Beruflich Dokumente
Kultur Dokumente
, 2010 107
/LFy¿WDVH6DPDPEDLDVGD(VWDomR(FROyJLFDGR3DQJD
8EHUOkQGLD0*%UDVLO(TXLVHWDFHDH/\FRSRGLDFHDHHFKDYH
SDUDDVIDPtOLDV
Adriana A. Arantes1,3, Jefferson Prado1 e Marli A. Ranal2
ABSTRACT (Lycophytes and Ferns of the Ecological Station of Panga, Uberlândia, State of Minas Gerais, Brazil:
Equisetaceae, Lycopodiaceae, and key to the families). This paper provides the taxonomic treatment for the species of
Equisetaceae and Lycopodiaceae of the Ecological Station of Panga and the key for all the families in the area. This
Ecological Station covers an area of 409.5 hectares and is located about 30 Km to the South of the city of Uberlândia,
Minas Gerais State, Brazil, between the geographical coordinates 19o09’20”-19o11’10” S and 48o23’20”-48o24’35” W, at
740 to 840 m. The area has a good remnant of the natural vegetation of the region, presenting different savannah and forest
physiognomies. Equisetaceae are represented by one species (Equisetum giganteum L.) and Lycopodiaceae by one genera
and four species (Lycopodiella alopecuroides /&UDQ¿OO L. caroliniana (L.) Pic. Serm. var. meridionalis (Underw. & F.E.
Lloyd) B. Øllg. & P.G. Windisch, L. camporum B. Øllg. & P.G. Windisch and L. cernua/3LF6HUP,GHQWL¿FDWLRQNH\V
for families, and species, descriptions, illustrations of diagnostic characters and geographical distribution are presented.
Key words: Cerrado, Equisetum, ferns, Lycopodiella
5(6802/LFy¿WDVH6DPDPEDLDVGD(VWDomR(FROyJLFDGR3DQJD8EHUOkQGLD0*%UDVLO(TXLVHWDFHDH/\FRSRGLDFHDH
e chave para as famílias). O presente trabalho apresenta o tratamento taxonômico das espécies de Equisetaceae e
/\FRSRGLDFHDH GD (VWDomR (FROyJLFD GR 3DQJD DVVLP FRPR D FKDYH SDUD DV IDPtOLDV GD iUHD$ (VWDomR (FROyJLFD GR
3DQJD DEUDQJH KD H HVWi VLWXDGD D NP DR VXO GR FHQWUR GD FLGDGH GH 8EHUOkQGLD 0* HQWUH DV FRRUGHQDGDV
¶´¶´6H¶´¶´:DPGHDOWLWXGH$iUHDDSUHVHQWDJUDQGHLPSRUWkQFLDHFROyJLFD
SRUVHUXPDGDVSRXFDVIRUPDo}HVGHYHJHWDomRQDWXUDOGDUHJLmRHSRUSRVVXLUGLIHUHQWHV¿VLRQRPLDVFRPXQVGRELRPD
&HUUDGRFRPRFDPSHVWUHVVDYkQLFDVHÀRUHVWDLV(TXLVHWDFHDHHVWiUHSUHVHQWDGDSRUXPDHVSpFLHEquisetum giganteum L.)
e Lycopodiaceae por um gênero e quatro espécies (Lycopodiella alopecuroides /&UDQ¿OOL. caroliniana (L.) Pic. Serm.
var. meridionalis (Underw. & F.E. Lloyd) B. Øllg. & P.G. Windisch, L. camporum B. Øllg. & P.G. Windisch e L. cernua (L.)
3LF6HUP6mRDSUHVHQWDGDVFKDYHVSDUDIDPtOLDVHHVSpFLHVEHPFRPRGHVFULo}HVLOXVWUDo}HVHGLVWULEXLomRJHRJUi¿FD
Palavras-chave: Cerrado, Equisetum, Lycopodiella, samambaias
,QWURGXomR et al. 2008 a, b, c, d). Das 52 espécies, 15 famílias
e 22 gêneros amostrados, Thelypteridaceae é a mais
Este estudo visa o conhecimento das licófitas rica entre as plantas vasculares sem sementes da área,
e samambaias da Estação Ecológica do Panga, com 14 espécies e dois gêneros (Arantes et al. 2007
situada na região do Triângulo Mineiro. A área é a, b, Arantes et al. 2008 a), seguida de Pteridaceae e
considerada uma das mais críticas por restarem Polypodiaceae, com quatro gêneros cada e oito e sete
poucos remanescentes de Cerrado e poucas unidades espécies, respectivamente. Neste trabalho, o último
de proteção integral (Drummond et al. 2005). As da série, é apresentado o tratamento taxonômico das
samambaias e licófitas da área vêm sendo tratadas em famílias Lycopodiaceae e Equisetaceae, além da
diversos trabalhos (Arantes et al. 2007 a, b, Arantes chave de identificação para as 15 famílias da área.
,QVWLWXWRGH%RWkQLFD+HUEiULR&DL[D3RVWDO6mR3DXOR63%UDVLO
2. Universidade Federal de Uberlândia, Instituto de Biologia, Caixa Postal 593, 38400-902 Uberlândia, MG, Brasil
3. Autor para correspondência: adrianassisa@hotmail.com
108 Hoehnea 37(1): 107-115, 2 fig., 2010
5HVXOWDGRVH'LVFXVVmR
Chave para as famílias de licófitas e samambaias da E. E. do Panga
1. Folhas do tipo microfilos (com uma única nervura); esporângios na axila dos microfilos formando estróbilos
pedunculados ou sésseis (Licófitas) ............................................................................................ Lycopodiaceae
1. Folhas do tipo megafilos (com várias nervuras) desenvolvidos ou reduzidos (vestigiais); esporângios reunidos
HPHVSRUDQJLyIRURVTXHIRUPDPHVWUyELORVQRiSLFHGRVUDPRVRXHPVRURV6DPDPEDLDV
2. Caule nitidamente articulado, folhas reduzidas, verticiladas, unidas pela base; esporângios reunidos em
esporangióforos formando estróbilos no ápice dos ramos ........................................................ Equisetaceae
2. Caule não articulado, folhas desenvolvidas, não verticiladas e nem unidas pela base; esporângios não
UHXQLGRVHPHVSRUDQJLyIRURVRUJDQL]DGRVHPVRURVHPGLIHUHQWHVSRVLo}HVQDOkPLQD
3. Lâmina foliar com 1-2 camadas de células em espessura, membranácea; indúsio tubular ou cônico ......
..................................................................................................................................... Hymenophyllaceae
3. Lâmina foliar com mais de duas camadas de células em espessura, cartácea a coriácea; indúsio, quando
presente, nunca tubular ou cônico
4. Esporângios com ânulo oblíquo, vestigial ou apical, contínuo
/kPLQDSVHXGRGLFRWRPLFDPHQWHGLYLGLGDFRPJHPDVSHVHQWHVQDVELIXUFDo}HVLQG~VLRDXVHQWH
.................................................................................................................................... Gleicheniaceae
5. Lâmina não pseudodicotomicamente divida, inteiras, pinatífidas ou 1-4 pinadas; indúsio presente
(conspícuo ou vestigial) ou ausente
6. Frondes escandentes, com crescimento indeterminado; esporângios abaxiais sobre os lóbulos
marginais dos segmentos ........................................................................................... Lygodiaceae
6. Frondes não escandentes, com crescimento determinado; esporângios organizados de outra forma
7. Plantas arborescentes, pecíolo e raque com espinhos; esporângios reunidos em soros circulares
abaxiais ................................................................................................................. Cyatheaceae
7. Plantas herbáceas, pecíolo e raque sem espinhos; esporângios em pinas proximais modificadas
em forma de panículas .......................................................................................... Anemiaceae
4. Esporângios com ânulo vertical e interrompido pelo pedicelo
8. Lâmina inteira
,QG~VLRHVRURVOLQHDUHVSDUDOHORVRXDGMDFHQWHVjFRVWD%OHFKQDFHDHHPSDUWH
Arantes et al/LFy¿WDVH6DPDPEDLDVGD((3DQJD 109
,QG~VLRDXVHQWHVRURVDUUHGRQGDGRVRXDFURVWLFyLGHV
6RURVDFURVWLFyLGHV'U\RSWHULGDFHDH
6RURVDUUHGRQGDGRVGHILOHLUDVHQWUHDFRVWDHDPDUJHPGDOkPLQD
........................................................................................................ Polypodiaceae (em parte)
8. Lâmina pinatífida, 1-3(4) pinadas ou mais dividida
6RURVVXEPDUJLQDLVLQG~VLRDED[LDODEULQGRVHHPGLUHomRjPDUJHPGDOkPLQD
................................................................................................................................ Lindsaeaceae
6RURVPHGLDQRVPDUJLQDLVVXEPDUJLQDLVDFURVWLFyLGHVRXSDUDOHORVjFRVWDLQG~VLRFRPRXWUD
forma ou ausente
12. Pecíolo com 1 feixe vascular na base, sulcado adaxialmente ............................. Pteridaceae
12. Pecíolo com 2 ou mais feixes vasculares na base, cilíndrico ou alado
13. Pecíolo com 2 feixes vasculares na base
14. Feixes vasculares livres e alongados em forma de meia lua na base do pecíolo,
WRUQDQGRVH XQLGRV HP IRUPD GH ³8´ QD SRUomR GLVWDO OkPLQD SLQDGD RX
1-2-pinado-pinatífida; escamas não clatradas sobre o rizoma e na base do pecíolo;
soros medianos arredondados ou acrosticóides ............................ Thelypteridaceae
)HL[HVYDVFXODUHVQDIRUPDGH³&´QDEDVHGRSHFtRORWRUQDQGRVHXQLGRVQDIRUPD
GH³;´QDSRUomRGLVWDOOkPLQDSLQDGDHVFDPDVFODWUDGDVVREUHRUL]RPDQD
EDVHHiSLFHGRSHFtRORHOkPLQDVRURVDGMDFHQWHVDRODGRDFURVFySLFRGDVQHUYXUDV
oblongos, elípticos a lineares .............................................................. Aspleniaceae
13. Pecíolo com mais de 3 feixes vasculares na base
)HL[HVYDVFXODUHVXQLGRVHPIRUPD³8´QDEDVHGRSHFtRORVRURVPDUJLQDLVOLQHDUHV
indúsio abaxial vestigial presente; pseudo-indúsio adaxial formado pela margem
recurvada da lâmina ...................................................................... Dennstaedtiaceae
)HL[HV YDVFXODUHV XQLGRV HP IRUPD GH XP DQHO ³2´ QD EDVH GR SHFtROR VRURV
SUy[LPRV j FRVWD OLQHDUHV RX PHGLDQRV DUUHGRQGDGRV REORQJRV RX HOtSWLFRV
indúsio abaxial não vestigial presente ou não; pseudo-indúsio adaxial ausente
3HFtRORFRQWtQXRFRPRFDXOHVRURVOLQHDUHVSDUDOHORVRXDGMDFHQWHVjFRVWD
LQG~VLROLQHDUDEULQGRHPGLUHomRjFRVWD%OHFKQDFHDH
16. Pecíolo articulado com o caule; soros arredondados, oblongos ou elípticos;
indúsio ausente ........................................................................... Polypodiaceae
Equisetaceae Michx ex DC., Essai Propr. Méd. Pl.: Caule subterrâneo, longo-reptante, ramificado;
49. 1804. Tipo: Equisetum L. caule aéreo ereto, oco, estriado, articulado, ramificado
Plantas terrestres; rizoma não visto, caule aéreo ou não. Folhas reduzidas, esbranquiçadas a negras, ver-
articulado, com cristas e sulcos longitudinais e nós WLFLODGDVIXQGLGDVXPDVjVRXWUDVIRUPDQGRXPDEDLQKD
evidentes. Folhas megafilas reduzidas, verticiladas, ao redor do nó, com os ápices livres, margens inteiras ou
fundidas pela base, formando uma bainha ao redor denticuladas. Estróbilos terminais, com esporangióspo-
do caule, ápice livre, agudo, inteiro ou fenticulado. ros laterais; esporos esféricos, clorofilados.
Esporângios sobre esporangióforos peltados, reunidos Equisetum é um gênero com 15 espécies
em estróbilos no ápice dos ramos, esporângios 0LFNHO 6PLWK 2FRUUH SUHIHUHQFLDOPHQWH
grandes, sem ânulo; esporos verdes, com elatérios e HP DPELHQWHV DODJDGRV RX VRORV ~PLGRV 6mR
abertura circular. encontrados representantes deste gênero em quase
Equisetum é o único gênero da família. A todos os continentes, com exceção da Austrália e
principal característica de Equisetaceae é o caule Nova Zelândia. Na E.E.P. ocorre uma espécie, E.
articulado, geralmente oco e com folhas reduzidas e giganteum L.
verticiladas.
Equisetum giganteum /6\VW1DWHG
Equisetum / 6S 3O /HFWyWLSR 1759. Tipo: Lectótipo designado por Proctor
GHVLJQDGRSRU)DUZHOO0HP1HZ<RUN%RW*DUG 3OXP3O$PHU%XUPWDEILJ
6: 464. 1916: Equisetum arvense L. 1757.
110 Hoehnea 37(1): 107-115, 2 fig., 2010
Chave para as espécies de Lycopodiella da E.E. do Panga
Lycopodiella alopecuroides (L.) Cranfill var. eretos, L. alopecuroides diferencia-se pelo hábito
integerrima 6SULQJ % OOJ 3*:LQGLVFK mais desenvolvido (até 54 cm compr. vs 20 cm) e
%UDGHD { Lycopodium pelos microfilos isofilos.
alopecuroides L. var. integerrimum 6SULQJ7LSR
%5$6,/ ³,OKD GH 6DQWD &DWDULQD´ Macrae s.n. Lycopodiella camporum %OOJ 3*:LQGLVFK
(E) %UDGHDILJ7LSR%5$6,/MINAS
Figura 1 E-H GERIAS6DQWDQDGR5LDFKRHVWUDGD/DJRD6DQWD
Caule com uma porção prostrada e outra ereta, ă&RQFHLomRGR0DWR'HQWUR.P6HUUDGR
não ramificada, 3,5-5 mm diâm., amarelo-pardo; Cipó, J. Prado et al. 69+%
microfilos isofilos, dispostos helicoidalmente; caule Figuras 2 C-E
prostrado com microfilos aciculares, ascendentes, 3ODQWDV HUHWDV ă FP FRPSU &DXOH
membranáceos, 5-8 × 0,2-0,5 mm, base truncada, PP GLkP DPDUHOR UDPRV GH RUGHP
ápice agudo, margem inteira, glabrescentes; eretos, rigidos, ramificados não dicotomicamente;
pedúnculo do estróbilo 14-37 cm compr., com UDPRV GH RUGHP DOWHUQRV VXEHUHWRV UtJLGRV
microfilos triangulares, adpressos, espaçados, ascendentes, ramificados; ramos estrobulíferos
membranáceos, 5-8 × 0,5-1 mm, base truncada, ápice apicais, abruptamente encurvados; microfilos
agudo, margem inteira; estróbilos eretos, 4,5-17 × isofilos, dispostos helicoidalmente, densamente
0,8-1,5 cm (incluindo esporofilos); esporofilos 5-7 × agregados, aciculares, base ascendente, região
0,4-0,5 mm, sub-peltados, triangulares, com uma ala mediana levemente patente, extremidade ascendente,
na base não coalescente, ápice acuminado, margens membranáceos, 3-5 × 0,3-0,5 mm, lineares, base
irregularmente denticuladas; esporângios 2-valvados, truncada, ápice agudo, margem inteira, glabrescentes;
na axila dos esporofilos, encobertos pelos esporofilos. estróbilos pendentes, 15-23 × 2-3 mm; esporofilos
Material examinado: %5$6,/ MINAS GERAIS: 2-3,3 × 0,5-0,7 mm, membranáceos, deltóide-
8EHUOkQGLD (VWDomR (FROyJLFD GR 3DQJD 9,,, lanceolados, base sub-peltada, ápice acuminado,
1986, M.A. Ranal 389 +8)8 ,,, M.A. margem ciliada; esporângios 2-valvado, na axila dos
Ranal 405 +8)8 9, M.A. Ranal 557 esporofilos, encobertos pelos esporofilos.
+8)8 9, P. Faria s.n (HUFU 20546); Material examinado: %5$6,/ MINAS GERAIS:
26-V-2000, G.M. Araújo 3258 (HUFU). 8EHUOkQGLD (VWDomR (FROyJLFD GR 3DQJD 9,,,
Ocorre desde o leste dos E.U.A. até o México, 1986, M.A. Ranal 385+8)863 M.A. Ranal 390
Mesoamérica, Antilhas, Colômbia, Venezuela, +8)863,,,M.A. Ranal 414 (HUFU,
*XLDQDV (TXDGRU 3HUX %ROtYLD %UDVLO 3DUDJXDL H 63,9M.A. Ranal 554 +8)863
8UXJXDL 0LFNHO 6PLWK VHPSUH HP ORFDLV ,9G.M. Araújo 1997+8)863,;
abertos, de solos úmidos, argilosos ou arenosos, A.A.A. Barbosa 1061 +8)8 63 A.A.A. Barbosa
FRPREDUUDQFRVGHULRVFDPSRV~PLGRVHEUHMRV1R 1256 +8)8 ;, A.A.A. Barbosa & A.F.
%UDVLO p FLWDGD SDUD R$PDSi$PD]RQDV 5RUDLPD Amaral 1142+8)8;,,A.F. Amaral 182
3HUQDPEXFR%DKLD'LVWULWR)HGHUDO0LQDV*HUDLV +8)8;,,A.A.A. Barbosa 3070 (HUFU,
5LRGH-DQHLUR6mR3DXOR3DUDQi6DQWD&DWDULQDH 639,G.M. Araújo 3181+8)8;,,
5LR*UDQGHGR6XO1D((3DHVSpFLHVIRLHQFRQWUDGD 2004, A.A. Arantes & M.A. Ranal 1387 (HUFU).
em campo úmido e veredas. Lycopodiella camporum possui distribuição
Lycopodiella alopecuroides var. integerrima H[FOXVLYDQD$PpULFDGR6XORFRUUHQGRQD$PD]{QLD
distingue-se pelos pedúnculos e estróbilos longos e &RORPELDQD3HUXHUHJL}HVGHVDYDQDVGD9HQH]XHOD
PLFURILORV PDLV HVSDoDGRV QR FDXOH &RP UHODomR j HGDV*XLDQDV1R%UDVLODHVSpFLHRFRUUHQRV(VWDGRV
L. caroliniana, outra espécie da área com pedúnculos GR 3DUi 5RUDLPD $PD]RQDV 5RQG{QLD %DKLD
Arantes et al/LFy¿WDVH6DPDPEDLDVGD((3DQJD 113
'LVWULWR )HGHUDO *RLiV 0LQDV *HUDLV 6mR 3DXOR Lycopodiella caroliniana distingue-se das
3DUDQi OOJDDUG :LQGLVFK VHQGR PXLWR demais espécies do gênero pelo menor porte (na
comum nos campos úmidos e bordas de veredas de área não ultrapassa os 12 cm compr.) e pelos
WRGRR%UDVLO&HQWUDO microfilos anisofilos do caule prostrado, dispostos
6HJXQGR OOJDDUG :LQGLVFK espaçadamente.
Lycopodiella camporum é reconhecida por apresentar
UDPRVGHRUGHPHUHWRVULJLGRVHUDPRVGHRUGHP Lycopodiella cernua/3LF6HUP:HEELD
alternos e também rígidos, enquanto Lycopodiella 1968 { Lycopodium cernuum/6S3O
cernua / 3LF 6HUP DSUHVHQWD UDPRV WDQWR GH 1753. Tipo: localidade e coletor desconhecidos,
RUGHP FRP GH RUGHP DUTXHDGRV H IOH[tYHLV RX ³habitat in Indis´/,11
raramente eretos. )LJXUD$%
Plantas com caule ereto decumbente, ca. 100 cm
Lycopodiella caroliniana / 3LF 6HUP YDU compr. Caule 3,0-4,0 mm diâm., amarelado na base;
meridionalis8QGHUZ )(/OR\G%OOJ UDPRVGHRUGHPUDPLILFDGRVQmRGLFRWRPLFDPHQWH
3*:LQGLVFK%UDGHD{ Lycopodium VXEHUHWRV H IOH[tYHLV UDPRV GH RUGHP DOWHUQRV
meridionale Underw. & )(/OR\G%XOO7RUUH\ arqueados, ascendentes, ramificados; ramos
%RW &OXE 7LSR 32572 5,&2 estrobulíferos apicais, abruptamente encurvados;
³'U\VDYDQQDKV/XTXLOOR0WV´Wilson 94 (NY). microfilos isofilos, dispostos helicoidalmente, laxos,
Figura 2 F-G base ascendente, região mediana levemente patente,
Plantas com 10-12 cm compr. Caule ramificado extremidade ascendente, membranáceos, 1,5-4,0 ×
não dicotomicamente, com uma porção prostrada 0,1-0,25 mm, lineares, base truncada, ápice agudo,
e outra ereta, 1,1-1,5 mm diâm., amarelo-pardo; margens inteiras, ciliadas na base, cílios hialinos;
microfilos anisofilos, ramos prostrados com estróbilos pendentes, 6-15 × 2-3 mm; esporofilos
microfilos dispostos em 4 fileiras, 2 laterais, 1,5-3 × 0,6-0,7 mm, membranáceos, deltóide-
lanceolados, membranáceos, 5,5-7,0 × 1,9-2,4 mm, lanceolados, base sub-peltada, ápice acuminado,
base decorrente, ápice acuminado, margens inteiras, margem ciliada; esporângios 2-valvado, na axila dos
2 dorsais, linear-lanceolados, membranáceos, 3,1- esporofilos, encobertos pelos esporofilos.
4,4 × 0,9-1,0 mm, base truncada, ápice acuminado, Material examinado: %5$6,/ MINAS GERAIS:
margem inteira; pedúnculo do estróbilo 9-12 cm 8EHUOkQGLD(VWDomR(FROyJLFDGR3DQJD;
compr., com microfilos dispostos em 4 fileiras, A.A. Arantes & M.A. Ranal 1304 (HUFU).
adpressos, espaçados, lanceolados, membranáceos, 0DWHULDODGLFLRQDOH[DPLQDGR%5$6,/. AMAZONAS:
4,0-4,5 × 0,9-1,0 mm, base truncada, ápice 5HVHUYD )ORUHVWDO 'XFNH ,,, J. Prado &
acuminado, margem inteira; estróbilos eretos, 5,2- M.A.S. Costa 57263
8,5 × 0,7-1,0 cm (incluindo esporofilos); esporofilos Esta espécie é pioneira, de distribuição
3,7-4,0 × 1,7-2,0 mm, triangulares, com uma ala na pantropical, muito comum ao longo de trilhas,
base não coalescente, ápice acuminado, margem barrancos, bordas e clareiras em interior de matas
irregularmente inteira; esporângios 2-valvado OOJDDUG1DiUHDGHHVWXGRIRLHQFRQWUDGD
na axila dos esporofilos, encobertos pelos em borda de mata de galeria, em local sombreado.
esporofilos.
Material examinado: %5$6,/ MINAS GERAIS: Literatura citada
8EHUOkQGLD (VWDomR (FROyJLFD GR 3DQJD ,9
1992, M.A. Ranal 558 (HUFU). Arantes, A.A., Prado, J. & Ranal, M.A. 2007a.
Esta espécie o corre n o M éxico, M esoamérica, Macrothelypteris e Thelypteris subg. Cyclosorus
Antilhas, Colômbia, Venezuela, Guianas, (Thelypteridaceae) da Estação Ecológica do
(TXDGRU 3HUX H %UDVLO LQFOXLQGR $PDSi 3DQJD 8EHUOkQGLD 0LQDV *HUDLV %UDVLO
$PD]RQDV5RUDLPD3HUQDPEXFR%DKLD'LVWULWR 5HYLVWD%UDVLOHLUDGH%RWkQLFD
)HGHUDO0LQDV*HUDLV5LRGH-DQHLUR6mR3DXOR Arantes, A.A., Ranal, M.A. & Prado, J. 2007b.
3DUDQi 6DQWD &DWDULQD H 5LR *UDQGH GR 6XO e Thelypteris subg. Goniopteris e Meniscium
uma planta terrestre, geralmente de solos úmidos (Thelypteridaceae) da Estação Ecológica do
ou encharcados, ocorrendo preferencialmente sobre 3DQJD 8EHUOkQGLD 0LQDV *HUDLV %UDVLO
barrancos de estradas, encostas e campo úmido. Hoehnea 34: 121-129.
Arantes et al/LFy¿WDVH6DPDPEDLDVGD((3DQJD 115
Arantes, A.A., Prado, J. & Ranal, M.A. OOJDDUG % 1990. Lycopodiaceae. In: K.U.
2008a. Thelypteris subg. Amauropelta .UDPHU 36 *UHHQ HGV 3WHULGRSK\WHV
(Thelypteridaceae) da Estação Ecológica do and Gymnosperms. In: K. Kubitzki (ed.). The
3DQJD 8EHUOkQGLD 0LQDV *HUDLV %UDVLO IDPLOLHVDQGJHQHUDRIYDVFXODUSODQWV6SULQJHU
Rodriguésia 59: 201-208. 9HUODJ%HUOLQYSS
Arantes, A.A., Prado, J. & Ranal, M.A. 2008b. OOJDDUG% 1992. Neotropical Lycopodiaceae - An
%OHFKQDFHDH GD (VWDomR (FROyJLFD GR 3DQJD RYHUYLHZ $QQDOV RI WKH 0LVVRXUL %RWDQLFDO
8EHUOkQGLD0LQDV*HUDLV%UDVLO+RHKQHD Garden 79: 687-717.
351-357. OOJDDUG% 1995. Lycopodiaceae. In: R.C. Moran
Arantes, A.A., Prado, J. & Ranal, M.A. 2008c. 55LEDHGV3VLORWDFHDHD6DOYLQLDFHDHIn:
6DPDPEDLDV GD (VWDomR (FROyJLFD GR 3DQJD *'DYLGVH066RXVD 6.QDSSHGV)ORUD
8EHUOkQGLD0LQDV*HUDLV%UDVLO$QHPLDFHDH 0HVRDPHULFDQD 3VLORWDFHDH D 6DOYLQLDFHDH
Aspleniaceae, Cyatheaceae e Lygodiaceae. Universidade Nacional Autónoma de México,
Rodriguésia 59: 845-858. Ciudad de México, v. 1, pp. 5-22.
Arantes, A.A., Prado, J. & Ranal, M.A. OOJDDUG % :LQGLVFK 3* 6LQRSVH GDV
2008d. Monilófitas da Estação Ecológica /LFRSRGLiFHDVGR%UDVLO%UDGHD
do Panga, Uberlândia, Minas Gerais, Pichi-Sermolli, R.E.G. 1996. Authors of scientific
%UDVLO 'HQQVWDHGWLDFHDH 'U\RSWHULGDFHDH QDPHVLQ3WHULGRSK\WD5R\DO%RWDQLF*DUGHQV
Gleicheniaceae, Hymenophyllaceae e Kew.
Lindsaeaceae. Hoehnea 35: 367-378. 5LEHLUR -) :DOWHU %07 1998.
Araújo, G.M., Barbosa, A.A.A., Arantes, A.A. Fitofisionomias do bioma cerrado. In606DQR
& Amaral, A.F. 2002. Composição florística 63$OPHLGDHGV&HUUDGRDPELHQWHHIORUD
de veredas no Município de Uberlândia, MG. (0%5$3$ă&3$&3ODQDOWLQDSS
5HYLVWD%UDVLOHLUDGH%RWkQLFD Smith, A.R., Pryer, K.M., Schuettpelz, E., Korall,
Drummond, G.M., Martins, C.S., Machado, 3 6FKQHLGHU + :ROI 3* 2006. A
A.B.M., Sebaio, F.A. & Antonini, Y. (orgs.). classification for extant ferns. Taxon 55: 705-
%LRGLYHUVLGDGH HP 0LQDV *HUDLV XP 731.
atlas para sua conservação. 2 ed. Fundação 7U\RQ50 6WRO]H5* 1994. Pteridophyta of
%LRGLYHUVLWDV%HOR+RUL]RQWH 3HUX3DUW9,0DUVLOHDFHDH,VRHWDFHDH
Mickel, J. & Smith, A.R. 2004. Pteridophytes of )LHOGLDQD%RWDQ\QHZVHULHV
0H[LFR 0HPRLUV RI WKH 1HZ <RUN %RWDQLFDO :LNVWU|P 1 .HQULFN 3 2001. Evolution
Garden 88: 1-1070. of Lycopodiaceae (Lycopsida): estimating
OOJDDUG % 1987. A revised classification of the divergence times from rbcL gene sequences by
Lycopodiaceae s. lat 2SHUD %RWDQLFD use of nonparametric rate smoothing. Molecular
153-178. Phylogenetics and Evolution 19: 177-186.