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Mestrado em Comunicação

Seminário de Pesquisa

11 de abril de 2000

TELEVISÃO E ESCOLA - Análise dos usos e apropriações da TV Futura na pré-escola

Atualmente, o meio de comunicação que mais força e poder possui é a televisão. Ela
consegue, através da imagem, estabelecer um profundo e eficiente canal de comunicação com
o telespectador, despertando os seus sentimentos e fazendo com que o cotidiano ganhe uma
nova visão, um ar de novidade.

Sendo assim, escolhi como objeto de estudo da minha pesquisa a TV Futura. No ar


desde o dia 22 de setembro de 1997, o canal de televisão é um projeto de Educação para o
Brasil ligado ao grupo Globosat. Tem como princípios educativos a ética, o incentivo ao
espírito comunitário e empreendedor e a valorização do pluralismo cultural. Neste canal
encontramos uma programação muito variada englobando diversos temas e públicos mistos.
O programa que elegi para fazer as observações é o Teca na TV. Destinado a crianças de 3 a 7
anos é transmitido em dois turnos; manhã e tarde. Os temas aqui trabalhados são os mais
diversos, desde o mundo selvagem, reprodução dos animais até questões básicas de cidadania,
tudo com uma linguagem bem singular ao público infantil.

Pretendo trabalhar estes programas com crianças da pré-escola pois acredito que a tv,
como nenhum outro meio de comunicação, consegue recriar espaços propícios para a criança
se “soltar” e estar mais aberta a receber qualquer mensagem. A criança reflete o que
realmente sente, o que vê e o que aprende e, justamente por isso, torna-se um alvo vulnerável.
Para tanto, pretendo, através da tv Futura possibilitar que a criança da pré-escola não se
transforme apenas num fantoche dos programas propostos pelas emissoras, desejo estimular
nelas o desenvolvimento de uma consciência crítica, dentro de seus limites.

Não saberia dizer com certeza qual seria o problema em questão, mas acredito que a
imperativa que aqui se coloca é saber até que ponto a criança é influenciada pela tv e como

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reflete estas influências em suas ações. Como os educadores podem estimular, através de
programas educativos, um maior desejo pela busca do conhecimento.

Portanto, o objetivo deste trabalho constitui-se em investigar a interação das crianças


em idade pré-escolar com a televisão relacionando-as ao ambiente escolar. Analisar os usos e
apropriações do Canal Futura no processo educativo visando propor dinâmicas e técnicas que
estimulem o uso desta nos processos de ensino e aprendizagem das crianças.
Através deste objetivo o projeto seguirá a seguinte trajetória de observação, além de um
amplo desenvolvimento bibliográfico;
- seleção e formulação de instrumentos e técnicas para uma pesquisa qualitativa envolvendo
professores e alunos, visando apurar os usos e apropriações do Canal Futura no processo
educativo no contexto da pré-escola. Dentre os instrumentos a serem usados, estão as
dinâmicas de leitura crítica da televisão e entrevistas em profundidade.
- realização da etapa qualitativa da pesquisa com alunos e professores.
- análise dos dados coletados com sugestão de propostas que contribuam para a dinamização
do emprego dos recursos comunicacionais como a televisão no espaço educativo da pré-
escola.

Desde seu início até os dias atuais, a televisão sofreu muitas mudanças. Conquistou
seu espaço e se solidificou estabelecendo com o telespectador uma relação de interação que
nenhum outro meio já conseguiu. Hoje, ela faz parte da maioria dos lares e, possivelmente,
por isso, desperte tanto interesse de pesquisadores que tentam desvendar o mistério do
fascínio que ela exerce sobre os indivíduos.

Desde o seu surgimento, pesquisas foram realizadas buscando analisar os efeitos e


conseqüências da televisão junto à sociedade. Diversas teorias foram formuladas e alguns
aspectos salientados, como a falta de um processo de ensino que estabelecesse um diálogo
permanente entre a escola e este meio de comunicação. A grande preocupação que surgiu com
o advento da televisão e de outras tecnologias da comunicação relacionadas ao meio
televisivo foi quanto às reconfigurações do papel da instituição escolar que, até então,
ocupava uma posição previlegiada.

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As crianças passaram a ser expostas diariamente aos mais diversos meios de
Comunicação, principalmente a tv, os quais utilizam-se de uma linguagem cada vez mais
atrativa e sedutora. Deste modo, tornou-se necessário que a escola (professores), se
adaptassem a estes meios, reavaliando suas propostas pedagógicas e comunicativas.

Poucos são os programas que se utilizam de uma linguagem audiovisual adequada a


ser usada em sala de aula, impondo a necessidade de formulação de propostas que articulem
educação e comunicação na perspectiva da formação de um sujeito ativo, crítico e
participante.

Para esta proposta de investigação a ser desenvolvida, a TV Futura tem como proposta
estimular o desenvolvimento intelectual do indivíduo, aqui representado pelas crianças em
idade pré-escolar. Através desta prerrogativa, pretende-se propor alternativas de inter-relação
entre a televisão e a escola.

Mesmo a tv ocupando grande espaço na vida das crianças, a escola é fator


determinante na afirmação social. É o primeiro contato que tem com a realidade a qual está
inserida, com problemas e aspectos morais, os quais passarão a fazer parte da vida destas
crianças.

As crianças são consideradas telespectadores de muitas horas diárias que, computadas,


ao longo da vida, chegam, muitas vezes, a indicar um maior tempo de exposição à tv, do
público infantil, do que de seu envolvimento com as atividades escolares.

Dadas as proporções da linguagem (imagem e sonoridade), acredita-se que a


linguagem escrita fica reduzida, no contexto televisivo, a insignificantes proporções. Embora
já se saiba que crianças em idade pré-escola e aquelas que ainda não freqüentam escola são
capazes de identificar algumas palavras a partir do seu consumo televisivo.

Diferentemente da tv, em que todos os conteúdos são diretamente ligado e interferem


na vida dos telespectadores pois são acontecimentos do seu dia-a-dia, os trabalhos propostos
pela escola dizem respeito a conhecimentos sistematicamente organizados, ou seja, racionais,

3
metodológicos, que podem e devem orientar as condutas dos indivíduos. Mas ainda no que se
refere à criança, essa racionalidade que envolve a instituição escolar desperta muito menos
interesse do que a televisão, à medida em que na fase da infância, as crianças não estão
preparadas a receberem explicações lógicas, pois seu interesse está voltado, sobretudo ao
lúdico e à descontração. Daí a utilização dos recursos oferecidos pela televisão que, através de
uma forma mais descontraída e dinâmica, busca trazer às crianças determinadas temáticas e
questões. Referenciando o que Heloísa Penteado traz em seu livro Televisão e Escola, “escola
e tv são assuntos paralelos. Cruzam-se e sobrepõem-se nos sujeitos sócio-históricos que
compõem o grupo social escolar.”1

Ao reafirmarem o que já foi apresentado, aponto também como autores que embasam,
2
de forma mais consistente minha pesquisa, Mercedes Creel e Guilhermo Orozco Gómez .
Segundo eles, no processo de transmissão cultural participam várias instituições as quais
articulam a vida social e definem valores, normas e atitudes. A educação é um processo
continuo que ultrapassa as paredes da instituição.

Segundo esta teoria, Pablo Ramos Rivero 3 não só defende a idéia de que a educação
ultrapasse os limites da escola, como defende uma forma de educação alternativa que venha a
ser uma possibilidade onde o aluno escolheria os assuntos de maior interesse.

Assim, ainda hoje, muitas iniciativas seguem em desenvolvimento na perspectiva de


transformar a tv em um aliado cada vez mais poderoso da educação. Canais criados
especialmente para atrair a atenção da criança e incentivar seu aprendizado são adotados pelas
escolas e professores com sucesso à medida em que estão alinhados com a realidade do
público infantil. Um destes canais educativos é o Futura , o qual será o objeto de estudo a que
este projeto se propõe.

___________________________
1
PENTEADO, Heloísa Dupas. Televisão e Escola. São Paulo. Ed. Cortez: 1991. p 97.
2
CREEL, Mercedes Charles; GÓMEZ, Guilhermo Vrozco. Educación para la Recepcion. p 70
3
RIVERO, Pablo Ramos. El Niño y la Imagen (2). La Habana. 1996. p 12

4
8 BIBLIOGRAFIA

BASTOS. Laura. A Criança diante da TV. Petrópolis, Vozes, 1988.

BARROS, Célia Silva Guimarães. Psicologia e Construtivismo. São Paulo, Ática, 1996.
208 p.

EL NIÑO Y LA IMAGEN. Video, Cine, Television. Habana, Pablo de Torriente, 1996.

FISCHER, Rosa Maria Bueno. O Mito na Sala de Jantar. Porto Alegre, Movimento, 1984.
132 p.

GOMES, Pedro Gilberto e COGO, Denise. Mediações familiares e escolares na recepção


televisiva dos adolescentes. São Leopoldo, Unisinos, 1997 (Relatório de projeto de
pesquisa desenvolvido junto ao Programa de Pós-Graduação em Ciências da
Comunicação)

JAKOBSON, Roman. Lingüística e Comunicação. São Paulo, Cultrix, 1974.

ORLANDI, Eni Pulcinelli. O que é Lingüística. 6. ed. São Paulo, Ed. Brasiliense, 1993.
72 p.

OROZCO, Guilhermo. La Mediación Familiar en la Construción de la Audiencia.


México, 1992.

PENTEADO, Heloísa Dupas. Televisão e Escola. São Paulo: Ed. Cortez, 1991. 178p.

PIAGET, Jean. O nascimento da inteligência na criança. Rio de Janeiro, Zahar, 1980.

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José Luiz Braga:
Comentários

A abertura é muito genérica, além de já não ser muito exata - lembrar as redes
informáticas. De todo modo, "força e poder" da televisão não é propriamente justificativa
suficiente para estudar especificamente a TV Futura (pois justificaria estudar absolutamente
qualquer tipo de programação). Faça reflexões mais específicas sobre o interesse de estudar
este objeto empírico.

Ao expressar sua curiosidade sobre o tema propõe duas perspectivas: "até que ponto a
criança é influenciada"; e "como os educadores podem estimular... a busca de conhecimento...
através de programas educativos".

Podem ser pontos de partida para subseqüentes problematizações. Observe entretanto


que as duas perguntas são excessivamente genéricas. "Influência" nunca é uma boa pergunta:
não se consegue observar, não se consegue medir, não se consegue estimar nem perceber com
especificidade - porque as pessoas estão submetidas a uma multiplicidade de estímulos, e não
dá para saber qual "influenciou" mais um determinado comportamento ou atitude.

Como fazer bons programas teleducativos (é o sentido da segunda questão) é uma


pergunta muitíssimo abrangente e genérica, que vem sendo trabalhada em todo o mundo
desde que existe televisão. É lógico que não existe resposta que caiba em uma dissertação. As
respostas para esta questão se fazem a partir de ângulos específicos, para problemas
específicos - e mais provavelmente elaboradas na experimentação da produção teleducativa
do que em pesquisas acadêmicas.

É preciso então: fazer perguntas específicas, mais pontuais, em torno de seu objeto
empírico selecionado. Reflita sobre por que escolheu este objeto empírico (e não outros), e
que descobertas de conhecimentos sobre TV Educativa podem ser feitos a partir de uma
pesquisa sobre este objeto. Que tipos de processos mediáticos estão aí sendo utilizados? Em
que diferem de outros, igualmente teleducacionais?

A formulação subseqüente (p. 2) no sentido de "investigar a interação de crianças em


idade pré-escolar com a televisão relacionando-as ao ambiente escolar" está mais
interessantemente formulada que as duas anteriores - mas também no mesmo nível genérico.
Que tipos de interação movem sua curiosidade? O que se pode pretender vir a descobrir a
partir de uma pesquisa sistematizada em torno desta questão? O que é que não sabemos, para
além do já sabido sobre esta questão?

Nesta busca de problematização, você precisa efetivamente de muitas informações e


leituras sobre o que já se sabe sobre TV Educativa. Entretanto, as proposições que você
apresenta a partir da página 3 são generalidades. Em dois sentidos:

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- são perspectivas muito gerais sobre o tema "TV Educativa", no nível de conhecimentos
superficiais e de senso comum. Precisam, portanto de ser aprofundados por uma futura
busca de conceitos e reflexões mais precisas sobre aprendizagem, tv, escola;

- estão em relação abstrata com seu objeto específico. É claro que relações mais
direcionadas pelo objeto só se tornarão possíveis quando você conseguir construir com
rigor seu problema de pesquisa (ou seja - os ângulos segundo os quais você interrogará
seu objeto).

Por isso, comece refletindo sobre tudo o que você já conhece sobre o seu objeto
empírico na sua especificidade; e sobre as contextualizações concretas em que este objeto se
inscreve. Seu texto sugere que você tem experiência de ensino pré-escolar com o uso de TV.
É exato? Utilize dados concretos desta experiência para problematizá-los e para informar sua
curiosidade de pesquisa.

A partir do que você já conhece, pense no que gostaria de, muito concretamente,
descobrir a mais, para avançar o seu conhecimento: que interrogações e tensionamentos seus
objetivos educacionais colocam para os processos mediáticos específicos usados nestes
programas pontuais que a interessam, e que você pretende tomar como objeto empírico?
Como este tipo de programa se coloca ao lado de outros de mesmo tipo ou de outros tipos
variados?

Além disso, pense em observações mais especificadas que as que aparecem no final da
p. 2 e início da p. 3. Observe que, como está apresentado, poderia ser igualmente proposto
para qualquer pesquisa sobre TVE. O que caracteriza a sua pesquisa sobre este objeto?

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Mestrado em Comunicação
Seminário de Pesquisa

Projeto:
TELEVISÃO E ESCOLA:
Análise dos usos e apropriações da TV Futura na pré-escola

16 de maio de 2000

Desde o seu surgimento, a tv transformou-se em um poderosíssimo meio de


comunicação de massa. Ainda hoje, é o meio que mais força e poder possui conservando esta
postura mesmo com a diversidade tecnológica difundida nos últimos anos, como é o caso da
Internet. Só que esta última, ainda é seletiva enquanto que a tv é abrangente atingindo todas as
classes sociais.

Dá sua difusão até os dias atuais, a tv passou por muitas mudanças, conquistou espaço
e se solidificou estabelecendo com o telespectador uma relação de interação que nenhum
outro meio já conseguiu. Diversas pesquisas, ao longo de toda a história de construção da tv,
foram realizadas buscando analisar os efeitos e conseqüências junto a sociedade. Várias
teorias originaram-se e alguns aspectos foram salientados, como a falta de um processo de
ensino que estabelecesse um diálogo permanente entre a escolae este meio de comunicação. A
grande preocupação que surgiu com o advento da televisão e de outras tecnologias foram
quanto às configurações do papel da instituição escolar que, até então, ocupava uma posição
privilegiada. Influenciadas por estas questões, surge a tv educativa.

Entre as décadas de 30 e 40, nos Estados Unidos, configuraram-se as primeiras


experiências para aplicar, no espaço escolar, a televisão. Durante estes anos, os educadores
perceberam as grandes possibilidades de ensino que este meio oferecia. Esse movimento
culminou, mais ou menos no início da década de 50, com um grande número de emissoras
delicadas exclusivamente a esse gênero de programação. Aliado a isso, um grande conflito
instalou-se entre esta nova proposta de programação, a TVE (televisão educativa) e a já
existente TVC (televisão comercial). As TVE afirmavam que somente elas produziam uma
programação realmente educativa. Em contrapartida, a TVC afirmavam que em alguns
programas de seu contexto, também possuíam dados educativos. Esta disputa, que ainda hoje

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se manifesta, só que de forma mais sutil, levou alguns especialistas a tratarem de delimitar o
que seria a TVE. TVE, diziam eles, não representa um gênero de entretenimento, mas também
não conseguiram desenvolver um conceito que definisse o que vinha a ser, exatamente, a TVE
não resolvendo a questão inicial.

Almejando resolver esta problemática, criou-se um novo conceito, TVI(televisão


instrutiva),que vinha a designar um tipo de tv educativa, relacionando com a doutrina
sistemática enquanto que a TVE embasava-se em uma doutrina assistemática.

O desenvolvimento da televisão na América Latina registra, desde o princípio, uma


influência decisiva por parte da tv norte-americana. A importação de programas aplicados na
maior parte dos países da América Central e América do Sul, familiarizavam o público com
os temas, personagens e técnicas da programação americana. Esta circunstância, unida a
relação que vinculava nos países latino-americanos não poderia deixar de influencia os
programas aqui produzidos, adquirindo uma semelhança no formato, na linguagem, muito
parecidas. Mas, influenciados diretamente por questões sócio-culturais e políticas, mantinha
algumas particularidades. Aqui, não se produziu situações de aguda competição entre a TVE e
a TVC. Os canais comerciais produziam também programas educativos e instrutivos. Na
América Latina, a TVE e a TVI não nasceram e nem se desenvolveram em oposição a outro
gênero de tv, em geral, os canais comerciais prestavam considerável apoio aos programa
educativos, geralmente pressionados pelos próprios setores da sociedade e do governo. Hoje,
podemos afirmar, que um dos maiores canais que desenvolve uma proposta educativa no
Brasil e é apoiada por uma grande emissora privada e comercial é o Canal Futura.

A Futura é um canal educativo que visa o desenvolvimento educacional,


profissional e social de toda a população. Através de seus programas, abre-se o compromisso
de promover as seguintes prerrogativas
- Espírito comunitário
- Ética
- Espírito empreendedor
- Pluralismo cultural e educacional

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Foi idealizado a partir de setores da sociedade conscientes da precariedade da
educação no Brasil (apontada como a 3 pior do mundo segundo dados da Unesco) e da
gravidade que estes problemas representam. São vários grupos privados que apoiam,
investindo, cada um, R$ 1 milhão por ano. São eles: Banco Itaú, Confederação Nacional da
Indústria, Confederação Nacional do Transporte, Fundação das Indústrias do Estado de São
Paulo, Federação da Indústrias do Estado do Rio de Janeiro, Fundação Bradesco, Fundação
Odebrecht, Grupo Votorantim, Instituto Ayrton Senna/Compaq, Rede Brasil Sul, Rede Globo,
Sadia Concórdia S.A., Sebrae/Nacional Turner Broadcasting System/ CNN.

Influenciada por esta proposta que, acredito ser inovadora, escolhi a tv Futura como
meu objeto de estudo. No ar desde o dia 22 de setembro de 1997, o canal é um projeto de
educação para o Brasil ligado ao grupo Globosat. É totalmente realizada e financiada pela
iniciativa privada, produzida pela Fundação Roberto Marinho, transmitida pela Globosat e
distribuída gratuitamente pelo sistema NET/Mulicanal.

Apesar de a programação do canal abranger todos os públicos, limitarei meu estudo


em um único programa, Teca na TV que é destinado a crianças de 3 a 7 anos, isto é, em idade
pré-escolar. Escolhi este público por ter a certeza de que a criança, se estimulada corretamente
e apoiada nesta fase, na qual está ingressando definitivamente na sociedade através do
ambiente escolar, poderá desenvolver e aguçar fortemente a sua necessidade de conhecimento
tornando-se, possivelmente, adolescentes e adultos muito mais preparados para atuarem
efetivamente no seu meio.

A tv, como nenhum outro meio, consegue recriar espaços propícios a criança se soltar
e estar mais aberta a receber a qualquer mensagem. Ela reflete o que sente, o que vê e o que
aprende e, justamente por isso, torna-se alvo vulnerável. Através de pesquisas realizadas,
constatou-se que as crianças são expostas diariamente aos mais diversos meios de
comunicação, principalmente a tv, os quais utilizam uma linguagem cada vez mais atrativa e -
sedutora. Partindo-se desta questão, a escola percebeu a necessidade de adaptar-se da esta
nova realidade, reavaliando suas propostas pedagógicas e comunicacionais. Pensava-se que,
aplicando a tv, um meio altamente formador de opiniões, em sala de aula, conseguiria-se
estimular o aluno a aprender. Só que, inicialmente os programas propostos pela TVE eram

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programas cansativos, didáticos demais, carregados de um formato e uma linguagem não
condizentes com o cotidiano. Logo, não conseguiam cativar o telespectador, pelo contrário,
afastava-o. Além do mais, os professores não eram tecnicamente preparado colaborando ainda
mais para o fracasso desta tentativa.

Durante muitos anos este rótulo ficou fortemente postulado e as tentativas que surgiam
eram sempre predestinadas a naufragarem. Acabou-se por as escolas abandonarem este
recurso e voltarem ao método tradicional de ensino. Mas, desde1997, este quadro vem
mudando e a aplicação do meio tv como suporte de ensino vem sendo retomada., e a Tv
Futura está exercendo papel fundamental neste processo. Não conservo a postura ingênua de
achar que este canal foi desenvolvido única e exclusivamente com fins solidários. Grandes
grupos privados que fazem parte do projeto não estão ali somente para fazer caridade,
objetivos muito mais complexos fazem parte desta cadeia. Mas, mesmo assim, a proposta do
Futura vem produzindo excelentes resultados e é exatamente isso que pretendo ressaltar. A
postura do canal é diferenciada e, por isso, atinge muito mais o público.

O canal busca falar com o público de modo simples, transparente e eficiente. Se o foco
de um programa é, por exemplo, o conhecimento histórico ou científico, a preocupação passa
a ser como partir da vivência cotidiana, de elementos comuns a grande parte da população,
para percorrermos o caminho que leva a uma informação mais aprofundada. As imagens,
sons, possuem uma matriz brasileira, cores e elementos culturais são a referência para a
criação de figurinos, cenários e trilhas.

Assim também é o programa com o qual pretendo trabalhar; Teca na TV. Ele é
composto por pequenas esquetes em que Teca, personagem principal interpretada pela atriz
Vivian Weyll de oito anos, simula situações reais dentro da sua casa. O objetivo é estimular o
espírito investigativo e ajudar no processo de socialização do público infantil em idade pré-
escolar.

O problema que se coloca neste projeto, é a obtenção de dados que levem a sintetizar a
recepção que as crianças tem ao serem expostas a este programa. É questão djta pretendo
descobrir que leitura produzem das mensagens recebidas e a maneira pela qual refletirão no

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seu contexto escolar, mais exatamente no processo de aprendizagem considerando que estão
sendo expostas a mensagens produzidas por um canal privado como é o Futura.

A questão primordial que se configurará será uma pré-observação deste grupo no seu
ambiente escolar. Como se comportam, qual a técnica de ensino que é trabalhada para que,
futuramente, quando o programa for aplicado, sejam mais facilmente notadas as alterações no
grupo.

Este estudo incluirá uma ampla pesquisa bibliográfica onde serão abordados as
questões pertinente a TVE, sua trajetória, origem, difusão, a tv Futura o porquê de esta tv
representar uma 1_ova eta2a na história da TVE no Brasil, além de uma extensa pesquisa
qualitativa a realizar-se na Escola Educar-se com crianças da pré-escola.

Encontrando apoio para a preocupação deste estudo, ressalto o que diz Orozco Gomés
quando afirma que no processo de transmissão cultural participam várias instituições as quais
articulam a vida social e definem valores, normas e atitudes. A educação é um processo
continuo que ultrapassa as paredes da instituição. Sendo assim, na busca do conhecimento é
válido todo e qualquer recurso a mais utilizado na propagação deste. E a tv, como um meio de
grande força e influência, pode e deve fazer parte desse processo servindo como meio paralelo
e auxiliar da instituição principal que continua sendo a escola.

"Escola e tv são assuntos paralelos . Cruzam-se e sobrepõem-se nos sujeitos sócio-históricos


que compõe o grupo sócio escolar."1

1
PENTEADO, Heloísa, Televisão e Escola. Ed. Cortez: 1991.p97.

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8 BIBLIOGRAFIA

BASTOS. Laura. A Criança diante da TV. Petrópolis, Vozes, 1988.


BARROS, Célia Silva Guimarães. Psicologia e Construtivismo. São Paulo, Ática, 1996. 208
EL NIÑO Y LA IMAGEN. Vídeo, Cine, Television. Habana, Pablo de Torriente,1996.
FISCHER, Rosa Maria Bueno. O Mito na Sala de Jantar. Porto Alegre, Movimento,1984.
132 p.
GOMES, Pedro Gilberto e COGO, Denise. Mediações familiares e escolares na recepção
televisiva dos adolescentes. São Leopoldo, Unisinos, 1997 (Relatório de projeto de
pesquisa desenvolvido junto ao Programa de Pós-Graduação em Ciências da
Comunicação)
JAKOBSON, Roman. Lingüística e Comunicação. São Paulo, Cultrix, 1974.
ORLANDI, Eni Puleineili. O que é Lingüística. 6. ed. São Paulo, Ed. Brasiliense,1993. 72 p.
OROZCO, Guilhermo. La Mediación Familiar en Ia Construción de Ia Audiencia.
México, 1992.
PENTEADO, Heloísa Dupas. Televisão e Escola. São Paulo: Ed. Cortez, 1991. 178p.
PIAGET, Jean. O nascimento da inteligência na criança. Rio de Janeiro, Zahar,1980.

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José Luiz Braga:
Comentários

Abertura ainda genérica. Veja que não é preciso refazer a história (genérica) da TV
para desenvolver uma pesquisa. Não se trata então de acrescentar detalhes para sair do
genérico. Mas sim de perceber, no espaço histórico geral do objeto (TV, TVE, programação
infantil) o que é problema, questão, especificidades relevantes. De todo modo, no pré-projeto
não é muito importante demonstrar conhecimentos gerais - antes é preciso mostrar que
conhecimentos específicos deverão ser desenvolvidos. Assim, no estágio atual pode ficar mais
ou menos como está, tipo introdução geral. Entretanto é necessário referir os autores
consultados para essa "compilação". Similarmente, deve haver referências para as
informações sobre a TV Futura (provavelmente documentos da própria emissora).

A apresentação da TV Futura (p. 3) deve ser refletida: a emissora é o que está


expresso, ou afirma ser? Do modo como você o diz, significa que você (como pesquisadora)
está afirmando que é - o que pode ser meio ingênuo. Visar "o desenvolvimento educacional,
profissional e social de toda a população" (grifo meu) parece um pouco exagerado e
propagandístico. Soa a marketing da emissora. Melhor será dizer que a emissora, em tal
documento de divulgação, afirma que...

O texto assinalado na p. 5 é um tanto simplificador. Primeiro, faz crer que tudo o que
veio antes da TV Futura foi ineficaz e mal feito - o que não corresponde à verdade (é preciso
se informar). Deve-se evitar uma postura ingênua, do tipo, "não conheço, logo não existe".
Além disso, pretende que há um grande salto a frente dado pela TV Futura - o que resta a
demonstrar.

A partir daí, há colocações que parecem antes propaganda da emissora do que olhar de
analista. Não há nenhuma restrição a que você goste dos programas - o que não se pode é
perder de vista que esse gosto não exprime necessariamente uma realidade objetiva. É melhor
então afirmar que você gosta, do que pretender que é tudo excelente. Aliás, não se fazendo
essa distinção, nem haveria o que pesquisar - pois se pudermos afirmar que o programa é
objetivamente bom, por definição as crianças estão aprendendo bem. Se você vai examinar a
leitura feita do programa pelas crianças, tem que colocar entre parênteses sua apreciação.
Deve partir da idéia de que o que é bom para você (atende a seu gosto) não é necessariamente
bom para as crianças - logo, vamos examinar como funciona com elas.

Outro ponto. Se você vai tomar o programa como objeto empírico, é preciso contar a
seu leitor (o leitor de seu projeto) como é este programa, descrevê-lo, informar duração,
personagens, ações, táticas, formato, tipo de aprendizagem expressamente pretendida, ritmos,
freqüência de apresentação, horários; informar sobre o público pretendido pela emissora,
dados de audiência, etc. (o que existir de informação documental e de observação pessoal
descritiva imediata).

Parece, a partir de seu texto, que esse programa é usado por professores em sala de
aula (você diz que vai observar "no seu ambiente escolar" - p. 6). É isso mesmo? Conte onde,

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quem, quando, de que modo - há um uso generalizado? Em algumas escolas (quais)? Na sua
escola? Lembre-se que seus leitores não são obrigados a saber já estas coisas. Eu
especificamente não sei, não conheço o programa, não sei como é usado.

O objetivo de um projeto é esclarecer (primeiro para você mesma, mas também para
seus leitores) o que é o seu assunto. Ou seja: é você que sabe, que está construindo o seu
assunto, e deve nos esclarecer.

Como "problematização" é preciso ir um pouco além do "como as crianças o lêem".


Sabendo o que é o programa ("descrição" referida acima), pergunte-se sobre o funcionamento
das estruturas, sobre aquilo em que estas podem ser problemáticas - no concreto daquele
formato, com aqueles objetivos (ou seja - o que, especificamente, você quer observar no seu
"observável" que é o programa).

Referência a Orozco muito genérica. "Ampla pesquisa bibliográfica" - certamente.


Mas no pré-projeto já é possível e desejável especificar mais - que tipos de assuntos, que
autores, que perspectivas teóricas? A busca de autores vai depender do problema. Logo,
questões de recepção, questões referentes a aprendizagem, a formatos de programas infantis,
história (específica) e descrição de algumas experiências mais conhecidas de programas
educacionais infantis. Procurar bibliografias - fazer referência a alguns livros pelo menos
folheados para perceber seu interesse ou não. Algumas destas coisas necessariamente deverão
ter sido levantadas antes da defesa do Projeto, ao final do segundo semestre. No pré-projeto
(trabalho final desta disciplina) pelo menos alguma coisa referente ao tema específico e
pertinente ao problema deve ser folheada e referida com concretude.

Como você vai observar? As perguntas da p. 6 estão ainda muito vagas. Use a
imaginação, pense alternativas - o que vai olhar, perguntar, durante quanto tempo, onde, junto
a quem, de que modo? Construa na imaginação o seu trabalho futuro de observar (esta é uma
parte fundamental da pesquisa). Conte para seus leitores. Agora tudo é tentativo - logo é o
melhor momento para se arriscar - possibilitando correções, críticas e palpites.

15
UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS- UNISINOS
CENTRO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM COMUNICAÇÃO

TELEVISÃO E ESCOLA:
ANÁLISE DOS USOS E APROPRIAÇÕES DO CANAL FUTURA NA PRÉ-ESCOLA
(Pré-Projeto de Pesquisa)

Seminário de Pesquisa
Prof. Dr. José L. Braga

São Leopoldo, 04 de julho de 2000

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO
2 CONTESTUALIZAÇÃO – PROBLEMA
3 OBJETIVO
4 JUSTIFICATIVA
5 APARATO METODOLÓGICO
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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INTRODUÇÃO

Desde o seu surgimento, a tv transformou-se em um poderosíssimo meio de


comunicação de massa. Ainda hoje, é o meio que mais força e poder possui conservando esta
postura mesmo com a diversidade tecnológica difundida nos últimos anos, como é o caso da
Internet. Só que esta última, ainda é seletiva enquanto que a tv é abrangente atingindo todas as
classes sociais.

Dá sua difusão até os dias atuais, a tv passou por muitas mudanças, conquistou espaço
e se solidificou estabelecendo com o telespectador uma relação de interação que nenhum
outro meio já conseguiu. Diversas pesquisas, ao longo de toda a história de construção da tv,
foram realizadas buscando analisar os efeitos e conseqüências junto a sociedade. Várias
teorias originaram-se e alguns aspectos foram salientados, como a falta de um processo de
ensino que estabelecesse um diálogo permanente entre a escola e este meio de comunicação.
A grande preocupação que surgiu com o advento da televisão e de outras tecnologias foram
quanto as configurações do papel da instituição escolar que, até então, ocupava uma posição
privilegiada. Influenciadas por estas questões, surge a tv educativa.

Entre as décadas de 30 e 40, nos Estados Unidos, configuraram-se as primeiras


experiências para aplicar, no espaço escolar, a televisão. Durante estes anos, os educadores
perceberam as grandes possibilidades de ensino que este meio oferecia. Esse movimento
culminou, mais ou menos no início da década de 50, com um grande número de emissoras
dedicadas exclusivamente a esse gênero de programação. Aliado a isso, um grande conflito
instalou-se entre esta nova proposta de programação, a TVE (televisão educativa) e a já
existente TVC (televisão comercial). As TVE afirmavam que somente elas produziam uma
programação realmente educativa. Em contrapartida, a TVC afirmavam que em alguns
programas de seu contexto, também possuíam dados educativos. Esta disputa, que ainda
hoje se manifesta, só que de forma mais sutil, levou alguns especialistas a tratarem de
delimitar o que seria a TVE. TVE, diziam eles, não representa um gênero de entretenimento,
mas também não conseguiram desenvolver um conceito que definisse o que vinha a ser,
exatamente, a TVE não resolvendo a questão inicial.

17
O desenvolvimento da televisão na América Latina registra, desde o princípio, uma
influência decisiva por parte da tv norte-americana. A importação de programas aplicados
na maior parte dos países da América Central e América do Sul, familiarizavam o público
com os temas, personagens e técnicas da programação americana. Esta circunstância, unida a
relação que vinculava nos países latino-americanos não poderia deixar de influencia os
programas aqui produzidos, adquirindo uma semelhança no formato, na linguagem, muito
parecidas. Mas, influenciados diretamente por questões sócio-culturais e políticas, mantinha
algumas particularidades. Aqui, não se produziu situações de aguda competição entre a TVE
e a TVC. Os canais comerciais produziam também programas educativos e instrutivos. Na
América Latina, a TVE e a TVI não nasceram e nem se desenvolveram em oposição a outro
gênero de tv, em geral, os canais comerciais prestavam considerável apoio aos programa
educativos, geralmente pressionados pelos próprios setores da sociedade e do governo.

No Brasil atual, após tantos desencontros e desprestigio das tvs educativas e apoiadas pelo
intenso avanço tecnológico, a programação educativa ganhou novos contornos e formatos
aproximando-se muito mais eficientemente do público. Um destes exemplos é o Canal Futura,
um canal educativo que pretende, segundo fonte da própria emissora, o desenvolvimento
educacional, profissional e social de toda a população. Através de seus programas, é proposto
o compromisso de promover prerrogativas como; Espírito Comunitário, Ética, Espírito
Empreendedor, Pluralismo Cultural e Educacional.

Segundo uma pesquisa geral, apurou-se que ele foi idealizado a partir de setores da
sociedade conscientes da precariedade da educação no Brasil (apontada como a 3 pior do
mundo segundo dados da Unesco) e da gravidade que estes problemas representam. São
vários grupos privados que apoiam, investindo, cada um, R$ 1milhão por ano. São eles:
Banco Itaú, Confederação Nacional da Indústria, Confederação Nacional do Transporte,
Fundação das Indústrias do Estado de São Paulo, Federação da Indústrias do Estado do Rio
de Janeiro, Fundação Bradesco, Fundação Odebrecht, Grupo Votorantim, Instituto Ayrton
Senna/Compaq, Rede Brasil Sul, Rede Globo, Sadia Concórdia S.A ., Sebrae/Nacional.

Influenciada por esta proposta que, aparentemente apresenta-se como algo inovador,
escolhi a tv Futura como meu objeto de estudo para ser analisada efetivamente no contexto o
qual justifica sua existência, ou seja, a escola e para ser trabalhado com crianças em idade
pré-escolar. A proposta de conclusão do trabalho pretende solucionar várias questões latentes

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impulsionadas a partir da postura adotada pela Futura, questões estas que serão fundamentais,
as quais serão amplamente exploradas no decorrer do projeto.

CONTEXTUALIZAÇÃO – PROBLEMA

A presença da tv no ambiente escolar é fator que se manifesta a muitos anos. Neste


trabalho, tenho como objeto de estudo o Canal Futura que, por pretender exibir uma proposta
diferente de programação na escola, despertou minha curiosidade. Objetivo analisar este
canal detectando se a estrutura por ele apresentada realmente procede, se consegue,
efetivamente, atingir seu público da forma desejada.

Conforme apresentado na introdução deste pré-projeto, a tv educativa no Brasil passou


por algumas crises e momentos de pouco prestígio. Chegou a ser, de certa forma, excluída do
ambiente escolar por alguns anos e, proporcionado pelo intenso desenvolvimento tecnológico
desencadeado nas últimas décadas foi, de certa forma, reintegrada a este espaço. Novas
propostas de programação surgiram entre elas, o Canal Futura que se auto-intitula como o
Canal do Conhecimento.

Através de documentos fornecidos pela emissora, constata-se a intenção deste canal


apresenta-se diferentemente de outras tvs educativas por configurar-se sob uma linguagem,
um formato, mais condizentes com a realidade. Esta tv pretende apoiar-se em fatos cotidianos,
em necessidades reais dos indivíduos sociais, como embasamento para a produção de seus
programas.

Tenho, a partir de um conhecimento geral do que é a tv Futura , a curiosidade de,


diante de todo este avanço tecnológico presenciado nas últimas décadas, detectar a eficiência
desta programação sobre o telespectador, principalmente em se tratando de um público tão
especial como o são crianças que se encontram na idade pré-escolar. Idade esta que julgo
como essencial para a construção de um embasamento sólido de conceitos como cidadania,
respeito, igualdade...

Lendo uma produção de Juan A Gaitan e Guillermo O. Gomes, minha atenção foi
chamada para um termo curioso; literatura televisiva. Destacam que este termo é usado

19
individualmente em pesquisas pois não percebe-se a extensa relação entre o mecanismo
físico-eletrônico e o que é apresentado na produção escrita/leitura, mesmo em se tratando de
coisas análogas. É como a dificuldade que, exemplificando de forma simplista, muitos cursos
universitários tem, fundir a teoria com a prática. Muito se fala, mas pouco de concreto é
realmente produzido.

De certa forma todas as tvs constituem-se na mesma base, mas a tv Futura por se
apresentar (segundo a própria emissora propaga) tão diferentemente das outras tvs do seu
gênero, alavanca um dos problemas desta pesquisa. Consegue efetivamente, através desta
proposta inovadora atingir seu público (no caso criança em idade pré-escolar) da maneira a
que se propõe? Seu programa (no caso Teca na TV) está cumprindo com o seu objetivo
inicial? (aqui será verificado qual é o objetivo da emissora com este programa e analisado no
decorrer da pesquisa o que é que efetivamente produz nas crianças). Será que um programa
que é construído na região central do país onde a realidade sócio-econômica e cultural é muito
diferente de algumas regiões do Brasil consegue ser eficiente com crianças que vivem em
uma cidade interiorana, como é o caso de Santa Cruz do Sul onde se localiza a escola da qual
as crianças fazem parte? De que forma as crianças da pré-escola recebem as mensagens e
como constróem suas ações através do que é transmitido? Os contexto de produção e
recepção se conferem em realidades diferentes e, por isso mesmo, passíveis de serem
analisadas.

Conforme pode-se ver, o problema não se manifesta de forma única, é uma


multiplicidade de questões que se interelacionam e que motivam o desenvolvimento desta
pesquisa.

Todas as proposições e divagações apresentadas até o momento, reforçam-se quando o


contexto, onde toda esta produção de sentido ocorre, é percebido. A escola que compunhará o
ambiente no qual as crianças serão analisadas, é uma instituição que apresenta-se através de
uma filosofia de princípios construtivistas, valorizando intensamente a opinião dos alunos.
Segundo fonte da própria escola, esta, tenta criar no indivíduo uma consciência de liberdade e
responsabilizando encontrando forte apoio para estas diretrizes em nomes como Paulo Freire
e Jean Piaget. Frente a isto, as problemáticas apontadas ganham muito mais força pois,
perceber um programa que é inteiramente produzido na região central do país ser transmitido
para crianças em idade pré-escolar as quais são integrantes do corpo discente de uma escola

20
cujos embasamentos não são tão ortodoxos situada num contexto social cujas origens são
basicamente alemãs, é algo realmente instigante pelas contradições e diferenças que integram
o mesmo espaço.

Para conseguir resolver estas dúvidas propostas e cumprir efetivamente com o objetivo
do trabalho, muito terá que ser feito, inclusive a construção de um conhecimento amplo do
que vem a ser o Canal Futura visto que os dados até agora conhecidos são de conhecimentos
empíricos e de material fornecido pela própria emissora. Dessa forma, buscarei informações
mais imparciais e precisas em outros estudos sobre o canal; sobre as tvs educativas e sua
correlação para, desta forma, ter condições de verificar a veracidade e fidelidade das
informações já conhecidas.

Alguns caminhos inicialmente estão sendo apontados como base teórica como a
recepção. Mas, dentro desta linha de pesquisa será selecionado a corrente que mais se
encaixar no objetivo do trabalho. Uma sugestão é fazer-se uma análise da educação escolar,
conforme aponta H. Meham. Alguns autores que trabalham com a recepção são, a princípio
considerados interessantes como Guillermo Orozco Gomez, Martín Jesus Barbero, Laura
Bastos, Rosa Maria Bueno Fischer os quais serão pesquisados e analisados percebendo se
seus estudos contribuem efetivamente para a construção e desenvolvimento desta pesquisa.

Tenho a consciência que outras diretrizes e caminhos surgirão no decorrer do trabalho,


vários autores e teorias poderão ser questionados, outros problemas possivelmente surgirão
mas todos estes dados serão analisados sendo integrados ao trabalho se realmente
representarem um avanço. Estas questões aqui apresentados são proposições iniciais que
motivaram o desenvolvimento deste projeto entretanto muito ainda será produzido e integrado
a pesquisa.

OBJETIVO

O objetivo deste trabalho estabelece-se a partir de questões que configuram-se como o


problema a ser resolvido, qual seja, perceber que tipo de recepção crianças em idade pré-

21
escolar fazem do programa Teca na TV, transmitido pelo Canal Futura. Outras questões
relevantes as quais foram apresentadas no próprios problema da pesquisa farão parte presente.

A simples diagnosticação da recepção acaba sugerindo problemáticas diversas as quais


serão profundamente analisadas e confrontadas com teorias existentes, como é o caso da
recepção. Este telespectador é ativo, passivo, reage ao que vê, produz ações afetivas? Que
ações são percebidas nestas crianças após a apresentação dos episódios de Teca na TV?...

Portanto, a resolução, contrariação ou confirmação das premissas inicialmente


propostas estabelecem o objetivo a ser atingido nesta pesquisa.

JUSTIFICATIVA

A escolha deste objeto não se deu por acaso. Desde 1994, quando tive a oportunidade
de participar de uma pesquisa sobre recepção com adolescentes, uma curiosidade foi
surgindo; como as crianças recebiam e trabalhavam as mensagens transmitidas pelas mídias,
sendo que este público é muito mais desprovido de uma consciência critica e, portanto, muito
mais despreparado.

Naquela época, não pensava, efetivamente, em desenvolver uma pesquisa nesta área,
isto por vários fatores. Estava no meio de meu curso de graduação e não tinha planos
concretos de continuar na academia após a conclusão do curso. Quando a oportunidade
surgiu e eu necessitava apresentar um projeto de pesquisa, a velha idéia, ou melhor, a velha
curiosidade que possuía sobre a configuração da recepção em crianças ressurgiu tornando
concreta a possibilidade de realização de uma pesquisa sobre este assunto.

Como todo aluno que ingressa em um curso de Mestrado, várias dúvidas e incertezas
sobre o objeto manifestavam-se inconfortavelmente e, para tentar estabelecer algo mais
concreto e efetivo de ser pesquisado, busquei orientação de uma pesquisadora da linha de
recepção a qual já havia trabalhado na pesquisa desenvolvida sobre adolescentes. Após alguns
encontros, conversas e ajuste, o processo começou a caminhar. O público foi definido, isto é,
a faixa etária foi estabelecida e também qual o programa que seria trabalhado. O programa
escolhido foi o Teca na TV, um programa infantil da tv Futura o qual se destina a crianças de

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4 a 7 anos - público escolhido para análise. Este, por sua vez, foi escolhido por despertar um
desafio. Crianças em idade pré-escolar são muito inocentes, não conseguem expressar uma
auto defesa e formular uma análise muito crítica do que vê e, por isso mesmo, pode
representar um objeto de análise muito mais puro e sem vícios.

A questão seguinte passou a ser onde buscar este público. Tínhamos a certeza que
deveria ser em uma escola, isso porque o interesse da pesquisa era trabalhar com as crianças
no ambiente escolar, mas qual escola escolher? Como sou natural de Santa Cruz do Sul e
conheço, razoavelmente a filosofia das escolas que lá se estabelecem, achei interessante
buscar na Escola Educar-se este ambiente. Este estabelecimento, conforme já foi dito,
pretende ser uma escola com uma filosofia muito mais construtiva do que a maioria das outras
instituições (dado que será apurado) tornando, em minha opinião, a pesquisa muito mais
interessante pois este regime não tão ortodoxo poderia caracterizar-se como um diferencial.

Após a difícil tarefa de decidir o público, a escola e o programa, fatores que


comporiam parte do contexto da pesquisa, restava definir mais precisamente o que analisar
nestes elementos e de que forma. Assim, surgia a maior de todas as dúvidas. Quanto mais me
questionava, mais dúvidas surgiam e mais as respostas fugiam. Depois de muitas reflexões
percebi que o problema do trabalho em questão não se configurava em apenas um, mas várias
questões que se intrelaçavam e que não poderiam ser tradadas separadamente. A recepção das
crianças, ou melhor, que recepção este público tem do programa citado, transmitido pelo
Canal Futura era o primeiro, embora muito amplo. Necessitava delimitá-lo. Comecei a pensar
na proposta do programa, sua produção, transmissão, a mensagem que passava ou pretendia
passar, o público que desejava atingir, como desejava atingir este público e, a partir daí,
problemáticas mais concretas passaram a se manifestar tornando-se no problema a ser
resolvido durante o trabalho de pesquisa.

Dito isto, e apoiada por muitas leitura, pesquisas de campo, entrevistas as quais serão
fundamentais, pretendo chegar ao final deste trabalho podendo comprovar ou, quem sabe
desmistificar muitos fatos sobre os usos da televisão no ambiente escolar. Em uma segunda
etapa, pretendo poder, através dos dados analisados, propor sugestões de usos deste meio em
sala de aula de forma a estimular mais os alunos a buscarem e a desenvolverem uma postura
mais preparada e crítica aos meios de comunicação.

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APARATO METODOLÓGICO

Por este trabalho se configurar como uma pesquisa que está em sua fase inicial,
muitos argumentos e embasamentos teóricos estão ausentes, mas sugestões, caminhos que
poderão ser trilhados no decorrer da pesquisa podem e devem ser apontados.

Atualmente a realidade da pesquisa compõem-se como um simples projeto, para tanto,


apenas teorias gerais são conhecidas. Como este trabalho que tem como objetivo perceber a
recepção das crianças em idade pré-escolar frente ao que é transmitido por um programa
específico do Canal Futura, alguns autores já foram lidos e, muito do que se tem foi fornecido
pela própria emissora. Ao longo do desenvolvimento, todo este material e autores, serão
revistos com a finalidade de detectar se as informações já conhecidas são relevantes e
pertinentes.

Para esta pesquisa se compor, ações metodológicas terão que ser melindrosamente
estruturadas. Necessitarem de uma autorização da escola e professores para desenvolver o
trabalho com as crianças (questão esta já resolvida). Em segundo lugar o pesquisador deverá
definir a duração da trabalho, quantas horas por semana - isto também já foi delimitado sendo
que o trabalho em sala de aula ocorrerá durante o período de uma vez por semana, isto por
acreditar que este espaço de tempo manifesta-se como ideal para uma observação bem
apurada. Esta decisão não seguiu nenhum critério específico, foi, de certa forma, influenciada
por alguns pesquisadores de renome que em suas pesquisas também não se apoiaram em
dados apurados para selecionar a amostra. Este é o caso da pesquisadora Maria Immacolata
Vassalo Lopes em recente trabalho apresentado na COMPÓS.

Vários episódios do programa “Teca na TV” deverão ser gravado e apresentados em


sala de aula para as crianças. Os programas ainda não fora gravados pois, acredita-se que
deverão ser feitos simultaneamente ao início dos trabalhos de campo. A gravação será feita
pelo próprio pesquisador, diariamente e este escolherá, aleatoriamente, qual programa será
exibido às crianças.

Para a observação ser o mais precisa possível, o pesquisador fará uso de uma câmera
de vídeo que será colocada sobre a tv que transmitirá o programa tentando, desta forma,

24
integrar este aparelho o mais fielmente possível ao contexto criado. Após a transmissão do
episódio de Teca na TV, outras atividades serão propostas objetivando que as crianças
forneçam material para ser analisados. Sugerir-se-á que elas façam desenhos, contem o que
mais gostaram, o que entenderam, enfim usar-se-á de subterfúgios para perceber mais
apuradamente que tipo de recepção estas crianças estão produzindo e resolver os problemas
originalmente questionados. Técnicas estas difundidas pelo estudioso Jean Piaget.

Durante todo o período que os trabalhos estiverem sendo feitos, a câmera permanecerá
ligada captando todas atitudes e ações das crianças. Fora do ambiente escolar o pesquisador
poderá analisar as imagens detectando, possivelmente ações e gestos até então não
percebidos.

A sugestão do uso da câmera partiu do Prof. Dr. James Lull quando, em uma conversa
informa explicava a ele o que pretendia pesquisar. Acoplei esta sugestão ao meu trabalho por
entender que ela só poderia agregar e auxiliar o trabalho do pesquisador. Outros teóricos em
seus trabalhos de pesquisa que usem a câmera de vídeo serão pesquisados objetivando, com
isso, desenvolver uma forte justificativa para a integração deste recurso ao trabalho.

Quanto a pesquisa de campo, num trabalho como este, não há como não fazer parte do
contexto, pois a intenção principal deste trabalho é a recepção e como percebê-la sem
observar a amostra e interagir com ela? Diversos outros autores já trabalharam desta forma
com muito sucesso, entre eles, Rosa Maria B. Fischer a qual compõe-se como uma das
autoras das quais pretendo analisar mais profundamente pois tenho certeza de que suas
experiências colaborarão muito para esta pesquisa. Muitos nomes terão que ser pesquisados
proporcionando à pesquisa um bom embasamento e, em muitas situações, justificando
técnicas e métodos utilizados.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BASTOS. Laura. A Criança diante da TV. Petrópolis, Vozes, 1988.


BARROS, Célia Silva Guimarães. Psicologia e Construtivismo. São Paulo, Ática, 1996.
208 p.
EL NIÑO Y LA IMAGEN. Video, Cine, Television. Habana, Pablo de Torriente, 1996.

25
FISCHER, Rosa Maria Bueno. O Mito na Sala de Jantar. Porto Alegre, Movimento, 1984.
132 p.
FISCHER, Rosa Maria Bueno. O Discurso da Criança e do Adolescente sobre a TV: a
importância do receptor. Tecnologia Educacional. Rio de Janeiro, ano 86, n.70, v.15,
p. 52 - 56
GAITAN, Juan Antonio e GOMEZ, Guillermo Orozco. A Televisão e as Crianças.
Comunicação & Educação. São Paulo, ano 96, n.7, p.44-55.
GOMES, Pedro Gilberto e COGO, Denise. Mediações familiares e escolares na recepção
televisiva dos adolescentes. São Leopoldo, Unisinos, 1997 (Relatório de projeto de
pesquisa desenvolvido junto ao Programa de Pós-Graduação em Ciências da
Comunicação)
OROZCO, Guilhermo. La Mediación Familiar en la Construción de la Audiencia.
México, 1992.
PENTEADO, Heloísa Dupas. Televisão e Escola. São Paulo: Ed. Cortez, 1991. 178p.
PIAGET, Jean. O nascimento da inteligência na criança. Rio de Janeiro, Zahar, 1980.

26
José Luiz Braga:
Comentários

Explicitar as referências para a Introdução (referir autores, obras, páginas); assim como
as fontes dos dados sobre a TV Futura.

Em Contextualização-Problema - cuide para separar o que é o problema proposto por


seu objeto (questões de interação programa/criança em idade pré-escolar); e as suas decisões
de onde e quando observar concretamente essas interações.

Assim: você se preocupa com a pertinência do programa, produzido no eixo Rio/São


Paulo, para crianças de diferentes áreas do Brasil (particularmente, no “interior”). Para
trabalhar essa questão, você escolhe (decisão sua − por tais e tais razões) observar a escola X
(características, local, etc.) e nesta, tais crianças (que devem ser apresentadas ao seu leitor por
suas características, inserção, etc.) com as quais você tem contato.

Sem isto, estas “crianças” e esta “escola” referida na sua p.9 “aparecem” de repente, não
se sabe de onde. Antes de ser “uma instituição que se apresenta através de uma filosofia tal” é
preciso você ter escolhido, decidido − e então, apresentá-la (local, nome, circunstâncias) e
justificar essa escolha. Além disso: explicitar como o programa é utilizado nessa escola.

Observe que os seus dados sobre a escola vão aparecendo como se seu leitor os
conhecesse − o que certamente não ocorrerá (releia meu comentário ao texto anterior).
Lembre-se que você está escrevendo para um leitor que não é seu professor nem seu
orientador − mas alguém que não conhece seu assunto, e você é que deve lhe fornecer todas
as informações necessárias para que ele possa acompanhar suas reflexões.

É preciso refletir sobre seu problema (nota: não simplesmente escrever mais − mas
refletir mais longamente). Para isso, é preciso − descrever as estruturas do programa; perceber
(em nível preliminar, ao menos) seus objetivos de aprendizagem, sua duração, seus temas, sua
freqüência, etc.; falar sobre os usuários (crianças e professores que trabalham com essas
crianças); perceber que usos mais evidentes são feitos ao programa em sala de aula. Com base
nesse esforço descritivo preliminar, verificar o que já é evidente; e o que, ao contrário, não se
desvenda facilmente: aqui então você trará um questionamento mais específico. Tudo isso só
se consegue através de pré-observação (ver Parte Geral). O Projeto (forma final) para
qualificação deve conter esta especificidade, que lhe fornecerá ângulos da pesquisa
(problematização) mais específicos que o atual, que está ainda muito genérico e vale quase
para qualquer programa educativo.

Na parte final do item Contextualização-Problema (p.10) − os autores devem ser


consultados, refletidos, citados. Verifique que proposições destas são mais adequadas e lhe
ajudam na problematização, fornecendo ângulos para perceber o seu objeto.

Item “Objetivo” muito vago − só se concretizará com especificidade através de maior


especificação do problema, como indicado acima.

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Não se trata de “comprovar” ou “contrariar” premissas (que então seriam “hipóteses”).
Você não estará fazendo pesquisa experimental (lembro de termos falado sobre isso em aula).
Trata-se então de ver como determinadas coisas (quais?) funcionam, segundo tais e tais
perspectivas propostas na problematização.

As justificativas devem ser desenvolvidas referindo-se ao interesse que a pesquisa


oferecerá, por seus resultados pretendidos (objetivos da pesquisa) para o conhecimento da
área, da TV educativa, da aprendizagem, do trabalho com crianças, etc. (conforme sejam seus
objetivos).

O item “Aparato Metodológico” trata antes das “Observações a serem feitas” (mudar o
título). É preciso explicar muito mais, detalhar. As crianças já usam o programa em sala de
aula? Até aqui tive a impressão que sim, mas na p.17 passo a achar que não. É preciso
esclarecer o seu leitor.

Noto que seu texto adota um parti-pris “escolar”: você escreve para as pessoas que
estão no ambiente “Mestrado”. Assim por exemplo a referência a James Lull (p.18). Escreva
para um leitor “distante e desinformado” (embora, é claro, interessado).

De um modo geral, está ainda meio vago e preliminar. Com o esforço da pré-observação
e descrição prévia e conseqüente concretização de seu problema deve ser possível avançar.

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