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Federação dos Estudantes de Agronomia do Brasil – FEAB

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________________________________________________________________________

Curso de Coordenadores

I. INTRODUÇÃO:

O Curso de Coordenadores dentro de nossa estrutura organizativa vem sendo


praticamente de forma consensual, se não a mais importante, uma das mais importantes
atividades que contribuem na renovação e qualificação política de nossa organização.
Exemplo disso são a grande parte dos estudantes que participam desses espaços tem
sua intervenção e capacidade de elaboração qualificada passando a atuar de forma cada
vez mais intensa dentro da federação. Essa atividade acaba sendo um diferencial
expressivo comparado a outras executivas de curso, que ainda possuem muitas
dificuldades em elaborar metodologias concretas para a importante tarefa de trabalho de
base conjugado com intensa formação política.

A FEAB ao longo de sua história vem acumulando de diversas formas na


elaboração desses espaços, que frequentemente acompanham os encontros regionais e
nosso congresso nacional, mas também outros espaços como cursos de formação,
seminários regionais, EIV's, ou mesmo nas tradicionais reuniões dos grupos da FEAB nas
escolas acabam reproduzindo as metodologias, princípios, conceitos e valores estudados
profundamente nos Cursos de Coordenadores.

O militante que participa dessa jornada deve se tornar um “perito” em FEAB.


Conhecer e sentir nossa história, simbologia, os militantes que marcaram épocas, as
vitórias e conquistas, mas também conseguir sentir a luta incansável da classe
trabalhadora. O Curso de Coordenadores estabelece em cada ciclo um marco
metodológico que guia uma nova geração de militantes nas trincheiras do Movimento
Estudantil, pois além do completo conhecimento da estrutura organizativa da FEAB, da
mística e a vivência princípios e valores diferenciados, conhece metodologias de gestão e
moderação de grupos de discussão, elaboração de dinâmicas de forma crítica e
politizada, compreensão e realização das místicas ou celebrações que a FEAB
tradicionalmente realiza na maioria de seus espaços.

Esse documento fará breves considerações de alguns pontos específicos nos


diversos cursos de coordenadores que foram realizados primeiro nos EREA's/ERA Sul,
depois nos ERA's Nordeste e Sudeste e nos últimos CONEA's, também algumas
propostas.

1
II. O COORDENADOR

PARA QUE SERVE OS COORDENADORES?

Os Coordenadores tem a função de junto à Comissão Organizadora (CONEA e


EREA's/ERA's) e Coordenação Nacional da FEAB construir metodológica, política e
pedagogicamente esses espaços. Para isso, é de fundamental importância que as
escolas da FEAB selecionem indivíduos com certo acúmulo político, clareza da estrutura
e funcionamento da federação, assim como capacidade de argumentação nas bandeiras
de luta e experiência de participação em nossos espaços.

Porém não é isso que vem acontecendo. Nos últimos períodos – muito disso
reflexo de uma conjuntura mais ampla e complexa da correlação de forças na luta de
classes – estamos vivendo um profundo descenso da classe trabalhadora,
consequentemente descenso do ME, o que faz com que as escolas de agronomia tenham
uma capacidade muito limitada de mobilização dos estudantes, acarretando em grupos
pequenos, com dificuldades teóricas, metodológicas e o pouco desprendimento dos
militantes, seja por demandas pessoais, profissionais ou acadêmicas, mas acabam
inviabilizando a participação da militância orgânica e mais madura nesses espaços, o que
leva a participação de indivíduos/militantes novos no movimento estudantil, ou ainda os
que estão tendo seu primeiro contato.

Essas condições fazem com que o objetivo do curso de coordenadores seja


modificado. O que era pra ser um espaço de intensidade nos debates e de profunda
elaboração político, pedagógica e metodológica para os encontros e congresso, acaba
sendo um espaço de nivelamento, apresentação da federação e das temáticas do evento,
com uma breve discussão sobre místicas e dinâmicas deixando pouco tempo para
aprofundar concepções políticas, pedagógicas e metodológicas.

III. OBJETIVO DO CURSO DE COORDENADORES

▪ Construir uma unidade entre coletivo de coordenadores: Para os


cursistas, esse encontro acaba sendo um grande imersão no movimento
estudantil da agronomia chegando em até duas semanas entre o curso de
coordenadores e o nosso congresso nacional, onde atuam os
coordenadores, menos dias nos encontros, mas mesmo assim as relações
entre os coordenadores se tornam muito fortes. É extremamente
fundamental que esse grupo se intenda como um único organismo, uma
unidade. Para é isso é importante ser trabalhado durante o curso princípios
e valores de companheirismo, confiança e coletividade por exemplo.

▪ Apresentar a FEAB: Os coordenadores tem função não só de conduzir os


debates nos Grupos de Discussão (GD), mas acabam sendo referência para
os congressistas/encontristas, uma vez que em tese o grupo dos
coordenadores terão contato com todos os congressistas/encontristas,
diferente da CO e CN, funcionando como “argamassa” do evento, diferente
da CO/CN, que tem a tarefa de garantir a infraestrutura o que não é papel
dos coordenadores. Durante o GD ou a qualquer outro momento o
Coordenador poderá ser questionado pelos congressistas sobre o universo

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do Movimento Estudantil e principalmente sobre a FEAB e deverá estar
preparado e seguro para responder de forma adequada.

▪ Formação sobre as temáticas relacionadas ao CONEA/EREA: Os


encontros e o congresso tradicionalmente seguem uma temática
estabelecida num seminário de construção. O Curso de Coordenadores não
tem a função de aprofundamento nas temáticas, mas um formação básica
das para que o coordenador consiga conduzir o debate, sem necessidade
de responder todas as questões colocadas no debate ou a pretensão de que
a discussão acabe em consenso.

▪ Formação sobre o papel do movimento estudantil na universidade:


Todos os debates, metodologias, espaços planejados devem seguir uma
intencionalidade. Para que existe a FEAB? Para que organizamos os
estudantes de agronomia? Como podemos de forma organizada intervir nas
políticas da universidade? Como nossa luta dentro da universidade pode
contribuir para o objetivo estratégico de nossa organização, a transformação
da sociedade para uma sociedade socialista anti-imperialista? Perguntas
como essas os coordenadores devem estar preparados responder ou
argumentar, não de forma dogmática, mas a construindo uma síntese
coletiva desses e outros questionamentos.

▪ Formação sobre o papel das místicas, dinâmicas e método


pedagógico: há muito tempo a FEAB tem acumulado em métodos
diferenciados para conduzir seus espaços. Dinâmicas para descontrair,
facilitar apresentações, sintetizes e organizar discussões etc, mas estas
devem ser realizar com um série de cuidados para que não sejam
banalizaras e/ou ridicularizadas. É importante que as dinâmicas não
pareçam simples brincadeiras, apresentando um conteúdo crítico que seja
capaz de promover algum tipo de reflexão ou que facilite a condução do
grupo. A mística tem seu significado normalmente distorcido pela militância
merecendo uma atenção muito especial. A mística não se resume apenas
numa celebração ou encenação no início das reuniões, palestras e outras
atividades, mas é todo sentimento, a emoção que passa pelo evento. A
solenidade ou encenação é importantíssima porque prepara
emocionalmente o estudante para receber novas informações, experiências,
saberes e sabores que a FEAB preparou com muita amor e indignação. Mas
a postura da militância, a simbologia, palavras de ordem, organização,
disciplina são elementos dentre outros que também compõe a mística. Toda
esses elementos devem ser construídos de forma harmônica entre os
Coordenadores, CO e CN.

▪ Divisão das tarefas durante o CONEA/EREA: a realização de atividades


de manutenção do evento nem sempre são realizadas somente pela CO e
CN, precisando do auxílio dos coordenadores, e alguns casos dos
participantes do evento. Mas essas atividades não devem ser realizadas de
forma impositiva, mas discutida entre o coletivo para as tarefas sejam
organizas de forma democrática e consensual, equilibrando o tempo de
trabalho e tempo de estudo, com nenhum sendo prejudicado pelo outro.

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IV. OS COORDENADORES NOS EVENTOS

O Curso de Coordenadores demandam muita energia da militância. Tanto para a


infraestrutura, de dias antes do evento, quanto políticamente, deslocando quadros da
militância para que durante o curso e depois todo o evento tenha dedicação exclusiva ao
coletivo de coordenadores.

Diante de toda a energia gasta para organizar esse coletivo e a importante função
que o curso acaba cumprindo, é sempre necessário uma profunda avaliação de como
seria a participação dos coordenadores do começo ao fim, para potencializar a sua
atuação nos eventos, mas também para além desses espaços.

O que vem acontecendo em alguns casos, é uma “sub-atuação” dos


coordenadores, não valorizando a construção desse rico espaço e tão pouco a
capacidade que conquistaram durante o curso. Principalmente quando o evento vai
chegando ao fim, alguns dos objetivos acabam sendo fragilizados, como a unidade do
coletivo que é comprometida pela falta de atividades. Também a falta de compreensão da
militância das ferramentas que atuam na subjetividade, dificultando a aplicação de
pedagogias, metodologias e dinâmicas mais complexas faz com que o curso de
coordenadores não atinja todo seu potencial.

As tarefas extra-coordenadores devem ser avaliadas com muito cuidado, para que
não desgaste os indivíduos e não comprometa os encontros diários de avaliação e
planejamento que os coordenadores devem realizar para mantes sua organicidade, ou
qualquer outra tarefa que seja de exclusividade dos coordenadores

É indispensável o Grupo de Integração. Nesse momento, o coordenador não fará


discussões políticas ou de qualquer concepção teórica. Fará um breve integração,
apresentação dos congressistas, da FEAB, do evento e de sua metodologia, e não é
desejável que esse momento seja disputado com momentos de discussão, portanto é
imprescindível que haja um GRUPO DE INTEGRAÇÃO no início do evento. Nesse
momento também é importante que o processo de construção de unidade que os
coordenadores viveram durante o curso se reproduza nesse novo grupo, podendo ser
incentivada a criação de um nome, bandeira, palavra de ordem ou qualquer outra
simbologia para construir uma nova identidade desse novo grupo. Esse espaço pode ter
um tempo mais limitado, para evitar que se torne chato, monótono ou redundante para
militantes mais experientes, cumprindo principalmente a função de “quebra gelo” para os
coordenadores e para o grupo.

Os Grupos de Discussão devem ocupar um período, conforme tradicionalmente


realizamos, acompanhando os painéis principais. O papel do coordenador nesse período
não é de fazer um resumo ou síntese, tão pouco se comportar como um professor ou
palestrante, mas de fomentar que as ideias sejam colocadas de forma mais diversa
possível, sem pretensão de apontar uma conclusão um imprimir um determinado
posicionamento político, fazendo com que os debates ocorram do forma plena e
democrática, utilizando as técnicas de gestão grupal para facilitar que todos, até os mais
tímidos, possam colocar sua opinião e construir uma síntese coletiva.

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V. DINÂMICAS DE GRUPOS1

Sobre Grupos:

A experiência grupal, que é um fenômeno organizador da maioria das espécies vivas, se


torna um elemento decisivo para a constituição da espécie humana. Não há qualquer
possibilidade de humanização fora da experiência grupal humana. Existe na literatura
especializada um exemplo clássico disso que estamos falando: o caso das gêmeas Amala e
Kamala. As meninas foram criadas por lobos e adquiriram todas as condutas destes animais. Todo
o aparato anatômico que lhes permitiria condições próprias aos seres humanos estavam - na
época em que os cientistas as encontraram - completamente dominados pelos anos de convívio
com os lobos. Por meio de um longo processo as gêmeas foram sendo levadas à retomada do
contato com outros seres humanos. O relato da equipe de cientistas aponta que as gêmeas
resistiam ao contato humano reagindo, a maior parte do tempo, exatamente como se fossem
lobos. Conforme relatos da equipe, os indícios de humanização das gêmeas, inicialmente, não
passavam daquilo que seria possível a qualquer outro mamífero nas mesmas condições. Foi
apenas quando Amala morreu que essa tal “condição humana” se manifestou. Ao perceber a irmã
morta, Kamala fixou os olhos em uma das cientistas da equipe e chorou, demonstrando
compreender a dimensão do que acabara de ocorrer.

A humanização de nossa espécie não se constitui como obra do acaso. Ela é fruto de um
complexo processo histórico de desenvolvimento do nosso aparato biológico e psicossocial,
resultando daí que não é possível compreender o ser humano fora desse contexto.

Esta primeira reflexão tem o objetivo de nos recordar que a presença de muitos outros é
fundamental para nossa existência e que essa presença, mais e mais, pode e deve ser objeto de
nossas reflexões e aprendizados.

Um desafio inicialmente colocado à reflexão e ao aprendizado do que venha a ser uma


realidade grupal diz respeito a uma compreensão mínima de como se gera, como se dá, como se
ordena essa realidade. Observemos o esquema2 a seguir:

Relações Intersubjetivas

NECESSIDADES

Distintas matizes e intensidades particulares
Fundamento motivacional do vínculo
Interdependência dos elementos constituintes
Importância das primeiras experiências sociais

As necessidades constituem a base das relações intersubjetivas. Ao dizer isso é


necessário ter em mente que as necessidades não são iguais e nem se manifestam da mesma
forma para todos. Elas são fruto das condições materiais e objetivas da vida das pessoas e é a
partir das necessidades que vamos encontrando motivos para estabelecer os inúmeros vínculos
que alcançamos ter ao longo da vida. É preciso compreender que as necessidades são
semelhantes a um caleidoscópio agrupando, dinamicamente, múltiplos fatores.

Partindo desta compreensão mínima acerca da realidade grupal passemos à consideração


alguns elementos estratégicos para o funcionamento de um grupo.

1 Professora Catarina Gewehr


2 Esquema elaborado a partir das reflexões de Pichón Rivièré sobre grupos.

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Compreendendo que os grupos se organizam em função das necessidades e que estas
não são homogêneas, não são vividas com a mesma intensidade por todos os seus integrantes,
imediatamente se coloca a questão do poder e do controle nos grupos.

“Democratizar o controle, fazer que cada membro de um grupo ou de uma comunidade


tenha a possibilidade de exercê-lo não é questão de decisões meramente verbais, de
declarações inócuas; é algo que só se pode dar numa práxis, vivendo situações nas quais
os protagonistas, as pessoas envolvidas exerçam o controle das circunstâncias, decidam,
ordenem, organizem, atuem e assumam a responsabilidade. Isto supõe experimentar uma
condição na qual o resultado da ação esteja diretamente ligado a essa atividade e que
seus efeitos positivos, negativos ou neutros, sejam a conseqüência da planificação e
conduta desenvolvidas.” (BARÓ, 1986:136)

Papel do Coordenador:

Vivemos um tempo histórico marcado pela lógica do individualismo e, como tal,


profundamente antidemocrático. Como consequência imediata desta constatação aparece a
necessidade urgente de construção de relações democráticas e humanizadoras. Daí que as ações
grupais precisam ser conduzidas a partir de uma planificação clara e objetiva; lembrando sempre
que: “Planificar implica identificar, descrever, hierarquizar, analisar e discutir problemas e
necessidades que serão vistos desde a perspectiva dos que sofrem (...) (BARÓ, 1986:141) Ainda
para BARÓ (1986) planificar supõe uma reavalição de nossas potencialidades como pessoas e
como grupos, à luz de um trabalho coletivo no qual a atividade individual é reconhecida desde
uma nova perspectiva, já que não é mais uma ação de caráter solidário mas, sim, repercussão
nos outros.
A perspectiva de luta historicamente assumida pela FEAB em seus diversos fóruns
demarca um compromisso com experiências grupais criativas, críticas, dialogantes e
possibilitadoras de um outro mundo em que a experiência verdadeiramente humana seja possível.
É a partir desta perspectiva que o papel dos coordenadores grupais se organiza. Observe
o esquema a seguir:

Papel do Coordenador

Criar
Fomentar

Manter
Diálogo

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O coordenador de um grupo ao estabelecer como objetivos de sua ação a criação, o
fomento e a manutenção de relações dialógicas, precisa ter em mãos instrumentos que favoreçam
a formação dos vínculos entre o grupo e a tarefa que precisa ser realizada. A utilização de
instrumentos, de técnicas de trabalho grupal na perspectiva da FEAB não acontece numa
perspectiva linear e estática. O trabalho acontece tendo por base a dialética e se organiza pela
idéia de uma espiral. Todo momento vivido pelo grupo sustenta o momento seguinte. Este
processo permite que elementos como didática, aprendizagem, comunicação e operatividade
sejam coincidentes e, desse modo, mantenham em ação a memória das experiências que
permitirão vitórias capazes de motivar a ação e a busca de novos êxitos. O coordenador deve
lembrar sempre que triunfar motiva a ação e a busca de novos êxitos. O fracasso ensina a perder
e ensina também que o esforço pode ser inútil. Um coordenador de grupo, na perspectiva de luta
da FEAB, deve trabalhar de maneira que os efeitos de sua ação colaborem para a reprodução do
interesse dos participantes em adquirir e produzir novos conhecimentos, para que os participantes
assumam um compromisso efetivo com as ações estabelecidas e valorizem positivamente a
participação de todos e mobilizem a ação transformadora.

Plano de trabalho:

A organização de um plano de trabalho para a coordenação dos grupos de discussão (GD's),


durante o CONEA/EREA, é uma atividade da máxima importância. Esse plano de trabalho deve
permitir que os coordenadores tenham à mão um bom recurso para o desenvolvimento dos GD´s
e não uma receita segundo a qual o GD deva funcionar.

Assim, planificar - organizar um plano de trabalho – é a primeira das atividades que estão
sob a responsabilidade dos Coordenadores dos GD´s. A perspectiva da ação dialógica, conforme
proposta por Paulo Freire, permite que as linhas de trabalho estabelecidas pelos coordenadores
sejam flexíveis, de modo a incluir muitas das perspectivas trazidas pelos companheiros que
chegam para o CONEA/EREA.

No material que foi produzido durante o I EREA-SUL, sobre coordenação de grupos, está
presente a ideia de que:

“Um coordenador de grupo, na perspectiva de luta da FEAB, deve trabalhar de maneira que os
efeitos de sua ação colaborem para a reprodução do interesse dos participantes em adquirir e
produzir novos conhecimentos, para que os participantes assumam um compromisso efetivo
com as ações estabelecidas e valorizem positivamente a participação de todos e mobilizem a
ação transformadora.”

É a partir desta perspectiva que sugerimos algumas linhas gerais para a organização do
plano de trabalho para a coordenação dos GD´s.

Elaboração do Plano de Trabalho:

Um bom plano de trabalho para os GD´s começa com o estabelecimento do objetivo. É


preciso ter muito presente aquilo que se pretende alcançar no processo da discussão, pois isso
facilita todo o restante do trabalho.
A partir do estabelecimento do objetivo do GD, é preciso escolher quais as estratégias3 -
atividades - que auxiliarão o grupo a realizar o objetivo estabelecido.

3 As estratégias devem levar em conta questões como: perfil geral do grupo – idade, sexo, número de pessoas,
proveniência, entre outros - as motivações mais gerias que potencialmente estão presentes nesse grupo, o tempo que
se dispõe para a realização do GD, o espaço físico e os materiais de apoio que estão à disposição para realização do
GD. Constituem estratégias: debate em pequenos grupos, debates em grande grupo, encenações, leitura de textos,
audição de músicas, assistência a filmes...

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Com as estratégias escolhidas, é preciso listar os instrumentos que serão necessários à
realização dessas estratégias.

Na seqüência é importante estabelecer os tempos destinados a cada uma das


atividades planejadas para o GD. É preciso lembrar que a tolerância e a flexibilidade com a
questão do tempo, em cada uma das atividades nos GD´s, deve ser pensada sempre em relação
àquilo que se estabeleceu como objetivo. Quanto mais próximo o grupo está do objetivo
estabelecido, tanto mais o tempo pode ser flexibilizado.

A avaliação do funcionamento do GD é um elemento fundamental para a organização dos


planos de trabalho posteriores. Todo o processo de trabalho realizado no grupo deve ser objeto
de avaliação e esta deve ser feita de maneira que todos os planos de trabalho posteriores
possam se “alimentar” dessa avaliação.

Algumas perguntas são muito importantes no processo de avaliação do trabalho realizado.


Dentre elas:

• O objetivo estabelecido para o GD foi alcançado?


• Quais as condições que contribuíram para que o objetivo fosse – ou não – alcançado?
As estratégias escolhidas foram motivadoras e auxiliaram a aproximação com a
concretização dos objetivos? Os instrumentos escolhidos foram compatíveis com as
estratégias? Os materiais utilizados foram suficientes? Os tempos estabelecidos foram
suficientes?
• O que é preciso modificar para qualificar ainda mais o trabalho nos GD´s? Como
realizar essas modificações?

Dinâmicas:

As dinâmicas de grupo constituem um importante instrumento para o desenvolvimento dos


GD´s durante o CONEA/EREA. A escolha dessas dinâmicas deve considerar os diversos
momentos pelos quais o GD passa.

Iniciando o GD, no primeiro dia, é importante prever uma dinâmica que num só momento
seja capaz de produzir a apresentação e a integração entre os participantes. Neste primeiro GD é
importante que os coordenadores conheçam um pouco quais são as expectativas dos
participantes com relação ao CONEA/EREA e ao próprio GD.

Na sequencia é importante que o coordenador tenha bastante domínio da questão sobre a


temática sobre a qual o GD estará funcionando. A partir desse “domínio” é possível escolher
dinâmicas que auxiliem a problematizar o tema. A problematização do tema equivale ao momento
em que o grupo se “aquece” para a discussão.

Com o grupo “aquecido” para a discussão é importante que o coordenador tenha em mãos
propostas de dinâmica que permitam a manifestação de todos os companheiros que estão no GD.

As discussões, os debates, diálogos e trocas de ideias não podem, num GD, ser um fim em
si mesmo. Elas devem gerar elementos capazes de refletir criticamente a realidade e gerar
propostas capazes de intervir, de modo consequente, sobre a realidade em questão. Por isso é
importante que ao longo do processo de discussão exista algum tipo de registro escrito das
manifestações realizadas pelos diversos companheiros que estão no GD.

É recomendável que ao final da discussão/debate, o coordenador desenvolva uma dinâmica


breve, através da qual os participantes possam apresentar as sínteses das discussões realizadas.
Essa dinâmica pode fornecer um bom material para que o coordenador complemente as

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anotações referentes à discussão desenvolvida pelo grupo. Também essa “dinâmica breve” para
síntese do GD, deve permitir aos companheiros participantes uma totalização motivadora de tudo
o que foi debatido.

Muitas vezes o processo de discussão se torna pesado e, até mesmo, cansativo. É


importante que o coordenador tenha o conhecimento e o domínio de pelo menos três dinâmicas
que facilitem a descontração para que, nos momentos de baixa de atenção do grupo, ela possa
retomar o vínculo com a discussão que está em foco. Em geral são dinâmicas bastante rápidas e
que devem funcionar para “despertar” os companheiros que estão no GD.

O momento de finalização do primeiro GD requer uma atenção especial do coordenador.


Neste momento é preciso criar um vínculo de profundo envolvimento dos companheiros do GD
com todos os espaços do CONEA/EREA e, em especial, com a realização do próximo GD. No
último GD é igualmente importante esse momento da finalização dos trabalhos. O encerramento
deve buscar a intensificação das perspectivas, das questões e dos compromissos estabelecidos a
partir do CONEA/EREA. No último GD é interessante que o coordenador tenha, pelo menos, uma
certa idéia de como os companheiros estão pensando a mística de encerramento. O momento da
finalização do último GD pode ser uma espécie de “aquecimento” tanto para os processos gerais
de encerramento – Plenária Final, Mística, compromissos assumidos pela FEAB... – quanto para
motivação de um envolvimento cada vez maior de todos os participantes do CONEA/EREA com
as lutas sociais populares no processo de construção de um outro mundo possível.

Dinâmicas e coordenação de grupos:

1. Dinâmicas de apresentação
2. Dinâmicas de integração
3. Dinâmicas de problematização
4. Dinâmicas de debate
5. Dinâmicas de síntese
6. Dinâmicas de descontração
7. Dinâmicas de encerramento

Sugestão de Rodeiro:

TEMA:
OBJETIVO:
• Apresentação e integração:
• Discussão:
• Síntese:
Instrumentos:
Materiais:
Elementos de avaliação:
Auto-avaliação da coordenação:

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