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Seminário de Pesquisa
11 de abril de 2000
Atualmente, o meio de comunicação que mais força e poder possui é a televisão. Ela
consegue, através da imagem, estabelecer um profundo e eficiente canal de comunicação com
o telespectador, despertando os seus sentimentos e fazendo com que o cotidiano ganhe uma
nova visão, um ar de novidade.
Pretendo trabalhar estes programas com crianças da pré-escola pois acredito que a tv,
como nenhum outro meio de comunicação, consegue recriar espaços propícios para a criança
se “soltar” e estar mais aberta a receber qualquer mensagem. A criança reflete o que
realmente sente, o que vê e o que aprende e, justamente por isso, torna-se um alvo vulnerável.
Para tanto, pretendo, através da tv Futura possibilitar que a criança da pré-escola não se
transforme apenas num fantoche dos programas propostos pelas emissoras, desejo estimular
nelas o desenvolvimento de uma consciência crítica, dentro de seus limites.
Não saberia dizer com certeza qual seria o problema em questão, mas acredito que a
imperativa que aqui se coloca é saber até que ponto a criança é influenciada pela tv e como
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reflete estas influências em suas ações. Como os educadores podem estimular, através de
programas educativos, um maior desejo pela busca do conhecimento.
Desde seu início até os dias atuais, a televisão sofreu muitas mudanças. Conquistou
seu espaço e se solidificou estabelecendo com o telespectador uma relação de interação que
nenhum outro meio já conseguiu. Hoje, ela faz parte da maioria dos lares e, possivelmente,
por isso, desperte tanto interesse de pesquisadores que tentam desvendar o mistério do
fascínio que ela exerce sobre os indivíduos.
2
As crianças passaram a ser expostas diariamente aos mais diversos meios de
Comunicação, principalmente a tv, os quais utilizam-se de uma linguagem cada vez mais
atrativa e sedutora. Deste modo, tornou-se necessário que a escola (professores), se
adaptassem a estes meios, reavaliando suas propostas pedagógicas e comunicativas.
Para esta proposta de investigação a ser desenvolvida, a TV Futura tem como proposta
estimular o desenvolvimento intelectual do indivíduo, aqui representado pelas crianças em
idade pré-escolar. Através desta prerrogativa, pretende-se propor alternativas de inter-relação
entre a televisão e a escola.
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metodológicos, que podem e devem orientar as condutas dos indivíduos. Mas ainda no que se
refere à criança, essa racionalidade que envolve a instituição escolar desperta muito menos
interesse do que a televisão, à medida em que na fase da infância, as crianças não estão
preparadas a receberem explicações lógicas, pois seu interesse está voltado, sobretudo ao
lúdico e à descontração. Daí a utilização dos recursos oferecidos pela televisão que, através de
uma forma mais descontraída e dinâmica, busca trazer às crianças determinadas temáticas e
questões. Referenciando o que Heloísa Penteado traz em seu livro Televisão e Escola, “escola
e tv são assuntos paralelos. Cruzam-se e sobrepõem-se nos sujeitos sócio-históricos que
compõem o grupo social escolar.”1
Ao reafirmarem o que já foi apresentado, aponto também como autores que embasam,
2
de forma mais consistente minha pesquisa, Mercedes Creel e Guilhermo Orozco Gómez .
Segundo eles, no processo de transmissão cultural participam várias instituições as quais
articulam a vida social e definem valores, normas e atitudes. A educação é um processo
continuo que ultrapassa as paredes da instituição.
Segundo esta teoria, Pablo Ramos Rivero 3 não só defende a idéia de que a educação
ultrapasse os limites da escola, como defende uma forma de educação alternativa que venha a
ser uma possibilidade onde o aluno escolheria os assuntos de maior interesse.
___________________________
1
PENTEADO, Heloísa Dupas. Televisão e Escola. São Paulo. Ed. Cortez: 1991. p 97.
2
CREEL, Mercedes Charles; GÓMEZ, Guilhermo Vrozco. Educación para la Recepcion. p 70
3
RIVERO, Pablo Ramos. El Niño y la Imagen (2). La Habana. 1996. p 12
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8 BIBLIOGRAFIA
BARROS, Célia Silva Guimarães. Psicologia e Construtivismo. São Paulo, Ática, 1996.
208 p.
FISCHER, Rosa Maria Bueno. O Mito na Sala de Jantar. Porto Alegre, Movimento, 1984.
132 p.
ORLANDI, Eni Pulcinelli. O que é Lingüística. 6. ed. São Paulo, Ed. Brasiliense, 1993.
72 p.
PENTEADO, Heloísa Dupas. Televisão e Escola. São Paulo: Ed. Cortez, 1991. 178p.
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José Luiz Braga:
Comentários
A abertura é muito genérica, além de já não ser muito exata - lembrar as redes
informáticas. De todo modo, "força e poder" da televisão não é propriamente justificativa
suficiente para estudar especificamente a TV Futura (pois justificaria estudar absolutamente
qualquer tipo de programação). Faça reflexões mais específicas sobre o interesse de estudar
este objeto empírico.
Ao expressar sua curiosidade sobre o tema propõe duas perspectivas: "até que ponto a
criança é influenciada"; e "como os educadores podem estimular... a busca de conhecimento...
através de programas educativos".
É preciso então: fazer perguntas específicas, mais pontuais, em torno de seu objeto
empírico selecionado. Reflita sobre por que escolheu este objeto empírico (e não outros), e
que descobertas de conhecimentos sobre TV Educativa podem ser feitos a partir de uma
pesquisa sobre este objeto. Que tipos de processos mediáticos estão aí sendo utilizados? Em
que diferem de outros, igualmente teleducacionais?
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- são perspectivas muito gerais sobre o tema "TV Educativa", no nível de conhecimentos
superficiais e de senso comum. Precisam, portanto de ser aprofundados por uma futura
busca de conceitos e reflexões mais precisas sobre aprendizagem, tv, escola;
- estão em relação abstrata com seu objeto específico. É claro que relações mais
direcionadas pelo objeto só se tornarão possíveis quando você conseguir construir com
rigor seu problema de pesquisa (ou seja - os ângulos segundo os quais você interrogará
seu objeto).
Por isso, comece refletindo sobre tudo o que você já conhece sobre o seu objeto
empírico na sua especificidade; e sobre as contextualizações concretas em que este objeto se
inscreve. Seu texto sugere que você tem experiência de ensino pré-escolar com o uso de TV.
É exato? Utilize dados concretos desta experiência para problematizá-los e para informar sua
curiosidade de pesquisa.
A partir do que você já conhece, pense no que gostaria de, muito concretamente,
descobrir a mais, para avançar o seu conhecimento: que interrogações e tensionamentos seus
objetivos educacionais colocam para os processos mediáticos específicos usados nestes
programas pontuais que a interessam, e que você pretende tomar como objeto empírico?
Como este tipo de programa se coloca ao lado de outros de mesmo tipo ou de outros tipos
variados?
Além disso, pense em observações mais especificadas que as que aparecem no final da
p. 2 e início da p. 3. Observe que, como está apresentado, poderia ser igualmente proposto
para qualquer pesquisa sobre TVE. O que caracteriza a sua pesquisa sobre este objeto?
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Mestrado em Comunicação
Seminário de Pesquisa
Projeto:
TELEVISÃO E ESCOLA:
Análise dos usos e apropriações da TV Futura na pré-escola
16 de maio de 2000
Dá sua difusão até os dias atuais, a tv passou por muitas mudanças, conquistou espaço
e se solidificou estabelecendo com o telespectador uma relação de interação que nenhum
outro meio já conseguiu. Diversas pesquisas, ao longo de toda a história de construção da tv,
foram realizadas buscando analisar os efeitos e conseqüências junto a sociedade. Várias
teorias originaram-se e alguns aspectos foram salientados, como a falta de um processo de
ensino que estabelecesse um diálogo permanente entre a escolae este meio de comunicação. A
grande preocupação que surgiu com o advento da televisão e de outras tecnologias foram
quanto às configurações do papel da instituição escolar que, até então, ocupava uma posição
privilegiada. Influenciadas por estas questões, surge a tv educativa.
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se manifesta, só que de forma mais sutil, levou alguns especialistas a tratarem de delimitar o
que seria a TVE. TVE, diziam eles, não representa um gênero de entretenimento, mas também
não conseguiram desenvolver um conceito que definisse o que vinha a ser, exatamente, a TVE
não resolvendo a questão inicial.
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Foi idealizado a partir de setores da sociedade conscientes da precariedade da
educação no Brasil (apontada como a 3 pior do mundo segundo dados da Unesco) e da
gravidade que estes problemas representam. São vários grupos privados que apoiam,
investindo, cada um, R$ 1 milhão por ano. São eles: Banco Itaú, Confederação Nacional da
Indústria, Confederação Nacional do Transporte, Fundação das Indústrias do Estado de São
Paulo, Federação da Indústrias do Estado do Rio de Janeiro, Fundação Bradesco, Fundação
Odebrecht, Grupo Votorantim, Instituto Ayrton Senna/Compaq, Rede Brasil Sul, Rede Globo,
Sadia Concórdia S.A., Sebrae/Nacional Turner Broadcasting System/ CNN.
Influenciada por esta proposta que, acredito ser inovadora, escolhi a tv Futura como
meu objeto de estudo. No ar desde o dia 22 de setembro de 1997, o canal é um projeto de
educação para o Brasil ligado ao grupo Globosat. É totalmente realizada e financiada pela
iniciativa privada, produzida pela Fundação Roberto Marinho, transmitida pela Globosat e
distribuída gratuitamente pelo sistema NET/Mulicanal.
A tv, como nenhum outro meio, consegue recriar espaços propícios a criança se soltar
e estar mais aberta a receber a qualquer mensagem. Ela reflete o que sente, o que vê e o que
aprende e, justamente por isso, torna-se alvo vulnerável. Através de pesquisas realizadas,
constatou-se que as crianças são expostas diariamente aos mais diversos meios de
comunicação, principalmente a tv, os quais utilizam uma linguagem cada vez mais atrativa e -
sedutora. Partindo-se desta questão, a escola percebeu a necessidade de adaptar-se da esta
nova realidade, reavaliando suas propostas pedagógicas e comunicacionais. Pensava-se que,
aplicando a tv, um meio altamente formador de opiniões, em sala de aula, conseguiria-se
estimular o aluno a aprender. Só que, inicialmente os programas propostos pela TVE eram
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programas cansativos, didáticos demais, carregados de um formato e uma linguagem não
condizentes com o cotidiano. Logo, não conseguiam cativar o telespectador, pelo contrário,
afastava-o. Além do mais, os professores não eram tecnicamente preparado colaborando ainda
mais para o fracasso desta tentativa.
Durante muitos anos este rótulo ficou fortemente postulado e as tentativas que surgiam
eram sempre predestinadas a naufragarem. Acabou-se por as escolas abandonarem este
recurso e voltarem ao método tradicional de ensino. Mas, desde1997, este quadro vem
mudando e a aplicação do meio tv como suporte de ensino vem sendo retomada., e a Tv
Futura está exercendo papel fundamental neste processo. Não conservo a postura ingênua de
achar que este canal foi desenvolvido única e exclusivamente com fins solidários. Grandes
grupos privados que fazem parte do projeto não estão ali somente para fazer caridade,
objetivos muito mais complexos fazem parte desta cadeia. Mas, mesmo assim, a proposta do
Futura vem produzindo excelentes resultados e é exatamente isso que pretendo ressaltar. A
postura do canal é diferenciada e, por isso, atinge muito mais o público.
O canal busca falar com o público de modo simples, transparente e eficiente. Se o foco
de um programa é, por exemplo, o conhecimento histórico ou científico, a preocupação passa
a ser como partir da vivência cotidiana, de elementos comuns a grande parte da população,
para percorrermos o caminho que leva a uma informação mais aprofundada. As imagens,
sons, possuem uma matriz brasileira, cores e elementos culturais são a referência para a
criação de figurinos, cenários e trilhas.
Assim também é o programa com o qual pretendo trabalhar; Teca na TV. Ele é
composto por pequenas esquetes em que Teca, personagem principal interpretada pela atriz
Vivian Weyll de oito anos, simula situações reais dentro da sua casa. O objetivo é estimular o
espírito investigativo e ajudar no processo de socialização do público infantil em idade pré-
escolar.
O problema que se coloca neste projeto, é a obtenção de dados que levem a sintetizar a
recepção que as crianças tem ao serem expostas a este programa. É questão djta pretendo
descobrir que leitura produzem das mensagens recebidas e a maneira pela qual refletirão no
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seu contexto escolar, mais exatamente no processo de aprendizagem considerando que estão
sendo expostas a mensagens produzidas por um canal privado como é o Futura.
A questão primordial que se configurará será uma pré-observação deste grupo no seu
ambiente escolar. Como se comportam, qual a técnica de ensino que é trabalhada para que,
futuramente, quando o programa for aplicado, sejam mais facilmente notadas as alterações no
grupo.
Este estudo incluirá uma ampla pesquisa bibliográfica onde serão abordados as
questões pertinente a TVE, sua trajetória, origem, difusão, a tv Futura o porquê de esta tv
representar uma 1_ova eta2a na história da TVE no Brasil, além de uma extensa pesquisa
qualitativa a realizar-se na Escola Educar-se com crianças da pré-escola.
Encontrando apoio para a preocupação deste estudo, ressalto o que diz Orozco Gomés
quando afirma que no processo de transmissão cultural participam várias instituições as quais
articulam a vida social e definem valores, normas e atitudes. A educação é um processo
continuo que ultrapassa as paredes da instituição. Sendo assim, na busca do conhecimento é
válido todo e qualquer recurso a mais utilizado na propagação deste. E a tv, como um meio de
grande força e influência, pode e deve fazer parte desse processo servindo como meio paralelo
e auxiliar da instituição principal que continua sendo a escola.
1
PENTEADO, Heloísa, Televisão e Escola. Ed. Cortez: 1991.p97.
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8 BIBLIOGRAFIA
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José Luiz Braga:
Comentários
Abertura ainda genérica. Veja que não é preciso refazer a história (genérica) da TV
para desenvolver uma pesquisa. Não se trata então de acrescentar detalhes para sair do
genérico. Mas sim de perceber, no espaço histórico geral do objeto (TV, TVE, programação
infantil) o que é problema, questão, especificidades relevantes. De todo modo, no pré-projeto
não é muito importante demonstrar conhecimentos gerais - antes é preciso mostrar que
conhecimentos específicos deverão ser desenvolvidos. Assim, no estágio atual pode ficar mais
ou menos como está, tipo introdução geral. Entretanto é necessário referir os autores
consultados para essa "compilação". Similarmente, deve haver referências para as
informações sobre a TV Futura (provavelmente documentos da própria emissora).
O texto assinalado na p. 5 é um tanto simplificador. Primeiro, faz crer que tudo o que
veio antes da TV Futura foi ineficaz e mal feito - o que não corresponde à verdade (é preciso
se informar). Deve-se evitar uma postura ingênua, do tipo, "não conheço, logo não existe".
Além disso, pretende que há um grande salto a frente dado pela TV Futura - o que resta a
demonstrar.
A partir daí, há colocações que parecem antes propaganda da emissora do que olhar de
analista. Não há nenhuma restrição a que você goste dos programas - o que não se pode é
perder de vista que esse gosto não exprime necessariamente uma realidade objetiva. É melhor
então afirmar que você gosta, do que pretender que é tudo excelente. Aliás, não se fazendo
essa distinção, nem haveria o que pesquisar - pois se pudermos afirmar que o programa é
objetivamente bom, por definição as crianças estão aprendendo bem. Se você vai examinar a
leitura feita do programa pelas crianças, tem que colocar entre parênteses sua apreciação.
Deve partir da idéia de que o que é bom para você (atende a seu gosto) não é necessariamente
bom para as crianças - logo, vamos examinar como funciona com elas.
Outro ponto. Se você vai tomar o programa como objeto empírico, é preciso contar a
seu leitor (o leitor de seu projeto) como é este programa, descrevê-lo, informar duração,
personagens, ações, táticas, formato, tipo de aprendizagem expressamente pretendida, ritmos,
freqüência de apresentação, horários; informar sobre o público pretendido pela emissora,
dados de audiência, etc. (o que existir de informação documental e de observação pessoal
descritiva imediata).
Parece, a partir de seu texto, que esse programa é usado por professores em sala de
aula (você diz que vai observar "no seu ambiente escolar" - p. 6). É isso mesmo? Conte onde,
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quem, quando, de que modo - há um uso generalizado? Em algumas escolas (quais)? Na sua
escola? Lembre-se que seus leitores não são obrigados a saber já estas coisas. Eu
especificamente não sei, não conheço o programa, não sei como é usado.
O objetivo de um projeto é esclarecer (primeiro para você mesma, mas também para
seus leitores) o que é o seu assunto. Ou seja: é você que sabe, que está construindo o seu
assunto, e deve nos esclarecer.
Como você vai observar? As perguntas da p. 6 estão ainda muito vagas. Use a
imaginação, pense alternativas - o que vai olhar, perguntar, durante quanto tempo, onde, junto
a quem, de que modo? Construa na imaginação o seu trabalho futuro de observar (esta é uma
parte fundamental da pesquisa). Conte para seus leitores. Agora tudo é tentativo - logo é o
melhor momento para se arriscar - possibilitando correções, críticas e palpites.
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UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS- UNISINOS
CENTRO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM COMUNICAÇÃO
TELEVISÃO E ESCOLA:
ANÁLISE DOS USOS E APROPRIAÇÕES DO CANAL FUTURA NA PRÉ-ESCOLA
(Pré-Projeto de Pesquisa)
Seminário de Pesquisa
Prof. Dr. José L. Braga
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO
2 CONTESTUALIZAÇÃO – PROBLEMA
3 OBJETIVO
4 JUSTIFICATIVA
5 APARATO METODOLÓGICO
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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INTRODUÇÃO
Dá sua difusão até os dias atuais, a tv passou por muitas mudanças, conquistou espaço
e se solidificou estabelecendo com o telespectador uma relação de interação que nenhum
outro meio já conseguiu. Diversas pesquisas, ao longo de toda a história de construção da tv,
foram realizadas buscando analisar os efeitos e conseqüências junto a sociedade. Várias
teorias originaram-se e alguns aspectos foram salientados, como a falta de um processo de
ensino que estabelecesse um diálogo permanente entre a escola e este meio de comunicação.
A grande preocupação que surgiu com o advento da televisão e de outras tecnologias foram
quanto as configurações do papel da instituição escolar que, até então, ocupava uma posição
privilegiada. Influenciadas por estas questões, surge a tv educativa.
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O desenvolvimento da televisão na América Latina registra, desde o princípio, uma
influência decisiva por parte da tv norte-americana. A importação de programas aplicados
na maior parte dos países da América Central e América do Sul, familiarizavam o público
com os temas, personagens e técnicas da programação americana. Esta circunstância, unida a
relação que vinculava nos países latino-americanos não poderia deixar de influencia os
programas aqui produzidos, adquirindo uma semelhança no formato, na linguagem, muito
parecidas. Mas, influenciados diretamente por questões sócio-culturais e políticas, mantinha
algumas particularidades. Aqui, não se produziu situações de aguda competição entre a TVE
e a TVC. Os canais comerciais produziam também programas educativos e instrutivos. Na
América Latina, a TVE e a TVI não nasceram e nem se desenvolveram em oposição a outro
gênero de tv, em geral, os canais comerciais prestavam considerável apoio aos programa
educativos, geralmente pressionados pelos próprios setores da sociedade e do governo.
No Brasil atual, após tantos desencontros e desprestigio das tvs educativas e apoiadas pelo
intenso avanço tecnológico, a programação educativa ganhou novos contornos e formatos
aproximando-se muito mais eficientemente do público. Um destes exemplos é o Canal Futura,
um canal educativo que pretende, segundo fonte da própria emissora, o desenvolvimento
educacional, profissional e social de toda a população. Através de seus programas, é proposto
o compromisso de promover prerrogativas como; Espírito Comunitário, Ética, Espírito
Empreendedor, Pluralismo Cultural e Educacional.
Segundo uma pesquisa geral, apurou-se que ele foi idealizado a partir de setores da
sociedade conscientes da precariedade da educação no Brasil (apontada como a 3 pior do
mundo segundo dados da Unesco) e da gravidade que estes problemas representam. São
vários grupos privados que apoiam, investindo, cada um, R$ 1milhão por ano. São eles:
Banco Itaú, Confederação Nacional da Indústria, Confederação Nacional do Transporte,
Fundação das Indústrias do Estado de São Paulo, Federação da Indústrias do Estado do Rio
de Janeiro, Fundação Bradesco, Fundação Odebrecht, Grupo Votorantim, Instituto Ayrton
Senna/Compaq, Rede Brasil Sul, Rede Globo, Sadia Concórdia S.A ., Sebrae/Nacional.
Influenciada por esta proposta que, aparentemente apresenta-se como algo inovador,
escolhi a tv Futura como meu objeto de estudo para ser analisada efetivamente no contexto o
qual justifica sua existência, ou seja, a escola e para ser trabalhado com crianças em idade
pré-escolar. A proposta de conclusão do trabalho pretende solucionar várias questões latentes
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impulsionadas a partir da postura adotada pela Futura, questões estas que serão fundamentais,
as quais serão amplamente exploradas no decorrer do projeto.
CONTEXTUALIZAÇÃO – PROBLEMA
Lendo uma produção de Juan A Gaitan e Guillermo O. Gomes, minha atenção foi
chamada para um termo curioso; literatura televisiva. Destacam que este termo é usado
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individualmente em pesquisas pois não percebe-se a extensa relação entre o mecanismo
físico-eletrônico e o que é apresentado na produção escrita/leitura, mesmo em se tratando de
coisas análogas. É como a dificuldade que, exemplificando de forma simplista, muitos cursos
universitários tem, fundir a teoria com a prática. Muito se fala, mas pouco de concreto é
realmente produzido.
De certa forma todas as tvs constituem-se na mesma base, mas a tv Futura por se
apresentar (segundo a própria emissora propaga) tão diferentemente das outras tvs do seu
gênero, alavanca um dos problemas desta pesquisa. Consegue efetivamente, através desta
proposta inovadora atingir seu público (no caso criança em idade pré-escolar) da maneira a
que se propõe? Seu programa (no caso Teca na TV) está cumprindo com o seu objetivo
inicial? (aqui será verificado qual é o objetivo da emissora com este programa e analisado no
decorrer da pesquisa o que é que efetivamente produz nas crianças). Será que um programa
que é construído na região central do país onde a realidade sócio-econômica e cultural é muito
diferente de algumas regiões do Brasil consegue ser eficiente com crianças que vivem em
uma cidade interiorana, como é o caso de Santa Cruz do Sul onde se localiza a escola da qual
as crianças fazem parte? De que forma as crianças da pré-escola recebem as mensagens e
como constróem suas ações através do que é transmitido? Os contexto de produção e
recepção se conferem em realidades diferentes e, por isso mesmo, passíveis de serem
analisadas.
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cujos embasamentos não são tão ortodoxos situada num contexto social cujas origens são
basicamente alemãs, é algo realmente instigante pelas contradições e diferenças que integram
o mesmo espaço.
Para conseguir resolver estas dúvidas propostas e cumprir efetivamente com o objetivo
do trabalho, muito terá que ser feito, inclusive a construção de um conhecimento amplo do
que vem a ser o Canal Futura visto que os dados até agora conhecidos são de conhecimentos
empíricos e de material fornecido pela própria emissora. Dessa forma, buscarei informações
mais imparciais e precisas em outros estudos sobre o canal; sobre as tvs educativas e sua
correlação para, desta forma, ter condições de verificar a veracidade e fidelidade das
informações já conhecidas.
Alguns caminhos inicialmente estão sendo apontados como base teórica como a
recepção. Mas, dentro desta linha de pesquisa será selecionado a corrente que mais se
encaixar no objetivo do trabalho. Uma sugestão é fazer-se uma análise da educação escolar,
conforme aponta H. Meham. Alguns autores que trabalham com a recepção são, a princípio
considerados interessantes como Guillermo Orozco Gomez, Martín Jesus Barbero, Laura
Bastos, Rosa Maria Bueno Fischer os quais serão pesquisados e analisados percebendo se
seus estudos contribuem efetivamente para a construção e desenvolvimento desta pesquisa.
OBJETIVO
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escolar fazem do programa Teca na TV, transmitido pelo Canal Futura. Outras questões
relevantes as quais foram apresentadas no próprios problema da pesquisa farão parte presente.
JUSTIFICATIVA
A escolha deste objeto não se deu por acaso. Desde 1994, quando tive a oportunidade
de participar de uma pesquisa sobre recepção com adolescentes, uma curiosidade foi
surgindo; como as crianças recebiam e trabalhavam as mensagens transmitidas pelas mídias,
sendo que este público é muito mais desprovido de uma consciência critica e, portanto, muito
mais despreparado.
Naquela época, não pensava, efetivamente, em desenvolver uma pesquisa nesta área,
isto por vários fatores. Estava no meio de meu curso de graduação e não tinha planos
concretos de continuar na academia após a conclusão do curso. Quando a oportunidade
surgiu e eu necessitava apresentar um projeto de pesquisa, a velha idéia, ou melhor, a velha
curiosidade que possuía sobre a configuração da recepção em crianças ressurgiu tornando
concreta a possibilidade de realização de uma pesquisa sobre este assunto.
Como todo aluno que ingressa em um curso de Mestrado, várias dúvidas e incertezas
sobre o objeto manifestavam-se inconfortavelmente e, para tentar estabelecer algo mais
concreto e efetivo de ser pesquisado, busquei orientação de uma pesquisadora da linha de
recepção a qual já havia trabalhado na pesquisa desenvolvida sobre adolescentes. Após alguns
encontros, conversas e ajuste, o processo começou a caminhar. O público foi definido, isto é,
a faixa etária foi estabelecida e também qual o programa que seria trabalhado. O programa
escolhido foi o Teca na TV, um programa infantil da tv Futura o qual se destina a crianças de
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4 a 7 anos - público escolhido para análise. Este, por sua vez, foi escolhido por despertar um
desafio. Crianças em idade pré-escolar são muito inocentes, não conseguem expressar uma
auto defesa e formular uma análise muito crítica do que vê e, por isso mesmo, pode
representar um objeto de análise muito mais puro e sem vícios.
A questão seguinte passou a ser onde buscar este público. Tínhamos a certeza que
deveria ser em uma escola, isso porque o interesse da pesquisa era trabalhar com as crianças
no ambiente escolar, mas qual escola escolher? Como sou natural de Santa Cruz do Sul e
conheço, razoavelmente a filosofia das escolas que lá se estabelecem, achei interessante
buscar na Escola Educar-se este ambiente. Este estabelecimento, conforme já foi dito,
pretende ser uma escola com uma filosofia muito mais construtiva do que a maioria das outras
instituições (dado que será apurado) tornando, em minha opinião, a pesquisa muito mais
interessante pois este regime não tão ortodoxo poderia caracterizar-se como um diferencial.
Dito isto, e apoiada por muitas leitura, pesquisas de campo, entrevistas as quais serão
fundamentais, pretendo chegar ao final deste trabalho podendo comprovar ou, quem sabe
desmistificar muitos fatos sobre os usos da televisão no ambiente escolar. Em uma segunda
etapa, pretendo poder, através dos dados analisados, propor sugestões de usos deste meio em
sala de aula de forma a estimular mais os alunos a buscarem e a desenvolverem uma postura
mais preparada e crítica aos meios de comunicação.
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APARATO METODOLÓGICO
Por este trabalho se configurar como uma pesquisa que está em sua fase inicial,
muitos argumentos e embasamentos teóricos estão ausentes, mas sugestões, caminhos que
poderão ser trilhados no decorrer da pesquisa podem e devem ser apontados.
Para esta pesquisa se compor, ações metodológicas terão que ser melindrosamente
estruturadas. Necessitarem de uma autorização da escola e professores para desenvolver o
trabalho com as crianças (questão esta já resolvida). Em segundo lugar o pesquisador deverá
definir a duração da trabalho, quantas horas por semana - isto também já foi delimitado sendo
que o trabalho em sala de aula ocorrerá durante o período de uma vez por semana, isto por
acreditar que este espaço de tempo manifesta-se como ideal para uma observação bem
apurada. Esta decisão não seguiu nenhum critério específico, foi, de certa forma, influenciada
por alguns pesquisadores de renome que em suas pesquisas também não se apoiaram em
dados apurados para selecionar a amostra. Este é o caso da pesquisadora Maria Immacolata
Vassalo Lopes em recente trabalho apresentado na COMPÓS.
Para a observação ser o mais precisa possível, o pesquisador fará uso de uma câmera
de vídeo que será colocada sobre a tv que transmitirá o programa tentando, desta forma,
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integrar este aparelho o mais fielmente possível ao contexto criado. Após a transmissão do
episódio de Teca na TV, outras atividades serão propostas objetivando que as crianças
forneçam material para ser analisados. Sugerir-se-á que elas façam desenhos, contem o que
mais gostaram, o que entenderam, enfim usar-se-á de subterfúgios para perceber mais
apuradamente que tipo de recepção estas crianças estão produzindo e resolver os problemas
originalmente questionados. Técnicas estas difundidas pelo estudioso Jean Piaget.
Durante todo o período que os trabalhos estiverem sendo feitos, a câmera permanecerá
ligada captando todas atitudes e ações das crianças. Fora do ambiente escolar o pesquisador
poderá analisar as imagens detectando, possivelmente ações e gestos até então não
percebidos.
A sugestão do uso da câmera partiu do Prof. Dr. James Lull quando, em uma conversa
informa explicava a ele o que pretendia pesquisar. Acoplei esta sugestão ao meu trabalho por
entender que ela só poderia agregar e auxiliar o trabalho do pesquisador. Outros teóricos em
seus trabalhos de pesquisa que usem a câmera de vídeo serão pesquisados objetivando, com
isso, desenvolver uma forte justificativa para a integração deste recurso ao trabalho.
Quanto a pesquisa de campo, num trabalho como este, não há como não fazer parte do
contexto, pois a intenção principal deste trabalho é a recepção e como percebê-la sem
observar a amostra e interagir com ela? Diversos outros autores já trabalharam desta forma
com muito sucesso, entre eles, Rosa Maria B. Fischer a qual compõe-se como uma das
autoras das quais pretendo analisar mais profundamente pois tenho certeza de que suas
experiências colaborarão muito para esta pesquisa. Muitos nomes terão que ser pesquisados
proporcionando à pesquisa um bom embasamento e, em muitas situações, justificando
técnicas e métodos utilizados.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
25
FISCHER, Rosa Maria Bueno. O Mito na Sala de Jantar. Porto Alegre, Movimento, 1984.
132 p.
FISCHER, Rosa Maria Bueno. O Discurso da Criança e do Adolescente sobre a TV: a
importância do receptor. Tecnologia Educacional. Rio de Janeiro, ano 86, n.70, v.15,
p. 52 - 56
GAITAN, Juan Antonio e GOMEZ, Guillermo Orozco. A Televisão e as Crianças.
Comunicação & Educação. São Paulo, ano 96, n.7, p.44-55.
GOMES, Pedro Gilberto e COGO, Denise. Mediações familiares e escolares na recepção
televisiva dos adolescentes. São Leopoldo, Unisinos, 1997 (Relatório de projeto de
pesquisa desenvolvido junto ao Programa de Pós-Graduação em Ciências da
Comunicação)
OROZCO, Guilhermo. La Mediación Familiar en la Construción de la Audiencia.
México, 1992.
PENTEADO, Heloísa Dupas. Televisão e Escola. São Paulo: Ed. Cortez, 1991. 178p.
PIAGET, Jean. O nascimento da inteligência na criança. Rio de Janeiro, Zahar, 1980.
26
José Luiz Braga:
Comentários
Explicitar as referências para a Introdução (referir autores, obras, páginas); assim como
as fontes dos dados sobre a TV Futura.
Sem isto, estas “crianças” e esta “escola” referida na sua p.9 “aparecem” de repente, não
se sabe de onde. Antes de ser “uma instituição que se apresenta através de uma filosofia tal” é
preciso você ter escolhido, decidido − e então, apresentá-la (local, nome, circunstâncias) e
justificar essa escolha. Além disso: explicitar como o programa é utilizado nessa escola.
Observe que os seus dados sobre a escola vão aparecendo como se seu leitor os
conhecesse − o que certamente não ocorrerá (releia meu comentário ao texto anterior).
Lembre-se que você está escrevendo para um leitor que não é seu professor nem seu
orientador − mas alguém que não conhece seu assunto, e você é que deve lhe fornecer todas
as informações necessárias para que ele possa acompanhar suas reflexões.
É preciso refletir sobre seu problema (nota: não simplesmente escrever mais − mas
refletir mais longamente). Para isso, é preciso − descrever as estruturas do programa; perceber
(em nível preliminar, ao menos) seus objetivos de aprendizagem, sua duração, seus temas, sua
freqüência, etc.; falar sobre os usuários (crianças e professores que trabalham com essas
crianças); perceber que usos mais evidentes são feitos ao programa em sala de aula. Com base
nesse esforço descritivo preliminar, verificar o que já é evidente; e o que, ao contrário, não se
desvenda facilmente: aqui então você trará um questionamento mais específico. Tudo isso só
se consegue através de pré-observação (ver Parte Geral). O Projeto (forma final) para
qualificação deve conter esta especificidade, que lhe fornecerá ângulos da pesquisa
(problematização) mais específicos que o atual, que está ainda muito genérico e vale quase
para qualquer programa educativo.
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Não se trata de “comprovar” ou “contrariar” premissas (que então seriam “hipóteses”).
Você não estará fazendo pesquisa experimental (lembro de termos falado sobre isso em aula).
Trata-se então de ver como determinadas coisas (quais?) funcionam, segundo tais e tais
perspectivas propostas na problematização.
O item “Aparato Metodológico” trata antes das “Observações a serem feitas” (mudar o
título). É preciso explicar muito mais, detalhar. As crianças já usam o programa em sala de
aula? Até aqui tive a impressão que sim, mas na p.17 passo a achar que não. É preciso
esclarecer o seu leitor.
Noto que seu texto adota um parti-pris “escolar”: você escreve para as pessoas que
estão no ambiente “Mestrado”. Assim por exemplo a referência a James Lull (p.18). Escreva
para um leitor “distante e desinformado” (embora, é claro, interessado).
De um modo geral, está ainda meio vago e preliminar. Com o esforço da pré-observação
e descrição prévia e conseqüente concretização de seu problema deve ser possível avançar.
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