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Conceito de estado

1.1. Etimologia da palavra Estado


A palavra Estado provém do grego pólis (cidade-estado). De pólis advém o conceito de
política, que é a ciência de governar a cidade. Para os romanos, a civitas ou res pública
é chamada de status, que significa situação ou condição. Na modernidade, o Estado
surgirá com o conceito que conhecemos atualmente: para o francês, Estado será État,
Staat para o alemão, Stato para o italiano, e Estado para o espanhol e para o português.

A denominação etimológica de Estado descrita por Dallari[1]é que a palavra tem origem
latina, status, que significa estar firme, significando situação permanente de convivência
e ligada à sociedade política, aparecendo pela primeira vez em O Príncipe, de
Maquiavel, escrito em 1513. Portanto, o conceito de Estado, na forma que entendemos
hoje, é recente, uma definição moderna.

1.2. Alguns conceitos gerais sobre o Estado


O Estado, no entendimento de Azambuja[2]é uma sociedade que se constitui
essencialmente de um grupo de indivíduos unidos e organizados, permanentemente,
para realizar um objetivo comum. Essa sociedade política é determinada por normas de
direito positivo, é hierarquizada na forma de governantes e governados e tem como
finalidade o bem público.

O Estado emerge na tentativa de superar o instinto natural do homem e implantar


definitivamente a sociedade política. Na visão de Azambuja[3]"O instinto social leva ao
Estado, que a razão e a vontade criam e organizam". O Estado, então, é uma criação
artificial do homem.

O homem, desde seu nascimento, encontra-se submetido à tutela do Estado. Mesmo


contra sua própria vontade, o homem é obrigado a seguir os ditames do Estado, razão
pela qual "da tutela de estado o homem não se emancipa jamais".[4]

Se acaso o homem transgredir as vontades do Estado, ou não acatá-las, sofrerá as


sanções de tal procedimento. O Estado impõe pesados impostos, obriga ao serviço
militar (sacrificar a vida em uma guerra, "morrer pela pátria"), impõe a lei mesmo
contra a vontade dos cidadãos: "O Estado aparece assim, aos indivíduos e à sociedade,
como um poder de mando, como governo e dominação. O aspecto coativo e a
generalidade é que distingue as normas por ele editadas, suas decisões obrigam a todos
os que habitam o seu território".[5]

Mais adiante, Azambuja sintetiza a sua noção de Estado, ao afirmar que o mesmo é "a
organização político jurídica de uma sociedade para realizar o bem público, com
governo próprio e território determinado".
Os termos Nação e Estado, para Euzébio Queiroz Lima (1957), são idênticos: "Estado é
uma nação organizada". Queiroz Lima, ao iniciar sua obra, começa pela definição do
termo nação, entendendo-o como um conceito vasto e como a mais complexa das
formas por que as sociedades humanas se apresentam[6]O que antecede a nação é uma
ordem civil, não existe nacionalidade onde não existir ordenamento civil. O conceito de
nacionalidade, em Queiroz, fica subentendido nos conceitos apresentados pelo mesmo
nas afirmações de outros escritores. Assim, Queiroz Lima cita H. Hauriou, que entende
o termo nação "como uma população fixada no solo, na qual um laço de parentesco
espiritual desenvolve o pensamento da unidade do grupamento". Cita, igualmente, o
conceito de nação, segundo o entendimento de Jellinek: "quando um grande número de
homens adquire a consciência de que existe entre eles um conjunto de comuns de
civilização, e que esses elementos lhe são próprios (...) O conceito de nação é
essencialmente subjetivo, é resultante de um certo estado de consciência"[7].

Já o conceito de Estado, em Queiroz Lima, está ligado diretamente com a organização


política, onde as condições físicas biológicas, psicológicas, econômicas, intelectuais,
morais e jurídicas giram em torno de um governo que administra sob o poder de coação
uma autoridade que provém do uso incontido da força. Queiroz Lima entende que o
Estado está igualmente ligado ao direito, ou melhor: o Estado está a serviço do direito.

Segundo o entendimento de Sahid Maluf (1995), não existe uma definição única de
Estado. Há vários autores, cada um com uma concepção ou doutrina diferente. Maluf
apresenta o conceito de Estado dentro da visão de vários autores, cada um com uma
idéia. Por fim, Maluf apresenta um breve conceito seu: "Estado é o órgão executor da
soberania nacional (...) O Estado é apenas uma instituição nacional, um meio destinado
à realização dos fins da comunidade nacional...".[8] Segundo Maluf[9]o Estado é
entendido como a sociedade política necessária, dotada de um governo soberano, a
exercer seu poder sobre uma população, dentro de um território bem definido, onde cria,
executa e aplica seu ordenamento jurídico, visando o bem comum.

Para José Geraldo Filomeno (1997), o Estado é um tipo especial de sociedade, sendo
fundamental analisá-lo nos aspectos sociológico, político e jurídico. Com vistas a
explicar sua origem, estrutura, evolução, fundamentos e fins: "... Estado é um ser social
e, portanto único, embora complexo e não simples, em atenção aos diversos aspectos
que apresente: método científico, método filosófico, método histórico e método
jurídico...". [10] O Estado deve estar a serviço do homem: "... o Estado é mero
instrumento para a realização do homem, tendo em vista sua fragilidade e
impossibilidade de bastar-se a si mesmo..." [11].

Aderson Menezes (1996), diz que o Estado é uma sociedade de homens, fixada em
território próprio e submetida a um governo que lhe é originário...O Estado é uma
pessoa politicamente organizada da nação em um país determinado...".

Michael Mann [12]define o Estado como sendo constituído de quatro elementos


fundamentais: o Estado é um conjunto diferenciado de instituições e funcionários,
expressando centralidade, no sentido de que as relações políticas se irradiam de um
centro para cobrir uma área demarcada territorialmente, sobre a qual ele exerce um
monopólio do estabelecimento de leis autoritariamente obrigatórias, sustentado pelo
monopólio dos meios de violência física. Tal posição encontra sustentação a partir de
uma visão mista, a qual foi referida originalmente por Max Weber.
Parte-se do princípio que o Estado é um conjunto de instituições decorrentes do
desenvolvimento de desigualdades sociais quanto ao exercício do poder de decisão e
mando. É classicamente identificado com a idéia de soberano.

A idéia de Estado advém do desenvolvimento das formas de governo como resultante


das diversas maneiras de dividir o poder entre governantes e governados. O Estado é um
conjunto de instituições especializadas em expressar um dado equilíbrio e uma
condensação de forças favoráveis a um grupo e ou uma classe social. Ele assegura a
unidade de qualquer sociedade dividida em interesses, particularmente de classes, mas
também estamentais, pois garante o monopólio (centralizado ou descentralizado) do uso
da força nas mãos do grupo, da classe ou do estamento dominante.

1.3. Os elementos do Estado


Fazem parte do Estado, segundo a concepção de Azambuja [13]uma população, um
território, um governo independente, ou quase, dos demais Estados. Cada elemento é
essencial, não pode existir Estado sem um deles. Azambuja, da mesma forma, define os
conceitos povo e nação como sendo integrantes de uma população de um Estado. Povo
é, segundo o autor, o grupo humano encarado na sua integração, numa ordem Estatal
determinada, é o conjunto de indivíduos sujeitos às mesmas leis.

O elemento humano do Estado é sempre um povo, ainda que com ideais e aspirações
diferentes. Já o conceito de nação é entendido como indivíduos unidos que têm
interesses comuns, ideais e aspirações comuns. O povo é uma entidade jurídica, nação é
uma entidade moral, é uma comunidade de consciências unidas por um sentimento
comum. O patriotismo é citado por Azambuja como exemplo. Os conceitos de raça,
língua e religião são conceitos coadjuvantes, não constituem a característica
fundamental da nação, mas o que une um povo até constituir uma nação são a
identidade de história e de tradição, onde o passado comum é condição indispensável
para a formação nacional [14]

Uma definição de Mancini, professor de Direito Internacional de Turin, em 1851,


conceituou o termo nação da seguinte forma: " Nação é uma sociedade natural de um
homem, na qual a unidade de território de origem, de costumes, de língua e a comunhão
de vida criara a consciência social" [15].

O território é o segundo elemento constitutivo do Estado, segundo a concepção de


Azambuja. Sem o território não pode haver o Estado, o território é essencial para a
existência do Estado. Azambuja cita o povo judeu como um exemplo de povo que até
há pouco tempo era uma nação, mas não consistia ainda um Estado, por faltar-lhe um
território. Somente em 1948 formou-se o Estado de Israel, da mesma forma os nômades,
os ciganos, por exemplo.

Os elementos que constituem o Estado, segundo Maluf[16]são os materiais, compostos


pela população e território; os elementos formais constituídos por um governo soberano
(poder) e um ordenamento jurídico; e o elemento final, o bem comum.

A população consiste no conjunto de todos os habitantes do território de um Estado, que


mantenha ou não vínculos políticos e jurídicos (participação parcial) e o Povo que é o
conjunto dos cidadãos. É a parcela da população de determinado Estado que com ele
mantém vínculos de natureza política, além dos de natureza jurídica (participação
efetiva no Estado);

O território é necessário para que exista o Estado. É composto pelas seguintes partes:
solo, subsolo, espaço aéreo, embaixadas, navios e aviões de uso comercial ou civil e o
mar territorial (200 milhas).

O ordenamento jurídico é onde o Estado cria, executa e aplica seu ordenamento


jurídico, visando o bem comum de todos por um conjunto de normas por um Estado de
variedade complexa e abrangente que são definidas pela Constituição do Estado:
Congresso Nacional, Assembléia Legislativa, Câmaras Municipais, sem fala no poder
regulamentador dos órgãos da função executiva do Estado.

O governo nada mais é do que o conjunto dos órgãos do Estado que colocam em prática
as deliberações dos órgãos legislativos (organização necessária para o exercício do
poder político do Estado). A soberania é a forma suprema de poder: é o poder
incontestável e incontrastável que o Estado tem de, dentro de seu território e sobre uma
população, criar, executar e aplicar o seu ordenamento jurídico visando o bem comum.

O bem comum é o fim último do Estado. Não se admite a existência do Estado sem este
fim específico.

1.4. O Estado e o poder


O Estado, sede do poder, torna-se palco de lutas políticas. Pelo fato de aqueles que estão
no poder gozarem de legitimidade, a oposição às vezes se encontra na alternativa de
aceitar os procedimentos autorizados pelo aparelho do Estado ou de se arriscar a uma
prova de força.

Nunca tivemos na história um Estado que interviesse tanto no quotidiano pessoal do


indivíduo como na atualidade. Michael Mann[17]descreve que o Estado pode avaliar e
taxar nossa renda e riqueza na fonte, sem o nosso consentimento ou o de nossos
próximos ou parentes (o que o Estado, antes de 1850, nunca fora capaz de fazer); ele
estoca e pode usar imediatamente uma maciça quantidade de informações sobre cada
um de nós; pode fazer cumprir a sua vontade no mesmo dia em quase todos os lugares
sob o seu domínio; sua influência sobre a economia global é enorme; ele até provê
diretamente a subsistência da maioria de nós (via os empregos que oferece, as pensões
previdenciárias..).

O Estado atual penetra na vida cotidiana mais do que qualquer Estado histórico. Seu
poder infra-estrutural cresceu enormemente... Não há um lugar para se esconder do
alcance infra-estrutural do Estado moderno, conclui o autor. Pode-se levantar um
questionamento a partir dessas afirmações: mas afinal, quem controla estes Estados?
Mann afirma que é uma elite estatal autônoma.

Mann[18]enumera duas características do poder do Estado. A primeira seria o poder


despótico da elite estatal. O autor apresenta o exemplo do imperador chinês, que, como
filho do Sol, "possuía" a totalidade da China e podia fazer o que desejasse com qualquer
indivíduo ou grupo dentro de seu domínio. O Imperador romano, apenas um "deus"
menor, adquiriu poderes que, em princípio, também eram ilimitados fora da área restrita
de afazeres nominalmente controlada pelo Senado.

Alguns monarcas do início da Europa moderna também reivindicaram poderes


absolutos, divinamente derivados (embora eles próprios não fossem divinos).

Em contrapartida, o poder infra-estrutural é a capacidade do Estado de realmente


penetrar a sociedade civil e de implantar logisticamente as decisões políticas por todo o
seu domínio.

A existência do Estado, que fundamenta a legitimidade e garante a continuidade do


poder, é também a condição para que possa afirmar-se a superioridade da competência
dos governantes.

Com o nascimento da propriedade individual, nasce a divisão do trabalho, a sociedade


se divide em classes, na classe dos proprietários e na classe dos que nada têm.

Através da divisão da sociedade em classes, nasce o poder político, o Estado, cuja


função é essencialmente a de manter o domínio de uma classe sobre outra, recorrendo,
inclusive, à força e, assim, a de impedir que a sociedade dividida em classes se
transforme num estado de permanente anarquia. Mann apresenta três formas de poder:
econômico – quem detém a riqueza; o ideológico – quem se apossa do saber e o político
- que tem a força.

O poder econômico é aquele que se vale da posse de certos bens, necessários ou


percebidos como tais, numa situação de escassez, para induzir os que não os possuem a
adotarem uma certa conduta.

Na posse dos meios de produção reside uma enorme fonte de poder por parte daqueles
que os possuem contra os que não os possuem. Em qualquer sociedade onde existam
proprietários e não-proprietários, deriva a possibilidade que a disposição de um bem lhe
dá de obter que o não-proprietário (ou proprietário apenas de sua força de trabalho)
trabalhe para ele e nas condições por ele estabelecidas.

O poder ideológico é aquele que se vale da posse de certas formas de saber, doutrinas,
conhecimentos, às vezes apenas de informações, ou de códigos de conduta, para exercer
uma influência sobre o comportamento alheio e induzir os membros do grupo a realizar
ou não uma ação.

Estas três formas de poder contribuem conjuntamente para instituir e para manter
sociedades de desiguais divididas em fortes e fracos, com base no poder econômico, e
em sábios e ignorantes, com base no poder ideológico. Mann [19]apresenta outras
funções do Estado como:

A manutenção da ordem interna, servindo diretamente à classe dominante;

A defesa, a agressão militar, dirigida contra o ataque dos inimigos estrangeiros;

A manutenção das infra-estruturas de comunicação (estradas, rios, sistema de


mensagens, cunhagens, pesos, mercados...).
(Fonte Apostila)

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