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Bloqueio farmacológico do sistema renina-


angiotensina-aldosterona: inibição da enzima
de conversão e antagonismo do receptor AT1
José Márcio Ribeiro, Leonardo P. Florêncio

Resumo doenças cardiovasculares e renais. Os agentes que blo-


queiam farmacologicamente o SRAA reduzem a pressão
O sistema renina-angiotensina-aldosterona (SRAA) por mecanismos diversos, como redução da atividade
desempenha importante função na regulação da pressão vasoconstrictora da angiotensina II, aumento na concen-
arterial e na manutenção do equilíbrio hidroeletrolítico. A tração de bradicinina, redução do tônus simpático, melhora
angiotensina II atua como principal mediador do SRAA e da função endotelial e remodelação estrutural dos vasos
a hiperatividade desse sistema tem sido relacionada com o sanguíneos. Estes fármacos têm demonstrado eficácia,
desenvolvimento da hipertensão e de outras formas de segurança, tolerabilidade e proteção de órgãos-alvo.

Palavras-chave: Sistema renina-angiotensina-aldosterona; IECA; Antagonistas de angiotensina II.

Recebido: 26/4/00 – Aceito: 29/7/00 Rev Bras Hipertens 3: 293-302, 2000

Introdução isquemia miocárdica, hipertrofia ven- pel na terapia da hipertensão arterial e


tricular esquerda, arritmias, alterações nas doenças cardiovasculares. Essa
O sistema renina-angiotensina-al- no equilíbrio coagulação-fibrinólise e classe de fármacos apresentou grande
dosterona (SRAA) desempenha im- aumento do estresse oxidativo3. Os avanço desde que o primeiro compos-
portante função na regulação da pres- componentes e as fontes dessa cascata to, o captopril, foi liberado para uso
são arterial e da homeostase eletro- bioquímica (Figura 1) incluem a renina, clínico em 1981. Atualmente, existem
lítica1,2. Tem sido atribuído papel rele- o substrato da renina, derivado do no mercado em torno de 20 inibidores
vante à hiperatividade desse sistema, fígado, denominado angiotensinogênio, da ECA usados em vários países5.
na fisiopatologia da hipertensão e a enzima de conversão de angioten- Essas drogas demonstraram atuar não
arterial e em outras patologias car- sina (ECA), liberada principalmente somente na redução da pressão arte-
diovasculares. No que diz respeito ao pelo endotélio capilar dos pulmões4. rial, mas, experimentalmente, esses
coração, várias conseqüências hemo- Desde a introdução dos inibidores compostos foram capazes de reduzir a
dinâmicas e humorais têm sido rela- da ECA há quase 20 anos, essas subs- progressão de doenças renais, cardía-
cionadas à ativação do SRAA, como tâncias desempenharam relevante pa- cas e/ou vasculares, com benefícios na

Correspondência:
José Márcio Ribeiro
Rua Guajajaras, 2241, salas 503/504 – 30180-101 – Belo Horizonte, MG
Unidade de Hipertensão Arterial/MAPA – Serviço de Cardiologia – Hospital Felício Rocho – Belo Horizonte, MG

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Tabela 1 – Indicações para os IECA (aprovadas pelo FDA) (modificado da referência 6)


Droga Hipertensão ICC Nefropatia Disfunção VE
arterial diabética
Captopril + + + + (pós-IM)
Benazepril +
Enalapril + + + (assintomática)
Lisinopril + +
Fosinopril + +
Quinapril + +
Ramipril + +
Perindopril +
Trandolapril + + (pós-IM) + (pós-IM)
ICC: insuficiência cardíaca congestiva; IM: infarto do miocárdio; VE: ventrículo esquerdo.

morbidade e na mortalidade car- Sistema renina- atuação na homeostase cardiovascular


diovascular6. O contínuo desenvolvi- angiotensina-aldosterona é incontestável, talvez mais como fator
mento e a procura de outras indicações de crescimento que como hormônio
para os agentes que bloqueiam o SRAA O SRAA tem importante atuação vasopressor (Figura 1).
têm permitido seu uso em outras con- na regulação da pressão arterial, equi- A formação da AII envolve uma
dições, tais como insuficiência car- líbrio hidroeletrolítico, estruturação e clivagem seqüencial do angiotensi-
díaca, infarto agudo do miocárdio, ne- função cardiovascular10. O eixo renina- nogênio, proteína derivada principal-
fropatia diabética e disfunção ventricular angiotensina-aldosterona está rela- mente da zona pericentral dos lóbulos
esquerda6-9 (Tabela 1). cionado a inúmeras áreas da síndrome hepáticos. Pela ação da enzima glico-
O SRA pode também ser blo- hipertensiva, tanto em sua origem, proteolítica, sintetizada no rim, deno-
queado seletivamente por meio de como em sua progressão. A ativação minada renina, mas também encontra-
compostos que antagonizam os excessiva do SRAA tem sido reco- da em outros tecidos como cérebro,
receptores de angiotensina II (AT1). nhecida como elemento de impor- vasos sangüíneos do trato genital, supra-
Esses agentes denominados bloquea- tância na progressão de lesões de renais e tumores13, o angiotensinogênio
dores dos receptores de angiotensina órgãos-alvo como hipertrofia ventri- é desdobrado no decapeptídeo angio-
II (BRAII) promovem bloqueio mais cular esquerda, insuficiência cardíaca tensina I, que é desprovido de ação
específico do SRA pela inibição das congestiva, hipertrofia vascular, remo- vascular, e então hidrolizado no octa-
ações deletérias da AII em nível de delação ventricular pós-infarto do mio- peptídeo ativo angiotensina II, pela ação
receptor, independentemente da via cárdio e alterações renais11. da enzima de conversão da angioten-
pela qual a AII foi formada. Suas ações são mediadas princi- sina. Além de sua formação plasmática,
Mais recentemente, outra alternativa palmente pela angiotensina II, um a AII pode ser formada localmente nos
de intervenção farmacológica no SRAA potente peptídeo biológico, que está rins, nos vasos, no coração, nos rins, no
tem sido possível por meio dos inibidores relacionado com a etiologia da hiper- cérebro, proporcionando sua função
da vasopeptidase, uma nova classe de tensão e várias outras formas de doen- autócrina, parácrina e intrácrina. A
agentes cardiovasculares que atua ças cardiovasculares e renais12. Sua presença de todos os componentes que
simultaneamente inibindo a endopepti-
dase e a enzima de conversão de angioten-
sina. Isso possibilita proporcionar todas
as ações já conhecidas dos inibidores da
ECA, acrescidas da ação vasodilatadora
proporcionada pelos peptídeos vaso-
dilatadores e prováveis propriedades de
proteção a órgãos-alvo.
Neste artigo, revisaremos os conhe-
cimentos atuais dos principais agentes
que interferem no SRAA e seu uso Figura 1 – Influência da AII na estrutura, na função e na aterosclerose (modificado,
como agentes anti-hipertensivos. referência 22).

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participam da cascata biológica (reni- renal. Sabemos, por meio de estudos Os efeitos biológicos dos peptídeos
na, angiotensinogênio, ECA e recepto- pré-clínicos e clínicos, que a aldoste- natriuréticos são mediados por re-
res de angiotensina) suporta a pos- rona está relacionada com o aumento ceptores celulares, dos quais três foram
sibilidade do SRAA local, comple- da pressão arterial, a hipertrofia car- identificados: receptores A, receptor
mentando o SRAA plasmático10,14. díaca, a fibrose cardíaca/vascular e B e receptor C. Os PNA e PNC
São descritas outras vias para for- com as arritmias ventriculares. Os ligam-se ao receptor A, enquanto o
mação de AII, não dependentes da bloqueadores dos receptores da angio- PNt-C tem afinidade ao receptor
ECA ou renina, incluindo quimases, tensina II são fármacos que atuam B 18,19.
catepsina G, ativador de plasminogê- nos receptores AT1, responsáveis por As ações fisiológicas dos peptídeos
nio tecidual (TPA) e tonina15,16 (Figura todas as ações conhecidas da angioten- natriuréticos acontecem em vários
2). Não há conhecimento sobre as sina II, incluindo vasoconstricção, locais e incluem vasodilatação, natriu-
conseqüências funcionais sobre essas liberação de aldosterona e efeitos no rese, diurese, redução da liberação de
vias alternativas de formação da AII, miocárdio e na vasculatura (Figura 3). aldosterona, diminuição do cres-
mas parece haver implicações fisiopa- cimento celular, inibição do SRAA e
tológicas, principalmente em condi- do sistema simpático central20. Outras
ções como insuficiência cardíaca. Sistema peptídeo ações são atribuídas aos PNA e PNC,
O SRAA pode ser bloqueado em natriurético como a inibição da endotelina pelo
diferentes locais e por mecanismos PNA e a inibição do crescimento celu-
diversos. Os agentes que inibem a O sistema peptídeo natriurético lar e potente ação vasodilatadora desen-
ECA interferem na conversão da AI (SPN) envolve uma série de peptídeos volvida pelo PNC na parede vascular,
em AII, esta considerada um dos mais biológicos que estão envolvidos na re- atuando, pois, de maneira autócrina e
importantes hormônios sistêmicos, gulação da pressão arterial e na vole- parácrina21.
entre os quais incluem noradrenalina, mia. Em humanos, consistem no peptí- Existe uma inter-relação entre o
vasopressina e endotelina. A atividade deo natriurético atrial (PNA), no peptídeo SRAA e o SPN na regulação das
da enzima de conversão de angioten- natriurético cerebral (PNC) e no funções renal, vascular, cardíaca, con-
sina, embora predominantemente peptídeo natriurético tipo C (PNt-C). Os trolada por duas enzimas: a endopep-
encontrada no endotélio dos vasos dos PNA e os PNC são produzidos principal- tidase e a ECA que regulam, respecti-
pulmões, ocorre também no endotélio mente no miocárdio em resposta à vamente, o SPN e o SRAA. Além do
de outros leitos vasculares e em outros distensão atrial. O PNt-C é liberado em PNA, do PNC e do PNt-C, a endo-
tecidos, incluindo o coração e as artérias resposta ao estresse de parede (shear peptidase catalisa o desdobramento
coronárias. A angiotensina II promove stress), sendo encontrado no coração, de múltiplos hormônios, como a adre-
liberação de aldosterona pela supra- nos rins, nos pulmões e no endotélio17. nomedulina, a bradicinina e a urodi-
latina (forma renal do PNA). A ECA,
como descrito anteriormente, promove
a transformação da AI em AII.
O bloqueio simultâneo da formação
de AII pela inibição da ECA e a
potencialização da atividade do sistema
peptídeo natriurético pela inibição da
endopeptidase têm mostrado efeito
anti-hipertensivo maior que quando
cada sistema é inibido isoladamente
(Figura 4).

Bloqueio do SRAA pelos


inibidores da enzima de
conversão de angiotensina
Figura 2 – SRAA e locais de ação de vários agentes farmacológicos (modificado da Os inibidores da ECA, como mono-
referência 3). terapia, são tão efetivos quanto as

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outras classes de anti-hipertensivos.


Vários fatores podem interferir na
resposta à terapia anti-hipertensiva,
entre estes, dados demográficos como
idade e raça. Os pacientes da raça
negra, por exemplo, geralmente res-
pondem menos aos inibidores da ECA
que pacientes hipertensos da raça bran-
ca. Pode haver resposta similar quando
as doses são aumentadas em dosagens
maiores que aquelas usadas para
reduzir a pressão arterial em pacientes
da raça branca22. No estudo duplo-
cego em homens, Veterans Adminis-
tration, o captopril foi mais eficaz em
brancos que em negros23. Os efeitos
colaterais implicaram suspensão ou
redução da dosagem em 7% dos ho-
mens que receberam captopril com-
parado com 6% para o placebo e 4%
para o diltiazem. No estudo TOMHS24,
o enalapril foi capaz de reduzir a pres-
Figura 3 – Respostas mediadas pelos receptores AT1 e AT2 (adaptado de são arterial no período de 4 anos do
referência 10). mesmo modo que outros agentes,
incluindo antagonistas de cálcio (anlo-
dipino), betabloqueador (acebutolol),
diurético (clortalidona) e alfa, blo-
queador (doxazosina).
Os inibidores da ECA são efetivos
na redução da pressão arterial em
uma grande população de pacientes
hipertensos. Quando associados a
diurético, os inibidores da ECA aumen-
tam sua eficácia, provavelmente mais
que qualquer outra associação. A
diferença de resposta terapêutica em
hipertensos idosos e de raça negra
fica abolida quando é feita associação
de inibidores da ECA com diuréticos.
Alguns inibidores da ECA, como
quinapril e ramipril, são lipofílicos e
têm grande afinidade com a ECA
encontrada em nível tissular. Podem,
portanto, promover maior supressão
da atividade da ECA. Embora esse
conceito possa ser interessante, parece
não haver diferença da resposta anti-
hipertensiva, quando comparados com
outros inibidores da ECA, com menor
Figura 4 – Mecanismo de ação dos inibidores da vasopeptidase (modificado da afinidade tecidual. Entretanto, tem sido
referência 18). descrito que a disfunção endotelial é

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diferencialmente melhorada com os participação da bradicinina e de outros angiotensina podem ser observados
inibidores da ECA, com maior afinidade compostos vasodilatadores influen- na tabela 3.
tecidual25. ciando esse processo28, mas o papel
Para a compreensão do mecanismo das prostaglandinas na redução da
de ação, pelo qual esse grupo de medi- pressão arterial ainda permanece Bloqueio do sistema
camentos reduz a pressão arterial, é incerto6. renina-angiotensina-
necessário conhecer como é feita a O primeiro inibidor da ECA, oral-
interação com o SRAA e como eles mente ativo, foi o captopril, que tem
aldosterona pelos
diferem de outros compostos. A redu- início de ação rápido e curta ação. bloqueadores dos
ção da produção de AII promovida Outros compostos com ação mais receptores de
pelos inibidores da ECA é semelhante prolongada foram desenvolvidos, como
àquela feita pelos betabloqueadores, o enalapril, que sofre transformação
angiotensina II
que reduzem a atividade de renina metabólica no fígado e na parede in- Os bloqueadores dos receptores
plasmática. Os bloqueadores de testinal, como os demais inibidores da de angiotensina II são uma nova classe
receptores de AII interferem nesse ECA, exceto o captopril e o lisinopril. de anti-hipertensivos, que bloqueiam o
sistema, bloqueando o receptor no Os efeitos na redução da pressão SRA, antagonizando seletivamente os
nível da parede do vaso. Os inibidores arterial são semelhantes entre os vários receptores de AII, subtipo AT1. Fazem
da ECA atuam especificamente na inibidores da ECA, embora possa ha- parte dessa classe o losartan, o valsar-
enzima de conversão de angiotensina, ver diferenciação na absorção, meia- tan, o irbesartan, o candesartan e o
que catalisa a transformação de vida e na ligação a proteínas6 (Tabela telmisartan. Existem dois tipos de re-
angiotensina I em angiotensina II e 2). A eliminação se dá quase exclu- ceptores de angiotensina II, subtipo 1
também controla a degradação da sivamente por via renal, exceto em (AT1) e subtipo 2 (AT2). Esses recep-
bradicinina e de outros peptídeos va- relação ao trandolapril e no fosinopril, tores mediram as principais ações da
soativos. Embora os inibidores da ECA cuja eliminação hepática é bastante AII, que são relevantes na fisiopato-
diminuam a produção de AII, esta expressiva29. Outra propriedade dos logia e na manutenção da hipertensão
pode ser formada por vias alternativas inibidores da ECA muito discutida se arterial e na insuficiência cardíaca,
não dependentes da ECA. Essas vias refere à lipossolubilidade. Compostos principalmente a vasoconstricção e os
de formação de AII pela quimase e como o quinapril e o ramipril, altamente efeitos tróficos nos vasos sanguíneos
outras proteases formam AII no lipofílicos, ligam-se à ECA tissular por e no coração. Os BRAII são altamente
miocárdio e no tecido vascular26. período de tempo mais prolongado, e seletivos para os receptores AT1, sem
Os níveis de AII aumentam gra- tem sido atribuído a essa característica atuação nos receptores subtipo AT2.
dualmente, apesar da manutenção da efeito favorável no controle da pressão As funções dos receptores AT2 não
inibição da ECA27. Pelo fato de os arterial e/ou proteção de órgãos-alvo, estão bem definidas. Esses recepto-
inibidores da ECA reduzirem transito- entretanto, existem poucos estudos res podem inclusive não existir em
riamente os níveis de AII, outros meca- comparando esses dados30. adultos sadios. Desempenham papel
nismos de redução de pressão arterial Os efeitos hemodinâmicos dos de importância no feto e em adultos,
devem ser considerados. Parece existir inibidores da enzima de conversão de em resposta à injúria. É provável que

Tabela 2 – Farmacocinética dos inibidores da ECA (modificado da referência 6)


Substância Início da ação/ Ef. máx. Meia-vida Ef. da alimentação Ligação a Eliminação
Duração (h) (h) plasmática na absorção proteínas (%)
Captopril Dose 1-1,5 <2 Reduzido 25-30 Renal
relacionada
Enalapril 1 / 24 4-6 11 Nenhum 50 Renal
Benazepril 1 / 24 2-4 10-11 Nenhum > 95 Renal/biliar
Lisinopril 1 / 24 6 13 Nenhum 10 Renal
Fosinopril 1 / 24 2-6 11 Nenhum 95 Renal/hepática
Ramipril 1-2 / 24 3-6 13-17 Reduzido 73 Renal
Trandolapril 2-4 / 24 6-8 16-24 Nenhum 80-94 Renal > hepática
Quinapril 1 / 24 2 2 Reduzido 97 Renal > hepática

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Tabela 3 – Principais efeitos hemodinâmicos dos inibidores da ECA (modificado da referência 6)


Parâmetro Efeito Importância clínica
Cardiovascular
Resistência periférica total Reduzida
PA média Reduzida
Débito cardíaco Aumentado ou não alterado Contribuem para a aumentada redução
Volume sistólico Aumentada da pressão arterial
Pressão artéria pulmonar Reduzida
Pré e pós-carga Reduzida
Pressão do átrio direito Reduzida
Disfunção diastólica Melhorada
Renal
Fluxo sanguíneo renal Geralmente aumentado
Filtração glomerular Variável Contribuem para
Resistência arteriolar eferente Reduzida renoproteção
Fração de filtração Reduzida
Sistema nervoso periférico
Síntese de noradrenalina Reduzida Ampliam o efeito
Recaptação de adrenalina Inibida hipotensor
Catecolaminas circulantes Reduzida

danos desencadeados por condições e os BRAII têm demonstrado, em de diurético. Essa combinação permite
como hipertensão arterial, insuficiên- estudos duplo-cegos, placebo-contro- atenuar os efeitos metabólicos
cia cardíaca, re-estenose pós-angio- lados, serem efetivos e seguros no adversos dos diuréticos.
plastia possam ser suficientemente controle da pressão arterial durante o Embora essa nova classe de anti-
capazes de expressar esses receptores período de 24 horas, em pacientes hipertensivos tenha boa eficácia, segu-
e torná-los clinicamente relevantes31. com hipertensão arterial essencial34,35. rança e perfil de efeitos colaterais
A tabela 4 demonstra as características O efeito anti-hipertensivo dos BRAII comparável ao placebo, ainda não exis-
e os efeitos do bloqueio desses é comparável aos outros agentes anti- tem dados consistentes a respeito da
receptores. Os BRAII podem atuar hipertensivos, como os inibidores da morbidade e da mortalidade a longo
de modo duplo, ou seja, bloqueando as ECA, os antagonistas do cálcio e os prazo. Teoricamente, os BRAII deve-
ações da AII pelo antagonismo dos betabloqueadores. O irbesartan (300 rão ter os mesmos efeitos benéficos
receptores AT 1 e estimulando os mg/dia) e o candesartan (16 mg/dia) dos inibidores da ECA em pacientes
receptores AT2 por meio de níveis parecem ter efeito anti-hipertensivo com hipertrofia ventricular esquerda ,
circulantes elevados de AII. Dados mais acentuado que o losartan (100 disfunção ventricular esquerda, infarto
interessantes de pesquisas recentes mg/dia e 50 mg/dia, respectivamente) agudo do miocárdio, nefropatia
demonstram que células dos rins e do em pacientes com hipertensão arterial diabética e hipertrofia vascular. Vários
miocárdio têm habilidade de reter primária. Essa maior eficácia anti- estudos de acompanhamento a longo
moléculas de AII32,33. A angiotensina hipertensiva parece estar relacionada prazo estão em evolução, como, por
é provavelmente seqüestrada e pode pela ação mais prolongada desses exemplo, o LIFE (Losartan Interven-
então exercer tardiamente ação compostos12. O telmisartan, o mais tion For End-point), estudo prospectivo,
funcional e estrutural nos tecidos. A recente BRAII em nosso meio, tem duplo-cego, comparando os efeitos do
recaptação da AII ocorre nos recep- ação que se prolonga por mais de 24 losartan com o atenolol na morbidade
tores AT1, indicando que o bloqueio horas e relação vale-pico (trough/ e na mortalidade cardiovascular em
seletivo dos receptores de AII pode peak ratio) em torno de 92% e ~ pacientes hipertensos com hipertrofia
ser efetivo na prevenção dessa ação. 100% para a pressão sistólica e a ventricular esquerda37.
Terapia anti-hipertensiva segura e diastólica, respectivamente 36 . A Outro estudo de longa duração,
efetiva é o maior objetivo no trata- eficácia anti-hipertensiva dos BRAII este com participação de pesquisa-
mento das doenças cardiovasculares, pode ser potencializada com a adição dores brasileiros, é o Valsartan

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Tabela 4 – Receptores de AII/bloqueio (modificado da referência 30)


Receptores vasculares AT1 Receptores vasculares AT2
Expressão permanente Expressão pós-injúria (hipertensão
Vasoconstricção arterial pode promover expressão)
Efeitos tróficos na parede arterial Vasodilatação
Ação antiproliferativa
Ativa outros fatores (ex.: óxido nítrico)
Potencial de dupla ação pelo bloqueio seletivo dos receptores de AII
Bloqueio da vasoconstricção e de ações tróficas da AII nos receptores AT1
Aumento da AII circulante
Estímulo dos receptores AT2 (quando expressos) pela AII, mediando vasodilatação e inibição do estímulo trófico

Antihypertensive Long-term Use disponíveis para uso em nosso meio e prostaglandinas vasodilatadoras.
Evaluation (VALUE), prospectivo, a tabela 6 expõe as suas propriedades Portanto, os inibidores da ECA
duplo-cego, que compara os efeitos farmacológicas40. exercem seus efeitos na AII, bradi-
do valsartan com a amlodipina na cinina, óxido nítrico e prostaglandinas,
morbidade e na mortalidade cardiovas- reduzindo a pressão arterial e promo-
cular em pacientes com hipertensão Comparação entre IECA vendo efeito antiproliferativo nos
arterial primária e outros fatores de e BRAII no tratamento vasos, no coração e nos rins.
risco cardiovascular conhecidos38. Os A maior experiência clínica com o
efeitos da redução da pressão arterial
de pacientes com uso dos BRAII tem sido na hipertensão
com candesartan na morbimortalidade, hipertensão arterial arterial, que raramente é condição clíni-
em pacientes com acidente vascular ca isolada. Faz parte da chamada sín-
encefálico agudo e hipertensão, são Existem diferenças teóricas entre drome hipertensiva e, portanto, os efeitos
estudados no ACCESS (Acute Can- os inibidores da ECA e do BRAII em dos inibidores da ECA e dos BRAII
desartan Cilexetil Evaluation in Stroke suas ações no SRAA. Os inibidores devem ser avaliados em relação às
Survivors)39. da ECA previnem a formação de AII, alterações lipídicas, ao metabolismo da
Os resultados destes estudos, entretanto sua ação não é completa. insulina e nas alterações estruturais
certamente, dar-nos-ão informações Os níveis circulantes de AII voltam a renais, cardíacas e vasculares.
seguras sobre o papel dos BRAII no se elevar em pacientes com uso conti- Os efeitos sobre a pressão arterial
tratamento das doenças cardiovas- nuado de inibidores da ECA por meio pelos inibidores da ECA e dos BRAII
culares e colocarão essa classe de da formação de AII por vias alter- são comparáveis, como demonstram
medicamentos como primeira linha no nativas, pois a enzima de conversão vários estudos clínicos já citados. As
tratamento da hipertensão arterial. As de angiotensina é somente uma das anormalidades lipídicas, principalmente
mesmas precauções relacionadas ao várias enzimas que podem ter ação o aumento da fração LDL-colesterol,
uso de inibidores da ECA, em pa- proteolítica convertendo AI em AII. freqüentemente encontradas em
cientes com hipertensão renovascular, Além disso, o efeito dos inibidores da pacientes hipertensos, não parecem
mulheres com potencial de engra- AII não se dá somente pelo bloqueio estar afetadas pelo uso dos inibidores
vidarem, gravidez, hipovolemia, insufi- da formação de AII, mas pelo aumento da ECA. Não existem, até o momento,
ciência renal crônica, aplicam-se aos da concentração de bradicinina. Esta, estudos adequados referentes à
BRAII. A tabela 5 lista os BRAII facilita a formação de óxido nítrico e interferência dos BRAII sobre o perfil
lipídico. A resistência à insulina, conhe-
cidamente importante componente da
Tabela 5 – BRAII disponíveis para o uso no Brasil
síndrome hipertensiva, mostra resul-
Nome Dose média /dia
tados favoráveis com o uso de capto-
Losartan 50 mg a 100 mg
pril. Os achados com outros agentes
Valsartan 80 mg a 160 mg dessa classe não foram consistentes
Irbesartan 150 mg a 300 mg e, portanto, não parece claro se esses
Candesartan 8 mg a 16 mg agentes, como classe, uniformemente,
Telmisartan 20 mg a 160 mg melhoram a sensibilidade à insulina41.

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Tabela 6 – Propriedades farmacológicas dos BRAII disponíveis (modificado da referência 39)


Composto Solubilidade Bioavaliab Efeito Metabólitos Meia-vida Lig. protéica
Água/álcool % alimentos ativos (h) %
Irbesartan -/* 60 a 80 Não Não 11 a 15 90
Losartan +/+ 33 Mínimo Sim 6a9 99,8
Valsartan */+ 25 Redução de Não 6 95
40% a 50%
Candesartan -/* 15 Não Sim 9 > 99
Telmisartan - / nr 48 a 58 Redução de Não 24 99,5
6% a 20%
[*] baixa solubilidade.
nr: não relatado.

A hipertensão glomerular, caracte- cardiovasculares. Os efeitos dos componentes do SRAA, desempenha


rística da hipertensão arterial, promove BRAII na HVE não foram ainda funções na manutenção da pressão
por meio da hiperfiltração, o apareci- comparados com aqueles obtidos com arterial e volemia, promovendo vaso-
mento de microalbuminúria ou franca os inibidores de ECA, como também constrição, retenção de sódio e cres-
proteinúria. O mecanismo primário não estão disponíveis dados a respeito cimento do músculo liso vascular. O
responsável por essas alterações está da ação desses agentes na insuficiên- sistema de peptídeos natriuréticos se
relacionado com a excessiva vaso- cia cardíaca. Vários estudos clínicos opõe aos efeitos fisiológicos do SRAA,
constrição da arteríola renal eferente, de longa duração estão em andamento promovendo vasodilatação, natriurese
mediada pelo SRAA. Parece haver e, em um futuro próximo, teremos a e efeitos anti-tróficos. Enquanto a AII
ação da AII na membrana basal e nas avaliação do uso dos BRAII isolada- é pró-inflamatória e pró-coagulante,
células mesangiais que, em adição às mente e/ou associados com inibidores os peptídeos natriuréticos inibem a
alterações hemodinâmicas, agravam da ECA em pacientes com disfunção inflamação e a coagulação. A bradi-
a glomeruloesclerose e a disfunção ventricular. cinina atua opondo-se ao SRAA, pelo
renal41. Os efeitos benéficos dos inibi- aumento do óxido nítrico, da prosta-
dores da ECA já são conhecidos, espe- ciclina e do fator ativador do plasmino-
cialmente na redução da proteinúria e Bloqueio do sistema gênio tecidual, inibindo o efeito vaso-
na estabilização da disfunção renal. renina-angiotensina- constrictor, o efeito trófico, a agre-
Alguns estudos sobre a nefroproteção gação plaquetária e a adesão de mo-
com uso de BRAII estão disponíveis.
aldosterona com nócitos.
Em pacientes hipertensos, o uso de inibidores da Os agentes inibidores da vasopepti-
candesartan promoveu vasodilatação vasopeptidase dase (IVP) podem regular o balanço
na circulação renal pela redução da da vasoconstrição e da vasodilatação
resistência vascular renal e pelo Os peptídeos vasoativos são com- promovido pelo sistema de peptídeos
aumento do fluxo sanguíneo renal42. postos que incluem angiotensina II, vasoativos, promovendo efeitos bené-
A fração de filtração também foi bradicinina, adrenomedulina, peptídeos ficos no tônus e na função vascular.
reduzida, dado este importante, pois é natriuréticos (PNA, PCN, PNtC) e Por meio do aumento simultâneo dos
um dado clínico auxiliar da pressão outros, e que desempenham impor- peptídeos vasoativos (bradicinina e
intraglomerular. Outros estudos 43, tantes funções regulatórias do tônus adrenomedulina) e da inibição da for-
reafirmam o potencial de nefropro- vascular. Além da regulação da pres- mação de AII, os IVP aumentam o
teção exibida pelos BRAII, testados são arterial, várias dessas substâncias nível de GMP cíclico nas células dos
sob ponto de vista clínico. controlam a volemia por meio de músculos lisos dos vasos, reduzindo a
Os inibidores da ECA são mais controle no balanço de sal e água e vasoconstrição e promovendo a vaso-
efetivos que outros agentes anti- estrutura vascular via crescimento de dilatação.
hipertensivos na regressão da HVE, células dos músculos lisos. Mais Os IVP representam uma nova
sugerindo que o SRAA seja um dos recentemente, outras ações têm sido classe de medicamentos, ainda a ser
maiores responsáveis no desenvolvi- atribuídas aos peptídeos vasoativos, lançada no mercado, que promove
mento dessa anormalidade em pacien- como a interferência na coagulação e simultaneamente a inibição da endo-
tes hipertensos e com outras patologias na inflamação. A AII, um dos principais peptidase neutra e da ECA. A inibição

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da endopeptidase neutra, principal níveis de renina plasmática e aumen- uma das maiores conquistas na terapia
enzima responsável pela degradação tou a sobrevida em modelos animais cardiovascular dos últimos anos,
dos peptídeos vasoativos em meta- de insuficiência cardíaca43. Estudos contribuindo de modo expressivo na
bólitos inativos, por um lado propor- em humanos têm demonstrado expres- redução da morbimortalidade cardio-
ciona aumento dos peptídeos com pro- siva redução da pressão arterial sistóli- vascular. Ainda não dispomos dos
priedades vasodilatadoras e possivel- ca e diastólica, com maior ação na resultados dos grandes estudos clínicos
mente protetoras de acometimento de redução da pressão sistólica e atuando com novos agentes, como os BRAII e
órgãos-alvo e por outro, inibe a for- em hipertensos, independentemente os IVP, mas provavelmente todos os
mação de AII. O primeiro fármaco da raça, da cor e da idade45. benefícios obtidos com os inibidores
desenvolvido dessa classe é o omapa- Concluindo, podemos afirmar que da ECA e benefícios adicionais
trilat, que em estudos pré-clínicos o bloqueio do SRAA com os agentes deverão ser alcançados com esses
demonstrou efeitos independentes dos inibidores da ECA representa hoje novos fármacos.

Abstract angiotensin II has been implicated in the development of


hypertension and others forms of renal and cardiovascular
Pharmacological blockade of renin – angiotensin disease. The agents that block the RAAS reduce the blood
aldosterone system: ACE Inhibition and angiotesin pressure by a number of mechanisms including ren in
II receptor blokade. angiotensin vasoconstrictor activity, increase in bradykinin
The renin-angiotensin-aldosterone system (RAAS) plays concentrations, decreased sympathetic outflow, and
an important role in maintaining water and electrolytic improved endothelial dysfunction and structurally
balance and regulating blood pressure. As the principal remodeling blood vessels. These drugs have showed safety,
mediator of the renin-angiotensin-aldosterone system, efficacy, tolerability and end organ protection.

Keywords: Renin-angiotensin-aldosterone system; ACE inhibitors; Angiotensin II antagonist.

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