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Este trabalho de Conclusão foi julgado adequado para a obtenção do título de Bacharel
em Ciências Contábeis, e aprovado pelo Curso de Ciências Contábeis da Associação
Educacional Frei Nivaldo Liebel.
_____________________________________
Prof. (a): José Arnaldo Favretto
Coordenador de Estágio
_____________________________________
Prof. (a): Cleonir P. Theisen
Presidente da Banca
_____________________________________
Prof. (a) Fernando Krahl
Orientador (a) e Membro da Comissão
_____________________________________
Prof. (a): José Arnaldo Favretto
Membro da Banca
Agradeço a Deus, pela vida, saúde e oportunidades, nas quais encontro força e
inspiração na busca por novas conquistas.
Aos meus pais Gasparino e Claudete Pagani, pela educação e incentivo, criadores dos
meus princípios de vida e construtores da minha personalidade.
Aos professores da Celer Faculdades, pelo conhecimento que me foi passado no
decorrer deste curso, em especial ao Prof. Fernando Krahl que sempre me atendeu e se
empenhou ao máximo para que a conclusão deste trabalho fosse possível.
Aos amigos e colegas, pelo constante incentivo.
Estejam certos que sem a vossa presença e apoio tudo não seria realidade. Por isso,
meus sinceros agradecimentos.
RESUMO
Com a lei 11.638/2007 muitas mudanças foram feitas na lei das sociedades por ações
(6.404/76), no intuito de padronizar a lei brasileira com as normas internacionais de
Contabilidade. Uma destas mudanças foi à substituição da obrigatoriedade de publicação da
Demonstração das Origens e Aplicação de Recursos (DOAR) pela Demonstração dos Fluxos
de Caixa. Este trabalho teve como premissa, verificar se a substituição da DOAR pela DFC
trouxe benefícios para a evidenciação contábil melhorando o entendimento dos usuários da
Contabilidade. Discorre sobre as vantagens e desvantagens da DOAR e da DFC bem como
sua forma legal de apresentação. Adotou-se a metodologia do tipo exploratória e descritiva
com enfoque em informações bibliográficas restrita a livros e artigos científicos já publicados
e realizou-se um estudo de caso na empresa Rafitec S/A instalada no município de Xaxim/SC,
onde foram coletados dados para o andamento do trabalho através de uma entrevista a setores
administrativos da empresa. Prossegue mostrando uma análise sobre os dois demonstrativos
da empresa em questão e os dados obtidos com a entrevista. E conclui-se que a DFC traz
benefícios aos usuários, por ser fácil o seu entendimento em relação a DOAR atendendo
melhor o público interessado nas informações contábeis das empresas.
Palavras-chave: Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC), Demonstração das Origens e
Aplicações de Recursos (DOAR), benefícios e evidenciação contábil.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
AC – Ativo Circulante
PC – Passivo Circulante
CCL – Capital Circulante Líquido
CPC – Comitê de Pronunciamentos Contábeis
CVM – Comissão de Valores Mobiliários
DFC – Demonstração dos Fluxos de Caixa
DOAR – Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos
DRE – Demonstração do Resultado do Exercício
DVA – Demonstrações do Valor Adicionado
IASB – International Accouting Standards Board
IFRS – International Financial Reporting Standards
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 14
1.1 OBJETIVOS ....................................................................................................................... 16
1.1.1 Objetivo geral ................................................................................................................. 16
1.1.2 Objetivos específicos ...................................................................................................... 16
2 EMPRESA E/OU AMBIENTE .......................................................................................... 17
3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ...................................................................................... 19
3.1 IMPORTÂNCIA DA INFORMAÇÃO CONTÁBIL PARA OS USUÁRIOS E
SOCIEDADE ........................................................................................................................... 19
3.2 A LEI 11.638/2007 ............................................................................................................. 22
3.3 DEMONSTRAÇÃO DAS ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECURSOS (DOAR) ....... 24
3.3.1 Descrição das origens e das aplicações de recursos .................................................... 27
3.3.1.1 Origem de recursos ....................................................................................................... 27
3.3.1.2 Aplicação de recursos ................................................................................................... 29
3.3.2 Origens e aplicações que não afetam o capital circulante líquido, mas aparecem na
demonstração .......................................................................................................................... 30
3.3.3 Importância da DOAR .................................................................................................. 30
3.3.4 Forma legal de apresentação ........................................................................................ 31
3.4 DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA ............................................................. 34
3.4.1 Caixa e equivalentes de caixa ....................................................................................... 36
3.4.2 Apresentação da demonstração dos fluxos de caixa ................................................... 37
3.5 DOAR x DFC ..................................................................................................................... 42
4 METODOLOGIA................................................................................................................ 47
4.1 MÉTODOS CIENTÍFICOS ............................................................................................... 47
4.2 NÍVEIS DE PESQUISA..................................................................................................... 47
4.3 TIPO DE PROJETO ........................................................................................................... 48
4.4 DELINEAMENTO DA PESQUISA .................................................................................. 49
4.5 INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS ................................................................... 49
4.6 DEFINIÇÃO DA ÁREA OU POPULAÇÃO-ALVO ........................................................ 50
4.7 TÉCNICA DE ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE DADOS ........................................ 50
5 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS ............................................................... 52
5.1 INFORMAÇÕES OBTIDAS COM A ANÁLISE DA DFC ............................................. 52
5.2 INFORMAÇÕES OBTIDAS COM A ANÁLISE DA DOAR .......................................... 56
5.3 VISÃO COMPARATIVA ENTRE A DOAR E A DFC ................................................... 57
5.4 ANÁLISE DOS DADOS DA ENTREVISTA ................................................................... 58
5.4.1 Opinião dos entrevistados quanto à substituição da DOAR pela DFC .................... 58
5.4.2 Os aspectos entendimento, informação e decisão ....................................................... 62
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................. 65
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 68
ANEXO 1 – ENTREVISTA ................................................................................................... 71
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Essa nova lei tem objetivo de criar condições para harmonizar as práticas contábeis
adotadas no País e respectivas demonstrações contábeis, com as práticas e demonstrações
exigidas nos principais mercados financeiros mundiais, mais precisamente a contabilidade
internacional.
A lei 11.638/2007 promoveu várias mudanças no cenário contábil nacional, alterando
desde a estrutura do Balanço Patrimonial introduzindo novos grupos de contas no mesmo e
extinguindo outros. Algumas demonstrações financeiras deixaram de ser obrigatórias, como a
Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos (DOAR) sendo substituída pela
Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC), teve também o surgimento da Demonstração do
Valor Adicionado (DVA), mudanças nos Critérios de Avaliação, mudanças na Demonstração
do Resultado do Exercício (DRE) e entre outras.
A Demonstração do Fluxo de Caixa é uma das demonstrações que passou a ser
obrigatória para as sociedades abrangidas pela lei 11.638/2007, diante deste contexto
levantou-se a seguinte questão: será que a DFC, instituída pela lei 11.638/2007 é de fato
um demonstrativo com características para substituir a DOAR, sem que com isso se
tenha perda na qualidade da informação?
Como já dito, a globalização e a constante evolução tecnológica abriram as portas do
mercado internacional, fazendo com que a Contabilidade assuma um papel cada vez mais
importante e notável no cenário econômico financeiro atual. Diante deste novo contexto, o
profissional contábil deve estar atento as constantes mudanças devendo ser mais flexível para
poder atender as exigências desse novo mercado, não somente a nível nacional, mas também
internacional e buscando maior rapidez na qualidade das informações, comparabilidade e
transparência nas demonstrações financeiras e outros relatórios contábeis, em busca de
facilitar cada vez mais o entendimento de seus usuários no que tange a tomada de decisões
econômicas e financeiras, mas sempre dentro dos limites da ética e normas que regulam a
profissão.
Devido à abrangência do assunto, este trabalho visa discutir a capacidade
informacional da contabilidade por meio da DFC em substituição a DOAR, na tentativa de
avaliar se esta substituição foi benéfica ou não para seus usuários quanto às contribuições para
a evidenciação contábil. Não se pretende neste trabalho orientar seus leitores na elaboração de
quaisquer demonstrações financeiras.
Demonstrar conhecimento e entendimento no assunto tratado neste trabalho é sem
duvida um passo a frente para qualquer profissional da área que busca reconhecimento na sua
atividade, pois o mercado de trabalho hoje é cada vez mais competitivo e, ira se destacar o
16
1.1 OBJETIVOS
Verificar se a substituição da DOAR pela DFC trazida pela lei 11.638/2007 trouxe
benefícios na qualidade e interpretação da informação contábil dentro de uma empresa do
ramo industrial.
A informação contábil assumiu de certa forma uma função que oferece a sociedade
vários benefícios, incluindo menores riscos ao investir e a melhor destinação e controle dos
recursos.
Com o objetivo de atender seus usuários, a contabilidade elabora demonstrações ricas
em informações que relatam os principais fatos registrados pela contabilidade em determinado
período visando aumentar a produtividade, reduzir custos e manter a qualidade dos bens e
serviços. Por isso que no atual cenário econômico mundial as empresas cada vez mais,
necessitam dessas informações que a contabilidade fornece para melhor administrar suas
atividades e, alcançar seus objetivos.
A contabilidade está vinculada as mudanças sociais que ocorrem ao longo dos anos
e que a cada nova mudança exige-se da contabilidade nova postura na divulgação
das informações geradas, visando suprir os anseios de informações requeridas pelos
seus usuários. Não resta dúvida que o cumprimento da missão da Contabilidade
tornou-se mais difícil de ser alcançado, já que cada usuário deseja um conjunto
específico de informações que possam suprir seu modelo decisório (IUDICIBUS,
1997, p. 20).
Diante do exposto pelo autor, entende-se que o profissional contábil de hoje deve
interagir com as novas perspectivas do mercado e da própria contabilidade mantendo-se
atualizado e em constante aperfeiçoamento para poder enfrentar os desafios das mudanças
existentes e também das mudanças que estão por vir. O que se percebe também, é que a
contabilidade por meio das informações que gera, presta um serviço relevante para as
empresas e consequentemente para a sociedade, contribuindo para a solução de problemas
econômicos, financeiros e até mesmo sociais.
A contabilidade não é e nem nunca será um luxo das empresas, ou algo burocrático
que serve somente para atender a legislação fiscal e societária. A contribuição da
contabilidade vai muito além desses conceitos, sendo ela uma ciência, e como tal, contribui
para o aprimoramento da própria sociedade.
Esta ciência é uma enorme fonte de registro, interpreta dados empresariais e também
governamentais buscando a plenitude de seu objetivo: a informação contábil, que deve ser útil
e compreensível para seus usuários, desempenhando um papel fundamental na modernização
22
Desde a sua criação, ainda na década de 70, a lei 6.404/1976 surgiu com o objetivo de
trazer maior transparência para os procedimentos contábeis e administrativos para as
empresas de capital acionário principalmente. No entanto com o passar dos anos as inovações
nos processos financeiros, nas formas de apuração de resultado bem como a necessidade de
informações socioeconômicas das empresas e principalmente, as constantes alterações
legislativas, fizeram com que a lei 6.404/1976 perde-se parte de sua eficiência e eficácia de
quando fora implantada. Todo este processo se deu mediante ao tão conhecido fenômeno da
globalização, que estabeleceu novos padrões nas relações políticas, sociais e econômicas do
mundo.
Lembra-se também, que à existência de práticas contábeis diferentes pelo mundo tem
sido um problema para a melhor compreensão e comparabilidade das informações
econômicas e financeiras, sendo por meio da contabilidade que os principais agentes
econômicos do mundo buscam estas informações. Por esse motivo, busca-se também à
convergência das normas contábeis no mundo, com o intuito de facilitar o processo de
comunicação das economias.
Diante do exposto, o Brasil não poderia então ficar alheio a tantas mudanças ao seu
redor. Nasce então a lei 11.638/2007 que tramitou durante 7 (sete) anos na Câmara dos
Deputados, como projeto de lei n° 3.741/2000 que tinha a finalidade de possibilitar a
eliminação de algumas barreiras regulatórias que impediam a inserção total das companhias
abertas no processo de convergência contábil internacional, além de aumentar o grau de
transparência das demonstrações financeiras em geral. Foi aprovada então pelo congresso e
sancionada pelo Presidente da Republica na forma da lei 11.638/2007, que altera, revoga e
introduz novos dispositivos à lei 6.404/76 (lei das sociedades por ações) e também da lei
6.385/76, instituindo várias mudanças nos padrões nacionais de contabilidade relativas à
elaboração e divulgação de demonstrações financeiras, buscando a convergência aos
pronunciamentos internacionais de contabilidade.
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As novas regras estão alinhadas com o mercado contábil internacional, sendo assim,
estamos caminhando para um processo de transparência, fazendo com que as empresas
divulguem informações que possam ser uteis e compreendidas por todos os usuários da
informação contábil, sejam eles: clientes, fornecedores, governo etc.
A lei 11.638/2007 contribui para a melhoria das praticas de governança, fazendo com
que o mercado de capitais cresça ainda mais, pois com o surgimento de uma nova realidade
econômica no Brasil e o processo de globalização das economias, de abertura de capitais, com
expressivo fluxo de capitais ingressando no país e com as empresas brasileiras captando
recursos no exterior, o país deve possuir normas ou uma regulação contábil que favoreçam a
comparabilidade entre as demonstrações financeiras, dentro do país, e de empresas nacionais
com estrangeiras, buscando a internacionalização da economia e a perspectiva de um único
mercado.
Mas também, se empresa estiver com lucro, mas os ajustes evidenciam finalmente uma
aplicação de recursos, deve ser então apresentado o lucro e seus ajustes no agrupamento de
aplicações. Alguns exemplos de operações que devem ser ajustadas ao lucro ou prejuízo do
exercício na elaboração da DOAR são: depreciação, variação dos resultados de exercícios
futuros, ajustes de exercícios anteriores, equivalência patrimonial, ganhos ou perdas de capital
etc. Segundo Santos; Schmidt e Fernandes (2006, p. 113), “[...] dessa forma evita-se repetir a
maior parte da Demonstração do Resultado do Exercício na Demonstração das Origens e
Aplicação de Recursos”.
As origens de recursos dos acionistas são representadas pelos aumentos de capital
integralizados pelos próprios acionistas no exercício e, também através da formação de
algumas reservas de capital, como: ágio na emissão de ações, alienação de bônus de
subscrição e partes beneficiárias a acionistas, sendo que tais recursos aumentam as
disponibilidades da empresa e consequentemente seu Capital Circulante Líquido.
Mesmo quando a integralização de capital é realizada em bens de ativo permanente,
temos uma origem dos acionistas, pois apesar de não haver uma variação no capital circulante
líquido tem-se simultaneamente uma origem de recursos pela integralização do capital e uma
aplicação de recursos pelo aumento de ativo permanente.
No caso das origens de recursos provenientes de terceiros, são quando a empresa
obtêm empréstimos pagáveis a longo prazo, bem como dos recursos obtidos pela venda de
bens do Ativo Permanente a terceiros, ou também pela transformação do Realizável a longo
prazo em Ativo Circulante.
Ainda nas origens de recursos de terceiros, quando ocorrer aumento do Passivo
Exigível a Longo Prazo pelo valor de novos empréstimos recebidos no exercício e que
geraram aumento do Ativo Circulante, o valor desse empréstimo deve ser caracterizado pelo
seu valor total como Origens, e as reduções por pagamentos ou transferências para Passivo
Circulante devem ser apresentadas com Aplicações.
Ainda, uma redução do Ativo Realizável a Longo Prazo, normalmente representa uma
origem de recursos, pois é transferido para o Ativo Circulante através do recebimento ou da
venda desse ativo, aumentando assim o CCL da empresa. Da mesma maneira, um acréscimo
nesse saldo representa uma aplicação de recursos.
Vale lembrar também que na venda de um bem do imobilizado, a alteração ocorrida
no CCL se da pelo valor da venda. Como o lucro (ou prejuízo) na transação está registrado no
resultado do exercício e, por outro lado, há uma redução no imobilizado pelo ser valor líquido
contábil, basta somá-los para se ter o valor da venda. Porém para que não haja distorções no
29
3.3.2 Origens e aplicações que não afetam o capital circulante líquido, mas aparecem
na demonstração
utilidade, pois fornece dados importantes que não são contemplados pelas demais
demonstrações contábeis.
Tal demonstração está diretamente relacionada tanto com o Balanço Patrimonial como
com a Demonstração do Resultado do Exercício, complementando ambas as demonstrações,
fornecendo as modificações na posição financeira da empresa pelo fluxo de recursos. Dessa
forma, o conhecimento e a análise da DOAR por parte da empresa é muito útil para avaliar a
sua evolução no tempo, pois a mesma auxilia em importantes aspectos, como citam os autores
a seguir, por exemplo:
I – ORIGEM DE RECURSOS
Onde são discriminadas as origens, por natureza, e apurado o valor total dos recursos
obtidos no exercício.
II – APLICAÇÃO DE RECURSOS
Onde são relacionadas as aplicações, também por natureza, e evidenciando seu valor
total.
III – AUMENTO OU RECUÇÃO NO CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO
Representa a diferença entre o tal das origens e o total das aplicações.
IV – SALDO INCIAL E FINAL DO CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO E
VARIAÇÃO
Onde são evidenciados Ativo e Passivo Circulante do início e do fim do exercício e
respectivo aumento ou redução. (IUDICIBUS; MARTINS e GELBECK, 2003, p.
385)
O texto legal quanto a apresentação da DOAR era o artigo 188 da lei 6.404/1976,
sendo que este com aprovação da lei 11.638/2007 foi alterado sendo tal demonstração
substituída pela Demonstração dos Fluxos de Caixa. O Art. 188 da Lei nº 6.404/1976
reconhecia os critérios de apresentação e o conteúdo dessa demonstração como segue:
I – ORIGENS DE RECURSOS
• DAS OPERAÇÕES
Lucro Líquido do Exercício
(+) Depreciação, Amortização e Exaustão
(+) Variações Monetárias de Empréstimos e Financiamentos a Longo Prazo
(+) Perda por Equivalência Patrimonial
(+) Prejuízo na Venda de Bens e Direitos do Ativo Permanente
(+) Recebimentos no Período classificados como REF
(-) Ganhos por Equivalência Patrimonial
(-) Lucro na Venda de Bens e Direitos do Ativo Permanente
(-) Transferência de REF para o Resultado do Exercício
(±) Outras Despesas e Receitas que não afetam o CCL
• DOS PROPRIETÁRIOS
(+) Realização do Capital Social e Contribuições para Reservas de Capital
• DE TERCEIROS
(+) Redução de Bens e Direitos do Ativo Realizável a Longo Prazo
(+) Valor de alienação de Bens ou Direitos do Ativo Permanente
(+) Aumento do Passivo Exigível a Longo Prazo
II – APLICAÇÕES DE RECURSOS
- Dividendos pagos, creditados ou propostos
- Aumento do Ativo Realizável a Longo Prazo
- Aquisição de Bens e Direitos do Ativo Permanente
- Redução do Passivo Exigível a Longo Prazo
III - VARIAÇÃO DO CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO
IV – DEMONSTRTAÇÃO DA VARIAÇÃO DO CCL
Elementos Inicial Final Variações
Ativo Circulante (AC) X X X
(-) Passivo Circulante (PC) X X X
(=) Capital Circulante Líquido (CCL) X X X
Quadro 1: Modelo de uma DOAR
Fonte: Desenvolvida pelo acadêmico Daison André Pagani, 2010
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Dessa forma, para que o processo de tomada de decisão ocorra de forma satisfatória, é
necessário que os gestores tenham em mãos informações suficientes para conhecer o
comportamento da empresa e, consequentemente, escolher as alternativas que maximizem o
retorno do investimento. A DFC em conjunto com as demais demonstrações contábeis
apresenta todas essas informações que se fazem necessárias para que os gestores consigam
assim planejar e controlar as atividades da empresa.
As empresas que se utilizarem da DFC, não apenas para atender os aspectos legais,
mas de forma a utilizá-la gerencialmente e analisando a mesma no processo de tomada de
decisões principalmente financeiras, só terão a ganhar com essa análise, pois tal demonstração
constitui uma importante ferramenta de gestão, sendo assim está não deveria ser somente para
as sociedades anônimas como cita a lei, mas sim para qualquer empresa. Lembrando da
importância de se analisar a DFC juntando-a com as demais demonstrações contábeis para
que as decisões sejam tomadas com maior segurança e confiabilidade.
Existem dois grandes métodos para apresentação da DFC que são reconhecidos
internacionalmente: o Método Direto, onde a demonstração é elaborada a partir da
movimentação do caixa e equivalentes de caixa e o Método Indireto, em que a demonstração
é obtida a partir do lucro ou prejuízo do exercício.
A nova norma da lei societária alterada pela lei 11.638/2007 estabelece também:
Art. 176...
IV – demonstração dos fluxos de caixa;
...
Art. 188. As demonstrações referidas nos incisos IV e V do caput do art. 176 desta
Lei indicarão, no mínimo:
38
O fluxo de caixa pelo método direto é caracterizado como Fluxo de Caixa no sentido
restrito, sendo chamado também como o verdadeiro Fluxo de Caixa por demonstrar
efetivamente todos os recebimentos e pagamentos que colaboraram com a variação
do caixa naquele período (IUDICIBUS; MARION, 1999, p. 221).
O poder informativo apresentado por esse modelo é importante tanto para os usuários
externos, quanto para os usuários internos na preparação do planejamento financeiro do
empreendimento, proporcionando também informações que podem ser uteis na estimativa de
fluxos de caixa futuros. Segue a estrutura de uma Demonstração dos Fluxos de caixa pelo
método direto:
40
A DFC já é adotada em vários outros países ao contrário da DOAR que não é tão
utilizada, e o Brasil com a aprovação da lei 11.638/07 passa a seguir também esta tendência
internacional visando à harmonização com as normas internacionais de contabilidade.
Vejamos abaixo um quadro com as vantagens da DFC e da DOAR:
Vantagens
DOAR DFC
Fornece informações que não constam em outras Existe tendência mundial de adotar o fluxo de caixa
demonstrações. em detrimento da DOAR, pela utilização de uma
linguagem comum.
Destinada a mostrar a compatibilidade entre a posição Utiliza um conceito mais concreto, crítico em
financeira e a distribuição de lucros. qualquer empresa, necessário nos curtos/curtíssimos
prazos.
Algumas obras enfatizam o seu poder preditivo. Ë necessário para prever problemas de insolvência e,
portanto, avaliar o risco, o caixa e os dividendos
futuros.
Desvantagens
DOAR DFC
Depende da conceituação do circulante, o que Não existe consenso sobre que conceito de caixa
pode prejudicar sua capacidade analítica. utilizar. Uns autores aconselham caixa e bancos;
outros consideram também títulos de curto prazo. O
conceito de equivalente foi proposto em diversas
legislações de outros países.
Não é fundamentalmente financeiro, pois aceita Apresenta volume de informação menor que a
ativos não monetários, como os estoques e as DOAR.
despesas antecipadas.
O resultado é afetado pelo método de avaliação de A atração pelo Fluxo de Caixa pode levar ao
ativos não monetários. processo de window dressing dessa demonstração.
Não obstante a crença contrária, o fluxo de caixa é
manipulável.
Apresenta modificações internas do Capital Existe tendência de utilização do fluxo de caixa pelo
Circulante Líquido de forma residual. método indireto, apesar desta metodologia não ser a
mais recomendada.
Demonstração dos Fluxos de Caixa é uma das demonstrações financeiras que melhor atende
esta necessidade.
Porém Iudícibus e Marion em respeito à substituição da DOAR pela DFC afirmam
que:
A DFC deve ser adota visando atender ao interesse dos usuários pelo conhecimento
do fluxo de caixa das empresas e por ser compreendida mais facilmente,
principalmente pelos usuários menos afeitos a Contabilidade. Por outro lado, a
DOAR não deve ser substituída, apesar de sua reconhecida complexibilidade, pois
satisfaz aqueles usuários que podem usufruir de sua superioridade informativa ou
mesmo pelo ganho proporcionado pela analise conjunta (IUDÍCIBUS; MARION,
2002, p. 224)
Em fim, nenhuma demonstração contábil, por mais útil que ela seja por si só é capaz
de proporcionar ao usuário de todas as informações importantes necessárias para atender suas
necessidades.
A DFC deve ser adotada para facilitar o conhecimento do fluxo de caixa das empresas
e, devida a sua simplicidade, pode ser acessada pelos usuários menos íntimos da
contabilidade. Mas por outro lado a DOAR, não deveria ser deixada de lado pelas empresas
por não ser mais obrigatória, a mesma deveria continuar a ser elaborada pelas mesmas e
desfrutada da análise dos usuários que possam usufruir de suas informações, seja pela sua
maior abrangência, seja pela própria suscetibilidade da DFC, pois de certa forma essas
demonstrações se complementam e tem a sua importância potencializada quando utilizadas
em conjunto.
4 METODOLOGIA
Para a coleta de dados deste trabalho foi feita uma entrevista, que permitiu um estreito
relacionamento entre pesquisador e pesquisado, com o intuito de agregar o máximo possível
de conhecimento do assunto para poder aplicá-lo de maneira correta e eficaz.
Uma vez manipulados os dados e obtidos os resultados, o passo seguinte foi analisar e
interpretar os mesmos, constituindo-se na parte principal da pesquisa.
A análise dos dados apurados é de fundamental importância para a eficácia da
pesquisa, por isso é importante que sejam colocados de forma sintética e de maneira clara e
acessível. Na análise e interpretação dos dados utilizam-se dos métodos a fim de dar
significados mais amplos as respostas e orientar a tomada de decisão, tais métodos podem ser
classificados como qualitativos e quantitativos.
Foi utilizada a pesquisa qualitativa, que utiliza de seus métodos de coleta e análise de
dados que são apropriados para uma fase exploratória de pesquisa. Para a análise e
interpretação de dados Gil (1999) aponta as seguintes técnicas: “estabelecimento de
51
categorias, codificação, tabulação, análise estatística dos dados, inferência de relações causais
e interpretação de dados”.
Este método foi utilizado neste trabalho, pois o assunto em estudo é complexo, de
natureza social e não tende a quantificação. A pesquisa qualitativa tem como objetivo
principal interpretar o fenômeno que se observa e, traz grande contribuição para o trabalho de
pesquisa apresentando uma mistura de procedimentos de cunho racional e intuitivo capazes de
contribuir para melhor compreensão dos fenômenos.
5 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS
Para a realização deste trabalho foi feita uma análise comparativa das informações
fornecidas pela DFC e pela DOAR, verificando as principais diferenças entre essas
demonstrações. As demonstrações contábeis utilizadas no trabalho são da empresa Rafitec
S/A Indústria e Comércio de Sacarias.
Após análise comparativa entre as duas demonstrações, foram apresentados os
resultados obtidos e entrevistando os setores contábil, financeiro e a gerência administrativa
da empresa, objetivando conhecer na percepção dos profissionais desses setores as seguintes
informações:
Se os entrevistados são a favor ou não a substituição da DOAR pela DFC;
Os principais motivos de serem a favor ou contra essa substituição;
Se os mesmos acreditam que esta mudança irá melhorar ou não a evidenciação
contábil;
Conhecer as vantagens e desvantagens da DFC quando comparada com a DOAR na
visão dos entrevistados.
Verificar os seguintes aspectos quanto a substituição da DOAR pela DFC na visão dos
entrevistados: entendimento, informação e decisão;
A Demonstração dos Fluxos de Caixa da empresa Rafitec S/A foi elaborada a partir do
método indireto e com os dados obtidos desta demonstração foi possível a elaboração do
quadro a seguir no intuito de se comparar com as informações da DOAR:
53
6.000.000
Operacionais
2.000.000
Caixa das Atividades de
Investimento
0
Caixa das Atividades de
(2.000.000) Financiamento
(4.000.000) (2.694.803)
(6.000.000)
(6.205.718)
(8.000.000)
O resultado desse fluxo foi à diminuição das disponibilidades da empresa, que seriam
o caixa, bancos e aplicações de liquidez imediata (até 90 dias) em R$ 1.103.046 (um milhão
cento e três mil e quarenta e seis reais), sendo que o consumo maior de caixa fora nas
atividades de investimento, onde 67,62% do dinheiro investido teve origem das atividades
operacionais da empresa, 26,84% foi proveniente de recursos externos e o restante, 5,54%
desses investimentos, foi consumido dos saldos que havia no caixa e equivalentes de caixa
vindos do exercício anterior, por isso da diminuição desses.
55
2.000.000
Valores em (R$)
500.000
Embora o resultado da variação das disponibilidades fora negativo, não quer dizer que
tenha sido ruim para a empresa, pois como podemos observar no gráfico acima a mesma
possuía um valor bem significativo de sobras de caixa e equivalentes no inicio do exercício,
sendo que a diminuição foi de 48,58%, que foram aplicados em novos investimentos na
empresa e para saldar recursos obtidos de fontes externas, restando ainda R$ 1.167.449 (um
milhão cento e sessenta e sete mil quatrocentos e quarenta e nove mil reais) de disponibilidade
para o início do próximo exercício, demonstrando de fato uma folga financeira excelente.
Analisando os dados apresentados, podemos afirmar que a DFC utiliza conceitos
simples e de fácil interpretação, o que permite uma melhor comunicação com seus usuários,
pois para ser apresentada depende apenas de informações dos Balanços Patrimoniais e da
Demonstração de Resultados do Exercício possibilitando mostrar as mudanças ocorridas no
caixa da empresa desde o momento que sai da DRE até o Balanço Patrimonial.
Através das informações da DFC é possível evidenciar o confronto do fluxo de caixa,
permitindo à administração da empresa decidir com antecedência se a empresa deve tomar
recursos ou aplicá-los, e ainda, avalia e controla ao longo do tempo as decisões importantes
que são tomadas na empresa e seus reflexos monetários.
56
Com essas informações é possível obter as razões das diferenças observadas entre o
lucro líquido e o caixa gerado pelo lucro líquido, avaliando o impacto que os investimentos e
os financiamentos tiveram sobre a posição financeira da empresa no período considerado.
Resumindo, a facilidade de compreensão da DFC é sua vantagem principal, pois
permite que a comunicação da contabilidade com o usuário possa ser aprimorada, atendendo
assim as necessidades desse usuário, seja ele interno ou externo, possibilitando que essa
demonstração seja utilizada para fins decisórios, por constituir-se numa fonte útil de
informações.
Vale ressaltar que esses recursos demonstrados não são fáceis de serem
compreendidos, pois falta um detalhamento considerado necessário para melhor entendimento
dos usuários. Logo a DOAR não especificam quais desses financiamentos e investimentos a
empresa tem e também não possibilita avaliar adequadamente a liquidez de curto prazo da
empresa pelo fato de ser de difícil interpretação.
A diferença entre o Ativo Circulante e o Passivo Circulante representa os recursos
financeiros à disposição da sociedade, que serão utilizados para atender as operações do
próximo exercício, portanto neste caso demonstra que a empresa tem mais origem do que
aplicação de recursos, possuindo assim uma variação positiva do CCL de R$ 10.947.869 (dez
milhões novecentos e setenta e quatro mil e oitocentos e sessenta e nove reais).
A preocupação principal da DOAR é evidenciar os itens que alteram o CCL, portanto
não apontam os itens que se modificam dentro do próprio Ativo ou Passivo Circulantes, pois
estes itens não provocam modificações no Capital Circulante Líquido.
e setenta e quatro mil e oitocentos e sessenta e nove reais) e a DFC utiliza o conceito de
disponibilidade imediata, dentro do regime de caixa teve uma diminuição das disponibilidades
de R$ 1.103.046 (um milhão cento e três mil e quarenta e seis reais).
Portanto ao final do período em evidencia nas duas demonstrações, o que realmente
tem em caixa líquido na empresa são as informações apresentadas na DFC. Evidenciando a
necessidade ou não de captar empréstimos ou aplicar excedentes de caixa em operações
rentáveis com a finalidade de buscar a eficácia financeira e administrativa da empresa em
questão.
29%
Favoravel
71% Desfavoravel
Dos 7 (sete) entrevistados, 5 (cinco) foram a favor da substituição da DOAR pela DFC
o que representa 71% das opiniões e 2 (dois) dos entrevistados opinaram que são contra a
substituição da DOAR pela DFC representando 29% dos entrevistados, como mostra o
gráfico na acima.
Quanto a opinião dos entrevistados sobre a evidenciação contábil após a substituição
da DOAR pela DFC, 2 (dois) acharam que a mesma não melhorou e não ira melhorar o que
representa 29% das opiniões e, 5 (cinco) entrevistados acharam que a evidenciação contábil
melhorou ou irá melhorar representando 71% das opiniões, como vemos no gráfico a seguir.
60
29%
Melhorou ou irá melhorar
Analisando esses dois conjuntos de repostas dos entrevistados que são ou não a favor
da substituição da DOAR pela DFC e as opiniões quanto à influência dessa substituição na
evidenciação contábil e ainda, as respostas obtidas para a verificação na percepção dos
entrevistados quais os principais motivos de serem ou não a favor da substituição da DOAR
pela DFC chegou-se a um resultado muito interessante, a saber:
Teve os entrevistados que não foram a favor da substituição, afirmando que não
haverá melhora na evidenciação contábil. Estes alegaram que a DOAR apresenta um
nível de informação maior que a DFC satisfazendo as necessidades dos usuários não
sendo necessário na opinião destes outra demonstração;
Teve também os entrevistados que não são favoráveis a essa substituição, pois
acreditam que uma demonstração complementa a outra, não se tratando de
demonstrações excludentes, mas sim complementares e deveriam ser apresentadas em
conjunto melhorando a evidenciação contábil;
Dos entrevistados que foram a favor da substituição, tivemos os que acharam que essa
substituição é uma tendência internacional devendo ser seguida e, a DFC é de fácil
entendimento para os usuários principalmente para aqueles menos conhecedores de
contabilidade aumentando assim a quantidade de usuários das demonstrações
contábeis, mas mesmo assim estes acreditam que a substituição da DOAR pela DFC
não melhorou ou irá melhorar a evidenciação contábil;
Dos entrevistados que foram favoráveis a substituição, tivemos também os que
acreditam que a DFC melhorou ou irá melhorar a evidenciação contábil,
principalmente para os menos afeitos a contabilidade, pois é mais fácil entender o
61
publicação da DFC por ser mais fácil de entender, o que não ocorreu com todos os
entrevistados no setor contábil da empresa.
Sendo um dos objetivos desta pesquisa analisar se a substituição da DOAR pela DFC
melhorou ou não a evidenciação contábil procurou-se, através dos aspectos entendimento,
informação e decisão, verificar esta análise reforçando ainda mais os resultados obtidos até
aqui.
O aspecto entendimento foi escolhido tendo em vista que um dos maiores motivos que
levaram a substituição da DOAR pela DFC, conforme pesquisas bibliográficas, dizem
respeito à dificuldade de entendimento por parte de algum grupo de usuários. O objetivo da
análise deste aspecto é de verificar na opinião dos entrevistados, se realmente existem
dificuldades de entendimento dessa demonstração quando comparada com a DFC e se o
entendimento melhorou ou não com essa substituição.
Com os aspectos informação e decisão buscou-se verificar se as informações trazidas
pela DFC que substitui a DOAR podem realmente auxiliar no processo de tomada de decisão
tendo em vista que o principal objetivo da contabilidade é o de fornecer informações úteis e
confiáveis aos seus usuários, de forma a auxiliá-los na tomada de decisão.
Com os resultados obtidos do questionário que avaliaram tais aspectos, chegou-se ao
seguinte gráfico:
63
90% 86%
80%
71% 71%
70%
60%
entendimento
50%
informaçao
40% decisão
29% 29%
30%
20% 14%
10%
0%
melhorou não melhorou
Para avaliar o aspecto entendimento foram feitas perguntas sobre qual demonstração
apresenta um entendimento mais amplo e fácil de assimilar por parte dos usuários, verificando
se esse aspecto melhorou ou não com a substituição.
Como demonstra o gráfico então, 71% dos entrevistados quando questionados sobre o
aspecto entendimento acham que este melhorou com a substituição da DOAR pela DFC e
29% dizem que não melhorou.
Verificou-se que tal fato deveu-se à grande concordância, por parte dos entrevistados,
que a DOAR, realmente, é de difícil entendimento principalmente para os usuários menos
afeitos à contabilidade, sendo que no setor financeiro e da gerência administrativa da empresa
essa concordância foi de 100%, já no setor contábil da empresa foi bem menor.
No aspecto informação foram questionados os entrevistados sobre qual das duas
demonstrações apresenta-se como uma fonte mais útil de informação verificando se
informação melhorou ou não com a substituição.
Novamente a maioria concordou em favor da DFC, onde 79% acharam que tal quando
comparada com a DOAR, apresenta informações mais úteis para a empresa, principalmente
na gestão dos seus recursos financeiros e, melhorou a qualidade da informação contábil na
opinião desses entrevistados.
64
Ressalta-se ainda que entrevistados que acreditam que a DOAR também é uma fonte
útil de informação, até mais que a DFC na opinião destes e, sua substituição não melhorou o
aspecto informação, sendo que estes entrevistados compõe 29% das respostas e encontram-se
no setor contábil da empresa e assim como nos demais aspectos verificados até aqui este setor
é o único entre os entrevistados que defende a DOAR.
Quando questionados a respeito do aspecto decisão a concordância foi ainda maior a
favor da DFC, onde 86% dos entrevistados concordam que a DFC melhora esse aspecto e
apenas 14% acredita que não.
Ainda no aspecto decisão, verificou-se a partir das respostas dos entrevistados que
uma das maiores contribuições da DFC é o auxilio que esta da ao usuário no processo de
tomada de decisão, pois todas as decisões tomadas pelos administradores da empresa têm
repercussão direta no caixa da empresa, lembrando a teoria de que o caixa é coração de uma
empresa, e como a DFC focaliza a atenção de seus usuários ao verdadeiro valor do dinheiro
e/ou do caixa da empresa, considerado como medida mais apropriada para mensurar a
empresa em continuidade, tal demonstração possibilita à administração projetar o futuro da
empresa e melhor visualizar a capacidade de pagamento dos investimentos realizados e da
política financeira empregada.
A partir dos dados levantados com esta análise se verificou que a grande maioria dos
entrevistados concorda em favor da DFC e que está melhorou a evidenciação contábil da
empresa, reforçando ainda mais o fato de que esta demonstração é de um entendimento mais
simplificado do que a DOAR, sendo que os únicos entrevistados que defenderam a DOAR
pertenciam ao setor contábil da empresa e nos demais setores entrevistados todos foram a
favor da DFC, demonstrando a dificuldade de entendimento da DOAR por usuários menos
conhecedores de contabilidade.
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
demonstração irá proporcionar, uma vez que o fluxo de caixa mostra a real capacidade de
pagamento das dívidas, sendo um importante indicador da situação financeira da empresa.
Um ponto importante que foi observado, é que dos 5 (cinco) entrevistados que foram a
favor da DFC no lugar da DOAR e, acharam-na de mais fácil entendimento quando
comparada com a DOAR, 1 (um) é do setor de gerência administrativa , 2 (dois) do setor
financeiro e os outros 2 (dois) pertencem ao setor contábil, sendo estes últimos citados os
menos experientes do seu setor. Isso reforça o fato de que a DFC é de mais fácil entendimento
que a DOAR, principalmente para os usuários menos afeitos à Contabilidade, sendo que fora
do setor contábil nenhum outro entrevistado defendeu a não substituição, ficando claro isso
principalmente no próprio setor contábil da empresa, onde 4 (quatro) pessoas foram
entrevistadas e os dois menos experientes do setor como citado acima, responderam em favor
da DFC e, os outros 2 (dois) são profissionais com anos de experiência na área e por isso não
concordaram em substituir a DFC pela DOAR, pois assimilam melhor o conceito de capital
circulante líquido e o regime de competência usados na DOAR do que os outros
entrevistados, e conseguem extrair desta demonstração informações não percebidas pelos
demais.
No setor financeiro da empresa, os dois entrevistados concordaram em substituir a
DOAR pela DFC como já mencionado no parágrafo acima, a explicação para isso é que
historicamente os profissionais desta área trabalham com base no regime de caixa utilizado
como base na elaboração DFC e não pelo regime de competência, este aplicado na DOAR.
A gerência administrativa da empresa também apoiou a substituição da DOAR pela
DFC, considerando-a de mais fácil entendimento e consequentemente mais útil no processo
de tomada de decisão, pois este setor da empresa toma seguidas e importantes decisões, que
causam reflexos diretos no aspecto financeiro da empresa.
Para tomar qualquer decisão o gestor precisa de informações para analisar a real e
atual situação financeira da empresa e nenhuma outra demonstração contábil mostra isso
melhor que a DFC, onde está apresenta o que de fato a nas disponibilidades de uma empresa
demonstrando quanto e como foram gerados seus recursos e onde foram aplicados, isso
comprovou-se quando 71% dos entrevistados acharam que a informação contábil melhorou
com a substituição da DOAR pela DFC.
A relevância da DFC para o processo de tomada de decisão comprovou-se na
importância que os entrevistados deram ao aspecto decisão que pode ser considerado a maior
contribuição que a DFC oferece aos diversos usuários da informação contábil, onde 86% dos
entrevistados concordaram que tal demonstração melhora o processo de tomada de decisão.
67
GIL, Antonio . Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas, 1999.
GITMAN, Lawrence J. Princípios de Administração Financeira. Tradução Jacob
Ancelevicz e Francisco José dos Santos Braga. 3. ed. São Paulo: Harbra, 1987.
MARION, José Carlos. Contabilidade Empresarial. 11. ed. São Paulo: Atlas S/A, 2005.
MATARAZZO, Dante C. Análise Financeira de Balanços. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2007.
ANEXO 1 – ENTREVISTA
Você é a favor ou contra a substituição da DOAR pela DFC imposta pela lei 11.638/2007?
a) Sim, sou a favor;
b) Não, sou contra.
Resposta Quantidade
a 5
b 2
Total 7
Uma das principais funções da contabilidade é de fornecer informações uteis aos usuários
através da evidenciação contábil, com a substituição da DOAR pela DFC, qual sua opinião
entre as alternativas abaixo quanto à evidenciação contábil:
a) Melhorou ou irá melhorar;
b) Não melhorou ou não irá melhorar.
Resposta Quantidade
a 5
b 2
Total 7
Se você acha que a DOAR não deveria ter sido substituída pela DFC, qual o principal(s)
motivo(s) em sua opinião entre as alternativas abaixo:
a) Apresenta um volume de informação maior que a DFC, satisfazendo as necessidades
dos usuários;
b) Fornece informações que não constam em outras demonstrações;
c) Possuiu um poder preditivo maior que a DFC;
d) Ou ainda, uma demonstração complementa a outra e, deveriam ser apresentadas em
conjunto.
Resposta Quantidade
a 1
d 1
Total 2
72
Se você concorda com a introdução da DFC no lugar da DOAR, qual o(s) principal(s)
motivo(s) em sua opinião entre as alternativas abaixo:
a) A DFC permite um melhor entendimento aumentando a comunicação entre a
contabilidade e o seu usuário, além de ser essa substituição uma tendência
internacional;
b) A DOAR é de difícil entendimento, principalmente para os não contabilistas;
c) A DFC possibilita maior visualização do fluxo de recursos financeiros, sendo mais
eficaz na avaliação financeira da empresa;
d) É mais fácil entender o conceito de caixa usado na DFC do que o conceito de capital
circulante líquido na DOAR
Resposta Quantidade
a 1
b 1
c 1
d 2
Total 5
Levando em conta o aspecto entendimento, qual sua opinião quanto à substituição da DOAR
pela DFC:
a) Melhorou;
b) Não melhorou.
Resposta Quantidade
a 5
b 2
Total 7
Levando em conta o aspecto informação, qual sua opinião quanto à substituição da DOAR
pela DFC:
a) Melhorou;
b) Não melhorou.
Resposta Quantidade
a 5
b 2
Total 7
7 - Levando em conta o aspecto decisão, qual sua opinião quanto à substituição da DOAR
pela DFC:
a) Melhorou;
73
b) Não melhorou.
Resposta Quantidade
a 6
b 1
Total 7
74
Demonstração dos Fluxos de Caixa dos exercícios findo em 31 de dezembro de - (Em reais)
2009 2008
FLUXO DE CAIXA DAS ATIVIDADES OPERACIONAIS
a) RESUTADO LÍQUIDO AJUSTADO 20.412.834 9.622.570
Valores em Reais