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Trotskismo X Leninismo
Lições da História
Harpal Brar
Tradução – Pedro Castro
Parte I
Capítulo 2
Partido do Proletariado
Capítulo 3
Teoria da Revolução
Capítulo 4
Conclusão da Parte I
Parte I
"Em sua luta pelo poder, o proletariado não tem outra arma senão a organização"
Lênin
Capítulo 1
Introdução à Parte I
É nosso dever não tratar o trotskismo como uma piada (mesmo que
corretamente tratemos certos trotskistas como tal), porém como uma ideologia que
está causando sérios danos ao movimento da classe operária. Devemos refutar esta
ideologia burguesa cientificamente e provar aos operários (não apenas a nós mesmos)
que o trotskismo é uma ideologia burguesa contra-revolucionária que é anticomunista
e antileninista, embora por motivos de conveniência e dissimulação prefira operar sob
a bandeira do 'marxismo-leninismo'.
Após a morte de Lênin, o trotskismo fez outra tentativa de dar a volta por cima
e substituir o leninismo. Sofreu um completo desastre, como será visto nos capítulos
sobre os processos de Moscou. Foi derrotado.
Desde a metade dos anos 50, o trotskismo fez outra tentativa de substituir o
leninismo com algum grau moderado de sucesso. Isto porque o trotskismo foi
ressuscitado e ganhou novo fôlego de vida graças à traição do marxismo-leninismo
pelo grupo de renegados revisionistas dirigentes da União Soviética. No 20° Congresso
do Partido Comunista da União Soviética (PCUS) teve lugar um golpe de Estado que
levou ao poder o grupo de renegados e pelegos chefiados por N. S. Kruchev, cujo
principal objetivo era restaurar o capitalismo na União Soviética. Isto não poderia ser
É sob este prisma que o ataque ao camarada Stalin tem de ser entendido. Os
revolucionários de todo o mundo tinham tremendo respeito e afeição pelo grande
marxista-leninista que manteve alta a bandeira do marxismo-leninismo, a bandeira da
revolução proletária. Stalin defendeu, o mais resoluta e corajosamente, a ditadura do
proletariado na União Soviética contra os inimigos da classe operária dentro e fora do
movimento da classe operária. Mao Tse-tung, o grande líder da revolução chinesa,
disse o seguinte no 60° aniversário do nascimento de Stalin:
Seria de surpreender, então, que aquela "campanha frenética contra Stalin por
dirigentes do PCUS capacitasse os trotskistas, que tinham se tornado fazia tempo
cadáveres políticos, a se soerguerem outra vez e clamarem pela 'reabilitação' de
Trotsky"? (Segundo Comentário sobre a Carta Aberta do Comitê Central do PCUS, pelo
Partido Comunista da China, 13 de setembro de 1963].
Tendo em vista o que foi dito, torna-se dever de todo revolucionário marxista-
leninista encetar uma feroz e implacável luta contra o trotskismo, que nada mais é do
que uma influência ideológica da burguesia dentro das fileiras da classe operária.
Porém, a fim de encetar uma luta contra o trotskismo, devemos antes de tudo
saber a natureza do trotskismo, os métodos por ele adotados e as formas pelas quais
ele faz seu aparecimento repulsivo de tempos em tempos.
"O novo trotskismo não é uma mera repetição do velho trotskismo; suas plumas
foram arrancadas e ele está um tanto murcho; é incomparavelmente mais brando no
espírito e mais moderado na forma do que o velho trotskismo; porém, na essência, ele
indubitavelmente mantém todos as características específicas do velho trotskismo. O
novo trotskismo não se atreve a apresentar-se como uma força militante contra o
leninismo; prefere operar sob a bandeira comum do leninismo, sob o slogan de
interpretar e aprimorar o leninismo. Isto porque ele é débil. Não pode ser considerado
um acidente que o aparecimento do novo trotskismo coincidiu com o desaparecimento
de Lênin. No tempo de vida de Lênin, ele não teria se atrevido a dar este passo
arriscado" (Problemas do leninismo).
Mais adiante, na mesma carta, Trotsky descreve Lênin como: "um explorador
profissional de todo tipo de atraso no movimento da classe operária russa".
Aqui, da boca do próprio Trotsky, tem-se em forma pura a verdadeira visão que
Trotsky tinha do leninismo: ele considera "o edifício inteiro do leninismo" como tendo
sido "construído sobre mentiras e falsificação" e considera Lênin como um "explorador
profissional de todo tipo de atraso no movimento da classe operária russa ".
A verdade é que o trotskismo está tão longe do leninismo como a terra está
longe do céu. A verdade é que o trotskismo lutou contra o leninismo no passado e está
lutando contra o leninismo agora. Antes da Revolução de Outubro ele lutou contra o
leninismo abertamente; desde a Revolução de Outubro engajou-se numa luta não tão
aberta contra o leninismo. Atualmente luta contra o leninismo indiretamente,
desfechando ataques odiosos contra Stalin e o "stalinismo". Por quê? Porque
denunciar Stalin é uma precondição necessária à denúncia do leninismo e do
bolchevismo, da ditadura do proletariado e da construção do socialismo na URSS
durante o tempo de Lênin e Stalin. Stalin foi um grande marxista-leninista que aplicou
o leninismo com sucesso, nas condições prevalecentes na URSS e no mundo, por três
décadas. Foi sob sua liderança leninista, e enfrentando a direta oposição trotskista,
que o povo soviético construiu o socialismo na Rússia e levou os povos do mundo à
guerra antifascista. Estas são realizações certamente gloriosas. Se são negadas, o que
então resta do leninismo? Não está claro, então, para todo o mundo, que este ataque
ao 'stalinismo' é certamente um ataque ao leninismo, que ele representa outra - ainda
outra! - tentativa de Trotsky de substituir o leninismo pelo trotskismo? É assim que o
Trotskismo usa o 'leninismo' para lutar contra o leninismo.
qual foi sua estratégia e tática para a revolução russa? Seria necessário investigar a
posição de Trotsky e seus seguidores sobre a controvérsia em torno da questão da
construção do socialismo em um só país e depois passar a revisar a reação de Trotsky e
seus seguidores frente à derrota de sua política de oposição à construção do
socialismo em um só pais: Trotsky e seus seguidores, por exemplo, recorreram às
atividades anti-Partido, ao terror e ao assassinato, ao vandalismo e à sabotagem para
realizar o que tinha sido derrotado pela esmagadora maioria do proletariado
soviético? Eles deram ou não deram as mãos aos fascistas, para o propósito de atacar
o Estado dos operários, pelos quais seu ódio era tão extremo que eles estavam
dispostos a fazer aliança com os nazistas? Eles tentaram ou não tentaram sabotar os
movimentos da Frente Popular ao redor do mundo, antes da Segunda Guerra
Mundial? Eles sabotaram ou não, com sucesso, a Frente Popular na Espanha, com isso
contribuindo para a vitória dos fascistas liderados por Franco naquele país? Também
examinaremos o ponto de vista de Trotsky e do resto da oposição a respeito da
revolução chinesa.
Capítulo 2
Partido do Proletariado:
Importância do Partido
"Em sua luta pelo poder, o proletariado não tem outra arma senão sua
organização. Desunido pelo regime da competição anárquica no mundo burguês,
esmagado pelo trabalho forçado para o capital, constantemente empurrado para o
fundo do poço da completa indigência, selvageria e degeneração, o proletariado
somente pode tornar-se, e inevitavelmente tornar-se-á, uma força invencível, quando
sua unificação ideológica, pelos princípios do marxismo, seja consolidada pela unidade
material de uma organização que reunirá milhões de trabalhadores em um exército da
classe operária" (Lênin:One Step Forward Two Steps Back).
Trotskismo x Leninismo
(1) devoção e energias criativas das grandes massas nas fábricas, nas minas e
nas terras. Sem a cooperação e a participação das massas, o tipo de transformação
social bem sucedida realizada na URSS teria sido impossível. Foi por causa da
cooperação e participação do povo soviético que a União Soviética fez tremendos
avanços em todos os campos - econômico, militar, ideológico e cultural - a despeito do
fato de que a revolução não tinha especialistas próprios e teve que se valer de
especialistas que restaram do tzarismo e do capitalismo, muitos dos quais eram os
maiores inimigos do bolchevismo e, conseqüentemente, da Revolução de Outubro.
Sem o sincero apoio, cooperação, entusiasmo e trabalho heróico de milhões e milhões
das massas russas, o tremendo avanço feito pela URSS não teria sido alcançado.
(2) direção de um partido revolucionário. Não seria exagero dizer que o Estado
soviético não teria sobrevivido, muito menos desenvolvido, nessas condições, se os
operários russos não tivessem sido dirigidos por um partido revolucionário -um partido
que à base da qualidade de seus líderes, do seu auto-sacrifício e heroísmo, ganhou sua
confiança; um partido que eles estavam dispostos a seguir em todos os estágios da
luta, antes, durante e depois da revolução.
qual o proletariado necessita de seu partido - um partido de ferro, que seja temperado
na luta.
"A ditadura do proletariado", diz Lênin, "é uma luta obstinada - sangrenta e
sem sangue, violenta e pacífica, militar e econômica, educacional e administrativa-
contra as forças e tradições da velha sociedade. A força do hábito de milhões e dezenas
de milhões é uma força muito terrível. Sem um partido de ferro temperado na luta, sem
um partido que detenha a confiança de todos que são honestos na dada classe, sem
um partido capaz de proteger e influenciar o ânimo das massas, é impossível conduzir
tal luta com sucesso" (Lênin, ibid., p. 44).
naturalmente, atingir o leninismo. Assim foi que Trotsky e seus seguidores pensaram
desacreditar as políticas leninistas do Partido Bolchevique dirigido por Stalin. Este foi
de fato um exemplo clássico do uso do nome de Lênin para lutar contra o leninismo -
contra seu conteúdo interno completo - um exemplo óbvio de brandir a bandeira
vermelha com o objetivo de opor-se a ela e um exemplo óbvio dos costumeiros
embustes fraudulentos trotskistas.
É neste contexto que o ataque de Trotsky a Stalin deve ser entendido. Não era
um ataque dirigido contra Stalin como um indivíduo, porém contra alguém que
durante o curso da luta tinha emergido como o porta-voz mais representativo do
Partido Bolchevique que estava mantendo, defendendo e aplicando o leninismo. O
alvo principal dos ataques de Trotsky, portanto, não era Stalin, porém o Partido
Bolchevique. Era o bolchevismo-leninismo revolucionário que estava sob ataque. Era
um ataque aos métodos e formas de organização do Partido Bolchevique - um ataque
às políticas leninistas fundamentais perseguidas pelo Partido.
É assim que a questão se coloca no que diz respeito às relações de Trotsky com
o Partido Bolchevique, antes e depois da Revolução e antes, bem como depois, da
morte de Lênin.
do partido eram selecionados pelo Comitê Central, e todos os comitês tinham o direito
de co-opção. No Segundo Congresso do Partido do Trabalho Social Democrático da
Rússia (RSDLP), realizado em Londres em 1903, este conflito veio à baila e Trotsky,
aliado da ala direita do Congresso, opôs-se violentamente ao ponto de vista de Lênin
sobre as questões organizacionais. Lênin foi derrotado nesta questão por uma maioria
de dois ou três votos.
"Nós somos o Partido de uma classe, e, portanto, quase toda a classe (e nos
tempos de guerra, no período de guerra civil, toda a classe) deve agir sob a liderança
Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/ Página 16
Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte I
de nosso partido, deve aderir a nosso partido tão estreitamente quanto possível.
Porém, seria manilovismo e khvostism4 pensar que em qualquer época sob o
capitalismo quase toda a classe, ou toda a classe, seria capaz de alcançar o nível de
consciência e atividade de seu destacamento avançado ... esquecer esta distinção entre
o destacamento avançado e o total das massas que gravitam em torno dele, esquecer
o dever constante do destacamento avançado, de elevar estratos sempre mais amplos
a esse nível avançado, significa simplesmente enganar a si próprio, fechar os olhos à
imensidão de sua tarefa" (Um Passo Adiante, Dois Passos Atrás).
atenção ao meu desejo de ser cooptado; você é um autocrata porque você recusou-se a
entregar o poder à velha gangue."
E mais adiante:
"À medida que seguimos com a construção de um partido real, o operário com
consciência de classe deve aprender a distinguir a mentalidade do soldado do exército
proletário da mentalidade do intelectual burguês que ostenta sua conversa anarquista,
deve aprender a insistir que os deveres de um membro do partido não são apenas da
infantaria, mas da 'gente de cima' também" (Lênin: Um Passo Adiante, Dois Passos
Atrás).
O ódio de Trotsky à disciplina levou-o a assumir uma visão tão oportunista dos
princípios organizacionais a ponto de opor-se a Lênin no Segundo Congresso. Este
mesmo individualismo pequeno-burguês, equivalente ao 'anarquismo aristocrático',
com seu ódio extremo à disciplina, levaria Trotsky várias vezes a opor-se ao Partido
Bolchevique, formando uma aliança com os fascistas, com o propósito de derrubar o
Estado soviético. Disto falaremos mais adiante.
Trotsky mais tarde diria que a "Revolução foi traída" na União Soviética por
Stalin. Apenas assinalaremos que, se as idéias oportunistas de Trotsky tivessem
prevalecido, não teria havido o Partido Bolchevique e, portanto, nenhuma revolução
que pudesse ser "traída ".
Lênin da forma mais selvagem e mais abusiva. Porque Lênin tinha anteriormente
falado sobre a divisão do trabalho no interior do partido, baseado no fato de que
diferentes ramos de atividade revolucionária exigiam diferentes habilidades, Trotsky
dirigiu um violento ataque a Lênin, denunciou a divisão do trabalho na fábrica
moderna que reduz os operários a meras engrenagens da máquina. E este, ele
assinalava, era o objeto real de Lênin - uns poucos dirigentes ditatoriais no topo com
os operários do Partido reduzidos a meras "engrenagens" na máquina. Esta era uma
queixa feita por Trotsky sempre que ele não conseguia o que queria. Se o Partido
concordava com Trotsky, todas as coisas no Partido estavam bem; no momento em
que as políticas de Trotsky eram rejeitadas pelo Partido, este imediatamente se
transformava numa monstruosidade e uma 'burocracia' terrível, formidável,
insuportável, a ser combatida e liquidada. Tal era a manifestação do individualismo
pequeno-burguês exibido por Trotsky. Este concluiu a polêmica antes mencionada
assim:
Este parágrafo sozinho é suficiente para mostrar que Trotsky, que reivindicava
ser um leninista quando queria liquidar o 'stalinismo' e remover Stalin, na época em
que Lênin estava ocupado em construir o Partido Bolchevique, queria liquidar o
leninismo e remover Lênin..
"Todos esses 'horríveis clichês' sobre jacobinismo expressam nada mais do que
oportunismo. Um jacobino que está inseparavelmente ligado à organização do
proletariado, que é consciente de seus interesses de classe, é um social-democrata
revolucionário. Um girondino que se sente atraído por professores e ginasianos, que
tem medo da ditadura do proletariado e que suspira sobre o valor absoluto das
demandas democráticas é um oportunista" [Um Passo Adiante, Dois Passos Atrás).
"Por que não deveria esta história brincalhona dotar a democracia burguesa
revolucionária de um líder da escola do marxismo revolucionário? Ora, não foi o
marxismo "legal" que providenciou um líder para os liberais? De fato, por que não?"
Camaradas, pergunto a vocês: para alguém que tenha tal visão de Lênin e sua
política, será difícil ver porque mantém uma visão similar à de Stalin e sua política? É
desnecessário provar, camaradas, que para alguém que chamou Lênin de futuro líder
das classes médias russas, não era nada difícil acusar Stalin de ajudar o campesinato
rico e dizer que o 'stalinismo' "deveria ser liquidado a todo custo, do contrário o
Partido está ameaçado de decadência moral e teórica". O fato é que Trotsky fez este
apelo contra o leninismo - contra "a suspeição maliciosa e moralmente repugnante de
Lênin, esta caricatura da intolerância trágica do jacobinismo", em 1906. Ele repetiu
este apelo muitas vezes, até a Revolução de Outubro. A Revolução de Outubro foi ao
mesmo tempo uma contestação muito profunda do trotskismo, e enfraqueceu o
trotskismo. O trotskismo foi "depenado" e tomou uma aparência um tanto
"esfarrapada". Foi precisamente por essa razão que, após a morte de Lênin, o
trotskismo adotou a tática de não atacar o leninismo abertamente, isto é, a tática de
não lançar assaltos frontais ao leninismo. Em lugar disso, adotou a tática desonesta de
atacar o leninismo em nome e à guisa de defender o leninismo. É neste contexto,
camaradas, que o ataque ao camarada Stalin deve ser entendido. É uma continuação
do ataque do trotskismo ao leninismo.
"Gente como Trotsky, com suas frases cheias de entusiasmo sobre o Partido
Operário Social-Democrata da Rússia, com sua reverência aos liquidacionistas,
que nada têm em comum com o Partido Social-Democrata. são o mal da nossa época...
Em realidade são emissários da capitulação aos liquidacionistas. ansiosos para formar
um Partido Operário na linha de Stolypin."
Tal era a atitude de Trotsky para com o Partido Revolucionário durante os anos
da reação seguinte à derrota da revolução de 1905, isto é, Trotsky ajudou os
liquidacionistas que se levantaram pela liquidação do Partido. Ele foi "mais nocivo" do
que os liquidacionistas durante este período e por esta razão Lênin empreendeu uma
luta implacável contra o liquidacionismo oculto de Trotsky, que era "mais nocivo" do
que o liquidacionismo aberto dos liquidacionistas.
Nos dias do velho Iskra (1901-3), esses vacilantes, que passam rapidamente dos
economicistas para os iskraístas e retornam outra vez, foram apelidados de "vira-
casacas tushinos" (nomes dados nos tempos turbulentos da Rússia para pessoas que
passavam sempre de um campo para outro).
"A única base que os 'renegados tushinos' têm para sustentar que estão acima
dos grupos era que eles 'tomam emprestadas' suas idéias de um grupo um dia e de
outro no dia seguinte. Trotsky foi um ardente iskraísta em 1901-3, e Ryazanov
descreveu seu papel no Congresso de 1903 como o de um 'porrete de Lênin'.6 Ao final
de 1903, Trotsky era um ardente menchevique, isto é, ele desertou dos iskraístas e foi
para os economicistas. Ele disse que 'entre a velha e a nova Iskra há um abismo'. Em
1904-5, ele desertou dos mencheviques e ocupou uma posição vacilante, ora
cooperando com Martynov (o economicista), ora proclamando sua teoria esquerdista
absurda da 'Revolução Permanente'. Em 1906-7 ele se aproximou dos bolcheviques e,
na primavera de 1907, declarou que estava de acordo com Rosa Luxemburgo.
A geração mais jovem de operários deve saber exatamente com quem estão
tratando, quando os indivíduos se apresentam a eles com propostas incrivelmente
pretensiosas, relutando absolutamente a levar em conta as decisões do Partido, que
desde 1908 tem definido e estabelecido nossa atitude frente ao liquidacionismo, ou
com a experiência do movimento da classe operária atual na Rússia, que tem
conseguido a unidade da maioria sobre a base do reconhecimento pleno das decisões
acima citadas" (Lênin, CW Vol 20, pp. 346-47).
O que Lênin pensava das pessoas, como Trotsky, que zombavam da disciplina
do Partido?
"Quem quer que enfraqueça ao mínimo que seja a disciplina de ferro do Partido
do proletariado (especialmente durante a época de sua ditadura), realmente ajuda a
burguesia contra o proletariado" (CW Vol. 31, p. 45).
Lênin continuava:
"Pode-se negar que, mesmo que as 'novas tarefas e métodos' fossem indicados
por Trotsky tão corretamente quando ele de fato indicou incorretamente, o simples
enfoque de Trotsky para a questão teria causado prejuízo a si próprio, ao Partido, ao
movimento sindical, ao trabalho de treinamento de milhões de membros de sindicatos
e à República?" (Lênin, CW Vol 32, p. 74, Outra Vez sobre os Sindicatos, a Situação
Atual e os Erros de Trotsky e Bukharin).
Este incidente alarmou tanto Lênin que ele tentou no 10° Congresso do
PCUS(B) passar uma resolução especial contra a "formação de blocos separados,
grupos e facções dentro do Partido. Lênin era de opinião de que os membros do
Partido estavam autorizados a divergirem uns dos outros e resolverem suas diferenças
através das discussões. Mas uma vez que se chegasse a uma decisão, após uma
discussão exaustiva, e a crítica estivesse exaurida, a unidade de propósito e ação dos
membros do Partido era necessária, pois sem esta unidade um Partido do proletariado
e a disciplina proletária são inconcebíveis. Isto Trotsky nunca poderia entender.
Quando estava em minoria, ele corria a formar uma facção dentro do Partido - assim
pondo em risco o Partido e a República Soviética.
como Trotsky, que trabalhavam pela destruição do Partido Bolchevique, pode-se dizer
que objetivamente trabalharam pela continuação da autocracia tzarista e pelo
imperialismo feudal-militarista tzarista.
Notas
uma formulação que abre a porta ao oportunismo pelo fato de que o oportunismo
tem 'causas profundas' é o mais puro khvostismo (reboquismo). Quando o camarada
Trotsky opôs-se ao camarada Lieber, ele entendia que as regras constituíam a
'desconfiança organizada' do todo para a parte, da vanguarda para o destacamento
atrasado; porém, quando o próprio camarada Trotsky colocou-se ao lado do
camarada Lieber, ele esqueceu isto e começou mesmo a justificar a fraqueza e a
instabilidade de nossa organização desta desconfiança (desconfiança do
oportunismo) ao falar sobre 'causas complexas', o 'nível de desenvolvimento do
proletariado' etc. Aqui está outro dos argumentos de Trotsky: 'E muito mais fácil para
o jovem intelectual, organizado de uma forma ou de outra, ingressar nas fileiras do
Partido'. Isso mesmo. Por isso a formulação pela qual mesmo elementos
desorganizados podem proclamar-se filiados ao Partido sofre da vagueza típica do
intelectual, e não a minha formulação, que remove o direito de 'ingressar por si' nas
fileiras. O camarada Trotsky diz que se o Comitê Central 'não reconhecesse' uma
organização de oportunistas seria somente por causa do caráter de certas pessoas e
que, uma vez estas pessoas fossem conhecidas como indivíduos políticos, elas seriam
perigosas e poderiam ser removidas por um boicote geral do Partido. Isto é apenas
verdadeiro em casos em que a pessoa tem de ser removida do Partido (e somente
meia verdade, porque um partido organizado remove membros por votação e não
por boicote). É absolutamente inverídico diante dos casos mais freqüentes: quando a
remoção seria absurda e quando tudo o que se precisa é de controle. Para os
propósitos de controle, o Comitê Central pode, em certas condições,
deliberadamente, admitir no Partido uma organização que não era muito confiável
mas que era capaz de trabalhar: pode fazer isso com o objetivo de testá-la ou tentar
dirigi-la para o caminho correto, de corrigir suas aberrações parciais para uma linha
apropriada etc. Isto não seria perigoso se em geral o 'auto-ingresso' nas fileiras do
Partido não fosse permitido. Seria muitas vezes útil para uma expressão (e discussão)
aberta, responsável e controlada de visões e táticas erradas. 'Porém, se as definições
legais têm de corresponder a relações reais, a formulação do camarada Lênin deve ser
rejeitada', dizia o camarada Trotsky e outra vez ele falava como um oportunista.
Relações reais não são uma coisa morta, elas vivem e se desenvolvem. Definições
legais podem corresponder ao desenvolvimento progressivo dessas relações, porém
elas podem também (se essas definições são más) 'corresponder' a retrocesso ou
estagnação. O último caso é o do camarada Martov" (Um Passo Adiante, Dois Passos
Atrás, ênfase inteiramente de Lênin).
Capítulo 3
Teoria da Revolução:
(Lênin )
"O papel de vanguarda combatente só pode ser preenchido por um Partido que seja
guiado pela teoria mais avançada"
(Lênin)
"...a prática tateia no escuro se seu caminho não é iluminado pela teoria
revolucionária"
(Stalin)
A posição leninista-bolchevique
Porém, o proletariado sozinho não poderia cumprir com sucesso sua tarefa de
dirigir a revolução democrática burguesa e conduzi-la até o final sem a assistência e a
participação ativa de um aliado confiável1. Este aliado confiável, sustentavam os
bolcheviques, não poderia ser outro senão o campesinato. O campesinato estava
interessado no sucesso da revolução, pois somente tal perspectiva poderia capacitá-lo
a ajustar as contas com a classe latifundiária e obter a posse de suas terras.
Lênin trata do papel do campesinato russo - o papel que tinha sido atribuído a
ele por sua posição de classe na revolução vindoura - nos seguintes termos:
Uma coisa que deve ser ressaltada sobre Trotsky é que, a cada vez que ele
assumia uma posição incorreta e oportunista, ele sempre a cobria com o uso de frases
'esquerdistas' e ultra-'revolucionárias'. Ele foi, por exemplo, a favor de se saltar
arbitrariamente sobre o primeiro estágio da revolução russa. Ele foi contra o
estabelecimento da ditadura do proletariado e do campesinato como pré-requisito
necessário ao estabelecimento da ditadura do proletariado. Por quê? Porque, ele
argüia, "estamos vivendo na era do imperialismo, e o imperialismo não opõe a nação
burguesa ao velho regime, mas a nação proletária à burguesa" (Trotsky, Nossa
Revolução, 1906).
Em vista do que foi dito antes, as duas conclusões que emergem são:
"Trotsky repete sua teoria 'original' de 1905 e se recusa a parar para pensar
porque, por dez anos inteiros, a vida passou por esta bela teoria."
Foram precisos apenas dois anos para provar a correção da avaliação de Lênin
do papel do campesinato.
Por causa de sua teoria da 'revolução permanente' - com sua negação do papel
do campesinato, com sua falta de fé na habilidade do proletariado em dirigir as amplas
massas da classe trabalhadora para realizar a vitória do socialismo em um só país, com
sua crença religiosa, acientífica e não marxista, de que a vitória do socialismo só seria
possível no caso de uma revolução simultânea "nos mais importantes países da
Europa" - Trotsky nunca foi capaz de compreender o contexto peculiar da Revolução
de Outubro. É necessário para nós tratarmos deste contexto peculiar da Revolução de
Outubro e à luz destes aspectos peculiares determinar as respectivas posições
(irreconciliáveis) do leninismo e do trotskismo.
Estes dois aspectos são da maior importância para nós, pois não apenas
representam a essência da Revolução de Outubro e uma brilhante aplicação da teoria
de Lênin da ditadura do proletariado e sua teoria da revolução proletária como
também revelam a natureza altamente oportunista da teoria da 'revolução
permanente' de Trotsky.
E mais adiante:
(2) Este saque é repartido entre dois ou três saqueadores mundiais poderosos,
armados até os dentes (América do Norte, Inglaterra e Japão), que envolvem todo o
mundo em sua guerra pela repartição do seu saque" (ibid.);
(4) Onde esta brecha tem lugar? No elo mais fraco da cadeia da frente mundial
do imperialismo, onde o imperialismo é fraco e as forças revolucionárias exercem força
suficiente para efetuar uma tal brecha;
"O desenvolvimento econômico e político desigual", dizia Lênin, "é uma lei
absoluta do capitalismo. Daí, a vitória do socialismo é possível primeiro em alguns ou
mesmo em um único país capitalista, tomado isoladamente. O proletariado vitorioso
daquele país, tendo expropríado os capitalistas e organizado sua própria produção
socialista, deveria posicionar-se contra o resto do mundo, o mundo capitalista, atrair
para sua causa as classes oprimidas de outros países, apoiando as revoltas naqueles
países contra os capitalistas e, caso seja necessário, investir mesmo com força armada
contra as classes exploradoras e seus Estados." Pois "a livre união das nações no
socialismo é impossível sem uma luta mais ou menos prolongada e obstinada pelas
repúblicas socialistas contra os Estados atrasados" (Lênin: SW Vol. 5, p. 141, The
United States of Europe Slogan).
E adiante:
que afirmam que o socialismo não pode ser vitorioso em um único país, e aliás um país
atrasado.
Aquele que não entender este aspecto peculiar da Revolução de Outubro nunca
entenderá a natureza internacional da revolução, ou sua força internacional colossal,
ou sua política externa peculiar" (Stalin, Problems of Leninism).
Pode-se argüir que o livro de Trotsky Nossa Revolução foi publicado em 1906,
quando era difícil determinar precisamente o caráter da revolução russa, que ele
contém alguns erros e que, portanto, não correspondia à visão de Trotsky mais tarde.
Porém, examinemos a visão de Trotsky contida em outro dos seus panfletos, O
Programa da Paz. Este panfleto foi publicado antes da Revolução de Outubro e
reimpresso em 1924 no livro de Trotsky O Ano de 1917. Neste panfleto Trotsky ataca a
teoria de Lênin da revolução proletária sobre a vitória do socialismo em um só país e
opõe a ela sua teoria de um Estados Unidos da Europa. Trotsky argumenta que a
vitória do socialismo só é possível se tal vitória for alcançada em vários dos principais
estados europeus, que deve combiná-los, então, em um Estados Unidos da Europa. De
acordo com Trotsky, uma revolução na Rússia não poderia ser vitoriosa sem uma
revolução proletária na Alemanha. Nem poderia haver revolução vitoriosa na
Alemanha sem uma revolução em outros países europeus avançados. Trotsky disse:
"A afirmação, repetida várias vezes em 'Um Programa de Paz', de que uma
revolução proletária não pode ser conduzida a uma conclusão vitoriosa dentro dos
limites de um só país, pode parecer a alguns leitores ter sido refutada pela experiência
de quase cinco anos de nossa república Soviética. Porém, tal conclusão seria infundada.
O fato de que o Estado dos operários tem se mantido contra todo o mundo em um só
país, e em um país atrasado, atesta a força colossal do proletariado que em outros
países, mais avançados, mais civilizados, seria capaz de operar verdadeiros milagres.
Porém, embora tenhamos resistido no sentido político e militar, como um Estado, não
Parece, então, que, por mais malabarismos que se façam, não temos somente
'não empreendemos' a tarefa de criar uma sociedade socialista como 'nem chegamos
perto disso'. Parece que algumas pessoas tem estado esperando por 'acordos com o
mundo capitalista', porém também parece que nada sairá destes acordos, pois, por
mais que se queira, um 'avanço genuíno da economia socialista' não será possível até
que o proletariado tenha sido vitorioso nos 'mais importantes países da Europa'.
Bem, então, desde que não há ainda nenhuma vitória no Ocidente, a única
'escolha' que permanece para a revolução na Rússia é: apodrecer ou degenerar em um
Estado burguês.
Não é por acidente que Trotsky tenha estado falando já por dois anos sobre a
'degeneração' de nosso Partido.
Não é por acidente que no último ano Trotsky tivesse previsto a ruína de nosso
país.
Como se pode conciliar esta 'proposta' estranha' com a visão de Lênin de que a
Nova Política Econômica (NEP) nos capacitaria a 'lançar as fundações da economia
Socialista' ?
E claro que estas duas visões não podem ser conciliadas. A 'revolução
permanente' de Trotsky é a negação da teoria de Lênin da revolução proletária; e,
inversamente, a teoria de Lênin da revolução proletária é a negação da teoria da
'revolução permanente'.
em outubro de 1917. Afirmam, além disso, que, em abril de 1917, Lênin dera seu
ponto de vista pela 'revolução permanente de Trotsky'. É necessário cuidado com esta
afirmação, pois, se ela fosse verdadeira, seria correto dizer que Lênin foi um trotskista.
Mais do que isso - não haveria algo como mar-xismo-leninismo, e sim marxismo-
trotskismo. Assim, pode-se ver claramente, camaradas, que os trotskistas não se
contentam em tentar fazer o trotskismo parecer compatível com o leninismo - eles
estão de fato tentando substituir o leninismo pelo trotskismo. Não é a primeira vez
que o trotskismo faz tal tentativa, nem será a última. Contudo, podemos dizer com
certeza que, como todas as anteriores, a tentativa atual do trotskismo de substituir o
leninismo e afirmar-se como a única ideologia proletária (!) (tanto quanto as futuras),
será esmagada.
"A guerra criou uma cisão entre o campesinato, que estava lutando para
ganhar terra e paz, e os partidos pequeno-burgueses; a guerra colocou o campesinato
sob a direção da classe operária e de sua vanguarda, o Partido Bolchevique. Isto tornou
possível, não a ditadura da classe operária e do campesinato, mas a ditadura da classe
operária, apoiando-se no campesinato. O que Rosa Luxemburgo e Trotsky defenderam
contra Lênin em 1905 (isto é, a 'revolução permanente'], provou, na realidade, ser o
segundo estágio do desenvolvimento histórico."
Não é verdade que a teoria da 'revolução permanente', que foi posta de lado
pela Revolução de 1905, tenha provado estar correta no 'segundo estágio do
desenvolvimento histórico', isto é, durante a Revolução de Outubro. O desenvolvimento
total demonstrou e provou a bancarrota total da teoria da 'revolução permanente' e
sua absoluta incompatibilidade com os fundamentos do leninismo.
Notas
Capítulo 4
Conclusão da Parte I
À luz do que já foi dito, torna-se nosso dever imperativo, camaradas, rejeitar o
trotskismo, denunciá-lo e opor-nos a ele como uma ideologia burguesa perniciosa. Isto
é de especial importância para nós, vivendo como vivemos em um país imperialista,
pois a aceitação do trotskismo pelos operários pode apenas levá-los a fazer uma
aliança com sua 'própria' burguesia imperialista. Por que isso? Porque, de acordo com
o trotskismo "um avanço genuíno da economia socialista ... tornar-se-á possível
somente após a vitória do proletariado nos países mais importantes da Europa", e
mais:
"Sem o apoio de Estado direto do proletariado europeu, a classe operária ... não
será capaz de manter-se no poder e transformar seu domínio temporário em uma
ditadura socialista duradoura. Disto não podemos duvidar por um instante sequer."
Assim, de acordo com o trotskismo, a revolução socialista não pode ter êxito
em países capitalistas menos avançados; o socialismo não pode ser construído nesses
países - não até depois da 'vitória do proletariado nos países mais importantes da
Europa'.
conservadora"; visto que "a revolução proletária não pode ser levada a uma conclusão
vitoriosa, dentro dos limites de um só país", e assim por diante.
os EUA por anos, e os EUA como empreendendo apenas uma guerra defensiva! É fácil
para o proletariado britânico acreditar nestas mentiras por duas razões:
(b) porque há 'comunistas' tais como os trotskistas, que dão eco às mentiras do
imperialismo.
A IS, ansiosa para recrutar na base do oportunismo, grita: 'Vitória para a FLN! Derrota
ao bloqueio de Nixon!' (Socialist Worker, 3 de junho de 1972). Outros, como o PC,
clamam pela 'paz' e implementação do Acordo de Genebra de 1954. A premissa é que o
povo operário não deveria dirigir suas próprias vidas e que as burocracias políticas
deveriam negociar em seu nome. Outra premissa é que a luta pelo socialismo no Vietnã
está fora de questão 'agora'. Os bolcheviques mais degenerados superam este
problema identificando 'libertação nacional' com 'socialismo'. Em qualquer caso, uma
falsificação monstruosa. Esses enfoques são exemplificados pelas seguintes
pérolas: '...quando a questão do poder americano estiver resolvida, sabemos que tipo
de regime e de políticas a FLN escolherá - e será forçada a escolher pela lógica de sua
situação. Porém, isto é, no momento, outra luta, a luta real pelo socialismo' (IS 32,
Neither Washington neither Moscow-But Vietnam?).
Finalmente, a única solução para este bárbaro conflito é una solução socialista:
contra o imperialismo americano, contra a FLN e os burocratas de Hanói, pela
confraternização das tropas estadunidenses e vietnamitas, pela derrota de ambos os
lados em seus países de origem, pela irrupção de uma guerra civil de classe contra
classe na retaguarda imperialista - isto é, pelo estabelecimento de um autogoverno de
amplitude mundial".
Este panfleto fala por si, e nenhum comentário é necessário sobre esta peça
revoltante do trotskismo contra-revolucionário - ele corrobora tudo que já foi dito2. Há
dois pontos, contudo, que gostaria de mencionar a título de esclarecimento, a fim de
desembaraçar a trama de confusão traçada por este panfleto.
Mais do que isso, a virada na linha trotskista sobre o Vietnã coincidiu com a
viagem de Nixon à China. Os trotskistas tinham espalhado propaganda no sentido de
que os chineses estavam se encontrando com Nixon para 'tratar' da questão do Vietnã,
sem consulta ao povo vietnamita. Esta era parte integral de sua propaganda diária
contra este bastião do socialismo. A verdade é que o governo, o Partido e o povo
chinês tinham demonstrado na pratica que eram os mais confiáveis aliados do povo
vietnamita e que nunca fariam um 'negócio' com o imperialismo dos EUA à custa do
povo vietnamita. Nixon foi à China em reconhecimento da posição enfraquecida do
imperialismo dos EUA. O imperialismo dos EUA não poderia por muito tempo recusar-
se a reconhecer a realidade da existência da China. Nixon pode ter esperado todo tipo
de "negócios' (todos os reacionários fazem isso) porém certamente não conseguiria
um na China. Os trotskistas, no intuito de difamar a China e difundir calúnias
maliciosas, começaram a gritar que "os burocratas chineses estão traindo a luta do
povo vietnamita". A fim de tornar convincente esta calúnia maliciosa, os trotskistas
contra-revolucionários tinham de dar a impressão de que apoiavam a FLN. Esta, então,
é a explicação. A verdade é que foram os burocratas trotskistas que o tempo todo
fizeram o melhor que podiam para solapar a luta do povo vietnamita. Os camaradas
chineses, por outro lado, tinham dado apoio total, tanto material quanto político, ao
povo vietnamita.
Notas
Chris Hani foi um lutador. Ele nasceu na pobreza no Transkel rural. Sua mãe era
analfabeta e seu pai, um mineiro que trabalhava a centenas de milhas de distância,
no
Transvaal. Ele dedicou sua vida à derrubada do regime racista branco na África do
Sul, e por esta dedicação ele foi assassinado.
Porém, Hani não foi apenas um lutador. Ele foi também um stalinista perverso.
Hani foi responsável pela supressão dos motins e pelo encarceramento dos
guerrilheiros dissidentes da ANC no notório campo de prisão Quatro em Angola, que
Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/ Página 54
Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte I
era dirigida por pessoal treinado pela KGB e pela rancorosa polícia secreta da
Alemanha Oriental, a Stasi.
O fato de que a imprensa liberal está agora cheia de elogios a este 'homem
supremamente honesto' mostra quão profundamente verdadeiro é o velho ditado
de que 'quanto mais as coisas mudam, mais permanecem as mesmas'.
Nos anos 30, as câmaras de tortura da URSS, seu Gulag e o governo de mentiras
de Stalin foram defendidas e justificadas pelos liberais e stalinistas como 'mal
menor'. Assim, hoje os liberais, os stalinistas e os terceiro-mundistas parecem estar
preparados para esquecer que, se Hani tivesse subido ao poder, teria sido como uma
peça da máquina do Estado impondo uma tirania de ferro sobre a classe operária.
Mesmo após 1989 é ainda possível ser ambas as coisas, um lutador contra o
capitalismo e um inimigo do socialismo da classe operária. Chris Hani o provou."