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Docente ofesso Douto ntónio iino ost
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O Eth da iência
A Soci dad do i co
Ética - Quem deve decidir o que se faz em ciência?
A Bioética
onclusão
Bibliografia
Tabela I - Eurobarometer - Young People and Science - Analytical repot - 2008
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«A ciência pode ensinar-nos como fazer bombas atómicas ou manipulações genéticas,
mas não pode responder à questão moral: devemos ou não fabricar engenhos nucleares
ou empreender um programa de manipulações genéticas? A própria decisão de ³fazer
ou não ciência´ também não é do domínio da ciência». Ãubert eeves in³
alicorne,
eflexões de um observador da natureza´
O homem utiliza a ciência desde o princípio dos tempos, ainda que inicialmente a
usasse de uma forma inconsciente, progressivamente procurou entender o mundo que o
rodeava, adaptá-lo e alterá-lo de acordo com as suas necessidades. Descobriu e criou
leis e regras para as suas descobertas e para a forma de as realizar, tal como o fez para
se organizar em sociedades.
O conhecimento confere poder ao seu detentor. Ãoje, tal como nos primórdios do
tempo, aqueles que detêm o conhecimento e os recursos para o utilizar, são os que
determinam e condicionam a utilização da ciência e das suas aplicações.
as o conhecimento, por si só, não tem ética, nem moral. Logo, o problema do
conhecimento não é tê-lo, mas, sim, utilizá-lo. É a sua utilização que se encontra
intrinsecamente relacionada com a ética, a moral e o respeito pelo mundo que nos
rodeia.
Algures entre os limites do Ethos e da Fraude existe uma zona cinzenta, por vezes até
mesmo negra, da utilização do conhecimento, a qual, muitas vezes, menospreza, agride
e destrói, não só os princípios de ética e moral, mas acima de tudo o próprio homem e a
natureza.
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³ a ciência está em perigo e, por isso, torna-se perigosa.´ in ³Para uma Sociologia
da Ciência´(p.7) ± Pierre Bourdieu
No seu livro ³Sociedade do isco´ (1986) Ulrich Beck manifesta o seu pensamento,
que se centra na caracterização de um novo tipo de sociedade submetida a fortes riscos e
processos de individualização. São elementos centrais de identificação desta sociedade
as catástrofes ecológicas, as crises financeiras, o terrorismo e as guerras preventivas.
Beck distingue duas
odernidades, uma primeira, a industrial, com início no século
XVIII, e a segunda, nos finais do milénio, a
odernidade eflexiva, um processo no
qual são postas em causa, tornando-se objecto de "reflexão", as assunções fundamentais,
as insuficiências e as antinomias da primeira modernidade.
³ o que distingue a "modernidade reflexiva" e a torna problemática é o facto de que
devemos encontrar respostas radicais aos desafios e aos riscos produzidos pela própria
modernidade. Os desafios poderão ser vencidos se conseguirmos produzir mais e
melhores tecnologias, mais e melhor desenvolvimento económico, mais e melhor
diferenciação funcional. E estas são as condições para vencer o desemprego, a
destruição do ambiente natural, o egoísmo social e assim por diante. in´ A sociedade
global do risco - Uma discussão entre Ulrich BECK e Danilo ZOLO´
Embora o pensamento de Beck não se centre de forma particular na ciência ou na
sociologia da ciência, não deixa de reflectir o mundo e as sociedades de que esta é não
só parte integrante, mas também, uma das principais impulsionadoras das suas
alterações e mudanças, sendo a ela própria inerentes diversos riscos, e estando
umbilicalmente ligada com todos os elementos centrais da sociedade do risco,
A ânsia do conhecimento aliada às necessidades de bem-estar social, aos problemas
ambientais e aos interesses dos diversos poderes políticos e económicos catapultaram a
ciência e a tecnologia para patamares que, até há bem pouco tempo, eram apenas
objecto da ficção científica. ontudo, este conhecimento e tecnologia contêm riscos de
diversas índoles, apelidados de ³novos riscos´, estes, de acordo com
aria Eduarda
Gonçalves in ³Os Portugueses e os Novos iscos´, são a nova face do progresso e
encontram-se associados a escolhas, escolhas essas que resultam ³«de complexos e
muitas vezes tácitos processos de decisões sociais, económicos e políticos cujas
consequências são dificilmente compreensíveis ou controláveis´.
Segundo a `mesma autora, a consciência social perante o risco tem vindo a pôr em causa
o paradigma tecnocrático. No entanto, refere também a existência de uma passividade
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Tohmas Kuhn, in ³A Estrutura das evoluções ientíficas´, considera próprios da
ciência os aspectos históricos e sociológicos que envolvem a actividade científica. Na
sua perspectiva, a ciência evolui segundo distintas fases: estabelecimento de um
paradigma; período de ciência normal; crise; ciência extraordinária; revolução científica;
estabelecimento de novo paradigma,
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Então, se a Era da Globalização é o novo paradigma das sociedades, também a ciência tem um
novo paradigma, o qual terá sido antecedido de um período de crise, outro de ciência
extraordinária e de uma revolução científica, em sintonia com as inúmeras transformações e
descobertas que ocorreram, a todos os níveis, nas sociedades do séc. XX e na primeira década
do séc. XXI.
Ulrik Felt in ³Taking European Knowledge Society Seriously´ ( ap. 8 A obust and
Sustainable European Knowledge Society) inclui nas onclusões e ecomendações
deste estudo a necessidade da criação de um novo ³ ommunity esearch ouncil´ o
qual, através dos seus diversos membros, cientistas e não cientistas, criaria as condições
para o desenvolvimento da ciência na Europa, de acordo com as necessidades de todos
os países e também o Desenvolvimento de uma Ética Institucional, não só interessada
nas definições dos paradigmas éticos, mas também nos problemas éticos relacionados
com as preocupações dos cidadãos.
Já afael
arques in´ Dilemas da ivilização Tecnológica´ ( ap. X) defende uma ética
amoral, naquela que denomina como a sociedade da reciprocidade, a qual não deve
assentar em ³«pressupostos moralistas da existência de um curso certo e universal de
acção, e recusa a construção de uma bitola inequívoca de aferição das acções
humanas, em torno dos termos bipolares do bom/mau e do certo/errado.´
Enquanto Ãelga Nowotny, in ³e-Thinking Science´, define quatro argumentos ou
Processos principais, 1º iência
odo 2 e Sociedade
odo 2, 2º de ³comunicação
reversa´ 3º de contextualização 4º Agora ± espaço de diálogo e confraternização -, que
interagindo entre si fornecerão o suporte para repensar a ciência e, talvez, produzam os
elementos para um novo ³contrato´ entre a ciência e a sociedade. Já in ³The Public
Nature of Science under Assault´ afirma que o estado age como amortecedor e
mediador entre a ciência e os cidadãos e, simultaneamente, que a ciência está
directamente exposta às pressões dos mercados.
Quem deve então decidir o que se faz em ciência? De acordo com estes autores, ainda
que com perspectivas diferentes, as opiniões, valores e interesses dos cidadãos e da
sociedade são algo que a ciência tem que ter conta.
as, tal como as perspectivas dos
autores são diferentes, também o serão as dos diversos parceiros sociais e as de cada um
dos milhões de cidadãos.
Em plena Era do onhecimento, é pertinente questionarmo-nos se, efectivamente, o
conhecimento científico, dos cidadãos em geral, é suficiente para que estes possam fazer
escolhas conscientes relativamente à ciência e à tecnologia.
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erton - On Social Structure and Science ± The Ethos of Science 1942
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arques - Dilemas da ivilização Tecnológica ( ap. X)
Documentos Vasco
http://www.cfh.ufsc.br/~wfil/ulrich.htm
http://pt.wikipedia.org/wiki/Bio% 3%A9tica
Ãottois, G 2001. Bioéthique. G. Ãottois & J-N.
issa. Nouvelle encyclopédie de
bioéthique. Bruxelles: De Boeck
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