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Relatório
Enquadramento Histórico
Breve Resenha
Não iremos aqui fazer uma abordagem histórica profunda à cidade de Castelo Branco
dado não ser este o objectivo do Plano de Pormenor mas tão só deixar expresso um
diagnóstico e uma visão estratégica da zona da colina do castelo para, em conjunto com os
outros relatórios que dão suporte a este Plano , garantir uma visão conjunta da cidade e
reflectir sobre o as propostas que consubstanciarão o seu futuro.
Do séc. XIII até finais do séc. XV, o aglomerado apresenta um ordenamento de carácter
militar, de ruas estreitas desde a muralha da alcáçova, de construções ritmadas de porta larga
de loja, para arrumação do cavalo, e de porta estreita para acesso ao andar de habitação do
cavaleiro e sua família.
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Depois de um período estacionário vem a manifestar-se no séc. XVI uma evolução
significativa do aglomerado, em que a muralha já concluída assume claramente a importância
na defesa fronteiriça e apresenta alguma imponência com as suas 5 torres ( 3 sextavadas ) , a
Torre de Menagem , a Alcáçova e o Paço.
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É em 1771 que D. José I, Marquês de Pombal concede a categoria de Cidade a
Castelo Branco, anterior vila, tendo como padroeira da cidade Nossa Senhora do Rosário, por
decisão de sessão camarária de 1787.
Em 1794 existiam já duas freguesias, a de S.ta Maria do Castelo e a São Miguel da Sé.
Depois de uma redução do nº fogos de 1272 para 795 entre 1758 e 1786, surge um período de
crescimento populacional lento.
Pelo final do séc. XVIII ocorre uma nova expansão além muralhas, no sentido da Fonte
Nova, Oleiros e S. Sebastião, começando a estruturar-se novas áreas do tecido urbano,
sempre relacionadas com a presença da água ou a existência de fontanários,
( exemplo do poço do Largo de S. João, do poço na Pá Queijada e do chafariz do Largo de S.
Marcos ) e nunca por um processo de expansão em manchas concêntricas.
Entretanto em 20 de Novembro de 1807, as Invasões Francesas que seguem a
caminho de Lisboa chegam a Castelo Branco. Os soldados ocupam o Terreiro da Devesa e o
general Junot instala-se no Paço Episcopal. Calcula-se que tenham passado por Castelo
Branco 36 000 soldados até Janeiro do ano seguinte. A igreja de Stª Maria do Castelo é
incendiada pela 2ª vez agora pelos Franceses mas em 1810 as portas da muralhas
mantinham-se ainda intactas. A passagem das invasões francesas acompanhada de
destruição conduziu a um novo período de recessão económica e mais tarde em 1856 e 1857 a
cidade atravessa uma grave crise de falta de alimentos.
A anterior fundação em 1836 pelo Dr. José António Mourão, da Sociedade Civilizadora
de Castelo Branco, com o intuito de animar as indústrias, o comércio, a agricultura, as letras e
as ciências, marca também o início da mudança.
De 1804 a 1900 não existe referência a centros produtores de seda pelo que se poderá
concluir que a confecção das afamadas colchas de noivado de Castelo Branco, com origem no
séc. XVII ou XVIII, seriam executadas com seda eventualmente proveniente de outras
localidades.
Entre 1890 e 1892 aparece na cidade a 1ª máquina a vapor, uma debulhadora a vapor,
embora em Portugal já sejam conhecidas desde 1835.
Em 1892 foi fundada junto à estação uma fábrica de cortiça com projecção
internacional pela exportação para Europa. Pelo final do séc. XIX havia na cidade mais 3
fábricas de cortiça , 2 fábricas de vapor de moagem de cereais e 2 lagares mecânicos de
azeite. Na exposição industrial portuguesa de 1888, em Lisboa, estiveram expositores da
cidade e do concelho, apresentando principalmente produtos agrícolas.
Neste período vem a ocorrer o aparecimento do 1º Jornal em 1846, o serviço de
transporte diário de correspondência , em 1853, e o início do telégrafo eléctrico entre Abrantes
e Castelo Branco, em 1858.
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O Centro Cívico desloca-se da Praça Velha para o Largo da Devesa onde já existia
então o Quartel e onde desde 1904 funcionava também um cinema em instalações precárias.
Desde 1904 que se conhece igualmente a existência de um estabelecimento permanente de
fotografia.
De 10 de Abril de 1904 data ainda a fundação do Clube de Castelo Branco, conforme
consta dos seus estatutos, vindo a vir a substituir a anterior Agremiação Recreativa de 1870
com o mesmo nome.
Em 10 de Abril de 1910 é fundado o Museu de Castelo Branco por Francisco Tavares de
Proença Júnior que veio a dar nome ao Museu e que o organizou, oferecendo grande parte dos
seus objectos, tendo este vindo a tornar-se um Museu Regional por Decreto de 6 de Março de
1929, tendo um recheio de importantes objectos arqueológicos, colecção de numismática,
peças de mobília e quadros do antigo Paço Episcopal bem como as designadas “ Tapeçarias
de Raz “ de fabrico flamengo dos finais do séc. XVI de excepcional valor e peças de etnografia
regional onde se incluem as conhecidas colchas de noivado de Castelo Branco.
De 1916 as ruas de maior movimento eram as de Mouzinho Magro, ( antiga rua de Sta
Maria ), Alfredo Keil ( antiga rua dos Ferreiros ) Stº António e dos Prazeres. A rua da Ferradura
ainda não tinha ligação com o passeio público.
No solar dos condes de Portalegre, cuja origem remonta ao séc. XVII, e que foi
residência da família Fonseca Coutinho entre 1743 e 1888, veio a ser mais tarde ocupado para
a instalação do Governo Civil, reforçando o carácter de Centro Cívico entretanto adquirido pelo
Largo da Devesa e envolvente.
Constroi-se também o Hotel Turismo, concluído em 1942 e que veio a ter vida curta já
que veio a ser demolido poucos anos mais tarde. A filial da Caixa Geral de Depósitos, é
igualmente de 1942, com projecto do Arqtº Cristino da Silva, ainda hoje afirmando a sua
presença com a Arquitectura da Época. É também construído um novo mercado perto da
Devesa e que anteriormente, em 1907 funcionava precariamente no r/chão de uma construção
do séc. XVII entretanto desaparecida da Praça Velha. O espaço deste Centro Cívico vem a
atrair a instalação do novo Cineteatro Avenida , bom exemplo de Arquitectura Modernista e
hoje totalmente recuperado após anos de abandono decorrentes de um incêndio, algumas
direcções de serviços públicos e a instalação do novo edifício do Tribunal.
A criação de infra estruturas básicas da cidade começa a ser implementada com a
regular iluminação pública a partir de 5 de Janeiro de 1905. A rede pública de telefone funciona
a partir de 21 de Outro de 1928.
O estudo hidro-geológico da envolvente de Castelo Branco reporta-se a 1895 e 1923,
mas só em Dezembro de 1933 é que a água proveniente do Casal da Serra passa a ter
sistema canalizado de distribuição pela cidade. É a partir desta altura que o crescimento
urbano se apresenta de uma forma mais contínua, nas áreas voltadas ao sol e protegidas dos
ventos Norte, embora a expansão da estrutura urbana actual seja claramente determinada pela
originária da época medieval.
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Enquadramento Morfológico
Breves Apontamentos
A vila de Castelo Branco estruturava-se deste modo e até finais do séc. XVI dentro da
sua estrutura muralhada , convivendo a sua população com uma estrutura urbana contida
dentro de uma malha legível onde praticamente só uma Praça hierarquiza a Vila , a Praça
Velha ( hoje Camões ), antiga Praça do Pelourinho e da antiga Câmara Municipal, sendo um
acontecimento urbano da rua Sta Maria.
Nesta praça o antigo Domus Municipalis, o antigo celeiro dos Templários, o antigo
Pelourinho e a antiga residência do Bispo, enquadravam um dos mais equilibrados espaços de
Castelo Branco e outrora centro cívico por excelência e praça do mercado.
Os quarteirões estruturados pelas ruas diversas que foram sendo criadas a partir da
estrutura dorsal já referida organizam-se dum modo repetitivo, de frentes fechadas ,abrindo-se
para pequenos pátios interiores, raramente para pátios laterais, a não ser já nas zonas mais
declivosas e junto ao Castelo onde os muros dos logradouros estão mais presentes e onde se
sente um pouco mais de salubridade e o verde de algumas poucas árvores.
A cidade ao romper-se para fora das muralhas e com o abandono dos conceitos de
defesa que a muralha garantia , vai desenvolver-se dum modo mais alargado , abandonando
as portas , recorre à destruição de grande parte da muralha para as novas edificações e inicia
a fase de degradação da estrutura urbana consolidada e que demorou tantos anos a construir.
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A zona superior do aglomerado é caracterizada por uma maior diversidade ao nível da
construção e dos espaços, sendo edificada por construções mais populares, com recurso a
soluções de aproveitamento das parcelas urbanas menos densamente, de modo a libertarem
os espaços para a organização de pequenos logradouros. A vegetação entra aqui dum modo
mais natural , sendo talvez um espaço de interpenetração entre o mundo rural extra muralhas e
o espaço urbano inter muralhas.
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Análise Arquitectónica e Urbanística
Preâmbulo
A Zona Histórica de Castelo Branco foi estudada ao nível dos seus volumes
construídos e do seu espaço urbano público , tendo deste inquérito resultado um conjunto de
elementos de análise , que depois de sistematizados e inter relacionados, deram origem ao
programa de intervenção que se encontra definido nas propostas do Plano.
Foram realizadas fichas individuais por edifício de modo a garantir uma compreensão
sobre o valor do imóvel , seu uso , seu estado de conservação, sua habitabilidade , etc.
Também para os arruamentos e espaços públicos se definiram fichas de caracterização que
permitiram apreciar o estado de conservação, constrangimentos rodoviários ou pedonais e
ainda estado do equipamento urbano existente.
Os quarteirões existentes foram numerados e sobre estes foram também numeradas
as construções existentes de modo a garantir-se uma sólida base de dados que se encontra
hoje sistematizada e facilmente acessível para quem contar com o Programa Filemaker.
As fichas criadas para análise dos edifícios foram organizadas para permitir de um
modo claro compreender quantos moradores habitam o edifício, que tipo de comércio é que
possui, estado de conservação, cércea existente, se possui logradouro, estado de conservação
e materiais de construção.
Todas estas fichas podem ser analisadas nos anexos que acompanham este Plano de
Pormenor .
A zona histórica, sobretudo a que se encontra inter muralhas, é uma zona com um
nível de abandono acentuado face ao número de construções devolutas, pese embora ainda
residir ainda uma população de cerca de 1700 pessoas com ainda bastantes crianças que
justificam a manutenção da escola Primária. No entanto e para um universo de aproximado de
1000 casas, o nº de pessoas a viverem sozinhas ou apenas duas ( casais muito idosos )
rondam os 33 % , valor relativamente alto e que configura a necessidade de equipamento
social ou apoio domiciliário.
Mapa de Usos – O mapa de usos aponta dum modo muito claro que na área inter
muralhas o regime habitacional é francamente preponderante caindo abruptamente para uso
de predominância comercial logo que ultrapassamos a muralha.
Mapa de regime de utilização – Este mapa mostra como existe uma grande mistura
ao nível do regime de uso propriedade , na zona inter muralhas, com um equilíbrio entre as
casas alugadas e de utilização própria , sendo que na zona baixa da encosta e para além do
recinto muralhado, o regime de aluguer ganha supremacia pelo facto de estar mais associado
ao uso comercial e serviços.
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Mapa de Cérceas – A zona histórica mantém um grande equilíbrio volumétrico com um
ritmo alternado de 2 a 3 pisos, facto que legitima atenção quanto à manutenção deste ritmo
volumétrico. Na zona extra muralhas a cércea dominante aumenta em termos relativos para
mais um piso mantendo-se no entanto coerência urbana, salvo na zona envolvente do Quartel
( quarteirão 54 ) que possui uma cércea excessiva ( 7 pisos ) .
Para além destes importantes edifícios a Zona Histórica e a Devesa são constituídas
por importantes conjuntos de edifícios com interesse , que estruturam frentes de ruas e
quarteirões e aos quais poderemos juntar conjuntos de imóveis de valor arquitectónico e
urbano, que estabelecem um discurso cultural semântico de inegável valor para a afirmação
da cultura urbana albi-castrense. Estamos assim ainda em presença de uma área de grande
valor arquitectónico e urbano pelo que as nossas propostas pretendem, no essencial,
consolidar estes valores e criar mecanismos de reanimação e revitalização. Os edifícios
dissonantes e sem interesse completam o quadro do edificado sendo para estes apontadas
regras para a sua integração no todo da estrutura urbana.
Mapa dos Espaços Públicos – Este mapa caracteriza os espaços públicos em geral
sendo claro a ausência de praças ou espaços de remate de transição. Os arruamentos de
perfis sempre estreitos , sobretudo na zona inter-muralhas, caracterizam-se por serem
lançados a favor e contra as curvas de nível , criando por isso alterações muito sensíveis nos
perfis dos alçados dos quarteirões , ora suaves ora abruptos dando por isso origem a uma
imagem muita recortada e de belo efeito formal. A maioria dos arruamentos perpendiculares às
curvas de nível entroncam numa via de remate superior da encosta mas em situação de
escadaria, impedindo por isso o movimento rodoviário .
A maioria dos arruamentos possuem pavimentos bastante degradados criando
diversos constrangimentos ao movimento pedonal dos seus moradores, sendo ainda visível o
fraco nível de infra estruturação básica destes arruamentos ( fraca iluminação com cabos
enrolando-se por postes e fachadas, antenas povoando os telhados , fracos desempenhos das
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redes de esgotos e abastecimento de água, e ainda ausência de rede de águas pluviais,
correndo pelas fracas caleiras de pavimento em calçada de cubo de granito) . Realçamos a
zona envolvente à muralhas do Castelo e Igreja de Sta Maria do Castelo e ainda o miradouro
de S. Gens como espaços importantes na abertura espacial do tecido urbano da Cidade inter
muralhas.
A zona exterior da muralha caracteriza-se por um nível muito diferente,
sobretudo ao nível dos arruamentos , sendo importante referir a Alameda da Liberdade e sua
continuação pela Rua Sidónio Pais e Rua das Olarias, que conjuntamente com a Av. Nuno
Álvares estabelecem a ruptura com e a estrutura urbana medieva e assinam um importante
momento na modernidade de Castelo Branco e da sua afirmação como estrutura urbana
moderna. Nesta zona o nível da infra estruturação acompanha a sua importância urbana,
possuindo já um aceitável nível de equipamentos e espaços livres , acompanhados com
vegetação arbórea , mobiliário urbano , bancos, papeleiras e quiosques. A zona da Devesa
estrutura e aglutina a rede urbana , como um tabuleiro para onde convergem todas as
atenções e todas as “ fabricações “ de desenho urbano que a cidade construiu ao longo das
épocas. É à sua volta que os equipamentos públicos e privados surgem. O Largo de S. João ,
perto de Jardim do Paço, representa também um importante momento de desenho urbano e a
merecer cuidados ao nível do seu tratamento e das funções que este suporta.
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Análise aos Espaços Verdes Urbanos
No documento estratégico denominado “Castelo Branco 2020” elaborado para a Autarquia por
uma equipa técnica coordenada pelo Prof. Jorge Gaspar, indicam-se alguns pressupostos de
análise que são úteis considerar para a integração da estrutura paisagística urbana no
presente Plano.
Assim, naquele documento refere-se que “a estrutura verde da cidade possui uma fraca
expressão em termos globais, verificando-se contudo, a presença de áreas importantes sob o
ponto de vista paisagístico, das quais se destacam o Jardim oitocentista do Paço Episcopal -ex
libris da cidade- e o Parque da Cidade /Jardim dos Loureiros. Este último, embora apresente
actualmente um mau estado de conservação, ainda constitui uma importante zona verde de
recreio e lazer, devido à sua localização, dimensão e características. A construção do novo
parque urbano na zona sul deverá contribuir em grande medida para a consolidação da
estrutura verde da cidade, dotando-a simultaneamente, de equipamentos de recreio e lazer que
se impõem a uma área urbana desta dimensão e importância.”
Por outro lado, as zonas verdes privadas, nomeadamente os quintais, hortas e jardins
existentes no interior do tecido urbano contribuem significativamente para a estrutura verde
secundária, assumindo especial importância as manchas associadas à zona histórica da
encosta do Castelo.
É contudo na zona alvo do presente Plano que a estrutura verde é no contexto global da cidade
a de maior expressão e interesse, quer em termos de área, quer de valor, pois é nela que se
encontram importantes áreas verdes de referência: o Jardim oitocentista do Paço Episcopal, o
Parque da Cidade/Jardim dos Loureiros, o Jardim Vaz Preto, o Miradouro de São Gens e zona
verde envolvente ao Castelo, o Largo da Sé, muitos logradouros de expressão significativa na
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composição urbana e espaços exteriores públicos associados a alinhamentos arbóreos como o
Passeio Verde, a Devesa e o início da Av. Nuno Álvares.
Encontra-se marcada por influências estilísticas do jardim barroco italiano, em que a estatuária
de granito, os elementos vegetais e de água se articulam de forma de extrema beleza e
equilíbrio. A simbólica escultórica coloca em diálogo e confronto as Escrituras (representadas
pelos 4 Evangelistas), o mundo espiritual (representado pelos Apóstolos, as Virtudes, os
Estados da Alma), o mundo material (Signos Zodiacais, Estações e Elementos) e o mundo do
poder real (imagens dos Reis até D. José).
O actual Parque da Cidade /Jardim dos Loureiros, construído nos inícios do século XX, está
localizado nas antigas hortas do Paço Episcopal, numa plataforma implantada a cotas
inferiores e separado do Jardim do mesmo pela Rua dos Oleiros, mantendo-se contudo o
passadiço de ligação entre as duas unidades, embora sem utilização.
Uma lição de ordenamento do território é ainda hoje possível de ser lida nesta zona Norte da
Cidade, onde um transecto paisagístico nos revela a mata de encosta da colina do Castelo,
preservando solos e águas, o Jardim de recreio (em socalcos) do Paço nas zonas de transição
entre a encosta e as cotas mais planas, implantando-se nestas as antiga zona de hortas,
pomares, olivais e vinhas (zona actual do Jardim da Cidade).
Assim, a zona do Plano de Pormenor foi, é, e deve continuar a ser, o “coração” paisagístico da
Cidade.
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2. Levantamento e Análise da Situação Existente na Zona de Incidência do Plano
O mesmo trabalho foi realizado para os alinhamentos arbóreos existentes no espaço público.
Apresentam-se também conclusões sobre a estrutura verde da área do Plano com base nos
resultados finais dos levantamentos realizados.
Apresentam-se as definições que pautam a avaliação dos espaços verdes em questão, a fim
de esclarecer as lógicas de classificação que envolvem o processo de levantamento e
reconhecimento de terreno.
De acordo com os elementos definidos de caracterização das Fichas respectivas, são definidos
os parâmetros das classes “Tipo”, os critérios de classificação para a classe “Conservação e
Actuação” e esclarece-se ainda a observação e apreciação pessoal para o preenchimento das
Fichas de Caracterização no terreno.
praceta – espaço de limites definidos pelo edificado que pode assumir diferentes usos e
funções, normalmente de estadia;
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enquadramento de edificado – espaço de pequena ou média dimensão, de forma definida e
que, de um modo geral, está agregado ao edificado (habitações e equipamentos
colectivos), cumprindo uma função estética;
terreno expectante – área de tecido urbano destinada a espaço público que aguarda
intervenção não edificada. Considera-se expectante pelo facto de ainda não ter sido
definido o tipo de espaço verde a construir. Assume-se que um terreno com aquelas
características se destina exclusivamente a esse fim.
margem ribeirinha – espaço verde adjacente a linhas de água.
Esta classificação tem por base a existência física ou não (apenas planeada ou projectada) dos
espaços verdes no terreno e a análise do estado de capacidade de utilização desses espaços
e as actuações de manutenção ou correcção necessárias para o maior potencial de uso
possível.
sem interesse de execução – espaço que, pela área ou função que exerce, não justifica
qualquer intervenção, por exemplo pequenos canteiro sem interesse ou com área muito
reduzida;
executar projecto e obra – área livre cuja localização propícia, ou torna necessária, a
criação de um espaço verde;
executar obra de acordo com o projecto – espaço para o qual está previsto a construção de
um espaço verde embora a obra ainda não esteja concretizada;
bom, continuar a manter – espaço que se encontra adequado ao local em que se insere e
que apresenta uma boa conservação e uma manutenção eficiente;
mau, espaço a abandonar – espaço com áreas reduzidas ou cuja função não justifica a
sua existência
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2.4 Observação e apreciação pessoal no terreno para o preenchimento das Fichas de
Caracterização
A avaliação directa e pessoal determina a selecção dos critérios definidos nos pontos
anteriores, pois a componente pericial presente na avaliação dos espaços verdes é também
influenciado pelas sensações plásticas e de conforto de utilização que os mesmos transmitem.
Por outro lado, é inevitável a leitura conceptual global, que não estando directamente ligados à
conservação do material vegetal, contribui em muito para o interesse paisagístico de um
espaço verde, sendo de realçar:
a relação concepção/função, ou seja, a verificação do modo como o espaço está a ser
utilizado em relação aos objectivos com que foi concebido;
a conservação do mobiliário, pavimentos, iluminação, número de equipamentos existentes
no espaço verde;
grau de utilização e adequação do espaço às actuais necessidades urbanas.
Este aspecto, embora não constitua âmbito específico do presente Plano, deverá merecer
atenção por parte da Autarquia no sentido de se dotar de uma ferramenta informática de
elevado interesse na gestão da informação respeitante a esta temática.
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2.6 Análise da Estrutura Verde
A presente análise, que se pretende representativa da realidade dos espaços verdes públicos
urbanos da área do Plano, baseia-se naturalmente nos resultados obtidos com o levantamento
específico realizado e atrás definido metodologicamente; não se considera apenas para os
cálculos efectuados o espaço do Quartel, dada as características de quase total
impermeabilidade do mesmo e que face à sua dimensão no contexto da área do Plano,
desvirtuariam os resultados obtidos.
De acordo com o levantamento realizado, a área relativa aos espaços verdes públicos totaliza
2
cerca de 8 hectares (80 768 m ), correspondendo a 26 espaços de características e área
diversas.
Dos espaços analisados, podem-se destacar 4 principais, seja pela sua área, valor urbanístico
2
e/ou patrimonial, a saber o Parque da Cidade (18 153 m ), o Jardim do Paço Episcopal (5 418
2 2 2
m ), a zona envolvente ao Castelo (8 435 m ) e o Largo da Devesa (8 900 m ). É de notar no
entanto, que estes valores correspondem à área total do espaço não se restringindo somente à
área plantada, correspondendo esta a cerca de 35 % da área total.
Pode-se analisar a informação recolhida relativa aos espaços verdes públicos de acordo com
os seguintes parâmetros: “Tipo”, “Uso”, “Estado de Conservação e Actuação” e “Existência de
Manutenção”, parâmetros que estão presentes nas Tabelas de Caracterização em Anexo 1 e
apresentados em pormenor nas Fichas de Caracterização de Espaços Verdes Públicos em
Anexo 2.
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Relativamente ao “Tipo” os resultados têm a seguinte tradução gráfica:
2
Gráfico 1 – Área em m e valor em percentagem, de espaços verdes públicos de acordo com a
sua tipologia
Dentro da zona do Plano destacam-se assim como espaços sentidos como “verde público” os
de tipologia de “Jardim” .
2
Gráfico 2 – Área em m de espaços verdes públicos de acordo com o Uso
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Em relação ao “Estado de Conservação e Actuação” o aspecto gráfico é o seguinte:
2
Gráfico 3 – Área em m de espaços verdes públicos de acordo com o “Estado de Conservação
e Actuação”
Cerca de 70% da área requer um investimento considerável visto que, classificado como
2 2
“Reformulação Significativo” estão 28 068,8m e 27 993,4m como “Executar Projecto e Obra”.
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No que se refere ao “Porte” os resultados, sob a forma de gráfico, são os seguintes:
Do que se conclui que, na zona histórica, cerca de metade das árvores são adultas pois
apresentam grande porte.
Constata-se que apenas 11% das árvores existentes em alinhamentos se encontra em mau
estado sanitário, é de referir que correspondem essencialmente a árvores adultas com feridas
resultantes de podas mal realizadas (conclusão com base na observação em campo).
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Para uma melhor compreensão da análise feita para o parâmetro “Intervenções Necessárias”,
definem-se, primeiro, os critérios de necessidade de intervenção em que se baseou o
levantamento:
Limpeza de Copa – corte de ramos danificados, velhos ou doentes que danificam de algum
modo a forma natural do indivíduo;
Remoção – medida tomada em relação a indivíduos mal inseridos no tecido urbano ou por
um compasso de plantação demasiado denso;
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Em termos gráficos os resultados do parâmetro “Intervenções Necessárias” traduz-se por:
É de referir no entanto que 64%, ou seja, 390 árvores não necessitam de qualquer tipo de
intervenção.
4.6.3 Logradouros
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Proposta – Objectivos gerais da intervenção
Este Plano de Pormenor para a zona Histórica e para a Devesa é um Plano que , por
se encontrar inserido no Programa Polis , permite ser lido numa perspectiva bastante mais
abrangente do que os normais planos já que algumas propostas de intervenção serão
obrigatoriamente enquadradas por estudos mais pormenorizados e acções imediatas de obra
a construir. Este Plano pretende no essencial e de acordo com os princípios expressos no
Plano Estratégico da Cidade de Castelo Branco e nos objectivos do Programa Polis, consagrar
princípios de reabilitação e revitalização da cidade antiga e moderna e ainda produzir um
conjunto de obras que pelo significado e pela sua dimensão permitam reforçar o interesse dos
seus moradores pela utilização central da cidade, ao nível da actividade comercial serviços e
habitação. Para além disso importará criar as condições para que esta cidade se coloque no
tabuleiro regional como uma cidade moderna, multi geracional, , atractiva, com um nível de
equipamentos muito elevado nas diversas áreas do saber , da cultura e do lazer.
É assim que para a área histórica inter muralhas se consolidou um discurso
que passa por:
Evitar a rejeição da população local para a periferia da cidade criando
condições para a melhoria do seu quadro urbano e ambiental.
Criar condições para tornar esta parte da cidade atractiva em termos
habitacionais fomentando a sua procura para fixação de populações mais jovens.
Criar condições para a organização de bolsas residenciais para estudantes
universitários recorrendo-se à construção de residências universitárias.
Fomentar a visita por turistas sendo por isso fundamental fomentar a criação de
mais actividade comercial e cultural e ainda alojamento turístico.
Manter a memória da cidade , mantendo-se o património espacial e edificado
de um modo consciente e em bom estado de conservação.
Organizar de modo consistente o apoio social e económico às famílias idosas
e carenciadas.
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Proposta – Principais acções a consagrar
Plano de Execução Municipal / POLIS
Preâmbulo
Propostas
Estrutura Urbana – Rede Viária e Espaços Públicos
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• Os Projectos Urbanos são os seguintes :
P.U.1. – Centro Cívico / Largo da Devesa
P.U. 2 - Passeio das Muralhas
P.U. 3 - Praça Postiguinho de Valadares
P.U. 4 - Largo de S. João
P.U. 5 – Jardim dos Peleteiros
P.U. 6 – Praça Académica na rua dos Cavaleiros e Requalificação da
Escola
P.U. 7 – Passeio Verde e Estacionamento do Paço
P.U. 8 – Mirante de S. Gens / Encosta do Castelo
P.U. 9 – Sé, Rua das Olarias, Rua da Sé e Praça Rei D. José I.
A estrutura urbana da cidade sobretudo da zona inter muralhas, assenta numa malha
relativamente uniforme de quarteirões de grande equilíbrio, organizando-se sempre sobre os
arruamentos resultantes, com logradouros posteriores, internos aos lotes , quase sempre
associados aos lotes maiores, determinando por isso muitas dificuldades para algumas
habitações que não conseguem garantir luz nas fachadas posteriores, criando-se situações
diversas de insalubridade. Os quarteirões fora das muralhas possuem já morfologias um
pouco mais diversas, estendendo-se sobre os arruamentos implantados sobres as curvas de
nível , sendo já atravessamentos mais territoriais e menos urbanos, gerando-se por isso novas
atitudes ao nível do desenho.
Estas estruturas urbanas deram origem a conjuntos edificados de valor diverso
e que este plano pretende proteger, divulgar, intervir remodelando, reabilitando, restaurando,
recuperando.
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Espaços Verdes -
Propostas de Organização , Estruturação e Desenho de Espaços Verdes
As intenções definidas no presente Plano constituem assim uma orientação conjunto constituir
como intervenções estruturantes, capazes de traduzir em termos práticos o desejado processo
de requalificação estética, funcional e ambiental da área central da Cidade de Castelo Branco.
As propostas do Plano visam também a defesa dos espaços verdes privados e logradouros
para os quais se propõe regulamentação que permita a sua valorização paisagística mas não a
sua desafectação para usos edificados, no sentido de garantir a salvaguarda da mancha verde
actualmente existente, peça fundamental para a identidade da cidade consolidada e numa
perspectiva mais ampla para o carácter da paisagem urbana albicastrense.
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Ao nível da estrutura arbórea, todos os alinhamento arbóreos foram também levantados,
cartografados e sistematizados, com preenchimento das respectivas fichas respectivas e
quadro associado apresentado no ponto anterior indicando-se, sempre que necessário, uma
intervenção correctiva.
Para a zona do Projecto Urbano de Referência, face à sua especificidade conceptual e estado
autónomo de projecto, devem ser respeitadas as intenções expressas de valorização
paisagística com introdução de espaços exteriores públicos qualificados, com presença de
elementos vegetais e água por forma a criar uma imagem urbana forte e em ligação com os
objectivos programáticos para o local.
Os aspectos microclimáticos numa cidade interior como Castelo Branco são muito importantes
para o conforto de utilização dos espaços públicos, pelo que este aspecto poderá passar
sempre que urbanisticamente adequado pela criação ou reforço de elementos como pérgolas e
estruturas arbóreas, de preferência de espécies caducifólias, indutoras paralelamente de um
processo de valorização ambiental. A presença da água nas suas várias formas é também
aspecto relevante a considerar no desenho do espaço público, em particular nos grandes
espaços abertos.
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Aspectos particulares /
acções de projecto em curso
Nº Designação Objectivos programáticos ou a desenvolver
Revalorização enquanto zona de lazer e encontro; reposição da
ligação pedonal com o Jardim do Paço; criação de auditório ao ar
livre, equipamento de apoio e ludoteca; renovação de mobiliário e
equipamento urbano; valorização da estrutura arbóreo-arbustiva no
Parque da Cidade / Jardim dos Loureiros; criação de condições para desenvolvimento de
1 Jardim dos Loureiros acções de educação ambiental urbana; intervenção exemplar no
(J1) contexto do Plano Estudo Prévio em curso
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Reformulação paisagística, com manutenção do elemento
escultórico; afirmação de desenho de espaço de maior
Jardim Amato Lusitano contemporaneidade, com funções de praça arborizada com desenho
16 (J10) Elaborar projecto específico
de pavimento aproveitando os exemplares arbóreos.
Separador da R. Sidónio A abandonar como zona verde
17 Pais Assumir como zona pavimentada
Canteiros da R. Sidónio Assumir como zona pavimentada A abandonar como zona verde
18 Pais
Valorização urbana e paisagística significativa; intervenção Projecto Urbano de Referência
19 Largo da Devesa exemplar no contexto do Plano em elaboração
Valorização urbana e paisagística significativa; intervenção Projecto Urbano de Referência
20 Quartel exemplar no contexto do Plano em elaboração
Triângulo da Senhora da A abandonar como zona verde
21 Piedade Assumir como zona pavimentada
Assumir como zona pavimentada; transformação em praceta
22 Envolvente ao “Kalifa” arborizada Elaborar projecto específico
(J11)
Requalificação urbana e paisagística, com intervenção a nível de
pavimentos, material vegetal, mobiliário e sinalética formativa
23 Senhora da Piedade Elaborar projecto específico
(J12)
Valorização paisagística dos canteiros existentes com introdução de
Canteiros da Av. Nuno espécies herbáceas perenes e subarbustivas adaptadas ás condições Executar plano de plantação
24 Álvares (J13) de sombra
Requalificação urbana e paisagística, com intervenção a nível de
pavimentos, material vegetal, mobiliário e sinalética formativa
25 Envolvente da Sé Elaborar projecto específico
(J14)
Valorização paisagística de canteiros, elementos construídos,
estruturas arbóreas e percursos pedonais; introdução de mobiliário
Colina do Castelo / urbano e sinalética formativa; melhoria da iluminação;
26 Miradouro de São Gens aproveitamento das vistas e colocação de leitores de paisagem; Elaborar projecto específico
(J15) garantir ligações pedonais francas ao Castelo e ao Largo F. Sanches
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Indicações de concepção e manutenção dos Espaços Verdes Urbanos na Cidade
Sustentável.
Uma estratégia global de valorização biofísica e ambiental dos espaços verdes numa lógica de
sustentabilidade é condição fulcral da qualificação urbana contemporânea.
Para se minimizarem aqueles impactes deve-se começar por resolver problemas estruturais
básicos mas ainda muito comuns nos espaços verdes urbanos existentes e que se traduzem
em diminutas e desadequadas dimensões dos espaços e incorrectas utilizações de espécies
vegetais.
Desta noção de espaço mínimo e vegetação adequada, decorrem até algumas orientações
programáticas indicadas no capítulo anterior onde se sugere a abolição de pequenos e mal
posicionados canteiros, assumindo-os como espaços exteriores públicos urbanos mas com
outra função de praceta arborizada ou espaço pedonal pavimentado.
2. as regas necessárias deverão ser feitas na menor quantidade possível e por métodos bem
dimensionados de poupança de água (aspersão, gota-a-gota ou rega enterrada); a
utilização de águas residuais tratadas a um nível adequado para a rega de espaços verdes
ou provenientes de armazenamentos simplificados de águas pluviais (exemplo: cisternas
ou bacias de retenção) é um aspecto macro-estratégico na gestão ambiental a ser
desenvolvido e implementado em todos os aglomerados urbanos;
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6. em complemento, caso necessário, um conjunto de técnicas de fertirrigação e de aplicação
de nutrientes de lenta libertação, por pessoal devidamente qualificado e com conhecimento
dos objectivos globais de redução da aplicação de agroquímicos, com base em análises
periódicas do estado de nutrientes no solo;
10. sempre que possível, uso de energias alternativas e elementos de baixos consumos
energéticos e materiais reciclados em pavimentos, equipamentos e mobiliários de uso
exterior;
12. evitar o excesso de construção civil nos espaços verdes; nos espaços a criar deverão ser
ponderadas as proporções entre áreas permeáveis, impermeáveis, e semi-permeáveis,
consoante as necessidades de pisoteio ou capacidade de carga;
14. os espaços exteriores urbanos devem ainda ter condições para assegurar a sua
sustentabilidade económica, nomeadamente através da implantação quando possível de
actividades compatíveis com o seu carácter público e de lazer e que permitam a criação de
mais valias financeiras que possibilitem uma redistribuição de recursos e verbas, no
sentido da animação, gestão e manutenção desses espaços.
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Conclusões
A abordagem multifacetada que foi realizada sobre uma importante parte da cidade da
Castelo Branco e que concentra uma parte significativa dos seus valores patrimoniais e
construtivos, pretendeu no essencial criar condições para que as nossas propostas, objectivo
essencial do nosso trabalho, se realizasse com um mínimo de rigor e com consciência perfeita
que o saber em jogo nunca é totalmente conhecido
No entanto e pelo facto de já algum tempo andarmos envolvidos com a realidade da
cidade, analisando estudos anteriores, percorrendo as suas ruas noite e dia, contactando com
os Autarcas e Técnicos, participando nos debates que têm surgido, discutindo as opções
programáticas que têm vindo a ser colocadas no tabuleiro da estratégica, legitimam, cremos
nós, as opções que aqui são colocadas.
Evidentemente que o documento que apresentamos neste estudo e sobretudo
reafirmado com a presença de uma peça documental de grande expressão e que é a Planta de
Implantação e o seu Regulamento, e ainda apoiado pela Planta de Execução Municipal /
POLIS , demonstra com evidência qual a verdadeira leitura e compreensão que fazemos e
temos da Cidade, sobretudo desta parte da cidade.
O facto de este Plano se inserir e ser parte integrante de uma Estratégia única de
revolução urbana de uma Cidade e que tão bem montada nos parece ser, até pela eficácia de ,
a muito breve prazo, se poder concretizar muito sonhos, muitos projectos , muitas mudanças
legitimam fundadas esperanças na sua concretização.
O “ Tempo “ POLIS que começou muito recentemente e acabará em 2004, deixará,
certamente, muita transformação num território abandonado, depauperado, sem qualificação e
muito perturbado com um trânsito caótico. Todos esperamos que seja bem aproveitada esta
oportunidade única de transformação e de enriquecimento sustentável.
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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
Neves, A.O. (1996) – PEC – Plano Estratégico da Cidade de Castelo Branco. Câmara
Municipal de Castelo Branco
Ramos, F.M. (1992) – Manutenção e Gestão das Árvores em Espaço Urbano – Recolha de
alguns parâmetros e análise da situação na cidade de Castelo Branco. Relatório do Trabalho
de Fim de Curso em Produção Florestal. Escola Superior Agrária de Castelo Branco
Telles, G.R. (1997) – Plano Verde de Lisboa – Componente do Plano Director Municipal de
Lisboa. Edições Colibri
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