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MARCELLE GUMERATO SEVERINO

SISTEMAS DE CERTIFICAÇÃO ENERGÉTICA DE EDIFÍCIOS:


IMPACTOS SOBRE CRITÉRIOS DE PROJETOS

Projeto Final apresentado ao Curso de


Engenharia Industrial Elétrica do Centro
Federal de Educação Tecnológica de
Minas Gerais, para obtenção do título de
Engenheiro Eletricista.

Orientadora: Dra. Patrícia Romeiro da Silva Jota


Belo Horizonte

CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS – CEFET/MG


2009
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ESTÁGIO SUPERVISIONADO

CURSO: Engenharia Industrial Elétrica


MODALIDADE: SEI
EMPRESA: PROCONSULT - Projetos, Consultoria e Montagens Ltda.
LOCALIZAÇÃO: Belo Horizonte SETOR: Projetos
LOCAL DE REALIZAÇÃO: Belo Horizonte – MG
DATA: 24/05/2009
PROFESSORA ORIENTADORA: Profª Dra. Patrícia Romeiro da Silva Jota

RELATÓRIO DE ATIVIDADES: ( )

RELATÓRIO TÉCNICO: ( X )

NOTA:__________

Dra. Patrícia Romeiro da Silva Jota


Professora Orientadora

Enga. Mara Cristina Noronha Montanari


Supervisora

Marcelle Gumerato Severino


Estagiária
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SEVERINO, Marcelle Gumerato

Sistemas de certificação energética de edifícios: impactos sobre critérios de


projetos.

Belo Horizonte, 24 de maio, 2009.

Relatório Técnico apresentado ao Centro Federal de Educação Tecnológico de


Minas Gerais para a obtenção do grau de Engenharia Industrial Elétrica.
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APRESENTAÇÃO

O presente trabalho surge da necessidade de se rever a metodologia de desenvolvimento


de Diagnóstico Energético e Estudo de Eficiência Energética promovidos pela
PROCONSUL – Projetos, Consultoria e Montagens Ltda., criada em 1996 e uma das seis
primeiras empresas acreditadas pela CEMIG para desenvolver projetos em Eficiência
Energética. Sob a orientação da Dra. Patrícia Romeiro da Silva Jota, coordenadora do
Centro de Pesquisa em Energia Inteligente – CPEI, a autora, Marcelle Gumerato
Severino, que traz como bagagem conhecimentos multidisciplinares adquiridos, nas
diversas áreas e cargos por que passou ao longo de sua vida profissional, conciliada com
sacrifício à graduação, aceitou o desafio de acrescentar mais um novo conhecimento à
sua formação profissional.

Seguindo a tendência de qualificação de empreendimentos este documento, dividido em


seis capítulos, se propõe a definir uma metodologia para o desenvolvimento de projetos,
no âmbito da Engenharia Elétrica, que assimile as melhores práticas, em Eficiência
Energética, através do paralelo entre o sistema de certificação energética de edifícios de
maior reconhecimento internacional, o LEED® e o modelo brasileiro proposto pelo
PROCEL considerando os diferentes objetivos de cada sistema.
5

SUMÁRIO

Apresentação ..................................................................................................................................................... 4
Sumário ............................................................................................................................................................. 5
Lista de Figuras ................................................................................................................................................. 6
Lista de Tabelas................................................................................................................................................. 7
Abreviaturas ....................................................................................................................................................... 8
Resumo ............................................................................................................................................................. 9
1. Revisão Histórica .................................................................................................................................... 10
2. Objetivo ................................................................................................................................................... 11
3. Programa Brasileiro de Etiquetagem para Edifícios ................................................................................ 12
3.1. Características Gerais ........................................................................................................................ 13
3.1.1. Categorias: Peso e Significado ...................................................................................................... 14
3.2. Processo para Obtenção da ENCE .................................................................................................... 15
3.3. Regulamento Técnico de Qualidade (RTQ): Síntese .......................................................................... 17
3.3.1. Pré-Requisitos Gerais .................................................................................................................... 17
3.3.2. Classificação Individual .................................................................................................................. 17
3.3.3. Nível de Eficiência Global............................................................................................................... 18
®
4. Sistema Independente de Certificação LEED ....................................................................................... 19
4.1. Processo para Obtenção da Certificação LEED® .............................................................................. 20
4.2. Qual é o Custo de um Edifício Sustentável Certificado?..................................................................... 21
4.3. Certificação LEED® para novas construções e grandes reformas ..................................................... 23
4.3.1. Sítios Sustentáveis ......................................................................................................................... 23
4.3.2. Eficiência no Uso da Água ............................................................................................................. 24
4.3.3. Energia e Atmosfera ....................................................................................................................... 24
4.3.4. Materiais e Recursos ...................................................................................................................... 25
4.3.5. Qualidade do Ambiente Interno ...................................................................................................... 25
4.3.6. Inovação e Processo do Projeto ..................................................................................................... 26
5. Supermercado Verde: Estudo de Caso ................................................................................................... 27
5.1. Iluminação: Critérios ENCE x LEED ................................................................................................... 29
5.1.1. Nível Mínimo de Eficiência: Metodologia ASHRAE 90.1-2004 ....................................................... 29
5.1.2. Nível Mínimo de Eficiência: Metodologia RTQ ............................................................................... 30
5.2. Bônus RTQ: Uso Eficiente da Água .................................................................................................... 36
5.2.1. Índice pluviométrico ........................................................................................................................ 36
5.2.2. Avaliação do potencial de captação pluvial .................................................................................... 37
5.2.3. Demanda para Sistema de Vasos Sanitários - SVS....................................................................... 37
5.2.4. Geração de “água cinza” ................................................................................................................ 38
5.2.5. Consumo de água potável.............................................................................................................. 39
5.2.6. Fontes de produção de água potável ............................................................................................. 39
5.2.7. Cálculo do Fator de Economia de Água Potável ............................................................................ 40
6. Considerações Finais .............................................................................................................................. 41
Referências Bibliográficas ............................................................................................................................... 42
Glossário .......................................................................................................................................................... 44
6

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Consumo energético brasileiro em 2007 [fonte MME, 2008]. ......................................... 12


Figura 2: Fluxograma do processo de obtenção da ENCE, conforme RAC. [INMETRO, 2009a] ....... 15
Figura 3: Modelo da Etiqueta Nacional de Conservação de Energia – ENCE. [INMETRO, 2009a] ... 16
Figura 4: Graus de certificação LEED®. [USGBC.org] ........................................................................ 20
Figura 5: Fluxograma do processo de obtenção da Certificação LEED®. [USGBC, 2009] ................. 20
Figura 6: Construção sustentável versus construção tradicional. [TÉCHNE , ed 133] ..................... 21
Figura 7: Supermercado Verde - fachada lateral esquerda. [Fonte confidencial] ........................... 27
Figura 8: Supermercado Verde - Fachada frontal. [Fonte Confidencial] ......................................... 28
Figura 9: Planta baixa e posicionamento das luminárias, via software Relux. ................................ 32
Figura 10: Vista 3D da Loja (Porta de entrada e Janelas). ................................................................ 35
Figura 11: Vista 3D da Área de Alimentação. ................................................................................... 35
Figura 12: Vista 3D gerada pelo software Relux. Simulação sem contar a contribuição da luz
natural. ............................................................................................................................................. 35
Figura 13: Vista 3D gerada pelo software Relux. Simulação considerando a contribuição da luz
natural. ............................................................................................................................................. 35
Figura 14: Histograma dos volumes médios mensais passíveis de captação. [Fonte confidencial] 36
Figura 15: Número total de colaboradores para jornada diária de trabalho. [Fonte confidencial] 38
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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Categorias avaliadas pelo RTQ para a obtenção da ENCE. [INMETRO, 2009b] ................ 14
Tabela 2: Equivalente numérico para cada nível de eficiência. [INMETRO, 2009b] ........................ 17
Tabela 3: Classificação global, resultado da Equação 1. [INMETRO, 2009b] ................................... 18
Tabela 4: Escala de classificação do sistema LEED®. [LEED-NC Reference Guide v. 2.2] ................. 20
Tabela 5: Empreendimentos submetidos à avaliação do sistema LEED. [GBC BRASIL, 2009]. ........ 22
Tabela 6: Luminárias empregadas no projeto Supermercado Verde. ............................................. 28
Tabela 7: Densidade de potência máxima. [Fonte: ASHRAE, 2004]................................................. 29
Tabela 8: Valores de referência conforme tabela 9.5.1 da ASHRAE 90.1-2004. [ASHRAE, 2004a] . 30
Tabela 9: Resumo dos dados dos ambientes amostrados. .............................................................. 30
Tabela 10: Valores calculados para o projeto de iluminação do Supermercado Verde. ................. 30
Tabela 11: Densidade de potência máxima. [Fonte: RTQ, 2009] ..................................................... 32
Tabela 12: Extraída da NBR 5413 ..................................................................................................... 33
Tabela 13: Potências máximas admitidas para, área de alimentação, com 196m², com Em de
200lux ............................................................................................................................................... 33
Tabela 14: Potências máximas admitidas para, loja, com 1730m², com Em de 500lux. .................. 33
Tabela 15: Número máximo de luminárias permitidas para a loja (Versão adaptada da tabela 4.1
da RTQ), [INMETRO, 2009b] ............................................................................................................. 34
Tabela 16: Número máximo de luminárias permitidas na área de alimentação. ........................... 34
Tabela 17: Memória de cálculo do fator de economia, critérios LEED-NC. ..................................... 40
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ABREVIATURAS

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas


ASHRAE – American Society of Heating, Refrigerating, and Air-Conditioning Engineers
BOCA – Building Officials and Code Administrators International, Inc.
CABO – Council of American Building Officials.
DOE – Department of Energy
ENCE – Etiqueta Nacional de Conservação de Energia
EPA – Environmental Protection Agency.
EPACT – Energy Policy Act
ICBO – International Conference of Building Officials
ICC – International Code Council
INMETRO – Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial
NAIMA – North American Insulation Manufacturers Association.
OPEP – Organização dos Países Exportadores de Petróleo
PBE – Programa Brasileiro de Etiquetagem
PET – Planilha de Especificações Técnicas
RAC - Regulamento de Avaliação de Conformidade do Nível de Eficiência Energética
para Edifícios Comerciais, de Serviços e Públicos
RTQ – Regulamento Técnico da Qualidade para Eficiência Energética de Edifícios
Comerciais, de Serviços e Públicos
SBCCI – Southern Building Code Congress International, Inc.
USGBC – United States Green Building Council
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RESUMO

O presente trabalho aborda, através de um estudo de caso, a aplicação do Regulamento


Técnico da Qualidade para Eficiência Energética de Edifícios Comerciais, de Serviços e
Públicos – RTQ, proposto pelo programa PROCEL e implementado pelo INMETRO, em
caráter voluntário, aos sistemas de iluminação e reuso/aproveitamento de água propostos
para implementação em um “supermercado-verde”. Como, ainda, não existem casos
concretos de aplicação do RTQ, o sistema de certificação LEED®, categoria New
Constructions, da U. S. Green Building Council, foi escolhido como referência, uma vez
que este é o sistema de maior representatividade internacional. O resultado deste
paralelo é o levantamento dos impactos esperados, nos critérios de projeto, da aplicação
da RTQ em projetos de qualquer monta em uma empresa de projetos.

Os resultados, tanto da aplicação dos requisitos do RTQ quanto do LEED-NC,


surpreenderam o autor ao serem atendidos com facilidade, desde que todas as normas
técnicas aplicáveis sejam aplicadas criteriosamente e as refletâncias consideradas
tenham valores elevados (teto, paredes e piso em cores claras), comprovando o caráter
educativo do RTQ.

O trabalho apresenta, sucintamente, os principais eventos que determinaram a criação


das leis, regulamentos, diretrizes e, consequentemente, os sistemas de classificação em
Eficiência Energética, englobando, também, as estruturas básicas dos sistemas LEED® e
RTQ, e o estudo de caso, apresentado no capitulo 5. Em considerações finais são
apresentados as respostas aos questionamentos levantados ao longo do
desenvolvimento deste trabalho e um resumo dos principais impactos na metodologia de
projetos seguida pela PROCONSULT.
10

1. REVISÃO HISTÓRICA

Em 1973 um embargo à distribuição de petróleo pelos países membros da OPEP aos


EUA e a Europa, deu inicio a uma grande crise mundial, demonstrando a fragilidade das
diretrizes econômicas frente às questões energéticas. [HAGEL, 2005]. É neste cenário
em que surgem, na França, as primeiras medidas regulamentares em Eficiência
Energética para edifícios, sendo responsáveis, em 1989, por uma economia de energia,
de aproximadamente 40%, em relação a 1973 [MEIRIÑO, 2004].

É, também, em resposta a primeira grande crise do petróleo que os EUA criam a Energy
Policy Act, em 1992, considerada a primeira lei em energia, afim de regular o uso de
combustíveis fósseis para geração de energia e reduzir a dependência ao petróleo
internacional. A Energy Policy Act fundamenta as primeiras normas americanas que
estabelecem os padrões mínimos de Eficiência Energética para edifícios: Model Energy
Code (1992), para edificações residenciais, e a ASHRAE Standard 90.1-1989, para
edificações comerciais. [GOULART, 2005].

No Brasil, desde a década de 80, são desenvolvidas ações visando promover o uso
racional da energia, sendo o Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica, o
PROCEL, a ação com maior reconhecimento pela população brasileira. Entretanto a
correta compreensão e adesão, pelo setor produtivo brasileiro, aos conceitos de
sustentabilidade e eficiência energética tornaram-se populares somente após os
“apagões” em 2001 [GOEKING, 2009].

O PROCEL é hoje, o principal instrumento de implantação da Lei de Eficiência


Energética, Lei n° 10.295, de 17 de outubro de 2001 , através de subprogramas como o
Selo PROCEL de Economia de Energia, criado em 1993, o PROCEL GEM (Gestão
Energética Municipal), Sanear, Educação, Indústria, Edifica, Prédios Públicos e o Reluz.

Como produto do subprograma PROCEL Edifica, entra em vigor, em 2009, a Etiquetagem


Voluntária de Nível de Eficiência Energética de Edifícios Comerciais, de Serviços e
Públicos, ferramenta de cunho educativo, que visa estabelecer índices mínimos de
eficiência energética para edifícios, explorando a natureza competitiva da cultura
brasileira [GOEKING, 2009]. Modelos similares já são aplicados, com sucesso, em outros
países como o Programa para a Eficiência Energética em Edifícios - P3E, em Portugal,
Certificación Energética de Edificios – CEE, na Espanha e o sistema independente de
certificação LEED®, da Green Building Council, nos EUA, que conta, desde 2005, com um
escritório no Brasil, e já estuda uma versão adaptada à realidade brasileira.
11

2. OBJETIVO

Este trabalho tem por objetivo apresentar uma metodologia para o desenvolvimento de
projetos, no âmbito da Engenharia Elétrica, que assimile as melhores práticas, em
Eficiência Energética, através do paralelo entre o sistema de certificação energética de
edifícios de maior reconhecimento internacional, o LEED®, e o modelo brasileiro proposto
pelo PROCEL considerando os diferentes objetivos de cada sistema.

Para este trabalho não serão considerados os métodos de cálculo para as categorias:
envoltória e sistema de condicionamento de ar, uma vez que estes itens não fazem parte
do foco de atuação da autora, além deste, também, não possuir o embasamento
necessário à análise destes itens. Portanto, fazem parte do escopo deste documento as
categorias do sistema de iluminação e algumas iniciativas propostas para o item
bonificação.
12

3. PROGRAMA BRASILEIRO DE ETIQUETAGEM PARA EDIFÍCIOS

Os primeiros sistemas de classificação surgiram da necessidade de desenvolver métodos


de avaliação do desempenho ambiental de edifícios. Entretanto, o incentivo para o
desenvolvimento da etiquetagem vem dos bons resultados obtidos ao aplicar os sistemas
de certificação como instrumento para elevar o nível de desempenho de novas
edificações em comparação ao alcance das exigências normativas. [GOULART, 2005].

Segundo dados do PROCEL, as edificações residenciais, comerciais, de serviços e


públicas são responsáveis por, aproximadamente, 43% do consumo de energia elétrica
no país, ver Figura 1, e em decorrência da relativa melhora na distribuição de renda
espera-se um crescimento significativo nos próximos anos.

Figura 1: Consumo energético brasileiro em 2007 [fonte MME, 2008].

A certificação e/ou etiquetagem de produtos, sistemas e empreendimentos é uma das


ferramentas de promoção dos conceitos de eficiência energética com melhores
resultados práticos. Um exemplo de sucesso é o Selo PROCEL de Economia de Energia,
criado em 1993, que indica ao consumidor, no ato da compra, os produtos que
apresentam os melhores níveis de eficiência energética dentro de cada categoria. Sendo
o subprograma do PROCEL de maior notoriedade entre leigos, mesmo assim apenas
50% da população afirmam conhecer o real significado do Selo PROCEL. [GOEKING,
2009].
13

Visando alcançar as metas estipuladas pelo PROCEL EDIFICA, os edifícios foram


incluídos no Programa Brasileiro de Etiquetagem, PBE. Inicialmente a adesão é
voluntária, devendo assumir um caráter obrigatório, para as novas edificações, em 2014.
O objetivo é estabelecer índices mínimos de eficiência energética através da etiquetagem
e assim desacelerar o crescimento do consumo, reduzindo investimentos em energia e
reduzindo o impacto ambiental. Espera-se obter uma economia de até 30%, em relação
aos métodos convencionais de contrução, para edificações já existentes e de até 50% de
economia se os critérios de eficiência energética forem seguidos desde a concepção
inicial do projeto.

3.1. CARACTERÍSTICAS GERAIS

O Regulamento Técnico da Qualidade para Eficiência Energética de Edifícios Comerciais,


de Serviços e Públicos, portaria do INMETRO de número 53, de 27/02/2009, estabelece
critérios de classificação energética similar ao, atualmente, utilizada em eletrodomésticos,
Selo PROCEL. Destina-se a edifícios com área total útil mínima de 500 m² e/ou com
tensão de abastecimento superior ou igual a 2,3 kV (subgrupos A1, A2, A3, A3a, A4 e
AS).

A avaliação do edifício, na fase de projeto, é obtida através da apresentação, pelo


empreendedor, de documentação comprobatória para análise probatória ou por método
de simulação, em laboratório designado pelo INMETRO. A classificação final do nível de
eficiência só é concedida após a confirmação, por meio de inspeção da obra concluída,
do nível obtido para a fase de projeto. [GOEKING, 2009].

As edificações serão avaliadas em cinco níveis, indicados pelas letras A (mais eficiente),
B, C, D e E (menos eficiente), de acordo com três categorias: envoltória, sistema de
iluminação e condicionamento de ar. Sendo o conceito global obtido através da média
ponderada das três categorias. Há, ainda, pontuações para outras áreas de aplicação dos
conceitos de eficiência classificadas como bonificações. Contudo, é possível obter a
classificação em um ou mais requisitos desde que os pré-requisitos específicos de cada
categoria sejam atendidos (classificação parcial).
14

3.1.1. CATEGORIAS: PESO E SIGNIFICADO

Tabela 1: Categorias avaliadas pelo RTQ para a obtenção da ENCE. [INMETRO, 2009b]

Categorias Peso
Envoltória 30%;
Sistema de Iluminação 30%
Sistema de Condicionamento de Ar 40%

As categorias avaliadas pelo RTQ apresentam peso distinto estabelecido de acordo com
a contribuição individual, ver Tabela 1, ao consumo podendo ser definidas como se segue,
[INMETRO, 2009b],:

a) Envoltória: requisito que considera todas as superfícies externas da edificação,


determinando os sombreamentos mínimos e os coeficientes de transmissão térmicos
máximos admitidos para cada tipo de superfície. O critério determina, ainda, as cores
das superfícies externas da edificação que irão influenciar nos ganhos de calor
relativos à irradiação solar. Para a classificação da envoltória toda a edificação deve
ser analisada.

b) Sistema de iluminação: este critério estabelece os limites máximos de potência


instalada para a iluminação, sendo considerado para efeito classificatório um
pavimento ou um conjunto de salas.

c) Sistema de condicionamento de ar: é o critério de maior representatividade e é


responsável por estabelecer os níveis mínimos de eficiência para condicionadores de
ar, além de definir métodos de controle de temperatura, tipos de sistemas a serem
adotados (central ou unitário) e outros critérios específicos.

d) Bonificações: referem-se a qualquer iniciativa que represente um aumento na


eficiência da edificação, podem ser avaliados em até um ponto na classificação final;

A simulação computacional é um método alternativo à obtenção da classificação. Pode


ser implementada quando a documentação comprobatória não está disponível, é de difícil
obtenção ou encontra-se incompleta. O método de simulação compara o consumo do
edifício real com os resultados do modelo de referência, devendo ser igual ou inferior ao
consumo do modelo.
15

3.2. PROCESSO PARA OBTENÇÃO DA ENCE

O processo de concessão da Etiqueta Nacional de Conservação de Energia – ENCE para


novas edificações segue os critérios definidos pelo Regulamento de Avaliação de
Conformidade (RAC) e é constituído por duas etapas: avaliação em projeto e inspeção
por amostragem do edifício. A Figura 2 proporciona a visualização do fluxo do processo de
obtenção da ENCE.

Figura 2: Fluxograma do processo de obtenção da ENCE, conforme RAC. [INMETRO, 2009a]

A primeira etapa avalia, através de um laboratório certificado, o nível de eficiência


energética do edifício na fase de projeto, que pode ser mensurada por meio de dois
métodos: prescritivo ou simulação. Válida por no máximo dois anos.

• Método Prescritivo: defini-se o nível de eficiência através da análise da


documentação* fornecida pelo proprietário, é a avaliação mais simplificada.

*
Para relação de documentos necessários à avaliação, consultar anexos.
16

• Método de Simulação: baseado no estudo do desempenho termo-energético do


modelo do edifício proposto para ser etiquetado em relação a um edifício ideal.

A segunda etapa, realizada pelo mesmo laboratório, verifica se os itens avaliados na fase
de projeto encontram-se conformes ao edifício construído, através de inspeção completa
ou por fases.

A ENCE final pode ser emitida parcialmente quando da avaliação de apenas uma a duas
categorias, desde que sejam respeitados os pré-requisitos gerais e específicos de cada
categoria, e é válida por dez anos, não havendo fiscalização durante este período.

A Figura 3 exemplifica o modelo previsto para a ENCE, muito similar ao Selo PROCEL.

Figura 3: Modelo da Etiqueta Nacional de Conservação de Energia – ENCE. [INMETRO, 2009a]


17

3.3. REGULAMENTO TÉCNICO DE QUALIDADE (RTQ): SÍNTESE

3.3.1. PRÉ-REQUISITOS GERAIS

Para que o edifício seja elegível à certificação, exige-se o atendimento de um conjunto de


requisitos, doravante denominados pré-requisitos gerais, definidos abaixo:

1) Medição centralizada por uso final: a concepção do projeto elétrico deve prever
medições de energia elétrica por uso final, tais como: sistema de iluminação, sistema
de condicionamento de ar, bombeamento, e outros.
OBS.: Hotéis são exceções, desde que possuam desligamento automático para os
quartos e edificações com múltiplas unidades autônomas de consumo.

2) Sistema de água quente: utilizar aquecimento solar de água com coletor e


reservatório térmico com classificação A, segundo PBE/INMETRO, ou utilizar bomba
de calor ou aquecimento por reuso de calor ou ainda utilizar aquecedores a gás,
individuais, também com classificação A;

3) Sistema de aquecimento solar de água: seu uso implica no máximo aproveitamento


dentro da área de coleta possível;

4) Controle inteligente de tráfego: caso o edifício possua mais de um elevador, o


controle deverá ser utilizado obrigatoriamente para elevadores de uma mesma
finalidade em um mesmo hall;

5) Bombas de água centrífugas: devem fazer parte do PBE/INMETRO.

3.3.2. CLASSIFICAÇÃO INDIVIDUAL

O nível de eficiência global é composto por parcelas classificadas individualmente. Estas


parcelas fazem referência às categorias mencionadas no item 3.1.1, e seus equivalentes
numéricos seguem as relações definidas pela Tabela 2.

Tabela 2: Equivalente numérico para cada nível de eficiência. [INMETRO, 2009b]

Nível A B C D E
EqNum 5 4 3 2 1

Para encontrar o equivalente numérico cada categoria é caracterizada por uma


metodologia de cálculo distinta.
18

Serão analisadas, neste documento, as categorias: sistema de iluminação e algumas


iniciativas como reuso da água, tratamento do esgoto e aproveitamento pluvial, conforme
estabelecido no item bonificação da RTQ. Entretanto, os critérios adotados para o projeto
de saneamento baseiam-se na LEED®-NC versão 2.2, uma vez que a RTQ não
contempla tais critérios.

3.3.3. NÍVEL DE EFICIÊNCIA GLOBAL

O nível de eficiência energética global da edificação é obtido através da Equação 1 que é a


média ponderada das parcelas referentes às categorias, incluindo as bonificações. O
número de pontos obtidos define a classificação final, de acordo com a Tabela 3.

A 4,5 ≤ PT ≥ 5
B 3,5 ≤ PT > 4,5
C 2,5 ≤ PT > 3,5
D 1,5 ≤ PT > 2,5
E PT < 1,5
Tabela 3: Classificação global, resultado da Equação 1. [INMETRO, 2009b]

AC APT ANC AC APT ANC


PT=
PT=0,3∙  EqNumenv ∙ + ∙5+ ∙EqNumV  +0,3∙EqNumDPI +0,4∙  EqNumCA ∙  + ∙5+ ∙EqNumV  +b10
AU AU AU AU AU AU

Equação 1

Onde:

AC (m²) → Área Condicionada, área de piso dos ambientes condicionados;


ANC (m²) → Área Não Condicionada, área de piso dos ambientes não condicionados de
permanência prolongada;
APT (m²) → área de piso dos ambientes de permanência transitória, desde que não
condicionados;
AU (m²) → é a área realmente disponível para ocupação, medida entre os paramentos
internos das paredes que delimitam o ambiente, excluindo garagens;
b → refere-se à pontuação obtida pelas bonificações;
EqNumCA → equivalente numérico do sistema de condicionamento de ar;
EqNumDPI → equivalente numérico do sistema de iluminação, identificado pela sigla DPI,
de Densidade de Potência de Iluminação;
EqNumEnv → equivalente numérico da envoltória;
EqNumV → equivalente numérico de ambientes não condicionados e/ou ventilados
naturalmente.
19

4. SISTEMA INDEPENDENTE DE CERTIFICAÇÃO LEED®

O U. S. Green Building Council (USGBC) trata-se de uma organização não


governamental, constituída por um conselho aberto e voluntário, formado em 1993.
Criado com o intuito de definir e mensurar construções sustentáveis, “green building”,
lançou, em 1998, um modelo de certificação baseado em pontos, o sistema de
classificação LEED® (Leadership in Energy and Environmental Design). A certificação foi
criada, inicialmente, para atender edifícios de escritórios, conhecida como LEED-NC,
versão 1.0. [LEED-NC Reference Guide v. 2.2]. Hoje, já em sua terceira versão e após
muitas revisões, é o sistema de certificação independente mais difundido no mundo. Sua
estrutura foi inspirada no sistema de certificação britânico BREEAM, desenvolvido pelo
Building Research Establishment (BRE), considerada a precursora dos sistemas de
classificação em eficiência energética. [de BRITO, 2008]

O método de avaliação da LEED® consiste na análise da eficiência ambiental potencial do


edifício, relacionado ao ciclo de vida do edifício (projeto, construção e operação), por
meio de documentos que indiquem sua adequação aos itens obrigatórios e
classificatórios presentes na certificação.

Independente do tipo de certificação LEED® escolhido, são levados em consideração


aspectos relativos à localização do empreendimento, o consumo de água e de energia, o
aproveitamento de materiais locais, a gestão de resíduos e o conforto e qualidade do
ambiente interno da edificação.

Existem oito versões para edifícios com aplicações específicas, algumas ainda em fase
de teste:

• LEED-NC → Novas Construções e Grandes Reformas


• LEED-EB → Edificações Existentes (Operação e manutenção)
• LEED-CI → Interiores
• LEED-CS → Núcleo e Envelope
• LEED-Schools → Escolas
• LEED-ND → Bairros (piloto)
• LEED-Homes → Residências (piloto)
• LEED-Retail → Varejo (piloto)
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Há quatro graus de certificação: certificado, prata, ouro ou platina (Figura 4), sendo este
último o grau máximo a ser alcançado, definidos por faixas de pontuação que variam de
acordo com o uso e fase do ciclo de vida do edifício.

Figura 4: Graus de certificação LEED®. [USGBC.org]

Tabela 4: Escala de classificação do sistema LEED®. [LEED-NC Reference Guide v. 2.2]

CERTIFICADO 26 - 32 créditos

PRATA 33 - 38 créditos

OURO 39 - 51 créditos

PLATINA 52 - 69 créditos

Uma das qualidades do Sistema de Certificação LEED®, que é, também, um dos seus
maiores entraves, é a necessidade de engajamento de todos os participantes do
processo de concepção, construção e operação de um edifício, inclusive os fornecedores
que devem informar e comprovar determinadas características e benefícios de seus
produtos relacionados a critérios de sustentabilidade e eficiência para colaborar no
cumprimento dos pré-requisitos e créditos do LEED® [CASADO, 2007a].

4.1. PROCESSO PARA OBTENÇÃO DA CERTIFICAÇÃO LEED®

Assim como a ENCE, o processo de obtenção da certificação LEED®, para novas


construções, pode ser dividido em duas etapas: submissão do projeto para análise e
inspeção, entretanto, não é obrigatório, ou o empreendedor pode iniciar o processo de
certificação após a conclusão da obra.

®
Figura 5: Fluxograma do processo de obtenção da Certificação LEED . [USGBC, 2009]

Diferentemente do processo da ENCE, em que é expedida uma etiqueta para a etapa de


projeto, os créditos computados pela LEED® durante a análise do projeto ficam
21

reservados até a conclusão da obra e a realização da inspeção. Caso, durante a


inspeção, fique comprovado que o projeto, na fase de construção, sofreu modificações
em seu escopo, o empreendimento é submetido à nova avaliação. Resumidamente, a
certificação se faz pela apresentação de três tipos de documentos:

• Declaração padrão LEED® assinada pelo projetista ou responsável;


• Plantas e memoriais descritivos de projetos e sistemas;
• Memórias de cálculos.

O LEED® é muito amplo e totalmente voltado à realidade americana, por isso, os


membros da GBC Brasil, implantada em 2007, têm concentrado esforços em desenvolver
uma versão do sistema LEED® voltada às necessidades brasileiras, o LEED® Brasil.

A formulação do LEED® Brasil, inclui questões referentes ao sistema métrico, medidas de


desempenho, baseadas na regulamentação brasileira, e o redimensionamento dos temas
centrais do LEED®. O objetivo é estimular a adoção de práticas sustentáveis inovadoras
no país. Como consequência o sistema de pontos deve ser redimensionamento e
categorias revistas, como por exemplo: a valorização do conceito de reciclagem e o
estímulo, através do aumento do número de pontos, à escolha e recuperação de locais
degradados. Além da criação de duas novas categorias, referentes à biodiversidade e o
impacto social positivo de uma construção, como forma de apoiar às questões sócio-
ambientais. [GBC BRASIL, 2008]

4.2. QUAL É O CUSTO DE UM EDIFÍCIO SUSTENTÁVEL CERTIFICADO?

Segundo dados do conselho americano,


USGBC, o custo de uma construção
sustentável certificada é em torno de 1 a
7% maior, no mercado americano, quando
comparado ao método tradicional, e, para
o Brasil, estima-se que esses valores
sejam de 5 a 10%. Entretanto, espera-se
um ganho de até 30% com a valorização Figura 6: Construção sustentável versus construção
tradicional. [TÉCHNE , ed 133]
do imóvel e a redução dos custos com
manutenção e operação.
Segundo a opinião de alguns profissionais brasileiros, o sistema de certificação LEED é
ainda uma prática inviável, em termos financeiros, pelo menos fora do eixo RJ/SP,
[BARROS, 2009b]. Contudo a aparente inviabilidade não impediu que 144
empreendimentos nacionais (Tabela 1) fossem submetidos à GBC Brasil. Desse montante
quatro estão localizados em Minas Gerais, sendo 75% destes na Região Metropolitana de
Belo Horizonte.
Tabela 5: Empreendimentos submetidos à avaliação do sistema LEED. [GBC BRASIL, 2009].
®
Emdreendimento Localização Sistema LEED
Aroeira Office Park Curitiba LEED CS 2.0
Ag. Pirituba Banco do Brasil São Paulo LEED NC 2.2
Ag. Granja Viana Banco Real Cotia LEED NC 2.2
Centro de Cultura Max Feffer Pardinho LEED NC 2.2
Cidade Jardim Corporate Center São Paulo LEED CS 2.0
CNH P&S Brazil Sorocaba Depot Sorocaba LEED NC 2.2
Colégio Cruzeiro Rio de Janeiro LEED NC 2.1
Concórdia Business Tower Nova Lima LEED CS 2.0
Condominio Edificio Eluma São Paulo LEED EB O&M
Condominio New Century São Paulo LEED EB O&M
Laboratório Delboni Auriemo São Paulo LEED NC 2.2
EcoLife Independância São Paulo LEED CS 2.0
Edificio Alvino Slaviero São Paulo LEED CS 2.0
Edificio Cidade Jardim São Paulo LEED CS 2.0
Edificio Cidade Nova Bracor Rio de Janeiro LEED CS 2.0
Edifício Fecomercio São Paulo LEED CS 2.0
Eldorado Business Tower São Paulo LEED CS 2.0
Firmenich - Fibras II Cotia LEED EB O&M
Fleury Medicina Diagnostica São Paulo LEED CI 2.0
Iguatemi Alphaville Barueri LEED CS 2.0
Instituto Pereira Passos Rio de Janeiro LEED NC 2.2
Mariano Torres Corporate Curitiba LEED CS 2.0
Morgan Stanley Bank São Paulo LEED CI
Morumbi São Paulo LEED CS 2.0
Nova sede AEA São José dos Campos LEED CS 2.0
Aauditório do edifício Sede Odebrech Salvador LEED NC 2.2
Panamerica Park II São Paulo LEED CS 2.0
Plaza Mayor Alto da Lapa São Paulo LEED NC 2.2
Primavera Office Building Florianópolis LEED NC 2.1
Principe de Greenfield Porto Alegre LEED CS 2.0
Raja Business Center Belo Horizonte LEED CS 2.0
Renaissance Work Center Belo Horizonte LEED CS 2.0
Rochavera Corporate Towers São Paulo LEED CS 2.0
San Pelegrino Shopping Mall Caxias Do Sul LEED CS 2.0
SBIBHAE - Edificio 1 São Paulo LEED NC 2.2
SBIBHAE - Edificio 2 São Paulo LEED NC 2.2
SBIBHAE - Edificio 3 São Paulo LEED NC 2.2
SBIBHAE - Unidade Morumbi São Paulo LEED EB 2.0
SBIBHAE - Unidade Perdizes São Paulo LEED NC 2.2
Sede Serasa São Paulo LEED EB 2.0
Torre Santander São Paulo LEED EB O&M
Torre Vargas Rio de Janeiro LEED CS 2.0
Ventura Corporate Towers Torre Leste Rio de Janeiro LEED CS 2.0
Ventura Corporate Towers Torre Oeste Rio de Janeiro LEED CS 2.0
Veranum Tempus Soluções São Paulo LEED CI 2.0
Vida a frente Santo André LEED CS 2.0
WT - Águas Claras Minas Gerais LEED CS 2.0
WT - Henrique Valadares Rio de Janeiro LEED CS 2.0
WT - JK Hotel São Paulo LEED CS 2.0
WT - JK Torre II São Paulo LEED CS 2.0
WT - JK Torre São Paulo LEED CS 2.0
WT Nações Unidas 1 e 2 São Paulo LEED CS 2.0
23
®
4.3. CERTIFICAÇÃO LEED PARA NOVAS CONSTRUÇÕES E GRANDES REFORMAS

O LEED-NC é a categoria do sistema LEED® de maior abrangência e, também, o mais


difundido. A versão mais atual é o LEED 3.0, lançada em março de 2009, porém, todas as
informações sobre a categoria LEED-NC, presentes neste documento, fazem referência a
versão 2.2, de outubro de 2005.

O objetivo da LEED-NC é assessorar no desenvolvimento de construções de alto


desempenho, duráveis, acessíveis e ambientalmente corretas [LEED-NC 2.2]. Para tanto
seis critérios são avaliados:

1. Sítios Sustentáveis (01 pré-requisito e 14 créditos);


2. Eficiência no uso da Água (05 créditos);
3. Energia e Atmosfera (03 pré-requisitos e 17 créditos);
4. Materiais e Recursos (01 pré-requisito e 13 créditos);
5. Qualidade do Ambiente Interno (02 pré-requisitos e 15 créditos);
6. Inovação e Processo do Projeto (05 créditos);

Total – 69 pontos

4.3.1. SÍTIOS SUSTENTÁVEIS

Este requisito parte do pressuposto que todo tipo de construção afeta o ecossistema em
que se encontra inserido. Portanto, os critérios para distribuição de créditos visam
promover ações de baixo impacto ambiental e o desenvolvimento sustentável da
localidade.

Prereq. 1 Prevenção da poluição durante a construção Obrigatório


Crédito 1 Seleção do local 1
Crédito 2 Densidade urbana e conexão com a comunidade 1
Crédito 3 Remediação de áreas contaminadas 1
Crédito 4.1 Acesso a transporte público 1
Crédito 4.2 Bicicletário e vestiários 1
Crédito 4.3 Incentivo ao uso de veículos de baixa emissão de CO2 1
Crédito 4.4 Redução da área para estacionamento 1
Crédito 5.1 Proteção e recuperação das espécies locais 1
Crédito 5.2 Redução da área construída 1
Crédito 6.1 Controle da enxurrada - Quantidade 1
Crédito 6.2 Controle da enxurrada - Qualidade 1
Crédito 7.1 Redução do efeito Ilha – Áreas Abertas 1
Crédito 7.2 Redução do efeito Ilha – Coberturas 1
Crédito 8 Redução da poluição luminosa 1
TOTAL 14
24
4.3.2. EFICIÊNCIA NO USO DA ÁGUA

O objetivo deste requisito é estimular o emprego de soluções simples que reduzam ou


eliminem o consumo de água potável em sistemas como irrigação de plantas
ornamentais, instalações sanitárias, e outras aplicações que não requeiram água potável,
através de técnicas de reuso e aproveitamento da água das chuvas.

Crédito 1.1 Irrigação eficiente – Redução de 50% 1


Crédito 1.2 Irrigação eficiente – Redução de 100% 1
Crédito 2 Tecnologia de reuso 1
Crédito 3.1 Redução no uso de água potável – em 20% 1
Crédito 3.2 Redução no uso de água potável – em 30% 1
TOTAL 5

4.3.3. ENERGIA E ATMOSFERA

A matriz energética norte-americana é fortemente dependente dos combustíveis fosseis,


por esta razão este requisito foca, primeiramente, a redução da emissão de CO2, através
do uso racional da energia e o estimulo à aplicação de novas tecnologias de produção de
energia

Prereq. 1 Comissionamento dos sistemas de energia Obrigatório


Prereq. 2 Desempenho mínimo no uso da energia Obrigatório
Prereq. 3 Não aplicação de CFC`s Obrigatório
Crédito 1 Otimização no desempenho do uso da energia 1
Crédito 2 Geração local de energia renovável 1 a 10
Crédito 3 Melhoria no comissionamento 1a3
Crédito 4 Melhoria no uso de gases refrigerantes 1
Crédito 5 Medição e verificação 1
Crédito 6 Energia Verde 1
TOTAL 17
25
4.3.4. MATERIAIS E RECURSOS

Este requisito aborda os conceitos reciclagem, reuso de materiais, gestão de resíduos e


controle de origem. Impactando diretamente na cartela de fornecedores, na fase de
projeto e gerenciamento da construção. Para efeitos de cálculo o sistema LEED
considera que o custo com material é 45% do valor total, incluindo encargos trabalhistas e
equipamentos.

Prereq. 1 Depósito e coleta de materiais recicláveis Obrig.


Crédito 1.1 Reuso de materiais – Manut. 75%, paredes, forros e coberturas 1
Crédito 1.2 Reuso de materiais – Manut. 100%, paredes, forros e coberturas 1
Crédito 1.3 Reuso de materiais – Manut. 50%, elementos interiores não estruturais 1
Crédito 2.1 Gestão dos resíduos da construção – Destinar 50% Reuso 1
Crédito 2.2 Gestão dos resíduos da construção – Destinar 75% Reuso 1
Crédito 3.1 Reuso de materiais – 5% 1
Crédito 3.2 Reuso de materiais – 10% 1
Crédito 4.1 Conteúdo reciclado, 10% (pos-consumo + ½ pré-consumo) 1
Crédito 4.2 Conteúdo reciclado, 20% (pos-consumo + ½ pré-consumo) 1
Crédito 5.1 Materiais Regionais, 10% extraído, processado e fabricado na região 1
Crédito 5.2 Materiais Regionais, 20% extraído, processado e fabricado na região 1
Crédito 6 Materiais de rápida renovação 1
Crédito 7 Madeira Certificada 1
TOTAL 13

4.3.5. QUALIDADE DO AMBIENTE INTERNO

Este requisito estimula ações que promovam um ambiente mais saudável evitando
doenças como a Síndrome do Edifício Doente (SED), que se desenvolve em prédios
selados com baixa taxa de ventilação externa, e melhorando o desempenho dos usuários
destas edificações, uma vez que a maioria das pessoas costuma passar até 90% do
tempo dentro destes ambientes.

Prereq. 1 Desempenho mínimo na qualidade de ar interno Obrig.


Prereq. 2 Controle de fumo Obrig.
Crédito 1 Monitoração do ar externo 1
Crédito 2 Aumento da Ventilação 1
Crédito 3.1 Plano de qualidade do ar – Duração e Construção 1
Crédito 3.2 Plano de qualidade do ar – Antes da Ocupação 1
Crédito 4.1 Materiais de baixa emissão – Adesivos e Selantes 1
Crédito 4.2 Materiais de baixa emissão – Tintas 1
Crédito 4.3 Materiais de baixa emissão – Carpetes 1
Crédito 4.4 Materiais de baixa emissão – Madeiras Compostas e Agrofibras 1
Crédito 5 Controle de poluentes e produtos químicos 1
Crédito 6.1 Controle de sistemas – Iluminação 1
Crédito 6.2 Controle de sistemas – Conforto Térmico 1
Crédito 7.1 Conforto térmico – Projeto 1
Crédito 7.2 Conforto térmico – Verificação 1
Crédito 8.1 Luz do dia e paisagem – 75% dos espaços 1
Crédito 8.2 Luz do dia e paisagem – 90% dos espaços 1
TOTAL 15
26
4.3.6. INOVAÇÃO E PROCESSO DO PROJETO

Apesar de rigoroso em seus critérios de classificação, o LEED, demonstra sua


flexibilidade e capacidade de adaptação, através da pontuação de novas tecnologias e
soluções não abrangidas pelos requisitos anteriores. É contabilizado, também, neste
requisito, a presença, na equipe de projetos, de um profissional qualificado pelo LEED,
denominado “Accredited Professional”.

Para se tornar um “Accredited Professional” ou LEED AP, o profissional deverá obter 80%
de aproveitamento em uma avaliação, geralmente online, composta por 80 questões à um
custo de $400,00. Atualmente existem 36 LEED AP no Brasil e a avaliação pode ser
realizada nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba, Porto
Alegre, Recife e Brasília. [GBCBrasil, 2009]

Crédito 1.1 Inovação no projeto 1


Crédito 1.2 Inovação no projeto 1
Crédito 1.3 Inovação no projeto 1
Crédito 1.4 Inovação no projeto 1
Crédito 2 Profissional Acreditado LEED® 1
TOTAL 5
27
5. SUPERMERCADO VERDE: ESTUDO DE CASO

No intuito de definir critérios gerais de projeto, antevendo a obrigatoriedade da ENCE,


realizou-se à análise do projeto de implantação de um supermercado de grande porte em
Nova Lima, Minas Gerais, considerando os requisitos, iluminação e bonificações
(captação de águas pluviais e reuso de águas cinzas), do RTQ. As figuras Figura 7 e
Figura 8 apresentam uma visão das principais entradas de luz natural previstas em
projeto. Algumas informações foram suprimidas no intuito de manter o sigilo do projeto de
acordo com a recomendação de seus investidores.

Todo o escopo do projeto tem como idéia central o tema “supermercado verde”, embora,
os empreendedores, não tenham demonstrado interesse em buscar qualquer tipo de
certificação. O projeto contempla as seguintes características:

 Gerais
• Reforma de alto impacto em galpão de 2000 m²;
• Localização em bairro de recente implantação, em franco desenvolvimento;
• Público alvo: classe média a classe média-alta;
• Dividido em quatro pisos: subsolo (garagem), térreo (loja, restaurante,
carga e descarga, etc.), 1º piso (produção, depósito, administrativo, refeitório, recreação,
vestiários, etc.) e telhado (horta hidropônica, subestação, sala elétrica, gerador, gás,
reservatórios, etc).
 “Verdes”
• Sistema de captação de águas pluviais e reuso de águas cinzas (água
potável descartada após utilização nos chuveiros, degelos, e torneiras de
lavatórios);
• Horta Hidropônica, ocupando uma área de 225 m² do telhado.

Figura 7: Supermercado Verde - fachada lateral esquerda. [Fonte confidencial]


28

Figura 8: Supermercado Verde - Fachada frontal. [Fonte Confidencial]


O sistema de iluminação do supermercado é composto por três tipos de luminárias,
conforme Tabela 6, distribuídas ao longo de três ambientes distintos: Área de
Alimentação, Loja e Hall dos Elevadores, entretanto, para cálculo, somente foram
considerados os resultados da Loja e da Área de alimentação.

Tabela 6: Luminárias empregadas no projeto Supermercado Verde.

Qtd. Modelo Características Área


CPD01-P232

Área
02 Lâmpadas Fluorescentes
15 un de
Pot. 28W/un., 2400 lm.
Alimentação

FAA02-S228

02 Lâmpadas Fluorescentes
128 un Loja
Pot. 28W/un., 2600 lm.

MR11
01 Lâmpada Halogênica Hall
8 un
Pot. 20W, 320 lm. Elevadores
29
5.1. ILUMINAÇÃO: CRITÉRIOS ENCE X LEED

Diferentemente do RTQ, no sistema de classificação LEED-NC não há um requisito


específico para a análise do sistema de iluminação, uma vez que o LEED usa as
estratégias definidas pela norma americana ASHRAE 90.1-2004 (sections 5-10) para
definir o nível mínimo de eficiência de alguns dos diversos sistemas que compõem uma
edificação, incluindo o sistema de iluminação.

As estratégias definidas pela ASHRAE 90.1-2004 para o sistema de iluminação é


requerida para concessão dos créditos, na categoria Energia e Atmosfera, assinalados
abaixo:

• Pré-requisito 2 (EAp2): Desempenho mínimo no uso da energia;


• Crédito 1 (EAc1): Otimização no desempenho do uso da energia;
• Crédito 6 (EAc6): Energia Verde.

5.1.1. NÍVEL MÍNIMO DE EFICIÊNCIA: METODOLOGIA ASHRAE 90.1-2004

A ASHRAE 90.1-2004 apresenta dois métodos para avaliar o sistema de iluminação de


uma edificação: método de cálculo da densidade de potência de iluminação e o método
de cálculo fracionado espaço por espaço. Neste trabalho, o método de cálculo da
densidade de potência, o mesmo método indicado pelo RTQ, foi o escolhido para
determinar se o sistema de iluminação do supermercado em análise apresenta nível de
eficiência igual ou superior ao exigido pela norma norte-americana. A Tabela 7 apresenta
os valores mínimos de densidade de potência máximos definidos pela ASHRAE 90.1-
2004 conforme a aplicação do ambiente

Tabela 7: Densidade de potência máxima. [Fonte: ASHRAE, 2004]


30
Para o supermercado verde os valores considerados foram:
Tabela 8: Valores de referência conforme tabela 9.5.1 da ASHRAE 90.1-2004. [ASHRAE, 2004a]
Valores de Referência

Área de alimentação (Dining: cafeteria / fast food) 15,1 W/m²

Loja (Retail) 16,1 W/m²
Potência máxima permitida em 2000m² (Allowance) 31.271 W
Densidade Máxima de Potência. 16,26 W/m²

Através das tabelas Tabela 6, Tabela 7, Tabela 8 e Tabela 9 é possível calcular, aplicando a
Equação 2, a densidade de potência instalada por ambiente e total, sendo os resultados
apresentados na Tabela 10.
Tabela 9: Resumo dos dados dos ambientes amostrados.

C (m) L (m) h (m) htrab (m) hlum (m) Atotal (m²) At (m²) Apt (m²) Ap (m²) Lux Kgeral Kret.

Loja 68,02 25,40 3,45 0,80 3,40 1727,71 1727,71 1681,25 485,78 500,00 7,0 7,1

Área de
10,00 19,60 3,45 0,80 2,95 196,00 196,00 181,45 127,28 200,00 3,0 3,1
Alimentação

) º +,-$%á/$0& × )º +â-3040& 35/ +,-$%á/$0 × 65'ê%8$0 +â-3040&


"#$%&'. = Á/:0
[W/m²]

Equação 2

Tabela 10: Valores calculados para o projeto de iluminação do Supermercado Verde.

Resumo dos Valores Calculados


Área de alimentação 4,3 W/m²
Loja 4,1 W/m²
Potência instalada em 2000m² (Projeto) 8.008 W
Densidade de Potência Instalada Total 4,16 W/m²

Como a densidade máxima de potência instalada é inferior à densidade máxima


permitida, o sistema de iluminação do supermercado pode ser considerado, pela
ASHRAE 90.1-2004, como eficiente, apesar do baixo aproveitamento da luz natural. O
valor calculado é próximo ao calculado pelo software Relux§ que é de 4,40 W/m² ou 0,80
W/m² / 100 lux.

5.1.2. NÍVEL MÍNIMO DE EFICIÊNCIA: METODOLOGIA RTQ

O RTQ decompõe os critérios de classificação do sistema de iluminação em critérios de


controle e limite de potência instalada. Os critérios de controle, que são definidos como
pré–requisitos específicos, se subdividem em três categorias:


Ver Tabela 8: Valores de referência conforme tabela 9.5.1 da ASHRAE 90.1-2004. [ASHRAE, 2004a].

Ver Tabela 8: Valores de referência conforme tabela 9.5.1 da ASHRAE 90.1-2004. [ASHRAE, 2004a].
§
Ver em Apêndices os resultados apresentados pelo software Relux.
31
a) Divisão de circuitos: determina a existência de um dispositivo de controle manual
para acionamento da iluminação de ambientes fechados, até 250m², por paredes ou
divisórias. Para ambientes maiores do que 250m² a divisão de circuitos segue os
seguintes critérios:
• 250m² < A ≤ 1000m² → um dispositivo de controle para cada área de 250m²;
• A ≥ 1000m² → um dispositivo de controle para cada área de 1000m²;
b) Contribuição da luz natural: em ambientes em que a contribuição da luz natural é
possível, os circuitos próximos às aberturas devem possuir um controle, manual ou
automático, para acionamento independente.
c) Desligamento automático do sistema de iluminação: para ambientes com área
superior a 250m² é obrigatório o uso de dispositivos de controle automático para
desligamento da iluminação, salvo ambientes que funcionem 24 h, ambientes para
tratamento e repouso de pacientes e em locais onde o desligamento automático da
iluminação pode comprometer à integridade física dos usuários. São consideradas as
seguintes táticas de controle:
• Para áreas até 2500m², desligamento automático com horário pré-
estabelecido, com programação independente; ou
• Utilizar um sensor de presença que desligue a iluminação 30 min após a saída
de todos os ocupantes; ou
• Sinal de controle ou alarme que indique que a área esta desocupada.

A determinação da máxima potência instalada permitida é definida através da aplicação


do método de cálculo da densidade de potência de iluminação, sendo que os valores
máximos da densidade de potência podem ser obtidos da Tabela 11. O fator K pode ser
determinado através da aplicação das equações abaixo, cuja escolha depende do tipo de
ambiente analisado.

Geral Ambientes retangulares Iluminação indireta


<' + <3' =∙> 3∙=∙>
;= ;= ;=
<3 ℎ ∙ = + > 2 ∙ ℎA ∙ = + >
Onde:

At (m²) → Área de teto;


Ap (m²) → Área de parede entre o plano iluminante e o plano de trabalho;
Apt (m²) → Área do plano de trabalho;
C (m) → Comprimento total do ambiente;
L (m) → Largura total do ambiente;
h (m) → Altura média entre a superfície de trabalho e o plano das luminárias no teto;
h` (m) → Altura média entre a superfície de trabalho e o teto;
K → Índice de ambiente (adimensional).
32
Para o projeto do sistema de iluminação do Supermercado Verde podem ser utilizadas as
equações para ambientes gerais ou para ambientes retangulares, sendo os resultados
muito próximos, conforme pode ser observado na Tabela 9, considerou-se, como base
para os caçulos, o resultado da equação para ambientes gerais, ou seja, K = 7,0.

Tabela 11: Densidade de potência máxima. [Fonte: RTQ, 2009]

Densidade de Potência de Iluminação relativa W/m²/100lux


Índice de ambiente K
Nível A Nível B Nível C Nível D
0,60 2,84 4,77 5,37 6,92
0,80 2,50 3,86 4,32 5,57
1,00 2,27 3,38 3,77 4,86
1,25 2,12 3,00 3,34 4,31
1,50 1,95 2,75 3,00 3,90
2,00 1,88 2,53 2,77 3,57
2,50 1,83 2,38 2,57 3,31
3,00 1,76 2,27 2,46 3,17
4,00 1,73 2,16 2,33 3,00
5,00 1,71 2,09 2,24 2,89
6,0 1,70 2,06 2,18 2,82
7,0 1,65 2,04 2,15 2,77

Para análise do sistema de iluminação do supermercado verde foram considerados os


dois ambientes com maior representação: área de alimentação, com aproximadamente
200 m² e a loja, com quase 1800 m², totalizando um piso de 2000 m². A Figura 9 mostra o
arranjo das luminárias e a divisão dos ambientes. Levando-se em conta o projeto
arquitetônico as reflectâncias consideradas são:

• Teto: em tons próximos ao branco com reflectância aproximada de 90%;


• Piso: em cerâmica clara, com refectância próxima de 70%;
• Paredes: também em tons claros com reflectâncias próximas de 80%.

Figura 9: Planta baixa e posicionamento das luminárias, via software Relux.

O projeto luminotécnico tradicional leva em consideração os critérios estabelecidos pela


NBR 5413. Para determinar o nível mínimo de iluminância, através da Tabela 12, as
seguintes considerações foram feitas: idade do cliente (maior contingente de usuários do
ambiente) de 40 a 55 anos, valor 0, a velocidade e precisão da tarefa é importante, valor
0, e a refletância é inferior a 30%, valor +1. Diante destas considerações e da adição de
33
um fator de -2 ao resultado final, como forma de adequar a Tabela 12 ao RTQ, define-se
as iluminâncias mínimas como os valores médios estipulados pela NBR 5413, de acordo
com os itens 5.3.29 e 5.3.58 da própria norma.
Tabela 12: Extraída da NBR 5413

Com o auxílio de um software de simulação, como o Relux, Dialux, entre outros, é


possível definir a melhor configuração para o ambiente analisado. Usualmente são
considerados, durante a simulação, a iluminância média do ambiente (Em) e o grau de
uniformidade (Em/Emin).

Para determinar o número máximo de luminárias que o ambiente pode comportar para o
nível A, foram criadas as tabelas de apoio.

Tabela 13: Potências máximas admitidas para, área de alimentação, com 196 m², com Em de 200 lux

Potência (W)
K Nível A Nível B Nível C Nível D
0,6 1113 1870 2105 2713
0,8 980 1513 1693 2183
1,0 890 1325 1478 1905
1,3 831 1176 1309 1690
1,5 764 1078 1176 1529
2,0 737 992 1086 1399
2,5 717 933 1007 1298
3,0 690 890 964 1243
4,0 678 847 913 1176
5,0 670 819 878 1133
6,0 666 808 856 1105
7,0 647 800 841 1088

Tabela 14: Potências máximas admitidas para, loja, com 1730 m², com Em de 500 lux.
Potência (W)
K Nível A Nível B Nível C Nível D
0,6 24533 41206 46389 59779
0,8 21596 33345 37318 48117
1,0 19609 29198 32567 41983
1,3 18314 25916 28853 37232
1,5 16845 23756 25916 33690
2,0 16240 21856 23929 30840
2,5 15809 20560 22201 28594
3,0 15204 19609 21251 27384
4,0 14945 18659 20128 25916
5,0 14772 18055 19350 24965
6,0 14686 17795 18856 24361
7,0 14254 17623 18541 23969
34
Utilizando o número total de luminárias, ver Tabela 6, conforme projeto luminotécnico via
Relux, defini-se o nível do ambiente amostrado, de acordo com o número máximo de
luminárias permitidas por ambiente apresentado nas tabelas Tabela 15 e Tabela 16. Nos
dois casos o nível atingido é o nível A, uma vez que para a loja que tem um fator K de 7,0
e possuirá 128 luminárias (compostas por duas lâmpadas fluorescentes de 28 W cada),
valor muito inferior à 255 luminárias permitidas pela RTQ para as mesmas condições, e
para a área de alimentação com fator K é de 3,0, e cujo número máximo de luminárias
corresponderia a 25, possuíra 15 luminárias (compostas por duas lâmpadas fluorescentes
de 28 W cada). O nível A na RTQ corresponde a uma pontuação final para o sistema de
iluminação de 5 pontos.

Tabela 15: Número máximo de luminárias permitidas para a loja (Versão adaptada da tabela 4.1 da RTQ),
[INMETRO, 2009b]

Nível A Nível B Nível C Nível D


K 21 W 28 W 35 W 58 W 21 W 28 W 35 W 58 W 21 W 28 W 35 W 58 W 21 W 28 W 35 W 58 W

584 438 350 211 981 736 589 355 1104 828 663 400 1423 1067 854 515
0,6
514 386 309 186 794 595 476 287 889 666 533 322 1146 859 687 415
0,8
467 350 280 169 695 521 417 252 775 582 465 281 1000 750 600 362
1,0
Nº Máx. Luminárias (Loja)

436 327 262 158 617 463 370 223 687 515 412 249 886 665 532 321
1,3
401 301 241 145 566 424 339 205 617 463 370 223 802 602 481 290
1,5
387 290 232 140 520 390 312 188 570 427 342 206 734 551 441 266
2,0
376 282 226 136 490 367 294 177 529 396 317 191 681 511 408 246
2,5
362 271 217 131 467 350 280 169 506 379 304 183 652 489 391 236
3,0
356 267 213 129 444 333 267 161 479 359 288 174 617 463 370 223
4,0
352 264 211 127 430 322 258 156 461 346 276 167 594 446 357 215
5,0
350 262 210 127 424 318 254 153 449 337 269 163 580 435 348 210
6,0
339 255 204 123 420 315 252 152 441 331 265 160 571 428 342 207
7,0

Tabela 16: Número máximo de luminárias permitidas na área de alimentação.

Número Máximo de Luminárias em uma Área de 196 m² (200lux)


Nível A Nível B Nível C Nível D
K 21 W 28 W 21 W 28 W 21 W 28 W 21 W 28 W
0,6 53 40 89 67 100 75 129 97
0,8 47 35 72 54 81 60 104 78
1,0 42 32 63 47 70 53 91 68
1,3 40 30 56 42 62 47 80 60
1,5 36 27 51 39 56 42 73 55
2,0 35 26 47 35 52 39 67 50
2,5 34 26 44 33 48 36 62 46
3,0 33 25 42 32 46 34 59 44
35
As figuras Figura 10, Figura 11 e Figura 12 representam as diversas vistas tridimensionais
geradas pelo software Relux e que permitem visualizar o sistema de iluminação quando
não há contribuição da luz natural.

Figura 10: Vista 3D da Loja (Porta de entrada e Janelas).

Figura 11: Vista 3D da Área de Alimentação.

As figuras Figura 12 e Figura 13, que, também, correspondem a imagens tridimensionais


do ambiente geradas pelo Relux, mostram um comparativo entre a iluminação diurna e
noturna, que também pode ser observado através dos gráficos de isolinhas contidos nos
relatórios em Apêndices.

Figura 12: Vista 3D gerada pelo software Relux. Simulação sem contar a contribuição da luz natural.

Figura 13: Vista 3D gerada pelo software Relux. Simulação considerando a contribuição da luz natural.
36
5.2. BÔNUS RTQ: USO EFICIENTE DA ÁGUA

A RTQ prevê o uso de outras iniciativas para promoção da eficiência energética e pontua-
as através da categoria Bonificações, conforme item 3.1.1. Entre as iniciativas
especificadas há o uso de tecnologias que promovam o uso eficiente da água. Dentro
deste contexto o projeto do supermercado verde inclui um projeto hidrossanitário para o
aproveitamento de águas pluviais e reuso das águas cinzas, que tem por objetivo evitar a
utilização de água potável onde sua qualidade não é necessária, como por exemplo, nas
descargas dos vasos sanitários, jardins e lavagem de pisos.

A água de chuva e a água cinza tratada serão restritas de utilização nas descargas dos
vasos sanitários, uma vez que as áreas ajardinadas são de pouca expressão e para a
lavagem de pisos são previstos o uso de máquinas de enxágüe e secagem com
baixíssimo consumo.

Estão previstos, também, a adoção de tecnologias que reduzam o consumo de água e a


geração de águas servidas, como: torneiras com arejadores, válvulas de descarga
econômicas e de duplo acionamento (um para resíduos líquidos e outro para resíduos
sólidos).

5.2.1. ÍNDICE PLUVIOMÉTRICO

O índice médio pluviométrico anual do município de Nova Lima é de 1750 mm, sendo os
meses mais chuvosos de novembro a maio, conforme Figura 14.

Figura 14: Histograma dos volumes médios mensais passíveis de captação. [Fonte confidencial]
37
5.2.2. AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DE CAPTAÇÃO PLUVIAL

O volume de água de chuva passível de aproveitamento está relacionado com o índice


pluviométrico da região, com a área exposta da cobertura, com a eficiência do telhado,
com a eficiência do sistema de filtração e com a capacidade do reservatório de
acumulação (cisterna). Para o empreendimento, foram considerados os seguintes
parâmetros:

Índice pluviométrico anual 1.500 mm/m²


Projeção da área coberta para captação de chuva 2.000 m²
Eficiência do telhado 95%
Eficiência do sistema de filtração 90%

Portanto, o volume médio anual de água de chuva disponível para reuso será de:

B8C,D0 0%,0E = 1,50 × 2.000 × 0,95 × 0,90

B8C,D0 0%,0E = 2.565,00 H³

Considerando que o período úmido ocorre prioritariamente em apenas seis meses ao


ano, pode-se avaliar uma produção mensal média de 427,5 m³ e diária de 14,25 m³, neste
período.

B8C, = 7,03 H³/" (Considerando 365 dias)

São previstos dois reservatórios subterrâneos, para o armazenamento da água de chuva


e também das águas cinzas tratadas, com volume de 100 m³ cada.

5.2.3. DEMANDA PARA SISTEMA DE VASOS SANITÁRIOS - SVS

A água de chuva, armazenada nas cisternas inferiores, será de uso exclusivo para as
descargas dos vasos sanitários.

a) Consumo devido aos colaboradores: para o pleno funcionamento do


supermercado, segundo a administração do empreendimento, está previsto um
contingente de 270 colaboradores, distribuídos em turnos, discriminados abaixo:

De 6:00 h às 14:20 h 28
De 6:40 h às 15:00 h 23
De 7:00 h às 15:20 h 49
De 8:00 h às 16:20 h 54
De 9:00 h às 17:20 h 8
De 10:00 h às 19:20 h 8
De 13:40 h às 22:00 h 100
38

Figura 15: Número total de colaboradores para jornada diária de trabalho. [Fonte confidencial]

Como não é conhecido o percentual de homens e mulheres que comporão o corpo de


colaboradores, o cálculo do SVS considerou o valor conservador para a taxa de consumo
de 30 litros por colaborador. Infelizmente, esta atribuição fere as recomendações para
cálculo do LEED-NC (crédito WE 2.0). Quanto a ENCE, não há metodologia definida pelo
RTQ para cálculo da taxa de consumo.

B8EL = 270 × 30 → B8EL = 8.100 NOPQRS/"OT

b) Consumo devido aos clientes: o consumo de água devido aos vasos sanitários de
uso exclusivo dos clientes constitui uma parcela de difícil quantificação, variável nos
dias semanais e em períodos de início, final e meio do período mensal. Para efeito de
avaliação, apenas uso em vasos sanitários, foi atribuída uma taxa de 2,00 l/d.m2,
considerada a área efetiva destinada a clientes de 2.000 m2.

B8EL = 4.000 N/"

c) Consumo total – SVS: a demanda de água para uso em vasos sanitários


compreende a soma de consumo devido a colaboradores e a clientes totalizam:

B&D& = 8,1 + 4,0 → B&D& = 12,1 H³/"

Significado Sigla m³/d


Água do poço VUVW 24,00
Água da chuva VXYZ 7,03
Águas servidas tratadas (Reuso) V[\Z 9,00
Água potável VVW 17,90
Águas servidas sem tratamento (esgoto comum) V]^] 12,10
39
**
5.2.4. GERAÇÃO DE ÁGUAS CINZAS

O volume de água cinza, produzido diariamente, foi considerado como de mesma


magnitude que o total apropriado para uso em vasos sanitários, ou seja, máximo de
12.000 litros. Sendo ainda variável o número de clientes ao longo dos dias de semana e
mensal, espera-se um consumo da ordem de 9.000 a 12.000 litros diários.

B/:,&5 = 9 H³/"

5.2.5. CONSUMO DE ÁGUA POTÁVEL

A NBR 5626 – 1998 da ABNT, recomenda, para supermercados, a taxa mínima de 5


l/d.m² de área construída, como consumo total de água fria. Com base neste parâmetro, a
demanda total do supermercado estaria estimada em 30 m³ diários, no mínimo, admitidos
três pavimentos de 2.000 m² cada. Sendo o consumo dos colaboradores e clientes,
apenas para descargas sanitárias, já apropriado em 12,10 m³, avaliam-se todas as
demais demandas em 17,90 m³.

B03 = 30,00 − 12,10 → B03 = 17,9 H³/"

5.2.6. FONTES DE PRODUÇÃO DE ÁGUA POTÁVEL

O empreendimento contará com dois sistemas de abastecimento de água potável - SAP,


um próprio através de poço profundo e sistema interligado à rede pública de concessão
da COPASA.

O poço profundo perfurado na própria área ajardinada do empreendimento tem produção


de 1.500 l/h. Para uma operação de 16 h/d o volume explotável diário será:

B`03 = 1.5 × 16 → B`03 = 24 H³/"

**
Para definições favor verificar o Glossário.
40
5.2.7. CÁLCULO DO FATOR DE ECONOMIA DE ÁGUA POTÁVEL

Para nortear o cálculo do fator de economia de água potável, foram aplicados os critérios
disponíveis na categoria “Uso Eficiente da Água”, do sistema LEED, com ênfase no
crédito 2.0, uma vez que o RTQ não contempla uma metodologia de cálculo para
sistemas de reuso e aproveitamento de água.

Tabela 17: Memória de cálculo do fator de economia, critérios LEED-NC.


Crédito Descrição Percentual / Obs. Pts.
Irrigação eficiente – Redução de 50%
1.1 Objetivo: Reduzir o consumo de água portável em Nda.
Ás áreas ajardinadas que compõem o
sistemas de irrigação de plantas ornamentais em 50%
projeto são mínimas quando considerado a
área total, e, portanto, foram desprezadas.
Irrigação eficiente – Redução de 100% Quanto à horta hidropônica, como o projeto
Objetivo: Reduzir o consumo de água portável em ainda se encontra na fase de detalhamento
de escopo, não foram fornecidos dados
sistemas de irrigação de plantas ornamentais em
1.2 100% e reduzir o consumo de água, reuso ou outras,
suficientes que permitissem um cálculo Nda.
preciso.
em sistemas de irrigação de plantas ornamentais em
50%.

Tecnologia de reuso
Objetivo: Reduzir a demanda de água portável e a
geração de águas servidas.
9,00
• Reduzir a demanda de água potável em 50% ECO% =  ∙ 100
através do uso de tecnologias de conservação da 12,10
2 1
água (torneiras arejadas, sensores) ou do uso de cde = fg, hi %
água não potável (aproveitamento de águas pluviais,
reuso de águas cinzas, etc.)
• Ou tratar 50% das águas servidas para serem
infiltradas, novamente, ou reutilizadas.

Redução no uso de água potável – em V\XjkjlmV = V[\Z + VXYZ = +16,03


20% V\XjkjlmV lVn = +12,10
3.1 Objetivo: maximizar a eficiência do uso da água na 1
edificação para reduzir os investimentos em infra- 12,10
ECOo % =  ∙ 100
17,90 + 12,10
estrutura de esgoto e fornecimento

Redução no uso de água potável – em cdep = gq, hh %


30%
3.2 16,03 1
Objetivo: maximizar a eficiência do uso da água na ECOr % =  ∙ 100
edificação para reduzir os investimentos em infra- 17,90 + 12,10
estrutura de esgoto e fornecimento cdes = th, gh %
TOTAL 3

OBS.: A Tabela 1 também satisfaz o requisito da ENCE, redução de 20% no consumo


total, para angariar o crédito concedido às bonificações.
41
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante dos resultados obtidos da aplicação dos requisitos presentes no Regulamento


Técnico da Qualidade para Eficiência Energética de Edifícios Comerciais, de Serviços e
Públicos – RTQ nos sistemas de iluminação do ambiente analisado pode-se concluir que
a regulamentação cumpre com o objetivo de reforçar o uso de normas pré-existentes,
como a NBR 5413.

Como os critérios de projeto adotados pela PROCONSULT são baseados nas normas
ABNT aplicáveis, a RTQ não afetou a metodologia de projeto para sistemas de
iluminação, desde que os valores de reflectâncias utilizados sejam elevados, não
representando dessa forma um esforço extra para a obtenção da classificação parcial em
iluminação nível A. Entretanto, se refizermos os cálculos de acordo com os valores
convencionais de reflectância (não estipulada pelo regulamento) o nível B é o máximo
alcançado para o sistema de iluminação, que neste caso, seria constituído por 265
luminárias, ultrapassando o limite estipulado para uma área de 2000 m².

O regulamento falha ao não incluir uma metodologia para aplicação dos conceitos de
eficiência no uso da água e não apresentar um tópico específico para o tratamento do lixo
gerado pelas edificações, pois apesar da geração de energia elétrica não depender
diretamente destes itens, no caso brasileiro em que a matriz energética é, em sua
maioria, baseada em hidrelétricas, estes itens contribuem para o assoreamento de rios e
o esgotamento de recursos hídricos.

Outro ponto importante a ser levantado é a falta de um incentivo, seja incluído no tópico
Bonificações do RTQ ou isolado, às ações, de cunho sócio-educativo, que promovam os
conceitos de eficiência energética aos usuários da edificação. No caso de um
supermercado, a compostagem dos resíduos gerados pela produção, destaque para
produtos certificados e preferência para embalagens e produtos biodegradáveis são
exemplos de ações indiretas sócio-educativas e que merecem destaque.

Quanto ao sistema de certificação LEED, a não regionalização desta, impacta de


sobremaneira na aplicação dos conceitos em edificações brasileiras, entretanto é um
modelo muito abrangente e com um rico conteúdo, sua aplicação, mesmo que não se
busque a certificação, deve ser considerada em projetos de médio e grande porte.

Em suma, a aplicação do RTQ e, até mesmo, do LEED-NC, considerando os requisitos


para Uso Eficiente da Água e a aplicação, em iluminação, da norma ASHRAE 90.1-2004,
não representou grandes impactos nos critérios de projeto adotados até então, exceto
quanto aos critérios para especificação de produtos e cartela de fornecedores, que deve
constar, caso se aplique, no Programa Brasileiro de Etiquetagem – PBE, com nível A.
42
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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ENGINEERS, Inc. 90.1 User`s manual ANSI/ASHRAE/IESNA standard 90.1 – 2004.
Atlanta: ASHRAE, 2004.

AMERICAN SOCIETY OF HEATING, REFRIGERATING AND AIR-CONDITIONING


ENGINEERS, Inc. Standard 90.1 – 1999. Atlanta: ASHRAE, 1999.

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Recife, 23 mar. 2009. Disponível em:
http://www.diariodepernambuco.com.br/2009/03/23/urbana5_0.asp. Acesso em: 28 jun.
2009a.

BARROS, Lydia. Custo da certificação LEED não cabe no mercado local. Diário de
Pernambuco. Recife, 23 mar. 2009. Disponível em:
http://www.diariodepernambuco.com.br/2009/03/23/urbana5_1.asp. Acesso em: 28 jun.
2009b.

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Watford, UK: BRE Global, 2009.

CASADO, Marcos. Apresentação Green Building Council Brasil. Rio de Janeiro, out.
2007a. (Apresentação).

CASADO, Marcos. Curso de Aplicação da Ferramenta LEED - NC. Barueri, 2007b.


(Apresentação).

DERINGER, Joseph J. Green Building Codes, Standards, Ratings. Green Building


Congress 2001. (Apresentação em slides)

ELETROBRAS/PROCEL. Relatório da pesquisa de posse de equipamentos e hábitos de


uso – classe comercial – AT – Supermercados / hipermercados. Rio de Janeiro, 2005.

ESPANHA. Criterios para la interpretación y aplicación de los Documentos Básicos del


Código Técnico de la Edificación: DB SI - Seguridad en caso de incêndio e DB SU -
Seguridad de utilización. Madri, FEB. 2008.

GBC BRASIL. Informativo acerca da certificação LEED e certificação de materiais.


Arquitetura.com.br, São Paulo, 7 jan. 2009. Disponível em:
http://www.arquitetura.com.br/noticias/noticia.php?idNot=301. Acesso em: 28 jun. 2009.

GOULART, Solange V. G. AET N° 03/04 - Levantamento da experiência internacional:


experiência nos Estados Unidos. Florianópolis: LabEEE, 2005. (Relatório)

HAGEL, A. P. A. Análise computacional da demanda energética de climatização de


edifício. Brasília, UnB, 2005. (Projeto de Graduação)

INSTITUTO NACIONAL DE METROLOGIA, NORMALIZAÇÃO E QUALIDADE


INDUSTRIAL. Portaria N° 77 de 19 de março de 2009. Regulamento de Avaliação da
Conformidade para Eficiência Energética de Edifícios Comerciais, de Serviços e Públicos.
Rio de Janeiro, 2009a. 29p.
43
INSTITUTO NACIONAL DE METROLOGIA, NORMALIZAÇÃO E QUALIDADE
INDUSTRIAL. Portaria N° 53 de 27 de fevereiro de 20 09. Regulamento Técnico da
Qualidade para Eficiência Energética de Edifícios Comerciais, de Serviços e Públicos. Rio
de Janeiro, 2009b. 55p.

KINNEY, S... & PIETTE, M. Development of a California Commercial Building Energy


Benchmarking Database. In: Proceedings from the ACEEE 2002 Summer Study on
Energy Efficiency in Buildings. May 2002. (disponível em
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MARTINS, F. M. N. V. Uso eficiente de energia em comércio lojista. Rio de Janeiro:


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MINISTÉRIO DAS MINAS E ENERGIA. Energia elétrica no Brasil. Disponível em:


http://www.mme.gov.br/site/menu/select_main_menu_item.do?channelId=1432. Acesso em:
28 jun. 2009.

PORTUGAL. Decreto-Lei n. 79/2006 de 4 de Abril, aprova Regulamento dos Sistemas


Energéticos de Climatização em Edifícios (RSECE). Diário da República. Lisboa, n.67,
abr. 2006.

PORTUGAL. Decreto-Lei n. 80/2006 de 4 de Abril, aprova Regulamento das


Características de Comportamento Térmico dos Edifícios (RCCTE). Diário da República.
Lisboa, n.67, abr. 2006.

USGBC. LEED-NC for new construction: reference guide version 2.2. 1 ed. Washington,
DC: U. S. Building Council, oct. 2005.

USGBC. Project certification. Disponível em: www.usgbc.org. Acesso em: 28 jun. 2009.
44
GLOSSÁRIO

Águas Cinzas: toda a água potável descartada após utilização nos chuveiros, degelos, e
torneiras de lavatórios. Excluem-se as águas provenientes de descarga de vasos
sanitários, mictórios, pias de processamento de alimentos e de lavagem de utensílios em
cozinhas, restaurantes e na lanchonete.

Águas Servidas: são águas que sofreram alterações físico-química, após serem usadas
para algum fim, como águas de banho, de processos industriais, de lavagem de carros,
casas etc.

Ambiente de permanência prolongada: ambientes de ocupação contínua por um ou mais


indivíduos. Não são ambientes de permanência prolongada áreas onde a ocupação não é
freqüente, como: garagens e estacionamentos, depósitos, despensas, banheiros, áreas
de circulação em geral, etc.

Ambiente condicionado: ambiente fechado (incluindo fechamento por cortinas de ar)


atendido por sistema de condicionamento de ar;

Ângulos de sombreamento: ângulos que determinam a obstrução à radiação solar gerada


pela proteção solar nas aberturas;

Área Condicionada (AC): área de piso dos ambientes condicionados;

Área Não Condicionada ANC: área de piso dos ambientes não condicionados de
permanência prolongada;

Área de Permanência Transitória (APT): área de piso dos ambientes de permanência


transitória, desde que não condicionados;

Área de projeção do edifício (Ape): área da projeção horizontal do edifício (quando os


edifícios são de formato uniforme) ou área de projeção média dos pavimentos, excluindo
subsolos (no caso de edifícios com formato irregular);

Área Útil (AU): é a área realmente disponível para ocupação, medida entre os paramentos
internos das paredes que delimitam o ambiente, excluindo garagens;

Área total de piso (Atot): é a soma das áreas de piso fechadas da construção, medidas
externamente;

Área da envoltória (Aenv): é a soma das áreas das fachadas e empenas e da área de
cobertura, incluindo a área das aberturas;

Autosombreamento: sombreamento ocasionado pelo edifício sobre si mesmo;


45
Código: é um conjunto explícito de requerimentos mínimos, faz parte de uma lei (nacional,
estadual ou local) e é associado a procedimentos de conformidade.

Densidade de Potência de Iluminação Absoluta (DPIA): razão entre o somatório da


potência de lâmpadas e reatores e a área de um ambiente;

Densidade de Potência de Iluminação Relativa (DPIR): DPIA para cada 100 lux produzidos
pelo sistema de iluminação artificial para uma iluminância medida no plano de trabalho;

Densidade de Potência de Iluminação Relativa Final (DPIRF): DPIR obtida após o projeto
luminotécnico, no final da vida útil do sistema de iluminação, que corresponde a um
período de 24 meses;

Densidade de Potência de Iluminação Relativa Limite (DPIRL): limite máximo aceitável de


DPIR;

Diretrizes (ou guias de procedimento): são menos rigorosos que normas ou códigos e
pode conter tanto requerimentos mínimos quanto diretrizes gerais ou guias. Esses guias
de procedimento são muito importantes como fonte de informação, podendo ser também
mais inovadores, já que não são obrigatórios.

Envoltória (Env): planos externos da edificação, compostos por fachadas, empenas,


cobertura, brises, marquises, aberturas, assim como quaisquer elementos que os
compõem;

Etiqueta Parcial: corresponde aos níveis de eficiência individual de cada Sistema de


Iluminação, Condicionamento do Ar e Envoltória.

Habite-se: licença oficial que comprova que a obra foi realizada em conformidade com o
projeto arquitetônico e de engenharia aprovado pelos órgãos públicos competentes,
autorizando a ocupação para o fim a que se destina.

Iluminação zenital: Porção de luz natural produzida pela luz que entra através dos
fechamentos superiores dos espaços internos.

Normas: são similares a códigos, mas são de cumprimento voluntário (não é lei). São
freqüentemente desenvolvidas por indústrias ou grupos de profissionais e baseadas em
consenso.

Normas Técnicas: uma norma técnica é “um documento estabelecido por consenso e
aprovado por um organismo reconhecido que fornece, para uso comum e repetitivo,
regras, diretrizes ou características para atividades ou para seus resultados, visando à
obtenção de um grau ótimo de ordenação em um dado contexto". [CONFEDERAÇÃO
46
NACIONAL DA INDÚSTRIA, 2001] As normas técnicas podem regular produtos, serviços,
processos, sistemas de gestão, dentre outras áreas. Visam a qualidade do produto ou
serviço normalizado, a segurança dos envolvidos e a padronização para comercialização
ou para quantificação e classificação no mercado brasileiro. As normas podem ser
nacionais, regionais ou internacionais.

Padrão de uso (PU): horas de ocupação interna, horas em que um sistema de


condicionamento de ar está ligado ou horas em que um edifício é utilizado;

Ratings: são normas e diretrizes com um sistema de pontuação (scoring) anexado.

Regulamento técnico: estabelece requisitos técnicos obrigatórios de produtos, serviços ou


processos, estabelecendo ainda os procedimentos para avaliação da conformidade, como
certificação. Visa garantir a saúde e segurança da população envolvida, a proteção do
consumidor e do meio ambiente e pode atuar no mercado a fim de assegurar a
concorrência justa. São adotados pelo poder público com competência para atuar nas
respectivas áreas definidas por lei para o município, estado ou federação, como no caso
das Normas Regulamentadoras do Ministério do Trabalho, podendo referenciar normas
técnicas.

Sistema de iluminação natural: Componentes ou série de componentes agrupados numa


edificação para a admissão da luz natural.

Volume Total da Edificação (Vtot): volume delimitado pelos fechamentos externos do


edifício (fachadas e cobertura), com exceção de pátios internos descobertos;

Zênite: Ponto situado na porção mais elevada do hemisfério celeste; caracterizado pelo
ângulo de altura máximo de 90o.
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ANEXOS

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