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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA URBANA

DISCIPLINA: IMPACTO AMBIENTAL


PROF. DR. ROBERTO SASSI

Análise de Risco no Processo de


Avaliação de Impactos Ambientais

POR:

MANUELINA PORTO NUNES


João Pessoa
2002
ANALISE DE RISCO NO PROCESSO DE AVALIAÇÃO DE IMPACTOS
AMBIENTAIS

1) NOÇÕES GERAIS

1.1) Impacto Ambiental

Segundo a Resolução 001-86 do CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente),


impacto ambiental é qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e
biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia
resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam:

• a saúde, a segurança e o bem – estar da população;


• as atividades sociais e econômicas;
• a biota;
• as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente;
• a qualidade dos recursos ambientais.

Desse modo, deduz-se que a contaminação do ar, das águas, do solo e subsolo,
dos alimentos, a poluição sonora, a deterioração da paisagem, o desequilíbrio
ecológico, entre outros, são conseqüências de atividades humanas conduzidas de
forma irresponsável e sem compromisso que acabam por destruir os recursos
naturais e põem em risco a vida humana.

1.2) EIA e RIMA

Com o intuito de identificar o risco e de fornecer informações prévias que visam


eliminar, reduzir ou compensar os efeitos desfavoráveis das atividades humanas no
meio ambiente, foi criado um novo instrumento jurídico do Direito Ambiental – o EIA
(Estudo do Impacto Ambiental).

Expressamente, o Estudo do Impacto Ambiental foi introduzido em nosso Direito


pela Lei nº 6.803 de 02/ 07/ 1980 sobre as diretrizes básicas para o zoneamento
industrial nas áreas de poluição crítica. Posteriormente, a Lei nº 6.938 de 31/ 08/
1981 ampliou o estudo de impacto para todas as áreas suscetíveis de atividades
poluentes.

O Estudo do Impacto Ambiental tem o objetivo de proteger a natureza e


salvaguardar a saúde humana, constituindo-se numa importante inovação da
realidade social do momento. Ele resulta na elaboração de um relatório
fundamentado que contém a descrição de todas as repercussões e conseqüências
prováveis ou seguras da realização da atividade projetada. Esse relatório recebe o
nome de RIMA (Relatório do Impacto Ambiental).

Após a elaboração do RIMA, procede-se com a avaliação do impacto ambiental que


visa escolher a melhor alternativa para prevenir, reduzir ou controlar os riscos
identificados no relatório, com o objetivo de proteger o patrimônio.
1.3) Risco – função que associa probabilidade de ocorrência de um evento
indesejado com as gravidades das conseqüências deste evento, caso ele venha a
ocorrer. Desse modo, matematicamente, o risco pode ser definido como:

R=FxC

Onde:

R = Risco
F = Freqüência de ocorrência de um evento indesejado
C = Conseqüência gerada pelo evento indesejado

As probabilidades são, de modo geral, calculadas para períodos de 01 ano de


atividade, ou seja, um risco individual de 10 –6 / ano significa que, durante 01 ano de
operação da instalação, existe a probabilidade de morrer um indivíduo em um
milhão ( 1/1000000).

A experiência demonstra que os grandes danos são normalmente ocasionados por


eventos com baixa freqüência de ocorrência, acarretando, no entanto,
conseqüências relevantes.

Existem numerosos fatores que afetam a percepção de risco pelo público. Uma
pesquisa Britânica 1 confirma que o público julga menos perigosa uma atividade que
faz um morto todos os dias do que uma outra que faz 365 mortes num único dia do
ano.

Desse modo, observa-se, nessa definição, a dificuldade de diferenciar as


conseqüências mais graves das menos graves, sendo, portanto, necessário uma
fórmula mais específica que inclua índices que enumerem diferentes cenários de
acidentes e exprima o risco de um modo mais real. Essa fórmula é utilizada em
trabalhos mais complexos que exigem cálculos quantitativos para avaliação do risco.

Risco é algo que envolve um nível de incerteza que não deve ser associado à
ignorância, mas que deve ser o ponto de partida de ações de pesquisa orientada.
Essa incerteza é devida à três causas:

• Possibilidade de ocorrência de eventos aleatórios conhecidos, porém cujos


instantes de ocorrência são imprevistos, tais como: falhas, erros humanos,
agressões externas ou ameaças.
• Desconhecimento parcial ou total dos modos de falha das partes do sistema.
• Desconhecimento parcial ou total do modo de funcionamento do sistema.

1.3.1) Classificação do Risco

a) Quanto ao tipo:

• Mortes
• Ferimentos
• Doenças
1
SLOVIC, P. et al, The Assessment and Perception of Risk. The Royal Society of London. Londres – GB, 1980. Em:
Pesquisa Naval: Suplemento Especial da Revista Marítima Brasileira. Rio de Janeiro, v.1, n.12, p.31-50, 1999.
b) Quanto à população atingida:

• Ocupacional
• Público em geral

c) Quanto à forma de expressão:

• Risco social

R=FxC => R social = nº de acidentes/ ano x nº mortes/ acidentes


R social = nº mortes/ ano

• Risco individual

R individual = R social/ nº habitantes = nº mortes/ ano /nº de habitantes

1.3.2) Classificação das Conseqüências quanto à Gravidade de seus Efeitos

a) Risco Catastrófico – corresponde a conseqüências que trazem danos


irreversíveis ao homem (ex.: morte, invalidez permanente, etc.), e destruição total do
sistema e/ou do seu ambiente.

b) Risco Crítico – corresponde a conseqüências que trazem danos reversíveis ao


homem (ex.: ferimentos graves mais não permanentes), ao sistema e ao ambiente.

c) Risco Significativo - corresponde a conseqüências tais como ferimentos leves,


insucesso da missão, sem destruição do sistema.

d) Risco Menor – corresponde a falhas de elementos do sistema, sem


conseqüências sobre o sucesso da missão nem sobre a segurança.

Observa-se que os dois primeiros riscos são relativos à segurança, enquanto os dois
últimos são relativos ao sucesso da missão.

1.3.3) Classificação dos Efeitos das Conseqüências

Os efeitos das conseqüências decorrentes de um evento indesejado podem


manifestar-se com relação ao tempo e ao modo.

a) Com relação ao tempo decorrido após o acidente, os efeitos podem ser:

• Efeitos Imediatos
• Efeitos Retardados
• Efeitos a Longo Prazo

b) Com relação ao modo, os efeitos podem ser:

• Efeito Determinista – dado a ocorrência do evento, existe a certeza da


ocorrência dos efeitos, geralmente imediatos.
• Efeito Estocástico – dado a ocorrência do evento, existe a probabilidade de
ocorrência dos efeitos, geralmente retardados ou a longo prazo.

Exemplo: efeitos biológicos das radiações ionizantes e das substancias químicas


tóxicas e/ou cancerígenas (ambas a doses reduzidas, abaixo do limiar determinista).
1.3.4) Aceitabilidade do Risco

Denomina-se de risco aceitável, ou admissível, ou limite, o risco resultante de


uma decisão explícita, estabelecida de modo objetivo por comparação a riscos
conhecidos e corretamente admitidos.

A aceitabilidade do risco não pode ser definida de forma universal, pois devem ser
consideradas as características particulares de cada região, desse modo, ela varia
de país para país, onde o nível de risco aceitável pode ser estabelecido baseado no
número de vítimas ou no custo do dano provocado pelo evento, ou seja, os
benefícios trazidos pela implantação do sistema devem ser maiores que os danos
provocados pela ocorrência do acidente.

Na Holanda, os limites estabelecidos para o risco individual e social são:

Tipo de Risco Nível de Aceitabilidade Nível de Aceitabilidade


Máximo Mínimo, ou Desprezível
–6
Risco Individual 10 / ano 10 –8/ ano
Risco Social 1/(1000 x n2)* 1/(100.000 x n2)*
* n = número de pessoas mortas.

2) ANÁLISE DE RISCOS

2.1) Definição: consiste numa aplicação de métodos e técnicas para identificação


de riscos e análise de possíveis conseqüências negativas para a sociedade e para
o meio ambiente, resultantes das atividades humanas ou das forças da natureza,
como terremotos, erupções vulcânicas, temporais, inundações, etc.

2.2) Objetivo do Estudo de uma Análise de Riscos

O objetivo de um estudo de Análise, Avaliação e Gerenciamento de Riscos é


identificar os riscos potenciais de geração de acidentes de um empreendimento e,
ainda, avaliar os efeitos destes sobre o meio ambiente e a saúde pública nas áreas
limítrofes, resultando na aplicação de medidas mitigadoras, através da implantação
de programas de gerenciamento de riscos.

2.3) Etapas do Estudo de uma Análise de Riscos

O Estudo de Análise de Riscos pode ser dividido em quatro etapas:

a) Avaliação Prévia – etapa de estudos preliminares, onde são definidos os


objetivos do trabalho e é elaborado um estudo de caracterização do
empreendimento, considerando as características do processo e dos
equipamentos, os produtos envolvidos, as características do ambiente no entorno
da instalação, os custos para a elaboração do estudo de análise de riscos, a
disponibilidade de tempo, a disponibilidade de equipe técnica treinada, etc.
b) Identificação de Riscos – esta etapa tem por finalidade identificar os
principais riscos existentes no processo de funcionamento do empreendimento e,
a partir daí, definir as hipóteses acidentais mais relevantes que devam ser
estudadas mais detalhadamente.

Devido ao caráter aleatório dos objetivos de segurança, a identificação dos riscos


pode utilizar métodos qualitativos e/ou quantitativos. Os métodos quantitativos são
desenvolvidos quando se deseja implementar a segurança de maneira mais
eficiente, utilizando-se para tanto de cálculos de probabilidades.

Existem inúmeras técnicas para identificação de riscos, dentre as quais podem ser
citadas as seguintes:

b.1) Análise Histórica de Acidentes – deve ser levantada a história de acidentes


ocorridos em instalações similares. Isso é feito mediante consulta a banco de dados
de acidentes internacionais e nacionais e/ou através de literatura especializada, para
que se possa obter informações a respeito das causas mais comuns que geraram
acidentes no passado, bem como da freqüência de ocorrência desses acidentes.

Dentre os principais banco de dados de acidentes existentes hoje no mercado, pode-


se destacar:

• FACTS (Sistema de Informação Técnica de Falhas e Acidentes) –


localizado nos Países Baixos.
• VERITEC (Banco de Dados de Acidentes em Mar Aberto) - localizado
nos Países Baixos, fornece informações de acidentes marítimos.
• IFP (Instituto Francês de Petróleo) – banco de dados que fornece
informações de acidentes em mar e poluição.
• SONATA (Summary of Notable Accident in Technical Activities) –
localizado na Itália, é composto por acidentes que causaram ou poderiam ter
causado prejuízos a instalações, pessoas e meio ambiente, no desenvolvimento
de atividades industriais e no transporte de produtos perigosos.
• CADAC (Cadastro de Atividades Ambientais) – localizado na CETESB
(Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental) em São Paulo.
• ADRS (Sistema de Informações de Ocorrências Anormais) – localizado
na Itália, fornece informações sobre acidentes em instalações nucleares.
• MHIDAS (Major Hazard Incident Data Service) – localizado no Reino
Unido, fornece informações a respeito de grandes acidentes industriais com
produtos perigosos, com dados coletados ao longo dos últimos 25 anos.
• SINCAAM (Sistema Nacional de Cadastro de Acidentes Ambientais) -
localizado na CETESB em São Paulo.
• CATIA – (Cadastro de Acidentes no Transporte, Indústria e
Armazenamento) – localizado em São Paulo.

b.2) Inspeção de Segurança – método através do qual é possível identificar os


riscos existentes em um empreendimento, efetuando-se pesquisas e visitas em
campo.

b.3) “Checklist” – método qualitativo cuja aplicação se dá através da utilização de


questionários que fornecem uma visão dos riscos existentes em uma instalação.
Pode ser aplicado em todas as fases de um empreendimento, ou seja, projeto,
construção e operação.
b.4) E Se? – trata-se de um método qualitativo que tem como princípio básico a
formulação de questionamentos através da pergunta “E Se?” . O objetivo principal
desse método é identificar os eventos indesejados, bem como suas conseqüências,
sem, contudo, quantifica-los. A equipe necessária para sua aplicação deverá ser
composta por especialistas que irão formular as perguntas baseados em suas
experiências particulares.

b.5) Análise de Causas e Conseqüências – é uma combinação das técnicas


utilizadas nas análises de árvore de falhas e eventos. Seu resultado relaciona as
conseqüências específicas de um acidente e suas causas básicas. Esse método
pode ser utilizado, ainda, para quantificar a freqüência de ocorrência da seqüência
de cada evento.

b.6) Análise Preliminar de Risco – faz parte do Programa de Segurança padrão


militar exigido nos EUA. O objetivo principal dessa análise é reconhecer os riscos
previamente e com isso economizar tempo e gastos no replanejamento de grandes
instalações.

b.7) Estudos de Riscos e Operabilidade (HAZOP – Hazard and Operability Study)


– método que permite a identificação dos riscos e dos problemas de operabilidade.
O HAZOP de palavras-guia é o mais utilizado e consiste na realização de uma série
de reuniões, durante as quais uma equipe multidisciplinar focaliza os pontos
específicos do projeto, os chamados “nodos de estudo”, dando idéias e soluções
para os riscos identificados.
As palavras – guia são palavras simples, utilizadas para qualificar ou quantificar a
intenção de modo a guiar e estimular o processo de criatividade e, assim, descobrir
desvios.

Ex.: nenhum, mais, também, outro, etc.

A melhor ocasião para realização de um HAZOP é a fase em que o projeto se


encontra razoavelmente consolidado. Nesta altura, o projeto já está no ponto de
permitir a formulação de respostas às perguntas do estudo e ainda é possível alterar
o projeto sem grandes despesas.

b.8) AMFE - Análise de Modos de Falhas e Efeitos (Failure Modes and Effects
Analysis – FMEA) – técnica usada para enumeração dos possíveis modos, segundo
os quais os componentes de um equipamento ou de um sistema podem falhar e
determinação dos efeitos que surgem a partir dessas falhas. Trata-se de um método
indutivo que parte de uma falha hipotética de um componente para o efeito
resultante sobre o sistema, gerando resultados qualitativos.

Para obtenção de um bom resultado é imprescindível a participação de técnicos com


profundo conhecimento e experiência no equipamento ou sistema a ser estudado.

Para o estudo desta técnica, vale salientar a diferença entre modo de falha e causa
de falha; várias causas distintas podem conduzir a um mesmo modo de falha.

b.9) Análise de Árvore de Falhas (AAF) – técnica recente, utilizada para a


identificação de eventos mais complexos que os determinados por FMEA.
Consiste na diagramação dos eventos contribuintes e das falhas, de modo
sistemático, formando uma árvore, onde é mostrado o inter-relacionamento entre os
mesmos e em relação ao evento “Topo” (evento indesejado).

b.10) Análise de Árvore de Eventos (Event Tree Analysis – ETA) – técnica para
análise das conseqüências de um evento indesejado, na qual as árvores de eventos
descrevem a seqüência dos fatos que se desenvolvem para que um acidente ocorra,
definindo quais são as possíveis conseqüências geradas pelo mesmo.

O estudo de análise de árvore de eventos se desenvolve nas seguintes etapas:

• Identificação do evento inicial – pode ser proveniente de outras etapas já


desenvolvidas, como análise histórica de acidentes, análise de árvore de falhas,
etc.

• Identificação de interferências – interferências são as situações que se


relacionam com o evento inicial, podendo acarretar diferentes caminhos para o
desenvolvimento da ocorrência, gerando, assim, diferentes conseqüências.

• Construção da árvore de eventos – o evento inicial é registrado do lado


esquerdo da página e as interferências no topo da página, em ordem cronológica.
Linhas de intersecção são traçadas fazendo as relações entre o evento inicial e
as diversas interferências.

• Descrição das Conseqüências – último passo no desenvolvimento da


árvore, representando uma variedade de “saídas” resultantes do evento inicial.

c) Avaliação dos Riscos - Identificadas as hipóteses acidentais, faz-se uma


avaliação detalhada das mesmas para que se possa estimar as prováveis
conseqüências ocasionadas por tais eventos.

A estimativa das conseqüências é feita através de modelos matemáticos conhecidos


como “modelos de conseqüências” que fazem a “análise de conseqüências”, e a
quantificação de seus efeitos físicos através de “modelos de vulnerabilidade” que
fazem a “análise de vulnerabilidade”.

Os modelos de conseqüência tem como objetivo gerar um mapa da região estudada


onde estarão assinalados os efeitos físicos das hipóteses acidentais. Enquanto os
modelos de vulnerabilidade permitem a estimativa dos danos em função das
características das conseqüências físicas.

d) Gerenciamento dos Riscos – estudo de alternativas para diminuição dos


riscos identificados.

A gestão do risco pode ser entendida como um complexo constituído pelo processo
de avaliação e de tomada de decisão com base nas informações obtidas a partir da
análise de risco.

d.1) Programas de Gerenciamento de Riscos


Um Programa de Gerenciamento de Riscos tem por objetivo a implantação efetiva
de uma filosofia de segurança e controle dos riscos durante toda a vida útil de uma
empresa, e deve apresentar:

• Treinamento e capacitação técnica – o erro humano é uma das principais


causas geradoras de acidentes nas atividades industriais.
• Manutenção – contribui diretamente para o aumento ou redução do número
de acidentes.
• Auditorias – realizadas com a finalidade de avaliar periodicamente a
eficiência do Programa de Gerenciamento de Riscos.

d.2) Medidas de Redução de Riscos

As medidas de redução de riscos são ações que operam ora sobre a freqüência de
ocorrência do evento, ora sobre a magnitude das conseqüências, permitindo passar
de um risco inaceitável para um aceitável. Essas medidas são as seguintes:

• Ações de Prevenção – corresponde a uma ação de redução do risco pela


diminuição da probabilidade de ocorrência do evento indesejado, sem diminuir a
gravidade de suas conseqüências.

• Ações de Proteção – corresponde a uma ação de redução do risco baseada na


diminuição da gravidade das conseqüências do evento indesejado após sua
ocorrência, sem, contudo, diminuir sua probabilidade.

As ações de proteção podem ser por redução dos impactos físicos e por redução ou
proteção da população exposta. Esta última pode ser de dois tipos: redução estática,
efetuada à nível de projeto, evitando a localização de determinados equipamentos
em áreas sensíveis; e redução dinâmica, efetuada pela adoção de um plano de ação
de emergência quando decretada a ocorrência de um acidente; este plano de ação
deve ser previsto e está concluído antes da ocorrência do acidente.

• Ações de Resseguro – não tem por objetivo nem reduzir a probabilidade nem a
gravidade de um evento indesejado. Seu objetivo é transferir para um terceiro (o
segurador) total ou parcialmente as conseqüências financeiras do risco.

d.3) Método Qualitativo para Priorização das Medidas de Redução de Riscos

Diante das dificuldades em se estabelecer prioridades no controle dos riscos e da


necessidade de se nortear o empreendedor e os responsáveis pela segurança do
empreendimento na tomada de decisões, a ESCA Ambiental desenvolveu uma
metodologia qualitativa para priorizar a implantação das medidas de redução dos
riscos propostas no Estudo de Análise de Riscos.

Esse método é baseado em padrões de custo – benefício, onde:

√ Custo – é o valor monetário necessário para implantação da medida, sendo:


- Baixo: até US$ 20.000
- Médio: de US$ 20.000 até US$ 60.000
- Alto: acima de US$ 60.000

√ Benefício – são os prejuízos evitados com a implantação da medida.


Benefício = PAmb + PPes + PMat + PPro + TMR

Onde:

PAmb = Preservação Ambiental


PPes = Preservação Pessoal
PMat = Preservação de Material e Equipamento
PPro = Preservação de Quantidade de Produtos
TMR = Tempo para Mitigação dos Riscos

⇒ Pesos para PAmb, PPes, PMat e PPro:

- Nenhum: 0
- Baixo: 1
- Médio: 2
- Alto: 3

⇒ Peso para o TMR:

- Longo Prazo: 1
- Médio Prazo: 2
- Imediato: 3

Após a obtenção do somatório dos pesos contribuintes do benefício, classifica-se o


benefício em:

Valor numérico do benefício Benefício


0a6 Baixo
7 a 10 Médio
11 a 15 Alto

2.4) Aplicabilidade do Estudo de Análise de Riscos para Obtenção de Licenças

O Estudo de Análise, Avaliação e Gerenciamento de Riscos é necessário para todas


as fases de um empreendimento, apresentando exigências diferentes para cada
uma dessas fases, desse modo, tem-se:

a) Análise, Avaliação e Gerenciamento de Riscos na fase de estudo de


viabilidade técnica e/ou elaboração do EIA/RIMA para obtenção da Licença
Prévia

O empreendimento pode ou não ser passível de elaboração do EIA/RIMA. Nesta


fase, o empreendimento não dispõe dos detalhes de projeto necessários para
elaboração de um estudo de risco detalhado. Desse modo, o fundamental é analisar
os riscos maiores das instalações e a sua compatibilidade com as características
ambientais da região a ser impactada, definindo as linhas gerais e os critérios para a
concepção do projeto definitivo.

Para a elaboração deste estudo, recomenda-se a seguinte estrutura:

• Identificação dos riscos, através da utilização de métodos qualitativos;


• Avaliação dos Riscos, através das análises de conseqüência e de
vulnerabilidade;
• Gerenciamento dos Riscos, através das medidas de redução de acidentes;
• Anexos, através da apresentação de todos os documentos utilizados na
elaboração dos estudos.

b) Análise, Avaliação e Gerenciamento de Riscos na fase de elaboração dos


Projetos dos Sistemas de Tratamento de Resíduos ou Projetos Básicos
Ambientais e para obtenção da Licença de Instalação

A Licença de Instalação deve ser obtida para dar início às obras de montagem e
construção, sendo necessário, nesse momento, todos os detalhes de projeto.

Nessa fase, não se pretende a realização de um novo estudo, mas a


complementação dos estudos anteriores para obtenção da Licença Prévia.

A estrutura para elaboração deste estudo deve ser a seguinte:

• Identificação dos riscos, através da utilização de métodos qualitativos e


quantitativos;
• Avaliação dos Riscos, através das análises de conseqüência e de
vulnerabilidade e da avaliação dos resultados;
• Gerenciamento dos Riscos, através das medidas de redução de acidentes;
• Anexos, através da apresentação de todos os documentos utilizados na
elaboração dos estudos.

c) Análise, Avaliação e Gerenciamento de Riscos na fase de obtenção da


Licença de Funcionamento

Essa fase exige a implantação de um Programa de Gerenciamento de Riscos, e seu


estudo pede a seguinte estrutura:

• Identificação de riscos ainda não detectados nas fases anteriores;


• Gerenciamento dos Riscos, através das medidas de redução de acidentes;
• Revisão e apresentação das rotinas e procedimentos, para avaliar a eficácia
dos procedimentos operacionais;
• Auditorias;
• Revisão periódica do Programa de Gerenciamento de Riscos, a cada cinco
anos, no mínimo;
• Anexos.

d) Análise, Avaliação e Gerenciamento de Riscos para empreendimentos


existentes

Esses empreendimentos são inicialmente submetidos a uma classificação com


relação à potencialidade de riscos. Os níveis de risco são agrupados em três
classes:

• Classe I – alto potencial de risco


• Classe II – médio potencial de risco
• Classe III – baixo potencial de risco
Para a classe I, devem ser elaborados estudos detalhados, utilizando métodos e
modelos estruturados com potencial quantitativo. Para a classe II, devem ser
elaborados estudos, utilizando métodos e modelos com potencial qualitativo. E para
a classe III, não há necessidade de desenvolvimento de estudos, mas devem ser
implantados programas para o gerenciamento dos riscos.
2.2.4) Formas de Apresentação dos Resultados de um Estudo de Análise de
Riscos

Existem duas formas de apresentação dos resultados de uma análise de riscos, são
elas:

• Relatório + conjunto de curvas, indicando os níveis de risco individual num


mapa da área em questão;

• Relatório + curva de grupo de risco, indicando a probabilidade de certo


número de pessoas que vive nas imediações do empreendimento falecerem.

O Estudo de Análise, Avaliação e Gerenciamento de Riscos deve ser elaborado por


uma equipe multidisciplinar, por empresa consultora ou pelo próprio empreendedor,
desde que disponha de técnicos especialistas no assunto.

O relatório deve seguir o modelo apresentado pelo MAIA (Manual de Avaliação do


Impacto Ambiental) e deve conter a discriminação da equipe que o elaborou, o nome
da empresa, acompanhado do endereço, telefone, fax e o nome do profissional
responsável para contato.

Todos os gastos com a elaboração ou complementação do relatório deverão ser


cobertos pelo interessado.

ESTRUTURA DO RELATÓRIO DO MAIA


1) Introdução
Localização e descrição física e
geográfica da região
2) Caracterização do Empreendimento Distribuição populacional da região
Características climáticas da região
Descrição física e lay-out da instalação
Distribuição populacional interna
Quantidades, movimentação,
manipulação e formas de
3) Substâncias Envolvidas armazenamento
Características físico-químicas e
toxicológicas
Caracterização das instalações e
4) Descrição das Operações equipamentos
Descrição de rotinas operacionais
Técnicas utilizadas para identificação dos
5) Identificação dos Riscos riscos
Consolidação das hipóteses acidentais
6) Avaliação dos Riscos Análise de conseqüências
Análise de vulnerabilidade
7) Gerenciamento dos Riscos
8) Plano de Ação de Emergência
9) Referências Bibliográficas
10) Anexos

2.5) Critérios para Aceitação de um Estudo de Análise de Riscos

Os critérios para aceitação de uma análise de riscos envolvem três fases:

• Análise Preliminar do Estudo – analisa a forma e a estrutura do relatório, bem


como a documentação necessária.

A análise preliminar tem dois caminhos a seguir: quando o estudo está incompleto, é
emitido um parecer solicitando a complementação dos dados; e quando o estudo
está completo, prossegue-se à análise detalhada.

• Análise Técnica da Metodologia


• Avaliação dos Resultados.

3) CONCLUSÃO

A análise de riscos é um instrumento com créditos firmados, no domínio da saúde


pública, em instalações industriais e no transporte de substancias perigosas. Nessa
medida as análises de riscos já fazem parte das avaliações de impacto ambiental.

Estão sendo realizados trabalhos para desenvolver o instrumento da análise de


riscos de forma que o mesmo possa ser aplicado para todas as atividades poluentes
em geral.
Se esta abordagem tiver êxito, a análise de riscos se transformará num instrumento
genérico para todo o domínio das avaliações de impactos ambientais, possibilitando,
em breve, uma fusão de análise e avaliação do impacto ambiental.

4) REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

• AWASU, Luis Antonio de Melo. Análise, avaliação e gerenciamento de


riscos no processo de avaliação de impactos ambientais. MAIA (Manual de
Avaliação do Impacto Ambiental) 3200. São Paulo, 1993. p. 1-54.

• BLOKKER, Esko. A utilização da análise de riscos nos estudos de


impacto ambiental.[ S.l: s.n: s.d.].

• GUIMARÃES, Leonam dos Santos. Formalização do conceito de risco. Em:


Pesquisa Naval: Suplemento Especial da Revista Marítima Brasileira. Rio de
Janeiro, v.1, n.12, p.31-50, 1999.

• PINHEIRO JUNIOR, João Gualberto. Aspectos jurídicos da análise de


risco no processo de avaliação de impactos ambientais. MAIA (Manual de
Avaliação do Impacto Ambiental) 0670. São Paulo, 1993. p. 1-2.

• TAUK, Sâmia Maria. Análise ambiental: uma visão multidisciplinar. São


Paulo: Editora da Universidade Estadual Paulista, 1995. 2a ed.

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