De acordo com pesquisas recentes, fica claro que o tabagismo é um
fator importante que interage e interfere na patogênese do lupos eritematoso sistêmico devido à influência dos componentes do cigarro na auto-imunidade. Esse fator de risco na patogênese da doença só diminui alguns anos após a interrupção do hábito de fumar. Freemer et al. propõe que os componentes do cigarro alterariam a moléculas de DNA de cadeia dupla, modificando a molécula, e portanto, com capacidades imunológicas de formar auto-anticorpos anti-DNA. Nagata et al. ainda demonstra que o risco de desenvolvimento da doença é maior para aqueles que a carga tabágica é superior a 20 cigarros por dia. Miot et al. observou maior prevalência de tabagistas entre os portadores de lupos eritematoso discóide. A associação entre periodontite e lupos eritematoso sistêmico ainda não é uma hipótese conhecida. Porém a teoria existente seria de uma possível ativação policlonal de células B devido a hiperreatividade de células B à carga antigênica, presente nas áreas com comprometimento periodontal. Essa ativação policlonal de células B pode ser responsável pela formação do ANCA (anticoros citoplasmáticos anti-neutrófilo) no lupos eritematoso sistêmico. Mutlu e colaboradores não encontraram evidência de predisposição a aumento de doença periodontal em pacientes com lupos eritematoso sistêmico. Chegaram ainda à conclusão que o uso de corticosteróides e antiinflamatórios não-esteroidais por pacientes por lupos eritematoso levaria a uma menor profundidade da bolsa periodontal quando comparada a pacientes que não fazem uso dessas drogas (pacientes saudáveis). A prevalência dos pacientes com lupos eritematoso sistêmico que manifesta lesões bucais varia entre 6,5% e 21%, acometendo principalmente língua, mucosa jugal, lábios e palato, apresentando-se como úlceras crônicas ou eritema, de dimensões variadas, com períodos de exacerbação e remissão. O dorso da língua é a região mais afetada pelas lesões bucais. A infecção pelo vírus Epstein-Bar (EBV) tem sido citada como um dos fatores etiopatogênico do lupos eritematoso sistêmico. E pacientes com lupos eritematoso sistêmico foram encontrados maiores valores percentuais de sangramento e bolsa periodontal quando comparados com pacientes sadios da mesma faixa etária. A doença arterial coronariana aterosclerótica é uma importante causa de morbidade e mortalidade em pacientes com lupos eritematoso sistêmico. Alguns fatores de risco para o lupos eritematoso sistêmico são modificáveis, como a obesidade, ou controláveis, como a dislipidemia e hipertensão arterial sistêmica.