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FUNDAÇÃO FRANCISCO MASCARENHAS

FACULDADES INTEGRADAS DE PATOS


PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO LATU SENSU
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM PSICOPEDAGOGIA

IRLEIDE MARIA JANUARIO

O PAPEL DO PSICOPEDAGOGO DIANTE


DAS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM

OURICURI – PE
2010
IRLEIDE MARIA JANUARIO

O PAPEL DO PSICOPEDAGOGO DIANTE


DAS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM

Trabalho de conclusão de curso – Artigo


Científico apresentado à Coordenação do
curso de Especialização em Psicopedagogia,
ministrado pelas Faculdades Integradas de
Patos, em cumprimento às exigências para a
obtenção do título de
Especialista. Professor Ms. Mônica Maria
Feitosa Braga Gentil

OURICURI – PE
2010
IRLEIDE MARIA JANUARIO

O PAPEL DO PSICOPEDAGOGO DIANTE


DAS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM

TRABALHO APROVADO EM: _________/__________/___________

NOTA:____________________________________________________

PROFESSOR(A): ___________________________________________

OURICURI – PE
2010
RESUMO: Este artigo visa apresentar uma reflexão sobre o papel que o
psicopedagogo representa diante das dificuldades de aprendizagem, bem como a
importância da Psicopedagogia em estabelecer diretrizes para sanar essas
dificuldades, ajudando a promover mudanças, intervindo diante das dificuldades que
a escola nos coloca, trabalhando com os equilíbrios/desequilíbrios e resgatando o
desejo de aprender.

Palavras-chave: Dificuldades de aprendizagem – Psicopedagogia – Construção de


conhecimento

Abstract: This article presents a reflection on the role that the psychologist is on
learning disabilities and the importance of Educational Psychology in establishing
guidelines to resolve these problems, helping to promote change, intervening before
the difficulties that the school puts us, working with balances / imbalances and
reviving the desire to learn.

Key-words: Learning disability - Educational Psychology - Construction of knowledge

Professora, graduada em Letras pela Faculdade de Formação de Professores


de Araripina – FAFOPA, pós-graduada em Psicopedagogia pelas Faculdades
Integradas de Patos – FIP.
1. INTRODUÇÃO

Este artigo visa investigar qual o papel que assume o psicopedagogo diante
das dificuldades de aprendizagem e o que poderia ser feito para abordar e minimizar
estas dificuldades. Pois, ao perceber o quanto à educação de qualidade é importante,
comecei a me interessar pela temática. Mediante tais inquietações, realizou-se uma
pesquisa bibliográfica, buscando na literatura pertinente, documentos que
promovessem a solução destes questionamentos em estudo; objetivando um
conhecimento mais aprofundado do tema.
Se todo ser humano possui facilidades para executar determinadas ações e
dificuldades para realizar outras, então o papel do psicopedagogo seria lidar com
estas dificuldades, levando em conta aspectos sociais, culturais, econômicos e
psicológicos, fazendo com que o ser humano construa o próprio conhecimento por
meio de estímulos.
O modo como o psicopedagogo irá favorecer a aprendizagem e as ações
pedagógicas que serão adotadas para facilitar a construção de conhecimentos, são
questionamentos que serão desvendados ao longo da pesquisa.
Tem por objetivo principal, compreender o papel do psicopedagogo e sua
atuação diante das dificuldades de aprendizagem, identificando técnicas e estratégias
utilizadas pelo psicopedagogo no trabalho de intervenção dirigido para os problemas
de aprendizagem e analisando as abordagens e as dificuldades do “fazer”
psicopedagógico apontados pelo psicopedagogo.
O psicopedagogo conta com a contribuição de várias áreas do conhecimento,
Psicologia, Sociologia, Antropologia, e outras. Assume o papel de minimizar as
deficiências de aprendizagem, compreendendo a dificuldade apresentada pelo sujeito
no processo de construção do seu conhecimento.
Portanto o papel do psicopedagogo diante as dificuldades de aprendizagem
não é sanar, encontrar a cura para a doença, mas sim, intervir em um momento deste
processo de transformação, de forma que esta dificuldade seja minimizada.
O psicopedagogo atinge seus objetivos quando tem a compreensão das
necessidades de aprendizagem de determinado aluno, abrindo espaço que atendam
às necessidades de aprendizagem.
2. PSICOPEDAGOGIA – UMA INTRODUÇÃO

De acordo com Bossa (2000, p.37):

A Psicopedagogia surgiu na Europa,


mais precisamente na França, em
meados do século XIX, onde a
Medicina, Psicologia e a Psicanálise,
começaram a se preocupar com uma
alternativa de intervenção nos
problemas de aprendizagem e suas
possíveis correções.

A corrente européia influenciou a iniciação psicopedagógica na Argentina, e a


mesma influenciou a identidade da Psicopedagogia Brasileira.
No Brasil, a Psicopedagogia surge aproximadamente nos anos 70, a partir da
necessidade de atendimento a crianças com distúrbios na aprendizagem,
consideradas inaptas dentro do sistema educacional convencional, porém, os cursos
na área só começam a se multiplicarem na década de 90.
A Psicopedagogia é uma área de conhecimento e de atuação dirigida para o
processo de aprendizagem humana. Seu objeto de estudo é o ser cognoscente, ou
seja, o sujeito que se dirige para a realidade e dela retira um saber. Vista no âmbito
de um sistema complexo e inerente à condição humana, a aprendizagem não é
estudada pela Psicopedagogia no espaço restrito da escola, ou num determinado
momento da vida, posto que ocorra em todos os lugares, durante todo o tempo da
existência. Difere da Pedagogia porque não se ocupa de métodos ou técnicas de
ensino, assim como da Psicologia escolar, porque não reduz sua investigação e
trabalho ao âmbito da Escola.
Enquanto conhecimento interessa a todo aquele que se dedica à Educação, na
medida em que possibilita uma análise das teorias relacionadas com as ações de
aprender e ensinar, não apenas no sentido da prática didático-pedagógica, mas no
substrato epistemológico que delas se origina para a formação do sujeito
“aprendente”. Nutre-se de conhecimentos oriundos, sobretudo da Epistemologia
Genética, da Psicologia Social e da Psicanálise. Tem na Psicopedagogia Operativa
de Sara Pain; na Epistemologia Convergente, de Jorge Visca e na Psicopedagogia
Clínica, de Alícia Fernandez, suas formulações teóricas mais expressivas.
Enquanto atuação dirigiu-se, em seus primórdios, para os problemas
relacionados com as dificuldades de aprendizagem e o fracasso escolar, mas, hoje,
visa favorecer a apropriação do conhecimento no ser humano, ao longo de sua
evolução, ou seja, tem por objetivo a promoção de aprendizagens e configura-se
como uma prática clínica que integra diferentes campos de conhecimento,
envolvendo elaboração teórica a respeito do ponto de convergência em que opera.
As relações com o conhecimento, a vinculação com a aprendizagem, as significações
contidas no ato de aprender, são estudadas pela Psicopedagogia a fim de que possa
contribuir para a análise e reformulação de práticas educativas e para a
ressignificação de atitudes subjetivas.
Nesse sentido, a Psicopedagogia surge como nova área de conhecimento na
busca de compreender e solucionar os problemas de aprendizagem, tendo em sua
configuração institucional a função de pensar e refazer o trabalho no cotidiano
escolar.
O trabalho psicopedagógico pode assumir feição preventiva ou terapêutica e
estar relacionado com equipes ligadas aos campos da Educação e Saúde. Evoluiu a
partir de uma demanda da sociedade, que passou a valorizar a aprendizagem a partir
de paradigmas integradores e geradores de sínteses, e tem respondido a ela com
uma práxis que busca responder às necessidades de compreensão do ser humano
em toda sua complexidade, com ampla aceitação nos mais diversos segmentos da
comunidade.
A Associação Brasileira de Psicopedagogia é o órgão de classe que
representa esta categoria e luta por seus direitos, além de promover a continua
revisão teórico-metodológica do conhecimento psicopedagógico.
A Psicopedagogia foi introduzida aqui no Brasil baseada nos modelos médicos
de atuação e foi dentro desta concepção de problemas de aprendizagem que se
iniciaram, a partir de 1970, cursos de formação de especialistas em Psicopedagogia
na Clínica Médico – Pedagógica de Porto Alegre, com duração de dois anos.
De acordo com Visca, a Psicopedagogia foi
inicialmente uma ação subsidiada da
Medicina e da Psicologia, perfilando-se
posteriormente como um conhecimento
independente e complementar, possuída de
um objeto de estudo, denominado de
processo de aprendizagem, e de recursos
diagnósticos, corretores e preventivos
próprios (VISCA apud BOSSA, 2000, p.21).

Com esta visão de uma formação independente, porém complementar, destas


duas áreas, o Brasil recebeu contribuições, para o desenvolvimento da área
psicopedagógica, de profissionais argentinos tais como: Sara Paín, Jacob Feldmann,
Ana Maria Muniz, Jorge Visca, dentre outros.
Temos o professor argentino Jorge Visca como um dos maiores contribuintes
da difusão psicopedagógica no Brasil. Foi o criador da Epistemologia Convergente,
linha teórica que propõe um trabalho com a aprendizagem utilizando-se de integração
de três linhas da Psicologia: Escola de Genebra – Psicogenética de Jean Piaget (já
que ninguém pode aprender além do que sua estrutura cognitiva permite), Escola
Psicanalítica – Freud (já que dois sujeitos com igual nível cognitivo e distintos
investimentos afetivos em relação a um objeto aprenderão de forma diferente) e a
Escola de Psicologia Social de Enrique Pichon Rivière (pois se ocorresse uma
paridade do cognitivo e afetivo em dois sujeitos de distinta cultura, também suas
aprendizagens em relação a um mesmo objeto seriam diferentes, devido as
influências que sofreram por seus meios sócio-culturais) (VISCA, 1991,p.66).
Visa propõe o trabalho com a aprendizagem utilizando-se de uma confluência
dos achados teóricos da escola de genebra, em que o principal objeto de estudo são
os níveis de inteligência, com as teorizações da Psicanálise sobre as manifestações
emocionais que representam seu interesse predominante. A esta confluência, junta,
as proposições da Psicologia Social de Pichon Rivière, mormente porque a
aprendizagem escolar, além do lidar com o cognitivo e com o emocional, lida também
com relações interpessoais vivenciadas em grupos sociais específicos.
A análise do sujeito através de correntes distintas do pensamento psicológico
concebeu uma proposta de diagnóstico, de processo corretor e de prevenção, dando
origem ao método clínico psicopedagógico.
Visa implantou CEPs no Rio de Janeiro, São Paulo, capital e Campinas,
Salvador e Curitiba. Deu aulas em Salvador, Porto Alegre, Rio de Janeiro, São Paulo,
Campinas, Itajaí, Joinville, Maringá, Goiânia, Foz do Iguaçu e muitas outras.
Muitos outros cursos de Psicopedagogia foram surgindo ao longo deste
período até os dias atuais e este crescimento não para de acontecer o que indica
uma grande procura por essa profissão.

2.1. PAPEL DO PSICOPEDAGOGO

O psicopedagogo assume papel relevante na abordagem e solução dos


problemas de aprendizagem. Não procura culpados e não age com indulgência. De
acordo com Bossa (2000, p.14),

“ É comum, na literatura, os professores


serem acusados de si isentarem de sua culpa
e responsabilizar o aluno ou sua família pelos
problemas de aprendizagem”, mas há um
processo a ser visto, às vezes, os métodos
de ensino tem que ser mudados. O afeto, o
amor, a atenção, isto tudo influi muito na
questão. Nesse caso, o psicopedagogo
procura avaliar a situação da forma mais
eficiente e proveitosa. Em sua avaliação, no
encontro inicial com aprendente e seus
familiares, que é um recurso importantíssimo,
utiliza a “escuta pedagógica”, que o auxiliará
a captar através do jogo, do silêncio, dos que
possam explicar a causa do não aprender.

Segundo Alícia Fernandes (1990, p.117), a [...] intervenção psicopedagógica


não se dirige ao sintoma, mas o poder para mobilizar a modalidade de
aprendizagem em um determinado momento, e é a partir daí que vai
transformando o processo ensino aprendizagem.

Portanto a Psicopedagogia não lida diretamente com o problema, lida com as


pessoas envolvidas. Lida com as crianças, com os familiares e com os professores,
levando em conta aspectos sociais, culturais, econômicos e psicológicos.
Um dos aspectos importantes sobre a profissão do psicopedagogo é a
formação continuada, não basta fazer um curso de pós-graduação é necessário
sempre estar atualizado realizado cursos nas mais diversas áreas como na
Lingüística, Neurociência, Psicologia entre outras.
O psicopedagogo é o profissional indicado para assessorar e esclarecer a
escola a respeito de diversos aspectos do processo de ensino-aprendizagem e tem
uma atuação preventiva. Na escola, o psicopedagogo poderá contribuir no
esclarecimento de dificuldades de aprendizagem que não têm como causa apenas
deficiências do aluno, mas que são consequências de problemas escolares, tais
como: organização da instituição, métodos de ensino, relação professor-aluno,
linguagem do professor, dentre outros.
Ele poderá atuar preventivamente junto aos professores: explicitando sobre
habilidades, conceitos e princípios para que ocorra a aprendizagem; trabalhando com
a formação continuada dos professores; na reflexão sobre currículos e projetos junto
com a coordenação pedagógica; atuando junto coma família/alunos que apresentam
dificuldades de aprendizagem, apoiando em uma visão holística, levando-o a
aprender com seu próprio modelo de aprendizagem, considerando que esses
problemas podem ser derivados de suas estruturas cognitivas, suas questões
emocionais, sua resistência em lidar com o novo ou outra derivação que possa se
apresentar.
É um profissional licenciado que está preparado para atender
crianças/adolescentes com dificuldades de aprendizagem. A sua ação pode ter um
caráter preventivo ou interventivo (avaliação, diagnóstico e intervenção). Pretende
dar respostas às dificuldades que crianças e adolescentes sentem no seu percurso
escolar. O seu objetivo é investigar o processo de aprendizagem do aluno e o seu
modo de aprender, identificar os seus potenciais e as suas limitações, visando
entender as origens das dificuldades e/ou distúrbios apresentado. Orienta o aluno no
seu processo de aprendizagem, dando ênfase ás suas potencialidades. Nem sempre
as aptidões/potenciais dos alunos são postos em relevo pela escola. E essas
dificuldades podem se refletir por exemplo: em problemas de concentração, de
atenção, de memória, de capacidade de análise, na leitura, na escrita, no
pensamento lógico-matemático. O acompanhamento psicopedagógico contribui para
o sucesso escolar.
2.2. A CONTRIBUIÇÃO DO PSICOPEDAGOGO NAS D.A.s

O termo D.A. (dificuldades de aprendizagem) refere-se não a um único


distúrbio, mas a uma ampla gama de problemas que podem afetar qualquer área do
desempenho acadêmico. Raramente, elas podem ser atribuídas a uma única causa:
muitos aspectos diferentes podem prejudicar o funcionamento cerebral, e os
problemas psicológicos dessas crianças frequentemente são complicados, até certo
ponto, por seus ambientes doméstico e escolar.
Para crianças com D.A., a rigidez na sala de aula pode ser a problemática.
Para progredirem, tais estudantes devem ser encorajados a trabalhar ao seu próprio
modo. Sem a maneira certa de incentivo e apoio, essas crianças deixam rapidamente
de crer em si mesmas e em suas possibilidades de sucesso. Convencidas de que
fracassarão, não importando o que façam, a tendência é de que elas simplesmente
deixem de tentar. Eventualmente, a resistência à aprendizagem pode tornar-se a
maior parte dos problemas da criança na escola – uma deficiência que pode ser mais
grave que a dificuldade de aprendizagem original e mais difícil de ser superada.
Para ressaltar a contribuição do psicopedagogo, é necessário promover uma
análise mais aprofundada de tudo relativo à aprendizagem, proporcionando uma
reestruturação e reinterpretação do verdadeiro fator que leva às dificuldades de
aprendizagem, reconhecendo-se que essas dificuldades fazem parte de um sistema
bio-psico-social que envolve a criança, a família, a escola e o meio social em que
vive, e que só se consegue mediar as dificuldades de aprendizagem, quando
conseguirmos lidar com nossos alunos de igual para igual; quando fizermos da
aprendizagem um processo significativo, no qual o conhecimento a ser aprendido
faça algum sentido para o aluno não somente na sua existência educacional como
também na sua vida cotidiana.
O psicopedagogo contribui significativamente para o processo de ensino
aprendizagem. Cabe, ao professor a partir dos conhecimentos psicopedagógicos,
adotar um olhar e a escuta direcionados ao sujeito multidimensional, sujeito da
aprendizagem, rompendo com velhas práticas que não condizem com o nível de
formação do qual é portador.
São inúmeras as intervenções que o psicopedagogo pode utilizar para ajudar
os alunos quando precisam, e muitas coisas podem atrapalhar uma criança na
escola, sem que o professor perceba, e é o que ocorre com a maioria das crianças
com dificuldades de aprendizagem, e às vezes por motivos tão simples de serem
resolvidos. Problemas familiares, com os professores, com os colegas de turma, no
conteúdo escolar, e muitos outros que acabam por tornar a escola um lugar aversivo,
a qual deveria ser um lugar prazeroso.
Dentro da escola, a experiência de intervenção junto ao professor, num
processo de parceria, possibilita uma aprendizagem muito importante e
enriquecedora, principalmente se os professores forem especialistas em suas
disciplinas. Não só a sua intervenção junto ao professor é positiva, também com a
participação em reuniões de pais, esclarecendo o desenvolvimento dos seus filhos,
em conselhos de classe com a avaliação no processo metodológico, na escola como
um todo, acompanhando e sugerindo atividades, buscando estratégias e apoio
necessários para cada criança com dificuldade.
Principais causas das dificuldades de aprendizagem e de ajustamento escolar:

Causas físicas – São aquelas representadas pelas perturbações somáticas


transitórias ou permanentes. São provenientes de qualquer perturbação do estado
físico geral da criança, como por exemplo: febre, dor de cabeça, dor de ouvido,
cólicas intestinais, anemia, asma, verminoses e todos os males que atinjam o físico
de uma pessoa, levando-a a um estado anormal de saúde.
Causas sensoriais – São todos os distúrbios que atingem os órgãos dos
sentidos, que são os responsáveis pela percepção que o individuo tem do meio
exterior. Qualquer problema que afete os órgãos responsáveis pela visão, audição,
gustação, olfato, tato, equilíbrio, reflexo postural, ou os respectivos sistemas de
condução entre esses órgãos e o sistema nervoso, causará problemas no modo de a
pessoa captar as mensagens do mundo exterior e, portanto, dificuldade para ela
compreender o que se passa ao seu redor.
Causas neurológicas – São as perturbações do sistema nervoso, tanto do
cérebro, como do cerebelo, da medula e dos nervos. O sistema nervoso, comanda
todas as ações físicas e mentais do ser humano. Qualquer distúrbio em uma dessas
partes se constituirá em um problema de maior ou menor grau, de acordo com a área
lesada.
Causas emocionais – são distúrbios psicológicos, ligados às emoções e aos
sentimentos dos indivíduos e à sua personalidade. Esses problemas geralmente não
aparecem sozinhos, eles estão associados a problemas de outras áreas, como por
exemplo da área motora e sensorial.
Causas intelectuais ou cognitivas – São aquelas que dizem respeito à
inteligência do indivíduo, isto é, à sua capacidade de conhecer e compreender o
mundo em que vive, de raciocinar sobre os seres animados ou inanimados que o
cercam e de estabelecer relações entre eles.
Causas educacionais – O tipo de educação que a pessoa recebe na infância
irá condicionar distúrbios de origem educacional, que a prejudicarão na adolescência
e na idade adulta, tanto no estudo quanto no trabalho. Portanto, as falhas de seu
processo educativo terão repercussões futuras.
Causas sócio-econômicas – Não são distúrbios que se revelam no aluno.
São problemas que se originam no meio social e econômico do individuo. O meio
físico e social exerce influência sobre o individuo, podendo ser favorável os
desfavorável à sua subsistência e também às suas aprendizagens.
Todas essas causas originam distúrbios, que irão se constituir nos diferentes
problemas de aprendizagem.
Distúrbios da linguagem e da fala – Podemos dizer que há um problema de
linguagem em uma criança quando sua maneira de falar interfere na comunicação
(distraindo a atenção do ouvinte sobre o que ela diz para enfocá-la no como ela diz)
ou quando a própria criança se sente excessivamente tímida e/ou apreensiva com
seu modo de falar. Porem, é preciso muito cuidado ao classificar a linguagem, pois a
fala normal tolera muitas “anomalias”.
Mudez – Esta incapacidade de articular palavras, geralmente é decorrente de
transtornos do sistema nervoso central. Em boa parte dos casos, é decorrência de
problemas de audição.
Atraso na linguagem – As principais características da criança que tem
atraso na linguagem, são: deficiência no vocabulário; deficiência na capacidade de
formular idéias e desenvolvimento retardado da estruturação de sentenças.
Problemas de articulação – As crianças de mais de 7 anos que não
consegue pronunciar corretamente todas as consoantes e suas combinações
apresenta um problema de articulação. Podemos citar: dislalia, que é a omissão,
distorção, substituição ou acréscimo de sons na palavra falada; disartria – problema
articulatório que se manifesta na forma de dificuldade para realizar alguns ou muitos
dos movimentos necessários à emissão verbal; linguagem tatibite – distúrbio de
articulação (e também de fonação) em que se conserva voluntariamente a linguagem
infantil; rinolalia – ressonância nasal maior ou menor que a do padrão correto da fala,
que pode ser causada por problemas nas vias nasais, vegetação adenóide, lábio
leporino ou fissura palatina.
Afasia – Se caracteriza, mais especificamente, por falhas na compreensão e
na expressão verbal, relacionadas à insuficiência de vocabulário, má retenção verbal,
gramática deficiente e anormal, escolha equivocada de palavras ou frase com outras
similares; tem dificuldade de evocação, exteriorizada por ausências de respostas ou
tentativas incompletas para achar a expressão ou emissões que a substituem.
Transtorno de leitura – O transtorno da leitura, também conhecido como
dislexia, é um transtorno caracterizado por uma dificuldade especifica em
compreender palavras escritas. Dessa forma, pode-se afirmar que se trata de um
transtorno específico das habilidades de leitura, que sob nenhuma hipótese está
relacionada à idade mental, problemas de acuidade visual ou baixo nível de
escolaridade.
O DSM-IV classifica como critérios diagnósticos para o transtorno da leitura:
Rendimento da capacidade de leitura, como correção, velocidade ou
compreensão da leitura, significativamente inferior à media para a idade cronológica,
capacidade intelectual e nível de escolaridade do indivíduo.
A dificuldade de leitura apresentada pelo indivíduo interfere de modo
significativo nas atividades cotidianas que requeiram habilidades de leitura.
Sob a presença de algum déficit sensorial, as dificuldades de leitura excedem
aquelas habitualmente a este associadas.
A leitura oral se caracteriza por distorções, substituições ou omissões, e junto
com a leitura silenciosa vem acompanhada por lentidão e erros na compreensão de
textos.
Dislexia – Entendemos por dislexia específica ou dislexia de evolução um
conjunto de sintomas reveladores de uma disfunção pariental (o lobo do cérebro onde
fica o centro nervoso da escrita) geralmente hereditária, ou às vezes adquirida, que
afeta a aprendizagem da leitura num continuo que se estende do leve sintoma ao
sintoma grave. A dislexia é frequentemente acompanhada de transtornos na
aprendizagem da escrita, ortografia, gramática e redação. Afeta os meninos em uma
proporção maior do que as meninas.
Alguns erros de leitura e escrita encontrados na dislexia:
Confusão de letras, sílabas ou palavras com pequenas diferenças de grafias:
a/o, c/o,e/f etc.
Confusão de letras, sílabas ou palavras com grafia semelhante, porém com
orientação espacial diferente: b/d, p/b, b/q etc.
Confusão de letras que possuem sons parecidos: b/d, p/q, d/t, m/b etc.
Inversão parcial ou total de sílabas ou palavras: me/em, sol/los, sons/mos etc.
Adição ou omissão de sons, sílabas ou palavras: casa/casaco, neca/boneca
etc.
Repetição de sílabas, palavras ou frases: mamacado, papai etc.
Escrita em espelho (em sentido inverso ao normal).
Mesmo com todas as dificuldades que a dislexia pode trazer para a vida
escolar de uma criança, é possível contornar o problema. O mais importante é que os
pais – e principalmente os professores – estejam atentos. O grau da doença varia
muito e os sinais costumam ser inconstantes. Eis algumas das características mais
comuns:
A criança é inteligente e criativa – mas tem dificuldades em leitura, escrita e
soletração. Costuma ser rotulado de imaturo ou preguiçoso.
Obtém bons resultados em provas orais, mas não em avaliações escritas.
Tem baixa auto-estima e se sente incapaz.
Tem habilidades em áreas como arte, música, teatro e esporte.
Parece estar sempre sonhando acordado.
É desatento ou hiperativo.
Aprende mais facilmente fazendo experimentos, observações e usando
recursos visuais.
Reclama de enjôos, dores de cabeça ou estômago quando lê.
Faz confusões com as letras, números, palavras, seqüências e explicações
verbais.
Quando lê ou escreve comete erros de repetição, adição ou substituição.
Diz que vê ou sente um movimento inexistente quando lê, escreve ou faz
cópia.
Parece ter dificuldade de visão, mas exames de vista não mostram o
problema.
Lê repetidas vezes sem entender o texto.
Sua ortografia é inconstante.

Transtorno da matemática - Também conhecido como discalculia, não é


relacionado à ausência de habilidades matemáticas básicas, como contagem, e sim,
na forma com que a criança associa essas habilidades com o mundo que a cerca.
Discalculia – é o termo usado para dificuldades em matemática. O aluno pode
automatizar os aspectos operatórios (as quatro operações, contas, tabuada), mas
encontra dificuldade em aplicá-los em problemas.
O professor deve ter muito cuidado ao fazer um “diagnóstico” com base nestes
sintomas, pois corre o risco de rotular a criança injustamente. Às vezes a falha esta
no método de ensino, na falta de motivação das aulas.
A aquisição de conceitos matemáticos e outras atividades que exigem
raciocínio são afetadas neste transtorno, cuja baixa capacidade para manejar
números e conceitos matemáticos não é originada por uma lesão ou outra causa
orgânica. Em geral, o transtorno da matemática é encontrado em combinação com o
transtorno na leitura ou transtorno da expressão escrita.
Diversas habilidades podem estar prejudicadas neste transtorno, como as
habilidades lingüísticas (compreensão e nomeação de termos, operações ou
conceitos matemáticos, e transposição de problemas escritos em símbolos
matemáticos), perceptuais (reconhecimento de símbolos numéricos ou aritméticos,
ou agrupamento de objetos em conjuntos), de atenção (copiar números ou cifras,
observar sinais de operação), e matemáticas (dar seqüência a etapas matemáticas,
contar objetos e aprender tabuadas de multiplicação).
Transtorno da expressão escrita – Um transtorno apenas de ortografia ou
caligrafia, na ausência de outras dificuldades da expressão escrita, em geral, não se
presta a um diagnostico de transtorno da expressão escrita. Neste transtorno
geralmente existe uma combinação de dificuldades na capacidade de compor textos
escritos, evidenciada por erros de gramática e pontuação dentro de frases, má
organização de parágrafos, múltiplos erros ortográficos ou fraca caligrafia, na
ausência de outros prejuízos na expressão escrita.
Disgrafia – É a dificuldade nas utilizações dos símbolos gráficos para exprimir
idéias. Caracteriza-se pelo trocado irregular das letras e pela má distribuição das
palavras no papel.
Disortografia – É a incapacidade de apresentar uma escrita correta, com o
uso adequado dos símbolos gráficos. Junta palavras, troca sílabas e omite sílabas ou
palavras.
CONSIDERAÇÕES FINAIS

Neste artigo, buscamos refletir sobre o papel que o psicopedagogo ocupa


diante das dificuldades de aprendizagem, dificuldades que tem ocupado um espaço
cada vez maior no cotidiano de nossas escolas. Onde, precisamos entender melhor
estas dificuldades e, consequentemente, buscar auxilio que sejam considerados
benéficos para ambas as partes educando e educador.
O aluno com dificuldade de aprendizagem pode exigir um atendimento variado,
considerando-se as diversas causas que podem interferir no processo ensino
aprendizagem, investigar o ambiente no qual a criança vive e a metodologia
abordada nas escolas é importante antes de traçar o enfoque terapêutico, uma vez
que a criança pode não apresentar o distúrbio de aprendizagem, mas apenas não se
adaptar ou não conseguir aprender com determinada metodologia utilizada pelo
professor, como também a carência de estímulos dentro de casa.
Entender ou buscar um acompanhamento adequado para alterar esse quadro
das dificuldades de aprendizagem, mediante uma avaliação adequada, é a melhor
solução para o aluno que evoluirá de forma consistente. É importante entender que
não há um método a seguir, mas uma série de condições a respeitar. E o
psicopedagogo trabalhará as duas variantes aprendestes de forma preventiva para
que sejam detectadas as dificuldades de aprendizagem antes que o processo se
instale, como também na elaboração do diagnóstico e trabalho conjunto com a família
e escola, frente às intercorrências advindas das dificuldades no processo do
aprender.
Portanto, esse trabalho tem sua relevância por acreditar que todos têm um
potencial a ser desenvolvido, pois todos são como uma pedra preciosa que precisam
ser lapidadas para mostrarem o seu brilho, e ninguém melhor que o psicopedagogo,
a frente de seu papel para polir e destacar o brilho de cada um.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BOSSA, Nádia. A psicopedagogia no Brasil: Contribuições a partir da prática.


Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000.

A psicopedagogia no Brasil. Porto Alegre. Artmed, 2000.

Dificuldades de aprendizagem: o que são e como tratá-las. Porto Alegre: Artmed,


2000.

DROUET, Ruth Caribe da Rocha. Distúrbios da aprendizagem. São Paulo: Ática,


1990.

FERNANDES, Alícia. A inteligência aprisionada. Porto Alegre: Artmed, 1990.

JOSÉ, Elisabete da Assunção & COELHO, Maria Teresa. Problemas de


aprendizagem. São Paulo: Ática, 1989.

VISCA, Jorge. Psicopedagogia: Novas contribuições; Organização e tradução


Andréa Morais, Maria Isabel Guimarães. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1991.

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