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ESTÁGIO SUPERVISIONADO
RELATÓRIO DE ATIVIDADES: ( )
RELATÓRIO TÉCNICO: ( X )
NOTA:__________
APRESENTAÇÃO
SUMÁRIO
Apresentação ..................................................................................................................................................... 4
Sumário ............................................................................................................................................................. 5
Lista de Figuras ................................................................................................................................................. 6
Lista de Tabelas................................................................................................................................................. 7
Abreviaturas ....................................................................................................................................................... 8
Resumo ............................................................................................................................................................. 9
1. Revisão Histórica .................................................................................................................................... 10
2. Objetivo ................................................................................................................................................... 11
3. Programa Brasileiro de Etiquetagem para Edifícios ................................................................................ 12
3.1. Características Gerais ........................................................................................................................ 13
3.1.1. Categorias: Peso e Significado ...................................................................................................... 14
3.2. Processo para Obtenção da ENCE .................................................................................................... 15
3.3. Regulamento Técnico de Qualidade (RTQ): Síntese .......................................................................... 17
3.3.1. Pré-Requisitos Gerais .................................................................................................................... 17
3.3.2. Classificação Individual .................................................................................................................. 17
3.3.3. Nível de Eficiência Global............................................................................................................... 18
®
4. Sistema Independente de Certificação LEED ....................................................................................... 19
4.1. Processo para Obtenção da Certificação LEED® .............................................................................. 20
4.2. Qual é o Custo de um Edifício Sustentável Certificado?..................................................................... 21
4.3. Certificação LEED® para novas construções e grandes reformas ..................................................... 23
4.3.1. Sítios Sustentáveis ......................................................................................................................... 23
4.3.2. Eficiência no Uso da Água ............................................................................................................. 24
4.3.3. Energia e Atmosfera ....................................................................................................................... 24
4.3.4. Materiais e Recursos ...................................................................................................................... 25
4.3.5. Qualidade do Ambiente Interno ...................................................................................................... 25
4.3.6. Inovação e Processo do Projeto ..................................................................................................... 26
5. Supermercado Verde: Estudo de Caso ................................................................................................... 27
5.1. Iluminação: Critérios ENCE x LEED ................................................................................................... 29
5.1.1. Nível Mínimo de Eficiência: Metodologia ASHRAE 90.1-2004 ....................................................... 29
5.1.2. Nível Mínimo de Eficiência: Metodologia RTQ ............................................................................... 30
5.2. Bônus RTQ: Uso Eficiente da Água .................................................................................................... 36
5.2.1. Índice pluviométrico ........................................................................................................................ 36
5.2.2. Avaliação do potencial de captação pluvial .................................................................................... 37
5.2.3. Demanda para Sistema de Vasos Sanitários - SVS....................................................................... 37
5.2.4. Geração de “água cinza” ................................................................................................................ 38
5.2.5. Consumo de água potável.............................................................................................................. 39
5.2.6. Fontes de produção de água potável ............................................................................................. 39
5.2.7. Cálculo do Fator de Economia de Água Potável ............................................................................ 40
6. Considerações Finais .............................................................................................................................. 41
Referências Bibliográficas ............................................................................................................................... 42
Glossário .......................................................................................................................................................... 44
6
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Categorias avaliadas pelo RTQ para a obtenção da ENCE. [INMETRO, 2009b] ................ 14
Tabela 2: Equivalente numérico para cada nível de eficiência. [INMETRO, 2009b] ........................ 17
Tabela 3: Classificação global, resultado da Equação 1. [INMETRO, 2009b] ................................... 18
Tabela 4: Escala de classificação do sistema LEED®. [LEED-NC Reference Guide v. 2.2] ................. 20
Tabela 5: Empreendimentos submetidos à avaliação do sistema LEED. [GBC BRASIL, 2009]. ........ 22
Tabela 6: Luminárias empregadas no projeto Supermercado Verde. ............................................. 28
Tabela 7: Densidade de potência máxima. [Fonte: ASHRAE, 2004]................................................. 29
Tabela 8: Valores de referência conforme tabela 9.5.1 da ASHRAE 90.1-2004. [ASHRAE, 2004a] . 30
Tabela 9: Resumo dos dados dos ambientes amostrados. .............................................................. 30
Tabela 10: Valores calculados para o projeto de iluminação do Supermercado Verde. ................. 30
Tabela 11: Densidade de potência máxima. [Fonte: RTQ, 2009] ..................................................... 32
Tabela 12: Extraída da NBR 5413 ..................................................................................................... 33
Tabela 13: Potências máximas admitidas para, área de alimentação, com 196m², com Em de
200lux ............................................................................................................................................... 33
Tabela 14: Potências máximas admitidas para, loja, com 1730m², com Em de 500lux. .................. 33
Tabela 15: Número máximo de luminárias permitidas para a loja (Versão adaptada da tabela 4.1
da RTQ), [INMETRO, 2009b] ............................................................................................................. 34
Tabela 16: Número máximo de luminárias permitidas na área de alimentação. ........................... 34
Tabela 17: Memória de cálculo do fator de economia, critérios LEED-NC. ..................................... 40
8
ABREVIATURAS
RESUMO
1. REVISÃO HISTÓRICA
É, também, em resposta a primeira grande crise do petróleo que os EUA criam a Energy
Policy Act, em 1992, considerada a primeira lei em energia, afim de regular o uso de
combustíveis fósseis para geração de energia e reduzir a dependência ao petróleo
internacional. A Energy Policy Act fundamenta as primeiras normas americanas que
estabelecem os padrões mínimos de Eficiência Energética para edifícios: Model Energy
Code (1992), para edificações residenciais, e a ASHRAE Standard 90.1-1989, para
edificações comerciais. [GOULART, 2005].
No Brasil, desde a década de 80, são desenvolvidas ações visando promover o uso
racional da energia, sendo o Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica, o
PROCEL, a ação com maior reconhecimento pela população brasileira. Entretanto a
correta compreensão e adesão, pelo setor produtivo brasileiro, aos conceitos de
sustentabilidade e eficiência energética tornaram-se populares somente após os
“apagões” em 2001 [GOEKING, 2009].
2. OBJETIVO
Este trabalho tem por objetivo apresentar uma metodologia para o desenvolvimento de
projetos, no âmbito da Engenharia Elétrica, que assimile as melhores práticas, em
Eficiência Energética, através do paralelo entre o sistema de certificação energética de
edifícios de maior reconhecimento internacional, o LEED®, e o modelo brasileiro proposto
pelo PROCEL considerando os diferentes objetivos de cada sistema.
Para este trabalho não serão considerados os métodos de cálculo para as categorias:
envoltória e sistema de condicionamento de ar, uma vez que estes itens não fazem parte
do foco de atuação da autora, além deste, também, não possuir o embasamento
necessário à análise destes itens. Portanto, fazem parte do escopo deste documento as
categorias do sistema de iluminação e algumas iniciativas propostas para o item
bonificação.
12
As edificações serão avaliadas em cinco níveis, indicados pelas letras A (mais eficiente),
B, C, D e E (menos eficiente), de acordo com três categorias: envoltória, sistema de
iluminação e condicionamento de ar. Sendo o conceito global obtido através da média
ponderada das três categorias. Há, ainda, pontuações para outras áreas de aplicação dos
conceitos de eficiência classificadas como bonificações. Contudo, é possível obter a
classificação em um ou mais requisitos desde que os pré-requisitos específicos de cada
categoria sejam atendidos (classificação parcial).
14
Tabela 1: Categorias avaliadas pelo RTQ para a obtenção da ENCE. [INMETRO, 2009b]
Categorias Peso
Envoltória 30%;
Sistema de Iluminação 30%
Sistema de Condicionamento de Ar 40%
As categorias avaliadas pelo RTQ apresentam peso distinto estabelecido de acordo com
a contribuição individual, ver Tabela 1, ao consumo podendo ser definidas como se segue,
[INMETRO, 2009b],:
*
Para relação de documentos necessários à avaliação, consultar anexos.
16
A segunda etapa, realizada pelo mesmo laboratório, verifica se os itens avaliados na fase
de projeto encontram-se conformes ao edifício construído, através de inspeção completa
ou por fases.
A ENCE final pode ser emitida parcialmente quando da avaliação de apenas uma a duas
categorias, desde que sejam respeitados os pré-requisitos gerais e específicos de cada
categoria, e é válida por dez anos, não havendo fiscalização durante este período.
A Figura 3 exemplifica o modelo previsto para a ENCE, muito similar ao Selo PROCEL.
1) Medição centralizada por uso final: a concepção do projeto elétrico deve prever
medições de energia elétrica por uso final, tais como: sistema de iluminação, sistema
de condicionamento de ar, bombeamento, e outros.
OBS.: Hotéis são exceções, desde que possuam desligamento automático para os
quartos e edificações com múltiplas unidades autônomas de consumo.
Nível A B C D E
EqNum 5 4 3 2 1
A 4,5 ≤ PT ≥ 5
B 3,5 ≤ PT > 4,5
C 2,5 ≤ PT > 3,5
D 1,5 ≤ PT > 2,5
E PT < 1,5
Tabela 3: Classificação global, resultado da Equação 1. [INMETRO, 2009b]
Equação 1
Onde:
Existem oito versões para edifícios com aplicações específicas, algumas ainda em fase
de teste:
Há quatro graus de certificação: certificado, prata, ouro ou platina (Figura 4), sendo este
último o grau máximo a ser alcançado, definidos por faixas de pontuação que variam de
acordo com o uso e fase do ciclo de vida do edifício.
CERTIFICADO 26 - 32 créditos
PRATA 33 - 38 créditos
OURO 39 - 51 créditos
PLATINA 52 - 69 créditos
Uma das qualidades do Sistema de Certificação LEED®, que é, também, um dos seus
maiores entraves, é a necessidade de engajamento de todos os participantes do
processo de concepção, construção e operação de um edifício, inclusive os fornecedores
que devem informar e comprovar determinadas características e benefícios de seus
produtos relacionados a critérios de sustentabilidade e eficiência para colaborar no
cumprimento dos pré-requisitos e créditos do LEED® [CASADO, 2007a].
®
Figura 5: Fluxograma do processo de obtenção da Certificação LEED . [USGBC, 2009]
Total – 69 pontos
Este requisito parte do pressuposto que todo tipo de construção afeta o ecossistema em
que se encontra inserido. Portanto, os critérios para distribuição de créditos visam
promover ações de baixo impacto ambiental e o desenvolvimento sustentável da
localidade.
Este requisito estimula ações que promovam um ambiente mais saudável evitando
doenças como a Síndrome do Edifício Doente (SED), que se desenvolve em prédios
selados com baixa taxa de ventilação externa, e melhorando o desempenho dos usuários
destas edificações, uma vez que a maioria das pessoas costuma passar até 90% do
tempo dentro destes ambientes.
Para se tornar um “Accredited Professional” ou LEED AP, o profissional deverá obter 80%
de aproveitamento em uma avaliação, geralmente online, composta por 80 questões à um
custo de $400,00. Atualmente existem 36 LEED AP no Brasil e a avaliação pode ser
realizada nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba, Porto
Alegre, Recife e Brasília. [GBCBrasil, 2009]
Todo o escopo do projeto tem como idéia central o tema “supermercado verde”, embora,
os empreendedores, não tenham demonstrado interesse em buscar qualquer tipo de
certificação. O projeto contempla as seguintes características:
Gerais
• Reforma de alto impacto em galpão de 2000 m²;
• Localização em bairro de recente implantação, em franco desenvolvimento;
• Público alvo: classe média a classe média-alta;
• Dividido em quatro pisos: subsolo (garagem), térreo (loja, restaurante,
carga e descarga, etc.), 1º piso (produção, depósito, administrativo, refeitório, recreação,
vestiários, etc.) e telhado (horta hidropônica, subestação, sala elétrica, gerador, gás,
reservatórios, etc).
“Verdes”
• Sistema de captação de águas pluviais e reuso de águas cinzas (água
potável descartada após utilização nos chuveiros, degelos, e torneiras de
lavatórios);
• Horta Hidropônica, ocupando uma área de 225 m² do telhado.
Área
02 Lâmpadas Fluorescentes
15 un de
Pot. 28W/un., 2400 lm.
Alimentação
FAA02-S228
02 Lâmpadas Fluorescentes
128 un Loja
Pot. 28W/un., 2600 lm.
MR11
01 Lâmpada Halogênica Hall
8 un
Pot. 20W, 320 lm. Elevadores
29
5.1. ILUMINAÇÃO: CRITÉRIOS ENCE X LEED
Através das tabelas Tabela 6, Tabela 7, Tabela 8 e Tabela 9 é possível calcular, aplicando a
Equação 2, a densidade de potência instalada por ambiente e total, sendo os resultados
apresentados na Tabela 10.
Tabela 9: Resumo dos dados dos ambientes amostrados.
C (m) L (m) h (m) htrab (m) hlum (m) Atotal (m²) At (m²) Apt (m²) Ap (m²) Lux Kgeral Kret.
Loja 68,02 25,40 3,45 0,80 3,40 1727,71 1727,71 1681,25 485,78 500,00 7,0 7,1
Área de
10,00 19,60 3,45 0,80 2,95 196,00 196,00 181,45 127,28 200,00 3,0 3,1
Alimentação
Equação 2
†
Ver Tabela 8: Valores de referência conforme tabela 9.5.1 da ASHRAE 90.1-2004. [ASHRAE, 2004a].
‡
Ver Tabela 8: Valores de referência conforme tabela 9.5.1 da ASHRAE 90.1-2004. [ASHRAE, 2004a].
§
Ver em Apêndices os resultados apresentados pelo software Relux.
31
a) Divisão de circuitos: determina a existência de um dispositivo de controle manual
para acionamento da iluminação de ambientes fechados, até 250m², por paredes ou
divisórias. Para ambientes maiores do que 250m² a divisão de circuitos segue os
seguintes critérios:
• 250m² < A ≤ 1000m² → um dispositivo de controle para cada área de 250m²;
• A ≥ 1000m² → um dispositivo de controle para cada área de 1000m²;
b) Contribuição da luz natural: em ambientes em que a contribuição da luz natural é
possível, os circuitos próximos às aberturas devem possuir um controle, manual ou
automático, para acionamento independente.
c) Desligamento automático do sistema de iluminação: para ambientes com área
superior a 250m² é obrigatório o uso de dispositivos de controle automático para
desligamento da iluminação, salvo ambientes que funcionem 24 h, ambientes para
tratamento e repouso de pacientes e em locais onde o desligamento automático da
iluminação pode comprometer à integridade física dos usuários. São consideradas as
seguintes táticas de controle:
• Para áreas até 2500m², desligamento automático com horário pré-
estabelecido, com programação independente; ou
• Utilizar um sensor de presença que desligue a iluminação 30 min após a saída
de todos os ocupantes; ou
• Sinal de controle ou alarme que indique que a área esta desocupada.
Para determinar o número máximo de luminárias que o ambiente pode comportar para o
nível A, foram criadas as tabelas de apoio.
Tabela 13: Potências máximas admitidas para, área de alimentação, com 196 m², com Em de 200 lux
Potência (W)
K Nível A Nível B Nível C Nível D
0,6 1113 1870 2105 2713
0,8 980 1513 1693 2183
1,0 890 1325 1478 1905
1,3 831 1176 1309 1690
1,5 764 1078 1176 1529
2,0 737 992 1086 1399
2,5 717 933 1007 1298
3,0 690 890 964 1243
4,0 678 847 913 1176
5,0 670 819 878 1133
6,0 666 808 856 1105
7,0 647 800 841 1088
Tabela 14: Potências máximas admitidas para, loja, com 1730 m², com Em de 500 lux.
Potência (W)
K Nível A Nível B Nível C Nível D
0,6 24533 41206 46389 59779
0,8 21596 33345 37318 48117
1,0 19609 29198 32567 41983
1,3 18314 25916 28853 37232
1,5 16845 23756 25916 33690
2,0 16240 21856 23929 30840
2,5 15809 20560 22201 28594
3,0 15204 19609 21251 27384
4,0 14945 18659 20128 25916
5,0 14772 18055 19350 24965
6,0 14686 17795 18856 24361
7,0 14254 17623 18541 23969
34
Utilizando o número total de luminárias, ver Tabela 6, conforme projeto luminotécnico via
Relux, defini-se o nível do ambiente amostrado, de acordo com o número máximo de
luminárias permitidas por ambiente apresentado nas tabelas Tabela 15 e Tabela 16. Nos
dois casos o nível atingido é o nível A, uma vez que para a loja que tem um fator K de 7,0
e possuirá 128 luminárias (compostas por duas lâmpadas fluorescentes de 28 W cada),
valor muito inferior à 255 luminárias permitidas pela RTQ para as mesmas condições, e
para a área de alimentação com fator K é de 3,0, e cujo número máximo de luminárias
corresponderia a 25, possuíra 15 luminárias (compostas por duas lâmpadas fluorescentes
de 28 W cada). O nível A na RTQ corresponde a uma pontuação final para o sistema de
iluminação de 5 pontos.
Tabela 15: Número máximo de luminárias permitidas para a loja (Versão adaptada da tabela 4.1 da RTQ),
[INMETRO, 2009b]
584 438 350 211 981 736 589 355 1104 828 663 400 1423 1067 854 515
0,6
514 386 309 186 794 595 476 287 889 666 533 322 1146 859 687 415
0,8
467 350 280 169 695 521 417 252 775 582 465 281 1000 750 600 362
1,0
Nº Máx. Luminárias (Loja)
436 327 262 158 617 463 370 223 687 515 412 249 886 665 532 321
1,3
401 301 241 145 566 424 339 205 617 463 370 223 802 602 481 290
1,5
387 290 232 140 520 390 312 188 570 427 342 206 734 551 441 266
2,0
376 282 226 136 490 367 294 177 529 396 317 191 681 511 408 246
2,5
362 271 217 131 467 350 280 169 506 379 304 183 652 489 391 236
3,0
356 267 213 129 444 333 267 161 479 359 288 174 617 463 370 223
4,0
352 264 211 127 430 322 258 156 461 346 276 167 594 446 357 215
5,0
350 262 210 127 424 318 254 153 449 337 269 163 580 435 348 210
6,0
339 255 204 123 420 315 252 152 441 331 265 160 571 428 342 207
7,0
Figura 12: Vista 3D gerada pelo software Relux. Simulação sem contar a contribuição da luz natural.
Figura 13: Vista 3D gerada pelo software Relux. Simulação considerando a contribuição da luz natural.
36
5.2. BÔNUS RTQ: USO EFICIENTE DA ÁGUA
A RTQ prevê o uso de outras iniciativas para promoção da eficiência energética e pontua-
as através da categoria Bonificações, conforme item 3.1.1. Entre as iniciativas
especificadas há o uso de tecnologias que promovam o uso eficiente da água. Dentro
deste contexto o projeto do supermercado verde inclui um projeto hidrossanitário para o
aproveitamento de águas pluviais e reuso das águas cinzas, que tem por objetivo evitar a
utilização de água potável onde sua qualidade não é necessária, como por exemplo, nas
descargas dos vasos sanitários, jardins e lavagem de pisos.
A água de chuva e a água cinza tratada serão restritas de utilização nas descargas dos
vasos sanitários, uma vez que as áreas ajardinadas são de pouca expressão e para a
lavagem de pisos são previstos o uso de máquinas de enxágüe e secagem com
baixíssimo consumo.
O índice médio pluviométrico anual do município de Nova Lima é de 1750 mm, sendo os
meses mais chuvosos de novembro a maio, conforme Figura 14.
Figura 14: Histograma dos volumes médios mensais passíveis de captação. [Fonte confidencial]
37
5.2.2. AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DE CAPTAÇÃO PLUVIAL
Portanto, o volume médio anual de água de chuva disponível para reuso será de:
A água de chuva, armazenada nas cisternas inferiores, será de uso exclusivo para as
descargas dos vasos sanitários.
De 6:00 h às 14:20 h 28
De 6:40 h às 15:00 h 23
De 7:00 h às 15:20 h 49
De 8:00 h às 16:20 h 54
De 9:00 h às 17:20 h 8
De 10:00 h às 19:20 h 8
De 13:40 h às 22:00 h 100
38
Figura 15: Número total de colaboradores para jornada diária de trabalho. [Fonte confidencial]
b) Consumo devido aos clientes: o consumo de água devido aos vasos sanitários de
uso exclusivo dos clientes constitui uma parcela de difícil quantificação, variável nos
dias semanais e em períodos de início, final e meio do período mensal. Para efeito de
avaliação, apenas uso em vasos sanitários, foi atribuída uma taxa de 2,00 l/d.m2,
considerada a área efetiva destinada a clientes de 2.000 m2.
B/:,&5 = 9 H³/"
**
Para definições favor verificar o Glossário.
40
5.2.7. CÁLCULO DO FATOR DE ECONOMIA DE ÁGUA POTÁVEL
Para nortear o cálculo do fator de economia de água potável, foram aplicados os critérios
disponíveis na categoria “Uso Eficiente da Água”, do sistema LEED, com ênfase no
crédito 2.0, uma vez que o RTQ não contempla uma metodologia de cálculo para
sistemas de reuso e aproveitamento de água.
Tecnologia de reuso
Objetivo: Reduzir a demanda de água portável e a
geração de águas servidas.
9,00
• Reduzir a demanda de água potável em 50% ECO% = ∙ 100
através do uso de tecnologias de conservação da 12,10
2 1
água (torneiras arejadas, sensores) ou do uso de cde = fg, hi %
água não potável (aproveitamento de águas pluviais,
reuso de águas cinzas, etc.)
• Ou tratar 50% das águas servidas para serem
infiltradas, novamente, ou reutilizadas.
Como os critérios de projeto adotados pela PROCONSULT são baseados nas normas
ABNT aplicáveis, a RTQ não afetou a metodologia de projeto para sistemas de
iluminação, desde que os valores de reflectâncias utilizados sejam elevados, não
representando dessa forma um esforço extra para a obtenção da classificação parcial em
iluminação nível A. Entretanto, se refizermos os cálculos de acordo com os valores
convencionais de reflectância (não estipulada pelo regulamento) o nível B é o máximo
alcançado para o sistema de iluminação, que neste caso, seria constituído por 265
luminárias, ultrapassando o limite estipulado para uma área de 2000 m².
O regulamento falha ao não incluir uma metodologia para aplicação dos conceitos de
eficiência no uso da água e não apresentar um tópico específico para o tratamento do lixo
gerado pelas edificações, pois apesar da geração de energia elétrica não depender
diretamente destes itens, no caso brasileiro em que a matriz energética é, em sua
maioria, baseada em hidrelétricas, estes itens contribuem para o assoreamento de rios e
o esgotamento de recursos hídricos.
Outro ponto importante a ser levantado é a falta de um incentivo, seja incluído no tópico
Bonificações do RTQ ou isolado, às ações, de cunho sócio-educativo, que promovam os
conceitos de eficiência energética aos usuários da edificação. No caso de um
supermercado, a compostagem dos resíduos gerados pela produção, destaque para
produtos certificados e preferência para embalagens e produtos biodegradáveis são
exemplos de ações indiretas sócio-educativas e que merecem destaque.
BARROS, Lydia. Custo da certificação LEED não cabe no mercado local. Diário de
Pernambuco. Recife, 23 mar. 2009. Disponível em:
http://www.diariodepernambuco.com.br/2009/03/23/urbana5_1.asp. Acesso em: 28 jun.
2009b.
BREEAM. BREEAM: the environmental assessment method buildings around the world.
Watford, UK: BRE Global, 2009.
CASADO, Marcos. Apresentação Green Building Council Brasil. Rio de Janeiro, out.
2007a. (Apresentação).
USGBC. LEED-NC for new construction: reference guide version 2.2. 1 ed. Washington,
DC: U. S. Building Council, oct. 2005.
USGBC. Project certification. Disponível em: www.usgbc.org. Acesso em: 28 jun. 2009.
44
GLOSSÁRIO
Águas Cinzas: toda a água potável descartada após utilização nos chuveiros, degelos, e
torneiras de lavatórios. Excluem-se as águas provenientes de descarga de vasos
sanitários, mictórios, pias de processamento de alimentos e de lavagem de utensílios em
cozinhas, restaurantes e na lanchonete.
Águas Servidas: são águas que sofreram alterações físico-química, após serem usadas
para algum fim, como águas de banho, de processos industriais, de lavagem de carros,
casas etc.
Área Não Condicionada ANC: área de piso dos ambientes não condicionados de
permanência prolongada;
Área Útil (AU): é a área realmente disponível para ocupação, medida entre os paramentos
internos das paredes que delimitam o ambiente, excluindo garagens;
Área total de piso (Atot): é a soma das áreas de piso fechadas da construção, medidas
externamente;
Área da envoltória (Aenv): é a soma das áreas das fachadas e empenas e da área de
cobertura, incluindo a área das aberturas;
Densidade de Potência de Iluminação Relativa (DPIR): DPIA para cada 100 lux produzidos
pelo sistema de iluminação artificial para uma iluminância medida no plano de trabalho;
Densidade de Potência de Iluminação Relativa Final (DPIRF): DPIR obtida após o projeto
luminotécnico, no final da vida útil do sistema de iluminação, que corresponde a um
período de 24 meses;
Diretrizes (ou guias de procedimento): são menos rigorosos que normas ou códigos e
pode conter tanto requerimentos mínimos quanto diretrizes gerais ou guias. Esses guias
de procedimento são muito importantes como fonte de informação, podendo ser também
mais inovadores, já que não são obrigatórios.
Habite-se: licença oficial que comprova que a obra foi realizada em conformidade com o
projeto arquitetônico e de engenharia aprovado pelos órgãos públicos competentes,
autorizando a ocupação para o fim a que se destina.
Iluminação zenital: Porção de luz natural produzida pela luz que entra através dos
fechamentos superiores dos espaços internos.
Normas: são similares a códigos, mas são de cumprimento voluntário (não é lei). São
freqüentemente desenvolvidas por indústrias ou grupos de profissionais e baseadas em
consenso.
Normas Técnicas: uma norma técnica é “um documento estabelecido por consenso e
aprovado por um organismo reconhecido que fornece, para uso comum e repetitivo,
regras, diretrizes ou características para atividades ou para seus resultados, visando à
obtenção de um grau ótimo de ordenação em um dado contexto". [CONFEDERAÇÃO
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NACIONAL DA INDÚSTRIA, 2001] As normas técnicas podem regular produtos, serviços,
processos, sistemas de gestão, dentre outras áreas. Visam a qualidade do produto ou
serviço normalizado, a segurança dos envolvidos e a padronização para comercialização
ou para quantificação e classificação no mercado brasileiro. As normas podem ser
nacionais, regionais ou internacionais.
Zênite: Ponto situado na porção mais elevada do hemisfério celeste; caracterizado pelo
ângulo de altura máximo de 90o.
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ANEXOS