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Queria escrever a partir do que neste instante se chama, convida, diz e fala Psicologia da Positividade, mas não o

farei, por não alinhar em patetice, charlatanice e habilidades sociais de evidente oportunismo. Quando a necessidade
assim o exige aguça a imaginação, mas nisto não pode e não deve ser um vale tudo, sob pena da perda de sentido e do
charlatanismo.
A arrogância leva a que muitos julguem que terem obtido um grau académico, uma licenciatura (um mestrado,
a partir do documento de Bolonha, é isso hoje), significa o mesmo que ter atingido o conhecimento. Erro e errado. Uma
licenciatura não é mais do que uma licença para aprender. Requer aprender, envolver-se, pensar, pensar-se, duvidar,
questionar e questionar-se. No mesmo modo que tirar a carta de condução não faz de ninguém um exímio condutor,
requer habilidade, experiência e aplicação. Tirar um curso demora três a cinco anos de, talvez, dedicação e algum
empenho. Aprender implica uma eternidade, o tempo para lá do tempo de uma vida humana. Por isso, se diz que quando
nascemos já havia mundo, e que depois do tempo tempo virá. Somos continuidade de algo que nos antecedeu, razão
pela qual alguns se ocupam a respeitar os seus antepassados.
A sociedade mundial comporta um insignificante número de inovadores, o que mostra bem a dificuldade em
fazer o “novo”. Estes serão o topo dos saberes. Na base estará, julgo, o software (é uma sequência de instruções a serem
seguidas e/ou executadas, na manipulação, direccionamento ou modificação de um dado/informação ou
acontecimento), os programas que permitem fazer funcionar as coisas dentro da lógica pré-estabelecida e pré-
orientada, sem descurar a capacidade entrópica, capacidade auto-destrutiva, que todo o sistema comporta, mecânico,
biológico e social, que seja. A maioria das pessoas limita a sua criatividade a esses parâmetros de software que são
postos à sua disposição. Julgando-se maiores aos que realmente são, impera a ignorância, a vaidade, a prepotência, a
insensatez, a falta de verdade e a imbecilidade.
Fazem-se opções que se sabem irracionais, prejudiciosas e dolosas para as pessoas e a humanidade. Faz-se
mais depressa o mau que o bom, o mal que o bem. O nosso comportamento é maioritariamente violento, torturador,
assassino, mortal, com/para os da nossa própria espécie , e não só. Quando se chega ao caos, à tragédia e ao
insucesso, culpam-se os outros, os outros indefinidos. Muitos dos que ousam culpar são de facto os culpados e/ou os
cúmplices desses crimes. Assistimos a uma espécie de elogio dos loucos.
A culpa é dos “criados”. Para alguns as desigualdades sociais não são mais do que excentricidades, como se
ser rico fosse o mesmo que ser pobre, apesar de se saber entrarem pela mesma porta da igreja nos dias de missa. A
verdade é que todo este escolho vem tendo sucesso. Há um grupo de pessoas que se autodetermina superior e monta
uma estratégia de poder visando os seus objectivos minoritários. Para levar a cabo essa estratégia, sem ofensa a muitos,
escolhe-se uma pessoa de fraca personalidade, encoraja-se à traição (seja por que razão for) e depois utiliza-se a
ameaça da denúncia e a perspectiva de riqueza q.b. para forçar essa pessoa a fazer mais que a coragem ou a
motivação inicial teria permitido. É o que se chama vender a alma ao diabo: a partir daí vale tudo. Até ser o escarro da
humanidade. Quem possuir aquela alma controla tudo, ou quase tudo. Existe sempre a possibilidade de um dado grau de
imprecisão, um sabe-se lá o que poderá acontecer.
Um género distintivo de pessoa vinga-se da sua própria condição de fraqueza nos “criados”, tentando
convencer os seus pares(?) que são tão senhores quanto eles. Genericamente, os submissos servidores são olhados
como “dos nossos”. Os não-alinhados como subversivos. Nestes últimos, admira-se e reconhece-se com inveja, a
grandeza, a altivez de carácter, a sabedoria, a autenticidade, a lucidez, a verticalidade e a tendência da verdade. São
os mais perseguidos e prejudicados, quando não eliminados fisicamente, pelas almas do diabo. Seres superiores e
marionetas apenas se confundem na forma, a essência essa é bem diversa. Até onde vai a fraqueza de cada um? Cada
um saberá medi-la no tribunal da sua própria consciência.
Não se pode ignorar que a maioria das pessoas é de uma tremenda ingenuidade, e isso serve bem o interesse
dos captadores de almas. Vivemos momentos de grande confusão, incerteza, caos, ignorância, estupidez, insanidade e
loucura universal. Anos absurdos: a culpa é do trabalho – é preciso despedir para criar emprego; é preciso estabilidade
– fomenta-se a precariedade; é preciso estimular o consumo – aumenta-se o desemprego; é preciso promover a
poupança – sobem-se os preços.... É preciso ser burro para ser esperto – já só falta isso, e disso não estamos longe se
olharmos o estado da educação e da formação dada na “fábrica de salsichas” que o económico se tornou.
Para uma sociedade como a nossa dá jeito mentirosos e aldrabões sobrenaturalmente bons, capazes de mentir
à mesma velocidade com que se diz uma verdade. Aplica-se às pessoas para as “conduzir e orientar” as práticas e
teorias psicológicas do comportamento operante, de Skinner, anos 40, que são igualmente aplicadas aos cavalos no
mundo equestre sob a denominação de condicionamento operante. Não somos ainda seres livres. Não vivemos em
liberdade. Isso é uma falácia. Seres condicionados é o que somos. Não é por acaso que todas as empresas se
preocupam em contratar psicólogos em detrimento de outros profissionais e estudiosos do social.
Descendo ao pragmatismo, ao particular do que nos ocupa, se isso é possível, parte da sociedade e alguns
sindicatos preocupam-se em cativar a atenção aos factos maliciosos, apelar à inteligência, ao bom-senso, propondo
negociar, dialogando. Procuram dentro da legalidade e da legitimidade substancial promover o bem-estar, um outro
olhar sobre as pessoas e o mundo das pessoas. Em vão? Não sabemos. Logo veremos. Quando alguém faz por nós tudo
o que humanamente é possível para resolver os nossos problemas não temos como as condenar. A partir daí fica cada
um de nós, em benefício de todos, também responsável para resolver e agir, mostrando atitude, firmeza de espírito e
determinação.
Que fazer, então? Difícil responder. Se calhar, resistir e deixar a sopa misturar os ingredientes na fervura que
há-de levantar a tampa para deixar escapar o caldo, que há-de apagar o lume ou esturricar o que houver por perto.
Entretanto, temos de estar atentos às gaivotas pairando no ar e alimentando-se de cadáveres. Depois, pedir
justiça aos homens e mulheres para os homens e mulheres de verdade.

09/03/2011 // Carlos Alves

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