão e tocar com delas, ou seja, elas estão eletrizadas.
condutor o coletor da esquerda com o Os recipientes coletores das gotas
indutor da direita, e com um outro fio precisam ser bons isolantes elétricos, para
condutor conectamos o coletor da direita evitar que as cargas acumuladas escoem
com o indutor da esquerda. Conseguimos para a terra. Cada recipiente foi construído
assim uma montagem auto-sustentável, introduzindo uma lata de alumínio no
na qual as cargas armazenadas em um interior de um pedaço de cano de PVC com
coletor também servem para alimentar os 12 cm de comprimento e 7,5 cm de diâ-
indutores opostos. A alta tensão entre os metro. A parte inferior desta lata termina
dois reservatórios que coletam as gotas dentro do cano, sem entrar em contato
carregadas é capaz de produzir faíscas elé- com o solo para evitar fuga das cargas
tricas entre as duas esferas ligadas aos acumuladas. Nas Figs. 4 e 5 temos fotos
reservatórios inferiores, se estas esferas do recipiente coletor visto de cima e de bai-
ficarem próximas entre si. xo, respectivamente.
Dentro de cada recipiente foi colocado
Montagem um pedaço de fio metálico e na sua ponta
Para o funcionamento da chuva elé- foi presa uma pequena bola com papel de
trica é fundamental que o material utili- alumínio. Uma destas bolas estará ligada
zado como suporte seja um bom isolante a um coletor carregado positivamente, en-
elétrico, com a finalidade de evitar o escoa- quanto a outra bola estará ligada ao outro
mento das cargas elétricas que estão sendo Figura 2. Foto do eletroscópio construido. coletor, carregado negativamente. As faís-

30 Construção de um gerador eletrostático gotejante Física na Escola, v. 9, n. 1, 2008


Figura 4. Recipiente coletor visto de cima.
É composto por um cano de PVC, que é
Figura 3. Gotejador e indutor de carga elétrica nas gotas. isolante elétrico, com uma lata de alu-
mínio em seu interior.
cas serão formadas entre estas bolas. As começar a funcionar. No nosso caso
bolas que usamos tinham um diâmetro não chegamos a experimentar esta
da ordem de 5 cm. possibilidade.
Um outro fio dentro de cada coletor • Para que a chuva elétrica fosse ini-
inferior deve ser ligado de forma cruzada ciada em nossa montagem, fizemos
aos indutores. Isto é, o fio que sai do cole- com que apenas um dos indutores
tor da direita é ligado ao indutor da es- fosse eletrizado antes de abrir os
querda, já que os dois possuem cargas de gotejadores. Caso se queira carregar
mesmo sinal. Já o fio que sai do coletor inicialmente os dois indutores, eles
da esquerda é ligado ao indutor da direita. precisam ser carregados com cargas
Assim as cargas elétricas armazenadas nos opostas. Começamos a operação
coletores servirão também para carregar carregando apenas um dos induto-
o outro anel indutor do gotejador oposto. res, o outro indutor passou a ser
Figura 5. Recipiente coletor visto de baixo.
Desta maneira, as cargas geradas em um carregado automaticamente com
O fundo da lata de alumínio fica no ar,
lado servem para induzir as cargas do ou- carga oposta ao do primeiro indutor
sem entrar em contato com o solo.
tro lado. Com esta montagem, consegui- durante o decorrer da experiência.
mos um equipamento auto-sustentável. A carga inicial foi conseguida atra-
vés do atrito de uma régua no cabe- • Deve-se tomar cuidado para que os
O funcionamento da chuva lo e transferida para o eletroscópio indutores não estejam perdendo
elétrica quando raspamos a régua carrega- carga elétrica. Novamente é funda-
Alguns detalhes devem ser observa- da na cartolina do eletroscópio. mental a utilização do eletroscópio
dos para o bom funcionamento do gera- Seguramos então o eletroscópio car- para esta finalidade. Os indutores
dor eletrostático gotejante de Kelvin. regado por seu canudinho e encos- não são totalmente carregados logo
• Não existem grandes problemas em tamos a cartolina em uma arruela no primeiro processo de eletrização
relação ao aterramento dos recipien- indutora. O eletroscópio descarre- por atrito, uma vez que a carga deve
tes que contêm água; basta que um gou. Repetimos este procedimento se distribuir por todo o indutor e
fio seja ligado dentro da água de sempre encostando o eletroscópio também pelo recipiente a ele conec-
cada recipiente até um ponto que na mesma arruela, até que o ele- tado. O procedimento de carga deve
esteja em contato com o chão. troscópio carregado não mais se ser repetido algumas vezes até que
• Alguns autores mencionam que não descarregasse. Isto indicava que o o indutor esteja totalmente carre-
é necessária uma carga inicial em eletroscópio carregado e a arruela gado. Depois disto utiliza-se o ele-
nenhum dos indutores para dar iní- carregada haviam alcançado o mes- troscópio para ver se ele permanece
cio ao processo, já que cargas elétri- mo potencial elétrico. Este procedi- carregado durante pelo menos 1
cas provenientes da atmosfera se in- mento também ajuda a verificar se minuto. Caso ele não permaneça
cumbiriam desta eletrização inicial os indutores e coletores estão man- carregado durante este tempo é si-
[5, 6]. Para que isto ocorra tem de tendo a carga elétrica, o que é fun- nal de que há alguma fuga de carga,
haver algum desequilíbrio nas car- damental para a experiência. O seja pelo suporte ou por algum fio
gas. Isto é, os dois indutores não po- eletroscópio carregado em contato ligado a terra. Só quando o indutor
dem começar simultaneamente com um indutor carregado até o está eletrizado e isolado eletrica-
com o mesmo potencial negativo, mesmo potencial não pode voltar a mente é que se deve iniciar a expe-
nem com o mesmo potencial posi- sua posição original. Somente após riência.
tivo. Alguma flutuação na distri- ter carregado o indutor é que • Os fios elétricos utilizados aqui,
buição de cargas tem de surgir ini- abrimos o gotejador para permitir mesmo encapados, comportam-se
cialmente para que o gerador possa a queda das gotas. como condutores para as altas

Física na Escola, v. 9, n. 1, 2008 Construção de um gerador eletrostático gotejante 31


voltagens desta experiência, da or- gotas de água chegam a tocar nos um tempo característico é da ordem de
dem de milhares de volts. O contato indutores, fazendo-os perder parte uma faísca a cada 10 segundos. Enquanto
com eles deve ser evitado. Ou seja, da carga elétrica. Isto atrasa a pró- continuar o gotejamento, as descargas
uma vez colocados em suas posi- xima faísca. elétricas continuarão a ser produzidas. É
ções não devemos tocá-los com as • Para que exista a formação de faís- interessante notar a riqueza de detalhes
mãos ou com outros condutores cas, as esferas feitas de papel de alu- que se consegue ilustrar com esta expe-
aterrados. Embora o material plás- mínio devem estar afastadas cerca riência. A chuva elétrica pode ser consi-
tico que os envolva seja um bom de 2 mm (menor distância entre derada uma experiência de baixo custo e
isolante para diferenças de potencial dois pontos da superfície das esfe- de fácil construção. Conseguimos abordar
de 100 ou 200 V, este material se ras). Uma distância maior permite de maneira muito interessante diversos
mostra na prática como um con- um maior acúmulo de carga elétri- aspectos de eletrostática, que em alguns
dutor razoável para diferenças de ca, porém o tempo entre duas faís- livros e aulas nos parecem distantes. O
potencial de milhares de volts. cas se torna, novamente, grande. nível de aprofundamento pode ir desde o
• A umidade do ar pode ser um pro- • Quanto maiores forem as esferas, ensino básico até níveis mais avançados.
blema para o funcionamento ideal mais carga elas acumulam e maior Conceitos como condutores e isolantes ga-
deste gerador eletrostático. Quanto pode ser a distância mínima entre nham uma dimensão diferente daquela
maior a umidade, maior é a perda elas para ocorrer a descarga elétrica. existente em livros didáticos, que ignoram
de cargas para o ar. Em alguns mo- Se elas forem muito pequenas ainda a dependência das tensões elétricas a qual
mentos é interessante que seja utili- vai ocorrer a descarga elétrica, mas submetemos os materiais.
zado um secador de cabelo em toda neste caso as faíscas podem não ser
a estrutura e no ambiente ao redor visíveis. Agradecimentos
do gerador, para diminuir a umi- • A experiência fica em funciona- Agradecemos aos Profs. J.J. Lunazzi,
dade. mento enquanto as gotas continua- M.M.G. de Carvalho e N. Studart, assim
• Tomados os devidos cuidados com rem caindo. como ao assessor da primeira versão deste
a fuga de cargas e abertos os goteja- artigo, por sugestões relativas a este
dores, é então necessário que se for- Conclusão trabalho.
mem gotas e não um filete contínuo Conhecendo a rigidez dielétrica do ar
de água. O filete contínuo de água (campo elétrico E da ordem de 3 × 106 V/m)
descarrega a carga acumulada no e também a distância d na qual se for- Referências
recipiente coletor de gotas, uma vez mam as faíscas (2 mm) podemos estimar [1] W. Thomson, Proceedings of the Royal
que o filete ain- a diferença de poten- Society of London 16 16, 67 (1867-
da está em con- A chuva elétrica pode ser cial U que estamos 1868).
tato com o reci- considerada uma experiência conseguindo produzir [2] N. Studart, Revista Brasileira de Ensino
piente aterrado. com o gerador eletros- de Física 29
29, 485 (2007).
de baixo custo e de fácil
Aumentando a tático gotejante de [3] J.T. Lloyd, Revista Brasileira de Ensino
construção; consegue-se
de Física 29
29, 499 (2007).
razão de gotas abordar de maneira muito Kelvin. Para isto supo-
[4] J. Camillo and A.K.T. Assis. Geradores
observa-se que interessante diversos aspectos mos esferas de grande
Eletrostáticos: Esfera de Enxofre de Otto
a partir de um de eletrostática, que em alguns diâmetro com uma von Guericke e Chuva Elétrica de Kelvin.
certo ponto as livros e aulas nos parecem pequena separação Trabalho realizado na disciplina de Ins-
gotas começam distantes entre elas, tal que o trumentação para Ensino do Instituto
a sair muito sistema possa ser con- de Física da Unicamp no segundo se-
próximas e grudadas. Este é o limite siderado como um capacitor de placas mestre de 2006, disponível em http:/
da taxa de queda das gotas, que não paralelas. Neste caso U = Ed = 6 × 103 V. /www.ifi.unicamp.br/~lunazzi/
deve ser ultrapassado. O ideal são No momento da formação da faísca temos F530_F590_F690_F809_F895/F809/
gotas rápidas e bem definidas. As então uma diferença de potencial elétrico F809_sem2_2006/JulianoC-
Assis_F809_RFcompleto.pdf, 2006
gotas lentas também induzem car- de aproximadamente 6.000 V entre as
(acessado em 2008).
ga elétrica, mas o intervalo de tem- duas esferas de alumínio. Uma foto de
[5] L.F. Netto, Chuva Elétrica de Kelvin.
po entre duas faíscas será muito uma das faíscas que obtivemos encontra- Disponível em http://www.feirade
grande. se na Fig. 6. O intervalo entre as faíscas ciencias.com.br/sala11/11_01.asp
• Após algum tempo já é possível depende da taxa de queda das gotas, mas (acessado em 2008).
perceber o acúmulo de carga elétrica [6] B. Beaty, Kelvin’s Thunderstorm - Lord
nos indutores e nos coletores. Com Kelvin’s Water-Drop Electrostatic Gen-
este procedimento as cargas que são erator. Available at http://www.
acumuladas servirão para alimen- amasci.com/emotor/kelvin.html (ac-
cessed in 2008).
tar os indutores. O processo torna-
[7] N. Ferreira, Eletrostática (Instituto de Fí-
se mais intenso após algum tempo sica da USP, São Paulo), v. 1.
de funcionamento, uma vez que as [8] N. Ferreira, Eletrostática (Instituto de Fí-
cargas vão se acumulando. É inte- sica da USP, São Paulo), v. 2.
ressante notar que quando os indu- [9] N. Ferreira and J.-P. Maury, Plus et Moins,
tores vão ficando mais carregados les Charges Électriques. Qu’est-ce que
eles começam a atrair as gotas c’est? (Ophrys, Paris, 1991).
eletrizadas com cargas opostas, com [10] A. Gaspar, Experiências de Ciências para
o Ensino Fundamental (Ática, São Pau-
a velocidade de queda das gotas
lo, 2003).
aumentando. Neste caso algumas Figura 6. Faísca obtida com o aparato.

32 Construção de um gerador eletrostático gotejante Física na Escola, v. 9, n. 1, 2008

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