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O que é o liberalismo?

04 de Fevereiro de 2008 - por Carlos Alberto MontanerTags: livre mercado liberalismo responsabilidade
individual papel do estado

O liberalismo é um modo de entender a natureza humana e uma proposta destinada a possibilitar que todos alcancem
o mais alto nível de prosperidade de acordo com seu potencial (em razão de seus valores, atividades e
conhecimentos), com o maior grau de liberdade possível, em uma sociedade que reduza ao mínimo os inevitáveis
conflitos sociais. Ao mesmo tempo, o liberalismo se apóia em dois aspectos vitais que dão forma a seu perfil: a
tolerância e a confiança na força da razão.

Em que idéias se baseia o liberalismo?

O liberalismo se baseia em quatro simples premissas básicas:

– Os liberais acreditam que o Estado foi criado para servir ao indivíduo, e não o contrário. Os liberais consideram o
exercício da liberdade individual como algo intrinsecamente bom, como uma condição insubstituível para alcançar
níveis ótimos de progresso. Dentre outras, a liberdade de possuir bens (o direito à propriedade privada) parece-lhes
fundamental, já que sem ela o indivíduo se encontra permanentemente à mercê do Estado.

– Portanto, os liberais também acreditam na responsabilidade individual. Não pode haver liberdade sem
responsabilidade. Os indivíduos são (ou deveriam ser) responsáveis por seus atos, tendo o dever de considerar as
conseqüências de suas decisões e os direitos dos demais indivíduos.

– Justamente para regular os direitos e deveres do indivíduo em relação a terceiros, os liberais acreditam no Estado de
direito. Isto é, crêem em uma sociedade governada por leis neutras, que não favoreçam pessoas, partido ou grupo
algum, e que evitem de modo enérgico os privilégios.

– Os liberais também acreditam que a sociedade deve controlar rigorosamente as atividades dos governos e o
funcionamento das instituições do Estado.

O liberalismo é uma ideologia?

Não. Os liberais têm certas idéias – ratificadas pela experiência – sobre como e por que alguns povos alcançam maior
grau de eficiência e desenvolvimento, ou a melhor harmonia social, mas a essência desse modo de encarar a política e
a economia repousa no fato de não planejar de antemão a trajetória da sociedade, mas em liberar as forças criativas
dos grupos e dos indivíduos para que estes decidam espontaneamente o curso da história. Os liberais não têm um
plano que determine o destino da sociedade, e até lhes parece perigoso que outros tenham tais planos e se arroguem o
direito de decidir o caminho que todos devemos seguir.

Quais são as idéias econômicas em que se baseiam os liberais?

A idéia mais marcante é a que defende o livre mercado, em lugar da planificação estatal. Já na década de 20 o
filósofo liberal austríaco Ludwig von Mises demonstrou que, nas sociedades complexas, não seria possível planejar
de modo centralizado o desenvolvimento, já que o cálculo econômico seria impossível. Mises afirmou com muita
precisão (contrariando as correntes socialistas e populistas da época) que qualquer tentativa de fixar artificialmente a
quantidade de bens e serviços a serem produzidos, assim como os preços correspondentes, conduziria ao
desabastecimento e à pobreza.

Von Mises demonstrou que o mercado (a livre concorrência nas atividades econômicas por parte de milhões de
pessoas que tomam constantemente milhões de decisões voltadas à satisfação de suas necessidades da melhor
maneira possível) gerava uma ordem natural espontânea infinitamente mais harmoniosa e criadora de riquezas que a
ordem artificial daqueles que pretendiam planificar e dirigir a atividades econômica. Obviamente, daí se depreende
que os liberais, em linhas gerais, não acreditam em controle de preços e salários, nem em subsídios que privilegiam
uma atividade em detrimento das demais.

O mercado, em sua livre concorrência, não conduziria à pobreza de uns em benefício de outros?

Absolutamente não. Quando as pessoas, atuando dentro das regras do jogo, buscam seu próprio bem-estar costumam
beneficiar a coletividade. Outro grande filósofo liberal, Joseph Schumpeter, também austríaco, estabeleceu que não
há estímulo mais positivo para a economia do que a atividade incessante dos empresários e industriais que seguem o
impulso de suas próprias urgência psicológicas e emocionais. Os benefícios coletivos que derivam da ambição
pessoal superam em muito o fato, também indubitável, de que surgem diferenças no grau de acúmulo de riquezas
entre os diferentes membros de uma comunidade. Porém, quem melhor resumiu tal situação foi um dos líderes
chineses da era pós-maoísta ao reconhecer, melancolicamente, que “ao impedir que uns poucos chineses andassem de
Rolls Royce, condenamos centenas de milhões de pessoas a utilizar bicicletas para sempre”.

Se o papel do Estado não é planejar a economia nem construir uma sociedade igualitária, qual seria sua
principal função de acordo com os liberais?

Essencialmente, a principal função do Estado deve ser a de manter a ordem e garantir que as leis sejam cumpridas. A
igualdade que os liberais almejam não é a utopia de que todos obtenham os mesmos resultados, e sim a de que todos
tenham as mesmas possibilidades de lutar para conseguir os melhores resultados. Nesse sentido, uma boa educação e
uma boa saúde devem ser os pontos de partida para uma vida melhor.

Como deve ser o Estado idealizado pelos liberais?

Assim como os liberais têm suas próprias idéias sobre a economia, também possuem sua visão particular do Estado:
os liberais são inequivocamente democratas, acreditando no governo eleito pela maioria dentro de parâmetros
jurídicos que respeitem os direitos inalienáveis das minorias. Tal democracia, para que faça jus ao nome, deve ser
multipartidária e organizar-se de acordo com o princípio da divisão de poderes.

Embora esta não seja uma condição indispensável, os liberais preferem o sistema parlamentar de governo porque este
reflete melhor a diversidade da sociedade e é mais flexível no que se refere à possibilidade de mudanças de governo
quando a opinião publica assim o exigir.

Por outro lado, o liberalismo contemporâneo tem gerado fecundas reflexões sobre como devem ser as constituições.
Friedrich von Hayek, Prêmio Nobel de economia, produziu obras muito esclarecedoras a esse respeito. Mais
recentemente, Ronald Coase, também agraciado com o Prêmio Nobel (1991), tratou em seus trabalhos da relação
entre a lei, a propriedade intelectual e o desenvolvimento econômico.

Essa é a idéia sucinta de Estado liberal; mas como os liberais vêem o governo, ou seja, aquele grupo de pessoas
selecionadas para administrar o Estado?

Os liberais acreditam que o governo deve ser reduzido, porque a experiência lhes ensinou que as burocracias estatais
tendem a crescer parasitariamente, ou passam a abusar dos poderes que lhes são conferidos e empregam mal os
recursos da sociedade.

Porém, o fato de que o governo tenha tamanho reduzido não quer dizer que ele deva ser débil. Pelo contrário, deve
ser forte para fazer cumprir a lei, manter a paz e a concórdia entre os cidadãos e proteger a nação de ameaças
externas.

Um governo com essas características não estaria abdicando da função que lhe foi atribuída, de redistribuir as
riquezas, eliminar as injustiças e de ser o motor da economia?

Os liberais consideram que, na prática, infelizmente os governos não costumam representar os interesses de toda a
sociedade, e sim que se habituam a privilegiar seus eleitores ou determinados grupos de pressão. Os liberais, de certa
forma, suspeitam das intenções da classe política e não têm muitas ilusões a respeito da eficiência dos governos. Por
isso o liberalismo sempre se coloca na posição de crítico permanente das funções dos servidores públicos, razão pela
qual vê com grande ceticismo essa função do governo de redistribuidor da renda, eliminador de injustiças ou “motor
da economia”.

Outro grande pensador liberal, James Buchanan, Prêmio Nobel de economia e membro da escola da Public Choice
(Escolha Pública), originária de sua cátedra na Universidade de Virgínia, EUA, desenvolveu esse tema mais
profundamente. Resumindo suas idéias sobre o assunto, qualquer decisão do governo acarreta um custo perfeitamente
quantificável, e os cidadãos têm o dever e o direito de exigir que os gastos públicos revertam em benefício da
sociedade como um todo, e não dos interesses dos políticos.

Isso quer dizer que os liberais não atribuem ao governo a responsabilidade de lutar pela justiça social?

Os liberais preferem que essa responsabilidade repouse nos ombros da sociedade civil e se canalize por intermédio da
iniciativa privada, e não por meio de governos perdulários e incompetentes, que não sofrem as conseqüências da
freqüente irresponsabilidade dos burocratas ou de políticos eleitos menos cuidadosos.
Finalmente, não há nenhuma razão especial que justifique que os governos se dediquem obrigatoriamente a tarefas
como transportar pessoas pelas estradas, limpar as ruas ou vacinar contra o tifo. Tais atividades devem ser bem
executadas e ao menor custo possível, mas seguramente esse tipo de trabalho é feito com muito mais eficiência pelo
setor privado. Quando os liberais defendem a primazia da propriedade não o fazem por ambição, mas pela convicção
de que é infinitamente melhor para os indivíduos e para o conjunto da sociedade.

Em inglês a palavra liberal tem aparentemente um significado diverso do que aqui se descreve. Em que se
diferencia o liberalismo norte-americano daquilo que na Europa ou na América Latina se chama de
liberalismo?

O idioma inglês se apropriou da palavra liberal do espanhol e lhe deu um significado diferente. Em linhas gerais,
pode-se dizer que em matéria de economia o liberalismo europeu ou latino-americano é muito diferente do
liberalismo norte-americano. Isto é, o liberal norte-americano costuma tirar a responsabilidade dos indivíduos e
passá-la ao Estado. Daí o conceito de estado de bem-estar social ou “welfare state”, que redistribui por meio de
pressões fiscais as riquezas geradas pela sociedade. Para os liberais latino-americanos e europeus, como se viu antes,
esta não é uma função primordial do Estado, pois o que se consegue por essa via não é um maior grau de justiça
social, mas apenas níveis geralmente insuportáveis de corrupção, ineficiência e mau uso de verbas públicas, o que
acaba por empobrecer o conjunto da população.

De qualquer forma, o pensamento dos liberais europeus e latino-americanos coincide com o dos liberais norte-
americanos em matéria jurídica e em certos temas sociais. Para os liberais norte-americanos, europeus e latino-
americanos o respeito das garantias individuais e a defesa do constitucionalismo são conquistas irrenunciáveis da
humanidade.

Qual a diferença entre o liberalismo e a social-democracia?

A social-democracia realça a busca de uma sociedade igualitária, e costuma identificar os interesses do Estado com
os dos setores proletários ou assalariados. O liberalismo, por seu turno, não é classista e sobrepõe a seus objetivos e
valores a busca da liberdade individual.

Em que se diferenciam os liberais dos conservadores?

Embora haja uma certa coincidência entre liberais e conservadores no que se refere à análise econômica, as duas
correntes se separam no campo das liberdades individuais. Para os conservadores o mais importante é a ordem; já os
liberais estão dispostos a conviver com aquilo de que não gostam e são sempre capazes de tolerar respeitosamente os
comportamentos sociais que se afastam dos padrões das maiorias. Para os liberais, a tolerância é a chave da
convivência, e a persuasão é o elemento básico para o estabelecimento das hierarquias. Essa visão nem sempre
prevalece entre os conservadores.

Em que se diferenciam os liberais dos democrata-cristãos?

Mesmo quando a democracia cristã moderna não é confessional, uma certa concepção transcendental dos seres
humanos aparece entre suas premissas básicas. Os liberais, por sua vez, são totalmente laicos e não julgam as crenças
religiosas das pessoas. Pode-se perfeitamente ser liberal e crente, liberal e agnóstico ou liberal e ateu. A religião
simplesmente não pertence ao mundo das preocupações liberais (ao menos em nossos dias), embora seja essencial
para o liberal respeitar profundamente esse aspecto da natureza humana. Por outro lado, os liberais não compartilham
com a democracia cristã (ou, pelo menos, com algumas das tendências que se abrigam sob esse nome) um certo
dirigismo econômico que normalmente é chamado de social-cristianismo.

Este texto, publicado em português pelo Instituto Liberal, é uma tradução de ¿Que és el liberalismo?, originalmente
publicado em Tópicos de Actualidad, do Centro de Estudios Economicos-Sociales.

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Carlos Alberto Montaner nasceu em Havana, Cuba. É professor universitário, jornalista e autor de vários ensaios e
obras.

o que é liberalismo? por Montaner

Enviado por Werner Schumacher (não verificado(a)) em qua, 03/11/2009 - 15:14.

Se o liberalismo procura com que todos alcancem o mais alto nível de prosperidade de acordo com seu potencial (em
razão de seus valores, atividades e conhecimentos), mas a oportunidade a isto é desigual, alguns prosperarão mais do
que outros.
Como vivemos numa democracia representativa e não participativa essas dificuldades aumentam.
Em um mundo onde o poder se concentra nas mãos de algumas corporações, logo oligopólio, como o direito
individual pode ser preservado?
A partir do momento em que o liberalismo passa a ser a única via, mesmo com princípios tão nobres como o direito
individual, passa a ser uma ideologia, nunca será o caminho do meio.
Como o liberalismo pode resolver a atual crise mundial? Distribuindo os impostos que pagamos aqueles que mais
contribuiram para estarmos nesta crise? isto não é liberdade, é escravidão.

• responder

quero dizer que sou do

Enviado por Anonymous (não verificado(a)) em ter, 02/24/2009 - 21:12.

quero dizer que sou do movimento marxista e que nao vejo lado bom nenhum no liberalismo. Trabalhadores passam
fome enquanto empresarios comem carne argentina nao me parece algo "livre".

• responder

Esses liberais sequer sabem

Enviado por rodrigo (não verificado(a)) em dom, 02/22/2009 - 13:48.

Esses liberais sequer sabem o que significa ideologia, dizendo que liberalismo não é uma!!!
Sobre a explicação das "diferenças no grau de acúmulo de riquezas entre os diferentes membros de uma comunidade"
vocês usam a frase infeliz “ao impedir que uns poucos chineses andassem de Rolls Royce, condenamos centenas de
milhões de pessoas a utilizar bicicletas para sempre”, ou seja, fora a questão ambiental de que temos de ficar
queimando petróleo pq significa desenvolvimento, a assunção de que o que interessa são as POSSIBILIDADES do
indivíduo, ou seja, o QUE ELE NÃO TEM DE FATO, MAS PODE TER (UMA ILUSÃO) somada com a questão do
individualismo em que cada um busca maximizar sua satisfação independente dos outros é viver no mundo lua para
achar que não haverá distorções graves na sociedade !! Isso só é possível se a propriedade privada for o bem mais
disseminado e igual para todos , não houver necessidade de um trabalhar para o outro, não haver necessidade de
estado já que surge um novo tipo de homem baseado na solidariedade e não no individualismo.

• responder

O liberalismo não crê em

Enviado por Thyago (não verificado(a)) em dom, 12/07/2008 - 18:10.

O liberalismo não crê em ética coletiva, e sim crê nas extensões da ética individual.

Não pensamos em grupos de indivíduos no sentido de "massa", e sim, como o individualismo pode favorecer todos os
indivíduos ao mesmo tempo.

O liberalismo é em resumo um individualismo racional, e é essa a sua virtude.

• responder

teoria liberal

Enviado por Anonymous (não verificado(a)) em dom, 11/30/2008 - 23:13.

gostaria de saber sobre a teoria liberal, o que é o seu proposito etc.

• responder

Liberalismo ou Socialismo
Enviado por carlos (não verificado(a)) em sab, 11/22/2008 - 21:01.

Boa noite

Vejo com todo respeito,uma visão academica leitores, um continente que


não conheceu a aplicabilidade dos preceitos
liberais, fundado no positivismo como principio
onde o governo sempre salva empresarios preguiçosos, onde a esquerda e direita adoram
sinecuras estatais, e ainda tenta desmoralizar
os liberais fica dificil tercerteza se aplicassemos uma visão na gestão dos negócios de estado e permitindo que a
criatividade dos individuos gerasse riquezas respeitando a legalidade talvez não fossemos tão estagnados.

• responder

Eu acho que vocês deveriam

Enviado por Isabella Monique (não verificado(a)) em sex, 11/14/2008 - 15:24.

Eu acho que vocês deveriam perder o medo de concordar com uma posição "anti" ideologias socialistas, marxistas...
Precisam defender os PRECEITOS LIBERAIS!!!

• responder

Se considerarmos ideologia

Enviado por Bruna (não verificado(a)) em ter, 11/04/2008 - 23:23.

Se considerarmos ideologia num conceito de MARX, não é somente um conjunto de idéias, pois isto de define por
IDEÁRIO. Ideologia é muito mais do que isso e leva em consideração uma infinidade de outros conceitos complexos.

• responder

Lamento, mas o Liberalismo é uma ideologia.

Enviado por Natacha Klaic de Oliveira (não verificado(a)) em ter, 10/28/2008 - 19:22.

Gostaria que vocês revisassem o teor da página incial, especificamente quando negam que o liberalismo seja uma
ideologia.
De fato, o liberalismo é uma ideologia, porém fundamentado em preceitos antagônicos à tese ideológica de Marx.
O conceito mais isonômico de ideologia diz que trata-se de um conjunto de idéias e convicções filosóficas, socias,
políticas, etc. de um indivíduo ou de um grupo de indivíduos.
Por estar baseada em premissas, idéias e crenças político-socias e filosóficas, como aquelas expostas neste site, o
liberalismo é sim uma ideologia.
Se vocês se pretendem liberais, defendam os preceitos liberais. Evitem ficar se escondendo em frases vagas e não
tenham medo de afirmar um posicionamento contrário às ideologias marxistas, socialistas e derivadas destas.
Numa sociedade liberal, um indivíduo cem por cento tolerante é desprovido de moral pessoal e imprestável para uma
ética coletiva. Numa sociedade liberal é preciso garantir o direito ao discenso, pois somente a partir disso é que se
está efetivamente garantindo a liberdade de cada indivíduo.

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