Beruflich Dokumente
Kultur Dokumente
09
ALEXANDRE DE MORAES:
03.08.09
Poder Legislativo
→Congresso Nacional.
I. Origem
II. Estrutura
a. Unicameral [ou monocameral. Composto por uma única casa. Nos
municípios, distrito federal e estados brasileiros o legislativo é
unicameral.]. É estruturado por uma única assembléia. Há no Brasil,
na Croácia, em Portugal.
→PS: no Brasil só será bicameral a nível federal.
b. Bicameral: duas câmaras, duas casas, duas assembléias. [art. 44.
Composto por duas casas. Uma delas representa o povo. As casas
atuam em separado]
a. Aristocrático: o que diferencia as duas casas é o traço sócio
econômico. [como o inglês. Câmara dos lordes e dos comuns]
b. Federativo: o traço diferenciador tem matriz no princípio
federativo. Há em uma casa, representantes do povo e em
outra casa, representantes dos Estados e do DF. [é o
brasileiro, o norte americano, etc. Essas casas são
responsáveis pela produção normativa.]
III. Funções Típicas do Legislativo [ambas têm o mesmo grau de
importância]
a. Legislar [produzir normas]: elaborar leis em sentido formal, que
obedece aos tramites do processo legislativo.
b. Fiscalizar [art. 49, X, CF]: função de origem medieval, quando
as câmaras tinham poder financeiro. Será exercida de duas
formas:
a. Controle político administrativo: análise da gestão da
coisa pública. O legislativo verifica a burocracia no Poder
Executivo para acompanhar os tramites legais. Pode
requisitar, ainda, esclarecimentos de juízes e ministros.
[feito por requerimentos, CPI’s, convocamentos. Aqui o
Legislativo poderá questionar os atos do poder executivo,
tendo acesso ao funcionamento da sua máquina
burocrática, a fim de analisar a gestão da coisa pública]
Ex: art. 58, §3°, CF → CPI: é uma função tão típica
quanto a de legislar.
Art. 50, CF: Art. 50. A Câmara dos Deputados e o Senado
Federal, ou qualquer de suas Comissões, poderão
convocar Ministro de Estado ou quaisquer titulares de
órgãos diretamente subordinados à Presidência da
República para prestarem, pessoalmente, informações
sobre assunto previamente determinado, importando
crime de responsabilidade a ausência sem justificação
adequada
b. Fiscalização contábil, financeira orçamentária: esse
tipo de fiscalização é eminentemente técnica. Por isso
essa fiscalização não pode ser feita pelo Legislativo,
senão com a participação do Tribunal de Contas. Isso
porque a fiscalização deixou de ser política e passou a ser
técnica.
Ex: art. 71, CF [arts. 70 a 75 da Const.]
IV.Funções Atípicas
a. Administrar [quando a leg. Dispõe sobre sua organização e
operacionalidade interna, provimento de cargos, promoções de
seus servidores.] / executar [julgar. No caso de processo e
julgamento do Presidente da República por crime de
responsabilidade]
Ex: art. 51, IV, CF
Art. 52, XIII, CF.
b. Jurisdicional: o senado Federal aqui no Brasil processo e julga o
presidente da república, ou seja, exerce o a função jurisdicional, diz
o direito no caso concreto.
Ex: art. 52, I, CF: processar e julgar
Art. 52, II, CF
Art. 55, parágrafo2°, CF: decoro parlamentar
05.08.09
OBS: não é qualquer pessoa que faz parte das mesas, os escolhidos
devem representar proporcionalmente os partidos. Os partidos que
tiverem pouca representação se juntam e formam os blocos
parlamentares (art. 58, § 1º).
→ votação dos membros da Mesa de dois em dois anos (art. 57, § 4º) –
recondução?
10.08.09
III.Limites
26.08.09
III.2 Imunidade Formal
→Conceito: é o instituto que garante ao parlamentar a impossibilidade de ser ou
permanecer preso ou, ainda, a possibilidade de sustação do andamento da ação
penal por crimes praticados após a diplomação.
Assim, os parlamentares, salvo nas hipóteses de imunidade material, estão
submetidos às mesmas leis que os outros indivíduos em face do princípio da
igualdade, tendo de responder como estes por seus atos criminosos, mas, no
interesse público, convém que eles não sejam afastados ou subtraídos de suas
funções legiferantes por processos judiciais arbitrários ou vexatórios, emanados
de adversário político, ou governo arbitrário.
2.2.1 Quanto à prisão (art. 53, §3º): trata-se de uma
prerrogativa que impede a sua prisão a partir de sua diplomação,
ressalvada a prisão de flagrante por crime inafiançável. Neste caso,
a manutenção da prisão dependerá de autorização da Casa
respectiva para formação de culpa, pelo voto ostensivo e nominal
da maioria de seus membros.
a) Marco temporal: diplomação [ao final da eleição a Justiça
Eleitoral proclama o resultado e proclama os que receberam
número determinado de votos que o habilita a tomar posse.
Reconhecimento formal da Justiça Eleitoral que o candidato
está apto a exercer determinado cargo. Ser preso em
flagrante não exclui o processo que irá rolar. PS: a
diplomação é anterior à posse e é nela que a imunidade
formal o atinge, pois a constituição pretende evitar que
mesmo diplomado ele não tivesse condição de tomar posse.
Pois ao receber o diploma ele recebe o documento com a
soberania popular para exercer o cargo]
b) Procedimento
→E a prisão decorrente da sentença criminal transitada em julgado?
Doutrina diz que a única exceção à prisão do parlamentar é a por crime
inafiançável. Já o supremo manda prender na hora.
PS:Não estudar por livro anterior a 2001. Tudo mudou.
- A votação deverá ser NOMINAL e OSTENSIVA –
OBS.:
* STF (Inq nº 1.504/DF):
“O membro do Congresso Nacional, quando
ostentar a condição formal de INDICIADO ou de
RÉU, não poderá sofrer CONDUÇÃO COERCITIVA,
se deixar de comparecer ao ato de seu
interrogatório, pois essa medida restritiva, que
lhe afeta o status libertatis, é vedada pela
cláusula constitucional que assegura, aos
parlamentares, o estado de RELATIVA
INCOERCIBILIDADE PESSOAL.”
* STF (Inq nº 1628/DF):
“Os membros do Congresso Nacional –
porque titulares da imunidade parlamentar em
sentido formal, que também lhes garante o
estado de relativa incoercibilidade pessoal – não
poderão ser conduzidos coercitivamente, ainda
que por determinação desta Suprema Corte, caso
deixem de atender à convocação para responder
a interrogatório”.
OBS:
1) Efeito da sustação
Se houver a sustação a prescrição também será suspensa.
2) Concurso de agentes [havendo concurso de
parlamentar com não parlamentar, os autos deste são
enviados à justiça comum e a prescrição daquele é
suspensa.
SUSTAÇÃO DO ANDAMENTO DA AÇÃO PENAL X CONCURSO DE AGENTES
b.5. Eficácia temporal da imunidade formal
- Tem eficácia temporal limitada, pois protege os
parlamentares apenas DURANTE O EXERCÍCIO
ATUAL E EFETIVO do mandato.
31.08.09
III.3 Foro por Prerrogativa de Função (art. 53, §1° + 102, I,
“b”)
Os congressistas somente poderão ser processados e julgados, nas infrações
penais comuns, pelo STF. Abrange todas as modalidades de infrações penais,
desde delitos eleitorais a crimes contra a vida e contravenções penais. Rege-se
pela regra da Atualidade do Mandato.
Obs.: A definição de competência em relação à prerrogativa de foro em razão da
função regesse pela REGRA da ATUALIDADE DO MANDATO (enquanto durar o
mandato, a competência será do STF).
OBS:
* Deputados estaduais e distritais gozam dessas imunidades?
Art. 27, §1°: Será de quatro anos o mandato dos Deputados Estaduais,
aplicando- sê-lhes as regras desta Constituição sobre sistema eleitoral,
inviolabilidade, imunidades, remuneração, perda de mandato, licença,
impedimentos e incorporação às Forças Armadas.
Art. 32, §3°: Aos Deputados Distritais e à Câmara Legislativa aplica-se o disposto
no art. 27.
→O caso dos vereadores é diferente. Inviolabilidade limitada à circunscrição do
município.
→PS: afastado, voluntariamente, do exercício do mandato, para ocupar cargo no
Poder Executivo, o parlamentar não leva a prerrogativa conferida ao Poder
Legislativo.
3.5 Incompatibilidades (art. 54)
III.6 Características
a) Não se estendem aos suplentes: o suplente não tem
direito às prerrogativas e por isso não se submete às
incompatibilidades.
b) Podem incidir a partir da diplomação:
c) Não interditam candidaturas: porque é preciso esperar
o pleito eleitoral e a diplomação. A partir da diplomação
ele terá que escolher entre se submeter às
incompatibilidades e tomar posse. Se não quiser tomar
posse o suplente entra no lugar dele.
d) Não anulam as eleições: por burla às regras. Ele só
perde o mandato. A incompatibilidade pode ser causa de
perda de mandato, mas não de anulação de eleição.
III.7 Classificação
a) Políticas : II, d) ser titulares de mais de um cargo ou
mandato público eletivo.
b) Negociais: II, a) ser proprietários, controladores ou
diretores de empresa que goze de favor decorrente de
contrato com pessoa jurídica de direito público, ou nela
exercer função remunerada;
c) Funcionais: I, “b”: ocupar cargo ou função de que sejam
demissíveis "ad nutum", nas entidades referidas no inciso
I, "a";
d) Profissionais : II, c) patrocinar causa em que seja
interessada qualquer das entidades a que se refere o
inciso I, "a";
Art. 15, III [direitos políticos suspensos] X Art. 55, VI [perda do mandato]
Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se
dará nos casos de:
III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos;
Art. 55. Perderá o mandato o Deputado ou Senador:
VI - que sofrer condenação criminal em sentença transitada em julgado.
[não confundir perda do mandato com suspensão dos direitos políticos]
§ 2º - Nos casos dos incisos I, II e VI [são as três hipóteses de cassação], a
perda do mandato será decidida pela Câmara dos Deputados ou pelo Senado
Federal, por voto secreto e maioria absoluta, mediante provocação da respectiva
Mesa ou de partido político representado no Congresso Nacional, assegurada
ampla defesa.
Processo Legislativo
[constitucional]
Art. 59. O processo legislativo compreende a elaboração de:
I - emendas à Constituição;
II - leis complementares;
III - leis ordinárias;
IV - leis delegadas;
V - medidas provisórias;
VI - decretos legislativos;
VII - resoluções.
Parágrafo único. Lei complementar disporá sobre a elaboração, redação,
alteração e consolidação das leis
Observações:
1. A sanção tácita foi prevista no nosso Direito para evitar o engavetamento de
projetos pelo Presidente. Transformou-se, segundo MGFF em instrumento de
covardia política, em modo de querer fingindo não querer. Serve para sancionar
aquilo que não se quer vetar, mas que não se tem a coragem de aprovar
publicamente, por temor à impopularidade.
2. Vício de iniciativa e sanção (Súmula 5, do STF: “A sanção do projeto supre a
falta de iniciativa do Poder Executivo”)
b) Veto
Pouco difere na forma do direito clássico, todavia, seu significado foi bastante
alterado. O veto parecia ter um caráter secundário aos olhos dos
constitucionalistas do século XVIII e XIX. Viam nele apenas e tão-somente um
instrumento de defesa do Executivo contra a possível prepotência do
Parlamento. A experiência veio revelar outro caráter no veto, ali onde a
Constituição subordina a sua rejeição a maioria qualificada, por meio do veto
passou o Executivo a influir profundamente na legislação.
IV.1.b.1 Definição: manifestação formal e expressa do
Presidente da República de discordância em relação ao
Projeto de Lei aprovado pelo Parlamento. Deve ser
sempre motivado e expresso, porque não há veto tácito
na nossa legislação.
IV.1.b.2 Espécies
• Motivação:
o Jurídico: veto calçado, fundamentado em
questões de eventual
inconstitucionalidade do projeto. O
presidente pode fazer isso devido o art. 77
(?), CF e §1° do art. 66. veto por
inconstitucionalidade: revela o Presidente
como GUARDIÃO DA ORDEM JURÍDICA,
colocando numa posição de defensor da
Constituição e numa posição privilegiada,
visto que pode exercer um controle
preventivo para defendê-la de qualquer
arranhão resultante da entrada em vigor
de lei inconstitucional.
o Político: porque a constituição usa o
termo “interesse público”. Esse veto é
discricionário. O presidente pode votar
com base em motivação política. envolve
uma apreciação de vantagem e
desvantagem. Apresenta o Presidente
como defensor do interesse público.
• Jurídico-Político: reúne numa só
situação as duas situações de
inconstitucionalidade e que vá de
encontro ao interesse público.
• Abrangência:
• Total: o veto incide sobre toda a
proposição. Foi tudo vetado. Atinge todo o
projeto de lei.
• Parcial: incide apenas sobre parcela da
proposição. Esse veto é invenção
brasileira. Foi criado pela CF de 46 para
proteger o Presidente da República. o veto
parcial é uma originalidade brasileira (art.
66, § 2º). Foi adotado em nosso Direito
Federal pela primeira vez na reforma
constitucional realizada em 1926. A
Emenda Constitucional n. 17 à
Constituição de 1946 restringiu o veto
parcial ao texto de artigo, parágrafo,
inciso, item, número ou alínea, o que foi
repetido pela Constituição, na redação de
1967. Todavia, a Emenda n. 1/69 suprimiu
essa restrição, o que foi interpretado como
autorizando o veto a colher palavras
isoladas. Enfim, a CF de 88 restaurou a
proibição no art. 66, §2o.
→Requisitos:
• Motivação: o presidente tem que dizer o porquê
do veto. Sua motivação. Art. 66, § 1º;
fundamentar os motivos do veto (controle de
constitucionalidade preventivo) – no caso de
veto por inconstitucionalidade ou por
inconveniência; exigência necessária para que o
Congresso possa apreciar a procedência ou não
de tais motivos, e, assim, manter ou rejeitar o
veto.
• Formalidade: formal, expressa. Se não for, será
tácita. (deve ser expresso): tem que ser
manifestado expressamente em 15 dias úteis,
pois a omissão implicará em SANÇÃO TÁCITA.
→Características
• Irretratável: uma vez formalizado o veto, o
presidente não pode voltar atrás. O presidente da
República, apóß manifestar sua vontade e
comunicadas as razoes ao Legislativo, não pode
mudar de idéia.
• Supressivo: por meio do veto o presidente tem a
possibilidade de retirar da proposição dispositivos
em relação aos quais o presidente não concorda.
Suprimir é permitido, mas adicionar não. Só pode
excluir/retirar e não adicionar.
• Relativo: uma vez vetada a proposição, o veto
será encaminhado ao Congresso Nacional para que
esta o delibere. Sanção e veto derrubado pelo
congresso tem o mesmo efeito: encerrar a segunda
fase e transformar o projeto em lei. (art. 66, § 1º - o
veto não encerra o processo legislativo, apenas o
prorroga). Do veto resulta o reexame do projeto
pelo próprio Legislativo, que poderá superá-lo por
maioria qualificada.
→Procedimento
§ 4º - O veto será apreciado em sessão conjunta, dentro de trinta dias a contar
de seu recebimento, só podendo ser rejeitado pelo voto da maioria absoluta dos
Deputados e Senadores, em escrutínio secreto.
→as duas casas podem deliberar sobre o veto do presidente da república. A
sessão é conjunta, mas a votação é em separado. Para que haja a derrubada do
veto é preciso maioria absoluta do senado + maioria absoluta da câmara. Por
isso que é tão difícil derrubar o veto. O Congresso Nacional possui 30 dias para
derrubar um veto.
§ 5º - Se o veto não for mantido, será o projeto enviado, para promulgação, ao
Presidente da República.
→e depois publicação e, a partir de então, entrará em vigor.
§ 6º Esgotado sem deliberação o prazo estabelecido no § 4º, o veto será
colocado na ordem do dia da sessão imediata, sobrestadas as demais
proposições, até sua votação final
→se esse prazo não for atendido a pauta do CN fica trancada.
§ 7º - Se a lei não for promulgada dentro de quarenta e oito horas pelo
Presidente da República, nos casos dos § 3º e § 5º, o Presidente do Senado a
promulgará, e, se este não o fizer em igual prazo, caberá ao Vice-Presidente do
Senado fazê-lo.
20.09.10
— REGIME DE URGÊNCIA—
21.09.09
3.6 Processo Legislativo
As medidas provisórias têm processo legislativo especial.