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Fotografia digital

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Indice

1  Origens da foto digital ...................................................................................................... 4 


2  Imagens Inusitadas ............................................................................................................ 6 
2.1  Resgatando Álbuns de Família .................................................................................... 8 
3  Diferenças entre tradicionais e digitais ............................................................................. 8 
4  Conceitos e procedimentos ............................................................................................... 9 
5  Controles da câmera e criatividade ................................................................................. 10 
5.1  Automatismo .............................................................................................................. 10 
6  O obturador e a exposição .............................................................................................. 11 
7  O momento certo ............................................................................................................ 11 
8  Os controles de abertura e profundidade de campo ........................................................ 12 
9  Obturadores das câmeras digitais ................................................................................... 13 
10  Usando velocidade de obturador e abertura de diafragma ao mesmo tempo ................. 14 
11  Escolhendo modos de exposição .................................................................................... 15 
12  Usando o flash ................................................................................................................ 15 
13  A qualidade da imagem .................................................................................................. 16 
14  Capacidade de resolução da imagem .............................................................................. 17 
14.1  A tecnologia Foveon .................................................................................................. 18 
15  O Tamanho da Imagem................................................................................................... 19 
16  Bits e Bytes ..................................................................................................................... 19 
17  Resoluções de Monitor ................................................................................................... 20 
17.1  Resoluções de impressoras e scanners ....................................................................... 20 
18  Reprodução das cores ..................................................................................................... 20 
18.1  RGB 22 
19  Sistemas de gerenciamento de cor .................................................................................. 22 
20  Ambiente de trabalho ...................................................................................................... 23 
21  Cores Subtrativas ............................................................................................................ 24 
21.1  Dos Cinzas Nascem as Cores ..................................................................................... 25 
21.2  Canais de Cores .......................................................................................................... 26 
22  Armazenamento da imagem ........................................................................................... 26 
22.1  Imagens em bitmap (ou mapa de bits) ....................................................................... 27 
23  Formatos de imagens ...................................................................................................... 27 
24  Compressão ..................................................................................................................... 28 
25  Formatos para câmera digital .......................................................................................... 29 
25.1  JPEG 29 
25.2  TIFF 29 
25.3  CCD RAW ................................................................................................................. 30 
25.4  GIFs (.GIF)................................................................................................................. 30 
26  Cartões de memória ........................................................................................................ 30 
27  Equipamentos para armazenamento de arquivos de imagens ......................................... 31 
27.1  Mídias para armazenagem de imagens ...................................................................... 32 
28  Cartões de Memória Flash .............................................................................................. 32 
28.1  Tipos de cartões flash ................................................................................................. 32 
28.2  Cartões CompactFlash ............................................................................................... 33 
28.3  Cartões SmartMedia ................................................................................................... 33 
28.4  Cartões xD-Picture Card ............................................................................................ 33 
28.5  Cartões Sony MemorySticks ...................................................................................... 34 

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28.6  Cartões MultiMedia ................................................................................................... 34 
29  Discos magnéticos .......................................................................................................... 34 
29.1  Disquetes .................................................................................................................... 34 
29.2  Discos rígidos ............................................................................................................. 34 
30  Transferindo arquivos ..................................................................................................... 35 
31  Gerenciando fotos ........................................................................................................... 35 
32  Verificando o sistema operacional .................................................................................. 36 
33  Editando as imagens ....................................................................................................... 36 
34  Ajustando a imagem ....................................................................................................... 37 
35  Onde e como imprimir .................................................................................................... 38 
36  Detalhes sobre a impressão ............................................................................................. 39 
37  A imagem no monitor ..................................................................................................... 40 
38  Entendendo pixels por polegada ..................................................................................... 40 
39  Imprimindo em papel fotográfico ................................................................................... 41 
40  Imprimindo fotos ............................................................................................................ 41 
41  Como as cores são impressas .......................................................................................... 41 
42  Critérios para escolha de impressora .............................................................................. 42 
43  Impressoras de jatos de tinta ........................................................................................... 42 
44  Capturando imagens por scanners .................................................................................. 43 
45  Dynamic Range............................................................................................................... 44 
46  Profundidade de cor ........................................................................................................ 44 
47  Scanners para filmes ....................................................................................................... 44 
48  Scanners de mesa ............................................................................................................ 45 

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Fotografia digital

Este manual, terá como tema uma


introdução à fotografia digital, permitindo
que os internautas tenham noções básicas de
uso da câmera digital, seu funcionamento e
recursos, de como transferir e gerenciar as
imagens num computador, editá-las e,
finalmente, de como imprimi-las através de
impressoras caseiras e de laboratórios
fotográficos.
Como se sabe, a fotografia digital
surgiu graças ao computador, a partir do qual
imagens digitalizadas puderam ser salvas em
forma de arquivos. Esses arquivos podem ter
várias extensões, que variam conforme o
modo pelo qual as informações sobre a
imagem digitalizada são armazenados na
linguagem do computador (informações
binárias).
É importante notar que já existem
dezenas, talvez centenas de modelos de
máquinas fotográficas digitais no mercado,
divididas por categorias, cada uma das quais
com qualidades e recursos para usos diversos.
De fato, um dos pontos mais importantes que
temos de tratar, em primeiro lugar, é o da
escolha de uma câmera fotográfica digital.
Para essa decisão, é fundamental definirmos o que pretendemos de uma câmera
digital. Comecemos, portanto, estudando os usos que podemos fazer delas, e os recursos que
nos oferecem.

1 Origens da foto digital


A fotografia digital é uma evolução recente da fotografia. Surgiu com o advento do
computador, que trouxe todo um mundo novo de possibilidades e de mudanças para a
sociedade moderna. Na verdade, foi a pesquisa espacial a principal responsável pelo
surgimento da fotografia digital, com a necessidade de um sistema que enviasse imagens
capturadas por sensores remotos e retransmitidas via rádio para a Terra.
No campo que nos interessa, da fotografia, as transformações estão ocorrendo de
forma radical, possibilitando que as imagens não sejam mais necessariamente capturadas
através de processos químicos, mas sim por meio digital, ou seja, capturadas por câmeras
fotográficas equipadas com sensores por fotocélulas e interpretadas em termos de números
binários pelo computador. Em seguida, a imagem digital pode ser transferida para a memória
do micro e apresentada no monitor, para posterior edição e impressão, ou ainda ser impressa
diretamente através de uma conexão entre a câmera digital e impressoras que reconheçam os
arquivos de imagens digitais.
Embora as câmeras fotográficas digitais ainda sejam novidade em termos
tecnológicos, isso não quer dizer que a fotografia digital ainda esteja na infância, muito pelo

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contrário. Mesmo que a maioria dos fotógrafos (amadores ou profissionais) ainda estranhe a
fotografia digital, e independentemente das limitações que ainda cercam este equipamento, as
câmeras digitais são com certeza o futuro da fotografia, e é apenas questão de tempo sua plena
aceitação pela maioria dos usuários.
De fato, na realidade está cada vez mais difícil distinguir, uma vez impressa, uma
fotografia tirada por uma máquina 35 mm tradicional utilizando filme fotográfico de uma
imagem produzida por uma câmera digital – a única diferença substancial ainda é o custo dos
equipamentos digitais mais sofisticados de última geração. A verdade é que as câmeras
digitais estão incorporando controles sofisticados e até mesmo novidades jamais sonhadas
pelo fotógrafo tradicional, como o benefício de se ver no mesmo instante se a foto ficou boa
ou não, deletá-la se não estiver de acordo, refazê-la quantas vezes forem necessárias até que
seja aprovada...
É claro que existem câmeras digitais mais populares, por questão de marketing (preço
final baixo). Nesses modelos, a qualidade de imagem é limitada e a falta de controles manuais
são um problema (para fotógrafos experientes), mas tudo é questão de custo-benefício, e do
que o usuário pretende de sua máquina fotográfica. Se a idéia for apenas produzir imagens
para serem vistas na tela, ou mesmo em apresentações, ou ainda enviar imagens rapidamente
pela Internet para parentes e amigos (mesmo profissionais precisam de imagens de baixa
resolução para apresentação na WEB), então câmeras de baixo custo, que geram imagens em
baixa resolução, são mesmo as mais indicadas. Nas câmeras digitais mais sofisticadas já
existentes e em novos modelos que estão surgindo, o panorama é bem diverso. Na verdade,
atualmente a qualidade da imagem rivaliza ou até excede, em alguns casos, as obtidas por
câmeras SLR 35 mm tradicionais. Isso porque câmeras digitais com lentes intercambiáveis e
tantos controles quanto qualquer modelo reflex tradicional já são realidade, caso das Fuji
FinePix SL-1 e SL-2, Nikon D100, Olympus E-20 e Cânon EOS D-60, entre outras.
O mais importante nesta discussão é que os preços estão caindo rapidamente agora que
o sensor de imagem (o item mais caro desta tecnologia, através do qual a imagem é capturada
e formada no equipamento) está atingindo um nível tecnológico satisfatório. Assim, boas
câmeras digitais, com recursos exigidos por amadores avançados e profissionais, estão
chegando ao mercado. É preciso entender que se um fotógrafo amador pode tirar boas fotos
com uma câmera digital (dado o grau de automação existente), também pode conseguir
excelentes fotos se dominar esta tecnologia e utilizar recursos e capacidades que mesmo o
mais capaz dos fotógrafos profissionais acostumado apenas com imagens captadas em filmes
tradicionais ainda precisam conhecer e se adaptar. Este é um dos objetivos deste curso, ajudar
tanto ao amador quanto ao profissional ainda não familiarizados com as novas tecnologias e
recursos tornados possíveis com as câmeras fotográficas digitais. A compreensão de alguns
detalhes e recursos ao alcance da fotografia digital pode tornar possível, ao bom fotógrafo,
resultados espetaculares e melhoria da produtividade. E mais, com grande vantagem
econômica, já que na câmera fotográfica digital, se o custo inicial é alto, em pouco tempo o
benefício do custo zero em termos de filmes, revelação, envio de material à laboratórios, etc, a
tornam muito atraente.

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2 Imagens Inusitadas
A fotografia digital está encontrando rápida aceitação em muitas áreas da fotografia.
Um dos campos na qual está ganhando
muitos adeptos, por exemplo, é o da macrofo-
tografia. Quase todas as câmeras digitais
permitem fotos em distâncias de apenas dois
ou três centímetros. Assim, fica fácil
obtermos imagens inusitadas de pequenos
objetos, insetos, etc. Outro lado da fotografia
que ganhou impulso com a chegada das
câmeras digitais é o da fotografia artística.
Fotos digitais podem se tornar em imagens
incríveis a partir de softwares especiais ou
montagens a partir de cópias trabalhadas
posteriormente por meio de técnicas diversas.
Macrofotografia fica versátil com câmeras digitais Um ponto interessante na fotografia
digital é que as fotos podem ser vistas instantaneamente. Desse modo, praticamente fica
afastada a possibilidade de erros. Outra vantagem é a facilidade de se repetir a foto em caso
de necessidade - acabam assim as surpresas desagradáveis, como, por exemplo, quando se vai
buscar um filme no laboratório e se descobre que a tampa da máquina ficou cobrindo a
objetiva, que o filme estava vencido (e as cores ficaram alteradas) e assim por diante...

A maior de todas as vantagens,


contudo, é que ninguém precisa mais
economizar “cliques”, ou seja, hesitar em
fazer qualquer foto, preocupar-se com o custo
de filmes, revelação ou a quantidade
disponível de material. Com a foto digital,
utilizando-se uma câmera equipada com um
cartão de grande capacidade de
armazenamento, clica-se à vontade, e com
isso o fotógrafo acaba obtendo boas imagens
que de outra forma poderiam ser perdidas
num momento de dúvida... Já que o custo da
Fotos na WEB são uma das principais aplicações da
imagem é zero, ou melhor, apenas limitado
foto digital ao custo inicial da máquina fotográfica, clicar
à vontade não causa nenhum tipo de
preocupação.
Recomendo inclusive, para quem quer fotografar em externas (viagens por exemplo),
além da câmera digital, o uso de um notebook, pois assim pode-se produzir centenas e
centenas de imagens num único dia, sem qualquer preocupação com limites. Já que o custo da
imagem é zero, ou melhor, apenas limitado ao custo inicial da máquina fotográfica e do
computador portátil, clicar à vontade não causa nenhum tipo de preocupação.
Outra vantagem da fotografia digital é que ficou fácil mostrar fotos para outras
pessoas. Por exemplo, publicando-as em páginas da Internet. Também se pode mostrar as
fotos pela tela de uma televisão, bastando conectar a câmera digital à entrada de vídeo do
aparelho de TV. Graças a esse recurso, é possível selecionar as melhores fotos que estão
gravadas no computador, regravá-las no cartão de memória da câmera digital e depois
apreciá-las num aparelho de TV. Softwares podem fazer apresentação de fotos como se fosse

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uma projeção de slides. E mais, como a maioria das câmeras digitais de melhor qualidade
também podem produzir vídeos, filmar também é muito simples, bem como transferir as
imagens para uma fita de videocassete.
Alguns fotógrafos comerciais de estúdio foram os primeiros a adotar a fotografia
digital, já que graças a backs digitais as fotos são tiradas, corrigidas, editadas, impressas e
enviadas com rapidez ao cliente, sem custos de transporte, provas, filmes, revelação, etc.

Com tudo o exposto acima,


fotojornalistas e empresas como jornais e
agências de notícia já adotaram ou estão
adotando as câmeras digitais como padrão
pela rapidez de captura e envio de imagens:
fotografa-se um assunto, e do próprio local
transmite-se a imagem digital por telefone ou
outros meios à redação.
Não podemos esquecer ainda que a
fotografia digital também é ideal para
aplicações científicas. De fato, em
astronomia, os sensores digitais já estão
O telescópio Hubble transmite imagens digitais do sendo usados há anos, até mesmo no
espaço telescópio orbital Hubble. Também nos
microscópios estão sendo utilizados sensores
digitais.
Hoje em dia, os maiores usuários de imagens fotográficas digitais são os
desenvolvedores de multimídia e os webmasters (fotos digitais poupam tempo e dinheiro).
Desde que tanto a multimídia como páginas da WEB são apresentadas sempre em monitores
de computador (ou projetadas por meio de equipamentos computadorizados), as imagens
digitais são uma necessidade. Em pouco tempo o usuário doméstico também estará lidando
com desenvoltura com a fotografia digital.
Finalmente, outro campo para imagens digitais é o de fotos de identificação para
empresas, por exemplo. Pode-se também usar fotos para cartões de visitas, não
obrigatoriamente da pessoa, mas de temas que tenham relação com a profissão, atividade ou
empresa.

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2.1 Resgatando Álbuns de Família
Quantos de nós não possuem
gavetas ou pastas lotadas de fotografias,
familiares ou de viagens, em sua maioria
esquecidas e totalmente desorganizadas?
Certo dia a gente lembra de uma ocasião
especial, recorda ter alguma foto daquele
momento ou lugar, quer ver ou mostrar a
alguém, mas como encontrar a imagem? Pois
é, a maioria das pessoas tira montes de
fotografias para depois abandoná-las.
Com a fotografia digital isso muda
drasticamente, já que as imagens são
Softwares resgatam álbuns de família digitais
facilmente inseridas em arquivos de texto, e-
mails ou mesmo páginas da Web, além de
impressas em impressoras caseiras (papel fotográfico e impressoras jato de tinta oferecem
ótimos resultados) ou mesmo em papel fotográfico tradicional em laboratórios que lidem com
arquivos digitais. Assim, fica muito fácil mostrá-las e compartilhá-las com outras pessoas.
Por outro lado, é possível resgatar
velhos álbuns de família esquecidos em
gavetas, amarelando e estragando com o
tempo. Se as imagens que eles contém forem
escaneadas, podem ser recuperadas (e
também as memórias que evocam), e depois
apresentadas do mesmo modo que as novas
fotos digitais. Sem falar da vantagem de que,
enquanto fotos e negativos perdem cor e
nitidez com o tempo, um arquivo digitalizado
é perene (não esquecendo que devem sempre
ser “becapeados” em CDs ou discos rígidos).
Existem ainda softwares que simulam
álbuns tradicionais de fotos na tela do computador, permitindo assim organizar e apresentar as
imagens com facilidade.

3 Diferenças entre tradicionais e digitais


Para qualquer pessoa acostumada a fotografar com máquinas fotográficas
tradicionais, o uso da câmera digital, apesar de incorporar novidades, não exige muito esforço
para adaptação. Vamos relacionar as principais semelhanças e diferenças:

• Nas câmeras digitais não se utilizam filmes, e sim um cartão de memória para
armazenamento das imagens. Esse cartão permite que se grave, copie e apague
(delete) arquivos de imagens (inclusive vídeo).
• A luz do flash funciona quase como numa câmera comum, e dependendo do modelo
da câmera digital, pode vir embutido no corpo e/ou utilizando um flash externo através
de conexão por sapata ou pino (a diferença, tecnicamente, é que na fotografia digital
existe um pré-disparo para avaliar a luz branca, ou whitepoint, o que obriga ao uso de
flashes especiais)

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• As câmeras digitais, além de um visor idêntico às das máquinas fotográficas
tradicionais (não SLR), incorporam talvez a maior novidade que é um visor através de
tela de cristal líquido (LCD) localizado na parte posterior do corpo da câmera. A
principal vantagem é que o fotógrafo vê a imagem exatamente como será fotografada.
A maior desvantagem é que em ambientes de muita luz (sob o sol, por exemplo), é
praticamente impossível usar o visor LCD e, além disso, o uso contínuo do visor acaba
rapidamente com a bateria.
• As objetivas são muito semelhantes, mas na fotografia digital muitas câmeras
incorporam o recurso de zoom digital, além do zoom ótico. Acontece que o zoom
digital é irreal, uma “aproximação”, ou, melhor ainda, uma “ampliação” gerada por
software. Isso resulta numa imagem imprecisa e de cores inconsistentes. De qualquer
modo, mais tarde, através de qualquer software editor de imagens pode-se ampliar
qualquer parte da imagem.
• Os ajustes de foco, velocidade de obturador e abertura de diafragma, nos modelos
mais simples de câmeras digitais, são totalmente automáticos. Contudo, nas câmeras
digitais mais modernas, pode-se regular não apenas cada um desses itens
individualmente, mas também estabelecer “sensibilidade do filme”, ou seja, definir se
a captura da imagem se dará numa sensibilidade correspondente a 100, 200, 400 ASA
ou até mais, dependendo da sofisticação do modelo.
• Muitos dos mais modernos modelos de câmeras digitais também incorporam o recurso
de áudio e vídeo, ou seja, é possível filmar alguns segundos ou minutos (depende da
capacidade de armazenamento em cartão de memória do equipamento). Também é
possível anexar “anotações” de voz numa imagem.

As câmeras digitais, diferenciando ainda das tradicionais, vem equipadas com um


cabo (geralmente USB) para conexão da câmera à um computador, para transferência das
imagens, mais uma ou mais baterias recarregáveis de longa duração, um cabo de áudio e
vídeo que pode inclusive ser conectado a uma aparelho de TV ou videocassete, e o cartão de
memória (existem vários tipos que estudaremos adiante) onde as imagens são armazenadas.

4 Conceitos e procedimentos
Uma grande fotografia começa
quando se reconhece uma grande cena ou
motivo. Mas reconhecer uma grande
oportunidade não é o suficiente para
fotografá-la; o fotógrafo deve estar
preparado. E isso envolve o conhecimento de
sua câmera de modo a fotografar o que se vê.

• Conceitos de fotografia são os


princípios sob os quais está a câmera
que o fotógrafo está utilizando.
Incluem coisas tais como a relação
Capturar uma boa cena requer oportunidade entre nitidez e tempo de exposição e
seus efeitos numa imagem. Entender
conceitos responde a qualquer questão de “por que”, que se pode ter sobre fotografia.
• Procedimentos são aquelas características específicas de um tipo de câmera, e a
explicação, passo a passo, de como utilizar os controles de uma câmera para capturar
uma imagem. Entender procedimentos dá a resposta às questões de “como”.

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Discussões sobre procedimentos que se usa para câmeras específicas estão integradas
aos conceitos, aparecendo quando se aplicam. Esta visão integrada permite que o fotógrafo
entenda primeiro os conceitos de fotografia e depois veja como procurar no manual de sua
câmera os passos necessários para utilizá-los em qualquer situação.
Para conseguir fotografias mais interessantes e criativas, o fotógrafo precisa entender
como e quando usar um mínimo de recursos de sua câmera, como profundidade de campo e
controle de exposição. Assim, estará pronto para manter tudo numa cena com nitidez absoluta
para exibir melhores detalhes, ou deixar meio nebuloso para dar um ar impressionista à um
retrato. Ou tomar closes dramáticos, congelar ações rápidas, criar maravilhosos panoramas, e
capturar a beleza de arco-íris, por-de-sol, queimas de fogos e cenas noturnas.
Não existem regras ou “melhores” modos de fazer fotos. Grande fotógrafos
aprenderam o que sabem experimentando e tentando novos modos de fotografar. Câmeras
digitais tornam isso muito fácil porque não existem custos de filmes ou demoras para se ver
os resultados. Cada experiência é livre, e cada fotógrafo poderá registrar os resultados
imediatamente, ou passo a passo.

5 Controles da câmera e criatividade


Câmeras digitais com recursos oferecem controles criativos sobre as imagens. Elas
permitem que se controle a luz e o movimento em fotografias, bem como o que deve aparecer
nítido e o que não deve. Embora a maioria das câmeras digitais simples sejam totalmente
automáticas, algumas permitem que se faça pequenos ajustes que afetarão a imagem. As
melhores câmeras oferecem uma ampla gama de controles, em alguns casos mais do que se
pode encontrar em uma câmera 35 mm SLR. De qualquer modo, independentemente de quais
controles a câmera oferece, os mesmo princípios básicos estão presentes. Mesmo que a
câmera seja totalmente automática, é possível controlá-la indiretamente, ou tirar vantagem
desses efeitos para controlar as imagens.

5.1 Automatismo
Todas as câmeras digitais possuem um modo automático que determina o foco, a
exposição e o balanço de cor (White-balance). Tudo o que o fotógrafo tem a fazer é apontar a
câmera e apertar o botão do disparo.

• Preparando. Ligue sua câmera e deixe no modo automático. Para conservar as baterias,
desligue o monitor LCD e componha a cena pelo visor ótico. Se a câmera tem capa de
lente, lembre-se de removê-la antes de ligar a câmera.
• Enquadrando a imagem. O visor apresenta a cena que está para ser fotografada. Para
enquadrar melhor, experimente o zoom da lente, aproximando ou afastando a cena
para escolher a melhor composição. Atenção, se a imagem aparecer embaçada, existe
um botão de regulagem do foco do visor para ajuste.
• Autofoco. A área que estiver no centro da imagem será utilizada pela câmera como
ponto de nitidez principal. O quanto se pode focar dependerá da câmera que se estiver
usando.
• Autoexposição. A autoexposição programada pela câmera mede a luz refletida pela
cena e usa a leitura para estabelecer a melhor exposição possível.
• Autoflash. Se a luz estiver muito fraca, o sistema de autoexposição irá disparar o flash
da câmera para iluminar a cena. Se o flash será disparado, uma lâmpada de aviso na
câmera, geralmente vermelha, irá piscar quando você pressionar o disparador metade
do caminho.

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Balanço de luz (White balance). O colorido de uma fotografia será afetado pela cor da
iluminação que afeta a cena, assim a câmera automaticamente ajusta o balanço de cor para
fazer os objetos brancos na cena parecerem brancos na foto.

6 O obturador e a exposição
O obturador mantém a luz longe do
sensor exceto durante uma exposição (foto),
quando abre sua cortina para permitir a luz de
atingir o sensor de imagem. O período de
tempo em que a cortina do obturador fica
aberta afeta tanto a exposição da imagem
como o movimento.
Velocidades baixas de exposição do
obturador deixam luz atingir o sensor da
imagem por mais tempo, permitindo uma foto
mais brilhante. Velocidades mais rápidas
Velocidade alta de obturador congela a imagem permitem menos tempo de luz, e assim a foto
resulta mais escura.
Em adição ao diafragma (a quantidade de luz que atingirá o sensor de imagem), a
velocidade do obturador é o mais importante controle que se tem para a captura da imagem na
fotografia. Entender a velocidade do obturador é vital quando se pretende que um objeto
apareça nítido ou tremido na fotografia. Quanto mais tempo o obturador ficar aberto, mais
tremido ficará o objeto na imagem (tanto em função de movimentos do objeto como por
qualquer tremor do fotógrafo).
Apesar das câmeras digitais poderem selecionar qualquer fração de segundo para uma
exposição, há uma série de ajustes que tem sido tradicionalmente utilizados quando se usa
uma câmera manualmente (que não podem ser feitas em algumas câmeras digitais simples). A
velocidade tradicional de disparo (listada a seguir das velocidades mais rápidas às mais
lentas), incluem 1/1000, 1/500, 1/250, 1/125, 1/60, 1/30, 1/15, 1/8, 1/4, 1/2, e 1 segundo (em
câmeras mais sofisticadas podem chegar a 1/35.000 num extremo e no outro ficar o obturador
aberto pelo tempo que o fotógrafo quiser).

7 O momento certo
Fotógrafos tornaram-se famosos por
capturar sempre “o momento certo” quando
ações acontecem e apenas um único momento
a torna interessante. Para isso precisavam
estar sempre pronto. Nunca se atrapalhar com
controles e oportunidades perdidas. A grande
maioria das câmeras digitais tem um sistema
de disparo automático que deixa o fotógrafo
livre de preocupações, mas por outro lado
essas câmeras têm problemas que torna os
momentos decisivos mais difíceis de serem
Momento decisivo, quando ações acontecem obtidos.
Nas câmeras digitais mais simples, amadoras, acontece uma demora entre o momento
de pressionar o disparador e a tomada da foto. Isso porque, no primeiro momento em que se
pressiona o botão, a câmera rapidamente realiza um certo número de tarefas. Primeiro limpa o

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CCD, depois corrige o balanço de cor, mede a distância e estabelece a abertura do diafragma,
e finalmente dispara o flash (se necessário) e tira a foto. Todos esses passos tomam tempo e a
ação pode ter já ocorrido quando finalmente a foto é feita. Assim, fotografia de ação com uma
câmera digital amadora (esportes, por exemplo), é praticamente impossível. Somente as
chamadas câmeras avançadas, ou semi-profissionais, mais as SLR Digitais Pro, têm
capacidade de fazer fotos em sequências rápidas inferiores a um segundo.
Depois ocorre um longo intervalo entre a foto tirada e a disponibilidade da câmera
para uma nova foto porque a imagem capturada primeiro precisa ser armazenada na memória
da câmera. Como a imagem precisa ser processada, uma certa quantidade de procedimentos
são requeridos, e isso pode tomar alguns segundos (que parecerão uma eternidade para um
fotógrafo que precisa fotografar uma ação rápida, já que não poderá ser feita outra foto
enquanto isso tudo não for processado).
Mesmo nas câmeras SLR digitais, com mais recursos, pode ocorrer uma limitação na
quantidade de fotos que se tira em sequência, em função do tempo que a câmera necessita
para gravar a imagem num cartão de memória (o que pode depender da velocidade de
gravação e leitura do próprio cartão). Por exemplo, uma câmera digital pode fazer fotos numa
velocidade de 3 tomadas por segundo, mas até um máximo de 8 imagens.

8 Os controles de abertura e profundidade de campo


A abertura do diafragma, um série de
placas sobrepostas formando uma espécie de
anel, ajusta o tamanho da abertura das lentes
através da qual passará a luz para atingir o
sensor. Conforme isso muda de tamanho,
afeta tanto a exposição da imagem como a
profundidade de campo (o espaço
dimensional no qual tudo ficará em foco).
A abertura do diafragma pode ser
mais aberta para permitir mais luz, ou
fechada para deixar passar menos luz.
Enquanto o obturador regula o tempo de
exposição, a abertura do diafragma controla a
quantidade de luz. Portanto, quanto maior a
abertura, mais luz atinge o sensor de imagem,
quanto menor, menos luz atinge o sensor.
Assim como a velocidade do
obturador, a abertura do diafragma também
A área escura representa a profundidade de afeta a nitidez da fotografia, mas de um modo
campo diferente. Mudando-se o valor da abertura,
muda-se a profundidade de campo, ou seja, o espaço dimensional que ficará nítido na cena,
entre o primeiro plano e o segundo plano da imagem. Quanto menor a abertura usada, mais
área da cena ficará nítida. Por exemplo, numa fotografia de paisagem, o fotógrafo vai querer
uma abertura menor, de modo a que toda a paisagem (dos detalhes mais próximos aos mais
distantes) estejam focados com nitidez; num retrato, o melhor será uma abertura maior,
definindo a nitidez apenas na pessoa, tornando desfocado o restante da imagem e mantendo o
interesse da foto apenas na pessoa.
Ajustes da abertura são determinados por números (F), e indicam o tamanho da
abertura dentro da lente (no diafragma). Cada número deixa entrar metade da luz da abertura
seguinte, e consequentemente duas vezes mais luz que a anterior. Da maior abertura possível

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para a menor, os número f tradicionalmente tem sido f/1, f/1.4, f/1.8, f/2, f/2.4 f/2.8, f/4, f/5.6,
f/8, f/11, f/16, f/22, f/32 e f/45. Nenhuma lente possui toda a gama de ajustes; por exemplo,
uma câmera digital padrão pode vir com uma lente de f/2 a f/16. A chamada “luminosidade”
da lente é definida pela maior abertura, ou seja, no exemplo acima, f/2. Quanto mais luminosa
a lente, melhor a qualidade e mais sofisticado o sistema ótico (e mais caro o preço).
Atenção para o fato de que quanto maior o número, menor a abertura para a luz.
Assim, f/11 é menos luz que f/8, e assim por diante. Um detalhe é que a abertura maior pode
mudar numa lente zoom, de modo a acomodar o sistema ótico, por exemplo, numa lente zoom
de 35 a 200 mm, a abertura máxima (a luminosidade) pode ser f/2-f/4 (variando de f/2 a f/4
conforme se move o zoom de distância focal de 35 mm para 200 mm).
Observação: distância focal é a distância entre a lente e o filme (ou sensor). Conforme
essa distância, a imagem parecerá mais próxima ou mais distante. Uma lente zoom permite
diferentes distâncias focais, mudando assim a proximidade dos objetos na foto.

9 Obturadores das câmeras digitais


Quando um obturador se abre, ao invés de expor um filme, na câmera digital ele
coleta luz no sensor de imagem – um dispositivo eletrônico de estado sólido. Como se viu
anteriormente, o sensor de imagem contém uma grade de pequenas fotocélulas. Conforme a
lente foca a cena no sensor, algumas fotocélulas gravam as luzes mais fortes, outras as
sombras, enquanto terceiras os níveis de luzes intermediárias.
Cada célula converte então a luz que cai sobre ela numa carga elétrica. Quanto mais
brilhante a luz, mais alta a carga. Quando o obturador fecha e a exposição está completa, o
sensor recorda o padrão gravado. Os vários níveis de carga são então convertidos para
números binários que podem ser usados para recriar a imagem.
Uma vez que o sensor tenha capturado a imagem, esta precisa ser convertida, ou seja,
digitalizada, e depois armazenada. A imagem armazenada no sensor não é lida de uma vez,
mas em partes separadas. Existem dois modos de se fazer isso – usando escaneamento
interlaçado (interlaced) ou progressivo.
Num sensor de escaneamento interlaçado, a imagem é inicialmente processada por
linhas ímpares, depois por linhas pares. Este tipo de sensor é freqüentemente utilizado em
câmeras de vídeo porque a transmissão de TV é interlaçada. Num escaneamento progressivo,
as colunas são processadas uma após outra em seqüência.

13
10 Usando velocidade de obturador e abertura de
diafragma ao mesmo tempo
Como tanto a velocidade do
obturador como a abertura do diafragma
afetam a exposição (a quantidade total de luz
que atinge o sensor da imagem), assim se
pode controlar se a foto será mais clara ou
escura, mais nítida ou menos nítida, e assim
por diante. A velocidade do obturador
controla o tempo que o sensor da imagem
será exposto à luz e a abertura controla a
quantidade de luz que entrará para compor a
imagem. O fotógrafo, ou o sistema
automático da câmera, pode casar uma
Obturador em 8 segundos e movimento de câmera velocidade de obturador curta (para deixar
entrar luz num período curto) com uma
abertura grande (para deixar entrar mais quantidade de luz); ou uma velocidade de obturador
longa (para deixar entrar luz por um período maior) e uma abertura pequena (para deixar
entrar menos luz). Em termos técnicos, não faz diferença a combinação usada. Contudo, os
resultados não serão os mesmos, daí a magia de se controlar manualmente a câmera, ao invés
de deixar ao sistema automático. É controlando de forma criativa essa combinação que se
pode obter grandes fotografias.
O objeto sempre se move, ou pelo menos a câmera poderá ser mover num curto espaço
de tempo. Também a profundidade de campo será afetada. A conjugação desses fatores, e o
controle sobre eles, é que fazem a diferença entre fotos convencionais e fotos de grande
qualidade.
Como vimos, cada abertura de um número f/ determina metade ou o dobro da abertura
seguinte (para mais ou para menos). Assim, uma abertura de f/8 deixa entrar metade da luz de
uma abertura de f/5.6. Já uma velocidade de obturador de 1/60 s deixa passar metade da luz
que uma abertura de 1/30. Se o fotógrafo mudar a regulagem de uma exposição que mostra
luz correta (balanceada) de f/8 com 1/30 s para f/5.6 com 1/60, obterá o mesmo resultado
técnico correto – só que a profundidade de campo muda, assim como o controle dos
movimentos – portanto, na primeira foto, teremos maior profundidade de campo com menos
velocidade, na segunda, o contrário. Quanto maiores as diferenças nos controles, mais
dramáticos serão os resultados da foto.
Para fotografia “padrão”, precisa-se de uma média de velocidade em torno de 1/60 e
de abertura f/5.6. Velocidades menores resultarão em tremores (embora um tripé possa
ajudar) e aberturas menores limitarão a profundidade de campo. Uma câmera automática
“pensa” pelo padrão, assim dificilmente se obterão fotos espetaculares com um sistema
automático.

• Para objetos em movimento rápido, será necessária uma velocidade maior para
congelar o movimento (embora a distância focal das lentes, a proximidade do objeto e
a direção do movimento também afetem a nitidez final da foto)

Para uma máxima profundidade de campo, com a cena nítida do mais próximo ao mais
longinquo, será necessária uma abertura de diafragma menor (embora a distância focal da
lente e a distância aos objetos do cenário também afetem)

14
11 Escolhendo modos de exposição
Muitas câmeras oferecem mais de um modo de exposição. No modo totalmente
automático, a câmera faz um ajuste de velocidade e abertura para produzir a melhor exposição
possível. Geralmente, existem dois outros modos, que são muito usados, o de prioridade de
abertura, ou de prioridade de velocidade. Todos oferecerão bons resultados na maioria das
condições de fotografia. De qualquer modo, alternar entre esses modos pode trazer algumas
vantagens.
Vamos examinar cada um desses modos.

• Totalmente automáticos – este modo configura a velocidade e abertura, mais o


balanço de cor (White-balance) e foco sem a intervenção do fotógrafo. Permite que o
fotógrafo preste atenção na cena e ignore a câmera.
• Modo programado – pemite que o fotógrafo selecione uma variedade de situações
como fotos de retrato, cenários, esportes, crepúsculo, etc. Ainda é a câmera que
estabelece a abertura e a velocidade nessas condições.
• Prioridade de abertura – este modo permite que o fotógrafo selecione a abertura
necessária para obter uma certa profundidade de campo enquanto o sistema combina
essa abertura com a velocidade de obturador necessária para correto balanço da
exposição. Usa-se esse modo sempre que a profundidade de campo for importante.
Para ter certeza de um foco geral num cenário, escolhe-se uma pequena abertura (ex,
f/16). O mesmo funciona para uma foto close-up (onde o foco é crítico). Já para deixar
o fundo fora de foco e concentrar a nitidez num único plano, seleciona-se uma
abertura grande, exemplo f/4.
• Prioridade de obturador – este modo permite que se escolha a velocidade do
obturador como prioritária, e é necessária quando se pretende congelar uma imagem
ou tremer propositalmente um objeto, deixando a escolha da abertura para a câmera.
Por exemplo, quando se fotografa ação de esportes, animais ou em fotojornalismo, a
escolha de velocidade de obturador é quase obrigatório, com velocidades maiores,
1/500 por exemplo, para congelar a ação, ou baixas velocidades, 1/8 por exemplo,
para tremer a imagem.
• Modo manual – permite que se selecione tanto a velocidade como a abertura.
Recomendado somente para fotógrafos experientes e profissionais.

Um dos fatores que fazem da fotografia algo tão fascinante é a chance que temos de
interpretar a cena do nosso ponto de vista. Controles de velocidades de obturador e de
abertura são dois dos modos mais importantes de fazer fotos únicas. Conforme o fotógrafo vai
se tornando mais familiar com os efeitos da foto, encontrará a oportunidade de fazer escolhas
instintivamente.

12 Usando o flash
O flash incorporado em câmeras digitais, apesar de suas limitações, pode ser
aproveitado com criatividade pelo fotógrafo. Existem basicamente os seguintes modos de uso
de flash em câmeras digitais (algumas acrescentam mais ou menos recursos)

• Automático – neste modo, a câmera faz a leitura da luz ambiente, e se for necessário,
dispara o flash para melhor iluminar a cena

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• Nunca disparar – neste modo, a câmera não dispara mesmo que tenha detectado
iluminação insuficiente. Este é um recurso interessante para se conseguir efeitos
especiais em fotos noturnas
• Sempre disparar – obriga a câmera a disparar o flash mesmo que as medições
concluam que há luz suficiente. Este é um recurso bom para melhorar a iluminação de
rostos em contra-luz, por exemplo, ou para melhorar o contraste em cenas de pouco
contraste

Redução de olhos vermelhos – um recurso da câmera para evitar o chamado efeito de


olhos vermelhos que ocorrem às vezes no uso de flash

13 A qualidade da imagem
Existem câmeras de baixo custo e
recursos equivalentes, que se refletem não
apenas na simplicidade de uso (para
fotógrafos inexperientes), mas também na
simplicidade da fotografia digital gerada.
Assim como existem câmeras extremamente
sofisticadas, cheias de recursos manuais
(regulagens de sensibilidade à luz, abertura
prioritária de diafragma, velocidade de
obturador, etc), mais indicadas para
profissionais e amadores avançados.
Contudo, o ponto fundamental, para
simplificarmos, na tecnologia de uma câmera
digital, é a sua capacidade de resolução da imagem. Para entendermos isso, vamos estudar
como as máquinas fotográficas digitais capturam a imagem.

OS INVENTORES
George Smith e Willard Boyle inventaram os sensores de imagens, os CCDs, nos
laboratórios Bell, em 1969. Em 1970, os pesquisadores dos laboratórios da Bell construíram
o primeiro CCD para vídeocâmera. Em 1975, eles apresentaram a primeira câmera equipada
com CCD com imagem de qualidade suficiente para a televisão.
Hoje a tecnologia do CCD atinge não apenas a televisão comum, mas também
aplicações em vídeo que vão de monitoramento de segurança à televisão de alta definição, e
do endoscópio à videoconferência. Fax, copiadoras, scanners, câmeras digitais e leitores de
barras também empregam CCDs para transformar padrões de luz em informação útil.
Desde 1983, quando telescópios foram equipados com CCDs, foi possível aos
astrônomos estudar objetos milhares de vezes menores que os mais sofisticados filmes
comuns podiam detectar, e gravar imagens em segundos que antes exigiam horas de
exposição. Atualmente todos os telescópios, incluindo o Hubble (no espaço), utilizam
sistemas de informação digital proporcionados por chips CCDs ultrasensíveis.
Pesquisadores em outros campos do conhecimento, como em química, utilizam CCDs para
observar reações químicas.

Fugindo do sistema das câmeras tradicionais que utilizam filmes (processos químicos
baseados em halogenetos de prata) para gravar e armazenar uma imagem, as câmeras digitais

16
usam um equipamento chamado sensor de imagem (image sensor). Trata-se de chips de silício
do tamanho de uma unha, também conhecidos como CCD (Charge-Coupled Device), que
contém diodos fotossensíveis, ou fotocélulas. No curto espaço de tempo em que o obturador é
aberto, cada fotocélula grava a intensidade ou brilho da luz que a atinge por meio de uma
carga elétrica; quanto mais luz, maior a carga. O brilho gravado por cada fotocélula é então
armazenado como uma série de números binários que podem ser usados para reconstruir a cor
e o brilho dos pontos da tela ou da tinta que imprimirão a imagem a partir de uma impressora.
Chegamos aqui a um ponto importante - a relação entre pixels e imagem.
As fotografias digitais são feitas de centenas de milhares ou até milhões de pequenos
pontos chamados elementos da imagem, ou simplesmente pixels. Cada um desses pixels é
capturado por uma única fotocélula do sensor de imagem ao se tirar uma foto, assim a
quantidade de fotocélulas do sensor é que determina a quantidade de pixels numa imagem (e
conseqüentemente, sua resolução, ou seja, a relação entre nitidez e tamanho da imagem).
Portanto, numa câmera digital, cada fotocélula captura o brilho de um único pixel. O modo
como essas fotocé-lulas estão dispostas determina a forma física da teia (ou grade, como
queiram), que é por fileiras e colunas simples. Isso pode ser bem observado se ampliarmos
demais as fotos, pois a imagem aparece montada em pequenos quadrados.
O computador e a impressora utilizam cada um desses pequenos pixels capturados
pelas fotocélulas do sensor da câmera para apresentar a imagem na tela ou imprimir as fotos.
Para isso, o computador divide a área do monitor onde será apresentada a imagem (ou a
página de impressão onde será impressa) numa teia de pixels, de modo muito parecido ao
modo como o sensor divide a imagem ao capturá-la. São utilizados os valores armazenados
pelas fotocélulas para especificar o brilho e a cor de cada pixel dessa teia – uma forma de
reprodução da imagem por números. Por isso, endereçar uma teia de pixels individuais desse
modo se chama bit mapping (mapeamento de bits).
Concluindo, a qualidade da fotografia digital, tanto impressa como a apresentada na
tela, depende principalmente do número de pixels utilizados para criar a imagem (fator
também conhecido como resolução). Esse número, como vimos, é determinado pela
quantidade de fotocélulas existentes no sensor de imagem da câmera.

14 Capacidade de resolução da imagem


Quanto mais fotocélulas e conseqüentemente mais pixels, melhores serão os detalhes
gravados e mais nítidas as imagens. Se alguém ampliar e continuar ampliando qualquer
imagem digital, chegará um momento em que os pixels vão começar a aparecerem
multifacetados (esse efeito se chama pixelização). Portanto, quanto mais pixels existirem em
uma imagem, mais ela aceitará ampliações com qualidade; quanto menos pixels, menor a
ampliação possível.
Portanto, aqui está a diferença básica entre modelos de câmeras digitais (e seus
preços): a capacidade de resolução da imagem (e sua subseqüente qualidade e tamanho final).
Outras diferenças são pertinentes à quantidade de recursos disponíveis na câmera e seu grau
de automação ou possibilidade de ajustes manuais.
Voltando a falar sobre resolução, como vimos, os sensores de imagens contém uma
teia (ou grade) de fotocélulas, cada uma delas representando um pixel na imagem final - assim
a resolução de uma câmera digital é determinada pela quantidade de fotocélulas que existem
na superfície de seu sensor. Por exemplo, uma câmera com um sensor no qual cabem 1600
(largura) x 1200 (altura) fotocélulas gera uma imagem de 1600 x 1200 pixels. Então, para
efeito de terminologia e definição da capacidade de uma câmera, dizemos simplesmente que
ela tem uma resolução de 1600 x 1200 pixels, ou 1,92 megapixels.

17
Atualmente as câmeras mais simples geram arquivos de 640 x 480 pixels, enquanto
câmeras de capacidade média estão por volta de 1600 x 1200 pixels, e câmeras de ponta
produzem imagens de 2.560 x 1.920 pixels (perto de 5 megapixels). Importante notar que isto
se refere às câmeras amadoras, pois algumas profissionais já produzem mais de seis milhões
de pixels. Quanto maior a capacidade de resolução, geralmente maior também o preço.
Outro detalhe importante é que quanto maior a imagem em pixel, maior o tamanho do
arquivo resultante. Por isso, normalmente as câmeras digitais possuem uma regulagem para o
tamanho do arquivo, dando a opção para o fotógrafo de escolher o modo de resolução. Assim,
se alguém vai capturar imagens para a WEB e possui uma câmera de 3.3 megapixels, pode
regulá-la para gerar imagens de apenas 640 x 480 pixels, bem mais fáceis de armazenar e
lidar. Por exemplo, uma câmera de alta resolução, 2048 x 1560 pixels, gera uma imagem
média em arquivo JPEG (depende das tonalidades e intensidade de luz retratadas) de
aproximadamente 1,2 MB (megabytes). Já na resolução de 640 x 480 pixels, no mesmo
formato JPEG, gerará um arquivo de apenas 220 Kb (kilobytes), ou seja, menos de 1/5 do
tamanho.
Além da preocupação com espaço de armazenamento e rapidez em transmissão pela
Internet, em termos práticos deve-se levar em conta o tamanho com o qual se pretende
imprimir a imagem. Ainda seguindo os exemplos acima, a imagem de 2048 x 1560 pixels (3.3
MB) pode ser impressa, sem qualquer perda, em alta resolução (300 dpi), no tamanho de
17,34 x 13 cms, enquanto a imagem de 640 x 480 pixels permite apenas uma boa imagem
impressa no tamanho 5,42 x 4,06 cms. Como se calcula o tamanho em termos de resolução é
assunto que trataremos mais adiante neste curso, quando abordarmos a impressão.

Tamanho do Tamanho da
Resolução Tamanho em pixels
arquivo impressão
300 dpi 640x480 938.292 bytes 5,42x4,06 cm
300 dpi 800x600 1.456.648 pixels 6,77x5,08 cm
300 dpi 1024x768 2.375.728 bytes 8,67x6,50 cm
300 dpi 1600x1200 5.375.728 bytes 13,55x10,16 cm
300 dpi 2048x1536 9.453.572 bytes 17,34x13,00 cm
Apesar de quanto maior o número de fotocélulas num sensor melhores imagens serem
produzidas, acrescentar simplesmente fotocélulas à um sensor nem sempre é fácil e pode
resultar em problemas. Por exemplo, para se colocar mais fotocélulas num sensor de imagem,
o sensor precisaria ser maior ou as fotocélulas menores. Chips maiores com mais fotocélulas
aumentam as dificuldades de construção e os custos para o fabricante. Fotocélulas menores,
por outro lado, serão menos sensíveis e irão capturar menos luz que as de um chip normal.
Concluindo, colocar mais fotocélulas num sensor, além de sua complexidade e alto custo,
acaba resultando em arquivos maiores, de difícil armazenamento. Por isso a constante corrida
tecnológica entre os fabricantes na busca de sensores de maior resolução, com qualidade e
preço competitivo.

14.1 A tecnologia Foveon


Recentemente, em 2002, surgiu um novo tipo de sensor digital no mercado, o Foveon
X3, que por enquanto equipa apenas uma câmera digital, a Sigma SD9. Este sensor, do tipo
CMOS, é uma verdadeira revolução no mercado, pois apresenta os sensores de imagem em
camadas, e não mais num único nível com três fotocélulas diferentes para capturar cada cor
(como os CCDs comuns). A vantagem desse sistema, que aproveita a capacidade do silício de
absorver as ondas de luz, é que permite ao sensor funcionar como um filme fotográfico (que
também captura a luz em camadas, embora tenha como sensor uma película química). Assim,
cada pixel é formado por todas as cores, e não por cálculos e interpolações entre as

18
informações colhidas por três fotocélulas diferentes (o que gera perdas). Teoricamente, com
isso obtêm-se mais resolução, nitidez na imagem, e melhor amplitude de cores, igualando ou
até superando a qualidade da fotografia convencional.
Contudo, a tecnologia ainda está em seu começo, com o amadurecimento, se for
comprovada a sua eficiência, deve se constituir no futuro da fotografia digital.

15 O Tamanho da Imagem
Vamos começar por uma pequena revisão do visto até aqui. Como já sabemos, a
qualidade da fotografia digital, tanto impressa como a apresentada na tela, depende
principalmente do número de pixels utilizados para criar a imagem (fator também conhecido
como resolução). Esse número, como vimos, é determinado pela quantidade de fotocélulas
existentes no sensor de imagem da câmera (algumas câmeras usam o artifício de acrescentar
pixels “artificiais”, inflando o tamanho da imagem, mas na prática isso não funciona; apenas
aumenta o tamanho da imagem à custa da qualidade).
Quanto mais fotocélulas e conseqüentemente mais pixels, melhores serão os detalhes
gravados e mais nítidas as imagens. Se alguém ampliar e continuar ampliando qualquer
imagem digital, chegará um momento em que os pixels vão aparecer multifacetados (esse
efeito se chama pixelização). Portanto, quanto mais pixels existirem em uma imagem, mais
ela aceitará ampliações com qualidade; quanto menos pixels, menor a ampliação possível.
Como funciona o artifício de acrescentar pixels “fantasmas”, artificiais, na imagem,
para simular maior resolução? Como o leigo pode distinguir entre a realidade e a ficção no
mundo dos pixels e das câmeras digitais?
As questões acima são pertinentes, pois é preciso cuidado com algumas propagandas
de câmeras digitais e também de scanners. Acontece que existem dois tipos de resolução, a
ótica e a interpolada. A resolução ótica é o número absoluto de pixels que o sensor da imagem
consegue capturar fisicamente durante a digitalização. Ou seja, corresponde exatamente à
realidade. Contudo, por meio de software incorporado na câmera (qualquer programa editor
de arquivos de imagem também pode fazer isso), é possível “acrescentar” mais pixels
fictícios, num processo chamado “interpolação”. Para isso o software avalia os pixels ao redor
de cada pixel que o cerca, para “imaginar” como deveria ser um novo pixel vizinho em termos
de cor e brilho. O que na prática nunca dá certo - as imagens assim geradas apresentam
geralmente inúmeras deficiências. O importante é ter em mente que a resolução interpolada
não adiciona nenhuma informação à imagem – só acrescenta pixels que fazem o arquivo ficar
maior. A qualidade final da fotografia fica geralmente comprometida.
Contudo, como toda regra tem sua exceção, em nível de software hoje em dia já existe
um que realmente consegue a façanha. Ele não “imagina” nada. Realmente cria pixels que
funcionam. Só que não está embutido em nenhuma câmera digital, é vendido somente para
instalação em computadores - este incrível software, que recomendamos, é o Genuine
Fractals. Alguns fabricantes de câmeras digitais já estão distribuindo cópias “lights” deste
software especial junto com suas câmeras, como a Nikon.

16 Bits e Bytes
Quando lemos textos sobre sistemas digitais, freqüentemente encontramos os termos
bit e byte. Alguns conceitos abordados nesta apostila exigem algum conhecimento básico a
respeito, portanto, antes de prosseguirmos, façamos um pequeno resumo destes conceitos.
Um bit é a menor unidade digital, e também a unidade básica de informação que um
computador utiliza. O termo tem como origem o termo binary digit, ou seja, dígito binário.

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Pode ser representado por dois possíveis estados, ligado (indicado pelo número um) e
desligado (indicado pelo zero).
Já os bytes são grupos de 8 bits (agrupados para fim de processamento). Como cada
grupo de 8 bits também tem dois estados (ligado-desligado), e o total de informação contido é
28 , ou seja, 256 combinações possíveis.
É interessante acrescentar ainda que kilobyte é uma medida que representa cem bytes,
enquanto um megabyte corresponde à mil bytes.

17 Resoluções de Monitor
A resolução de um monitor é definida por sua largura e altura em pixels. Por
exemplo, um monitor pode apresentar na tela 640 x 480 pixels, 800 x 600, 1024 x 768 pixels
e assim por diante. O primeiro número é o número de pixels ao longo da tela (largura), e o
segundo o número de linhas.
As imagens apresentadas num monitor são sempre em baixa-resolução. Geralmente as
imagens mostradas na tela são convertidas para uma resolução de 72 pixels por polegada. Na
verdade, não é esse o número exato em cada monitor, mas serve como base. Por exemplo, um
monitor de 14 polegadas terá muito menos espaço físico para distribuir uma imagem com 800
x 600 pixels do que um monitor de 17 polegadas (onde os pixels terão mais espaço para se
espalhar). Por isso, quanto maior o monitor, o ideal é ir aumentando a resolução padrão na
tela para se obter imagem mais nítida. Um monitor de 21 polegadas, por exemplo, pode
perfeitamente apresentar imagens em 1600 x 1200 pixels, enquanto para um monitor de
apenas 14 polegadas isso seria impossível.

17.1 Resoluções de impressoras e scanners


As resoluções de impressoras e dos scanners são geralmente definidas pelo número de
pontos por polegadas (em português, a abreviação pouco usada seria ppp, correspondente ao
inglês dpi) que imprimem ou escaneiam. No monitor, como os pontos correspondem aos
pixels, pode-se dizer também pixels por polegada, enquanto na impressora prevalece o termo
pontos por polegada, pois cada pixel pode ser representado por vários pontos de impressão1.
Como comparação, um monitor tem resolução de 72 dpi, uma impressora jato de tinta caseira
de 600 a 1400 dpi, e uma impressora jato de tinta comercial de 1400 a 2880 dpi ou mais.
Contudo, é importante diferenciar entre a resolução da imagem e as resoluções dos
dispositivos de saída.
1 Isso gera confusão para muita gente, pois quando se salva um arquivo de imagem, a
resolução é dada em pixels por polegada, sendo um arquivo de alta resolução geralmente igual
a 300 pixels por polegada, ou seja, 300 dpi (que correspondem à capacidade máxima de
impressão para impressoras de qualquer tipo). Ora, numa impressora jato de tinta, cada pixel
pode ser representado por vários pontos de impressão, e portanto, mesmo que a resolução da
impressora seja de 2880 dpi, na verdade essa resolução diz respeito apenas a recursos para
melhor representar cada pixel na resolução padrão de 300 dpi.

18 Reprodução das cores

Como se sabe, a luz não passa de uma forma de energia eletromagnética, relacionada
com o rádio, o radar, os raio-x, etc. Ela se propaga a partir de uma fonte de luz (de lâmpadas

20
ao nosso Sol) em movimentos retilíneos, descrevendo ciclos em forma de ondas regulares que
vibram perpendicularmente à direção de sua propagação. Embora não seja de nosso interesse
estudar física, é importante compreender algumas de suas propriedades, principalmente em
função das cores.
A luz, vista pelos olhos humanos, constitui uma faixa relativamente estreita de sua
energia magnética irradiada, que se distribui aproximadamente entre 400 e 700 nm2. Esta
faixa constitui o chamado espectro visível, e dentro dele cada comprimento de onda produz
um estímulo diferente na parte posterior de nossos olhos – assim são percebidas as cores. A
mistura de todos os comprimentos de onda do espectro visível é o que chamamos de luz
branca.
A cores são assim distribuídas no espectro visível:

Antes dos 400 nm existe a chamada luz ultravioleta, invisível para a vista humana. A
partir dos 400 nm, a luz passa a ser perceptível, e é de um violeta profundo, tornando-se azul
na medida em que o comprimento da onda se aproxima de 450 nm. Esse azul vai cedendo
lugar à um verde azulado por volta dos 500 nm, e a partir dos 580 nm começa a surgir o
amarelo. Já nos 600 nm o amarelo vai passando para o laranja, e perto dos 650 nm, o
vermelho vai escurecendo paulatinamente, até que a vista humana não consegue mais
enxergar a luz, que passa ao infra-vermelho.
É importante notarmos que tudo o que vemos (e pode ser fotografado), dependo dos
objetos que refletem os raios de luz, e que são tanto mais visíveis quanto mais próximos
estiverem de uma fonte luminosa. Isso tem conseqüências práticas importantes para a
fotografia em geral, principalmente em função da exposição correta (abertura do diafragma e
velocidade do obturador), e no caso da fotografia digital não é diferente, em função da
sensibilidade necessária para um sensor de imagem capturar as cores. Existem diversas
implicações no modo como as fotocélulas que compõem um sensor percebem a luz, e como o
chip do sensor processa essas informações, conforme veremos adiante.
Um dos grandes problemas da fotografia em geral, desde os seus primórdios, sempre
foi o da captura correta das cores tais como as vemos na natureza, pois isso é praticamente
impossível de ser reproduzido por material fotográfico. A amplitude de cor existente na
natureza não pode simplesmente ser embalada por nenhum mecanismo humano, exceto os
nossos próprios olhos.
Nas primeiras emulsões fotográficas, em branco e preto, apenas os objetos azuis eram
percebidos pelo filme, ficando os de outras cores invisíveis. Mais tarde surgiu o filme
orthocromático, que chegava até o verde, ignorando os tons laranja e vermelho. Finalmente,
com o pancromático, as fotos passaram a cobrir quase todas tonalidades, mas com limitações.
Os filmes a cores também sempre sofreram do mesmo problema, principalmente na hora de
copiar a imagem em papel fotográfico. De qualquer modo, até hoje nenhum tipo de filme
conseguiu cobrir com perfeição as cores da natureza.

21
A fotografia digital enfrenta o mesmo problema. A amplitude de cores que um sensor
digital consegue capturar também é ligeiramente inferior, por exemplo, ao de um filme de
slides, embora já esteja ao nível do filme tradicional em negativo (colorido)2. Vejamos como
a câmera digital “enxerga” as cores e as apresenta na tela de um monitor.

18.1 RGB
As cores na imagem fotográfica apresentada no monitor de um computador diferem
em muito das cores naturais. Na verdade, são mais uma simulação de cores de modo a
“enganar” a vista humana, e permitir que nós enxerguemos as cores na tela.
As cores num monitor são baseadas em três cores primárias – vermelho, verde e azul
(em inglês; red, green and blue, ou RGB). Este modo é chamado aditivo, porque quando as
três cores são combinadas em quantidades iguais, formam o branco. O sistema aditivo é
utilizado sempre que a luz é projetada para formar cores, como em monitores. Assim, num
monitor, cada pixel é composto por um grupo de três pontos, cada um de uma cor (vermelha,
verde e azul).
O grande problema com os monitores para a fotografia digital, é que existem centenas
de modelos de monitores, cada um com um modo próprio de apresentar cores na tela. É
importante estudarmos o que fazer a respeito, pois de repente, vemos uma foto linda em nosso
monitor, e quando é impressa (seja numa impressora caseira ou num laboratório fotográfico),
temos uma decepcionante foto descolorida ou com cores fortes demais...
Os filmes em transparência, ou slides, conseguem maior amplitude de cor que os de
negativo impressos em papel fotográfico

19 Sistemas de gerenciamento de cor


Conforme as imagens passam da
câmera digital ou de um scanner para as telas
dos monitores, e depois para impressoras ou
páginas da WEB, as cores mudam porque
cada equipamento tem seu modo de
apresentá-las. Desse modo, se você imprime
uma página da Internet em sua impressora,
perceberá que as cores aparecem bem
diferentes olhando essa página na tela e
observando o resultado da impressão no
papel...
Para se conseguir cores mais
consistentes em uma grande variedade de equipamentos, é preciso um sistema de
gerenciamento de cores. As cores não coincidem (tela e folha impressa), por bons motivos.
Vejamos o porque:
O monitor e a impressora usam sistemas diferentes de cores – RGB na tela e CMYK
na página. RGB produz cores, não pigmentos ou tintas. CMYK (cores ciano, magenta,
amarela e preta) produz cores combinando pigmentos ou tintas. E o processo de conversão de
RGB para CMYK não é perfeito.
Como já salientei antes, fotógrafos experientes sabem que slides tem mais contraste e
riqueza de cores do que as fotos impressas. Isso acontece porque os slides são vistos por luzes
transmitidas, enquanto as fotos são vistas por luz refletida. O mesmo é verdadeiro para uma
tela de monitor e uma imagem impressa.

22
Os monitores não precisam usar meio-tons para criar cores porque podem variar a
intensidade da cor em cada pixel (a única impressora que consegue isso é a que utiliza um
sistema chamado dye sub, ou sublimação).
Para conseguir imagens impressas mais próximas do resultado da tela, é preciso fazer
testes, imprimindo uma foto e depois ajustando as cores na tela para se assemelharem à foto
impressa (pelos ajustes de brilho e contraste). Mesmo assim isso pode ser muito complicado,
principalmente se as tonalidades não conferirem (cada monitor funciona com sua própria
temperatura de cor, o que gera tons mais azulados (frios) ou mais avermelhados (quentes).
Para superar esses problemas, só utilizando-se um sistema de gerenciamento de cor, ou CMS.
Eu, particularmente, acerto a luminosidade e contraste de meu monitor aproveitando
que o laboratório digital, para o qual envio minhas fotos, trabalha num determinado perfil de
cor que é idêntico ao de minha câmera digital. Assim, tenho assegurado que tanto a câmera
digital como o laboratório trabalham com as mesmas cores. A partir daí, pedi para o
laboratório enviar uma imagem fotográfica de amostra (conhecida como target). Observando
então a fotografia na tela e confrontando com a mesma imagem nas mãos, pude ir acertando
brilho, contraste e tonalidades.
De qualquer modo, existem cores que nunca aparecem corretamente, do mesmo modo
como dificilmente um laboratório de fotografia tradicional envia cópias idênticas de um
mesmo negativo em datas diferentes... O jeito é o fotógrafo se conformar com as pequenas
diferenças - afinal, desde que fotografia existe, esse problema nunca foi completamente
solucionado.
Sistemas de gerenciamento de cor são projetados para manter as cores das imagens o
mais consistentes possíveis entre os processos de escaneamento ou digitalização da imagem,
apresentação na tela e impressão. Isto pode ser uma dor de cabeça para muita gente, e sem
dúvida é o maior entrave ao uso da imagem digital por parte dos leigos. Nada pior que você
olhar na tela uma linda foto colorida, e imprimi-la apenas para ver no papel uma foto que
parece ter sido feita com um filtro cinza em frente à objetiva.
Um sistema de gerenciamento de cor adota um padrão independente em termos de
cores como RGB ou CMYK. Existem muitos sistemas, mas os mais conhecidos são o
Microsoft Image Color Management (ICM), para computadores PC, e o ColorSync para
computadores Mac.Ambiente de trabalho
As cores mudam conforme a fonte de
luz. Até mesmo a luz do dia muda conforme
o sol vai percorrendo seu caminho no céu. Se
as cores mudam tão facilmente, como lidar
com elas? Para isso é preciso estabelecer
condições bem controladas e atribuir números
a essas condições.
O ideal ao se trabalhar num
determinado monitor, seria utilizar sempre da
mesma luz ambiente. Se você costuma editar
suas fotos digitais com a lâmpada comum do
teto, de 100 watts, se abrir a janela ou trocar a
lâmpada por uma de 60 watts, estará
comprometendo seu gerenciamento de cor.
Pequenas mudanças de luz ambiente geram
grandes diferenças nas cores que você percebe em seu micro.
Uma vez que o modelo de cor tenha sido estabelecido (monitor e luz ambiente), uma
parte do trabalho está feita, mas e quando a foto muda de um ambiente de cor para outro? Por

23
exemplo, quando passa do monitor (modelo RGB) para a impressora (modelo CMYK)? Um
perfil de cor é usado justamente para relacionar diferentes modelos de cores como esses.
Então, para tudo funcionar corretamente, o software usado no computador para visualizar e
otimizar as fotos deve ser capaz de incorporar a transferência de perfis de cores das imagens.
Por exemplo, quando uma luz vermelha na tela é enviada para a impressora como uma
série de números 255,0,0 (valores que identificam a cor para o monitor, sendo cada cor
representada numa escala de 0 a 255), a impressora usa o perfil de modo que a cor será
impressa corretamente. Esse valor deve ser convertido para CMYK (isso é feito por uma
tabela), e seguindo o exemplo acima do vermelho, para 0,100,100,0 (valores de cor para
impressoras variam de 0 a 100 para cada cor, mais preto).
Então, para tudo funcionar corretamente seu software deve ser capaz de incorporar a
transferência de perfis de cores das imagens.
O melhor modo de se administrar as cores é através de um software editor de imagens,
como o Adobe Photoshop. As câmeras digitais, em geral, quando salvam uma imagem em
formato JPEG ou qualquer outro, incorporam um perfil de cor, normalmente o sRGB-
ICE61966-2.1 (super RGB).
Se o seu monitor já vem com um driver adequado, o Windows utiliza o espaço de cor
desse monitor. Caso contrário, procure um driver no site do fabricante, na Internet. Se não for
possível, o jeito é estabelecer um padrão do modo mais difícil, manualmente, através de testes
com impressora.
Com o espaço de cor do monitor definido, o software editor de imagens, por sua vez,
deve reconhecer esse ambiente do monitor, e ao abrir um arquivo digital transferido de uma
máquina fotográfica, imediatamente o converter para o espaço de cor adequado do
computador, ou fazer as conversões necessárias para apresentar as cores corretamente.
Para imprimir, a mesma coisa. Será necessário configurar o software editor de imagens
para usar perfil de cor de sua impressora, assim, na hora de imprimir, o programa converte
novamente as informações de cores para que sejam impressas.
Portanto, também no caso da impressora, mais uma vez é fundamental o usuário
dispor de equipamentos que venham com os drivers para o funcionamento correto. Muita
gente, quando compra equipamentos, por desconhecimento não exige os arquivos que
configuram o espaço de cor, ou não dá atenção aos CDs e/ou disquetes com essas
informações. No momento de trabalhar com imagens ou imprimir, contudo, é fundamental
que tudo esteja corretamente instalado e configurado.
Por outro lado, um software editor de imagens é indispensável para quem quer
trabalhar seriamente com fotografia digital. Mais adiante daremos algumas dicas do Adobe
Photoshop, sem dúvida um dos melhores programas do gênero, para otimizar as fotografias
tiradas por câmeras digitais. Além desse software, podemos citar outros interessantes, como o
Paint Shop Pro, o PhotoBrush, o Corel Photo-Paint, e a própria versão light do Photoshop,
voltado para amadores, o Adobe Elements.
Em termos de gerenciamento de cores, o Photoshop dispõe de um excelente sistema
para lidar com ambientes de cor. Para acessar esse gerenciamento, basta ir ao menu Edit,
Color Settings, e estabelecer então o espaço de cor desejado. Desse modo, é possível
gerenciar diversos espaços de cores, para diferentes finalidades.

21 Cores Subtrativas
Voltando às cores no monitor e impressoras. Apesar da maioria das câmeras utilizar o
sistema de cores aditivas RGB, algumas câmeras mais sofisticadas e todas as impressoras
usam o sistema CMYK (de quatro cores). Este sistema, chamado de cores subtrativas, usa três
cores primárias, Ciano, Magenta e Amarelo. Estas três cores são combinadas em quantidades

24
iguais, e o resultado é um preto porque todas as cores são subtraídas. O sistema CMYK é
largamente usado pela indústria de impressão, mas suas cores não podem ser perfeitamente
transmitidas numa tela de monitor, pois precisam ser convertidas para RGB e acontece
alguma perda na conversão.
Na saída da impressora, cada pixel é formado por pequenos pontos de ciano, magenta,
amarelo e tinta preta. Quando esses pontos se sobrepõem, várias cores são formadas.

21.1 Dos Cinzas Nascem as Cores


Já os sensores de imagens das câmeras digitais, que trabalham com o modo de cores
RGB, o mesmo dos monitores, gravam apenas em escala de cinzas – uma série de 256 tons de
cinza que vai do branco puro ao preto puro. Basicamente, só capturam o brilho.
Como então os sensores capturam cores quando tudo o que fazem é gravar cinzas? A
resposta está no uso de filtros azuis, verdes e vermelhos para separar as luzes refletidas de um
objeto colorido. Existem alguns modos de se fazer isso:

• Três partes separadas do sensor de imagem podem ser usadas, cada uma com seu
próprio filtro. Deste modo cada parte do sensor captura a imagem numa única cor.
• Três exposições separadas podem ser feitas, mudando o filtro a cada vez. Deste modo,
as cores são “pintadas” no sensor.
• Filtros podem ser colocados em fotocélulas individuais para que cada uma capture
uma das cores. Neste modo, 1/3 da foto é capturada em luz vermelha, outro 1/3 em
azul e o 1/3 restante em verde.

Canal Azul (acima)

Canal Verde (acima)

25
Quando três exposições separadas
são feitas através de diferentes filtros, cada
pixel no sensor grava uma cor específica na
imagem e três diferentes arquivos são
mesclados para gerar uma imagem colorida.
De qualquer modo, quando três sensores
separados são utilizados, ou quando
diferentes filtros são colocados diretamente
sobre as fotocélulas num sensor, a resolução
ótica desse sensor é reduzida para 1/3. Isto
porque cada uma das fotocélulas disponíveis
grava apenas parte da imagem (no caso, uma
Canal Vermelho (acima) única cor). Por exemplo, em alguns sensores
com 1.2 milhões de fotocélulas, 400 mil
utilizam filtros vermelhos, 400 mil filtros azuis e 400 mil filtros verdes.
Cada fotocélula armazena a cor capturada (pelo filtro) em valores de 8, 10 ou 12 bits.
Para criar imagens completas coloridas de 24, 30 ou 36 bits, usa-se interpolação. Esta forma
de interpolação utiliza as cores nos pixels vizinhos para calcular as duas cores que a fotocélula
não gravou. Combinando essas cores interpoladas com a cor medida diretamente pela célula, a
cor original do pixel é reconstituída (se o pixel é de um vermelho brilhante, e se os pixels
azuis e verdes ao lado também são brilhantes, contabiliza-se um branco brilhante). Isto requer
muito cálculo, pois exige comparações com os 8 pixels vizinhos de forma a esse
processamento ter sucesso. Também resulta em mais informação na imagem, assim os
arquivos ficam maiores.

21.2 Canais de Cores


Cada uma das cores de uma imagem podem ser controladas independentemente e isto
é chamado canal de cor. Se um canal de 8 bits de cor é usado para cada cor num pixel –
vermelho, azul e verde – as três cores combinadas somam 24 bits de cor. Na seqüência na
página anterior, observamos três imagens de uma mesma foto, cada uma delas apresentada
num único canal de cor (utilizei o Photoshop para este exemplo). Observe as diferenças, de
como o computador trata cada um dos canais.
Quando se usa o recurso de interpolação para ampliar artificialmente uma imagem é
preciso haver informação suficiente ao redor dos pixels para contribuir com a informação de
cores, o que nem sempre é o caso. Sensores de imagens de baixa resolução tem um problema
de cores irreais que ocorrem quando um ponto de luz na cena original é somente grande
suficientemente para um ou dois pixels. Os pixels vizinhos não contém nenhuma informação
de cor sobre o pixel, assim a cor naquele ponto pode aparecer sem qualquer ligação com a
imagem que o cerca.

22 Armazenamento da imagem
Imagens digitais são armazenadas em arquivos de bitmaps – uma série de pixels
individuais. Ao longo dos anos, grande número de diferentes formatos de arquivos de bitmap
foi desenvolvido. Cada um tem suas características únicas que o tornam interessante para
determinado uso. Entretanto, vários desses formatos também caíram em desuso ou são
encontrados somente em circunstâncias especiais. Conforme novas necessidades surgem,
como imagens para serem vistas na WEB, novos formatos de arquivos aparecem. De qualquer
modo, todas as imagens (não-animadas) que se encontram na WEB ou em programas

26
multimídia, bem como a maior parte das imagens que se vê impressas, foram criadas ou
editadas no computador como digitais.

22.1 Imagens em bitmap (ou mapa de bits)


Imagens em bitmap são formadas por pixels e são definidas por suas dimensões (em
pixels) bem como pelo número de cores incorporadas. Por exemplo, quando se amplia uma
pequena área de uma imagem de 640 x 480 pixels, os pequenos pixels misturam-se a tons
contínuos do mesmo modo que fotos ampliadas num jornal apresentam uma mistura de
pontos indefinidos. Cada um dos pequenos pixels pode ter uma escala de cinza ou uma cor.
Utilizando-se 24 bits de cor, cada pixel pode assumir qualquer uma das 16 milhões de cores
possíveis. Todas as fotografias e pinturas digitais são em bitmaps, e qualquer tipo de imagem
assim pode ser salva ou exportada. De fato, quando se imprime qualquer formato de imagem
numa impressora laser ou jato de tinta, a imagem é primeiro convertida (rasterized) tanto pelo
computador como pela impressora em bitmap, de tal modo que seja impresso em forma de
pontos.
Bitmaps são amplamente usados mas sofrem de dois problemas inevitáveis:

• só podem ser impressos ou visualizados no tamanho determinado pelo número de


pixels existentes na imagem. Imprimindo-se ou visualizando-se em outro tamanho
pode resultar numa imagem com aberrações óticas.
• para manter a qualidade, o arquivo salvo deve ter informações precisas sobre cada
pixel e cores. Desse modo, os arquivos gerados em bitmap serão muito grandes. Para
diminuir este problema, alguns formatos gráficos, como GIF e JPEG foram criados
para armazenar imagens num formato comprimido.

23 Formatos de imagens
Existem dois tipos
de formato para imagens: os
formatos próprios de
softwares (padrões), e os
formatos de aplicação geral
para transferência entre
diferentes mídias e até
sistemas operacionais.
Conforme novos programas
surgem, os desenvolvedores
tem apresentado a tendência de criar formatos próprios para suas aplicações, que só podem ser
“lidos” pelos seus próprios softwares. Parte disso é em função de levar vantagem sobre a
competição, e parte a necessidade de se projetar novos procedimentos e possibilidades. De
qualquer modo, formatos próprios podem causar problemas quando se quer transferir as
imagens para outros programas.
Como formatos próprios são limitados, os formatos para transferência são projetados
para possibilitar que as imagens possam ser abertas por praticamente qualquer programa.
Alguns se tornaram assim padrões – qualquer aplicativo pode abri-los e salvar imagens com
sua extensão.

27
24 Compressão
Quando se digitaliza uma foto, o tamanho do arquivo é grande se comparado a outros
arquivos de um computador. Uma imagem de baixa resolução em 640 x 480 pixels, por
exemplo, pode ter até 307.200 pixels, o que resulta num tamanho de arquivo, sem
compressão, de quase um megabyte. Portanto, a compressão de imagens é uma necessidade,
ou o disco rígido do computador ficará lotado somente com as fotos.
Durante a compressão, a informação é duplicada e tudo o que não tiver valor é
eliminado ou salvo de modo resumido, reduzindo o tamanho do arquivo. Quando a imagem é
editada ou apresentada, o processo de compressão é revertido.
Existem dois modos de compressão – com ou sem perda – e a fotografia digital utiliza
os dois modos.
A chamada lossless compression (menos perda) comprime uma imagem de tal modo
que a qualidade é mantida. Embora pareça a ideal, não proporciona redução significativa do
arquivo, que geralmente fica reduzido a um terço do tamanho original. O padrão mais
utilizado é o LZW (Lempel-Ziv-Welch), que tanto em arquivos GIF como TIFF produz
compressão de 50 a 90%.
A maioria das câmeras digitais utiliza o sistema de compressão com perda, já que o
espaço para armazenagem de imagens é extremamente complicado e caro (falaremos dos
cartões adiante) e, em geral, a qualidade é mantida por meio do JPEG em qualidade máxima
de compressão. O formato descarta informações não importantes da imagem. Por exemplo, se
grandes áreas do céu são azuis, só o valor de um pixel precisa ser salvo – quando a imagem é
aberta, aquele valor é aplicado para todo o conjunto (por isso os tamanhos de arquivos
comprimidos variam muito, pois dependem de quanta informação de cor existe na imagem).
Contudo, como a qualidade é afetada pelo grau de compressão, para o usuário mais
exigente e para profissionais, as câmeras mais avançadas permitem que se opte pela imagem
em TIFF (o que obriga a um cartão de memória de grande capacidade).

28
25 Formatos para câmera digital
Praticamente todas as câmeras
digitais salvam as fotos no formato JPEG,
embora algumas poucas (as mais sofisticadas)
também o façam em TIFF. Algumas ainda
salvam no modo original em que capturam a
imagem, também conhecido como formato
RAW (palavra que significa cru, natural,
matéria-prima). Vejamos as principais
características de cada um desses formatos.

25.1 JPEG
O formato JPEG (Joint Photographic
Experts Group), que os americanos
pronunciam “jay-peg”, e no Brasil “jota-peg”, é um dos mais populares, principalmente para
fotos na Web. Ele tem duas características importantes:
A primeira é que o JPEG utiliza um esquema de compressão que sofre perdas, mas o
grau de compressão (e conseqüente perda de qualidade) pode ser ajustado. Em resumo, muita
compressão, muita perda, pouca compressão, pouca perda.
A segunda é que este formato suporta 24 bits de cores. Já o formato GIF, o outro tipo
de arquivo muito utilizado na Internet suporta apenas 8 bits.
Um detalhe importante é que se uma foto em JPEG for aberta e depois salva
novamente, cada vez que é salva torna a ser comprimida, o que gera mais perda. Portanto, a
perda de qualidade é acumulativa. Para evitar que uma imagem vá se deteriorando, deve-se
abri-la e tornar a salvá-la o menos possível. Uma recomendação quando se trabalha com
imagens em JPEG é salvar um original em TIFF (formato sem compressão como veremos
adiante), e sempre que for necessário trabalhar nesse formato, para somente no momento de
enviar a foto ou disponibilizá-la por outros meios (como a WEB) gravar a imagem em JPEG.
Em termos práticos, quando se utiliza o formato JPEG, que é praticamente o padrão
utilizado pelas câmeras digitais por causa do problema de falta de espaço para armazenamento
de arquivos, na primeira vez em que o arquivo é aberto a perda é quase imperceptível em
relação a uma mesma foto salva sem compressão. Contudo, se a mesma imagem for sendo
editada, aberta e novamente salva, consecutivamente, vai chegar um momento em que a perda
será notável.
O formato de imagem JPEG pouco tem mudado desde que surgiu. Contudo,
recentemente se trabalhou num novo projeto de formato JPEG pelo Digital Imaging Group
(DIG).O novo formato JPEG tem 20% a mais de compressão com menos perda de qualidade,
ou seja, ficou ainda melhor. Contudo, ainda não está sendo utilizado pelos softwares mais
importantes. Sua extensão pode ser J2K ou JP2.

25.2 TIFF
O formato TIFF (Tag Image File Format), foi originalmente desenvolvido para salvar
imagens capturadas por scanners e para uso em programas editores de imagens. Este formato,
sem compressão e sem perda de qualidade, é largamente aceito e praticamente reconhecido
por qualquer software e sistema operacional, impressoras, etc. Além disso, é o formato
preferido para aplicações em editoração eletrônica. O TIFF também é um modo de cores de
24 bits.

29
25.3 CCD RAW
Quando um sensor de imagem captura informação que gera uma imagem, algumas
câmeras digitais permitem que se salve um arquivo não processado, ainda “cru” (por isso é
chamado RAW). Este formato contém tudo o que a câmera digitalizou. O motivo para seu uso
é livrar o processador da câmera digital da tarefa de realizar os cálculos necessários para
otimização da imagem digital, possibilitando que isso seja feito no computador. Uma imagem
em RAW terá, depois de aberta no computador e otimizada, de ser salva num formato
qualquer para ser utilizada.
Uma vantagem desse formato é gerar um arquivo menor do que no formato TIFF
(pelo menos 60%). Como um computador terá muito mais capacidade de processamento que a
câmera, a imagem final também terá melhor qualidade do que se for diretamente salva pela
própria câmera em formatos JPEG ou TIFF. Contudo, vale notar que o usuário deverá ter
domínio de técnicas de otimização de imagem para poder aproveitar este formato.
Aqui uma observação importante: de qualquer modo, utilize a câmera que for, o
fotógrafo mais exigente terá que aprender a conviver com softwares editores de imagens de
modo a corrigir pequenos problemas de processamento incorreto gerado no arquivo da
imagem pela câmera digital - os processadores desta sempre serão mais limitados do que os
dos computadores, e assim, a imagem sempre terá algum trabalho a ser feito. O básico sobre o
que fazer e como fazer veremos adiante.

25.4 GIFs (.GIF)


O formato GIF (Graphics Interchange Format) é amplamente usado na Internet, mas
principalmente para artes e desenhos, não para fotografias. Este formato armazena apenas 256
cores numa tabela chamada “palette”. Contudo, em termos de fotografia, podemos deixá-lo de
lado a não ser que se pretenda exibir uma animação – no caso, o GIF funciona bem para isso.
Mais como curiosidade, existem duas versões do GIF na Web; o original GIF 87a e
uma nova versão mais nova, a 89a. Ambas utilizam um processo chamado interlacing
(entrelaçado) – as imagens são armazenadas em quatro passadas ao invés de uma, como na
versão antiga. Assim, quando a imagem é exibida num browser, vai surgindo uma linha por
vez. Outra característica importante é que o fundo pode ser transparente, para isso é preciso
especificar que cor da tabela será assim considerada; quando o browser abrir a imagem,
substituirá a cor selecionada como transparente pelo que estiver sendo apresentado na janela
do browser sob a imagem.
Quanto à animação, uma imagem em GIF consegue simular um pequeno filme, o que
pode tornar interessante para uso com fotos. Só que a resolução tem que ser baixíssima, e a
qualidade muito ruim, já que apenas 256 cores serão apresentadas (ou até menos). Caso
contrário, será muito demorado de carregar a imagem e o visitante pode se desinteressar.

26 Cartões de memória
Muito bem, agora que já se tem uma idéia de como uma máquina fotográfica digital
captura e salva a imagem, vamos tocar num ponto muito importante: o armazenamento das
fotos.
Gravar as fotografias (como arquivos de imagem) é uma das tarefas mais difíceis e
(ainda) limitantes para um equipamento digital. O problema é que fotografias em alta
resolução, com qualidade para ser impressa em tamanhos razoáveis, formam arquivos muito
grandes.

30
Este é, de fato, ainda um dos fatores não resolvidos da fotografia digital. Para se ter
melhor idéia, vamos relacionar formatos de arquivos, resoluções de fotos e tamanhos
estimados de arquivos:

Formato Resolução Tamanho (estimado)


TIFF 2048x1536 9,0 MB
JPEG 2048x1536 1,2 MB
JPEG 1600x1200 0,7 MB
JPEG 640x480 0,2 MB

Como se observa pela tabela acima, para se tirar 36 fotografias no formato TIFF em
alta resolução (o que corresponderia a quantidade de fotos de um filme tradicional) seriam
necessários nada mais nada menos que 324 MB de espaço num cartão de memória. Sim, já
existem cartões dessas dimensões, mas ainda custam muito caro. Para baratear custos, os
fabricantes costumam entregar, junto com a câmera, cartões digitais de 8 ou 16 MB de
capacidade. Muito pouco, como se percebe, quando se fala em altas resoluções. Contudo,
quando a idéia são fotos para a Internet, tipo 640 x 480 pixels (que representam arquivos por
volta de 10 kbs), pode-se tirar centenas de fotos num cartão de memória de 8 MB.

27 Equipamentos para armazenamento de arquivos de


imagens
Com câmeras tradicionais, o filme é utilizado
tanto para gravar como armazenar a imagem. Com
câmeras digitais, equipamentos separados realizam essas
duas funções. A foto é capturada pelo sensor de imagem, e
depois gravada num equipamento de armazenamento.
Praticamente todos os novos modelos de câmeras
digitais usam alguma forma de mídia de armazenamento
removível, normalmente cartões de memória flash.
Também são usados pequenos discos rígidos e até mesmo
disquetes.
Qualquer que seja o tipo utilizado, a câmera
permite que se remova o equipamento quando este ficar
com o espaço de armazenamento completo e que se insira
outro. O número de imagens que se pode gravar até completar o espaço disponível depende de
uma série de fatores:

• A capacidade em tamanho (expressa em Megabytes) do equipamento


• A resolução com a qual as fotos são feitas
• O quanto de compressão é usada no arquivo salvo

O número de imagens a ser armazenada é importante porque uma vez que se atinja
esse limite não há outra escolha senão parar de tirar fotos ou apagar algumas já feitas de modo
a criar espaço. O quanto de espaço o usuário precisa depende parcialmente do uso que
pretende da câmera.

31
27.1 Mídias para armazenagem de imagens
Desde que cartões de memória flash e discos magnéticos (rígidos e disquetes) são
amplamente usados em câmeras digitais, vamos examinar e comparar os diferentes formatos
disponíveis.

Em comum:

• Ambos são reutilizáveis, pode-se apagar arquivos


• Normalmente são removíveis, assim podem ser trocados quando se chega ao limite do
armazenamento
• Podem ser removidos da câmera e conectados no computador ou na impressora para
transferir as imagens

Diferenças:

• Discos magnéticos tem partes móveis, enquanto cartões de memória flash não
• Discos magnéticos são geralmente mais baratos (por foto armazenada) e mais rápidos
• Cartões de memória são menores, mais leves e menos sujeitos a danos

Vejamos agora os principais tipos de equipamentos para armazenamento de fotos em


câmeras digitais.

28 Cartões de Memória Flash


Conforme a popularidade das câmeras digitais e
outros equipamentos portáteis cresce, também aumenta a
demanda por equipamentos de armazenamento baratos e de
pequeno tamanho. O de maior sucesso é o cartão de
memória flash, que usa chips de estado sólido (solid state)
para armazenar os arquivos de imagem. Embora os chips de
memória flash sejam similares ao chips RAM usados
dentro do computador, existe uma importante diferença:
cartões flash não precisam de baterias e não perdem as
imagens se forem desligados. As fotos são mantidas
indefinidamente sem qualquer energia.
Cartões de memória flash consomem pouca energia, ocupam pouco espaço e são
muito robustos. São também muito convenientes, fáceis de transportar e trocar conforme o
necessário.

28.1 Tipos de cartões flash


Existe grande quantidade de cartões de memória flash disponíveis no mercado,
contudo é preciso cuidado pois a maioria deles não são compatíveis. Ou seja, se uma câmera
adota um tipo, dificilmente pode acomodar outro. Quando se investe num determinado tipo de
cartão, fica-se preso ao tipo de câmera que o utiliza e vice-versa.
Até recentemente, a maioria dos cartões de memória vinham no formato PC Card
(PCMCIA) que eram originalmente usados em computadores tipo notebook. De qualquer

32
modo, com o crescimento do mercado digital e outros, surgiram novos formatos ainda
menores. Como resultado, existe uma confusa variedade de cartões de memória incompatíveis
uns com os outros, e que são:

• PC Cards
• CompactFlash
• SmartMedia
• xD Cards
• MemorySticks
• Multimedia Cards

Quando os computadores laptop tornaram-se populares, não tinham espaço suficiente


para os acessórios e equipamentos tradicionais dos microcomputadores, assim surgiram os
cartões tipo flash. Chamados inicialmente cartões PCMCIA (Personal Computer Memory
Card International Association), mais tarde tiveram o nome mudado para PC Cards. De
qualquer modo, muita gente os conhece pelos dois termos.
Seja como for, eles eram usados na maioria dos computadores tipo notebook e logo
em algumas câmeras. Mais ou menos do tamanho de um cartão de crédito, PC Cards vinham
com uma grande variedade de modelos e espessuras, mas eram os do tipo I e II os usados para
memória flash.
Do mesmo modo como Compact Flash e SmartMedia, os PC Cards são compatíveis
com ATA, assim podem ser intercambiados de sistema. Qualquer cartão compatível ATA
pode funcionar com qualquer sistema compatível ATA, incluindo câmeras digitais e quase
todos os computadores portáteis. Estes cartões armazenam até 1.2 GB
Os PC Cards possuem a maior capacidade de armazenamento entre os cartões, mas por
causa das dimensões maiores são usados somente em câmeras digitais profissionais.

28.2 Cartões CompactFlash


Os cartões de memória CompactFlash foram desenvolvidos pela SanDisk, e usam a
popular arquitetura ATA que simula um disco rígido. Os cartões tem 36.4 mm de largura por
42.8 mm de comprimento. É o formato mais usado entre os fabricantes e atualmente o mais
avançado modo de armazenamento para câmeras digitais destinadas ao consumidor comum e
avançado. O CompactFlash type I chega a 1 GB. Existe ainda o CompactFlash type II, de
menores dimensões.

28.3 Cartões SmartMedia


O modelo SmartMedia é o maior competidor para o CompactFlash e é usado por
alguns importantes fabricantes. Também é baseado na arquitetura ATA. A maior vantagem do
SmartMedia é a simplicidade; não passa de um chip tipo flash num cartão. Não contém
controladores nem circuitos de suporte, o que resulta numa miniaturização de acordo com os
interesses do fabricante. O problema com esta abordagem é que são necessárias funções de
controle, que precisam então ser construídas na câmera, assim compatibilidade entre velhos
modelos e novos modelos não fica garantida.
Podem armazenar até 128 MB e são menores em tamanho que o CompactFlash.

28.4 Cartões xD-Picture Card


Os cartões xD-Picture Card são cartões flash de memória desenvolvidos e de
propriedade de um consórcio formado pela Olympus, FujiFilm e Toshiba. São os de
concepção mais recente, caracterizando-se por dimensões bem diminutas. Surgiram no final

33
de 2002, e tem ganho espaço no mercado por estarem equipando as novas câmeras digitais da
Olympus e da Fuji. Atualmente atigem capacidade de até 512 MB, e podem chegar, com o
desenvolvimento natural por parte de seus fabricantes, até 8 GB. Os cartões xD-Picture
podem representar o fim dos cartões SmartMedia, vindo a substituí-los.

28.5 Cartões Sony MemorySticks


A Sony desenvolveu um novo tipo de cartão de memória flash chamado Memory
Stick. A versão atual tem capacidade para até 128 MB. É um formato próprio de câmeras
Sony

28.6 Cartões MultiMedia


Um cartão MultiMedia pesa menos que duas gramas e é do tamanho de um selo postal.
Idealizado inicialmente para telefones celulares e pagers, outros mercados como fotografia
digital e tocadores de música MP3 o adotaram principalmente pelo tamanho reduzido.
Capacidade varia muito, e pode chegar até 1 GB

29 Discos magnéticos
29.1 Disquetes
Um dos mais antigos e baratos meios de armazenagem de informação continua sendo
o velho disquete. Difícil encontrar um computador sem um drive para ele. A grande vantagem
é a simplicidade e o uso universal, sem a necessidade de instalação de softwares, drivers ou
qualquer outro recurso para se acessar a imagem. Contudo, a grande desvantagem é o espaço
extremamente limitado de armazenagem.

29.2 Discos rígidos


Um dos pontos fracos dos cartões de memória CompactFlash é a capacidade de
armazenamento relativamente pequena. Para câmeras digitais de alta resolução, isso é um
problema grave. Uma solução é o uso dos ultra-rápidos discos rígidos, iguais aos dos
computadores mas em tamanho miniatura. A solução é da IBM, que criou o Microdrive, um
disco rígido do tamanho de um cartão de memória flash, e que pode ter até 1 GB de espaço
para armazenamento.
O microdrive da IBM é menor em volume e mais leve do que um rolo de filme
tradicional. Tão pequenos que podem ser conectados num slot do CompactFlash Type II
(compatível) numa câmera digital ou num leitor de cartões. O Microdrive apareceu primeiro
nas câmeras mais caras, mas eventualmente, com os preços caindo, poderá ser adotada por
equipamentos mais acessíveis.

34
30 Transferindo arquivos
Vamos agora ao que mais interessa
na prática ao fotógrafo, ou seja, uma vez feita
a foto, como transferi-la para o computador,
otimizá-la através de software e depois
armazená-la adequadamente.
Existem diversos modos de transferir
as imagens para um computador. O menos
recomendado é através de porta serial, por ser
um processo de comunicação muito lento.
Portanto, o mais prático é usar uma câmera
com saída USB diretamente no computador.

Funciona de um modo bem simples:


basta instalar o drive da câmera no sistema
operacional, depois é só conectar a câmera na
porta USB através de cabo apropriado que já
vem com a câmera. Surge um menu de
transferência na tela, ou o cartão de memória
da câmera aparece como se fosse mais um
disco de armazenamento do computador,
sendo-lhe atribuído uma letra. Por exemplo,
se o seu computador tem o disco rígido como
C: e o CD-ROM como D:, o cartão da câmera
(uma vez acoplada) surgirá como E:
Assim, bastará clicar sobre o ícone de
E: para acessar o cartão da câmera
diretamente do computador. Depois basta selecionar e arrastar os arquivos de fotos (como se
faz para copiar ou mover arquivos entre pastas do Windows, por exemplo) para transferir as
fotos para o disco rígido.

31 Gerenciando fotos
Quando se fala de imagens digitais num computador, existem dois passos a serem
tomados para quem quer lidar com fotografia: organizar as imagens de modo a encontrá-las
facilmente, ou seja, criar uma espécie de álbum de fotografia virtual, e saber como retocar as
imagens para que estas fiquem otimizadas tanto para visualização como para impressão.
Comecemos para organização das fotos.
Logo que você começa a trabalhar com imagens digitais, vai se deparar com o
problema de como encontrar rapidamente aquela fotografia do aniversário de seu filho. Ou
das últimas férias. E assim por diante. Isso porque, se num álbum real a gente reconhece as
fotos enquanto vai folheando as páginas, no computador a coisa é um pouco diferente.
Quem está acostumado a organizar seus arquivos de texto ou outro tipo qualquer já
tem noção de alguns princípios de organização. Normalmente a gente adota pastas com nomes
adequados para cada assunto, e vai colocando os arquivos pertinentes dentro de cada pasta.
Recomendamos o mesmo sistema para fotografias. Independente do software de
catalogamento que você adotar, por princípio sempre é bom ter um sistema pessoal de
organização em seu computador independente de softwares.

35
Existem inúmeros softwares para gerenciar imagens num micro. Alguns interessam
apenas a amadores, que pretendem visualizar pequena quantidade de imagens na tela, outros
são projetados para profissionais, permitindo gerenciar extensos bancos de imagens por
palavras-chave, inclusive por meio de servidores na Internet.
E se você for levar mesmo fotografia digital a sério, outra recomendação fundamental
é adquirir um gravador de CD-ROM. Assim, é possível armazenar uma quantidade ilimitada
de imagens, mesmo em alta resolução, gravando-se em CDs.

32 Verificando o sistema operacional


Antes de prosseguirmos, se você quer ver em seu sistema a cor correta de uma foto,
deve configurar o sistema operacional, como o Windows, para apresentar o modo “True
Color” na tela do monitor (se sua placa de vídeo suportar isso). Vá ao painel de controle, e
entre em propriedades do monitor. Na caixa de diálogo, entre com a maior capacidade de
cores que tiver o driver da placa (true color, ou 24 bits, ou ainda 36 bits). Em high color (12
ou 16 bits) a imagem ainda não está ideal.
Como bits e cores se relacionam? É simples aritmética. Para calcular quantas
diferentes cores podem ser capturadas ou apresentadas na tela, simplesmente use
exponenciação. Por exemplo, 8 bits de cores corresponderão a 28 = 256 cores.
Imagens em preto e branco requerem somente 2 bits para indicar que pixels serão
brancos e quais serão pretos. Escalas de cinza exigem 8 bits para apresentar 256 diferentes
tons de cinza. Imagens coloridas são mostradas utilizando-se 4 bits (16 cores), 8 bits (256
cores), 16 bits (65 mil cores, este é o chamado High Color), e 24 bits (16 milhões de cores).
Algumas câmeras e monitores podem apresentar até 30 ou 36 bits. Esta informação extra
serve para melhorar ainda mais as cores, mas é processada, no final, em 24 bits de cor no
máximo. A própria vista humana jamais enxergará esses milhões de cores que o computador
pode oferecer...

33 Editando as imagens
A maioria das fotografias digitais, quando são abertas no computador, estão
teoricamente prontas para impressão. Contudo, nem sempre se encontram otimizadas, ou seja,
é como se alguém tirasse uma foto comum e percebesse que a imagem está sem contraste, ou
muito escura, etc. No caso da foto tradicional nada há a fazer (a não ser que a pessoa possua
um quarto escuro e inúmeros recursos e equipamentos para preparar cópias corrigidas dentro
de certos limites). Só que enquanto a fotografia convencional permitiria que se corrigisse num
processo demorado apenas uma cópia em papel por vez, no computador o fotógrafo pode
editar a imagem, melhorando sua qualidade em um minuto ou menos de tempo dispendido, e
nunca mais mexer nela – depois, sempre que tirar uma cópia, seja para distribuição on-line ou
imprimir, o original estará perfeito...
Para isso, utilizam-se programas específicos para correção de detalhes, que vão de
problemas simples (como olhos vermelhos, brilho, contraste) a mais sofisticados (como
correção de cores por canais individuais, etc).
Se o usuário é amador, ou seja, não tenha necessidade de enviar a foto para impressão
em revistas ou uso publicitário, softwares simples resolvem os pequenos problemas. Contudo,
se você é um fotógrafo mais exigente, ou profissional, então o jeito é adotar o Adobe
Photoshop.

36
34 Ajustando a imagem
Muito bem, uma vez garantido que as
cores que você vê na tela estarão muito
próximas da realidade, o próximo passo
importante na otimização da imagem é
verificarmos os levels (níveis de cor) da
imagem. Ocorre que muitas vezes a foto vai
gerar uma amplitude de cores que na verdade
não existe, e com isso as cores na imagem
aparecerão incorretas, pois a imagem é
gravada com a amplitude completa. Existem
vários softwares que podem corrigir isso, mas
vamos nos limitar ao Adobe Photoshop.
Nesse programa, é possível corrigir os níveis
O controle Levels do Photoshop
de cor tanto automaticamente como
manualmente pelo menu para correção do histograma, em Image, Adjust, Levels...
Um histograma é um gráfico que mostra todos os níveis de brilho possíveis dentro de
uma imagem, a partir de um ideal que vai de puro preto (valor 0), a puro branco (valor 255).
Muitas vezes uma foto possui falhas dentro desse gráfico, que podem ser corrigidos
arrastando-se pequenos triângulos corretivos no Photoshop. Na maioria dos casos, escolher a
opção de correção automática resolve o problema.
Contudo, corrigir automaticamente nem sempre gera um bom resultado. O ideal é
experimentarmos a correção manualmente, pela ferramenta “conta-gotas” visível no menu, ou
arrastando-se com o mouse os indicadores de canal (pequenos triângulos ao longo da linha
que acompanha o histograma). Só com a prática se aprenderá melhor a utilizar este recurso.
Outra correção fundamental é em termos de brilho e contraste. Geralmente as imagens
digitais são pouco contrastadas ou com pouco brilho, dependendo do modelo e marca da
câmera. Um ajuste quase sempre funciona bem, e isso é melhor resolvido pelo menu Image,
Adjust, Curves...

Contudo, o uso deste recurso do


Photoshop é mais sensível, também exige
prática. Para simplificar, pode-se corrigir os
níveis de brilho e contraste no menu Image,
Adjust, Brightness/Contrast..., mas se você
conseguir trabalhar no modo Curves... o
resultado será melhor.
A maioria das fotos tiradas com uma
câmera digital contém ainda algum desfoque
que pode ser corrigido usando-se um
processo chamado, no Photoshop, unsharp
masking. A ferramenta funciona localizando
bordas dentro da imagem procurando por
pares de pixels adjacentes que tenham uma
específica diferença de brilho (chamada pelo
Photoshop “threshold”) e aumenta o
O modo Curves do Photoshop contraste entre esses pixels em certo valor.
Isso afeta não apenas os pixels mudados, mas também numa certa distância.

37
Os controles desse filtro são três:

1. threshold é a diferença entre o brilho


de dois pixels antes deles serem
considerados bordas e ganhar nitidez
pelo filtro. Se for deixado em 0, todos
os pixels na imagem ganharão
nitidez. Em raros casos deve-se
alterar para valores entre 2 e 20, o
ideal é deixar sempre em zero.
2. O valor amount é a porcentagem em
que o contraste entre cada borda é
melhorado. Um bom valor para
começar é por volta de 100%.
3. O radius é o número de pixels ao
redor da borda que ganham nitidez.
Para começar, deve-se usar um valor
entre 1 e 2 pixels, mas dependendo da
foto, até 0,5 serve.

Enfim, estes são os retoques básicos.


Com o tempo você poderá se divertir com as
Com o Unsharp Mask ganha-se nitidez na imagem
centenas de outros recursos, filtros, etc, que o
Photoshop é capaz. Basta adicionar sua
criatividade.

35 Onde e como imprimir


Finalmente, chegou o momento aguardado de
imprimir as fotos. Você pode tanto mandar para um
laboratório de modo a fazer cópias em papel fotográfico
comum, como imprimir em sua impressora caseira (mas use
sempre papel fotográfico para isso, ou terá decepções).
A resolução em pixels necessários para bons
resultados na impressão depende muito da impressora que
estiver usando. Em qualquer impressora jato de tinta, serão
necessários pelo menos uns 300 dpi para simular uma foto. Um detalhe, se a imagem tiver
sido obtida por escaneamento a partir de uma revista ou folha impressa, conterá pequenos
pontos (retícula) e será mais difícil a imagem ficar correta (existe um filtro no Photoshop, o
Gaussian Blur, para atenuar esse efeito).
Impressoras postscript e profissionais utilizam uma medida de resolução chamada
linhas por polegada (LPI). É baseada na grade que usam para “quebrar” uma imagem de
meio-tons, como uma fotografia, em pequenos pontos (que o computador chama pixels).
Historicamente, essas grades (halftone line screens) têm linhas retas que variam em largura, e
a terminologia LPI permaneceu. Impressoras postscript alcançam entre 85 e 180 lpi – e estes
números podem ser considerados padrões de impressão. O número menor é usado em
impressão para jornais, e o maior em imagens de alta qualidade. Quando se escaneia
fotografias para uso específico, procure capturar a imagem no dobro do valor de lpi para dpi.
Por exemplo, se a imagem será impressa em 133 lpi, escaneie ao menos em 266 dpi.

38
Normalmente, as fotos tiradas por câmeras digitais gravam imagens com resolução de
72 dpi (seja em JPEG ou TIFF). Ocorre que essa é uma opção para uso no vídeo (WEB),
então o primeiro passo, quando se abre um arquivo recém-chegado da câmera, é converter a
imagem para 300 dpi.
Vejamos um exemplo prático. Quando abro uma foto vinda diretamente da minha
câmera digital no Photoshop, ela aparece configurada para 72 dpi. Ora, como essa imagem
tem 2048 x 1536 pixels, se eu imprimir diretamente isso surgirá uma imagem de 72,25 x
54,19 cms em baixa resolução! Então, basta mudar para 300 dpi, que a impressão surgirá
correta, em alta resolução e no tamanho de 17,34 x 13 cms.

36 Detalhes sobre a impressão


Para entendermos melhor o processo de
impressão de uma imagem digital, em primeiro lugar é
preciso entender que um pixel não tem tamanho ou
forma. No momento em que “nasce”, é simplesmente
uma carga elétrica. Seu tamanho e aparência são
determinados apenas e tão somente pelo equipamento
que o apresenta. Entender como o pixel e o tamanho da
imagem se relacionam um como o outro exige um
pequeno esforço - mas nada além do que um
conhecimento de matemática básico.
Um pixel torna-se visível no sensor de imagem
de uma câmera desde o momento exato em que o
obturador abre. O tamanho de cada fotocélula no sensor
pode ser medido, mas os pixels em sí são apenas cargas
elétricas convertidas em números digitais. Esses
números, como qualquer outro número que se imagine,
não tem tamanho físico.
Com 300 dpi a imagem fica correta para o Embora os pixels capturados não tenham
olho humano dimensões físicas, pela quantidade de fotocélulas
existentes sobre a superfície de um sensor pode-se estabelecer uma quantidade de pixels na
fotografia digital.
Como os pixels armazenados num arquivo de imagem não têm tamanho físico ou
formato, não é de estranhar que o número de fotocélulas não indique por sí mesmo a definição
da imagem ou mesmo seu tamanho. Isso porque as dimensões de cada pixel capturado e a
imagem da qual faz parte são determinados pelo equipamento de saída. Este equipamento de
saída (digamos um monitor ou um impressora), por sua vez, pode expandir ou contrair os
pixels disponíveis na imagem por uma pequena ou grande área da tela ou do papel de
impressão.
Se os pixels de uma imagem são comprimidos numa área menor, a nitidez perceptível
ao olho humano aumenta. Imagens em alta resolução apresentadas em monitores ou impressas
parecem mais nítidas porque os pixels disponíveis na imagem são agrupados numa área
menor – não porque existam mais pixels. Se os pixels são ampliados, passando assim a
mesma imagem a cobrir uma área maior, a percepção de nitidez da imagem diminui. E se
aumentarmos a imagem além de certo ponto, os pixels passam a parecerem quadrados.
Assim, como no exemplo citado quando abrimos o arquivo da foto recém tirada, ela
aparece com 72 dpi, o que expande a imagem para aquele tamanho enorme de mais de meio
metro, e com certeza torna a foto completamente tomada por visíveis pixels quadrados.No
momento em que determino que a saída deve ser de 300 dpi (a maior resolução possível), os

39
pixels se agrupam corretamente para o olho humano, e a imagem a ser gerada diminui para os
pouco mais de 17 centímetros.

37 A imagem no monitor
Como já vimos, quando uma imagem digital é apresentada na tela do computador, o
tamanho é determinado por três fatores – a resolução do monitor, o tamanho da tela, e o
número de pixels na imagem. Vamos rever isso tudo para uma melhor compreensão do
momento da impressão.
O tamanho de cada pixel na tela é determinado pela resolução do monitor. Esta
resolução é quase sempre dada a partir de um par de números que indicam a capacidade da
tela em largura e altura. Por exemplo, a resolução básica de um monitor de 14 polegadas é de
640x480 pixels – uma resolução pequena. Um tamanho médio de resolução seria 800x600
pixels, enquanto uma resolução alta para o mesmo monitor seria de 1024x768 pixels. O
primeiro número significa a largura, ou seja, quantos pixels ocupam a largura da tela,
enquanto o segundo número corresponde a quantas linhas (altura) de pixels cabe na tela.
Lembrando que a apresentação dos pixels é sempre em 72 dpi num monitor.
Assim, a quantidade de pixels por polegadas (ppi) que aparece num monitor de
computador depende da resolução utilizada, já que serão necessários muito mais pixels num
monitor de 14 polegadas numa resolução de 1024x768 do que numa de 640x480.
Do mesmo modo que a resolução da tela afeta o tamanho da imagem, assim acontece
com o tamanho do monitor. Se você tiver um monitor de 14 polegadas e outro de 21
polegadas, e usar a mesma resolução nos dois, digamos, 800x600 pixels, as imagens
aparecerão de tamanhos bem diferentes, pois os pixels (como não tem dimensão), irão se
acomodar para preencher todo o espaço da tela. Assim, uma mesma imagem em 800x600
pixels, no monitor de 14’ aparecerá nítida, enquanto no de 21’ poderá se apresentar sem
nitidez nenhuma.
Finalmente, o que determina a resolução do monitor, além da capacidade do próprio
equipamento em apresentar determinados modos de resolução, é a placa de vídeo do
computador. Para um fotógrafo, uma boa placa de vídeo é tão importante quanto dispor de um
bom monitor. Existem diferenças significativas de qualidade tanto entre monitores como
placas de vídeo (como todo garoto que joga games no computador bem sabe).

38 Entendendo pixels por polegada


Infelizmente todas as medidas utilizadas por impressoras e computadores foram
determinadas nos Estados Unidos, onde se continua utilizando esse nonsense que são as
medidas em pés, polegadas e assim por diante. Então o jeito é nos adaptarmos. Lembrem
sempre que 1 polegada vale 2,54 cms, ou seja, pouco mais de 2 centímetros e meio.
Normalmente o usuário não tem como mudar o número de pixels de uma imagem para
assim mudar o tamanho da imagem impressa. Esta tarefa é gerenciada pelo software que se
utiliza para imprimir a imagem. Portanto, a primeira coisa a ser checada é se a imagem terá a
resolução correta (de 300 dpi) no tamanho que você pretende imprimir.
Aqui, uma dica. Se você estiver imprimindo na sua impressora caseira, pode conseguir
um maior tamanho de imagem sem praticamente nenhuma perda de qualidade observável se
colocar uma resolução de até 267 dpi. Menos que isso já surgirão problemas com a qualidade
da imagem. Agora, se estiver mandando para um laboratório para impressão em papel
fotográfico tradicional, terá que usar os 300 dpi, pois as máquinas são geralmente calibradas
para essa definição.

40
Então, um exercício; qual o maior tamanho que se pode imprimir, sem perda, uma
imagem com 2048 x 1536 pixels e 300 dpi?
A resposta será dividirmos o número de pixels na largura (2048/300=6,826), e depois
multiplicarmos por 2,54, ou seja, (6,826x2,54=17,33). A resposta é 17,33 cms!
Uma vez ajustada a largura, qualquer programa ajusta automaticamente também a
altura (1536 pixels). Mas se quiserem fazer a conta, (1536/300=5,12) depois
(5,12x2,54=13,00). Resposta, 13 cms. A fotografia será impressa em alta resolução, sem
perdas, no tamanho de 17,33 x 13,00 centímetros.
Uma observação importante: alguns equipamentos, como plotters e impressoras
especiais, utilizam outros números ideais de resolução, e no caso deve-se consultar as
empresas que fornecem o serviço a respeito da resolução com a qual o arquivo deve ser
enviado. Isso pode variar de 125 a 400 dpi, portanto, é bom sempre perguntar a respeito antes
de gravar um CD para envio de material.

39 Imprimindo em papel fotográfico


Você pode imprimir todas as suas
fotografias digitais normalmente em
laboratórios fotográficos do mesmo modo
que manda imprimir fotos a partir de filmes
comuns. Hoje em dia já existem empresas
que atendem inclusive pela Internet. Assim,
basta enviar a imagem digital por e-mail (o
ideal para quem quer trabalhar assim é ter
conexão a cabo ou ISDN ou ASDL). Outra
opção é ter um gravador de CD e utilizar CD-
Roms para levar as fotos para impressão, ou
ainda disquetes (em caso de imagens em
menor definição).
Algumas impressoras jato de tinta já imprimem com grande qualidade, enquanto achar
papel tipo fotográfico e ou de melhor qualidade para essa finalidade está ficando a cada dia
mais fácil – as principais papelarias já oferecem uma ampla gama de escolha. Quanto às
impressoras, existem vários modelos projetados inclusive para lidar com imagens digitais.

40 Imprimindo fotos
Impressoras jato de tinta já evoluíram a ponto de imprimir fotografias com grande
qualidade, coisa que não acontecia até recentemente. A qualidade é ótima na maioria das
impressoras, mas sobressai nas impressoras jato de tinta desenhadas especialmente para
imprimir fotos. Contudo, essa qualidade ainda não atinge os resultados que se pode obter com
impressão em papel fotográfico tradicional em laboratório.
É preciso citar, contudo, um tipo de impressora, que pelo custo e dificuldade de ser
encontrada no mercado nacional, ainda não é conhecida pela maioria das pessoas, que é a por
sublimação (dye sub). Essa impressora, específica para imprimir apenas fotos, consegue
qualidade superior de impressão, comparável com a obtida por laboratórios.Como as
cores são impressas
Impressoras coloridas geram imagens dividindo a página em milhares ou até milhões
de pequenos pontos, cada um deles endereçado pelo computador. Conforme a impressora
move a página pela cabeça de impressão, imprime um ponto de cor, usando duas ou três cores

41
sobre cada um desses pontos ou deixando-os em branco. Para entender como as cores são
impressas, devemos estudar o sistema CMYK, utilizado pelas impressoras.
Na maioria das impressoras (dye sub são exceção), cada ponto impresso tem a mesma
densidade de cor. Se uma impressora combinar somente essas cores sólidas, pode ficar
limitada às cores primárias. Para capturar os milhões de cores de uma fotografia, a impressora
tem que usar um recurso para enganar a vista humana, gerando um padrão aceitável de pontos
para visualização. Este processo é chamado de halftoning ou dithering (meio tom).
O processo de halftoning é feito arranjando os pontos imprimíveis em pequenos
grupos chamados células, e utilizando-se esses grandes pontos formados por células em
unidades para a impressão dos pixels. Cada célula mede 5 por 5 ou 8 por 8 pontos. As três ou
quatro cores primárias são combinadas num determinado padrão, que a vista humana percebe
como cores intermediárias. Para cores menos saturadas, a impressora deixa alguns pontos sem
imprimir e simula assim brancos de cor.
Este processo é utilizado faz muito tempo em impressão industrial, e pode ser
percebido se você olhar uma fotografia de revista com uma lupa.
Até recentemente, não existiam impressoras de baixo custo capazes de impressões de
qualidade, mas grandes progressos aconteceram nos últimos anos.

42 Critérios para escolha de impressora


Quando se escolhe uma impressora colorida, não existe
melhor modo do que se comparar as imagens impressas em cada
modelo. Algumas coisas precisam ser lembradas, por exemplo, não
espere que uma impressora especializada na impressão de
fotografias funcione bem para imprimir documentos de texto. E
mesmo que o faça direito, o custo por página impressa pode ser
elevado e a impressão demorada, e assim o preço em sí da
impressora não deve ser o único fator a ser considerado –
cartuchos de tinta e papéis especiais também podem ser caros.
Até recentemente, para qualquer tipo de saída, a imagem
precisava passar pelo computador. Isso está mudando conforme se
pode enviar imagens capturadas pela câmera diretamente para a
Internet ou impressora (embora eu não recomende isso, pois como vimos, as fotos sempre
precisam de correções).
Existem dois modos de proceder assim independentemente. Num deles, a impressora
com esse recurso possui um encaixe (slot) no qual se pode conectar o cartão de memória
(memory card), e no outro, a própria câmera é diretamente acoplada à impressora.

43 Impressoras de jatos de tinta


As impressoras jato de tinta funcionam jogando minúsculas gotas de tinta sobre uma
superfície de papel. No mercado atual, esta tecnologia é de baixo custo e indicada para
impressão doméstica ou de baixo volume. Apesar do custo baixo, a qualidade de impressão,
principalmente dos últimos modelos, é excelente, principalmente com papéis especiais para
fotos.
Embora possa imprimir fotos em papel comum, as gotas serão em parte absorvidas na
folha, como num mata-borrão, perdendo qualidade de cor e tons, principalmente se o papel
for tipo absorvente. O ideal para imprimir fotos é utilizar um papel próprio para isso.
Se a qualidade for importante, existem as impressoras por sublimação de tinta, assim
chamadas por utilizarem tinta sólida que, por um processo que é conhecido cientificamente

42
como “sublimação”, é convertida em estado gasoso e aplicada no papel sem passar pela fase
líquida.
Quando se imprimem fotografias coloridas, não existe nada parecido com o resultado
obtido por este tipo de impressora. Produzem imagens fotorealísticas com tons contínuos
como os que são produzidos pelo laboratório de fotos. As impressoras desse tipo são
recomendadas para profissionais de desktop publishing, agências e bureaus para provas, lay-
outs e apresentações.
Impressoras dye-sublimation funcionam transferindo a tinta a partir de um cilindro de
transferência ou de uma fita. O cilindro contém quadros consecutivos de tintas nas cores
ciano, magenta, amarelo e preto. Também existem cilindros sem o preto, mas que não
produzem resultados tão bons. O custo de cada folha de papel também é caro. Existem outros
tipos de impressoras, mas os mais indicados a nível pessoal para fotografia são os citados
acima.
Finalmente, papéis e tintas têm vida útil limitada. Com o tempo, as imagens vão
perdendo a cor. Este é um problema que existe desde os primórdios da fotografia. Quando a
imagem vai sumindo, a memória se vai com ela. Contudo, uma das grandes vantagens da
imagem digital hoje é que um arquivo, desde que não seja apagado de um computador (ou na
mídia onde estiver armazenada), não tem como desaparecer nem perder qualquer qualidade.
Portanto, se a imagem impressa e/ou filme tendem a ter vida curta, a imagem digital não.

44 Capturando imagens por scanners


Mesmo que você não utilize câmera digital, com
certeza mais cedo ou mais tarde terá que trabalhar com
imagens digitais. Tudo o que precisa para isso será um
scanner e suas fotos (cópias em papel fotográfico), cromos e
negativos. Se não tiver scanner, poderá também mandar
escanear fora e armazenar a imagem num CD ou disquete. A
resolução de imagens assim tratadas é geralmente mais alta
que a da maioria das câmeras digitais, portanto a qualidade será a melhor possível.
Scanners coloridos trabalham criando imagens vermelhas, verdes e azuis
separadamente, para depois juntá-las para formar a imagem definitiva. Alguns equipamentos
fazem esse trabalho numa única passada, outros fazem três passadas (mais lento porém
geralmente com melhores resultados). O método utilizado depende do sensor do aparelho.
Muitos utilizam CCDs lineares arranjados em linhas. Os que exigem três passadas usam uma
única linha de fotocélulas e filtros nas cores vermelha, verde e azul na frente do sensor de
modo a capturar uma cor por vez. Outros ainda possuem três linhas de fotocélulas, cada linha
com seu próprio filtro, de modo que capturam todas as três cores numa única passada.
Quando a imagem é escaneada, uma fonte de luz desliza sobre a foto (ou documento
impresso). Alguns modelos fazem o contrário, “puxam” o documento pela fonte. A fonte de
luz reflete a superfície da foto (ou documento), ou passa através do slide ou negativo, sendo
focado por um sistema ótico (lente e espelho).
A capacidade de resolução ótica de um scanner é determinada pelo número de
fotocélulas em seu sensor. De qualquer modo, a resolução vertical é determinada pela
distância percorrida em cada passada. Por exemplo, um scanner com uma resolução de
600x1200 possue 600 fotocélulas em seu sensor e se move, entre cada passada, numa
distância de 1/1200 de polegada.
Alguns scanners são projetados para escanear fotos e documentos – operam por
reflexão. Outros são desenhados para lidar com transparências (slides e negativos). Ainda

43
existem os que são basicamente para documentos mas possuem adaptadores para
transparências, contudo, a qualidade nesse caso geralmente costuma ser inferior.
Quanto ao tamanho, a maioria dos scanners de reflexão pode escanear imagens no
tamanho A4 ou até maiores. Os scanners para transparências podem escanear imagens de
fotos 35 mm ou maiores. Conforme aumenta o tamanho, também o custo.

45 Dynamic Range
Como estudamos anteriormente, cenas do mundo real são cheias de luzes brilhantes e
sombras fortes. Estes extremos são chamados de dynamic range, ou amplitude de cores. Os
filmes não tem de modo algum a amplitude de cores que se observa na natureza, assim
sempre é uma tarefa difícil capturar uma cena real num filme. E quando o filme (a foto) é
impressa, perde ainda mais qualidade. Por isso é melhor escanear originais (negativos e
slides) do que imagens já impressas.
O quanto de amplitude de cores se pode capturar depende da habilidade do scanner em
registrar os tons que vão do puro branco ao puro preto. Se o scanner não tiver um dynamic
range suficiente, os detalhes serão perdidos nas áreas sombreadas ou de luz forte, ou em
ambas.
O dynamic range de um scanner pode ser medido e determinado num número entre 0.0
(branco) e 4.0 (preto) que indica a capacidade de capturar todos os valores intermediários.
Scanners comuns (flatbed) normalmente registram valores entre 0.0 e 2.4. Os novos
equipamentos de 30 ou 36 bits podem alcançar por volta de 3.0, apresentando melhores
detalhes nas áreas sombreadas.
Embora a densidade da imagem varie do puro branco ao puro preto, nenhum detalhe
pode ser visto nessas áreas. Conforme você progride do puro branco para áreas levemente
escuras, os detalhes aparecem. O mesmo ocorre do outro lado do espectro. O ponto no qual o
scanner captura o detalhe é chamado Dmax (densidade máxima). O dynamic range é
calculado subtraindo-se a densidade mínima (Dmin) da máxima. Por exemplo, se um scanner
tem um Dmin de 0.2 e um Dmax de 3.2, o dynamic range é de 3.0.

46 Profundidade de cor
Como vimos anteriormente, a profundidade de cor refere-se a quantos bits são
determinados por cada pixel na imagem. Os melhores scanners utilizam 36 bits (12 para cada
canal vermelho, verde e azul) para produzir 6.8 trilhões de cores. Quando esses arquivos são
processados e convertidos em arquivos de 24 bits, passam a ter mais graduações e cores mais
vívidas.
A qualidade das cores numa imagem escaneada não depende apenas da profundidade
mas também de seu “registro”. Desde que as cores são capturadas por diferentes sensores em
intervalos de tempo diversos, podem não combinar perfeitamente na hora da mesclagem. Isso
aparece na forma de manchas ao redor de detalhes da imagem.

47 Scanners para filmes


Os scanners para slides e negativos têm muito mais qualidade do que os de papel
porque possuem uma amplitude de cores (dynamic range) maior. Utilizando-se um adaptador
para rolos de filmes (filmstrip holder), pode-se escanear em seqüência seis ou mais fotos com
excelentes resultados.
Como slides e negativos são menores e precisam ser muito ampliados, estas unidades
precisam ter resoluções altas para serem úteis. Alguns dos melhores scanners de filmes

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utilizam um software chamado Digital ICE que elimina poeira e sujeira da superfície do
fotograma escaneado.

48 Scanners de mesa
Os chamados scanners de mesa (flatbed scanners) são úteis tanto para imagens branco
e preto como coloridas. São excelentes para restauração de fotografias antigas. E uma das
vantagens do scanner de mesa é que são pau para toda obra, podendo copiar documentos de
todos os tipos e ainda utilizar o OCR (reconhecimento de texto).
Muitos desses scanners possibilitam ainda digitalização de slides e negativos através
de adaptadores, geralmente embutidos na tampa superior do scanner. Contudo, as resoluções
neste caso são geralmente bem inferiores a resolução que um verdadeiro scanner de
transparências permite, e as cores nem sempre saem muito boas.
É interessante notar que se pode fazer experiências interessantes com um scanner,
usando-o para gravar imagens, quase como se fosse uma máquina fotográfica. Um bom
truque é colocar algum material sobre o objeto que se quer gravar, de modo a fazer fundos
interessantes (como tecidos de diversas texturas e cores).
E quando o preço e qualidade não são problemas, o ideal é usar scanner cilíndrico.
Nestes modelos, a transparência (slide ou negativo) ou ainda a foto já impressa são fixados
num cilindro de vidro. Conforme o cilindro gira, a imagem é lida uma linha por vez num tubo
fotosensível ao invés de um CCD. Estes equipamentos permitem a mais alta qualidade de
RGB e CMYK com grandes detalhes tanto nas partes claras como em áreas sombreadas. O
dynamic range é tão alto que você pode capturar detalhes ínfimos em tonalidades, e a
resolução chega a valores altíssimos, impossíveis de serem obtidos em outros equipamentos.
Contudo, somente bureaus e empresas podem ter scanners cilíndricos, pois o custo chega a
valores de milhares de dólares. Assim, quando se necessitar de escaneamento de alta
qualidade, o melhor é procurar uma empresa especializada para o serviço.

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Cartões de Memória: Tabela de Características

Lança- Capacidade
Dimensões (mm) Peso Comentários Marcas Compatíveis
mento Máxima

Compact Flash 36x43x3.3 (tipo I) 15g Os mais utilizados, possuem Alta Capacidade de Canon, Kodak, Nikon, Pentax,
1994 1 GB
(tipos I e II) 36x43x5 (tipo II) 20 g Armazenamento Minolta, Casio, Samsung
Tendem a desaparecer, dando lugar aos XD
Smart Media 1995 128 MB 37x45x0.75 2g Fuji e Olympus
Picture
Memory Stick 1998 256 MB 21.5x50x2.8 4g Pouca Compatibilidade (propriedade da SONY) Sony e Konica
Utilizado pelos aparelhos dotados de entrada Casio, HP, Kodak, Kyocera, Konica,
Multimedia Card 1997 256 MB 24x32x2.1 2g
para Cartões SD Leica, Minolta, Panasonic,Toshiba
Segurança de alto nível que permite proteger os Casio, HP, Kodak, Kyocera, Konica,
Secure Digital 1999 1 GB 24x32x2.1 2g
direitos do autor e editor Leica, Minolta, Panasonic,Toshiba
XD Picture 2002 512 MB 20x25x1.7 2g Possuem Alta Capacidade de Armazenamento Fuji e Olympus

Tabela de Capacidade de Armazenamento de Imagens (JPG)

Capacidade em 640x480 1280x960 1600x1200 2048x1360 2048x1536 2568x1928 2832x2128


MB 0.6Mp 1.2Mp 2.0Mp 2.8Mp 3.2Mp 5.0Mp 6.0Mp
E-mails e Imprimir Fotos Fotos de boa Fotos de alta Fotos de altísima Fotos Fotos super
Ideal para:
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8MB 48 a 118 12 a 22 8 a 15 5a9 5a9 2a5 2a5
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