02 JULHO 2007 CONJUNTURA INFORMATIVO

CVM altera regulamentação

de fundos de investimento
O destaque da semana foi a divulgação, pela CVM - Comissão de Valores Mobiliários
e pelo CMN - Conselho Monetário Nacional, de normativos que tratam, respectivamente,
dos fundos de investimento regulamentados pela Instrução CVM nº 409 e da implantação,
pelas instituições financeiras, de estrutura de gerenciamento de risco de mercado.

Fundos de Investimento Basiléia II

Com a edição da Instrução nº 456, de 22/6, a CVM -
Comissão de Valores Mobiliários promoveu alterações
na Instrução nº 409/04, que dispõe sobre fundos de in-
vestimento, esclarecendo e aperfeiçoando dispositivos
introduzidos pela Instrução nº 450, de 30/3. Dentre as
principais modificações, destaca-se a que eliminou a
obrigatoriedade de que os ativos passíveis de aquisição
pelos fundos tenham, necessariamente, garantia de li-
quidação financeira (art. 2º, § 2º). De acordo com nota
emitida pela Autarquia, "o afastamento dessa obrigação
permite que os administradores negociem ao longo do
tempo os contratos que prevejam liquidação física, alie-
nando-os, se necessário, no mercado, e conseqüentemen-
te que os fundos não arquem com custos desnecessá-
rios". Essa alteração atende a sugestão enviada pela
ANDIMA, solicitando esclarecimento se, mesmo com
liquidação financeira, seria necessária a coobrigação ou
seguro dos ativos que integram a carteira dos fundos.
A norma também esclareceu que qualquer ativo ne-
gociado no exterior, de mesma natureza dos ativos fi-
nanceiros admitidos nos fundos domésticos, e que seja
negociado em Bolsa ou sistema de registro devidamente
autorizado em seu país de origem e supervisionado por
autoridade local reconhecida pela CVM, pode ser ad-
quirido pelo fundo doméstico, desde que essa possibi-
lidade esteja prevista em regulamento.
Merece destaque, ainda, a inclusão do art. 115-A,
que dispensa os fundos de investimento em cotas da
obrigação de consolidar as aplicações nos fundos em
que investirem, desde que, no mínimo, 50% de seu pa-
trimônio líquido esteja aplicado em um ou mais fun-
dos de investimento regulados pela Instrução nº 409,
que possuam prospecto e cujas carteiras sejam geridas
por terceiros não ligados ao administrador ou ao gestor
do fundo investidor.
Por fim, cabe mencionar que o prazo para que os
fundos de investimento já existentes se adaptem à nova
redação da Instrução nº 409 foi prorrogado para 31 de
agosto de 2007.
Dando continuidade ao processo de adoção de pro-
cedimentos para a implementação da Basiléia II, con-
forme disposto no cronograma apresentado no Comu-
nicado nº 12.746 (item 6) do Banco Central, de
9/12/04, e em conformidade com os padrões e recomen-
dações internacionais, o CMN - Conselho Monetário
Nacional divulgou na terça-feira, dia 26, a Resolução
nº 3.464, que dispõe sobre a implantação de estrutura
de gerenciamento do risco de mercado pelas institui-
ções financeiras e demais autorizadas pelo BC, nos
moldes do que já foi feito para o risco operacional (Re-
solução nº 3.380/06). Tal estrutura, que fará frente ao
risco embutido nas operações sujeitas à variação cam-
bial, das taxas de juros e dos preços das ações e
commodities, deve ser compatível com a natureza das
operações, a complexidade dos produtos e a dimensão
da exposição a risco de mercado da instituição.
A norma explicita que a estrutura deve prever, entre
outros elementos, políticas e estratégias para o geren-
ciamento do risco de mercado claramente documenta-
das, que estabeleçam limites operacionais e procedimen-
tos destinados a manter a exposição a esse risco em ní-
veis considerados aceitáveis pela instituição, bem como
sistemas para medir, monitorar e controlar a exposição
ao risco de mercado, tanto para as operações incluídas
na carteira de negociação (trading book) quanto para as
demais posições (banking book). Cabe ressaltar que a
Resolução determinou a obrigatoriedade de segregação
das operações das IF nessas duas carteiras.
Vale mencionar que, complementarmente à Resolu-
ção, foi editada, pelo Banco Central, a Circular
nº 3.354, de 27/6, estabelecendo critérios mínimos para
classificação de operações na carteira de negociação.
A norma determina, ainda, que a área responsável pela
função de gerenciamento de risco deverá estar segregada
das atividades de negócio e de auditoria interna, além
de apresentar o cronograma a ser cumprido pelas insti-
tuições financeiras no que se refere à implantação da-
quela estrutura.