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INTRODUÇÃO
O trauma é a principal causa de morte até os O segundo pico ocorre minutos após ou algumas
40 anos de idade e começa a ocupar o segundo horas depois do trauma. Nesta etapa as
lugar como causa geral de óbito. No Brasil, mortes são geralmente devidas a hematomas
ocorrem 130.000 mortes anuais consequentes epidurais, subdurais, hemopneumotórax,
ao trauma e um número três vezes maior de ruptura de víscera maciça abdominal, fraturas
pessoas, fica com sequelas1 . pélvicas ou lesões múltiplas com grande perda
Dentre os traumatizados, um número sanguínea. São pacientes potencialmente
significativo apresenta lesão vascular salváveis, onde a conduta inicial é fundamental
associada, principalmente nos Serviços onde o na primeira hora de atendimento a que chegam
trauma penetrante predomina sobre o contuso, ao hospital. Um atendimento pré-hospitalar
como é comum no Brasil1 . Nestes, predominam eficiente reduz significativamente os óbitos,
as lesões vasculares periféricas, seguidas das incluindo sua locomoção.
lesões dos vasos abdominais, cervicais e O terceiro pico ocorre dias após o trauma.
torácicos. Na Unidade de Emergência de Geralmente são óbitos secundários às
Maceió, anos 93 a 99, um índice de 4,4% de infecções, sepse e falência de órgãos.
todos os pacientes (1.985) com traumatismo Portanto, todos os que atendem o
abdominal (75,9% penetrantes) apresentavam traumatizado, desde o atendimento no local do
lesões de grandes vasos (87 casos), tabela 2. trauma à sua alta hospitalar, desempenham
A morte decorrente do trauma ocorre em um papel decisivo em sua recuperação.
dos três momentos, assim distribuídos2 : Assim, para se salvar o maior número de vidas,
O primeiro pico de morte, ocorre dentro de a abordagem do traumatizado multissistêmico,
segundos ou minutos após o acidente e os outrora conhecido como politraumatizado,
óbitos são devidos à laceração do cérebro, deve seguir um roteiro padronizado pelo ATLS
tronco cerebral, medula espinhal alta, coração, (Advanced Trauma Life Support Program),
aorta e grandes vasos. Poucos sobrevivem a abaixo descrito. Pois, as vítimas de trauma são
estas lesões, tal sua gravidade. potencialmente fatais e não podem receber a
mesma conduta dos portadores de outras
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B. VENTILAÇÃO E RESPIRAÇÃO
Vencida a primeira etapa, da desobstrução e
manutenção da permeabilidade das vias áereas,
procura-se assegurar uma boa ventilação. Figura 2 - Radiografia de tórax em AP: elevação bilateral
das cúpulas diafragmáticas, com ruptura traumática
Os meios clássicos de exame torácico como:
destas.
inspeção, palpação, percussão e ausculta, são
utilizadas para diagnóstico imediato.
A inspeçao verifica assimetria de expansão O quadro clínico constitui-se de desvio da
pulmonar, uso dos músculos da respiração, traquéia, angústia respiratória, dilatação das
contusões, ferimentos penetrantes, distensão veias do pescoço, ausência do murmúrio
das veias do pescoço e frequência respiratória. vesicular unilateral, cianose e hipotensão.
Crepitação, enfisema subcutâneo, desvio da Enfisema subcutâneo e hipertimpanismo
traquéia são detectados à palpação. também podem ser encontrados. O quadro
A percussão determina o grau de timpanismo pode ser confundido com tamponamento
(nem sempre audível na sala de atendimento cardíaco.
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sangramento, permite que se conclua a sutura otorragia exclui-se fratura de base com o
em cada uma dessas partes; em tantas quantas teste do duplo anel. Coloca-se uma gota do
tenham sido divididas a lesão. sangue extravasado em papel de filtro.
Em sangramentos nasais anteriores a Havendo líquor misturado ao sangue, este se
compressão pode estancá-lo. Em sangramentos localiza no centro e um ou mais anéis claros se
do nasofaringe ou do nariz posterior, para formam ao redor. Em lesões do ouvido médio, a
diminuir o desconforto do tamponamento acuidade auditiva é determinada eletivamente.
posterior, pode-se utilizar um “butterfly” com No pescoço, em pacientes inconscientes com
dedo de luva fixado e insuflado com ar ou água lesões de cabeça e face, supõe-se sejam
em sua extremidade, após ter sido introduzido portadores de fraturas instáveis de coluna
até o cavum, como se fora uma sonda de Foley, cervical. Imobiliza-se até que se trate ou
que mantendo-se tracionado cessará o afaste essa possibilidade. Na presença de
sangramento ou permitirá seu controle. déficit neurológico, a suspeita é reforçada,
O exame dos olhos deve ser feito para mas na ausência desses sinais a fratura de
identificar e coibir sítios hemorrágicos. coluna cervical não está excluída, pois muitos
Acuidade visual, facilmente poderá verificada, pacientes apresentam fraturas de coluna sem
solicitando-se a leitura de alguma parte do sinais clínicos.
prontuário de atendimento ou se consegue As lesões do platisma exigem investigação para
visualizar o examinador sem alterações da sua evitar perda das vias aéreas, que são o motivo
capacidade visual diária. O tamanho das pupilas principal da reanimação. Crepitação palpável ou
deve ser verificado e se são ou não enfisema subcutâneo aos Rx do pescoço firma
fotoreagentes.Observar se há hifemas, diagnóstico de lesão laríngea, árvore
trauma ocular, corpos estranhos (fragmentos traqueobrônquica, esôfago ou pulmão e a
de areia, vidro ou lentes de contato) e como exploração cirúrgica está indicada. Hematomas
estão os movimentos extraoculares. Se for expansivos sobre trajetos da carótida ou veia
capaz de ler com ambos os olhos, uma lesão jugular indicam cirurgia imediata. Pequenos
grave está afastada. hematomas estáveis podem ter melhor
Prossegue-se no exame das proeminências evolução com arteriografia.
ósseas da face, procurando deformidades que Tórax - deve ser reexaminado para se
sugiram fraturas de malar ou outras diagnosticar as lesões despercebidas no exame
estruturas. Fratura de terço médio da face é primário e reanimação. Inspeciona-se,
sugerida quando o indicador enluvado rastreando deformidades nas contusões,
introduzido na boca puder mover os incisivos crepitação e dor à palpação, hipertimpanismo à
centrais ou o palato. Mal oclusão dos dentes é percussão e sopros ou outras alterações à
observada nas fraturas de maxilares e ausculta cardíaca.
mandíbula. Fraturas de base de crânio são Dor à compressão torácica, pequenos sopros,
suspeitas na presença de hematomas sugerem lesão de tecidos moles ou fraturas de
periorbitários (sinal de Guaxinim) e costelas, que podem interferir na ventilação
retroauriculares (região mastóidea), sinal de devido a dor. Quando o Rx de tórax mostra
Batalha. Se o sangramento e a respiração alargamento do mediastino, desvio da sonda
estiverem sob controle, estas lesões podem nasogástrica para o lado direito, ausência de
aguardar o tratamento assistido por integridade do diafragma, enfisema
especialistas. mediastinal, ar subdiafragmático extravisceral
As lesões do pavilhão auricular podem ser (pneumoperitônio), suspeita -se
complexas. O otoscópio é empregado para respectivamente de: transecção de aorta
examinarmos o conduto auditivo e ouvido torácica, hérnia diafragmática traumática,
médio. Fraturas de base de crânio apresentam lesão de traquéia ou esôfago e víscera oca
hemotímpano ou rompimento do conduto. A perfurada. Exames especiais podem ser
otoliquorréia sugere fratura de base de crânio. necessários como: ecocardiografia
Na presença simultânea de rinorragia e transesofágica para lesão de aorta; endoscopia
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para lesões traqueobrônquicas e endoscopia ou peritoneais. Deve ser realizado pelos próprios
estudos contrastados com substâncias médicos da emergência treinados. É preferível
hidrossolúveis (hypaque) para lesões ao lavado ou paracentese por ser não invasivo.
esofágicas. A punção abdominal saiu de moda, porém é
Abdômen - qualquer paciente com choque método de grande valia no trauma abdominal.
traumático deve ter primeiro a suspeita de No momento atual a punção abdominal é
lesões de vísceras abdominais afastada. O considerada método ultrapassado, porém suas
importante é diagnosticar se há abdome agudo características continuam válidas: método de
e necessidade urgente de intervenção fácil execução, não exige grande treinamento,
cirúrgica e não o tipo de víscera lesada. pode ser realizada e repetida a qualquer tempo
Fraturas de costelas ou pélvicas influenciam o e é de baixo custo. Não necessita de material
exame abdominal, porque o doente também sofisticado e quando positiva está correta em
refere dor nessa região. Na vigência de órgãos 98% das vezes. Sua eficiência cai em
abdominais lesados a reanimação e tratamento hemoperitônios de 300ml. Mais fácil de ser
definitivo (cirúrgico) são imediatos. realizada do que o lavado. Sua negatividade
O abdômen compreende três regiões: a não exclui lesão visceral. A paracentese
cavidade peritoneal com a fração torácica, o continua como exame importante em Serviços
retroperitônio e o compartimento pélvico. menos sofisticados ou carentes de pessoal.
Devido a essas relações, contusões ou Em quaisquer circunstâncias a possibilidade de
ferimentos na base do tórax podem envolver falso negativo em qualquer exame sempre
baço, fígado e rins. As lesões retroperitoneais existe, porém uma avaliação clínica criteriosa,
necessitam de TC (de preferência TC espiral) encontrará a melhor conduta.
para diagnóstico pré-operatório preciso e os Lesões por arma branca (faca, punhal) na
órgãos pélvicos de estudo contrastados. parede abdominal anterior devem ser
Um exame normal à chegada do doente não exploradas e determinar a presença ou
afasta uma lesão importante. Os exames ausência de penetração na cavidade peritoneal.
devem ser repetidos pelo mesmo médico, para Na dúvida, pode-se indicar a exploração
diagnosticar qualquer alteração precoce, abdominal ou conduta expectante, de acordo
preferencialmente um cirurgião. com cada caso. Lesões na base do tórax são
Pacientes obnubilados, inconscientes, consideradas como penetrantes na cavidade
drogados, alcoolizados, e que não possam ter peritoneal e a cirurgia indicada. Lesões por
no exame físico um acompanhamento eficiente, arma branca no flanco ou nas costas em
devem ser submetidos a lavado peritoneal ou pacientes assintomáticos, podem ser evoluídos
ultra -som portátil, exame que pode ser com exploração local, exames físicos
realizado na própria sala de atendimento. A TC repetidos, estudos contrastados etc. As lesões
só está indicada para pacientes por arma de fogo são melhor acompanhadas
hemodinamicamente estáveis, pois carece por radiografias abdominais em PA e perfil.
transporte do paciente, mais pessoal, Lesões abdominais por arma de fogo indicam
equipamento especializado, e tempo para intervenção cirúrgica, exceto em pequenos
realização. Na TC em espiral o tempo não é trajetos superficiais, facilmente
obstáculo, pois gasta apenas 5 minutos para identificáveis. Nos ferimentos tangenciais, a
realização de exames, enquanto a TC avaliação laparoscópica em pacientes estáveis
convencional dispende em torno de 30 minutos. pode reduzir o índice de laparotomias
Crianças se beneficiam muito com esse desnecessárias.
método, quando é possível tratamento As lesões pélvicas podem se associar a lesões
conservador em casos especiais de pequenas de vísceras abdominais, mas causam grandes
lesões de vísceras maciças. hematomas retroperitoneais, elevando a falsa
O ultra-som portátil realizado na própria sala positividade do lavado peritoneal para 15%.
de emergência identifica líquido no saco Levam o paciente ao choque e o sangramento
pericárdico, cavidade pleural e recessos arterial das fraturas pode necessitar de
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isolada de extremidade com amputação regular porque pode haver ferimentos de vasos
e limpa, seja de dedos, abaixo do cotovelo ou importantes com hemorragia contida por
abaixo do joelho. Recomenda-se que a parte espasmos vasculares ou colabamento venoso.
amputada seja lavada com solução No centro cirúrgico só se inicia o acesso
isotônica(Ringer lactato ou soro fisiológico) e cirúrgico quando houver controle pleno das
envolta em gaze embebida de solução aquosa. vias aéreas, seguindo sempre a prioridade do
Em seguida, o segmento amputado é envolto em ABCDE do traumatizado. Nos doentes, em que
toalha estéril, umedecida pela solução referida estão ausentes os sinais evidentes como
e colocado em saco plástico fechado, posto hemorragia ou hematomas significativos, um
sobre gelo em um recipiente de isopor e protocolo deve ser seguido, seja com
transportado com o doente até o hospital que observação, exploração cirúrgica ou métodos
tenha equipe especializada em reimplantes. arteriográficos, radiográficos contrastados e
O tratamento de uma lesão vascular não pode até o uso de laringoscopia, broncoscopia e
ser adiada, principalmente se a lesão é de endoscopia digestiva alta.
natureza arterial, porque músculos e nervos
não suportam a ausência de fluxo sangüíneo e Conduta – nas lesões vasculares cervicais
anóxia por tempo superior a seis horas. Nos arteriais dos grandes vasos, o mais importante
membros superiores, lesões arteriais, abaixo é deter a hemorragia antes que sobrevenha o
do cotovêlo não exigem reparo, podendo ser déficit neurológico, mantendo-se o fluxo
feita a ligadura de um dos vasos arteriais sangüíneo indispensável ao cérebro e encéfalo.
(ulnar ou radial) devido a vasta circulação O acesso cirúrgico para a carótida, veias
colateral que mantém o fluxo sangüíneo jugulares internas ou cujo objetivo é a
necessário, desde que um tronco arterial seja exploração da lesão, deve ser feito na borda
mantido. No entanto nos, membros inferiores, do esternocleidomastoideo e o cirurgião deve
a artéria femoral superficial sempre que ter o controle proximal e distal da suposta
possível deve ser reconstruída. Nas lesões de lesão vascular, antes de abordar o hematoma
artéria tibial anterior ou posterior, também ou lesão propriamente dita.
uma delas pode ser ligada. Em caso de lesão de
ambas, pelo menos uma deve ser recuperada.
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As lesões penetrantes importantes de artérias A veia ilíaca tolera uma ligadura desde que se
renais proximais se associam muito com lesões acompanhe das mesmas medidas aplicadas às
aórticas. A nefrectomia pode ser a opção na ligaduras da cava inferior.
presença de rim contra-lateral funcionante, se
possível demonstrado em urografia pré ou 4. LESÕES DA ÁREA PORTA E RETRO-
intra -operatória. Em caso de rim único, o HEPÁTICA - VEIA PORTA, VEIAS
autotransplante renal deve ser tentado por HEPÁTICAS E CAVA RETROHEPÁTICA
equipe experiente. Nas lesões distais das São lesões raras e seu tratamento é um
renais rafia, ressecções e anastomoses, desafio para o cirurgião.
enxertos com safena, podem ser aplicados. As lesões da artéria hepática e veia porta no
Nas lesões de veia renal, a conduta é correção ligamento hepatoduodenal, podem ser
das lesões ou ligadura com nefrectomia do rim controladas por compressão digital, manobra
direito. A veia renal esquerda pode ser ligada de Pringle(clampeamento do pedículo hepático)
perto da linha média, desde que permaneçam ou manobra de Wanderley8 (introdução de uma
inatingidas as veias supra-renais e gonádicas pinça de Satinsky no hiato de Winslow, no
esquerdas. Há relatos de disfunção renal, sentido médio lateral direito, contornando o
nesta opção. pedículo hepático e colocando-se entre os
ramos da mesma um Penrose nº 40, fixando-a e
3. ÁREA PÉLVICA LATERAL - ARTÉRIA E tracionando-a suavemente, reparando-se assim
VEIAS ILÍACAS o pedículo hepático). O controle distal é feito
Nessas lesões, a tática cirúrgica deve seguir o com compressão digital ou clampeamento do
seguinte roteiro: a) compressão digital ou com ligamento na borda hepática.
compressa na artéria ou veia ilíaca; b) Nas lesões de veia porta, utiliza-se a tática de
evisceração do delgado para a direita; c) mobilizar-se o cístico na direção do fígado e
abertura do retroperitônio na bifurcação colédoco para a esquerda, para melhor visão da
aórtica e reparo com fita cardíaca ou clampe lesão portal no ligamento hepatoduodenal. Na
na ilíaca comum. porta retropancreática o pâncreas subjacente
Nas lesões de artéria ilíaca externa, é seccionado entre pinças atraumáticas, após
prossegue-se com exposição acima do dissecção digital romba do túnel avascular
ligamento inguinal e aplicação do reparo já retropancreático. O sangramento é controlado
citado. Com os controles proximal e distal, a com compressão abaixo do pâncreas e
tração dos reparos permite a identificação, clampeamento do ligamento hepatoduodenal.
exame e clampeamento da artéria ilíaca Em casos excepcionais, a veia porta pode ser
interna do mesmo lado. ligada com complementação posterior por
Nas lesões de veias ilíacas, faz-se o controle shunt porto -sistêmico em suas modalidades
hemorrágico imediato com as medidas de variadas.
compressão evitando-se clamples por sua O acesso para lesões das veias hepáticas ou
fragilidade. À direita a exposição da veia ilíaca cava retrohepática é feito através de secção
comum é difícil porque a bifurcação da aorta dos ligamentos triangular e coronário anterior
fica sobre a mesma. Pode ser necessária a e posterior do lobo lesado, com tração para a
divisão da artéria ilíaca direita com linha média do mesmo. Da nossa vivência,
mobilização aórtica para a esquerda. Feitos os acrescentamos que a toracotomia direita
reparos venosos, se faz a anastomose término- complementar à incisão abdominal facilita esse
terminal do vaso seccionado. acesso. Como o acesso é difícil, várias técnicas
Nos casos impossíveis para reparo a ligadura foram propostas para controle do fluxo
da artéria ilíaca não pode ser feita, exceto sanguíneo, como: isolamento vascular do
com bypass, senão implicará em amputações na fígado, shunts com balonetes ou tubos de
metade dos casos. tórax.
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