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Universidade de Caxias do Sul

Centro de Ciências Exatas e Tecnologia

Apostila Teórica de Desenho Técnico I

Revisão 2

2009-02

Autor: Professor Deives Roberto Bareta

Co-autor: Acadêmica Jaíne Webber

Professores da disciplina DES0201:

Alexandre Fassini Michels

Deives Roberto Bareta

Gilmar Tonietto

José Luis Ferrarini

Marco Aurélio Garcia Bandeira

Tânia Bertholdo
Apostila Teórica de Desenho Técnico I

Capítulo 4

Cotagem
Nos capítulos anteriores, foram discutidos os métodos adequados à
representação de um objeto por meio de suas projeções ortogonais. No
entanto, nenhuma estrutura ou peça pode ser fabricada, a menos que o
desenho indique todas as dimensões e dados auxiliares, tais como, tipo do ma-
terial a ser utilizado, tratamento térmico ou acabamento superficial.

Ao colocar no desenho as cotas5 relativas às dimensões da peça, o


engenheiro deve ter sempre em mente que é impossível para o operário medir
e reproduzir as dimensões com exatidão. Devem-se permitir certas variações
de tamanho, conhecidas como tolerância, quando da confecção das peças
mecânicas. No caso de peças que devem ser associadas a outras dentro de
especificações muito rígidas, as tolerâncias são indicadas no próprio desenho.

Tipologia dos elementos usados em cotagem


Nesse capítulo, o aluno de engenharia terá uma noção, através de
vários exemplos práticos, de como é a colocação de dimensões no desenho
técnico mecânico. O que aqui será apresentado é baseado na norma NBR
10126. Essa norma apresenta em alguns tópicos interpretações dúbias, para
não deixar o aluno confuso procurou-se aqui demonstrar situações comuns na
indústria mecânica e suas soluções mais adequadas no que tange a cotagem
do desenho técnico mecânico.

A Figura 83 ilustra os componentes básicos da representação da


cotagem em um desenho técnico mecânico. Ao longo desse Capítulo, várias
normas e dicas serão passadas ao aluno de engenharia, por isso pede-se que
uma leitura atenta seja realizada.

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Cota: Valor numérico de uma dimensão.

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Figura 83 - Exemplo básico de cotagem.

Particularidades na construção dos elementos de


cotagem básica
A técnica de representação das cotas inclui a mecânica do traçado das
linhas de cotas, de chamada, as setas e as letras. Para facilitar a interpretação
do desenho, torna-se necessário que o desenhista padronize a representação
desses elementos. Os detalhes da Figura 84 ilustram o cuidado que o
desenhista deve ter na hora de traçar o início das linhas de chamada e o
posicionamento da linha de cota.

Figura 84 - Detalhes da cotagem.

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Apostila Teórica de Desenho Técnico I

Linhas de cota
As linhas das cotas, para elementos retos, são retas6, com setas em
cada uma das extremidades que indicam o tamanho da dimensão. Para fazê-
las devem-se respeitar as seguintes instruções:

1) Traçar as linhas de cotas e de chamada mais finas do que as


correspondentes às arestas de contorno visível ou invisível da
peça, com a finalidade de obter um bom contraste, como ilustrado
na Figura 85.

Figura 85 - Espessura das linhas de cota.

2) Traçar as linhas de cota paralelas à linha ou ao comprimento


cotado.

3) Fazer uma seta em cada uma das extremidades.

4) Não permitir que a linha de cota coincida com a linha de centro ou


com o prolongamento de uma linha de centro.

5) Interromper a linha de cota, somente para fornecer o espaço


necessário para a colocação do número correspondente ao valor
da dimensão da peça mecânica, isso caso o padrão usado na
cotagem for o adotado na Figura 86, a seguir. Procura-se evitar

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Linhas de cota nem sempre são retas. Quando se cota desenvolvimento de arcos ou
abertura de ângulos. A linha de cota é representada como um arco.

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esse estilo de cotagem, pois ele é mais trabalhoso de ser feito e,
se for usado, tomar o cuidado de somente usar esse estilo, não
misturando padrões.

Figura 86 - Linha de cota interrompida.

Linhas de chamada
As linhas de chamada, também conhecidas pelo nome de demarcação,
são as que se prolongam a partir do objeto, mostrando os limites de uma
dimensão. As seguintes regras, relativas às linhas de chamada, são citadas a
seguir.

1) Traçar as linhas de chamada com a mesma espessura que as


linhas de cotas.

2) Traçar as linhas de chamada perpendicularmente à linha de cota


que está sendo colocada na peça.

3) Deixar um pequeno intervalo de 1 a 2 mm entre a linha


correspondente à aresta da peça e a linha de chamada, como
mostrado no detalhe da Figura 87, a seguir.

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Apostila Teórica de Desenho Técnico I

Figura 87 - Espaçamento entre aresta e linha de chamada.

4) Prolongar a linha de chamada de 1 a 2 mm além da linha de cota,


conforme exemplo mostrado na Figura 88.

Figura 88 - Comprimento da linha de chamada.

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5) Não cruzar as linhas de chamada, a menos que seja estritamente
indispensável. Caso seja preciso, o cruzamento deve ocorrer sem
qualquer interrupção, como pode ser visualizado no exemplo da
Figura 89, a seguir.

Figura 89 - Cruzamento entre linhas de chamada.

6) Não interromper uma linha de chamada quando ela cruza com


uma linha do objeto (Figura 90).

Figura 90 - Cruzamento de linha de chamada com aresta.

7) Em casos especiais, tais como em curvas planas, onde não existe


espaço suficiente para linhas de chamada perpendiculares, estas
são ocasionalmente colocadas em ângulo (Figura 91). As linhas
de cota são também paralelas à aresta que está sendo
dimensionada.

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Apostila Teórica de Desenho Técnico I

Figura 91 - Linhas de chamada inclinadas.

Linhas de referência ou linhas auxiliares


Linha de referência é a que se estende de alguma parte do desenho
indicada por meio de uma seta, até uma instrução relativa àquele detalhe do
desenho da peça. Estas linhas são traçadas de acordo com as regras abaixo
estabelecidas.

1) Traçar as linhas de referência com a espessura das linhas de


cota.

2) Traçar as linhas de referência formando um ângulo.

3) Se necessário traçar um pequeno segmento horizontal na


extremidade da linha de referência (Figura 92).

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Figura 92 - Exemplo de linha de referência.

4) Quando as linhas de referência indicam uma dada linha (aresta)


da peça, terminá-las com uma seta, conforme ilustrado no item 1
da Figura 93.

5) Quando as linhas de referência indicam uma área (superfície),


sua extremidade deve ser um ponto, conforme ilustrado nos itens
2 e 3 da Figura 93.

Figura 93 - Extremidades das linhas de referência.

6) Traçar as linhas de referência sempre paralelas, quando duas ou


mais estão muito próximas. Se possível, elas deverão formar um
ângulo de 45° a 60° com a horizontal (Figura 94).

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Apostila Teórica de Desenho Técnico I

Figura 94 - Linhas de referência paralelas.

7) Construir as linhas de referência de forma a não fazerem um


ângulo menor do que 30° com a aresta que indicam.

8) Quando uma linha de referência relaciona-se com um círculo ou


um arco, traçá-la de modo que a seta toque o círculo, ou arco, e
não o centro, e que o prolongamento, se fosse traçado, passasse
pelo centro do círculo.

9) Quando existirem dois círculos concêntricos, como ocorre no caso


do traçado de um furo roscado ou rebaixado e/ou cônico, a linha
de referência indicará o primeiro círculo a ser encontrado (Figura
95).

Figura 95 - Cotagem de dois círculos concêntricos.

10) Quando a mesma nota se aplicar a um grupo de elementos, a

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linha de referência deverá indicar um só elemento do grupo
(Figura 96).

Figura 96 - Cotagem a um grupo de elementos

11) Os seguintes detalhes devem ser evitados: linhas de referência


que se cruzam; linhas de referência longas; linhas de referência
nas posições horizontal e vertical; linhas de referência paralelas
às linhas de cota adjacentes.

Setas
Faz-se uma seta em cada extremidade de uma linha de cota e em uma
das extremidades de uma linha de referência. Elas devem ser desenhadas de
acordo com as seguintes regras.

1) A seta deve ser pelo menos três vezes mais longa do que larga
(Figura 97).

Figura 97 - Tamanho da seta.

2) Na maior parte dos desenhos, as setas devem ter perto de 3 mm


de comprimento, porém este tamanho pode variar com o tamanho
de folha usada.

3) A seta, para o desenho técnico mecânico, pode ser traçada

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Apostila Teórica de Desenho Técnico I

aberta ou compacta de acordo com a técnica corrente na indústria


(Figura 98).

Figura 98 - Estilos de seta.

4) Ambos os lados da seta devem possuir o mesmo comprimento e


devem estar em harmonia com a linha de cota (Figura 99).

Figura 99 - Linha de cota com extremidades iguais.

5) A extremidade da seta deve apenas tocar a linha de chamada ou


então a que é apontada pela linha de referência, e não deve
ultrapassar nem ficar afastada da linha de chamada ou de
referência. Na Figura 100, a seguir pode ser visualizado o
posicionamento errado da representação de setas.

Figura 100 - Posicionamento da seta.

Colocação das cotas no desenho


É importante colocar as cotas de maneira tal que a leitura do desenho
torne-se clara e fácil. Devido à longa prática, o operário acostumou-se a
observar as cotas em determinados lugares. Este costume deverá ser seguido,
a não ser que se tenha uma boa razão para mudá-lo. Entretanto, quase todas
as regras podem ser quebradas quando está em jogo maior clareza. As regras
mais importantes são dadas a seguir.

¾ As linhas de cota são espaçadas de modo que a primeira esteja pelo


menos a 10 mm da linha correspondente ao contorno da peça. A

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próxima cota, ou as subseqüentes, deverão estar distantes 7 mm
uma da outra, conforme ilustrado na Figura 101, a seguir.

Figura 101 - Distância entre linhas de cota.

¾ As cotas, em caracteres bem legíveis, devem ser escritas SEMPRE


ACIMA das respectivas linhas de cota, quando essas forem cotas
horizontais. Para as verticais, a cota ficará sempre na esquerda da
linha de cota, estando alinhada da esquerda para a direita, ou seja,
sua leitura se dará no sentido horário, em relação à legenda (Figura
102).

Figura 102 - Posicionamento das cotas.

¾ A posição da cota linear quando essa estiver inclinada, também

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Apostila Teórica de Desenho Técnico I

deverá respeitar o sentido de leitura como visto anteriormente. A


Figura 103 apresenta o posicionamento de algumas cotas lineares
inclinadas.

Figura 103 - Posição de cotas lineares inclinadas

¾ Para cotagem angular, deve-se tomar cuidado no posicionamento e


orientação das cotas. A Figura 104 ilustra três estilos de cotagem
para dimensões angulares. Observa-se que a cotagem angular deve
respeitar o mesmo estilo adotado para com a cotagem linear,
portanto, não será aceito misturar estilos de cotagem no mesmo
desenho técnico.

Figura 104 - Posicionamento de cotas angulares.

¾ NÃO se deve cotar linha oculta. Os furos devem ser cotados nas
vistas onde os círculos são mostrados na verdadeira grandeza. Para
se evitar que por apenas uma cota seja feita uma nova vista, pode-se
utilizar do recurso de corte ou corte parcial dessa vista, conforme
indica a Figura 105, a seguir. O Capítulo 6 tratará do assunto cortes e

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seções com mais ênfase.

Figura 105 - Cotagem de linhas ocultas.

¾ Em qualquer caso as cifras que indicam uma cota não devem ser
cortadas ou cobertas por qualquer linha do desenho.

¾ Quando o espaço é insuficiente, as cotas podem ser escritas no


prolongamento da linha de cota, por fora da flecha e preferivelmente
à direita, como no exemplo da Figura 106, a seguir.

Figura 106 - Espaço insuficiente para cotas.

¾ Sempre por motivos de espaço, quando se tem uma série de cotas


vizinhas, podem-se substituir as setas por pontos, como no exemplo
da Figura 107. Usam-se as setas somente nos extremos da
seqüência de cotas.

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Apostila Teórica de Desenho Técnico I

Figura 107 - Cotagem por pontos.

¾ As dimensões devem ser colocadas tão externamente quanto


possível, em relação às vistas. Para evitar linhas de chamada longas
ou que se cruzem, às vezes é melhor colocar a linha de cota dentro
da própria vista.

¾ Procura-se evitar posicionar cotas entre as vistas. É importante


lembrar que o principal do desenho técnico é o entendimento das
vistas ortogonais das peças. Por isso, o desenho deve se destacar
em relação às cotas, e não estar escondido sobre elas. Caso haja
necessidade de usar o espaço entre as vistas, as dimensões devem
ser colocadas o mais proximamente possível da vista.

¾ Linhas de chamada ou linhas de centro não devem ser passadas de


uma vista para outra.

¾ Quando é necessária a indicação de várias dimensões no mesmo


lado de uma vista, coloca-se a menor o mais próximo possível da
vista (Figura 108). Isto evitará o cruzamento das linhas de cota e de
chamada.

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Figura 108 - Várias dimensões no mesmo lado de uma vista.

¾ Evitar duplicação de cotas. Nenhuma característica deverá ser


indicada em dois lugares ou de duas maneiras diferentes.

¾ Se, devido a correções, for necessário modificar uma cota, mantendo


a mesma geometria, sublinha-se a cota modificada com o escopo de
corrigir o desenho. A dimensão sublinhada mostra que a cota não
está em escala, conforme indica a Figura 109. Vale lembrar que essa
solução deverá ser somente aplicada em esboços ou rascunhos. No
desenho final a geometria deverá ter o tamanho que a cota indica.

Figura 109 - Cota que não está em escala.

¾ As dimensões devem ser colocadas na vista mais descritiva, ou seja,


que melhor define a geometria da peça. O aluno de engenharia
deverá tomar o cuidado de não sobrecarregar essa vista com cotas
deixando as outras vistas sem nenhuma.

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Apostila Teórica de Desenho Técnico I

¾ O diâmetro de um cilindro deve ser cotado na vista em que o mesmo


é mostrado como um retângulo, pois é mais conveniente do que na
vista em que se vê o círculo. Se for dada apenas uma vista, a cota
deve estar acompanhada do símbolo Ø indicativa de diâmetro.

¾ As cotas de diâmetro devem ser precedidas do símbolo Ø, e as


correspondentes a um lado de um quadrado pelo símbolo □, a menos
que o desenho faça parecer, sem possibilidade de dúvida, que se
trata de um diâmetro ou de um quadrado. A Figura 110, a seguir
ilustra isso, mas o leitor do desenho pode ficar em dúvidas,
principalmente em relação ao quadrado, por isso prefere-se que seja
colocado o símbolo de □ junto à cota.

Figura 110 - Cotagem com símbolos de diâmetro e quadrado.

¾ A saliência da peça mostrada na figura anterior (Figura 110), também


pode ser cotada com o sinal de □, além disso, usam-se linhas de
espessura fina, que formam um “X” representando a face plana da
saliência.

¾ As cotas dos raios devem ser precedidas da letra “R”, como no


exemplo da Figura 111(a).

¾ Na cotagem de raios ou diâmetros de superfícies esféricas, as cotas


devem ser precedidas do termo “esfera” ou “esf.”, como pode ser
visualizado no exemplo da Figura 111 (b) e (c).

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a) b) c)

Figura 111 - Cotagem com símbolos de raio e esfera.

¾ Os chanfros podem ser cotados através de uma anotação como na


Figura 112(a), mas esse tipo de cotagem não é muito utilizado,
prefere-se, no caso de chanfros, usarem o seguinte método conforme
indicado na Figura 112(b). Ambos os casos são utilizados somente
quando o ângulo for de 45°. Entende-se como tamanho linear o lado
menor do triângulo do chanfro. Se o ângulo do chanfro for diferente
de 45° o chanfro deverá ser cotado como indicado na Figura 112(c).

a) b) c)

Figura 112 - Cotagem de chanfros.

¾ Quando devem ser cotados os desenvolvimentos de arcos, as linhas


de cota serão arcos de círculo com centro no vértice do ângulo, como
indicado na Figura 113(a). Quando somente é cotado o ângulo da
abertura do arco a representação é conforme a Figura 113(b).
Quando as cordas são cotadas, as linhas de cota são segmentos de

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Apostila Teórica de Desenho Técnico I

reta, conforme visualizado na Figura 113(c).

a) b) c)

Figura 113 - Cotagem de arcos.

¾ Quando são desenhados elementos eqüidistantes como, por


exemplo, os furos representados na Figura 114, são possíveis
simplificar a cotagem como mostrado.

Figura 114 - Cotagem de elementos eqüidistantes.

¾ Quando os elementos eqüidistantes se encontram numa


circunferência, usa-se a indicação da Figura 115.

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Figura 115 - Cotagem de elementos eqüidistantes em circunferência.

¾ Se, encontram-se elementos repetidos num mesmo desenho,


dispostos regularmente, ao menos, é possível cotar como na Figura
116; ou seja, usando letras de chamada iguais para elementos
iguais, especificando a parte à correspondência entre letras e cotas.

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Apostila Teórica de Desenho Técnico I

Figura 116 - Cotagem de elementos iguais em um mesmo desenho.

¾ É possível simplificar a cotagem dos perfilados normalizados


indicando a ordem: o símbolo respectivo, as dimensões
características, o comprimento, como indica a Figura 117.

Figura 117 - Cotagem de perfis.

¾ Deve-se sempre cotar círculos concêntricos pelos diâmetros. Não se


cota a distância da borda da peça até o seu centro ou mesmo a
distância gerada pela diferença dos diâmetros (Figura 118).

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Figura 118 - Cotagem de círculos concêntricos.

¾ Quanto à cotagem de roscas internas ou externas, usa-se o símbolo


M (rosca métrica), respeitando os seguintes cuidados mostrados na
Figura 119 e Figura 120, a seguir. Observa-se que não se cota o
diâmetro do pré-furo da rosca. Para saber esse diâmetro o
responsável pela execução ou processo deverá procurá-lo em tabela
específica.

Figura 119 - Cotagem de roscas internas.

Figura 120 - Cotagem de roscas externas.

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Apostila Teórica de Desenho Técnico I

Símbolos
Para simplificar a execução do desenho técnico, é comum a utilização
de símbolos gráficos padronizados visando a redução de vistas ortogonais
necessárias para o entendimento da peça. O exemplo mostrado na figura a
seguir, (Figura 121) ilustra isso. Em um primeiro momento faz-se necessário
duas vistas para o entendimento da peça, e após, utilizando recursos de
símbolos o desenho pode ser realizado em somente uma vista.

Figura 121 - Exemplo de símbolos utilizados na cotagem.

A Figura 122 mostra alguns símbolos-padrão usados na cotagem. Por


exemplo, furos com rebaixo, escareamento ou com rosca são geralmente
especificados pelos símbolos ou abreviaturas padronizadas, como mostram as
Figura 123 e Figura 124. A ordem dos itens em uma nota corresponde à ordem
do procedimento para usinar o furo numa oficina. O indicador de uma nota
deve apontar para a vista circular do furo, se possível. Quando a vista circular
do furo tem dois ou mais círculos concêntricos, como nos casos dos furos com
rebaixo ou escareamento, ou com rosca, a seta deve tocar no circulo externo.
São mostrados exemplos na Figura 124. Dois ou mais furos podem ser cotados
por uma única nota através da especificação do número de furos, como mostra
a parte superior da Figura 123.

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Figura 122 - Símbolos padrão.

Figura 123 - Cotagem de furos utilizando símbolos.

Figura 124 - Cotagem de furos eqüidistantes por símbolos.

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Apostila Teórica de Desenho Técnico I

Sistemas de colocação de cotas


A finalidade do desenho é a de fornecer à quem irá executar a peça um
documento por meio do qual ele possa elaborar o objeto que se deseja
produzir.

O desenho de conjunto permitirá obter o desenho de peças ou de


produto acabado, que mediante uma transformação relacionada à cotagem em
função do tipo e do método de trabalho que se adotar, servirá para estabelecer
o desenho de execução e o eventual desenho de controle. Para quaisquer dos
desenhos referidos deve-se proceder uma cotagem que leve em conta as
exigências particulares às quais o desenho se destina.

O problema da cotagem pressupõe que o desenhista tenha o


conhecimento dos assuntos ligados à função da peça, ao processo de
fabricação e o controle dimensional e geométrico.

Pode-se afirmar que uma peça:

¾ Não deve nunca ser considerada como isolada; ela faz parte de um
conjunto no qual deve assumir uma determinada função;

¾ Deve ser executada segundo um determinado processo tecnológico


de fabricação (estabelecido pelo ciclo de trabalho) de maneira mais
econômica possível;

¾ Deve necessariamente ser controlada durante e no final da execução


de modo a garantir a correspondência entre desenho e produto
acabado;

É intuitivo que a cotagem abrange um conjunto de problemas que devem


ser estudados com muita atenção e que possam ser resumidos em problemas
de funcionalidade, de fabricação e de controle. Nesse ponto do curso de
Engenharia, o aluno ainda não possui conhecimentos suficientes sobre
processos de fabricação e funcionalidade de peças ou mecanismos. Por isso,
falar de qual a melhor maneira de se cotar determinada peça com determinada
geometria nem sempre será de fácil entendimento por parte do aluno. Por isso,
aconselha-se ao aluno que não possui esses conhecimentos comparar o
raciocínio da cotagem seguindo um método puramente geométrico que

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consiste na decomposição ideal das peças em suas formas elementares,
externas e internas, levando em consideração a grandeza de cada elemento e
a posição relativa. Esta decomposição ideal é mostrada no exemplo da Figura
125 mediante uma axonometria isométrica que indica precisamente os sólidos
geométricos componentes (positivos e negativos).

Figura 125 – Peça dividida em pequenos segmentos

Observando o desenho da Figura 125 nota-se que a individualização dos


sólidos elementares põe em evidência os dois aspectos fundamentais de uma
cotagem deste tipo, ou seja: a forma e a grandeza relativa dos sólidos, e sua
posição recíproca. A representação gráfica em projeção ortogonal (Figura 126)
fornece todos os elementos para a compreensão seja da forma, seja da
posição dos sólidos componentes.

A cotagem deve fornecer todos os elementos dimensionais; ela tem,


portanto dois aspectos: o do dimensionamento da grandeza de cada sólido
componente e o da localização ou individualização de cada sólido em relação
aos outros. Isto significa referir alguns elementos da peça a outros.

Elementos de referência para a cotagem que são usados mais


comumente:

¾ Eixos, centros e pontos de concorrência de eixos;

¾ Superfícies trabalhadas externas, ou de extremidade;

¾ Apoios ou superfícies não de extremidade;

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Apostila Teórica de Desenho Técnico I

Figura 126 - Cotas de grandeza e cotas de posição.

Neste ponto se deve também dizer que tratar o problema da cotagem e


das referências sem conhecer as indicações normalizadas sobre a natureza
das superfícies pode ser julgado uma arbitrariedade. Por outro lado, devendo
dar a precedência a um assunto, é oportuno tratar-se primeiramente da
cotagem seguindo as normas da ABNT sob um ponto de vista didático.

No momento bastará dizer que os sistemas de cotagem são


fundamentalmente dois: a cotagem em série e a cotagem em paralelo. Destas
derivam a cotagem combinada e a cotagem em coordenadas.

Cotagem em série
Na cotagem em série as cotas são colocadas uma depois da outra;
portanto elas indicam as distâncias entre elementos contíguos. Assim cada

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elemento é referido ao contíguo e os elementos extremos são obviamente
referidos às superfícies externas do objeto; por isso pode-se dizer que não
existe uma referência fundamental.

Usa-se este sistema de cotagem quando a distância entre os elementos


contíguos é de importância predominante. Intui-se facilmente que este sistema
de cotagem pode levar a um acúmulo dos erros construtivos, por isto as cotas
entre dois elementos não contíguos poderá ser afetada de um erro maior com
relação à cota entre dois elementos contíguos. No desenho, representa-se a
cota total da distância da peça entre parênteses, pois assim entende-se que
essa cota é desnecessária no entendimento da peça.

De fato, supondo cometer, na execução de um objeto representado na


Figura 127, certo erro constante em cada entre centros de furos contíguos em
relação ao entre centro dos dois furos terminais, o erro será cinco vezes maior.
Outros exemplos de cotagem em série podem ser visualizados na Figura 128.

Figura 127 - Cotagem em série de furos.

Figura 128 - Cotagem em série.

108
Apostila Teórica de Desenho Técnico I

Cotagem em paralelo e cotagem progressiva


No sistema de cotagem em paralelo as cotas com a mesma direção têm
uma única origem de referência. É claro que de tal modo se evita o acúmulo
dos erros construtivos que se verifica no caso precedente.

A cotagem em paralelo é particularmente útil nos casos em que, ou o


trabalho, ou o controle dos custos sejam feitos com máquinas de coordenadas
ou com máquinas ou instrumentos com afastamento progressivo a partir de
uma dada referência. Nos dois exemplos da Figura 129 a referência é
constituída por uma superfície plana. Na Figura 130 foram escolhidas para
cada peça as duas superfícies planas ortogonais.

Figura 129 - Cotagem em paralelo com referência em uma superfície.

Figura 130 - Cotagem em paralelo com referência superfícies ortogonais.

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Quando se usa somente uma linha de medida, como mostra a Figura
131, a cotagem paralela assume a denominação de cotagem progressiva. Esta
deve ser considerada como uma simplificação, seja de execução, seja de
leitura da cotagem em paralelo. Neste caso as cotas devem ser escritas acima
das linhas de referência respectivas e perpendicularmente à única linha de
cota. A cota origem “0” é marcada em correspondência à intersecção da linha
de cota com a linha de referência do elemento da peça escolhida como base
do sistema de cotagem. Para a cota origem “0” deve-se empregar
exclusivamente um ponto. As flechas devem ser dispostas no lado que se
afasta da origem. Se não houver espaço suficiente para desenhar as flechas,
pode-se substituí-las por dois pontos (um em cada extremo). A Figura 132
ilustra outro exemplo de cotagem progressiva, já não mais em uma peça de
geometria com poucos detalhes.

Figura 131 - Cotagem progressiva com uma linha de medida.

Figura 132 - Cotagem progressiva com duas linhas de medida.

110
Apostila Teórica de Desenho Técnico I

Cotagem combinada
Por exigências particulares de funcionalidade, de execução ou de
controle pode-se ter com freqüência casos nos quais somente um elemento de
referência possa ser insuficiente. No exemplo da Figura 133 mostra-se um
caso típico de cotagem combinada no qual são usados simultaneamente os
sistemas de cotagem em série e em paralelo. Para este último são empregadas
como referência as saliências (superfícies planas “a” e “b”).

O sistema de cotagem combinada satisfaz todas as exigências


construtivas quando nenhum dos dois sistemas supra-referidos for suficiente.

Figura 133 - Cotagem combinada.

Cotagem em coordenada
Por comodidade, e em alguns casos particulares (Figura 134), é possível
substituir a cotagem por uma planta (tabela) que indica para cada furo
convenientemente determinado por números progressivos, o valor das duas
coordenadas “X” e “Y” e o diâmetro do furo.

Figura 134 - Cotagem em coordenada.

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Tolerâncias dimensionais e acabamento superficial
Na fabricação de qualquer máquina ou estrutura, a consideração
primordial é a qualidade. O cuidado de industrialização dedicado ao produto
determina no mercado sua qualidade em relação a produtos competidores e,
em parte, seu custo relativo e preço de venda.

Precisão é grau de exatidão necessária para assegurar o funcionamento


adequado de uma peça. Por exemplo, peças fundidas geralmente possuem
dois tipos de superfícies: as que se acoplam e as que não se acoplam. As
superfícies que se acoplam são usinadas com o acabamento adequado e na
distância correta uma das outras. As superfícies que não se acoplam, expostas
ao ar e sem relação importante com as outras peças e superfícies, são
deixadas na sua forma original de fundição bruta. Assim, as superfícies que se
acoplam geralmente exigem uma precisão de fabricação muito maior do que as
superfícies que não se acoplam. As cotas de um desenho devem indicar quais
superfícies sofrerão acabamento e o grau de precisão que este deve
apresentar. No entanto, uma vez que impossível produzir qualquer distância
em tamanho absoluto, é permitida alguma variação na industrialização.

Tolerância dimensional
Tolerância é amplitude máxima de variação permitida para um
determinado tamanho e fornece uma prática de alcançar a precisão necessária.
Os exemplos a seguir ilustram como podem ser representados alguns dos mais
usados tipos de representação de tolerância dimensional aplicados na indústria
mecânica (Figura 135). Observam-se quando representado o valor da
tolerância, esse fique grifado sempre a direita do valor nominal e com um
tamanho de letra menor.

Figura 135 - Exemplo de tolerâncias aplicadas.

112
Apostila Teórica de Desenho Técnico I

Simbologia para acabamento superficial.


A Tabela 4, a seguir fornece os significados correspondentes a cada um
dos símbolos a serem usados para as indicações convencionais da natureza
das superfícies. Essa tabela somente ilustra um padrão de simbologia de
acabamento superficial, outros padrões e normas existem para essa finalidade,
mas nessa obra, por opção dos autores, somente esse padrão será
comentado.

Tabela 4 - Simbologia para acabamento superficial.


Símbolo Aplicação

Superfície em bruto: peças de fundição, de


forjamento, etc.

Superfície desbastada: obtida mediante trabalho por


ferramentas de corte (torno, fresa, plaina, etc.) sem
acabamento posterior.

Superfície alisada: obtida mediante trabalho por


ferramenta manual (lima, lixas, etc.).

Superfície retificada.

Superfícies de natureza diversa.

Observações sobre a representação do acabamento superficial


¾ O símbolo convencional para a indicação da natureza das superfícies
deve ser colocado na linha de contorno relativa à superfície
interessada, conforme o exemplo a seguir (Figura 136)

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Figura 136 - Colocação dos símbolos de acabamento superficial.

¾ Se por razões de espaço a colocação do símbolo não é possível


sobre a aresta, pode-se colocá-lo sobre uma linha auxiliar no
prolongamento da superfície ou numa linha de chamada da cota
(Figura 137). Observe também, que o símbolo sempre é colocado no
lado externo da superfície.

Figura 137 – Símbolo de acabamento não vinculado à aresta.

¾ O símbolo convencional se refere a toda a superfície representada da


linha de contorno na qual foi colocada. Se todas as partes
(superfícies) de um objeto apresentam o mesmo acabamento
superficial, desenha-se um símbolo único no canto superior direito da
folha de desenho (Figura 138(a)). Caso nessa folha, vários desenhos
de peças estão representados, coloca-se o símbolo junto ao número
da peça, conforme ilustra o detalhe na Figura 138 (b).

114
Apostila Teórica de Desenho Técnico I

a) b)

Figura 138 – Representação do acabamento superficial na folha.

¾ Os símbolos de superfícies são colocados sempre no detalhamento


das peças, usualmente não são colocados no desenho de conjuntos.

¾ Muitas vezes é preciso representar um objeto cujas superfícies são


de natureza diversa entre si e, entre estas, predomina um certo tipo
de acabamento. Neste caso, prefere-se colocar no canto direito
superior da folha de desenho e somente uma vez, o símbolo relativo
ao acabamento predominante, seguido dos símbolos relativos aos
outros acabamentos entre parênteses, conforme o exemplo da Figura
139, a seguir.

Figura 139 - Colocação do símbolo para o acabamento predominante.

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Escalas
Ficaria impossível desenhar um dispositivo, um mecanismo, um carro,
ou até mesmo um navio em uma folha de papel de tamanho reduzido sem
fazer o uso de reduções. O contrário também é valido, desenhar em tamanho
natural uma engrenagem de um relógio mecânico, que possui vários detalhes
geométricos e dimensões diminutas em uma folha, para isso usa-se o recurso
da ampliação. Para evitar distorções e manter a proporcionalidade entre o
desenho e o tamanho real do objeto representado, foi normalizado que as
reduções ou ampliações devem ser feitas respeitando uma razão constante
entre as dimensões do desenho e as dimensões reais do objeto representado.

A razão existente entre as dimensões do desenho e as dimensões reais


do objeto é chamada de escala do desenho. Essa razão não pode ser invertida,
pois assim a escala não estará correta, gerando dificuldades na produção.

Dimensão do desenho
n=
Dimensão real do objeto a ser desenhado
Quando “n” for:

<1, o desenho será reduzido, ou seja, será uma Escala de Redução.

>1, o desenho será ampliado, ou seja, será uma Escala de Ampliação.

=1, o desenho estará em tamanho natural, ou seja, será a Escala


Natural.

A escala, para facilitar a interpretação da razão entre a dimensão do


desenho com o tamanho real do objeto a ser desenhado, sempre deverá
apresentar um dos lados dessa razão com o valor unitário, sendo representado
da seguinte maneira:

1:1 – Escala Natural

1:x – Escala de Redução

x:1 – Escala de Ampliação

A Tabela 5, a seguir, baseada na norma ABNT NBR 8196 recomenda,


para o desenho técnico, a utilização das seguintes escalas:

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Apostila Teórica de Desenho Técnico I

Tabela 5 - Escalas recomendadas no desenho técnico.


Categoria Escalas recomendadas
1:2 1:5 1:10
Redução 1:20 1:50 1:100
1:200 1:500 1:1000
1:2000 1:5000 1:10000
Ampliação 2:1 5:1
10:1
20:1 50:1

A indicação é feita na legenda ou selo dos desenhos utilizando a palavra


ESCALA, seguida dos valores da razão correspondente. Quando acontecer de
em uma mesma folha, forem representados desenhos ou vistas de detalhes
com escalas diferentes da indicada na legenda, deverá logo abaixo de cada
desenho ou vista de detalhe ser indicada a escala usada.

Cuidados na cotagem
¾ A cota deve sempre indicar a verdadeira dimensão da peça,
independente da escala usada.

¾ Nunca se indica uma dimensão em relação ao contorno de uma parte


circular, mas sim de um centro a outro ou de uma superfície a um
centro.

¾ Nunca se usa um eixo de simetria como linha de cota.

¾ Evitar ao máximo a sobreposição de linhas de chamada.

¾ Nunca se emprega qualquer linha do desenho como linha de cota.

¾ Não se admite que uma linha de cota corte a linha auxiliar, a não ser
que isto seja inevitável.

¾ Nunca se coloca o executor da peça na contingência de somar ou


subtrair cotas.

¾ Nunca se deve exigir que o operário utilize a escala de um desenho.

¾ Linhas ocultas não devem ser cotadas.

¾ Cada cota deve ser dada claramente, de modo que ela possa ser
interpretada de uma única maneira.

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¾ As cotas não devem ser duplicadas, nem fornecer a mesma
informação de duas maneiras diferentes.

¾ As cotas devem ser dadas entre pontos ou superfícies que


possuam uma relação funcional entre si ou que controlem a posição
das peças de encaixe.

¾ As cotas devem ser dadas tomando-se como referência superfícies


com acabamento ou linhas de centros relevantes, ao invés de
superfícies ásperas, sempre que possível.

¾ Cote elementos nas vistas em que sua forma seja mais bem
mostrada, ou seja, as cotas devem ser posicionadas na vista em que
o elemento a ser cotado seja mostrado em verdadeira grandeza.

¾ As cotas não devem ser colocadas no interior do desenho, a não ser


que isso melhore a clareza, e linhas longas de extensão devem ser
evitadas.

¾ As cotas aplicadas a duas vistas adjacentes devem ser colocadas


entre as duas vistas, a não ser que fique mais claro colocar alguma
delas no lado externo.

¾ As cotas mais longas devem ser colocadas mais externamente em


relação às cotas mais curtas, de modo que as linhas de cota não
cruzem as linhas de chamada.

¾ Não se coloca em cada cota a unidade. A unidade adotada no


desenho deve ser indicada na legenda.

¾ Não espere que o pessoal da produção pressuponha que algum


elemento seja centrado (como furos em uma placa). Forneça a cota
de posição a partir de um lado. Entretanto, se um furo deve ser
centrado em uma peça simétrica de fundição grosseira, marque a
linha de centro e omita a cota de posição a partir da linha do centro.

¾ Uma cota deve ser associada somente a uma vista, não se faz linha
de extensão ligando duas vistas.

¾ Cotas detalhadas devem ser alinhadas em série.

118
Apostila Teórica de Desenho Técnico I

¾ Cotas completamente em série devem ser evitadas: é melhor omitir


uma delas. Caso contrário, deve-se acrescentar uma referência a
uma cota de detalhe ou à cota total, colocando-a entre parênteses.

¾ Uma linha de cota não deve jamais ser desenhada sobre o valor da
cota. O valor da cota jamais deve ser sobreposto a qualquer linha do
desenho. A linha pode ser interrompida se for necessário.

¾ As linhas de cota devem ser espaçadas uniformemente em todo


desenho. Elas devem estar no mínimo a 10 mm do contorno do
objeto e 7 mm entre si.

¾ Uma linha de cota jamais deve ligar-se de uma extremidade a outra


com qualquer linha do desenho.

¾ Evita-se cruzar as linhas de cota.

¾ Não se deve cruzar linha de cota com linhas de extensão se for


possível evitar (linhas de extensão podem se cruzar).

¾ Quando uma linha de chamada cruza com outra ou cruza com outra
linha visível, não se devem interromper as linhas.

¾ Uma linha de centro pode ser estendida e usada como linha


de chamada. Nesse caso, ela continua sendo desenhada como linha
de centro.

¾ Linhas de centro não devem estender-se de uma vista à outra.

¾ As linhas de referência para notas devem ser linhas retas, sem


curvatura e apontados para o centro da vista circular do furo sempre
que possível.

¾ As linhas de referência devem ser inclinadas 45º, 30º ou 60º com a


horizontal, mas podem ser feitos em um ângulo conveniente
qualquer, exceto na vertical ou horizontal.

¾ As linhas de referência devem ser estendidas a partir do início ou do


fim de uma nota, com um "braço" horizontal estendendo-se a partir
da meia altura das letras.

¾ Os valores das cotas devem estar aproximadamente centrados entre

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as setas, exceto no caso de cotas posicionadas em
pilhas, quando eles devem ser escalonados.

¾ Os valores das cotas devem ter em torno de 3 mm de altura para


números inteiros e 6 mm de altura para números fracionados .

¾ Os valores das cotas não devem jamais ser amontoados ou


colocados de forma que dificulte a leitura.

¾ Os valores das cotas não devem ser sobrepostos às linhas ou às


áreas seccionais, a não ser que seja estritamente necessário. Nesse
caso, uma área em branco deve ser reservada para os valores das
cotas.

¾ As barras de fração jamais devem ser inclinadas, exceto em áreas


confinadas, como em tabelas.

¾ O numerador e o denominador de uma fração jamais devem tocar na


barra da fração.

¾ As notas devem ser sempre escritas horizontalmente na folha.

¾ As notas devem ser breves e claras, e a redação deve ser


padronizada na forma.

¾ Marcas de acabamento devem ser colocadas na vista em que a


superfície acabada esteja em perfil, incluindo arestas e contornos
escondidos e vistas circulares de superfícies cilíndricas.

¾ Marcas de acabamento podem ser omitidas em furos ou em outros


elementos em que existem notas especificando a operação de
usinagem.

¾ Se uma peça recebe um mesmo acabamento em todas as


superfícies, todas as marcas de acabamento podem ser omitidas e
deve-se utilizar uma nota genérica de ACABAMENTO EM TODAS
AS SUPERFÍCIES.

¾ Um cilindro é cotado fornecendo-se o valor de diâmetro e


comprimento na vista retangular, exceto quando são utilizadas
anotações para furos. Nos casos em que melhora a clareza do

120
Apostila Teórica de Desenho Técnico I

desenho, pode-se cotar o diâmetro na vista circular do cilindro.

¾ De maneira geral, um círculo é cotado por seu diâmetro e um arco,


por seu raio.

¾ Deve-se evitar o uso da linha diagonal para cotar cilindros, exceto


para furos muito grandes e para círculos de centros. Ela pode ser
usada em cilindros positivos quando é possível melhorar a clareza do
desenho.

¾ O valor de uma cota do diâmetro deve ser sempre precedido pelo


símbolo Ø. Quando um círculo é cotado com uma linha de referência,
a seta deve apontar para o centro do círculo, e essa linha de
referência não deve cruzar o círculo, somente tocá-lo.

¾ A cota de um raio deve ser sempre precedida pela letra “R”. As linhas
de cotas radiais devem possuir somente uma seta, e ela deve
sempre apontar para o centro do arco e tocá-lo.

¾ As posições de cilindros devem ser especificadas pela suas linhas de


centro.

¾ As posições de cilindros devem ser especificadas na vista circular se


possível. Além de serem especificadas pelas cotas lineares em vez
de pelas cotas angulares, caso a precisão seja importante.

¾ Quando existem vários elementos não-críticos (arredondamentos,


nervuras, etc.) cujas medidas são obviamente iguais, é necessário
fornecer somente cotas típicas ou usar uma nota.

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Universidade de Caxias do Sul – 2009-02 121
Apostila Teórica de Desenho Técnico I

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