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CÂMARA MUNICIPAL DO BARREIRO

ESTUDO ECONÓMICO E FINANCEIRO

ANÁLISE E REVISÃO DAS TABELAS DE TAXAS E DE TARIFAS

17 Fevereiro 2010
CONTEÚDO

1. Introdução 3

2. Enquadramento Legal 4

3. Âmbito e Metodologia 5

4. Análise Jurídica 9

5. Análise Económica 11

6. Valorização das Tabelas de Taxas e de Tarifas 23

7. Recomendações 33

8. Nota Final 35

9. Anexos 36

• Anexo A – Tabela de Taxas Valorizada

• Anexo B – Tabela de Tarifas Valorizada

• Anexo C – Estrutura Orgânica Detalhada

Página 2
Tel: +351 217 990 420 Av. da República, 50 - 10º
Fax: +351 217 990 439 1069-211 Lisboa
www.bdo.pt

Câmara Municipal do Barreiro 17 FEV 10


Edifício dos Paços do Concelho
Rua Miguel Bombarda
2830 BARREIRO

Exmo. Senhor Presidente da Câmara Municipal do Barreiro,

1. INTRODUÇÃO

Na sequência do amável convite de V. Exas. e da aceitação da nossa proposta de prestação de serviços de consultoria, procedemos ao Estudo
Económico e Financeiro – Análise e Revisão das Tabelas de Taxas e de Tarifas da Câmara Municipal do Barreiro (adiante também designada por CM
Barreiro ou apenas Câmara), com os seguintes objectivos:
• Análise da actual estrutura de taxas e tarifas à luz da legislação nacional e municipal em vigor;
• Análise da distribuição dos sistemas tarifários pelos centros de resultados da Câmara e os custos das actividades que os suportam;
• Elaboração de novas Tabelas de Taxas e Tarifas, em conformidade com a legislação aplicável, nomeadamente com as exigências de
aderência aos custos.

O presente estudo, que é complementado com a elaboração dos Regulamentos de Taxas e de Tarifas, visa cumprir o estipulado na Lei n.º 53-
E/2006, de 29 de Dezembro (Regime Geral das Taxas das Autarquias Locais) e na Lei das Finanças Locais, relativamente à fundamentação
económica-financeira do valor das taxas e tarifas previstas nas Tabelas de Taxas e de Tarifas a praticar pela CM Barreiro.

As Tabelas de Taxas e de Tarifas apuradas no âmbito deste estudo estão apresentadas nos Anexos A – Tabela de Taxas Valorizada e B – Tabela de
Tarifas Valorizada, respectivamente.

Neste projecto, a BDO Consulting constituiu parceria com a CSA – Correia, Seara e Associados, Sociedade de Advogados, RL, no sentido de oferecer
à Câmara o melhor das suas experiências e competências.

O trabalho foi conduzido de acordo com os princípios de deontologia e disciplina profissional que a nós próprios impomos e em estreita cooperação
com as entidades para as quais prestamos serviços. Da mútua colaboração que sempre imprimimos aos nossos trabalhos resultam benefícios e
resultados práticos que justificam o investimento realizado.

Na realização do presente estudo foram, também, adoptadas a metodologia e as técnicas normalmente utilizadas em trabalhos de idêntica
natureza e dimensão, conforme explicitadas no capítulo seguinte.

BDO Consulting, Lda., Sociedade por quotas, Sede Rua S. João de Brito, 605 E, Escritório 3.2, 4100-455 Porto, Registada na Conservatória do Registo Comercial do Porto, NIPC 505 275 970, Capital 50 000 euros.
2. ENQUADRAMENTO LEGAL

Os documentos que elaborámos assumem a forma de Regulamentos Administrativos de eficácia externa e a sua aprovação pelos órgãos municipais
insere-se na competência regulamentar genérica que a Constituição da República Portuguesa, no seu artigo 241.º, atribui às Autarquias Locais,
como corolário da autonomia que lhe é reconhecida e que se encontra mais especificamente contemplada na alínea a) do n.º 2 do artigo 53.º e na
alínea j), do n.º 1 e no n.º 6 do artigo 64.º, ambos da Lei n.º 169/99, de 18 de Setembro, alterada pela Lei n.º 5-A/2002, de 11 de Janeiro e nos
artigos 15.º e 16.º da Lei n.º 2/2007, de 15 de Janeiro.

Na sua elaboração respeitou-se a disciplina legal contida na Lei n.º 53-E/2006, de 29 de Dezembro e nos variados diplomas habilitantes que regem
as actividades sujeitas à taxação municipal, a saber, o Decreto-Lei n.º 97/88, de 17 de Agosto, o Decreto-Lei n.º 291/90, de 20 de Setembro,
regulamentado pela Portaria 962/90, de 9 de Outubro e pelo Despacho n.º 7784/2007, do SEAII (Secretário de Estado Adjunto da Industria e
Inovação), de 12 de Março, o Decreto-Lei n.º 48/96, de 15 de Maio, o Decreto-Lei n.º 411/98, de 30 de Dezembro, o Decreto-Lei n.º 139/99, de 28
de Abril, o Decreto-Lei n.º 555/99 de 16 de Dezembro, a Portaria 1424/2001, de 13 de Dezembro, o Decreto-Lei n.º 267/2002, de 30 de Novembro,
o Decreto-Lei n.º 309/2002, de 16 de Dezembro, o Decreto-Lei n.º 310/2002, de 18 de Dezembro, o Decreto-Lei n.º 320/2002, de 28 de Dezembro,
o Decreto-Lei n.º 69/2003, de 10 de Abril, a Lei n.º 6/2006, de 27 de Fevereiro regulamentado pelo Decreto-Lei n.º 161/2006, de 8 de Agosto e pela
Portaria n.º 310/1192-B/2006, de 3 de Novembro, o Decreto-Lei n.º 81/2006, de 20 de Abril, o Decreto-Lei n.º 9/2007, de 17 de Janeiro, o Decreto-
Lei n.º 234/2007, de 19 de Junho, a Lei n.º 46/2007, de 24 de Agosto, o Decreto-Lei n.º 340/2007, de 12 de Outubro, regulamentado pela Portaria
1083/2008, de 24 de Setembro, o Decreto-Lei n.º 259/2007, de 17 de Julho, o Decreto-Lei n.º 39/2008, de 7 de Março e o Decreto-Lei n.º 42/2008,
de 10 de Março, bem como as sucessivas alterações que cada um destes diplomas sofreu.

Por se tratar de matéria conexionada com questões de índole fiscal, foram ainda tomadas em consideração os regimes previstos no Decreto-Lei n.º
398/98, de 17 de Dezembro.

Nos termos previstos no Regime Jurídico das Taxas das Autarquias Locais (com as alterações introduzidas pela Lei nº 117/2009, de 29 de Dezembro),
o processo decisório de aprovação do Regulamento e Tabela de Taxas, bem como do respectivo Estudo Económico e Financeiro que sustenta estas,
deve estar concluído a tempo de aqueles instrumentos normativos entrarem em vigor no próximo dia 30 de Abril de 2010. Já no que respeita ao
Regulamento e Tabela de Tarifas, inexiste uma imposição legal semelhante, pelo que o respectivo processo decisório pode ser completado em
momento posterior.

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3. ÂMBITO E METODOLOGIA

3.1 Âmbito

O estudo consubstanciado neste relatório pauta-se pelo Regime Geral das Taxas das Autarquias Locais, Lei das Finanças Locais, POCAL e demais
legislação aplicável, destacando-se a exigência imposta pelo previsto na alínea c) do n.º 2, do artigo 8.º do Regime Geral das Taxas das Autarquias
Locais (fundamentação económico financeira do valor das taxas cobradas aos munícipes).

A valorização das Taxas e Tarifas apresentada nas respectivas tabelas assenta nas seguintes premissas:
• Os dados facultados em termos de tempo despendido por cada unidade orgânica (UO), para cada item das tabelas, corresponde à respectiva
prestação de serviços em condições de eficiência e eficácia;
• Na ausência de informação do tempo médio despendido, foram adoptadas pela BDO Consulting estimativas baseadas em actividades similares
realizadas por outras câmaras;
• Para alguns Equipamentos, na ausência de elementos contabilísticos, foram adoptados valores previsionais facultados pela Câmara.

Decorrente do funcionamento da Câmara, foi identificada a seguinte limitação ao estudo efectuado:


• Contabilidade Analítica – A CM Barreiro não tem implementado um sistema de contabilidade analítica que permita uma afectação directa
entre taxas/ tarifas e custos relacionados. De modo a ultrapassar esta limitação ao desenvolvimento do estudo, procedemos ao tratamento
desse dados, assumindo um conjunto de premissas adiante explicitadas no sub-capítulo 5.4. Apuramento dos Custos.

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3. ÂMBITO E METODOLOGIA

3.2 Metodologia

A metodologia seguida para a realização do presente estudo assentou em seis etapas fundamentais, tendo algumas sido desenvolvidas em paralelo:

Recolha de elementos e documentação sobre a estrutura orgânica,


Fase I – Diagnóstico Geral contabilística, financeira e regulamentar da CM Barreiro, por forma a definir a
base de trabalho

Análise dos Regulamentos e Tabelas de Taxas e de Tarifas, com vista a


Fase II – Análise Jurídica dos Regulamentos e detectar normas que não estejam de acordo com a legislação em vigor,
Tabelas de Taxas e de Tarifas Vigentes identificar actividades insuficientemente ou impropriamente taxadas, bem
como as que não se encontram reguladas ou cobradas

Análise da estrutura de custos da Câmara, procurando identificar os custos


Fase III – Análise da Estrutura de Custos efectivamente incorridos para cada uma das unidades orgânicas que compõem
a estrutura da CM Barreiro

Elaboração das novas Tabelas de Taxas e de Tarifas com vista a:


Fase IV – Elaboração das novas Tabelas de Taxas (i) sanar as situações detectadas na fase II; (ii) cumprir com a legislação em
e de Tarifas vigor; e (iii) incorporar a estratégia política do executivo nesta matéria (Taxas
e Tarifas)

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3. ÂMBITO E METODOLOGIA

3.2 Metodologia

Fazer corresponder a cada item de receita, derivante das Tabelas de Taxas e


Fase V – Valorização das Tabelas de Taxas e de
de Tarifas, os respectivos custos incorridos, tendo como base os processos e
Tarifas a vigorar actividades associados à geração de cada uma das receitas

Fase VI – Elaboração de Regulamentos Elaboração dos novos Regulamentos, de acordo com as Tabelas de Taxas e de
Tarifas a vigorar

Para a prossecução das etapas referidas anteriormente, foi necessária a realização de diversas reuniões com os responsáveis de cada Unidade
Orgânica da CM Barreiro (Órgãos de Staff, Departamento, Divisão e, sempre que necessário, Secção) com vista a:
• Apresentação da metodologia a adoptar para o projecto em causa;
• Apresentação e discussão de índole jurídica do conteúdo dos regulamentos e da estrutura das Tabelas de Taxas e de Tarifas;
• Análise dos custos contabilizados maioritariamente numa determinada Unidade Orgânica, ou seja, análise de potenciais concentrações de
custos;
• Levantamento dos dados relativos ao funcionamento de Equipamentos da Câmara, passíveis de serem tarifados;
• Recolha do tempo despendido por cada área na realização de cada item das Tabelas de Taxas e de Tarifas.

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3. ÂMBITO E METODOLOGIA

3.2 Metodologia
No que se refere à metodologia utilizada para o apuramento do custo associado a cada artigo das Tabelas de Taxas e de Tarifas, na sua globalidade,
e sempre que aplicável, optou-se por adoptar a análise custo versus processos, como se pode constatar na figura seguinte. No entanto, existem
outras componentes que foram tidas em consideração e que se encontram descritas no sub-capítulo 6.1 Metodologia de Valorização.

CUSTOS PROCESSOS

Unidade Orgânica

- Re-afectação de Custos - Identificação do tempo despendido


por cada UO na realização de
- Imputação de Custos Indirectos actividades associadas à geração de
determinada taxa ou tarifa

TEMPO POR
CUSTO POR UNIDADE
TAXA/TARIFA E POR
ORGÂNICA
UNIDADE ORGÂNICA

VALORIZAÇÃO TABELAS DE TAXAS E DE TARIFAS (Componente “Tempo Despendido”)

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4. ANÁLISE JURÍDICA

A actual Lei das Finanças Locais (Lei n.º 2/2007, de 15 de Janeiro) e, sobretudo, o diploma que institui o Regime Jurídico das Taxas das Autarquias
Locais (Lei n.º 53-E/2006, de 29 de Dezembro), vieram alterar o paradigma da cobrança de taxas e de tarifas pelos municípios.

Em primeiro lugar, porque procederam a uma maior clarificação dos critérios de cálculo dos montantes das taxas e das tarifas, com menor
amplitude no primeiro caso e maior no segundo caso.

Em segundo lugar porque vieram limitar a cobrança de taxas a três situações, perfeitamente tipificadas:
a) a remoção de um obstáculo jurídico;
b) a utilização privada de bens do domínio público e privado das autarquias locais;
c) a prestação concreta de um serviço público local.

Em terceiro lugar porque vieram transpor para o domínio das relações jurídico-tributárias estabelecidas entre as autarquias locais e os
particulares o acervo das garantias típicas que o Direito Fiscal assegura aos contribuintes.

Estas não poderiam, assim, deixar de ser as premissas jurídicas que balizaram a construção de uma nova matriz da Tabela de Taxas e de uma nova
matriz da Tabela de Tarifas, bem como dos respectivos Regulamentos.

Este esforço teve, ainda, presente a mais recente jurisprudência dos tribunais administrativos, a Lei Geral Tributária e um conjunto de diplomas
que concretizam as emergentes teorias de protecção dos cidadãos face à Administração Pública.

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4. ANÁLISE JURÍDICA

Conhecidos os limites, importava então adoptar uma filosofia que levasse à criação de normas regulamentares e modelos de taxas e modelos de
tarifas que cumulativamente:
a) assegurassem uma maior transparência nas relações que os particulares estabelecem com o Município do Barreiro;
b) cobrissem o universo de serviços públicos locais que o Município do Barreiro é chamado a prestar e de pretensões administrativas sobre as
quais é chamado a pronunciar-se;
c) garantissem uma adequação aos dispositivos legais em vigor, reequilibrando as receitas em função das atribuições e competências
municipais;
d) simplificassem e modernizassem os procedimentos administrativos, quer na óptica dos Serviços Municipais quer, sobretudo, na óptica dos
Munícipes, últimos destinatários de toda a actividade autárquica;
e) actualizassem os elencos de taxas e de tarifas, deles retirando aquelas que se tornaram obsoletas e acrescentando as que decorrem das
inovações legislativas.

Neste esforço de inovação e de actualização não se perdeu de vista, porém, aquilo que podemos denominar de “acquis” administrativo municipal
e que é representado pelas práticas e pela tradição vigentes no Município do Barreiro que não podem nem devem ser objecto de ruptura.

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5. ANÁLISE ECONÓMICA

5.1 Introdução

Neste capítulo pretende-se explicitar, por um lado a informação que serviu de base ao estudo e, por outro, detalhar o tratamento efectuado à
mesma com o intuito de obter, numa primeira fase, uma matriz de custos associados às diversas unidades orgânicas que compõem a Câmara
Municipal do Barreiro para posterior imputação a cada item das Tabelas de Taxas e de Tarifas. A forma de imputação dos custos considerados aos
itens da Tabela de Taxas e de Tarifas será descrita num capítulo posterior.

Atendendo ao objectivo deste estudo, à metodologia seguida e aos dados recolhidos, foi necessário proceder ao tratamento da informação recolhida
e assumir um conjunto de premissas.

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5. ANÁLISE ECONÓMICA

5.2 Estrutura Orgânica

Este sub-capítulo tem como objectivo apresentar a estrutura orgânica da CM Barreiro adoptada para o estudo, uma vez que a maioria das
considerações adiante apresentadas são efectuadas tendo como base essa referência. A identificação detalhada das secções / sectores alvo de análise
e tratamento é apresentada no Anexo C – “Estrutura Orgânica Detalhada”.

C Â M A R A M U N IC IP A L D O B A R R E IR O

P r e s id e n t e d a C â m a r a

C o m i s sã o d e P ro t e c ç ã o d e C r ia n ç a s e
G a b i n e t e d e P ro t e c ç ã o C iv il
J o v e n s e m P e rig o

G a b in e te M u n ic ip a l d e A u d it o r ia e
G a b in e t e T é c n i c o F lo r e s t a l
Acom pan h am en to

P ro j e c t o s M u n ic ip a is : P M A P E , P M P C ,
G a b i n e t e d e A p o i o à P r e s id ê n c ia
P M R A U G I, P M R A U

DAGP DASU D IC D A SC DAS DPGU


DOM
D e p . A d m in is t r a ç ã o D e p . A m b ie n t e e D e p . In o v a ç ã o e D e p . A c ç ã o S ó c io - D ep. Águas e D e p . P la n e a m e n to e
D e p . O b r a s M u n ic ip a is
G e r a l e P a tr im o n ia l S e rviço s U rb a n o s C o m u n ic a ç ã o C u lt u r a l S a n e a m e n to G e s tã o U r b a n a

S e c r e ta r ia d o Secção Se cção DDE Se cção Se cção Secção Secção


A d m in is t ra t iv a A d m in is t ra t iv a D iv . A d m in is t ra t iv a A d m in is t ra t iv a A d m in i s tr a t iv a A d m in is t r a ti v a
D e s e n v o lv im e n to
D iv . G e s tã o G a b . C o n tr o lo e G a b . C o n tr o lo e E c o n ó m ic o G a b . Q u a li d a d e e G a b . C o n t ro lo e D iv . P la n e a m e n t o e
F in a n c e ira G a b . A p o io L o g í s ti c o
P la n e a m e n t o P la n e a m e n t o M o d e rn iz . A d m in is t . P la n e a m e n t o O r d e n . T e rr it ó rio

D iv . P a t ri m ó n i o , D iv . E q u ip a m e n t o s D i v . In f o r m á tic a e D iv . G e s t ã o U r b a n a e
C o n t r a to s e A p ro v is . D iv . H ig i e n e U r b a n a D iv . D e s p o rt o D i v . E x p lo ra ç ã o
M u n ic ip a i s N o v a s T e c n o lo g ia s L ic e n c ia m e n t o

D iv . S e r v . J u ríd i c o s e D iv . J a r d in s e D i v . O b ra s , E s tu d o s e D iv . P r o je c t o s e
C o n te n c io s o D iv . C o m u n ic a ç ã o D i v . A s s u n to s S o c i a is D iv . F is c a li z a ç ã o
E s p a ç o s V e rd e s P ro je c t o O bras

D iv . R e c u r s o s D iv . E d u c a ç ã o e G a b . G e stã o e D i v . In f o r m a ç ã o
H um anos D iv . S e rv iç o s U r b a n o s D iv . R e d e V i á ria
B ib lio t e c a s C a d a s tr o G e o g r á fi c a

D iv . A d m in is t ra ç ã o D iv . S u s t e n t a b ilid a d e D iv . C u lt u ra , P a tr im .
G e ra l G a b . F r o ta M u n ic ip a l D iv. C o m e rcia l
A m b ien ta l H is t . e M u s e o ló g ic o

C e n t ro d e In f .
A u tarq . a o C onsu m . G a b . J u v e n tu d e

G a b . d e A r q u iv o e
G e stã o D o cu m e nta l G a b . A s s o c ia t iv i s m o

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5. ANÁLISE ECONÓMICA

5.3 Enquadramento da Informação

O trabalho desenvolvido teve como referência a documentação recolhida na CM Barreiro, designadamente no que respeita à informação
contabilística - patrimonial (geral) e orçamental -, com o objectivo de preparar um conjunto de mapas que permitissem, posteriormente, determinar
os custos das receitas objecto deste estudo (Taxas e Tarifas). Os elementos recolhidos e posteriormente tratados tiveram como referência o
exercício económico de 2007.

O facto da CM Barreiro não possuir um sistema de contabilidade analítica implementado, impôs que, para a realização deste estudo, se adoptasse um
método que permita a recolha dos custos directos de cada Unidade Orgânica, cuja origem/ fonte é diferenciada consoante a sua natureza:
• Aquisições de Bens e Serviços – dados facultados com base no Valor Facturado (no montante de 9.785.511,86€).
• Despesas com Pessoal – dados facultados com base no Valor Facturado (no montante de 14.903.793,16€).
• Amortizações do Exercício – registos obtidos do sistema informático de gestão de imobilizado, dado que esse sistema proporciona, na
maioria das situações, uma afectação mais realista dos equipamentos às unidades orgânicas que os utilizam no desenvolvimento da sua
actividade (no montante de 1.840.048,05€).
• Custos Financeiros - de acordo com a alínea c) do n.º2 do artigo 8.º da Lei n.º 53-E/2006, os custos com financiamento podem ser
considerados para efeitos de valorização das Taxas e Tarifas. Neste sentido, o montante utilizado foi de 1.016.366,35€, baseado no Valor
Facturado.
• Investimentos Futuros
De acordo com o preceituado na Lei n.º 53-E/2006, para efeitos de valorização das Taxas e Tarifas, poder-se-á ter em consideração os
investimentos futuros. Para tal tomámos como base o Plano Plurianual de Investimentos (PPI). A selecção dos investimentos previstos nesse
documento, para efeitos deste trabalho, foi efectuada conjuntamente com os nossos interlocutores no Município, onde se tiveram apenas
em consideração os investimentos relacionados com a geração de Taxas e Tarifas e, destes, mais especificamente os designados por
investimentos de expansão (no valor de 376.596,78€).
A decisão de se considerar as amortizações dos investimentos de expansão teve como base duas ordens de razão: (i) ao considerar o
montante total do investimento estaríamos a onerar o valor das taxas e tarifas no ano da sua determinação/valorização e (ii) as
amortizações dos investimentos classificados como de “substituição” já estão, em parte, reflectidas nas amortizações dos equipamentos do
ano de referência do estudo.

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5. ANÁLISE ECONÓMICA

5.3 Enquadramento da Informação

Para além dos elementos referidos anteriormente, que serviram de base à construção das matrizes de custo por unidade orgânica, foram solicitados
também os seguintes:

• Estrutura orgânica vigente no ano de referência (2007);

• Número de colaboradores por unidade orgânica;

• Plano Plurianual de Investimentos;

• Custos com electricidade;

• Outros elementos facultados pelos serviços da CM Barreiro, com vista à afectação dos custos das respectivas unidades orgânicas.

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5. ANÁLISE ECONÓMICA

5.4 Apuramento de Custos

Neste sub-capítulo descrevem-se os procedimentos adoptados e as premissas assumidas no tratamento dos dados anteriormente recolhidos com o
objectivo de obter uma matriz de custos para cada unidade orgânica da CM Barreiro, para posterior imputação aos vários itens de receita objecto
deste estudo (Taxas e Tarifas).

Para efeitos do apuramento dos custos por Unidade Orgânica foram tidos em consideração os Custos Directos e os Custos Indirectos. De seguida,
descrevemos de forma sucinta as diversas tarefas efectuadas, de forma sequencial, para obtenção das referidas matrizes de custo por unidade
orgânica da Câmara:

Fase III – Apuramento do


Fase I – Re-afectação de Fase II – Imputação de
Custo Minuto por
Custos (Custos Directos) Custos Indirectos
Colaborador

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5. ANÁLISE ECONÓMICA

5.4 Apuramento de Custos

Nesta fase pretendeu-se imputar os custos afectos contabilisticamente


Fase I – Re-afectação de a uma unidade orgânica (UO) ou a um número reduzido de unidades
orgânicas aos serviços usufrutuários. Esta tarefa foi efectuada
Custos (Custos Directos) recorrendo a critérios de repartição/re-afectação.

A re-afectação dos custos surge da necessidade de obter o apuramento dos mesmos ao nível mais detalhado da unidade orgânica geradora de
receita (área que trabalha para um determinado item de receita), conferindo uma maior aderência à realidade no que respeita à equação custos
versus proveitos. Este processo pode decorrer de diferentes situações, das quais destacamos as seguintes:

• Custos contabilizados nas unidades orgânicas de primeiro/ segundo nível, mas que devem ser afectados a unidades orgânicas de terceiro
nível (Secções/ Sectores);
• Custos contabilizados maioritariamente numa determinada Unidade Orgânica, devendo ser contabilizados nas respectivas unidades
geradoras do custo em causa, como por exemplo, parte do custo com pessoal que se encontra registado na rubrica orgânica 0206 (Divisão
de Recursos Humanos) e que foi re-afectado por todas as unidades orgânicas da Câmara de acordo com os critérios de repartição
enunciados nas páginas seguintes.

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5. ANÁLISE ECONÓMICA

5.4 Apuramento de Custos

Nesta fase do estudo, efectuou-se a identificação e re-afectação, quando necessário, da rubrica orgânica onde se encontram registados custos que
não devem ser configurados na estrutura das unidades orgânicas geradoras de receita. Exemplo desta situação é:

• Encargos de Cobrança de Receitas (classificação económica 020224), no montante de 234.848,69€, registados na Unidade Orgânicas 0202 –
Divisão de Gestão Financeira. Estes não foram considerados, dado que esta despesa não está associada às receitas em análise, mas aos
montantes devidos à Administração Central do Estado pela cobrança de Impostos Directos que revertem, posteriormente, a favor do
Município.

Critérios de Repartição/ Re-Afectação de Custos (FASE I)

De modo a afectar os custos às unidades usufrutuárias, adoptámos alguns critérios de repartição, que passamos a apresentar:

Classificação
Descrição UO Concentrada Critério de Repartição / Re-Afectação
Económica
0206 - Divisão de
010301 Encargos com a saúde Número de colaboradores por sector
Recursos Humanos

Subsídio familiar a 0206 - Divisão de


010303 Número de colaboradores por sector
criança e jovens Recursos Humanos

Outras prestações 0206 - Divisão de


010304 Número de colaboradores por sector
familiares Recursos Humanos

Assistência na doença
0206 - Divisão de
01030501 dos funcionários Número de colaboradores por sector
Recursos Humanos
públicos

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5. ANÁLISE ECONÓMICA

5.4 Apuramento de Custos

Classificação
Descrição UO Concentrada Critério de Repartição / Re-Afectação
Económica
Segurança social dos 0206 - Divisão de
01030502 Número de colaboradores por sector
funcionários públicos Recursos Humanos

Segurança social- 0206 - Divisão de


01030503 Número de colaboradores por sector
Regime geral Recursos Humanos

Acidentes em serviço e 0206 - Divisão de


010306 Número de colaboradores por sector
doenças profissionais Recursos Humanos

0105 - Classes
010308 Outras pensões Número de colaboradores por sector
Inactivas

0206 - Divisão de
010309 Seguros Número de colaboradores por sector
Recursos Humanos

0204 - Divisão de
Matérias-primas e
020101 Património, Contratos Dados fornecidos pela Câmara, com base no custo real à saída do stock
subsidiárias
Aprovisionamento

0405 - Gabinete de
02010201 Gasolina Estimativa fornecida pela CMB
Frota Municipal

0405 - Gabinete de
02010202 Gasóleo Estimativa fornecida pela CMB
Frota Municipal

Vestuário e artigos 0206 - Divisão de Atribuição de um peso percentual a cada Departamento da Câmara e, depois, re-
020107
pessoais Recursos Humanos afectação com base no número de pessoal por sector

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5. ANÁLISE ECONÓMICA

5.4 Apuramento de Custos

Classificação
Descrição UO Concentrada Critério de Repartição / Re-Afectação
Económica
0204 - Divisão de
020108 Material de escritório Património, Contratos Dados fornecidos pela Câmara, com base no custo real à saída do stock
Aprovisionamento

0401 - Gabinete do Consumo interno - Leituras fornecidas pela CMB


02020101 Electricidade
Director Iluminação pública - Número de colaboradores por sector

0203 - Divisão de
Administração Geral

0405 - Gabinete de Número de colaboradores por sector


020203 Conservação de bens Frota Municipal
Estimativas fornecidas pela Câmara
0802 - Divisão de
Informática e Novas
Tecnologias
0204 - Divisão de
020204 Locação de edifícios Património, Contratos Número de colaboradores por sector
Aprovisionamento

0203 - Divisão de
020209 Comunicações Número de colaboradores técnicos e administrativos por sector
Administração Geral

0204 - Divisão de Edifícios - Consumo estimado de electricidade


020212 Seguros Património, Contratos
Aprovisionamento Viaturas - Custo real das viaturas, atendendo a sua afectação aos sectores

0206 - Divisão de
020215 Formação Número de colaboradores por sector
Recursos Humanos

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5. ANÁLISE ECONÓMICA

5.4 Apuramento de Custos

Classificação
Descrição UO Concentrada Critério de Repartição / Re-Afectação
Económica
0203 - Divisão de
020218 Vigilância e segurança Estimativa fornecida pela CMB
Administração Geral

0203 - Divisão de
020219 Assistência técnica Número de colaboradores técnicos e administrativos por sector
Administração Geral

0203 - Divisão de
Administração Geral

0204 - Divisão de
Património, Contratos
Aprovisionamento

0405 - Gabinete de
Frota Municipal
Outros trabalhos
020220 Número de colaboradores por sector
especializados
0501 - Gabinete do
Director

0802 - Divisão de
Informática e Novas
Tecnologias

0803 - Divisão de
Comunicação

0206 - Divisão de
020222 Serviços de saúde Número de colaboradores por sector
Recursos Humanos

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5. ANÁLISE ECONÓMICA

5.4 Apuramento de Custos

Etapa I - Imputação dos custos alocados às unidades orgânicas dos


dirigentes de Divisão às respectivas secções e sectores, quando
Fase II – Imputação de necessário este nível de detalhe. O critério de imputação adoptado foi
Custos Indirectos o peso do número de colaboradores do serviço em questão no total dos
colaboradores do departamento e/ou divisão em questão.

Etapa II - De acordo com a natureza das tarefas desenvolvidas


(competências) pelas várias unidades orgânicas, definiram-se áreas de
apoio à actividade global da Câmara, tendo-se imputado os seus custos
pelas restantes.

No âmbito da Fase II – Etapa II, procedeu-se à identificação das Unidades de Suporte da Câmara, que têm impacto nas unidades orgânicas geradoras
de receitas e que estão indirectamente associadas aos itens de receita das Tabelas de Taxas e de Tarifas, com o objectivo de proceder à
transferência dos seus custos para as Unidades Geradoras de Receita (vide Anexo C). É de destacar que o critério de repartição foi o número de
colaboradores.

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5. ANÁLISE ECONÓMICA

5.4 Apuramento de Custos

Após a conclusão das tarefas anteriores, procedeu-se ao cálculo do


Fase III – Apuramento do custo/minuto dos colaboradores das unidades geradoras. Para efeitos
desse cálculo, houve a necessidade de assumir um conjunto de
Custo Minuto por
premissas, nomeadamente, no que se refere ao tempo disponível por
Colaborador colaborador. Essas premissas estão adiante explicitadas.

Uma vez que, para a maioria das actividades executadas para a geração de determinada taxa ou tarifa, os colaboradores não despendem mais do
que uma hora, o custo por colaborador será valorizado por minuto e não por hora, facilitando assim a forma de cálculo das taxas e tarifas.

O custo/ minuto por colaborador disponível de cada unidade orgânica foi determinado genericamente assumindo as seguintes premissas:

• Cada colaborador tem uma capacidade anual disponível de 84 000 minutos, ou seja, assumiu-se 200 dias de trabalho/ano e 7 horas de
trabalho/dia. Os 200 dias/ano foram obtidos considerando 5 dias de trabalho semana, deduzido do período de férias, feriados
obrigatórios, formação e taxa de absentismo;

• A totalidade dos colaboradores afectos a cada unidade orgânica.

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6. VALORIZAÇÃO DA TABELA DE TAXAS E DE TARIFAS

6.1 Metodologia de Valorização

Este capítulo tem como objectivo explicitar a metodologia e, posteriormente, as componentes que contribuem para o cálculo de cada item das
Tabelas de Taxas e de Tarifas da Câmara.

Neste sentido, as Tabelas de Taxas e de Tarifas são valorizadas de acordo com os seguinte critérios, pela sequência apresentada:

1) Aplicação directa de Legislação em Vigor, que defina o valor a cobrar para determinadas situações. O diploma legal adoptado para esse
efeito no âmbito deste estudo foi o seguinte:
• Portaria n.º 1424/2001, de 13 de Dezembro – Bloqueamento, remoção e depósito de veículos.

As taxas calculadas decorrentes da aplicação directa da legislação não são passíveis de serem corrigidas com a Vertente Política,
como apresentado no critério seguinte.

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6. VALORIZAÇÃO DA TABELA DE TAXAS E DE TARIFAS

6.1 Metodologia de Valorização

2) Aplicação da seguinte fórmula:

Vertente
Taxas e Tarifas Vertente Económica (*)
Política (**)

A) Tempo Despendido F) Benefício do Munícipe


B) Equipamentos G) Factor Incentivo ou
Desincentivo
C) Bens Móveis
D) Serviços de Entidades Externas
E) Custo da Ocupação da Via
Pública

(*) A Vertente Económica é valorizada de acordo com uma ou com a combinação de várias componentes, adiante indicadas.

(**) A Vertente Política será definida pelo Executivo da Câmara, por forma a reflectir as políticas camarárias nas respectivas áreas de
actuação.

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6. VALORIZAÇÃO DA TABELA DE TAXAS E DE TARIFAS

6.1 Metodologia de Valorização

Vertente Económica

A) Tempo Despendido

Após identificar, em colaboração com os serviços da Câmara, as unidades orgânicas que contribuem de facto para a geração das receitas objecto
deste estudo (Taxas e Tarifas) e determinado o custo minuto por colaborador de cada unidade orgânica, de acordo com os pressupostos
explicitados no capítulo anterior, procedeu-se à valorização dessas receitas.

Assim, na globalidade dos itens de receita adoptou-se o critério de definição dos tempos-padrão, em minutos, com o intuito de afectar a cada
tipo de receita em estudo os custos associados à sua geração de acordo com o critério genérico adiante explicitado:
(i) identificação do tempo médio de execução das tarefas de cada unidade orgânica, associado à geração de cada taxa ou
tarifa;
(ii) apuramento do total do tempo médio valorizado, decorrente do produto do tempo médio de cada unidade orgânica
pelo respectivo custo minuto por colaborador.

De notar que os tempos–padrão despendidos pelas diversas UO’s para cada uns dos artigos das Tabelas de Taxas e de Tarifas foram facultados
pelos serviços da Câmara. Para alguns itens, os dados utilizados resultaram de estimativas apuradas pela BDO, por falta de informação. Acresce
referir, ainda, que se assumiu que esses valores obedecem ao espírito da legislação em vigor, ou seja, têm como referência condições de
eficiência produtiva.

Como se pode constatar pela leitura do sub-capítulo 5.3. Enquadramento da Informação, o custo / minuto por colaborador de cada UO engloba,
para além dos custos com o pessoal, as outras naturezas de custo: aquisições de bens e serviços, amortizações, etc..

Para algumas situações, o tempo médio valorizado é independente do número de unidades de cobrança (como por exemplo, m2, m3, metros
lineares, dia, etc.). Nestas situações, é necessário definir a dimensão média solicitada pelo Munícipe para cada item das Tabelas, por forma que
os custos de estrutura identificados sejam diluídos, não onerando excessivamente cada Taxa e ou Tarifa apurada.

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6. VALORIZAÇÃO DA TABELA DE TAXAS E DE TARIFAS

6.1 Metodologia de Valorização

Vertente Económica

Exemplo desta situação, o n.º 5 do artigo 43.º da Tabela de Taxas, relativo à ocupação com fita anunciadora (por m2/ mês), em que foi
considerado que este tipo de ocupação de espaço aéreo tem uma dimensão média de cinco metros quadrados. Desde modo, ao valor apurado do
tempo valorizado final resulta da subdivisão do tempo médio valorizado do conjunto das Unidades Orgânicas pela dimensão média referida (5 m2),
resultando assim, no custo da taxa por m2.

B) Equipamentos

Houve casos que, atendendo à especificidade da taxa e/ou tarifa, foi tida em consideração outra componente, designada por Equipamentos, uma
vez que a receita associada não está intrinsecamente associada ao tempo despendido pelos colaboradores, mas sim à utilização do espaço e/ ou
serviço de Equipamentos Municipais de Utilização Pública (usualmente imóveis).

No apuramento das Taxas e Tarifas relacionadas com esses equipamentos, constantes nas respectivas Tabelas, e passíveis de serem alugados,
prestado um serviço ou visitados pela generalidade dos munícipes, tivemos em consideração (i) os custos específicos dos mesmos, onde se
destacam os montantes associados à sua edificação e consequentes amortizações anuais, as amortizações de investimentos previstos em PPI, os
custos com pessoal e os fornecimento e serviços externos, (ii) dados específicos associados ao modo de funcionamento e (iii) a diversidade de
serviços oferecidos em cada um desses equipamentos.

Esta opção foi tomada com o objectivo de conferir um maior rigor e aderência à realidade de funcionamento desses equipamentos.

As tarifas às quais foi aplicada esta componente de cálculo (Equipamentos) podem apresentar, em acumulação, custos apurados decorrentes da
valorização do tempo despendido por outras Unidades Orgânicas que não as que estão associadas ao Equipamento em causa.

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6. VALORIZAÇÃO DA TABELA DE TAXAS E DE TARIFAS

6.1 Metodologia de Valorização

Vertente Económica

Como referido anteriormente, no apuramento das Taxas e Tarifas associadas à utilização de Equipamentos municipais foi necessário recolher um
conjunto de dados específicos associados aos seu modo de funcionamento, e assumir genericamente um conjunto de pressupostos. As variáveis
mais relevantes que foram equacionadas para cada um dos equipamentos estão sintetizadas no quadro seguinte:

Variáveis
Equipamentos
Horários de Custos diferenciados por
Capacidade Instalada
Funcionamento sub-Equipamento (1)

Canil -  -

Mercados Municipais   

Cemitérios -  -

Auditório Municipal Augusto Cabrita (2) -  

Pavilhão Municipal (2)   

Piscina Municipal do Barreiro   

(1) Exemplos de Sub-Equipamentos: 1) nos Mercados Municipais: Lojas, Mesas, Lugar de Terrado, etc. Exemplo de Sub-Actividades: 2) nas Piscinas:
abertura ao público (utilização livre), actividades acompanhadas pelo professor (hidro-ginástica, natação, hidrorider,etc.).
(2) Nos equipamentos assinalados, foram imputadas horas extra aos Fins-de-Semana e Feriados e a horas pós laborais.

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6. VALORIZAÇÃO DA TABELA DE TAXAS E DE TARIFAS

6.1 Metodologia de Valorização

Vertente Económica

Variáveis
Equipamentos
Horários de Custos diferenciados por
Capacidade Instalada
Funcionamento sub-Equipamento (1)

Piscina Municipal do Lavradio   

Convento da Madre de Deus da Verderena (2) -  

Biblioteca Municipal (2)   

Embarcação Varino Pestarola (2) -  -

Espaço J (2)   

(1) Exemplos de Sub-Equipamentos: 1) nos Mercados Municipais: Lojas, Mesas, Lugar de Terrado, etc. Exemplo de Sub- Actividades: 2) nas Piscinas:
abertura ao público (utilização livre), actividades acompanhadas pelo professor (hidro-ginástica, natação, hidrorider,etc.).
(2) Nos equipamentos assinalados, foram imputadas horas extra aos Fins-de-Semana e Feriados e a horas pós laborais.

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6. VALORIZAÇÃO DA TABELA DE TAXAS E DE TARIFAS

6.1 Metodologia de Valorização

Vertente Económica

C) Bens Móveis

Esta componente, de acordo com a metodologia proposta, é aplicável para as receitas associadas a aluguer de bens que satisfaçam
simultaneamente as seguintes condições: (i) classificado como bem móvel e (ii) o manuseamento desse bem não requer a intervenção de
colaboradores da Câmara. Nos itens da Tabela de Taxas e de Tarifas que se enquadrem nessa categoria/definição, o elemento de custo mais
significativo é o associado ao desgaste/uso do bem, ou seja, em termos contabilístico poder-se-á equiparar à amortização do bem. Assim, nesse
sentido, a justificação do custo está associada ao apuramento do valor da amortização para cada fracção de tempo previsto na Tabela de Taxas e
de Tarifas. Regra geral, para as situações que se enquadram neste tipo de componente, é adicionado o custo administrativo do atendimento ao
munícipe (valorizado em tempo de trabalho). Exemplo desta componente é o n.º3, do artigo 4.º da Tabela de Tarifas, referente ao aluguer de
cadeiras (por cadeira e por dia).

D) Serviços de Entidades Externas

No apuramento do valor das Taxas e Tarifas em que a Câmara subcontrata entidades externas para a prestação de um determinado serviço, a CM
Barreiro deverá considerar o montante pago a essas entidades, acrescido do custo administrativo despendido pelo colaborador da Câmara
(valorizado em tempo de trabalho). O montante a pagar a cada entidade está reflectido no Regulamento de Taxas e Tarifas, enquanto que o custo
administrativo encontra-se calculado no respectivo artigo das Tabelas de Taxas e Tarifas (Anexos A e B deste Relatório). Nesta situação
enquadram-se as inspecções a ascensores, escadas mecânicas, tapetes rolantes e monta-cargas, as vistorias de recintos itinerantes, improvisados e
fixos, o tratamento de cadáveres de animais, as vistorias a postos de abastecimento de combustíveis, a parques e postos de garrafas de gases de
petróleo liquefeito, a instalações de armazenamento de outros produtos de petróleo e a redes de distribuição, vistorias à instalação e alteração
de estabelecimentos industriais, as actividades de rebaixamento de lancil e passeio, as colocações de sinalética para reserva de parqueamento
privativo na via pública e de pilaretes, as medições de ruído e a emissão do cartão jovem municipal.

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6. VALORIZAÇÃO DA TABELA DE TAXAS E DE TARIFAS

6.1 Metodologia de Valorização

Vertente Económica

E) Custo da Ocupação da Via Pública

Para determinadas taxas ou tarifas em que existe ocupação da via pública ou do espaço e em que os valores a pagar pelo munícipe são cobrados
com base em unidades de ocupação/medidas (metros lineares, volume, metros quadrados), foi apurado o custo associado ao ressarcimento do
Município com base no custo dos terrenos utilizados. Este tem um carácter adicional e variável consoante a metragem de ocupação do espaço.
Exemplos destas tarifas são as Esplanadas e a Ocupação por Motivo de Obras.

Para este tipo de taxas e tarifas considerámos, além dos valores apurados com base na componentes Tempo Despendido (valorizado), a qual
reflecte basicamente os custos administrativos e custos técnicos (análise do processos, quando aplicável), outra componente adicional de carácter
variável, ou seja, o custo de ocupação da via pública.

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6. VALORIZAÇÃO DA TABELA DE TAXAS E DE TARIFAS

6.1 Metodologia de Valorização

Vertente Económica

A determinação dessa última componente está associada à valorização do espaço público, a qual teve como base a assumpção das seguintes
premissas:

 Avaliação Bancária de Habitação por Natureza dos Alojamentos (por m2) do Concelho do Barreiro, publicada pelo Instituto Nacional
de Estatística (com referência ao 2º trimestre de 2008) – valor de 872€ por m2;
 Assumiu-se que o valor do terreno corresponderia a 25% do valor de avaliação de referência. A adopção dessa percentagem assentou
no preconizado no n.º3 do artigo 11.º do Decreto Regulamentar 2/90, de 12 de Janeiro, que prevê que para os imóveis adquiridos
sem indicação expressa, para efeitos contabilísticos, é fixado em 25% do valor global;
 Aplicação de uma Taxa de Uso, no valor de 6%, sobre o valor do terreno adoptado, reflectindo a remuneração decorrente da
utilização do espaço público em causa;
 Diferenciação do valor do terreno aplicando um Factor de Majoração (Um e Dois) para distinguir: (i) o valor de terreno de zonas de
acesso nobres das secundárias, do Concelho do Barreiro, (ii) tipo de actividade em causa. Neste sentido, às taxas ou tarifas que
estejam associadas à ocupação de via pública relativa à primeira tipologia é aplicado o Factor de Majoração “Dois”, como é o caso da
realização de filmagens;
 Assumpção de quantidades de ocupação média, quando aplicável.
Para as taxas ou tarifas em que a ocupação da via pública não é cobrada com base em unidades de ocupação/medidas (metros
lineares, volume, metros quadrados), mas sim pela unidade do objecto em si [como por exemplo, a “Reserva de estacionamentos na
via pública associados a actividades económicas, excepto cargas e descargas (por veiculo/ ano)”] foi definido o respectivo valor de
ocupação média, por forma a, posteriormente, multiplicar este montante pelo custo de valorização do m2 assumido no estudo em
causa (de acordo com o parágrafo anterior).

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6. VALORIZAÇÃO DA TABELA DE TAXAS E DE TARIFAS

6.1 Metodologia de Valorização

Vertente Política

Após o apuramento dos valores de acordo com a perspectiva técnica, esses valores poderão ser “ponderados” pelas componentes adiante
apresentadas, de modo a que os valores a constar na versão final das tabelas reflictam as políticas do executivo nas diversas áreas.

F) Benefício do Munícipe

De acordo com o previsto no n.º1 do artigo 4.º, da Lei n.º 53-E/2006, o valor da Taxa ou Tarifa a praticar pode ser fundamentado com base no
benefício auferido pelo particular. Neste sentido, a Câmara tem a possibilidade de definir este critério, acrescendo ao valor calculado pelas
outras componentes: (i) um determinado valor em euros, (ii) uma taxa, (iii) um factor multiplicador ou (iv) uma fórmula de cálculo, baseado em
variáveis diferenciadas.

G) Factor Incentivo ou Desincentivo

Os valores a constar nas Tabelas de Taxas e de Tarifas a vigorar em 2010, contemplam uma componente que depende da decisão do Executivo
da Câmara com base em políticas de incentivo ou desincentivo que pretendem implementar de acordo com estratégia definida, nomeadamente,
na vertente urbanística, de desenvolvimento económico, etc..

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7. RECOMENDAÇÕES

Neste capitulo pretende-se elencar um conjunto de recomendações que facilitem, no futuro, o apuramento dos custos e proveitos associados às
Taxas e Tarifas a cobrar pelo Município, agilizando as revisões do respectivo sistema. Na base destas recomendações, estão as dificuldades
verificadas ao longo do desenvolvimento do presente trabalho.

 Contabilidade Analítica

A recomendação principal assenta na implementação de um sistema de contabilidade analítica por forma a permitir uma comparação
directa entre Taxas / Tarifas e custos relacionados. A criação deste sistema deverá permitir a obtenção de maior detalhe e correcção
da formação e imputação de proveitos e custos, com vista a precisar e a justificar os valores das Taxas e Tarifas, uma vez que com
este sistema é possível: (i) analisar os resultados de cada centro de resultados e a respectiva rentabilidade; (ii) detectar ineficiências
de centros de resultados; (iii) identificar os centros de resultados que suportam a empresa, ou seja, os mais lucrativos; (iv)
identificar os custos chave de cada centro de resultados e (v) conhecer as margens brutas de cada centro de resultados.
Neste sentido, é recomendável que este sistema seja desenvolvido na óptica de processos/actividades e não apenas numa óptica
orgânica/departamental.

 Registos Contabilísticos - Custos

No âmbito dos procedimentos contabilísticos, nomeadamente a nível do registo, algumas naturezas de custos, estão classificados,
exclusivamente, num centro de custo/unidade orgânica (como é o caso da electricidade), apesar de serem comuns a várias unidades
orgânicas.

Neste sentido, quando não seja possível afectar o custo na unidade orgânica efectiva, sugere-se a definição de critérios de
imputação, que confiram um mínimo de aderência à actividade da Câmara. Na mesma linha de actuação, propõe-se que as diversas
rubricas de custos com o pessoal sejam registadas contabilisticamente na unidade orgânica correspondente aos recursos humanos que
incorreram neste custo.

Página 33
7. RECOMENDAÇÕES

 Imobilizado

Finalização dos registos dos bens de imobilizado, por forma a reflectirem os valores correctos das amortizações de cada exercício. Este
ponto revela-se de extrema importância nos artigos das Tabela de Taxas e de Tarifas onde o custo com maior peso é o das
amortizações do investimento e não os restantes custos operacionais (recursos humanos, electricidade, etc.).

 Registos Contabilísticos - Receitas

Parametrização do sistema informático com vista à obtenção de forma expedita e exacta dos valores cobrados e número de
ocorrências associado a cada artigo das Tabelas de Taxas e de Tarifas. Esta situação pode trazer vantagens a nível de gestão, tanto a
nível da revisão das Tabelas como no processo de orçamentação.

 Memória Descritiva

Por forma a facilitar a justificação perante terceiros dos valores apresentados, e eventuais, revisões da Tabela de Taxas e de Tarifas
recomenda-se a manutenção de uma base de dados, onde conste uma memória descritiva dos critérios de fundamentação utilizados
para cada item das Tabelas de Taxas e de Tarifas. Essa situação revela-se essencial, nomeadamente, nas justificações baseadas na
perspectiva política, no que se refere à escolha dos critérios que determinem a valorização da componente do beneficio do utente e a
determinação dos critérios de incentivo e desincentivo aplicados.

Página 34
8. NOTA FINAL

O nosso trabalho foi realizado de acordo com os princípios técnico-profissionais da BDO e em cooperação com os responsáveis da CM Barreiro numa
perspectiva de utilidade plena que sempre procuramos conseguir.

Ficamos ao dispor de V. Exas. para prestar quaisquer esclarecimentos relativos ao conteúdo do presente relatório.

Permitam-nos que agradeçamos a vossa cooperação e a forma como nos foram proporcionados os elementos e as informações necessárias à
elaboração do estudo de avaliação.

Com os nossos melhores cumprimentos, somos,

De V. Exas.
Atentamente

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ANEXO A – TABELA DE TAXAS VALORIZADA

Página 36
ANEXO B – TABELA DE TARIFAS VALORIZADA

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ANEXO C – ESTRUTURA ORGÂNICA DETALHADA

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