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27.07.

09

Constitucional II – professor Fabrício


Prova cumulativa: de 11 a 15 questões. V ou F, justificando a F.
Livro: curso de direito constitucional: Gilmar Mendes e mais dois autores. Esse
livro tem linguagem complicada.
Ou Alexandre de Moraes, mais didático e de leitura simples.

→ Ler O Espírito das Leis – Montesquieu, do capítulo 1 ao 6 livro 11.


Responder as questões:

1) Qual o bem jurídico que está sendo enaltecido por Montesquieu?


(merece a mais ampla proteção)
→ a liberdade e todas as suas expressões, sobretudo a de acumular riquezas.

2) Qual a acepção do vocábulo “poder”?


→ Função estatal (jud., exec. e leg.) [ai vem o fato de que o poder é uno].

3) O que é o judiciário para Montesquieu?


→é nulo e não fica reunido permanentemente. O juiz é a boca que pronuncia as
palavras da lei. Hoje tem o tribunal do júri que representa isso. Reúne-se para
resolver um caso específico.

4) Quais são os 3 poderes de que trata Montesquieu?


→Câmara alta, câmara baixa e [executivo] “o poder legislativo, o poder
executivo das coisas que emendem do direito das gentes e o poder executivo
daquelas que dependem do direito civil... um é o poder executivo e o outro é o
poder de julgar”
5) O que são as faculdades de estatuir e de impedir? Quem as
exerce?
→ Estatuir: a câmara dos lordes (senado) é quem exerce.
Impedir: barrar o que foi estatuído. Quem exerce é a câmara dos comuns e o
executivo. No Brasil é o VETO (foi inspirado nisso).
6) O que pretende Montesquieu com a esquematização apresentada?
→Pretende dividir para limitar o poder, com a faculdade de impedir de q ele
trata. O intuito é separar para que o próprio poder se controle.
7) O critério de organização dos poderes na obra de Montesquieu é o
da exclusividade ou o da especialidade de funções?
→ São exercidas por mais de um órgão e o critério é o da especialidade, adotado
até hoje pela CFB.
Pra Montesquieu o Legislativo não só legisla como também julga, executa,
administra.
29.07.09

Organização do Poder Político

I. Tripartição do Poder Estatal


a. Indivisibilidade: [é um só. Por isso não há falar-se em executivo,
judiciário e legislativo. O poder estatal é uno porque advém da
soberania. Esta é uma. Mas, para fins práticos, utilizam-se esses
termos. Até a constituição utiliza.]
b. Indelegabilidade: [é a regra. Não se delega a outrem o poder do
Estado. Uma das exceções é o art. 68, CF. A Medida Provisória é
exceção.]
c. Coatividade: [É o que faz o poder estatal ser efetivo]

II. Princípio da Separação dos Poderes na CF de 88 (art. 2°)


→Montesquieu apenas esquematizou as idéias anteriores a respeito da
separação dos poderes. Ele não criou. Aristóteles e Locke já haviam falado sobre.

a. O Princípio da Separação dos Poderes na CF


i. Art. 2°, CF [são poderes da união o executivo, o judiciário e
o legislativo. Só esse art. Não define o princípio da separação
de poderes]
ii. →Independência: no exercício de suas atribuições esses
órgãos não precisam de autorização de outros órgãos. [auto
organização. Exercer sem interferência suas funções típicas e
atípicas]. É a Constituição que fornece essa independência.
1. Investidura: cada órgão do Poder pode investir seus
funcionários. Exemplos: art. 51, IV. Art. 52, XIII. Art. 96,
I.

iii. → Harmonia [modo de relacionamento entre os poderes.


“conversam” entre si.]
1. Sistema de freios e contrapesos: surgiu de forma
acentuada na Constituição dos EUA e prevê um
controle recíproco entre os órgãos do Poder para não
haver desvio de suas finalidades. Logo, um órgão
interfere na atividade típica do outro, respeitados os
limites estabelecidos na constituição. Ex:
→No Processo Legislativo: ao legislativo
incumbe a função de fazer as leis, mas outros
órgãos (Poderes Executivo e Judiciário) podem
ter a iniciativa de criação.
→Controle de Constitucionalidade: o
Judiciário controla a validade constitucional das
leis.
→Nomeação de Ministros de Tribunais
Superiores: o poder Executivo escolhe os
Ministros do Poder Judiciário.
iv. O conteúdo do Princípio da Separação de Poderes na
CF [art. 44 e seguintes, quando começa a dissecar os três
poderes]
v. A Especialidade [é quando um poder executa função de
outro poder] como critério de Organização dos Poderes
[o legislativo legisla de modo típico, mas, vez por outra, de
modo atípico, ele vai julgar, por exemplo]
vi. Legislativo [não tem como função típica apenas legislar. É
também a fiscalização], Executivo, Judiciário.

ALEXANDRE DE MORAES:

O objetivo da separação de poderes é a defesa do regime democrático, dos


direitos fundamentais e da própria Separação de Poderes, legitimando o
tratamento diferenciado fixado a seus membros, em face do princípio da
Igualdade.
→O que a doutrina liberal clássica pretende chamar de separação dos poderes, o
constitucionalismo moderno determina DIVISÃO DE TAREFAS ESTATAIS, DE
ATIVIDADES ENTRE DISTINTOS ÓRGÃOS AUTÔNOMOS. Isso é devido ao fato de
que o Estado constitucional de direito possui assenta-se na idéia de unidade,
pois o poder soberano é UNO, indivisível.
→Zelar pelo equilíbrio entre os Poderes, fiscalizando-os, e pelo respeito aos
direitos fundamentais. Esses órgãos têm autonomia e independência. O MP está
ai incluso, com patrocínio desinteressado de interesses públicos ou privados,
mas aos quais se quis dar proteção especial.

03.08.09

Poder Legislativo
→Congresso Nacional.

I. Origem
II. Estrutura
a. Unicameral [ou monocameral. Composto por uma única casa. Nos
municípios, distrito federal e estados brasileiros o legislativo é
unicameral.]. É estruturado por uma única assembléia. Há no Brasil,
na Croácia, em Portugal.
→PS: no Brasil só será bicameral a nível federal.
b. Bicameral: duas câmaras, duas casas, duas assembléias. [art. 44.
Composto por duas casas. Uma delas representa o povo. As casas
atuam em separado]
a. Aristocrático: o que diferencia as duas casas é o traço sócio
econômico. [como o inglês. Câmara dos lordes e dos comuns]
b. Federativo: o traço diferenciador tem matriz no princípio
federativo. Há em uma casa, representantes do povo e em
outra casa, representantes dos Estados e do DF. [é o
brasileiro, o norte americano, etc. Essas casas são
responsáveis pela produção normativa.]
III. Funções Típicas do Legislativo [ambas têm o mesmo grau de
importância]
a. Legislar [produzir normas]: elaborar leis em sentido formal, que
obedece aos tramites do processo legislativo.
b. Fiscalizar [art. 49, X, CF]: função de origem medieval, quando
as câmaras tinham poder financeiro. Será exercida de duas
formas:
a. Controle político administrativo: análise da gestão da
coisa pública. O legislativo verifica a burocracia no Poder
Executivo para acompanhar os tramites legais. Pode
requisitar, ainda, esclarecimentos de juízes e ministros.
[feito por requerimentos, CPI’s, convocamentos. Aqui o
Legislativo poderá questionar os atos do poder executivo,
tendo acesso ao funcionamento da sua máquina
burocrática, a fim de analisar a gestão da coisa pública]
Ex: art. 58, §3°, CF → CPI: é uma função tão típica
quanto a de legislar.
Art. 50, CF: Art. 50. A Câmara dos Deputados e o Senado
Federal, ou qualquer de suas Comissões, poderão
convocar Ministro de Estado ou quaisquer titulares de
órgãos diretamente subordinados à Presidência da
República para prestarem, pessoalmente, informações
sobre assunto previamente determinado, importando
crime de responsabilidade a ausência sem justificação
adequada
b. Fiscalização contábil, financeira orçamentária: esse
tipo de fiscalização é eminentemente técnica. Por isso
essa fiscalização não pode ser feita pelo Legislativo,
senão com a participação do Tribunal de Contas. Isso
porque a fiscalização deixou de ser política e passou a ser
técnica.
Ex: art. 71, CF [arts. 70 a 75 da Const.]
IV.Funções Atípicas
a. Administrar [quando a leg. Dispõe sobre sua organização e
operacionalidade interna, provimento de cargos, promoções de
seus servidores.] / executar [julgar. No caso de processo e
julgamento do Presidente da República por crime de
responsabilidade]
Ex: art. 51, IV, CF
Art. 52, XIII, CF.
b. Jurisdicional: o senado Federal aqui no Brasil processo e julga o
presidente da república, ou seja, exerce o a função jurisdicional, diz
o direito no caso concreto.
Ex: art. 52, I, CF: processar e julgar
Art. 52, II, CF
Art. 55, parágrafo2°, CF: decoro parlamentar

V. O Poder Legislativo Brasileiro [exercido pelo Congresso Nacional]


a. Estrutura Bicameral Federativa (art. 44, CF)
a. Câmara dos Deputados (art. 45, CF): é a primeira casa
que integra o congresso nacional.
1. Representação popular
2. Sistema proporcional: garante ao parlamento uma
composição correspondente à força numérica de cada
partido. A lei eleitoral trabalha com dois quocientes:
QE (quociente eleitoral) e QP (quociente partidário).
→QE = numero de votos válidos/cadeiras a preencher.
→QP = votos da legenda ou partido/ QE.
→[proporcional ao número de habitantes. Assim tende a
aproximar mais o eleitor dos eleitos, garantindo maior
igualdade entre a maioria e a minoria na participação política]
OBS: Proporcionalidade mitigada (art. 45, §1°)
[flexibilização para evitar a disparidade populacional
entre estados. Nunca terá mais de 70 deputados e
menos de 8 deputados]: “Art. 45§ 1º: para que
nenhuma daquelas unidades da Federação tenha
menos de oito ou mais de setenta Deputados.”
3. Mandato: 04 anos [44, §1°. Mandato é o período de
exercício da função do agente político]
→ Legislatura: dura 4 anos.
→Nem aqui nem no senado existe a impossibilidade de
reeleição.
b. Senado Federal (46, CF)
1. Representação dos estados e do DF: e não
representação popular, como na câmara dos
deputados.
2. Sistema majoritário: o vencedor é aquele que
consegue maior número de votos
3. Mandato de 8 anos: [cada senador é eleito para
duas legislaturas. O mandato é de 8 anos porque
parte-se da premissa de que o senado precisa de mais
tempo já que ele defende interesses mais perenes.]
4. Renovação [1/3 →2/3 →1/3 → 2/3 ... não existe a
possibilidade de renovar em 100% os senadores. Já na
câmara pode acontecer].
OBS: três senadores por ente: heterogeneidade
federativa, ou seja, independe de ser estado ou distrito
federal sempre serão três senadores e independentemente
de qualquer fator.

05.08.09

VI.Funcionamento do Congresso Nacional

a. Períodos: [o princípio republicano exige essa temporariedade no


poder]

a. Legislatura: período no qual os parlamentares exercem


suas atividades (4 anos – art. 44, § único). Decorrência do
princípio REPUBLICANO, em que se
adota a TEMPORARIEDADE DOS MANDATOS; [é o grande
período de funcionamento do congresso federal de 04 anos.
(art. 44, CF)]
b. Sessão Legislativa Ordinária [a constituição usa só os dois
primeiros termos. É o ano legislativo de funcionamento do
congresso nacional. Começa em 2/02 e termina em 22/12]
c. Períodos Legislativos: período fora do recesso forense.
[2/02 a 17.07 e o segundo período: 23/12 a 1°/02 é o recesso
parlamentar]

d. Sessões Ordinárias [é o dia-a-dia do Congresso nacional,


divididas em 5 sessões por semana (existem as sessões
Deliberativas e as Sessões de Discussão e Debate.]

e. Sessões Extraordinárias [realizadas no dia-a-dia só que


fora do horário normal de funcionamento. De manha ou
depois das 19 horas]

f. Sessões Legislativas Extraordinárias (convocações


extraordinárias) [o CN deliberará somente sobre a matéria
para a qual foi convocado, ressalvada a hipótese de existirem
medidas provisórias em vigor na data da convocação, quando
então, deverão ser automaticamente incluídas, vedado o
pagamento de parcela indenizatória em valor superior ao do
subsídio mensal]

b. Reuniões Conjuntas: art. 57, § 3º. “Além de outros casos”:


exemplificativa e não exaustiva.

a. Definição [quando as duas casas se reúnem. É uma cessão


realizada segundo as hipóteses previstas na constituição,
sem obediência ao bicameralismo federativo. OBS: a votação
é em separado!]

b. Hipóteses: [art. 57, §3°, CF (I, II, III]

PS: o art. 78 complementa o art. 57, §3°,III.

PS2: o art. 66, §4° complementa o art. 57, §3°, IV

VII. Organização Interna Do Congresso Nacional

a. Mesas: [órgãos que dirigem a atividade administrativa e


legislativas (sobretudo). O dia-a-dia do parlamento será
decidido pela mesa

1. Definição: Órgãos administrativos e diretivos dos


trabalhos de cada uma das casas; coordenam o dia-a-
dia dos trabalhos dos parlamentares.
2. Composição (7 membros [sob a ótica da
constituição]):

Presidente, 1° vice- presidente, 2°vice-


presidente (corregedor), 1°secretário,
2°secretário, 3°secretário e 4°secretário (1
suplente para cada secretário, para assumir em caso
de afastamento)

3. Critério (art. 58, §1°): da proporcionalidade

4. Método de Escolha (art. 57, §4°): eletivo: § 4º Cada uma


das Casas reunir-se-á em sessões preparatórias, a partir de 1º de
fevereiro, no primeiro ano da legislatura, para a posse de seus
membros e eleição das respectivas Mesas, para mandato de 2 (dois)
anos, vedada a recondução para o mesmo cargo na eleição
imediatamente subseqüente. [obs: a CF não menciona se esse
biênio é independente da legislatura ou não. Assim há controvérsias
se pode, quando re-eleito, permanecer no mesmo cargo que
ocupava.]

→Sessão Preparatória: realizada uma vez a cada sessão legislatura, no 1° dia


de fevereiro. É uma preparação para as atividades que serão realizadas a partir
de 02.02. De dois em dois anos. Não se pode concorrer novamente para mesmos
cargos. São duas mesas por legislatura.

5. Composição da Mesa do Congresso Nacional [art.


57, §5° → alternando as casas. O mandato é de dois
anos, vedando-se a recondução para o mesmo cargo
na eleição imediatamente subseqüente]:
6.
§ 5º - A Mesa do Congresso Nacional será presidida pelo Presidente do Senado
Federal, e os demais cargos serão exercidos, alternadamente, pelos ocupantes
de cargos equivalentes na Câmara dos Deputados e no Senado Federal.
Presidente→Presidente do Senado Federal
1° vice→ 1° vice da câmara dos Deputados
2° vice→2°vice do Senado Federal
1° sec. → 1°sec. Da câmara dos deputados
2° sec. →2° do Senado Federal
3° sec. →3°sec. Da câmara dos deputados
4° sec. → 4° sec. do Senado Federal

OBS: não é qualquer pessoa que faz parte das mesas, os escolhidos
devem representar proporcionalmente os partidos. Os partidos que
tiverem pouca representação se juntam e formam os blocos
parlamentares (art. 58, § 1º).
→ votação dos membros da Mesa de dois em dois anos (art. 57, § 4º) –
recondução?
10.08.09

b. Comissões Parlamentares [está dentro das funções


fiscalizatórias do CN. Buscam otimizar os trabalhos feitos pelo
legislativo]
a) Noções: É aqui que os trabalhos são, de fato, realizados pelos
parlamentares. Depois daqui o projeto de lei vai para o plenário,
pronta para ser discutido e votado. Serve para facilitar os
trabalhos legislativos. [comitês, grupos menores de
parlamentares que viabilizam as atividades legislativas e
fiscalizatórias do Legislativo. Sua composição deve observar o
princípio da proporcionalidade partidária. Representam o
parlamento; agilizam o trabalho legislativo.
b) Espécies
a. Permanentes: existem em razão da matéria. As
comissões permanentes estão previstas nos regimentos
internos (da câmara e do senado), pois perduram ao longo
das legislaturas. E estão presente também na
Constituição Federal. [Estão previstas no regimento
interno e o que muda é apenas a composição. Fica o
tempo todo criado. É de berço regimental, ou seja, foi
criada pelo regimento. Comissão de justiça é um exemplo.
São comissões temáticas.]
Ex: CF, Art. 62§ 9º Caberá à comissão mista de Deputados e Senadores examinar
as medidas provisórias e sobre elas emitir parecer, antes de serem apreciadas,
em sessão separada, pelo plenário de cada uma das Casas do Congresso
Nacional.
Art. 166, § 1°.
b. Temporárias: extinguem-se em razão do prazo ou do
objetivo atingido. Possui um ato específico para a sua
criação que define suas atribuições, composição e os
gastos previstos para a comissão. [existem para o
atingimento de determinada finalidade. Depois do período
de duração ou quando a finalidade for atingida, essa
comissão desaparecerá. Para cada comissão temporária,
um ato da mesa criando-a.]
i. Especiais: referem-se a determinado assunto, que
se esgota quando termina de tratá-lo. [comissão
criada especialmente para emitir um parecer sobre
determinada proposição]
ii. Externas: criadas quando de convites ou
solenidades externas ao Congresso Nacional;
representam o Senado e/ou a câmara. [criadas para
formalizar a representação oficial do parlamento
em reuniões ou viagens externas]
iii. Representativa do Congresso Nacional:
durante o recesso parlamentar.
iv. De inquérito: é um instrumento do poder de
fiscalização e controle. ↓

 Comissões Parlamentares de Inquérito


I. Atribuições
Apuração de fatos determinados [concreto]. CPI não exerce função jurisdicional,
não julga. Ela é um instrumento de apuração. A existência de uma CPI não
impede que a polícia, por exemplo, investigue paralelamente o mesmo caso. É
um inquérito que se desenvolve no parlamento. Investigar fatos determinados. O
inquérito parlamentar investiga os fatos de improbidade política, administrativa
e infração a normas constitucionais, que podem levar a um ilícito criminal.
58, § 3º As comissões parlamentares de inquérito, que terão poderes de investigação
próprios das autoridades judiciais, além de outros previstos nos regimentos das
respectivas Casas, serão criadas pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal,
em conjunto ou separadamente, mediante requerimento de um terço de seus
membros, para a apuração de fato determinado e por prazo certo, sendo suas
conclusões, se for o caso, encaminhadas ao Ministério Público, para que promova a
responsabilidade civil ou criminal dos infratores. [perante o judiciário].
II. NATUREZA INSTRUMENTAL
As investigações parlamentares não consignam um fim em si mesmas; elas
constituem um MEIO probatório dos futuros atos de responsabilização dos
infratores. Segundo J. J. GOMES CANOTILHO “os inquéritos parlamentares têm,
por natureza, CARÁTER INSTRUMENTAL, pois a sua função não consiste em
julgar, mas sim HABILITAR o parlamento com conhecimentos que podem,
eventualmente, levar a tomar medidas.”

III.Poderes (art. 58, Parágrafo 3°)

II.1 Quebra de sigilo bancário, Fiscal e de Dados Telefônicos (não


se inclui o teor das conversas. Aqui são dados do tipo duração da
chamada, número. O teor não pode).
Art. 5°, XII, CF - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações
telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso,
por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de
investigação criminal ou instrução processual penal.
II.2 Oitiva de Testemunhas: (sob compromisso), inclusive com
possibilidade de condução coercitiva (crime de desobediência);
II.3 Oitiva de Investigados: testemunha não é investigada, mas pode
até acontecer.
II.4 Realização de Pericia: contábeis, fiscais... e exames necessários
à dilação probatória, bem como requisição de documentos e busca
de todos os meios de prova legalmente admitidos;
II.5 Ordenar busca e apreensão de documentos: salvo à domicílio,
que é poder exclusivo do judiciário.

III.Limites

III.1 Formais (à criação de CPI’s)


a) Requerimento de, pelo menos, 1/3 dos
parlamentares: depois do fato determinado 1/3 do
senado ou 1/3 de cada uma das casas precisa aprovar um
requerimento. [visa viabilizar a criação do instrumento,
mas também evitar o abuso. 1/3 do senado ou da câmara,
isolado ou em conjunto.
b) Fato determinado: fato individualizado, concreto, e não
uma mera conjectura. Fato determinável, minimamente
plausível.
É comum que fatos novos surjam, durante a mesma
investigação. Podem usá-los se houver conexão e
aditamento do objeto da CPI. Se assim não for, a CPI
estará extrapolando.
c) Prazo certo: geralmente 180 dias. Se assim não for, será
permanente e não temporária.
OBS: Prorrogação? Pode! Prazo máximo? O término da
legislatura.

III.2 Limites Materiais (ao funcionamento das CPI’s) [elas


não podem fazer tudo]
a) Reserva de Jurisdição: expressão idealizada por
Cannotilho significa que a pratica de determinados atos só
pode ser efetivada por órgão do poder judiciário, ainda
não se incluído aqueles órgãos q por assemelhação não
desempenham funções. Só o judiciário pode praticar
determinado ato. CPI não exerce jurisdição, ou seja, não
diz o direito no caso concreto. CPI não pode, por exemplo,
fazer busca e apreensão em domicílio. Mas pode quebrar
sigilo bancário. Segundo o inciso XII, CF, só não podem ser
quebradas informações de comunicação.
→importa em submeter à esfera única de decisão dos magistrados, a prática de
determinados atos cuja realização, por efeito de verdadeira discriminação
material de competência fixada no texto constitucional. Em virtude disso, as CPIs
estão impedidas de:
► Determinar busca e apreensão domiciliar de objetos e documentos – art. 5o,
XI;
► Determinar a quebra do sigilo das comunicações telefônicas (interceptação
telefônica) – art. 5o, XII, in fine;
► Determinar prisão, salvo em flagrante delito – art. 5o, LXI.
► Executar qualquer medida que se fundamente no chamado poder geral de
cautela, ou seja, determinar medidas cautelares (indisponibilidade de bens;
proibição de afastamento de pessoas do país; prisão preventiva; arresto;
sequestro, hipoteca judicial, etc).

b) Exigência de motivação (art. 93, IX, CF):


c) Separação de Poderes: só o poder legislativo pode criar
CPI. Pode também criar CPI sobre o próprio legislativo,
como também ao executivo e ao judiciário.

III.3 Princípio Federativo


Cabe a cada legislativo, a cada ente da união, fiscalizar seu município. Não cabe
uma CPI no âmbito federal fiscalizar a gestão de patrimônio de outro município.

Estatuto dos Congressistas

Art. 47, CF: Salvo disposição constitucional em contrário, as deliberações de


cada Casa e de suas Comissões serão tomadas por maioria dos votos, presente a
maioria absoluta de seus membros. Fala do quórum de instalação (criar a CPI) e
do quórum de deliberação (para aprovar ou não uma composição). Para que se
retirem os votos é preciso que, no mínimo, a maioria absoluta esteja presente.
No de instalação: maioria absoluta. No de deliberação: maioria simples (em
regra) ou maioria relativa.
Se a questão silenciar, usar o que traz o art. 47.
→Prerrogativa é diferente de privilégio. Este é subjetivo. Aquela está sempre
assentadas na lei lato sensu (constituição). Prerrogativa será sempre utilizada
objetivando um bem maior. Não existem por existir apenas, ou seja, não são um
fim em si mesmos. Tem como objetivo que o parlamentar possa exercer sua
função sem algum tipo de retaliação por algum pensamento que defenda, por
exemplo. Dá ao parlamentar conforto, independência, autonomia para defender
seu ideal. É de caráter instrumental.

I. Noções: a constituição estatuiu regras de comportamento para os


parlamentares, quando estiverem atuando. Esse estatuto traz essas
regras que disciplinarão o comportamento dos parlamentares
enquanto estiverem eles no exercício das funções parlamentares. Têm
direitos e deveres exclusivos e têm função medidamente instrumental
que existem para facilitar o desempenho satisfatório do mandato, de
forma idônea, isenta e o mais desembaraçada possível.
II. Prerrogativas: imunidade material e imunidade formal: direitos
especiais. [os deveres especiais são as incompatibilidades]. São
destinados ao cargo e não ao ocupante especificamente. Se assim
fosse não seria prerrogativa e sim privilégio, que é subjetivo.
III.1 Imunidade material (art. 53) (inviolabilidade): Os
Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por
quaisquer de suas opiniões, palavras e votos: os parlamentares em
qualquer ocasião são invioláveis. Atribuir a determinado grupo
alguma prerrogativa não fere o princípio da isonomia. Essa
inviolabilidade é uma cláusula de irresponsabilidade do parlamentar
de palavras, idéias e votos.
[“lm dxdmoup qld dl sdmoid epl dh p Ed Agbdrig! Dud mgyg d mpiid edfdnednep
g udagurzgcgp eg mgcpnhg! Dud oped sdi oipcdssgep opi rssp? Jgmgrs!!! Dud tg
oipydarep, rssp dh rmlnreged mgydirgu!” auheauheuahuheae, GDDD OGIYD! OPI
RSSP QLD VPCD APSYG YGNYP EDUE, ND? =p]
a) Definição: cláusula que acarreta a irresponsabilidade do
parlamentar pela conduta praticada, visando garantir o
livre desempenho da função.
b) Pressupostos [concomitantemente atendidos]:
→Ato Funcional: praticado apenas pelo parlamentar, só ele
está protegido. Nem quem esteja cumprindo ordem de um
parlamentar é protegido.
PS: protege-se o parlamentar. Não é prerrogativa de ordem
subjetiva, ou seja, protege o parlamentar em função do cargo
e não enquanto pessoa.
→Palavras, opiniões ou votos: injúria, calúnia e
difamação. Esse pressuposto visa proteger contra esses
crimes. É uma proteção perene, ou seja, mesmo depois de
ser parlamentar [após o mandato] ele continua protegido sob
o mando da inviolabilidade. Mas protege apenas os atos
cometidos durante o exercício da função.
→Sobre matéria parlamentar: vínculo necessário entre a
conduta praticada pelo parlamentar e o exercício da função.
c) Características
→proteção perpétua: está protegido enquanto estiver no
mandato. E permanente. Independentemente de seu
mandato, pois na época ainda era parlamentar imune,
portanto, não há crime.
→absoluta: abrange qualquer responsabilização, seja civil,
penal, política, administrativa ou disciplinar. O professor não
concorda com isso que a doutrina defende, por que o
parlamentar pode sofrer um processo por quebra de decoro e
perder o mandado se ele, por acaso, ele abusar de seus
pressupostos de inviolabilidade.
→de ordem pública: irrenunciável pelo parlamentar, pois a
imunidade não pertence a ele, mas sim, ao legislativo; é uma
garantia deste para manter sua independência.
[PS: particular pode ser alvo de uma CPI. Para tal é necessário que este
particular tenha alguma ligação com o poder público]

26.08.09
III.2 Imunidade Formal
→Conceito: é o instituto que garante ao parlamentar a impossibilidade de ser ou
permanecer preso ou, ainda, a possibilidade de sustação do andamento da ação
penal por crimes praticados após a diplomação.
Assim, os parlamentares, salvo nas hipóteses de imunidade material, estão
submetidos às mesmas leis que os outros indivíduos em face do princípio da
igualdade, tendo de responder como estes por seus atos criminosos, mas, no
interesse público, convém que eles não sejam afastados ou subtraídos de suas
funções legiferantes por processos judiciais arbitrários ou vexatórios, emanados
de adversário político, ou governo arbitrário.
2.2.1 Quanto à prisão (art. 53, §3º): trata-se de uma
prerrogativa que impede a sua prisão a partir de sua diplomação,
ressalvada a prisão de flagrante por crime inafiançável. Neste caso,
a manutenção da prisão dependerá de autorização da Casa
respectiva para formação de culpa, pelo voto ostensivo e nominal
da maioria de seus membros.
a) Marco temporal: diplomação [ao final da eleição a Justiça
Eleitoral proclama o resultado e proclama os que receberam
número determinado de votos que o habilita a tomar posse.
Reconhecimento formal da Justiça Eleitoral que o candidato
está apto a exercer determinado cargo. Ser preso em
flagrante não exclui o processo que irá rolar. PS: a
diplomação é anterior à posse e é nela que a imunidade
formal o atinge, pois a constituição pretende evitar que
mesmo diplomado ele não tivesse condição de tomar posse.
Pois ao receber o diploma ele recebe o documento com a
soberania popular para exercer o cargo]
b) Procedimento
→E a prisão decorrente da sentença criminal transitada em julgado?
Doutrina diz que a única exceção à prisão do parlamentar é a por crime
inafiançável. Já o supremo manda prender na hora.
PS:Não estudar por livro anterior a 2001. Tudo mudou.
- A votação deverá ser NOMINAL e OSTENSIVA –
OBS.:
* STF (Inq nº 1.504/DF):
“O membro do Congresso Nacional, quando
ostentar a condição formal de INDICIADO ou de
RÉU, não poderá sofrer CONDUÇÃO COERCITIVA,
se deixar de comparecer ao ato de seu
interrogatório, pois essa medida restritiva, que
lhe afeta o status libertatis, é vedada pela
cláusula constitucional que assegura, aos
parlamentares, o estado de RELATIVA
INCOERCIBILIDADE PESSOAL.”
* STF (Inq nº 1628/DF):
“Os membros do Congresso Nacional –
porque titulares da imunidade parlamentar em
sentido formal, que também lhes garante o
estado de relativa incoercibilidade pessoal – não
poderão ser conduzidos coercitivamente, ainda
que por determinação desta Suprema Corte, caso
deixem de atender à convocação para responder
a interrogatório”.

2.2.2 Quanto ao processo (art. 53, §§ 3° ao 5°) [nos crimes


praticados depois da diplomação]
a) Alteração Constitucional [EC 35/01]: não há mais
necessidade de autorização da respectiva Casa Legislativa
para que possa ser iniciado processo criminal em face do
congressista.
b) Definição [consiste na possibilidade de sustação da ação
penal movida contra parlamentar por crime cometido após a
diplomação. Sustação da ação penal é suspender o
andamento da ação.]
c) Tratamento diferenciado em razão do momento da
prática do crime:
a. Praticados antes da diplomação: não haverá
incidência de qualquer imunidade formal em relação
ao processo, podendo o parlamentar ser normalmente
processado e julgado pelo STF, enquanto durar o
mandato.
b. Praticados depois da diplomação: o parlamentar
poderá ser processado e julgado pelo STF, enquanto
durar o mandato, sem necessidade de qualquer
autorização, porém a pedido de partido político com
representação na Casa Legislativa respectiva, esta
poderá sustar o andamento da ação penal pelo voto
ostensivo e nominal da maioria absoluta de seus
membros. A suspensão da ação penal persistirá
enquanto durar o mandato, e acarretará igualmente, a
suspensão da prescrição.
d) Requisitos para sustação da ação penal
→Momento da prática do crime: só haverá incidência da
imunidade formal se a infração ocorrer após a diplomação.
→ Termos inicial e final para sustação
• Inicial: recebimento da denúncia ou queixa-
crime pelo STF, que deverá dar ciência à Casa
Legislativa respectiva, para análise de eventual
sustação do andamento da ação penal.
• Final: até a decisão final ou até o término do
mandato, quando então cessarão todas as
imunidades.
→Provocação de Partido político com representação na
própria casa legislativa: o procedimento para análise da
sustação do processo criminal não será iniciado com a ciência
do STF à Casa Legislativa e sim com a provocação de partido
político de representação da Casa respectiva.
→Prazo para análise do pedido de sustação: 45 dias do
recebimento do pedido de sustação para votar o assunto.
[prazo improrrogável]
→Quórum qualificado: maioria absoluta: que deverão ser
ostensivos e nominais.

Crimes praticados antes da diplomação: não haverá incidência de


qualquer imunidade formal em relação ao processo, podendo o parlamentar ser
normalmente processado e julgado pelo STF, enquanto durar o mandato.
Crimes praticados após a diplomação: o parlamentar poderá ser
processado e julgado pelo STF enquanto durar o mandato, sem necessidade de
qualquer autorização, porem, a pedido de partido político com representação na
Casa Legislativa respectiva, esta poderá sustar o andamento da ação penal pelo
voto ostensivo e nominal da maioria absoluta de seus membros. A sustação da
ação penal persistirá enquanto durar o mandato, e acarretará, igualmente, a
suspensão da prescrição.
OBS: o termo inicial para incidência da imunidade é a DIPLOMAÇÃO.
Momento da prática do crime: independentemente da natureza da infração
penal, somente haverá incidência da imunidade formal em relação ao processo
quando tiver sido praticada pelos congressistas APÓS A DIPLOMAÇAO.
Termos inicial e final para sustação: somente poderá ser iniciado o
procedimento pela Casa Legislativa respectiva se houver AÇÃO PENAL EM
ANDAMENTO, ou seja, após o recebimento da denúncia ou queixa-crime pelo
STF; persistindo essa possibilidade até decisão final ou até o término do
mandato, quando então cessarão todas as imunidades.
Provocaçao de partido político com representação da própria Casa
Legislativa: não será a ciência do STF à Casa Legislativa respectiva, informando
do início de ação penal contra parlamentar por crime praticado após a
diplomação, que iniciará o procedimento para análise da sustação do processo
criminal. Haverá necessidade de provocação de partido político com
representação da
Casa respectiva.
Prazo para análise do pedido de sustação: a Casa Legislativa respectiva
terá 45 dias do recebimento do pedido de sustação pela Mesa Diretora, para
votar o assunto, sendo improrrogável esse prazo;
==Quórum qualificado para a sustação do processo: o §3o, do art. 53,
exige o voto da maioria de seus membros, ou seja, para que a Casa Legislativa
suspenda o andamento da ação penal contra o parlamentar por crime praticado
após a diplomação deverá obter a MAIORIA ABSOLUTA dos votos, que deverão
ser ostensivos e nominais.

OBS:
1) Efeito da sustação
Se houver a sustação a prescrição também será suspensa.
2) Concurso de agentes [havendo concurso de
parlamentar com não parlamentar, os autos deste são
enviados à justiça comum e a prescrição daquele é
suspensa.
SUSTAÇÃO DO ANDAMENTO DA AÇÃO PENAL X CONCURSO DE AGENTES
b.5. Eficácia temporal da imunidade formal
- Tem eficácia temporal limitada, pois protege os
parlamentares apenas DURANTE O EXERCÍCIO
ATUAL E EFETIVO do mandato.

31.08.09
III.3 Foro por Prerrogativa de Função (art. 53, §1° + 102, I,
“b”)
Os congressistas somente poderão ser processados e julgados, nas infrações
penais comuns, pelo STF. Abrange todas as modalidades de infrações penais,
desde delitos eleitorais a crimes contra a vida e contravenções penais. Rege-se
pela regra da Atualidade do Mandato.
Obs.: A definição de competência em relação à prerrogativa de foro em razão da
função regesse pela REGRA da ATUALIDADE DO MANDATO (enquanto durar o
mandato, a competência será do STF).

 Regra da Atualidade do Exercício do Mandato [tratando-se de crime


comum praticado pelo parlamentar na vigência do mandato, seja ou não
relacionado com o exercício das funções congressuais, enquanto durar o
mandato, a competência será do STF.]

→Súmula 394: cancelada, ou seja, os efeitos da revogação dessa súmula foram


ex nunc, não retroativos.

III.4 Imunidade quanto à incorporação às forças armadas


(art. 53, 7°)
[pois o parlamentar fica imune a uma obrigação imposta pela CF. Mas depende
licença prévia da Casa Representativa.]
III.5 Inexistência de obrigação de testemunhar nas
hipóteses do art. 53, §6°
[os congressistas não serão obrigados a testemunhar sobre informações
recebidas ou prestadas m razão do exercício do mandato. Somente em função
do mandato].

OBS:
* Deputados estaduais e distritais gozam dessas imunidades?
Art. 27, §1°: Será de quatro anos o mandato dos Deputados Estaduais,
aplicando- sê-lhes as regras desta Constituição sobre sistema eleitoral,
inviolabilidade, imunidades, remuneração, perda de mandato, licença,
impedimentos e incorporação às Forças Armadas.
Art. 32, §3°: Aos Deputados Distritais e à Câmara Legislativa aplica-se o disposto
no art. 27.
→O caso dos vereadores é diferente. Inviolabilidade limitada à circunscrição do
município.
→PS: afastado, voluntariamente, do exercício do mandato, para ocupar cargo no
Poder Executivo, o parlamentar não leva a prerrogativa conferida ao Poder
Legislativo.
3.5 Incompatibilidades (art. 54)

Noção e Finalidade: evitar abusos por parte dos parlamentares e garantir a


independência do Poder Legislativo. são regras que vedam ou impedem o
congressista de exercer certas ocupações ou raticar atos cumulativamente com
seu mandato, com a finalidade de preservar a dignidade e a autonomia do
Poder Legislativo. Preserva a função parlamentar, evitando que o congressista,
valendo-se de sua posição, venha a utilizá-la com objetivos escusos para
alcançar proveitos pessoais, ou se sujeite a
pressões do Executivo que influenciem seu voto ou sua opinião.

III.6 Características
a) Não se estendem aos suplentes: o suplente não tem
direito às prerrogativas e por isso não se submete às
incompatibilidades.
b) Podem incidir a partir da diplomação:
c) Não interditam candidaturas: porque é preciso esperar
o pleito eleitoral e a diplomação. A partir da diplomação
ele terá que escolher entre se submeter às
incompatibilidades e tomar posse. Se não quiser tomar
posse o suplente entra no lugar dele.
d) Não anulam as eleições: por burla às regras. Ele só
perde o mandato. A incompatibilidade pode ser causa de
perda de mandato, mas não de anulação de eleição.
III.7 Classificação
a) Políticas : II, d) ser titulares de mais de um cargo ou
mandato público eletivo.
b) Negociais: II, a) ser proprietários, controladores ou
diretores de empresa que goze de favor decorrente de
contrato com pessoa jurídica de direito público, ou nela
exercer função remunerada;
c) Funcionais: I, “b”: ocupar cargo ou função de que sejam
demissíveis "ad nutum", nas entidades referidas no inciso
I, "a";
d) Profissionais : II, c) patrocinar causa em que seja
interessada qualquer das entidades a que se refere o
inciso I, "a";

Perda do Mandato (art. 5°): sempre ligada a alguma causa impeditiva


do cumprimento do mandato até o final. Uma incompatibilidade pode gerar
perda do mandato.
III.8 Definição
III.9 Formas
a) Cassação (art. 55, I, II e VI c/c §2°): perda do mandato
decorrente de processo político em que há deliberação da
casa Legislativa respectiva no sentido de que o
parlamentar deve perder o mandato. É uma sanção
decorrente de um processo jurídico-político.
I - que infringir qualquer das proibições estabelecidas no artigo anterior;
II - cujo procedimento for declarado incompatível com o decoro parlamentar;
VI - que sofrer condenação criminal em sentença transitada em julgado.
§ 2º - Nos casos dos incisos I, II e VI, a perda do mandato será decidida pela
Câmara dos Deputados ou pelo Senado Federal, por voto secreto e maioria
absoluta, mediante provocação da respectiva Mesa ou de partido político
representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa.
→Definição: só virá depois de um processo jurídico político
(processo que embora a decisão final seja de conteúdo político, o
processo tem que obedecer as balizas do contraditório e da ampla
defesa (garantias processuais aos litigantes em juízo e em geral).
→Hipóteses:
1. Infringência das Incompatibilidades: Art. 55, I -
eventual desrespeito das regras previstas no
art. 54 da CF.
2. Conduta incompatível com o decoro
parlamentar: processo político com ampla defesa
assegurada parlamentar (mesmo que ele no queira,
será nomeado um advogado dativo) decisão pela
respectiva casa com voto secreto e a maioria absoluta
(provocação pela respectiva mesa ou partido político).
Não cabe ao STF reexaminar o enquadramento, feito
pela Casa Legislativa, de atos tidos como
incompatíveis com o decoro parlamentar (Regimento
Interno).
*OBS: o que é decoro parlamentar? É o conjunto de regras legais e morais que
devem reger a conduta dos parlamentares, no sentido de dignificação da nobre atividade
legislativa. A quebra do decoro não é suficiente para a cassação.
§ 1º - É incompatível com o decoro parlamentar, além dos casos definidos no regimento
interno, o abuso das prerrogativas asseguradas a membro do Congresso Nacional ou a
percepção de vantagens indevidas.
3. Condenação criminal transitada em julgado [foi
condenado e não cabe mais recurso. Não vai
automaticamente sair e abandonar o mandato. Ele vai
exercer o mandato e assim que este acabar ele vai
preso. Durante o exercício do mandato ele só será
afastado se houver processo de cassação.

Art. 15, III [direitos políticos suspensos] X Art. 55, VI [perda do mandato]
Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se
dará nos casos de:
III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos;
Art. 55. Perderá o mandato o Deputado ou Senador:
VI - que sofrer condenação criminal em sentença transitada em julgado.
[não confundir perda do mandato com suspensão dos direitos políticos]
§ 2º - Nos casos dos incisos I, II e VI [são as três hipóteses de cassação], a
perda do mandato será decidida pela Câmara dos Deputados ou pelo Senado
Federal, por voto secreto e maioria absoluta, mediante provocação da respectiva
Mesa ou de partido político representado no Congresso Nacional, assegurada
ampla defesa.

b) Extinção (art. 55, III a V c/c §3°)


III - que deixar de comparecer, em cada sessão legislativa, à terça parte das
sessões ordinárias da Casa a que pertencer, salvo licença ou missão por esta
autorizada;
IV - que perder ou tiver suspensos os direitos políticos;
V - quando o decretar a Justiça Eleitoral, nos casos previstos nesta Constituição;
§ 3º - Nos casos previstos nos incisos III a V, a perda será declarada pela Mesa
da Casa respectiva, de ofício ou mediante provocação de qualquer de seus
membros, ou de partido político representado no Congresso Nacional,
assegurada ampla defesa.
→Definição: não há processo. Aqui há um procedimento muito
singelo por meio do qual a mesa verificará o implemento de uma
determinada situação fática que torna impossível a continuação do
mandato. Como morte do parlamentar, ausências injustificadas.
Comparar o §2° com o §3°.
→Hipóteses:
1. Ausências justificadas : Art. 55. Perderá o mandato o
Deputado ou Senador:
III - que deixar de comparecer, em cada sessão legislativa, à terça
parte das sessões ordinárias da Casa a que pertencer, salvo licença
ou missão por esta autorizada;
2. *Perda ou suspensão de direitos políticos: toda e qualquer
hipótese e não a de condenação criminal. Exemplo é o art. 37,
§4º.
3. Quando assim decretar a justiça eleitoral:

OBS: ver Lei Complementar 64/90: hipóteses de


inelegibilidades.
Art. 37, § 4º - Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos
direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o
ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da
ação penal cabível.
→Na cassação é mais fácil de escapar devido a maior participação
política. Já no caso da extinção, que não há participação política, é mais
difícil.

c) Renúncia: Manifestação formal do parlamentar por não


querer mais exercer o mandato.
Art. 55. Perderá o mandato o Deputado ou Senador:
§ 4º A renúncia de parlamentar submetido a processo que vise ou possa levar à
perda do mandato, nos termos deste artigo, terá seus efeitos suspensos até as
deliberações finais de que tratam os §§ 2º e 3º.
* Perda por infidelidade partidária – resolução 22610/07
do TSE.

IV. Hipóteses de Manutenção do Mandato (art. 56): o parlamentar pode


se afastar do exercício da função (e o suplente ocupa a sua vaga), mas
a qualquer momento ele pode retornar e exercer o mandato.
Art. 56. Não perderá o mandato o Deputado ou Senador:
I – investido no cargo de Ministro de Estado, Governador de Território, Secretário
de Estado, do Distrito Federal, de Território, de Prefeitura de Capital ou chefe de
missão diplomática temporária;
II – licenciado pela respectiva Casa por motivo de doença, ou para tratar, sem
remuneração, de interesse particular, desde que, neste caso, o afastamento não
ultrapasse cento e vinte dias por sessão legislativa.
§ 1º - O suplente será convocado nos casos de vaga, de investidura em funções
previstas neste artigo ou de licença superior a cento e vinte dias.
§ 2º - Ocorrendo vaga e não havendo suplente, far-se-á eleição para preenchê-la
se faltarem mais de quinze meses para o término do mandato. [faltando menos
que 15 meses a vaga fica aberta, não se faz eleição]
§ 3º - Na hipótese do inciso I, o Deputado ou Senador poderá optar pela
remuneração do mandato.

Processo Legislativo
[constitucional]
Art. 59. O processo legislativo compreende a elaboração de:
I - emendas à Constituição;
II - leis complementares;
III - leis ordinárias;
IV - leis delegadas;
V - medidas provisórias;
VI - decretos legislativos;
VII - resoluções.
Parágrafo único. Lei complementar disporá sobre a elaboração, redação,
alteração e consolidação das leis

I. Noções: a constituição estabelece o processo dessas sete espécies


normativas, que com maior ou menor riqueza de detalhes, tem seu
processo definido.

→Ato normativo primário: primariamente eles operacionalizam os comandos da


constituição. Emenda é ato normativo primário. Todos do 59 o são.

II. Princípio da Reserva Legal [ninguém é obrigado a fazer algo senão em


virtude de lei, lei essa elaborada segundo as regras da constituição que
prescrevem a sua elaboração] e Processo Legislativo []

III.Classificação dos Processos Legislativos


3.1 Processo Legislativo Ordinário ou Comum: serve à elaboração
das leis ordinárias.
3.2 Processo Legislativo Sumário: regime de urgência. Serve à
elaboração de leis ordinárias e complementares, mas o parlamento
dispõe de um prazo determinado para encerrar as deliberações sobre a
composição.
3.3 Processos Legislativos Especiais: um para cada espécie
normativa, menos leis ordinárias.

IV. Processo Legislativo Ordinário: elaboração de leis ordinárias.

4.1 1ª Fase: Introdutória: algum órgão tem que deflagrar


(acionar) o processo. Este não se chama autor e sim o “detentor de
iniciativa”.
a. Iniciativa
i. Definição: poder/dever de deflagrar o processo
de elaboração de uma lei ordinária. A iniciativa
cabe aos dispostos no art. 61, CF. O TCU e o
TJDFT não estão na constituição. é o poder
constitucionalmente concedido a determinados
sujeitos para apresentarem oficialmente projetos
de lei perante o legislativo. É o ato através do
qual se propõe a adoção de DIREITO NOVO.
ii. Espécies

1. Parlamentar: iniciativa interna, exercida


por integrantes do próprio parlamento.
2. Extra-Parlamentar: ou externa,
exercida por não integrantes do
parlamento, como o TJDF, o procurador
geral da república, o presidente da
república, o povo, etc.
3. Concorrente / Pluralística: é a regra.
Não é desfrutada apenas por
parlamentares, ela é muito mais ampla.
Pertence a vários legitimados de uma só
vez.
4. Reservada / Privativa: é corolário do
princípio da separação de poderes. É uma
exceção à iniciativa concorrente e só pode
ser exercida por determinadas pessoas.
Ex: §1° do art. 61. Art. 93. Lei
complementar, de iniciativa do Supremo
Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto
da Magistratura [...]. É reservada a
determinado cargo ou órgão.

Segundo Manoel Gonçalves Ferreira Filho, o aspecto fundamental da iniciativa


reservada está em resguardar a seu titular a decisão de propor DIREITO NOVO
em matérias confiadas à sua especial atenção, ou de seu interesse
preponderante.
Observação: as regras básicas referentes ao processo legislativo federal são
de observância obrigatória pelas Constituições dos Estados membros,
particularmente as de reserva de iniciativa, na medida em que configuram
sucedâneo da separação e independência de Poderes, princípio fundamental ao
qual se vinculam compulsoriamente os
ordenamentos das unidades federadas (ver art. 25 da CF/88).
Exercício da iniciativa perante o Congresso Nacional: do ponto de vista
teórico, na grande maioria das vezes a iniciativa será da Câmara dos Deputados,
pois a vontade do povo merece mais destaque.

4.2 2ª Fase: Deliberatória / Const.


→Deliberação parlamentar: etapa I.
a. Discussão: 1° Comissões Temáticas (ou de mérito) e 2° Comissões
de Constituição e Justiça (analisam os aspectos constitucionais).
Emissão de Pareceres das Comissões.
Obs.:
1. Possibilidade de apresentação de emendas parlamentares;
2. O direito de apresentação de emendas não é absoluto: art. 63 (solução
conciliatória).
b. Deliberação ou Votação: art. 65, art. 47, art. 58, § 2o, I, da CF/88.
Instruído na forma regimental, o projeto passa, em cada Câmara, à discussão e
votação. Prevê, todavia, a CF para o desenrolar dessa apreciação dois
procedimentos diversos: o normal e o abreviado.
→ Deliberação Parlamentar: etapa II. Executiva:
se dá dentro do poder executivo por meio da sanção ou
do veto. Trata-se da apreciação pelo Executivo do texto
já aprovado pelo Congresso
16.09.09
E2: Deliberação Executiva (art. 66)
a) Sanção
IV.1.a.1 Definição: encerra a fase constitutiva, a segunda fase.
é o ato de adesão ou concordância do Presidente da
República com o projeto de lei; a partir da sanção já vira
lei. É operação integradora da feitura da lei, conforme
Pontes de Miranda e o restante da doutrina.
IV.1.a.2 Efeito: transformar um projeto de lei em lei. Por meio
dela o projeto abandona a caracterização de mero projeto
e passa a ostentar a condição de lei.
IV.1.a.3 Espécies
• Expressa: o presidente da república sanciona
expressamente, em determinada solenidade.
(manifestação formal, com a assinatura dentro
dos 15 dias).
• Tácita: o presidente sanciona de forma
implícita. Sanção por decurso de prazo. Quando
ele não se pronuncia dentro do prazo de 15 dias.
(pelo decurso de 15 dias úteis – art. 66, § 3º).
Art. 66:
§ 1º - Se o Presidente da República considerar o projeto, no todo ou em parte,
inconstitucional ou contrário ao interesse público, vetá-lo-á total ou
parcialmente, no prazo de quinze dias úteis, contados da data do recebimento, e
comunicará, dentro de quarenta e oito horas, ao Presidente do Senado Federal
os motivos do veto.
§ 3º - Decorrido o prazo de quinze dias, o silêncio do Presidente da República
importará sanção.

Observações:
1. A sanção tácita foi prevista no nosso Direito para evitar o engavetamento de
projetos pelo Presidente. Transformou-se, segundo MGFF em instrumento de
covardia política, em modo de querer fingindo não querer. Serve para sancionar
aquilo que não se quer vetar, mas que não se tem a coragem de aprovar
publicamente, por temor à impopularidade.
2. Vício de iniciativa e sanção (Súmula 5, do STF: “A sanção do projeto supre a
falta de iniciativa do Poder Executivo”)

OBS: A sanção NÃO supre o vício de iniciativa dos projetos do


presidente da república
PS: a súmula 5 do STF (A SANÇÃO DO PROJETO SUPRE A FALTA DE INICIATIVA
DO PODER EXECUTIVO) não existe mais, mesmo que ainda conste em
alguns vade mecum.

b) Veto
Pouco difere na forma do direito clássico, todavia, seu significado foi bastante
alterado. O veto parecia ter um caráter secundário aos olhos dos
constitucionalistas do século XVIII e XIX. Viam nele apenas e tão-somente um
instrumento de defesa do Executivo contra a possível prepotência do
Parlamento. A experiência veio revelar outro caráter no veto, ali onde a
Constituição subordina a sua rejeição a maioria qualificada, por meio do veto
passou o Executivo a influir profundamente na legislação.
IV.1.b.1 Definição: manifestação formal e expressa do
Presidente da República de discordância em relação ao
Projeto de Lei aprovado pelo Parlamento. Deve ser
sempre motivado e expresso, porque não há veto tácito
na nossa legislação.
IV.1.b.2 Espécies
• Motivação:
o Jurídico: veto calçado, fundamentado em
questões de eventual
inconstitucionalidade do projeto. O
presidente pode fazer isso devido o art. 77
(?), CF e §1° do art. 66. veto por
inconstitucionalidade: revela o Presidente
como GUARDIÃO DA ORDEM JURÍDICA,
colocando numa posição de defensor da
Constituição e numa posição privilegiada,
visto que pode exercer um controle
preventivo para defendê-la de qualquer
arranhão resultante da entrada em vigor
de lei inconstitucional.
o Político: porque a constituição usa o
termo “interesse público”. Esse veto é
discricionário. O presidente pode votar
com base em motivação política. envolve
uma apreciação de vantagem e
desvantagem. Apresenta o Presidente
como defensor do interesse público.
• Jurídico-Político: reúne numa só
situação as duas situações de
inconstitucionalidade e que vá de
encontro ao interesse público.
• Abrangência:
• Total: o veto incide sobre toda a
proposição. Foi tudo vetado. Atinge todo o
projeto de lei.
• Parcial: incide apenas sobre parcela da
proposição. Esse veto é invenção
brasileira. Foi criado pela CF de 46 para
proteger o Presidente da República. o veto
parcial é uma originalidade brasileira (art.
66, § 2º). Foi adotado em nosso Direito
Federal pela primeira vez na reforma
constitucional realizada em 1926. A
Emenda Constitucional n. 17 à
Constituição de 1946 restringiu o veto
parcial ao texto de artigo, parágrafo,
inciso, item, número ou alínea, o que foi
repetido pela Constituição, na redação de
1967. Todavia, a Emenda n. 1/69 suprimiu
essa restrição, o que foi interpretado como
autorizando o veto a colher palavras
isoladas. Enfim, a CF de 88 restaurou a
proibição no art. 66, §2o.
→Requisitos:
• Motivação: o presidente tem que dizer o porquê
do veto. Sua motivação. Art. 66, § 1º;
fundamentar os motivos do veto (controle de
constitucionalidade preventivo) – no caso de
veto por inconstitucionalidade ou por
inconveniência; exigência necessária para que o
Congresso possa apreciar a procedência ou não
de tais motivos, e, assim, manter ou rejeitar o
veto.
• Formalidade: formal, expressa. Se não for, será
tácita. (deve ser expresso): tem que ser
manifestado expressamente em 15 dias úteis,
pois a omissão implicará em SANÇÃO TÁCITA.
→Características
• Irretratável: uma vez formalizado o veto, o
presidente não pode voltar atrás. O presidente da
República, apóß manifestar sua vontade e
comunicadas as razoes ao Legislativo, não pode
mudar de idéia.
• Supressivo: por meio do veto o presidente tem a
possibilidade de retirar da proposição dispositivos
em relação aos quais o presidente não concorda.
Suprimir é permitido, mas adicionar não. Só pode
excluir/retirar e não adicionar.
• Relativo: uma vez vetada a proposição, o veto
será encaminhado ao Congresso Nacional para que
esta o delibere. Sanção e veto derrubado pelo
congresso tem o mesmo efeito: encerrar a segunda
fase e transformar o projeto em lei. (art. 66, § 1º - o
veto não encerra o processo legislativo, apenas o
prorroga). Do veto resulta o reexame do projeto
pelo próprio Legislativo, que poderá superá-lo por
maioria qualificada.
→Procedimento
§ 4º - O veto será apreciado em sessão conjunta, dentro de trinta dias a contar
de seu recebimento, só podendo ser rejeitado pelo voto da maioria absoluta dos
Deputados e Senadores, em escrutínio secreto.
→as duas casas podem deliberar sobre o veto do presidente da república. A
sessão é conjunta, mas a votação é em separado. Para que haja a derrubada do
veto é preciso maioria absoluta do senado + maioria absoluta da câmara. Por
isso que é tão difícil derrubar o veto. O Congresso Nacional possui 30 dias para
derrubar um veto.
§ 5º - Se o veto não for mantido, será o projeto enviado, para promulgação, ao
Presidente da República.
→e depois publicação e, a partir de então, entrará em vigor.
§ 6º Esgotado sem deliberação o prazo estabelecido no § 4º, o veto será
colocado na ordem do dia da sessão imediata, sobrestadas as demais
proposições, até sua votação final
→se esse prazo não for atendido a pauta do CN fica trancada.
§ 7º - Se a lei não for promulgada dentro de quarenta e oito horas pelo
Presidente da República, nos casos dos § 3º e § 5º, o Presidente do Senado a
promulgará, e, se este não o fizer em igual prazo, caberá ao Vice-Presidente do
Senado fazê-lo.

4.3 3ª Fase: Complementar


a) Promulgação:.
→Definição: reconhecimento formal de que o ordenamento jurídico foi
validamente alterado, inovado. Art. 66, § 7º da CF/88; É o atestado de que a
ordem jurídica foi inovada pela presença de nova lei; é a declaração de
existência da nova lei. Incide sobre ato já perfeito e acabado.
→Efeitos:
• A promulgação torna conhecidos os atos
praticados durante o processo legislativo
• Cria, em favor do ato promulgado, uma
presunção de validade. Indica, até que os
tribunais se pronunciem em contrário, que a lei é
válida, executável e obrigatória – válida e eficaz;
→É CONDIÇÃO DE VALIDADE DO ATO NORMATIVO
b) Publicação: é condição de eficácia. A constituição nada fala sobre a
publicação. Isso consta no Código Civil. não é regida por norma constitucional,
mas pela LICC. Consiste numa comunicação dirigida a todos os que devem
cumprir o ato normativo, informando-os de sua existência e de seu conteúdo.
→CONDIÇÃO DE EFICÁCIA DO ATO NORMATIVO
Compete a promulgação à autoridade promulgadora do ato. Embora isso não
esteja expresso em parte alguma, tal deflui de ser a publicação a comunicação
da promulgação de um ato normativo.
Em nosso direito não há prazo para a publicação dos atos promulgados. Nem
sequer o nosso direito se lembrou de determinar que a publicação venha logo
após à promulgação, como fez a Constituição italiana. Existe, assim, segundo
MGFF, uma BRECHA pela qual pode protelar-se a entrada em vigor de um ato
normativo, o que importa numa verdadeira fraude. Há, porém, quem sustente o
contrário. Segundo afirmava DUGUIT, entende José Afonso da Silva QUE A LEI HÁ
DE SER PUBLICADA DENTRO DO PRAZO DE PROMULGAÇÃO, isto porque A
PUBLICAÇÃO INTEGRA, SEGUNDO ELE, A
PROMULGAÇÃO. De acordo com MGFF não é aceitável essa lição, uma vez que
promulgação e publicação são atos juridicamente distintos. Aquela atesta,
autentica a existência de um ato normativo válido, executável e obrigatório. Esta
comunica essa existência aos sujeitos a que esse ato normativo se dirige. Esta é
a notícia de um fato, que não se confunde com o fato. Mais ainda, a publicação
pressupõe perfeita e acabada a promulgação, a que deve seguir-se. Daí decorre
que, embora quem promulgue tenha o dever de publicar, o prazo para
promulgação não pode compreender o da publicação, já que do contrário o prazo
constitucional de promulgação seria
logicamente reduzido pela necessidade de, durante ele, ocorrer a publicação que
forçosamente lhe é posterior.

20.09.10

PROCESSO LEGISLATIVO SUMÁRIO

— REGIME DE URGÊNCIA—

Possui as mesmas fases do processo legislativo ordinário, mas com prazo


determinado – 45 dias
sucessivamente para as Casas e 10 para as Emendas – prazo máximo de 100
dias.
Prerrogativa do Presidente da República
Hipótese de trancamento da pauta da Casa em que a proposição estiver.

Art. 64§ 1º - O Presidente da República poderá solicitar urgência para apreciação


de projetos de sua iniciativa.

Prerrogativa exclusiva do Presidente da República.


→Hipóteses de trancamento de pauta.

_______________________________Prova até aqui!


______________________________________
Aula de sábado (19.09): faltei! [Medidas Provisórias]

21.09.09
3.6 Processo Legislativo
As medidas provisórias têm processo legislativo especial.

→Art. 62, Caput: Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República


poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de
imediato ao Congresso Nacional. [pode-se equiparar as MPs a um projeto de lei
atípico]
→Art. 62, §9°: Caberá à comissão mista de Deputados e Senadores examinar as
medidas provisórias e sobre elas emitir parecer, antes de serem apreciadas, em
sessão separada, pelo plenário de cada uma das Casas do Congresso Nacional.
→Art. 62, §8°[As medidas provisórias terão sua votação iniciada na Câmara dos
Deputados] c/ art. 62, §5° [A deliberação de cada uma das Casas do Congresso
Nacional sobre o mérito das medidas provisórias dependerá de juízo prévio sobre
o atendimento de seus pressupostos constitucionais] [reúne no plenário da
câmara. Examina-se a urgência e relevância e depois o mérito]

OBS: inaplicabilidade do procedimento abreviado, já que o §9° estabelece que


toda MP tem que ir a plenário, não há previsão de as MPs serem aprovadas em
caráter terminativo. Elas tem que ir a plenário necessariamente.

3.7 Regime de Urgência


Trancamento de pauta. A eficácia temporal das MPs é de 60 dias que podem ser
prolongados por mais 60 dias. Na prática acaba sendo extrapolado esse prazo de
120 dias.
§ 4º O prazo a que se refere o § 3º contar-se-á da publicação da medida
provisória, suspendendo-se durante os períodos de recesso do Congresso
Nacional

3.8 Rejeição de Medida Provisória

3.9 Eficácia temporal das MP’s


§ 6º Se a medida provisória não for apreciada em até quarenta e cinco dias
contados de sua publicação, entrará em regime de urgência, subseqüentemente,
em cada uma das Casas do Congresso Nacional, ficando sobrestadas, até que se
ultime a votação, todas as demais deliberações legislativas da Casa em que
estiver tramitando. [trancamento de pauta. A partir do 46°dia a pauta será
trancada aonde quer que esteja a MP, seja no senado, seja na câmara. Esse
trancamento é diferente do trancamento que ocorre no processo legislativo
sumário, posto que aqui tranca tudo, senado, câmara, tudo.]
§ 7º Prorrogar-se-á uma única vez por igual período a vigência de medida
provisória que, no prazo de sessenta dias, contado de sua publicação, não tiver a
sua votação encerrada nas duas Casas do Congresso Nacional.
OBS: Art. 2° da EC 32/01: As medidas provisórias editadas em data anterior à
da publicação desta emenda continuam em vigor até que medida provisória
ulterior as revogue explicitamente ou até deliberação definitiva do Congresso
Nacional.
[perenizou as medidas provisórias]

3.10 Efeitos e disciplina no caso de rejeição de MP


§ 10. É vedada a reedição, na mesma sessão legislativa, de medida provisória
que tenha sido rejeitada ou que tenha perdido sua eficácia por decurso de prazo.
O efeito jurídico é que a MP sai do ordenamento jurídico e o Presidente não pode
recriá-la no mesmo ano. Vedação absoluta. A rejeição pode ser tácita (por
decurso de prazo) ou expressa (o parlamento se reúne).

→Papel do Congresso Nacional: Rejeitar e disciplinar as relações jurídicas


decorrentes da MP rejeitada, por decreto legislativo.
§ 3º As medidas provisórias, ressalvado o disposto nos §§ 11 e 12 perderão
eficácia, desde a edição, se não forem convertidas em lei no prazo de sessenta
dias, prorrogável, nos termos do § 7º, uma vez por igual período, devendo o
Congresso Nacional disciplinar, por decreto legislativo, as relações jurídicas delas
decorrentes. [o efeito é ex tunc, retroativo. Mas é necessário que a cada criação
de uma MP o Congresso Legislativo crie um decreto lei para regular os atos
daqueles que praticaram atos com base na MP]

3.11 Medidas provisórias nos estados e nos município


Só é possível se as constituições assim prevejam, tal como as leis orgânicas.
STF.

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