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PLANO E

ORÇAMENTO 2011
MARÇO 2011
PARECER
Mais uma vez o CA fez tábua rasa das disposições legais
Em primeiro lugar, referir que não foi respeitado o disposto na Lei 7/2009 quanto à obrigatoriedade
de parecer prévio da Comissão de Trabalhadores sobre o Plano e Orçamento para 2011, uma vez que o
documento em causa foi enviado para a tutela em 30/11/2010 e só nos foi dado a conhecer em
17/01/2011, após solicitação nossa.
É lamentável, também, que quer o MOPTC quer o MF tenham recebido o documento em causa e não
tenham feito nenhum reparo quanto a esta omissão, que consubstancia uma violação grave duma lei
que o Governo, que eles integram, fez aprovar há menos de dois anos.
De qualquer modo, o pedido de parecer sobre um documento que se sabe ter de ser
substancialmente reformulado, não faz muito sentido. Nestes termos, aguardaremos que nos seja
enviado, em devido tempo, a nova versão para nos pronunciarmos em definitivo.
Apesar disso, não queremos deixar de tecer algumas considerações acerca da versão que nos foi
enviada.

Balanço do mandato do CA
Gaba-te cesto… ANACOM e do Governo, mas é, antes de mais, do
Para além da manifesta falta de rigor, é chocante e Conselho de Administração dos CTT, de quem não se
insólita a quantidade de rasgados auto-elogios que o conhecem iniciativas, alertando para a necessidade
CA faz à sua gestão e respectivos resultados. Faz dessa regulamentação a tempo e horas.
lembrar aquele aforismo popular: “já que nem
ninguém os gaba, gabem-se eles”! Qualidade de serviço

Excelência no desempenho É tempo de rever a forma como é medida


Medida como? Há algum CDP onde não sejam
Não podemos concordar. conhecidos os “painelistas” que recebem objectos
O recurso crescente a subcontratados, que tem tido postais e, por essa razão, em situação de “crise”, têm
como consequência o recrutamento de pessoas sem um tratamento mais atento? Que fiabilidade podem
as qualificações e idoneidade adequadas, tem merecer os indicadores assim obtidos?
contribuído para a degradação da imagem da Empresa Os níveis mais elevados de sempre, quando, desta
e tem sido tudo menos “excelência no desempenho”. vez, nem se deram ao trabalho de contestar os
resultados do recente estudo da DECO que apontam
Preparação criteriosa para a liberalização nem sentido contrário? Não nos parece!

A realidade desmente Estratégia empresarial


Se assim foi (que não foi!), para quê a verba de €10
milhões orçamentada para 2011? Ou quererá isto Melhor será dizer Estratégia governamental
dizer que, afinal, nada de substancial foi feito para A submissão às orientações restritivas do Governo,
preparar a Empresa para a liberalização? sobretudo no cenário de liberalização total do
Lembremo-nos, apenas, que chegámos ao final de mercado postal, que acarreta fortes ameaças da
2010 sem que tivesse sido regulamentada essa concorrência, pode ter consequências trágicas para o
liberalização. A responsabilidade política é da futuro da Empresa.
Somos de parecer de que as Orientações Estratégicas degradação da qualidade do emprego e o pagamento
para 2011 no Sector Empresarial do Estado deveriam de salários ainda mais baixos.
ter em consideração a situação específica dos CTT. A qualidade do serviço prestado será drasticamente
Não só pelo que atrás dizemos, mas também por se afectada, como se pode constatar pela pretensão de
tratar de uma empresa geradora de receitas para encerrar mais de uma centena de estações e pelas
Orçamento do Estado (nos últimos três anos, entregou indicações de que se pretende deixar de distribuir
dividendos no valor de 173% do capital social da diariamente o correio em todos os domicílios.
empresa), apesar de muitas situações de má gestão Todas estas situações conduzirão inevitavelmente à
por parte do CA e de os resultados serem obtidos, facilitação do caminho à concorrência, no cenário de
sobretudo, à custa da redução dos salários. liberalização total do mercado postal em 2011.
Considerando a estrutura de custos dos CTT (60% com O orçamento apresentado, em nosso entender, é
pessoal), parecem-nos extremamente gravosos os demasiado ambicioso em algumas matérias e
efeitos gerados por uma redução destes tão bastante despesista noutras, valorizando medidas
significativa, propiciando a tomada de medidas de que se reflectem em perdas financeiras significativas
retirada de direitos aos trabalhadores, redução dos para os trabalhadores, mas nada alterando em
postos de trabalho, acentuação da precariedade, matérias nas quais se justifica reduzir custos.

Receitas
Valores empolados e irrealistas Para percebermos em que se baseiam, será
necessário que os valores orçamentados sejam
Está previsto um aumento de 12,5% (+91,7 M€) nos desagregados por produtos (correspondências,
Proveitos Operacionais. Seria óptimo se assim fosse, encomendas, Phone-ix, Via CTT, Meu Selo, Meu Postal,
mas parecem-nos valores muito empolados e Choco telegrama, Loja virtual, Mailmanager, etc.) e
irrealistas, que apenas servem para que o Resultado apresentadas quais as rentabilidades pretendidas
Líquido suba. para cada um deles.
Podemos afirmar que, nesta matéria, o CA continua a Não é admissível que se continue a malbaratar
viver na sua própria realidade virtual que nada tem a recursos em negócios que não passam de propaganda
ver com a situação da Empresa e a evolução do e promoção dos seus criadores.
mercado postal.

Das medidas de redução de custos apresentadas


Provisões Redução de 182 chefias em toda a organização
(Serviços Partilhados, Serviços Corporativos,
Redução sem explicação Unidades de Negócio e Estruturas
Para 2011, estão orçamentados como Provisões cerca Operacionais). Com vista à simplificação das
de €20 milhões. Este valor representa uma redução de
aproximadamente 3 M€, em comparação com o ano estruturas de gestão cujo objectivo seria a
anterior. A bem da transparência é necessário explicar redução de 20% do numero de membros dos
se esta redução tem algo a ver com as hipotéticas órgãos de administração, chefias e estruturas
suspensões de contratos de trabalho que o CA de direcção.
“inventou” à pressa no final de 2010.
Muito aquém do exigido
Optimização do potencial de trabalho Existem na Empresa, actualmente, mais de 2000
chefias. A redução proposta é de cerca de 9%. Muito
Ou antes: Redução drástica aquém dos objectivos traçados.
Prevêem uma redução de 6,5% face a 2010. De notar que esta redução é conseguida pelo
Considerando que temos 12 000 trabalhadores, esta encerramento de 149 estações de Correio, originando
representa uma redução superior a 760 postos de a extinção do mesmo número de chefias.
trabalho. É um valor excessivo e inaceitável e que, Restam 33 apenas para o restante universo de
certamente, acentuará ainda mais a precariedade e os serviços da Empresa. Simplesmente Ridículo!!!!!
baixos salários. Esta é uma matéria que deverá merecer outra
abordagem, porque, de facto, o rácio de uma chefia no rendimento dos trabalhadores muito superiores
por cada 5 trabalhadores é manifestamente um aos cortes salariais impostos pelo governo. Em
exagero. Já durante o ano 2011 foram criados novos algumas situações, as alterações dos horários de
cargos de chefia supostamente aprovados pelo CA nos trabalho têm como consequência a perda de
últimos dias de 2010, mas divulgados já próximo do subsídios que ultrapassam os 200 euros/mês,
final de mês de Janeiro, que, contrariamente ao representando reduções superiores a 20%. Esta é
determinado pelo accionista Estado, agravarão o peso uma medida socialmente injusta uma vez que
da estrutura da empresa. estamos a falar de trabalhadores com rendimentos
inferiores a 1000 euros.
Redução dos níveis de esforço relativos a As alterações propostas vão ter ainda repercussões na
conservação manutenção de edifícios; Redução qualidade do serviço prestado uma vez que
pressupõem o abandono do actual modelo em que o
de custos com vigilância e limpeza
tratamento e a distribuição da correspondência
ocorrem no próprio dia em que chega ao CDP ou CAD.
Condições de trabalho em vias de degradação
O mesmo se passará com o correio médio e grosso, já
Actualmente são frequentes as situações por nós que o seu tratamento nos COC's passará a ser feito no
identificadas que reflectem insuficiências nestas dia seguinte ao da sua entrada
áreas. Esta redução não tem razão de ser e, a serem Estas medidas agravarão, no mínimo, em um dia a
concretizadas, vão contribuir, sem margem para qualidade do serviço de médios e grossos e o serviço
dúvidas, para uma degradação significativa das não prioritário.
condições de trabalho.
Renegociação do contrato de prestações de
Redução de 20% nos gastos com conservação e
serviço do plano de Saúde com a PT/ACS
reparação de viaturas
Exige-se maior empenhamento dos CTT e o fim da
Perigo!
discriminação dos beneficiários do IOS
Esta medida irá ter um impacto negativo na
Sempre questionámos a adjudicação a terceiros da
sinistralidade, potenciando o perigo de acidentes e
gestão do plano de saúde, considerando que esta
pondo em risco a integridade física dos trabalhadores
medida não traria melhorias na qualidade do serviço
e com repercussões acentuadas nos níveis de
prestado aos beneficiários. Efectivamente, esta
absentismo.
solução serviu essencialmente interesses alheios aos
CTT sem quaisquer vantagens para a Empresa e, muito
Revisão do Ciclo Operativo e racionalização da menos, para os beneficiários IOS.
distribuição postal Em nossa opinião, é urgente reavaliar o actual
modelo, tendendo para o regresso da sua gestão aos
Mais uma forma de ir aos bolsos dos trabalhadores CTT ou para uma participação mais efectiva na
As medidas propostas têm repercussões significativas estrutura e gestão da PTACS.

Propostas da Comissão de Trabalhadores


para a redução de custos
A redução de custos com pessoal é sempre mais fácil • Acabar com os Conselhos de Administração das
para a gestão. Há, porém, muitos outros que podem e Empresas Participadas. Podem funcionar apenas
devem ser reduzidos. com um Director-Geral. Para administração, chega o
Das sugestões que já fizemos publicamente, entende- CA dos CTT;
mos formalizar as seguintes: • Extinção do Comité de Estratégia, que apenas tem
servido para garantir mais uma remuneraçãozita ao
• Anular o “negócio” do edifício Báltico. Sabemos seu presidente e vogais;
que a IGF foi muito crítica em relação a este negócio • Extinção da USP e, consequentemente, de todas as
e que os benefícios da concentração de serviços redundâncias funcionais e das inúmeras chefias (a
estão muito longe de compensar o valor das rendas começar pela comissão executiva) entretanto aí cria-
dos edifícios devolutos, que têm de continuar a ser das, bem como das chefias criadas, em consequên-
pagas pelos CTT; cia, na USC.
• Venda da Tourline1 e abandono definitivo da ideia a “prata da casa”. Há cá muitos e bons quadros,
de que teremos que comprar empresas falidas capazes de fazer tão bem ou melhor o que elas
para ganhar quota de mercado no país vizinho. A fazem;
aposta deve ser, sobretudo, no estabelecimento • Abandono da política de agenciamento da distri-
de parcerias que salvaguardem a nossa quota de buição. Não reduz custos, piora a qualidade e
mercado nacional e permitam a nossa presença degrada a imagem da Empresa;
consistente noutros países;
• Redução do número e gama de viaturas de uso pes-
• … E a Payshop Moçambique? Que é feito dela? Que soal.
resultados obteve? Vai continuar a ser “apadrinha-
• Há muitas empresas em países mais desenvolvi-
da” peloVPCA ou será melhor extingui-la?
dos do que o nosso em que os próprios adminis-
• Reequacionar o Outsourcing dos sistemas de tradores se deslocam em transportes públicos…
informação, que custa €50 milhões ao ano. É mui- Não é isso que pretendemos, mas ao menos bai-
to e, com certeza, é possível adoptar soluções xem a gama. Os Srs. administradores (CTT e parti-
mais baratas e eliminar inutilidades; cipadas e agora, também, alguns directores e
• Reavaliação de todos os investimentos, designa- adjuntos recém-admitidos na CTT Expresso) não
damente, para aquisição de software caro e pouco precisam de viaturas que custam à Empresa
mais do que inútil. À cabeça, a famigerada plata- €1500/mês (fora o combustível e motorista).
forma para os serviços financeiros postais. De fac- • Condicionar a sua utilização às deslocações cor-
to, há pessoas que, quando chegam à idade da relacionadas com o serviço.
reforma, fariam bem em ir para outras paragens. A • Justificam-se tantos motoristas, que passam a
Empresa só tinha a ganhar!... maior parte do tempo à espera para transporta-
1
• Quanto ao Phone-ix , impõe-se fazer bem as con- rem os Srs. administradores e directores? Será
tas para verificar se a receita cobre os custos totais muito trabalho para estes, conduzirem as própri-
(pagamento à TMN pela utilização da rede, estru- as viaturas como o fazem ao fim de semana?
tura, operações de venda nas EC, publicidade, • Revisão dos “ordenadões”. Há ordenados elevados
salário e outras mordomias do consultor externo de mais para a economia da Empresa e completa-
responsável pelo projecto e com proximidades a mente injustificados, quer pela qualidade de quem
membros do Governo, admitido como director, os aufere, quer pelo valor acrescentado à Empresa.
etc.); Ordenados de mais de € 5000 são uma afronta a
• Limitar o recurso a Consultoras às situações de todos os trabalhadores que pouco mais auferem do
estrita e fundamentada necessidade. Utilizemos que o salário mínimo.

Para a viabilidade e estabilidade da Empresa é imperioso mudar o rumo da gestão. O


mandato do actual CA chegou ao fim. O Presidente já foi embora. Os restantes fazem bem
em seguir-lhe as pisadas. Será o melhor serviço que podem prestar aos CTT.
Insistimos na preocupação que temos quanto à viabilidade e estabilidade da empresa, que nos parece só
poderá ser alcançada com o compromisso de aligeirar a estrutura de gestão – dando primazia à competência e
profissionalismo no preenchimento de cargos de direcção e chefia em detrimento do “amiguismo”, compadrio e
clientelismo – e fortalecer as áreas operacionais, com trabalhadores respeitados nos seus direitos, motivados,
devidamente formados e capacitados para garantir um serviço com qualidade.

Este objectivo não se consegue com a terciarização de serviços de


atendimento e distribuição, nem com a gestão menos zelosa da coisa
pública como tem sido prática das várias administrações, e que se encontra
reflectida nos relatórios da auditoria do IGF.
(1)
Impõe-se a quantificação do impacto financeiro destes negócios. Temos sérias dúvidas de que tenham acrescentado valor à Empresa.

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