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Estudo das imagens CBERS e sua viabilidade para uso na detecção da degradação da

mata ciliar da bacia hidrográfica do alto Paraguai Superior

Sérgio de Andrade Bonetti ¹


Edinéia Aparecida dos Santos Galvanin2

¹ Universidade do Estado de Mato Grosso – UNEMAT/Dep. de Engenharia de Produção


Agroindustrial
CEP: 78390-000 – Barra do Bugres – MT, Brasil
{sergio_bonetti14}@hotmail.com
2
Universidade do Estado de Mato Grosso - UNEMAT/Dep. de Matemática
CEP: 78390-000 – Barra do Bugres - MT, Brasil
{galvanin}@gmail.com

Resumo
Nos últimos anos, a preservação do meio ambiente se tornou objetivo de diferentes pesquisas principalmente em
bacias hidrográficas, como a bacia do Alto Paraguai. O objetivo desses estudos é, geralmente, a preservação da
mata ciliar. A mata ciliar é fundamental para a permanência das nascentes, bem como para a manutenção dos
rios. Assim, a proposta deste trabalho é avaliar a variação da mata ciliar do rio Paraguai, no sudoeste de Mato
Grosso. Para esse propósito, o Índice de Vegetação de Diferença Normalizada foi aplicado às imagens CBERS-2
para a discriminação dos alvos, no período de (2004 a 2007). Os resultados mostraram que o NDVI foi
satisfatório na análise da redução da vegetação da mata ciliar ao longo do período de estudo.

Palavras chaves: CBERS-2, NDVI, mata ciliar.

Abstract
In the last years, the environmental preservation has turned objective of different research mainly in the
hidrografic basin, such as Paraguay basin. The objective of those studies is, usually, the conservation of ciliary
forest. The ciliary forest is fundamental for permanence of nascent as well as for the maintenance of river. Thus,
the proposal of that work is evaluate the variation of the ciliary forest of Paraguay river, in the southwest of Mato
Grosso. For that purpose the Normalized Difference Vegetation Index was applied to the CBERS-2 image for a
discrimination of the targets, in the period of (2004 to 2007). The results showed that NDVI was satisfactory in
the analyses of reduction of vegetation in the ciliary forest along period of study.

Key-words: CBERS-2, NDVI, ciliary forest.

1. Introdução
A utilização dos recursos naturais vem sendo alvo de intensa investigação, e é crescente a
idéia de conservação dos ecossistemas naturais e de recuperação dos ecossistemas degradados
pela ação do homem. Um dos temas que vem sendo amplamente pesquisado (ANACLETO et
al., 2005; SILVA, 2005; VASCONCELOS et al., 2006) é o desmatamento de uma forma
geral e, mais especificamente, o desmatamento de matas ciliares (BATTILANI et al, 2005).
As matas ciliares segundo Dias (2000) contribuem para a preservação da zona ripária,
dificultam o assoreamento dos rios e represas, retêm os nutrientes oriundos da fertilização das
lavouras, evitam a contaminação da água por resíduos; criam ambientes para o
desenvolvimento da vida aquática, funcionam como corredores de fluxos gênicos (flora e
fauna) essenciais para a preservação da biodiversidade das florestas. Considera-se mata ciliar
a formação vegetal encontrada nas margens dos rios, córregos, lagos, represas e nascentes,
caracterizada pela Lei n ° 4.771/65 Código Florestal Brasileiro (Brasil, 1965), como área de
preservação permanente – APP e regulamentada pelas resoluções CONAMA 302/02, 303/02
e 369/06 (Brasil, 2002A, 2002B, 2006).
A intervenção humana em área de mata ciliar, além de ser proibida pela legislação
federal, causa uma série de danos ambientais. A lei federal nº 4771/65 alterada pela lei nº
7803/89 estabelece as extensões mínimas de reservas permanentes ao longo dos rios ou
qualquer corpo d’água, estas reservas são as florestas e demais formas de vegetação nativa,
também conhecida como matas ciliares, estas se situam desde a nascente do curso d’água até
a sua foz, apresentando faixa lateral em ambos os lados, as nascentes segundo a lei tem que
apresentar reservas com raio de 50 metros de largura. O restante do corpo d’água terá a
reserva mínima permanente variando de acordo com a largura do leito do rio, que podem
variar desde 30 metros para rios com até 10 metros de largura e chegando a 500 metros para
rios com largura superior a 600 metros. Frente a essa problemática, diversas técnicas de
monitoramento e identificação de áreas degradadas vêm sendo pesquisadas, com destaque
principal ao uso de técnicas de geoprocessamento e sensoriamento remoto para a identificação
e monitoramento de áreas de preservação permanente. O uso de imagens de satélite também
tem possibilitado o estudo do desflorestamento em outras áreas do planeta, particularmente
em regiões tropicais (CHOMENTOWSKI et al. 1994), onde extensões significativas de
florestas não poderiam ser monitoradas facilmente sem o recurso aos satélites de
sensoriamento remoto. Entre os métodos de pesquisa destaca-se o sensoriamento remoto
através de imagens de satélite, especialmente o CBERS-2, que busca sempre o
aperfeiçoamento de suas imagens para uma melhor resolução.
Silva et al. (2006) propuseram uma abordagem baseada na análise temporal da variação
da mata ciliar do rio São Francisco na região Norte de Minas gerais, neste trabalho foram
utilizadas as Imagens do Sensor CCD do CBERS-2. Segundo Florenzano (2002), as imagens
de satélite proporcionam uma visão sinóptica (de conjunto) e multitemporal (de dinâmica) de
extensas áreas da superfície terrestre. Assim, as imagens de satélite da área permitem uma
visão do todo, possibilitando a obtenção de informações que seriam inviáveis de serem
adquiridas sem a utilização das mesmas. Em Arrais, Martins e Martins (2005) é descrita uma
metodologia usando imagens CBERS -2 para delimitar, caracterizar e quantificar as áreas de
preservação permanente e confrontá-las com o uso atual da terra obtendo assim, as áreas de
uso ilegal, ou seja, áreas que estão sendo usadas indevidamente de acordo com a legislação
ambiental vigente.
A aplicação de imagens de satélite, bem como as CBERS-2, vem sendo muito explorada
por pesquisadores para o monitoramento ambiental, e cada vez mais há um aprimoramento
das técnicas para á analise de imagens digitais, o satélite CBERS-2 possui uma resolução
espacial de 20m. Entre os vários procedimentos de análise de imagens de satélite destacam-se
o NDVI (Índice de Vegetação por Diferença Normalizada), que é expresso pela razão da
diferença entre os valores representados em duas bandas – a banda do infravermelho próximo
(banda 4 do sensor CCD) e a banda do vermelho (banda 3 do sensor CCD). Segundo Tucker,
(1979), citado por Moreira (2005), a vegetação é caracterizada por uma intensa absorção
devido à clorofila na região do vermelho (0,58 a 0,68μm) e por uma intensa reflexão na faixa
do infravermelho próximo (0,76 a 1,35 μm) causada pela estrutura celular das folhas. A
diferença entre as bandas do vermelho e infravermelho é proporcional à reflectância da
imagem, sendo a medida do grau de vegetação na imagem. Moreira (2005) afirma que os
dados de reflectância dos alvos podem ser transformados em índices de vegetação, os quais
foram criados com o intuito de ressaltar o comportamento espectral da vegetação em relação
ao solo e a outros alvos da superfície terrestre.
Este artigo está organizado em 7 seções principais. A Seção 2 apresenta os objetivos do
trabalho, a seção 3 apresenta a metodologia proposta. Na Seção 4 são apresentados e
analisados os resultados experimentais obtidos. Na Seção 5 são apresentadas as principais
conclusões.

2. Objetivo

O presente trabalho tem por objetivo, apresentar um estudo qualitativo das imagens CBERS-2
e sua viabilidade para o uso na detecção do desmatamento na região da bacia hidrográfica do
alto Paraguai superior, foram escolhidas imagens de diferentes anos e meses, a escolha dessas
imagens se justifica, pois a diferença da cobertura da vegetação, ou seja, a alteração da mata
ciliar obtida das diferentes épocas, indica o nível de degradação da mata ao longo do rio
Paraguai.

3. Material e Métodos

3.1 Material
Utilizou-se nesse trabalho imagens do sensor (CCD) do satélite CBERS-2 com resolução de
20m. Essas imagens são referentes aos meses 07, 08, 09 e 10 dos anos 2004, 2005, 2006 e
2007. A área de estudo compreende uma área teste da bacia hidrográfica do Alto Paraguai
Superior que possui o rio Pari, rio Bugres e rio Santana como seus principais tributários.
Segundo ALMEIDA (1945) o rio Paraguai é subdividido em quatro segmentos distintos
em termos morfológicos e de processos geológicos atuantes. A área de estudo proposta nesse
trabalho abrange a bacia hidrográfica do alto Paraguai superior, desde sua nascente até a foz
do rio Jauru no município de Cáceres. A área teste apresentada neste trabalho (figura 1)
compreende a região do município de Barra do Bugres entre as latitudes 14o64’ e15o 80 S e
longitudes 56o78’ e 57o59’ O (orbita 167 ponto 117), onde o rio Bugres deságua no rio
Paraguai.

Figura 1: Área de estudo. (Fonte: ANA / GEF / PNUMA / OEA. 2009.


Foi utilizado no processamento das imagens o software MatLab. O MatLab é um software
de alta performance voltado para o cálculo numérico. Integra análise numérica, cálculo com
matrizes, processamento de sinais e construção de gráficos em ambiente fácil de ser usado,
onde problemas e soluções são escritos na linguagem simplificada da matemática.

3.2 Métodos
O processamento digital de imagem envolve técnicas de operações matemáticas para alterar
os pixels, realçando detalhes de interesse para uma melhor visualização da imagem, esse
procedimento é feito usando metodologias de análise de imagem e programas computacionais
específicos.
A metodologia proposta para a avaliação qualitativa das imagens CBERS-2 em áreas de
mata ciliar consiste inicialmente na aquisição das imagens CBERS-2, escolha das áreas de
interesse, salientando que o período escolhido compreende as imagens dos anos de 2004,
2005, 2006 e 2007, referentes aos meses de julho, agosto, setembro e outubro desses anos.
Cabe ressaltar que esse período se constitui o período da seca no estado de Mato de Grosso,
época propícia para identificar as regiões de mata ciliar na bacia hidrográfica do alto Paraguai
Superior e são as épocas que possuem imagens disponibilizadas pelo INPE.
Nesse trabalho espera-se que a análise espaço-temporal auxilie na identificação de áreas
degradadas e ainda forneça um esboço da atual situação das regiões de mata ciliar. Nesse
sentido, foram elaboradas imagens índices de vegetação. Desta forma, a variável mata ciliar
pode ser representada pelo respectivo índice de vegetação estimado para cada cena
multitemporal. As imagens índices de vegetação serão geradas usando um programa
elaborado a partir da (equação 1), onde são realizadas as respectivas subtrações e adições das
bandas 4 e 3, desenvolvido no software MatLab. Para cada imagem gerou-se uma imagem
NDVI. Os valores digitais dessas imagens são normalizados no intervalo [-1, 1]. Neste caso as
regiões que possuem vegetação apresentam um tom de cinza mais claro, enquanto as demais
feições se aproximam mais do preto. Essa característica da imagem NDVI é fundamental para
a análise visual da área com vegetação, na faixa de reserva permanente.
Segundo MOREIRA (2003) é encontrado na literatura, mais de cinquenta índices de
vegetação, sendo quase todos obtidos a partir de medidas da reflectância nas faixas espectrais
do vermelho e infravermelho próximo do espectro eletromagnético. Na faixa do visível
(vermelho) a clorofila é responsável pela absorção da radiação eletromagnética, enquanto que
na faixa do infravermelho próximo o tecido das folhas apresenta elevada reflexão desta
radiação.
O Índice de Vegetação por Diferença Normalizada é uma aplicação dos processos de
realce por operações matemáticas entre bandas. Segundo Rouse et al. (1973), NDVI (Índice
de Vegetação por Diferença Normalizada) é a diferença da reflectância no infravermelho
próximo (banda 4 do sensor CCD) e reflectância no vermelho (banda 3 do sensor CCD); esta
diferença é então normalizada pela soma das duas reflectâncias:

( 1)

Os valores de NDVI variam de -1 a 1, correspondendo respectivamente desde o estresse


hídrico até a vegetação exuberante, portanto a água tem refletância na banda 3, maior que na
banda 4, ou seja, tem valor de NDVI negativo próximos a -1 e as nuvens tendo refletância no
infravermelho, onde os valores de NDVI são próximos de zero, já a vegetação exuberante
apresenta valores próximos a 1.
4. Resultados e Discussão

As imagens NDVI foram calculadas utilizando o programa MatLab. Para cada imagem gerou-
se uma imagem NDVI, observando a figura 2, pode-se perceber que nas regiões que possuem
vegetação apresentam um tom de cinza mais claro, aproximando-se do branco, enquanto que
as regiões que apresentam baixo índice de vegetação apresentam um tom de cinza mais
escuro, aproximando do preto. E a região de preto representa o rio Paraguai.

(a) (b)

(c) (d)
Figura 2: Imagens NDVI (a) setembro 2004, (b) julho 2005, (c) agosto 2006, (d) agosto 2007.

A figura 3 ilustra as imagens originais do CBERS-2 da área teste referentes aos anos de
2004 e 2007.
(a) (b) (c)

(d) (e) (f)


Figura 3: Imagens originais (a) banda 3, agosto 2004, (b) banda 4, agosto 2004, (c) imagem
NDVI, (d) banda 3, agosto 2007, (e) banda 4 agosto 2007, (f) imagem NDVI.

A figura 4 mostra o índice de vegetação dos anos de 2004 a 2007.


Figura 4: Imagens NDVI (1) 2004 e (2) 2007

Nas áreas destacadas na figura 4 pode-se visualizar a redução da área de mata ciliar
próxima ao leito do rio Paraguai. A área destacada da imagem 1 apresenta tons de cinza mais
claros no leito do rio (imagem de agosto de 2004), o que representa áreas com alto índice de
vegetação, já a área em destaque da imagem 2 (imagem de agosto de 2007) apresenta tons de
cinza mais escuros, ou seja, os tons de cinza mais escuros indicam pouca vegetação ou
superfícies não vegetadas, ressaltando que o período de agosto é época de seca no estado de
Mato Grosso.

5. Conclusões
Neste trabalho foi apresentada uma metodologia para avaliar qualitativamente as imagens
CBERS-2 e sua viabilidade para o uso na detecção do desmatamento na região da bacia
hidrográfica do alto Paraguai superior. A contribuição principal deste trabalho está
relacionada com a exploração de metodologias de análise de dados espaciais o que foi
viabilizado pelas imagens NDVI.
Ao analisarmos as imagens qualitativamente é possível visualizar pontos de degradação
ao longo do leito do rio Paraguai, determinadas áreas apresentam uma redução na cobertura
de vegetação ao longo dos anos de 2004 a 2007.
Sugere-se em trabalhos futuros o desenvolvimento de metodologias para quantificar as
áreas degradadas, esse cálculo pode ser feito continuamente, possibilitando a verificação da
degradação da área de mata ciliar ao longo dos anos.

6. Agradecimentos

Agradecemos a todos que colaboraram de alguma forma para esse trabalho, principalmente ao
INPE pela concessão das imagens CBERS-2, a FAPEMAT pelo apoio na forma de bolsa de
iniciação científica e a UNEMAT por disponibilizar da estrutura física para o trabalho.
7. Referências.

ALMEIDA, F. F. M. de Geologia do Sudoeste Mato-grossense. Boletim da divisão de Geologia e Mineralogia,


Rio de Janeiro (116), p. 19 – 25. 1945.

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através de sensoriamento remoto e de otimização matemática: um estudo de caso no município de Cocalinho,
MT. Acta Amazônica, v. 35(4) 2005. p. 437 – 444.

ANA / GEF / PNUMA / OEA/, disponível em: http://www.ana.gov.br acessado em: 05/08/2009.
2007.

Battilani,J.L.; Scremin-Dias,E.; Souza,A.L.T.: Fitossociologia de um trecho da mata ciliar do rio da Prata,


Jardim, MS, Brasil. Acta Botanica Brasílica, v.19(3) 2005. p. 597-608.
Florenzano, T. G. Imagens de satélite para estudos ambientais. Oficina de textos, 2002. São Paulo. 97p.
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