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II GERA - Workshop de Gestão de Energia e Resíduos na

Agroindústria Sucroalcooleira

Emissão de poluentes e tecnologias de controle em caldeiras para bagaço

Prof. Dr. Flávio Neves Teixeira


Departamento de Ciências Térmicas e Fluídos - DCTEF
Universidade Federal de São João del Rei - UFSJ
Motivação

a)- A recente legislação ambiental brasileira, com a tendência de


incorporar padrões de emissão para a poluição atmosférica somente
alcançados com a implantação de tecnologias de prevenção e
controle de poluentes;

b)- A escassa literatura técnico-científica no que se refere aos


dados de concentração de óxidos de nitrogênio (NOx) e material
particulado (MP) emitidos nas chaminés das caldeiras que queimam
bagaço;
Motivação

c)- A necessidade de avaliação dos principais parâmetros


operacionais da caldeira, a fim de se conhecer as variáveis que mais
influenciam na formação de poluentes gasosos;

d)- A necessidade de avaliação técnico-econômica dos sistemas


de remoção de poluentes, procurando levantar os principais
parâmetros de operação que influenciam na análise de
custo&benefício.
Objetivos

a)- Fazer um levantamento bibliográfico sobre a caracterização e controle das


emissões de NOx e MP em caldeiras que queimam bagaço (biomassa);

b)- Medição e avaliação dos dados de emissão de particulados e poluentes


gasosos em caldeiras a bagaço, visando determinar os fatores que maior
influência têm sobre a formação dos mesmos;

c)- Modelagem e definição de critérios de seleção de tecnologias para o


controle de NOx e MP em caldeiras para bagaço, baseado em modelagens da
literatura técnica;

d)- Desenvolvimento de um software para a seleção e avaliação técnico-


econômica de sistemas de controle da emissão de NOx e MP em caldeiras para
bagaço;

e)- Estudos de casos.


Principais poluentes atmosféricos
PADRÕES DE EMISSÃO

BRASIL (CONAMA 008/90)

Até 70 MW Acima de 70 MW
PT [g/GJ] SO2 [g/GJ] PT [g/GJ] SO2 [g/GJ]
(1) (1)
Classe I 28,7 477,7
(2)
83,6 1.194,2 28,7 (2) 477,7
Classes II e III (3)
358,3 1.194,2 191,1 (3) 477,7
(1) - Não serão permitidas instalações de novas fontes fixas deste porte, nesta área; (2) - refere-se a óleo
combustível; (3) - refere-se a carvão mineral; PT - Partículas Totais.

PADRÕES DE EMISSÃO DO ESTADO DO PARANÁ (SEMA/2002)

Proposta de emissão particulados para caldeiras a bagaço: 120 mg/Nm3 (CETESB)

Caldeira: 150 t/h; 64 bar/ 520 °C; 85% efic: ~ 130 MW


Tabela 3- Padrões nacionais de qualidade do ar
(Resolução CONAMA 003/90).
Padrão
Tempo de Padrão primário
Poluentes secundário Método de medição (4)
amostragem (µg/m3)
(µg/m3)

Partículas totais 24 horas (1) 240 150 Amostrador de


em suspensão MGA (2) 80 60 grandes volumes

24 horas (1) 365 100


Dióxido de enxofre Pararosanilina
MAA (3) 80 40

Monóxido de 1 hora (1) 40.000 40.000 Infravermelho não


carbono 8 horas (1)
10.000 10.000 dispersivo

Ozônio 1 hora (1) 160 160 Quimioluminescência

24 horas (1) 150 100


Fumaça Refletância
MAA (3) 60 40
24 horas (1) 150 150 Separação
Partículas inaláveis
MAA (3) 50 50 inercial/filtração

Dióxido de 1 hora (1) 320 190


Quimioluminescência
nitrogênio MAA (3) 100 100

(1) Não deve ser excedido mais que urna vez ao ano, (2) Média geométrica anual, (3) Média aritmética anual; (4) Os
Métodos de Referência de amostragem e análise de poluentes descritos são aqueles aprovados pelo INMETRO. Pode-
se adotar Métodos Equivalentes a estes, desde que aprovados pelo IBAMA.
Óxidos de nitrogênio - Formação

Os NOx podem se formar a partir do N2 do ar e a partir do


N2 do combustível, em dependência dos seguintes fatores:
temperatura do núcleo da chama; tempo de permanência;
conteúdo de N2 no combustível e parâmetros de operação
(excesso de ar).

N O X “térm icos”
A partir do N 2 do ar
N O X “rápidos”
NOX
A partir do N 2 do com bustível N O X “com bustível”
Classificação dos óxidos de nitrogênio de acordo com o mecanismo
de formação e a temperatura de queima (Nussbaumer, 1998)
Há diferentes opiniões na literatura com relação ao mecanismo
predominante de formação de NOX durante a combustão de biomassa. A maioria
destas referências consideram o mecanismo “combustível” como o principal.

Sigal (1988) considera uma faixa de baixas temperaturas de chama (900 - 1300
°C) para eliminar a formação de NOX térmico.

Nussbaumer (1993) estudou a emissão de NOx durante a combustão de lenha e


concluiu que a temperatura de combustão não tem uma influência principal nas
emissões de NOx, e que a influência do %N2 no combustível é significante.

Grass e Jenkins (1994), sugere que a contribuição do mecanismo térmico


provavelmente é sobreestimada, e que o mecanismo rápido pode também
constituir uma fração significante das emissões de óxido de nitrogênio.
NOX - Métodos de Controle
a)- Substituição do combustível;
b)- Controle da combustão (modificações processo/condições de
operação): redução da temperatura máxima na zona de
combustão; redução do tempo de residência do gás na zona de
alta temperatura; redução da concentração de O2 na zona de
combustão;
c)- Tratamento do gás efluente: SCR e SNCR.
Custos relacionados ao controle de NOX
Medições: Usina Monte Alegre

Influência dos parâmetros de operação da caldeira


na formação de NOX para as faixas avaliadas
80 160
Air excess coefficient [% ], Steam flow [t/h]

70 140

60 120

NOx [mg/Nm3]
50 100

40 80

'
30 60

20 40

10 20

0 0
1 2 3 4 5

Air excess Steam flow Measured NOx


Medições: Usina Monte Alegre

Influência da concentração de O2 na formação de NOX


Medições: Usina Barra Grande

Valores de concentração de NOx medidos e corrigidos para as


condições padrões - caldeira 1 (27/10/2004)
203 10

183 9

163 8

143 7
NOx [mg/Nm3], NOx [ppm]

O2[%], Exc Ar [-]


123 6

103 5

83 4

63 3

43 2

23 1

3 0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32

NOx [ppm] NOx [mg/Nm3] Exc Ar O2


Medições: Usina Barra Grande

Valores de concentração de NOx medidos e corrigidos para as


condições padrões - caldeira 2 (24/11/2004)
220 9

200 8

7
180
NOx [mg/Nm3], NOx [ppm]

6
160

O2 [%], Exc ar [-]


5
140
4
120
3

100
2

80 1

60 0
1 5 9 13 17 21 25 29 33 37 41 45 49 53 57 61 65 69 73 77 81 85 89 93 97 101

NOx [ppm] NOx [mg/Nm3] Exc Ar O2


Medições: Usina Barra Grande

Valores de concentração de NOx medidos e corrigidos para as


condições padrões - caldeira 3 (29/10/2004)

200 9

8
180

7
160
Carga [t/h], NOx [mg/Nm3]

140 5

Exc ar [%]
120 4

3
100
2

80
1

60 0
1
3
5
7
9
11
13
15
17
19
21
23
25
27
29
31
33
35
37
39
41
43
45
47
49
51
53
55
57
59
61
63
NOx [ppm] NOx [mg/Nm3] Exc Ar O2
Relação entre a formação de NOx e a de CO para valores
decrescentes de excesso de ar.
Usina Barra Grande – Análise da dispersão

10% Excesso de ar 30% Excesso de ar


Dispersão NOx [µg/Nm3]
Dispersão NOx [µg/Nm3]
600
350
500
300

250 400

200
300

150
200
100
100
50

0 0
100 200 300 400 500 600 700 800
100 200 300 400 500 600 700 800
A B C D E F distância [m ]
A B C D E F distância [m]
Material Particulado
Considera-se como material particulado qualquer
substância, à exceção da água pura, que existe como líquido
ou sólido na atmosfera e tem dimensões microscópicas ou
submicroscópicas, porém maiores que as dimensões
moleculares.

Os equipamentos mais utilizados para o seu controle são:

• coletores mecânicos (ciclones e multiciclones);


• separadores úmidos (lavadores de gás - scrubbers);
• filtros de mangas;
• precipitadores eletrostáticos.

Eficiência / Consumo de energia / Custo de investimento e


tratamento / Natureza física e química dos particulados /
Periculosidade (incêndios e explosões)
Medições MP - Usina Colombo (28 e 29/10/2002)
Impactador em cascata

Wi [per m] Acumulado dpi [µm]


7,0 7,0 3,0
7,5 14,5 4,0
13,0 27,5 7,5
16,0 43,5 15,0
12,0 55,5 25,0
8,0 63,5 35,0
7,0 70,5 45,0
3,0 73,5 55,0
2,0 75,5 65,0
5,0 80,5 75,0
2,0 82,5 85,0
2,0 84,5 95,0
15,5 100,0 100,0
Ciclone & Multiciclones
⎧ M⎫
⎪⎪ ⎡ . ⎤2⎪
K ⋅ m ⋅ τ ⎥ ⎪⎬
η i = 1 − exp ⎨− 2 ⋅ ⎢
totgas , i

⎪ ⎢ M ⋅ N c ⋅ D 3c ⎥ ⎪
⎪⎩ ⎣ ⎦ ⎪

K 1 ⋅ K a ⋅ K b ⋅ N c ⋅ D 3c K 2 ⋅ t ⋅ N H ⋅ ρ gas ⋅ m totgas ⋅ D c K 3 ⋅ N c ⋅ D 3c
3 2
C an , tot = + +
( )
. 3
Dc 2 D
2 ⋅ W elet ⋅ K a ⋅ K b ⋅ N c ⋅ D c
2 2 3 c

K 1* 3 ⋅ K *3
D 5c − D 2
c − =0
2 ⋅ K *2 2 ⋅ K *2
Lavador tipo ventury
Lavadores de gás tipo venturi

Os principais parâmetros de medida do desempenho de


lavadores de gás são o valor de sua perda de carga (que define os
requerimentos de potência elétrica, sendo uma função da
velocidade do gás) e a relação líquido/gás (utilizada para se
determinar a eficiência de coleção e perda de carga).

As restrições para estes valores adotadas forma tomadas de


recentes trabalhos, cujos valores são:

- Relação líquido/gás: 0,5 a 5 [l/m3] = 2,04


- Velocidade na garganta do venturi: [40 a 150 m/s] = 40
- Concentração de partículas na saída: 120 mg/Nm3
Estudo de caso - Particulado
Este trabalho apresenta a aplicação de uma
metodologia que permite avaliar multiciclones e
lavadores de gás tipo venturi sob o ponto de vista
técnico-econômico:

Determina-se a eficiência final de remoção de


partículas, os custos de instalação e operação e,
finalmente, o custo do tratamento de 1 m3 de gás.

a)- Multiciclone
b)- Lavador tipo venturi
c)- Multiciclone combinado a um lavador tipo venturi
Distribuição granulométrica
[% m] Acumulado 100%
i dpi [µm]
7,0 7,0 3,0 90%

7,5 14,5 4,0 80%

13,0 27,5 7,5 70%


16,0 43,5 15,0
60%

% acum ulado
12,0 55,5 25,0
50%
8,0 63,5 35,0
7,0 70,5 45,0 40%

3,0 73,5 55,0 30%

2,0 75,5 65,0 20%


5,0 80,5 75,0
10%
2,0 82,5 85,0
0%
2,0 84,5 95,0 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110

15,5 100,0 100,0 d p i [ m ic r o n s ]

Multiciclones tipo Swift Lavador venturi


[mg/Nm3] [mg/Nm3]

1800 1800

1500 1500

1200 1200

900 900

600 600

300 300

0 0
0 20 40 60 80 100 0 20 40 60 80 100

Concentração in Concentração out dp [microns] Concentração in Concentração out dp [microns]


Distribuição granulométrica
100%

90%

80%

Accumulated percentage
70%

60%

50%

40%

30%

20%

10%

0%
0 20 40 60 80 100 120

Dpi [microns]

900

Concentration [mg/Nm3] 800

Concentrações de entrada e saída 700

600
para multiciclones 500

Cin = 5.000 mg/Nm3 400

300

Cout = 427 mg/Nm3 200

100
Eficiência global = 91,5 % 0
0 20 40 60 80 100 120

Cin [mg/Nm3] Cout [mg/Nm3] Dpi [microns]


900

800

Concentration [mg/Nm3]
700
Concentrações de entrada e saída 600

para lavador venturi 500

400
Cin = 5.000 mg/Nm3 300

Cout = 200 mg/Nm3 200

100
Eficiência global = 96 % 0
0 20 40 60 80 100 120

Cin [mg/Nm3] Cout [mg/Nm3] Dpi [microns]

900,00
Concentrações de entrada e saída 800,00
para multiciclones / lavador Concentration [mg/Nm3] 700,00

venturi 600,00

500,00
Cin = 5.000 mg/Nm3 400,00

Cout/Cin = 427 mg/Nm3 300,00

200,00

Cout = 200 mg/Nm3 100,00

0,00
0,0 20,0 40,0 60,0 80,0 100,0 120,0

Cin [mg/Nm3] Cinterm [mg/Nm3] Cout [mg/Nm3] Dpi [microns]


Resultados
CONCLUSÕES

Do ponto de vista ambiental, a geração de


eletricidade a partir da biomassa canavieira
apresentam muitas vantagens. Porém precisa-
se da implementação de tecnologias de
prevenção e controle das emissões de
partículas e poluentes gasosos decorrentes.
CONCLUSÕES - NOx

A concentração de NOx em caldeiras a bagaço dependem


predominantemente do excesso de ar. Sendo a dependência da
carga fraca, isto confirma a predominância a partir do nitrogênio
do combustível.
NOx [ppm]
200
180
160
140
120
100 y = 39,096Ln(x) + 189,09
2
R = 0,5546
80
60
40
20 Excesso de ar
0
0% 20% 40% 60% 80% 100%
CONCLUSÕES - NOx

A operação com baixos valores de excesso de ar pode constituir um


efetivo método de controle, observando as limitações relacionadas
com a eficiência de combustão.

Redução da emissão de NOx [% ]


45%
y = 0,787x + 0,0803
40%
R2 = 0,8255
35%
30%
25%

20%

15%
10%

5%
0%
0% 10% 20% 30% 40% 50%

Variação % do coef. exc. ar


CONCLUSÕES - NOx
Excesso Comentário Recomendação
de ar

Não há restrição Não se ultrapassa o valor de 320 µg/Nm3


Concentração
10%
Dispersão Não há restrição
Não há restrição
Concentração A pior condição ocorre para a estabilidade “A” e a 300
m de distância (430 µg/Nm3). Para este caso
20% Para as estabilidades A, B, C o limite é ultrapassado precisaria de um sistema de controle com
Dispersão para as distâncias de “x” entre 200 e 400 m, 250 aproximadamente 26% de eficiência.
e 600 m, 400 e 1000 m, respectivamente.
Não há restrição
Concentração
A pior condição ocorre para a estabilidade “A” e a 300
Para as estabilidades A, B, C, D o limite é m de distância (530 µg/Nm3). Para este caso
30%
ultrapassado para as distâncias de “x” entre 150 e precisaria de um sistema de controle com
Dispersão aproximadamente 40% de eficiência.
450 m, 250 e 700 m, 350 e 1200 m, 800 e 1100
m, respectivamente.
Não há restrição
Concentração
A pior condição ocorre para a estabilidade “A” e a 300
Para as estabilidades A, B, C, D o limite é m de distância (610 µg/Nm3). Para este caso
40%
ultrapassado para as distâncias de “x” entre 150 e precisaria de um sistema de controle com
Dispersão aproximadamente 48% de eficiência.
450 m, 250 e 700 m, 350 e 1200 m, 800 e 1500
m, respectivamente.
Não há restrição
Concentração
A pior condição ocorre para a estabilidade “A” e a 300
A região abrangido por valores de concentração acima m de distância (670 µg/Nm3). Para este caso
50%
de 320 µg/Nm3 torna muito maior, devendo ser precisaria de um sistema de controle com
Dispersão aproximadamente 52% de eficiência.
evitada esta condição de operação para as
estabilidades A, B, C e D
CONCLUSÕES - MP

a)- A concentração de partículas nos gases de exaustão das caldeiras que


queimam bagaço apresentam valores de concentração na faixa de 400 a
600 mg/Nm3 quando se empregam multiciclones e 100 e 200 mg/Nm3
quando se empregam lavadores de gás.

b)- A combinação de multiciclones e lavadores de gás deve ser avaliada


através de uma análise técnico-econômica com relação à distribuição
granulométrica. Para “aerossóis finos” o lavador pode ser a melhor opção
enquanto que “aerossóis grossos” o controle combinado pode resultar ser
mais econômico.

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